Você está na página 1de 14

UNIVERSIDADE FEDERAL DO NORTE DO TOCANTINS

CAMPUS ARAGUAÍNA
LICENCIATURA EM QUÍMICA

DISCIPLINA: QUÍMICA EXPERIMENTAL II

GUILHERME SILVA PINHEIRO


PETERSON VIEIRA DO CARMO

RELATÓRIO EXPERIMENTAL IV:


VOLUMETRIA DE OXIRREDUÇÃO

ARAGUAÍNA-TO
2022
GUILHERME SILVA PINHEIRO
PETERSON VIEIRA DO CARMO

RELATÓRIO EXPERIMENTAL IV:


VOLUMETRIA DE OXIRREDUÇÃO

Relatório apresentado por Guilherme


Silva Pinheiro e Peterson Vieira do
Carmo a disciplina de Química
Experimental II do curso de Licenciatura
em Química ministrada pelo professor
Daniel Barbosa Alcântara.

ARAGUAÍNA
2022
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO: 4

2. METODOLOGIA 5
2.1 Materiais: 5
2.2 Métodos: 6

3. RESULTADOS: 6

4. DISCUSSÕES 12

5. CONCLUSÃO 12

6. BIBLIOGRAFIA 14
1. INTRODUÇÃO:

A reação de oxirredução envolve perda e ganho de elétrons, enquanto a


substância que ganha elétrons reduz, a que perde esses elétrons oxida, em um
processo simultâneo. Outro fato crucial para o entendimento das reações de
oxirredução são os agentes oxidante e redutor, segundo Vasconcelos (2019) a. “O
agente oxidante recebe elétrons de outra espécie, sendo reduzido. O agente redutor
doa elétrons à outra espécie, oxidando-se.”. Desta forma, dependendo dos
elementos e que estão sendo trabalhados na volumetria, a solução usada para a
titulação pode ser tanto o agente oxidante quanto o redutor, no entanto, os agentes
oxidantes são mais comumentes usados como titulante pelo fato de não precisarem
de proteção contra o ar, que no agente redutor acaba reagindo e prejudicando o
titulante ( VASCONCELOS, 2019).
Para que a volumetria de oxiredução tenha um final visível e sem erros, é
necessário que a capacidade oxidante do analito e do titulante tenham o valores
mais diferente possível, ou seja, o titulante tem facilidade em perder elétrons, o
analito deve ter facilidade em receber elétrons e vice-versa (VASCONCELOS,
2019).
Já as curvas de titulação de uma volumetria de oxirredução leva no eixo “X” o
Volume de titulante gasto até atingir o ponto de equilíbrio, e no eixo “Y” o potencial
elétrico, que pode ser calculado através da equação de Nernst que é:

0,0592
E=E °+ log ¿ )
n

Abaixo está a representação de uma curva de titulação de uma reação de


oxirredução:
Figura 1 - Curva de titulação para a volumetria de oxirredução

Fonte: VASCONCELOS (2019)

Como é visto, a curva apresenta 3 regiões que podem ser observadas, que é
antes do ponto de equilíbrio, onde tem uma subida, a segunda região é o ponto de
equilíbrio onde a curva passa a ser uma linha na vertical, e a terceira região
observada é depois do ponto de equilíbrio, que é onde a curva passa a direcionar-se
para a direita (VASCONCELOS, 2019).

2. METODOLOGIA

2.1 Materiais:

● Permanganato de potássio 0,1 M ( KMn O 3)


● Ácido sulfúrico 1:4 ( H 2 S O 4 ).
● Água destilada
● Peróxido de hidrogênio 0,1 M ( H 2 O 2)
● Balão volumétrico de 500 mL, 100 mL e 10 mL
● Balança analítica.
● proveta de 25 mL
● Aquecedor.
● Erlenmeyers
● Béquer de 250 mL
2.2 Métodos:

● Foi calculado a massa necessária para fazer a solução de KMn O 3 0,1 M, o


valor encontrado foi de 7,90 g. Para que a dissolução do permanganato de
potássio acontecesse com mais facilidade, em um béquer de 250 mL foi
adicionado cerca de 200 mL de água que foi aquecido em um aquecedor;
depois que o permanganato foi totalmente dissolvido, a solução foi transferida
para o balão volumétrico de 500 mL.
● Em seguida foi produzido a solução de H 2 S O 4 1:4 para isso em um balão de
100 mL foi colocado água destilada até a metade, depois foi aferido 25 mL de
H 2 S O 4 0,1 M com uma proveta de 25 mL, essa solução foi passada para o
balão em poucas quantidades, isso porque como a mistura de ácido sulfúrico
com água se trata de uma reação exotérmica que libera bastante calor, se o
ácido fosse todo derramado dentro do balão com água corria risco de o vidro
não suportar a temperatura, ou de vazar ácido do balão. Quando todo o ácido
foi transferido para o balão volumétrico de 100 mL o balão foi completado
com água destilada.
● Em seguida, com um balão volumétrico de 10 mL foi completado com
peróxido de hidrogênio, essa solução foi transferida para um balão
volumétrico de 100 mL, onde passou por um processo de diluição.
● Depois, do balão volumétrico de 100 mL que contém peróxido de hidrogênio
foi extraído 3 alíquotas, que foram transferidas para 3 erlenmeyers, nas 3
alíquotas ainda foi adicionado 20 mL de ácido sulfúrico 1:4.
● Posteriormente a bureta foi completada com a solução de permanganato de
potássio 0,1 M, e a titulação aconteceu.
● Por último foi calculado a concentração de peróxido de hidrogênio na
solução.

3. RESULTADOS:
Neste experimento não foi necessário o uso de indicador, isso por que, como
o permanganato de potássio tem uma cor intensa, quando a amostra atingisse o
ponto de viragem, as amostras que são incolores, passaria a ter uma cor levemente
violeta, e depois de um tempo passaria para uma cor amarelo queimado, como
pode ser visto na imagem abaixo:

Figura 2 - Amostras 1, 2 e 3 após alcançar o ponto de equivalência

Os volumes de permanganato de potássio necessário para atingir o ponto de


equivalência das amostras estão listados na tabela abaixo:

Tabela 1 - Volume de permanganato de potássio necessário para atingir o ponto de equivalência


Amostras da solução de peróxido de Volume de permanganato de potássio
hidrogênio e ácido sulfúrico. necessário para atingir o ponto de
viragem, em litros (L).

Amostra 1. 0,1197

Amostra 2. 0,1158

Amostra 3. 0,1065

Para o cálculo da concentração de peróxido de hidrogênio, é preciso ter


conhecimento da massa de peróxido na solução, e para isso deve ser analisado a
equação química proveniente da reação que ocorreu durante a titulação que é :
2 KMnO 4+ 3 H 2 SO 4 +5 H 2 O2 → MnS O 4 +5 O2+ K 2 S O4 +8 H 2 O

O ponto de equivalência entre do permanganato de potássio e o peróxido de


hidrogênio pode ser representada da seguinte forma:

−¿¿

nKMn O4 ×ne−¿=n H 2 O2 ×ne ¿

Em que “n é o número de elétrons e “ne−¿¿ ” é a quantidade de elétrons que foi


doado ou recebido, nos produtos ou reagentes. Analisando o número de oxidação
(NOX)de cada elemento da equação, percebe-se que os únicos elementos que
tiveram alterações em seu NOX foi o Mn que teve uma redução de 7 para 2, isso
significa que ele ganhou 5 elétrons, desta forma reduzindo-se, já o oxigênio, passou
de -2 para 0, isso significa que o elemento perdeu 2 elétrons, sendo assim o termo
que se oxidou. Desta forma a fórmula do número de mols no ponto de equivalência
(PE) passa a ser:

nKMn O4 ×5=n H 2 O2 ×2

Como a variável necessária para o cálculo da concentração de peróxido de


hidrogênio é a sua própria massa, número de mols para o as variáveis do lado
m
direito da igualdade da equação acima vai ser dada pela fórmula em que “m” é
mm
massa e “mm” massa molar. Já para os termos do lado esquerdo da equação do
número de mols no ponto de equivalência, número de mols será dado por M × V ,
onde “M” é molaridade e “V” é volume, sintetizando tudo isso a fórmula passa a ser:

m H 2 O2
MKM nO 4 × VKMnO 4 ×5= ×2
mm H 2 O 2

Isolando a massa do peróxido de hidrogênio, a fórmula passa a ser:

MKMn O4 ×VKMnO 4 × 5 ×mm H 2 O2


m H 2 O 2=
2
Realizando os cálculos para as 3 amostras, as massas encontradas foram:

Tabela 2 - Massa de peróxido de hidrogênio obtido em 25 mL das amostras


Amostras de solução de peróxido de Massa de peróxido de hidrogênio em 25
hidrogênio e ácido sulfúrico. mL, nas amostras, em gramas (g)

Amostra 1 1,0178

Amostra 2 0,984

Amostra 3 0,905

Com as massas das amostras, é possível calcular as concentrações, no


entanto, deve-se observar que essa massa é correspondente apenas a 25 mL da
amostra que foi tirado dos 100 mL, ou seja, para o valor de massa que é preciso
para o cálculo de concentração, é o que está em 100 mL, mas tendo o
conhecimento da massa que contém em 25 mL da amostra, para descobrir basta
realizar regra de 3 da seguinte forma:

m1 一一25 mL
X 一一 100 mL

Onde “m1” é a massa em 25 mL, e “X”, a massa em 100 mL, realizando os


cálculos, chega-se as seguintes massa para 100 mL de solução:

Tabela 3 - Massa de peróxido de hidrogênio presente em 100 mL das amostras


Amostras de solução de peróxido de Massa de peróxido de hidrogênio em
hidrogênio e ácido sulfúrico. 100 mL da solução em gramas (g)

Amostra 1 4,0712

Amostra 2 3,936

Amostra 3 3,62
Com as massas para 100 mL da solução, para encontrar a concentração,
basta usar a fórmula:

m( g)
C= × 100 %
V (mL)

Os valores das concentrações encontradas através dos cálculos foram:

Tabela 4 - Concentração percentual de peróxido de hidrogênio presente nas amostras


Amostras da solução contendo peróxido Concentração percentual de peróxido
de hidrogênio e ácido sulfúrico. de hidrogênio.

Amostra 1 41,71%

Amostra 2 39,36%

Amostra 3 36,2%

Para o peróxido de hidrogênio comercial, que é conhecido como água


oxigenada, a medida que é encontrada é em volumes como pode ser visto no rótolo
abaixo
Figura 2 - água oxigenada

Fonte: Google imagens

Esse volume expressos no rótulo, significa que em 1 L dessa solução tem


capacidade de liberar 20 L de gás oxigênio, e isso pode ser confirmado analisando a
estequiometria da reação que acontece quando a água oxigenada entra em contato
com a luz que é:

2 H 2 O2 →2 H 2 O❑ +O2

Como é visto 2 mols de peróxido de hidrogênio, forma 1 mol de gás oxigênio, e


como se sabe, 1 mol de qualquer gás é 22,4 L. No rótulo também é possível ver 6%,
que corresponde a 6% de 1 Kg, que é 60g, fazendo os cálculos da seguinte regra de
3 chega-se aos 20 volumes:

68 g ーー 22,4 L
60 g ーー X

Sabendo a concentração percentual do peróxido de hidrogênio comercial,


que é de 6%, com uma simples regra de 3 pode-se chegar quantidade de volume de
gás oxigênio que seria liberado em um litro da amostra de peróxido produzido, a
fórmula para o cálculo é:

6 % 一 20V
X 一Y

Em que “X” é as concentrações percentuais das amostras que foram


encontradas, e “Y” é a quantidade de volumes que esse percentual vai produzir. Os
valores dos volumes encontrados estão listados na tabela abaixo:

Tabela 5 - Volumes obtidos através da comparação com o reagente comercial


Amostras da solução de peróxido de Quantidade de volumes.
hidrogênio e ácido sulfúrico.

Amostra 1 134,7V

Amostra 2 131,2V

Amostra 3 120V

Para o cálculo da média dos volumes, a fórmula usada é:

X 1+ X 2+ X 3+... Xn
M é dia=
n
Onde “x” é os volumes, e “n” a quantidade de volumes, para o desvio padrão
a fórmula é:


2
Σ( x−m)
Dp=
n

Ao realizar os cálculos chega-se a uma média e desvio padrão como sendo


128,63 e 7,67 respectivamente.

4. DISCUSSÕES

Em relação a todo o processo experimental, ele ocorreu totalmente de


acordo com o esperado, não foi presenciado nenhuma anomalia durante as práticas
que interferissem diretamente com o resultado de cada titulação, fator esse possível
de ser observado através dos desvios padrões que estiveram totalmente de acordo
com o que se esperava.
Referente aos resultados obtidos com a prática, é possível ver que o volume
obtido experimentalmente por meio da comparação com o reagente comercial, nos
permite inferir que as amostras analisadas apresentam uma concentração bem
distante do que é visto no reagente comercial, podendo ver no mínimo um aumento
de 5X mais volume para a mesma concentração de reagente comercial.
Este fator, que comprova a alta concentração das amostras analisadas,
explica o fato da necessidade de uma grande quantidade de titulante para se
alcançar o ponto de viragem das das amostras, pois como temos uma relação de
1:1, significa que para titular uma amostra bastante concentrada, será necessário a
mesma quantidade de titulante para tal feito.

5. CONCLUSÃO

Por fim, é possível concluir que todo o experimento realizado ocorreu


conforme o esperado, isso por não ter surgido durante as práticas nenhuma
anomalia que atrapalhou durante a titulação das amostras, como por exemplo, a
contaminação de vidrarias e reagentes, por meio da titulação, foi possível chegar a
conclusão de que as amostras no qual foram analisadas apresentaram uma
concentração exorbitante quando comparamos com o que é comercializado para o
público, sendo o valor mais inferior 5X mais concentrado do que a amostra
comercial, um fator que poderia ter sido previsto devido a quantidade de reagente
que foi utilizado na titulação, isso porque na reação que ocorre durante as soluções
têm caráter proporcional de 1:1.
6. BIBLIOGRAFIA

SKOOG, D. A. et al. Fundamentos de Química Analítica. 8 ed. São Paulo: Editora


Thomson, 2006.

VASCONCELOS, N. M. S. Fundamentos de química Analítiva Quantitativa. 2 ed.


Fortaleza: EdUECE, 2019.

Você também pode gostar