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Universidade Federal de Juiz de Fora

Instituto de Ciências Exatas

Departamento de Química

Relatório

Laboratório de Equilíbrio e Cinética

Pratica 9: Autocatálise na oxidação do ácido oxálico.

Alunos:

Igor Lima de Paula


Matricula: 201665813AG

Mike de Oliveira Pires


Matricula: 201565815G

Cristiano Faria Lopes


Matricula: 201465856A

Talita Valverde Ferreira da Silva


Matricula: 201465847G

Docente:
Prof Dr. Antônio Carlos Sant’anna

Turma A

Juiz de Fora, 18 de junho de 2018


1. INTRODUÇÃO:
Algumas reações precisam de catalisador, isto é, uma substância
capaz de aumentar a velocidade da reação sem participar ativamente dela, já
que o mesmo é regenerado ao final do processo, a velocidade da reação,
portanto, diminui devido a uma diminuição da energia de ativação.

Figura 1: esquema de reação com ou sem catalisador.

O uso dos catalisadores está presentes em mais de 80% dos


processos químicos utilizados hoje para produção de algum tipo de produto,
isso traz uma série de benefícios para a empresa produtora, pois torna o
processo de produção mais rápido, mais limpo e mais barato, além do
processo ser realizado em temperaturas e pressões menores. Outro fator
importante é a redução de produtos secundários gerados na reação e uma
menor produção de rejeitos que às vezes são descartados na natureza.

Alguns catalisadores são gerados pela própria reação, esse efeito


recebe o nome de autocatálise, isto é, um dos produtos da reação atua como
catalisador para a reação, um exemplo importante da autocatálise é a reação
entre o cobre e o ácido nítrico.
2. OBJETIVO:

O objetivo principal dessa prática e determinar o efeito do íon Mn2+ na


velocidade de reação da oxidação do ácido oxálico com dois ensaios, um com
adição do catalisador e outro sem a adição do catalisador.

3. MATERIAIS UTILIZADOS:
 2 Provetas de 100 mL
 2 Frascos para realizar as reações
 4 pipetas volumétricas de 10 mL
 16 erlenmeyer
 2 Buretas de 25 ml
 Solução aquosa 0,2 mol/l de ácido oxálico
 Solução aquosa 0,2 mol/l de sulfato de manganês (II)
 Solução aquosa 2 mol/l de ácido sulfúrico
 Solução aquosa 0,02 mol/l de permanganato de potássio
 Solução aquosa 0,1 mol/l de iodeto de potássio
 Solução aquosa 0,01 mol/l de tiossulfato de sódio
 Solução aquosa de amido
 Cronômetro

4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL:

Adicionou-se em um frasco de reação 100 ml de ácido oxálico, 5 ml da


solução de ácido sulfúrico e 95 ml de água. Em outro frasco adicionou-se 100 ml da
solução de ácido oxálico, 5 ml da solução de ácido sulfúrico, 80 ml de água e 15 ml da
solução de sulfato de manganês.

Nos dois frascos adicionou-se 50 ml da solução de permanganato e


simultaneamente acionou-se o cronômetro. A cada 5 minutos transferiu-se 10 ml da
amostra da reação para um erlenmeyer e adicionou também 10 mL da solução de
iodeto de potássio. Fazendo com que a reação seja interrompida e liberando iodo
equivalente à quantidade de Mn2+ residual. O iodo foi titulado com tiossulfato de sódio
até a cor ficar próxima de sumir adicionando amido logo em seguida terminando a
titulação quando toda a coloração sumiu. Anotaram-se os volumes do titulante e
repetiu o processo até completar 40 minutos (8 titulações). O processo descrito
anteriormente foi refeito para o outro frasco reacional.
5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Reação catalisada Reação sem catalisador


Volume S2O3(mL) tempo (s) Volume S2O3(mL) tempo (s)
12,30 290 19,80 347
7,80 590 19,00 607
5,20 890 15,20 948
3,50 1190 9,50 1218
2,50 1490 4,50 1526
1,60 1790 3,20 1812
1,20 2090 2,10 2132
0,70 2390 1,50 2417
Tabela 1: tabela com valores de volume de titulante consumido e tempo entre titulações.

Primeiramente, no frasco em que não se adicionou o sulfato de manganês,


ocorreu a reação (1), quando adicionado o permanganato à solução, sendo os íons de

Mn2 +¿¿ gerados durante a reação o catalisador dessa reação, logo tivemos uma etapa
lenta inicial em que o Mn2 +¿¿ estava sendo gerado, seguido de uma etapa mais rápida

em que já temos maior concentração de Mn2 +¿¿ na solução, até que fosse se
−¿¿
consumindo todo MnO4 .

2−¿
→ 2 Mn 2+¿
−¿ +¿
2 MnO4(aq) +16 H (aq) +5 C 2 O 4(aq) (aq )+10 CO 2(g )+ 8 H 2 O (aq ) (1)¿ ¿ ¿ ¿

Já num segundo momento, em que se adicionou ao frasco uma alíquota de


solução de sulfato de manganês, temos a presença de íons Mn2 +¿¿ desde o início da

reação, sendo o Mn2 +¿¿ catalisador da reação, essa reação foi mais rápida que a
reação em que não se teve a adição do catalisador, sendo ele gerado somente na
−¿¿
autocatálise, pois os íons Mn2 +¿¿ são facilmente oxidados a Mn3 +¿¿ pelo MnO4 e

esse, por sua vez, é reduzido pelo oxalato em solução a Mn2 +¿¿ novamente. Pode-se
analisar a equação (1) à luz das equações (1.1) e (1.2) que indicam como o
catalisador é recuperado e sua adição inicial não entra na equação geral (1):

8 Mn2(aq)
+¿ −¿ +¿ 3+¿
+2 MnO4(aq) +16 H (aq) →10 Mn(aq) +8 H 2 O(aq) (1.1)¿ ¿ ¿ ¿

10 Mn3(aq)
+¿ 2−¿ 2+¿
+5 C2 O 4(aq ) →10 Mn(aq) +10 CO2 (g) (1.2)¿¿ ¿

Para que fosse possível analisarmos quantitativamente o comportamento


dessas reações, foi-se realizada uma titulação iodométrica por método indireto, em
que adicionou-se uma alíquota de KI em uma alíquota do frasco reacional, em que
temos o iodeto reagindo com permanganato e liberando Iodo molecular na solução,
segundo a reação (2):

−¿ +¿ 2 +¿
2 MnO4(aq) +16 H (aq) +10 I −¿
(aq) →2 Mn(aq) +5 I 2 (aq) +8 H 2 O (aq) (2)¿ ¿ ¿ ¿

Sendo o Iodo gerado proporcional à quantidade de permanganato foi-se


possível titular a solução no erlenmeyer até que se atingiu o ponto de viragem, com a
solução límpida, por solução padrão de Na 2 S2 O 3, segundo a equação (3):

I 2(aq) + Na2 S2 O 3(aq) → Na2 S 4 O 6(aq) +2 NaI (aq ) (3)

Anotaram-se os valores de volume de Na2 S2 O 3utilizado e o tempo


cronometrado para o início de cada titulação e construiu-se a Tabela 1. Com esses
valores foi possível construir duas curvas de Na2 S2 O 3 x tempo para cada
experimento. Seguem os gráficos 1 e 2 abaixo:

GRÁFICO 1: curva de VS2O3 x tempo para reação sem catalisador.

Observou-se que no gráfico 1 o volume utilizado na titulação da solução varia


de forma decrescente com o tempo, assim como no gráfico 2, a diferença é que na
solução em que não adicionou-se o catalisado previamente, nos minutos iniciais da
reação denotou-se uma leve inclinação da curva que logo em seguida se acentua, nos
indicando um maior consumo dos reagentes na reação, até que chega-se um ponto
que o comportamento é assintótico. Já no gráfico 2 não observou-se comportamento
semelhante nos primeiros minutos de reação, tendo logo um grande decréscimo nos
valores de volume de titulante ao longo do tempo de titulação.

GRÁFICO 2: curva de VS2O3 x tempo para reação com catalisador adicionado.

−¿¿ 2−¿ ¿
Se analisarmos a reação (1) temos o MnO4 oxidando o C 2 O 4 gerando

os íons Mn2 +¿¿ água e gás carbônico, porém essa reação é lenta, podendo ter uma
alta energia de ativação para que se realize completamente; evidenciou-se esse
comportamento a partir da inflexão dos dois primeiros pontos do gráfico 1. Como
temos a geração de Mn2 +¿¿ que é um catalisador dessa reação, como foi visto nas
−¿¿
reações (1.1) e (1.2), ao reagir Mn2 +¿¿ com MnO4 tem-se a geração de um

intermediário de reação, o Mn3 +¿¿, uma espécie química que possui um tempo de vida
relativamente curto devido à sua alta reatividade, sendo ela logo consumida na reação
2−¿ ¿
redox com o C 2 O 4 , e é necessário que se tenha uma quantidade significativa de
catalisador para que a reação ocorra em etapa rápida, por isso tem-se a diferença
entre os dois perfis de curva.

6. Conclusão
A partir dos dois experimentos realizados foi possível estudarmos a atuação

e C 2 O 42−¿ ¿, através de uma


−¿¿
do íon Mn2 +¿¿como catalisador em reação de MnO4
titulação pelo método indireto da iodometria, em que construímos duas curvas de
volume de titulante x tempo (reação com e sem catalisador), observamos o perfil
dessas curvas e inferimos que ao adicionarmos o catalisador antes de iniciarmos a
titulação temos uma maior velocidade de reação, já que a velocidade de reação
relaciona-se com a taxa de consumo dos reagentes ao longo do tempo observamos
que no gráfico 2 a inclinação da curva é mais acentuada ao longo de todo o
experimento, em relação ao gráfico 1.

7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1) http://www.ufjf.br/baccan/files/2011/05/Aula_pratica_11.pdf

2) Autocatalysis of reaction b/w oxalic acid & acidified KMnO4 with Mechanism –
Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=U2nT0z9ekOE

3) http://proquimica.iqm.unicamp.br/10_7.htm

4) http://www.iqsc.usp.br/iqsc/servidores/docentes/pessoal/mrezende/arquivos/aul
a16.pdf

5) https://brasilescola.uol.com.br/quimica/autocatalise.htm

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