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Universidade Federal de Juiz de Fora

Instituto de Ciências Exatas

Departamento de Química

Relatório

Laboratório de Equilíbrio e Cinética

Pratica 8: Determinação da ordem de reação.

Alunos:

Igor Lima de Paula


Matricula: 201665813AG

Mike de Oliveira Pires


Matricula: 201565815G

Docente:
Prof Dr. Antônio Carlos Sant’anna

Turma A

Juiz de Fora, 2 de abril de 2018


1. INTRODUÇÃO:

Muitas reações possuem a seguinte lei de velocidade:

V = K[A]a[B]b (1)

Na equação acima (1), os expoentes a e b representam a ordem de reação em relação


a cada espécie. A ordem global de uma reação é dada somando-se as ordens de
reações individuais.

A velocidade de reação é a variação de desenvolvimento da reação com o tempo,


sendo uma equação do tipo diferencial, que pode ser integrada para se obter a
concentração em função do tempo.

Para equações de primeira ordem a lei de velocidades pode ser escrita da seguinte
forma:

d[A]
=−kA (2)
dt

Integrando a equação 2 obtemos a seguinte equação:

[A]
ln =−kt (3)
[ A ]'

Onde [A]’ é a concentração inicial de A em t=0.

Para as leis de velocidade de segunda ordem e ordem zero segue o mesmo processo
e se obtém as seguintes equações:

d[A] 1 1
=−k ¿ (4) − =−kt (5)
dt [ A ] [ A ]'

'
d [ A ] =−kt (6) [ A ] −[ A ] =−kt (7)

As equações (4) e (5) representam as leis de velocidade de segunda ordem, enquanto


que as equações (6) e (7) representam a lei de ordem zero.

A meia-vida é uma indicação útil da velocidade de reação de primeira ordem, ela


representa o tempo necessário para a concentração de um reagente diminuir até que
se atinja a metade do seu valor inicial. Em uma reação de primeira ordem a meia vida
de um reagente não depende da sua concentração inicial, já que:
1
[ A]0
2 1 (8)
kt 1 /2=−ln =−ln =ln2
[ A] 2

Isolando o tempo encontramos a equação de meia vida:

t ln 2 (9)
1/ 2=¿ ¿
k

2. OBJETIVO:

A prática tem como objetivo principal determinar a ordem de reação da decomposição


do peróxido de hidrogênio a partir da construção de três gráficos (ordem zero, primeira
e segunda ordem) e calcular o tempo de meia-vida da mesma decomposição.

3. MATERIAIS UTILIZADOS:
 7 erlenmeyers de 125 ml
 1 erlenmeyers de 250 ml
 Béqueres de 50 ml
 Pipeta graduada de 10 ml
 Pipeta volumétrica de 5,00 ml
 Bureta de 25,00 ml
 Cronômetro
 Solução de KMnO4
 Solução de H2SO4
 Solução de FeCl3 3%
 Solução de H2O2 3%

4. PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL:

Adicionou-se 5 mL de ácido sulfúrico em cada um dos 7 erlenmeyers de 125 ml


previamente numerados, no erlenmeyer de 250 ml adicionou-se 250 ml de peróxido de
hidrogênio e ajustou-se a bureta com a solução de permanganato de potássio.
Transferiu-se para o erlenmeyer de 250 ml 10 ml da solução de cloreto de ferro III
usando uma pipeta graduada disparando o cronômetro quando adicionou-se 5 mL da
solução (o cronômetro ficou ligado até o final do experimento), após a adição
homogeneizou-se a solução e esperou-se por 10 min.
Pipetou-se e transferiu-se rapidamente, utilizando a pipeta volumétrica de 5,00 mL, a
mistura reacional ao primeiro erlenmeyer de 125 mL, fez-se a titulação do peróxido de
hidrogênio com solução de permanganato anotando os tempos marcados no
cronômetro na adição da primeira e da última gota do titulante e o volume gasto do
titulante. O processo foi realizado com outros 6 erlenmeyers.

5. RESULTADOS E DISCUSSÕES

Foram anotados os volumes de solução de permanganato de potássio consumidos


durante o experimento, para as sete replicatas, assim como o tempo inicial (em que
temos a primeira gota de KMnO4 em solução de H2O2) e o tempo final (em que temos o
fim da reação de KMnO4 em solução de H2O2) para cada titulação, também foram-se
calculadas as respectivas concentrações de peróxido de hidrogênio. Os valores estão
presentes na Tabela 1, a seguir:

TABELA 1: tabela com valores obtidos no experimento e valores calculados.

Erlenmeyer Tinicial (min) Tfinal (min) Tmédio (min)


-
VKMnO4 (mL) [H2O2] (mol.L-1)
1 13,10 15,22 14,16 18,70 0,0748
2 21,43 23,47 22,45 18,88* 0,07552*
3 29,26 30,09 29,68 13,60 0,0544
4 35,40 37,10 36,25 11,30 0,0452
5 42,19 43,24 42,72 10,31 0,04124
6 48,53 50,37 49,45 9,18 0,03672
7 56,04 57,10 56,57 8,01 0,03204
(*): valor não considerado na construção do gráfico devido a erros experimentais.

Temos que o peróxido de hidrogênio (H2O2) se decompõe espontaneamente em água


e oxigênio gasoso, sendo essa uma reação lenta, segundo a seguinte equação:

1
H 2 O 2 (aq) → O2(g )+ H 2 O (l) (10)
2

Para que se fosse possível estudarmos parâmetros cinéticos dessa reação foi-se
adicionado um catalisador à solução de H2O2, no caso a espécie FeCl3, que irá
fornecer um caminho de reação diferente em que a energia de ativação para se
completar a reação é menor. Portanto, observou-se no experimento que a solução de
H2O2 deixou de ser límpida e tornou-se levemente marrom, ao passo em que se
observou um desprendimento de bolhas na solução, indicando presença de O2, sinal
que a reação está ocorrendo.

Adicionaram-se alíquotas da solução problema em sete erlenmeyers contendo H2SO4,


cuja função nesse experimento foi a de acidificar o meio para que ocorresse a reação
entre H2O2 e KMnO4 completamente, assim como fazer com que a reação principal
tornasse a ocorrer em etapa lenta, reagindo com o catalisador.

A espécie KMnO4, utilizada como titulante na titulação, reagiu com H2O2 atuando como
agente oxidante, ou seja, o manganês que estava na forma +7 passa para a forma +2,
sendo reduzido e o oxigênio vai de -1 para -2, sendo oxidado, segundo a reação global
(11):

2 KMnO 4(aq) +3 H 2 SO 4 (aq) +5 H 2 O 2 (aq) → 2 MnSO 4 (aq )+ 5O 2 (g) +8 H 2 O (l) + K 2 SO 4 (aq) (11)

Observou-se o fim da titulação quando a solução de H2O2 com ácido sulfúrico passou
de parcialmente incolor para levemente rosácea, indicando excesso de solução de
KMnO4 que possui coloração violeta.

Para se determinar as concentrações de H2O2 presentes em cada titulação ao longo


do tempo de experimento utilizou-se a relação de número de mols de cada reagente
envolvido na equação (11):

5 x n MnO 4
=2 xn H O (12)¿
−¿
2 2

Portanto, para encontrar-se a [H2O2] utilizou-se a equação (13):

5
[ H 2 O 2 ] = 2 V MnO 4
−¿
x ¿¿
¿

−¿¿
Sendo: [ MnO4 ] = 0,008 mol/L;

V H O = 0,005 L (referente à alíquota de peróxido de hidrogênio adicionada);


2 2

V MnO 4
−¿
¿ = volume consumido nas titulações presentes na TABELA 1.

A partir dos valores de concentração de H2O2 calculados e do tempo médio para cada

titulação, presentes na TABELA 1, foi possível construir três curvas de [ H 2 O 2 ] X tmédio,

ln([ H 2 O 2 ] ) X tmédio e [ H 2 O 2 ] -1 X tmédio, estando as figuras indicadas abaixo.


GRÁFICO 1: curva de [ H 2 O 2 ] X tmédio com ajuste linear
GRÁFICO 2: curva de ln([ H 2 O 2 ] ) X tmédio com ajuste linear

GRÁFICO 3: curva de [ H 2 O 2 ] -1 X tmédio com ajuste linear.


Determinou-se a ordem de reação utilizando-se o parâmetro ‘coeficiente de correlação’
(R2) que nos indica qual conjunto de dados melhor se ajusta a um modelo linear,
quanto mais próximo de 1 for o valor de R2. Segundo análise dos gráficos notou-se
que o GRÁFICO 2 é o que possui valor de R2 mais próximo de 1, após ajuste linear,
sendo R2 = 0,9923, portanto definiu-se que a ordem dessa reação de decomposição
de água oxigenada é igual a 1.

Segundo a eq. (3) temos:

[A]
ln =−kt
[ A ]'

Rearranjando essa equação para o caso de [ H 2 O 2 ] obtemos:

ln [ H 2 O 2 ] =ln [ H 2 O2 ]0−k t médio (14)

Sendo [ H 2 O 2 ] 0 a concentração de peróxido de hidrogênio no tempo t = 0, que no caso


é a concentração presente no erlenmeyer de 250 mL, tendo essa solução padrão a
concentração de 0,16 molL-1.

Igualando a eq. (14) com a obtida através do ajuste linear do GRÁFICO 2, temos que:

ln [ H 2 O 2 ] =−2,326−0,0003 x t médio =ln [ H 2 O2 ] 0−k t médio


k =3 x 10−4 s−1

Pela eq. (9) o tempo de meia vida será dado por:

1
t 1/ 2= ln 2=2310,5 s
3 x 10−4

Como sabemos que[ H 2 O 2 ] 0 corresponde à concentração de peróxido de hidrogênio no

tempo t=0, logo calculando ln [ H 2 O 2 ]0 = -2,326, temos que:

ln [ H 2 O 2 ]0 =0,0977 mol /L

Erro relativo:

0,16−0,10
∈ %= x 100 %=37,5 %
0,16

Levou-se como base nesse trabalho a concentração de solução de peróxido inicial de


0,16 mol/L, entretanto não se sabe se a solução inicial possuía de fato tal
concentração ou se já havia se degradado.

6. CONCLUSÃO

Através da prática foi possível determinarmos a ordem de ligação da reação de


decomposição do peróxido de hidrogênio, por meio da análise das curvas, cujo melhor

resultado foi a de primeira ordem, ln[ H 2 O 2 ] X tmédio, com r2 de 0,9923.

Com a ordem de ligação determinada e a equação de reta obtida pelo ajuste linear,
obtivemos o valor da constante de velocidade k e o tempo de meia vida do peróxido de
hidrogênio.

Durante a prática ocorreram alguns erros sistemáticos em relação ao procedimento de


titulação, o que ocasionou na retirada do segundo ponto da curva referente ao
segundo erlenmeyer, além de erros devido à difícil visualização do menisco por conta
da coloração da solução de permanganato; e no momento de pipetar a solução de
peróxido com catalisador de cloreto de ferro, por conta da grande liberação de
oxigênio gasoso, ocorreram diversas vezes a entrada de ar na pipeta volumétrica,
ocasionando um erro na medição do volume da alíquota, propagando erros para todas
as medições.
7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

I. http://www.dqi.iq.ufrj.br/tabela_de_potenciais.pdf
II. ATKINS, P. W.; Físico-Química, vol. 1, 8ed., Editora LTC, São Paulo, 2008
III. file:///C:/Users/usu%C3%A1rio/Desktop/UFJF/7%C2%BA%20semestre/Lab.
%20Equil%C3%ADbrio%20e%20Cin%C3%A9tica/Pr%C3%A1ticas-QUI058-
2018.pdf
IV. www.infoescola.com/quimica/dosagem-de-agua-oxigenada-por-solucao-de-
kmno4/

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