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UNIVERSIDADE FEDERAL DO MARANHÃO - UFMA

CENTRO DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLOGIA –


DEPARTAMENTO DE TECNOLOGIA QUÍMICA

Danilo Ferreira
Emanoel Araujo
Maiane Nunes
Rogerio de Melo

Determinação do
teor de peróxido de
hidrogênio na água
oxigenada comercial

São Luís - 2023


Danilo Ferreira
Emanoel Araujo
Maiane Nunes
Rogerio de Melo

Determinação do
teor de peróxido de
hidrogênio na água
oxigenada comercial
Relatório técnico apresentado como requisito
parcial para obtenção de aprovação na disciplina
Química Analítica I, no Curso de Engenharia
Química, na Universidade Federal do Maranhão.

Prof. Dr. Claudemir Gomes de Santana

São Luís - 2023


3

1 INTRODUÇÃO

A gravimetria é uma técnica essencial na química analítica que se concentra


na determinação quantitativa de um analito, geralmente um elemento ou composto
específico, com base na medida da massa do precipitado formado a partir de uma
reação química [1]
. Essa técnica é amplamente empregada em laboratórios de
química, especialmente na análise de amostras de alta pureza, e desempenha um
papel crucial em várias áreas da ciência e da indústria, incluindo a química
ambiental, farmacêutica, metalurgia, geologia, alimentos, e muito mais [3].
Envolve a separação do analito da matriz da amostra em um composto sólido
insolúvel. Isso é alcançado por meio de uma reação química cuidadosamente
escolhida, na qual o analito é transformado em um precipitado, que é então isolado,
lavado, seco e pesado com alta precisão. A massa do precipitado é diretamente
proporcional à quantidade do analito presente na amostra, tornando a gravimetria
um método quantitativo confiável [3].
Esta técnica é frequentemente usada em casos em que métodos
instrumentais, como espectroscopia ou cromatografia, podem não ser aplicáveis ou
adequados devido a limitações específicas [1]
. A gravimetria é especialmente útil na
análise de amostras que contêm altas concentrações do analito de interesse, bem
como em situações em que a exatidão e a precisão são essenciais.
Além disso, a gravimetria em química analítica pode ser aplicada em
diferentes contextos, como a determinação de impurezas em amostras metálicas, a
análise de poluentes em águas, a avaliação da composição de minérios e muitos
outros cenários em que a quantificação precisa de um analito é fundamental [3]. Essa
técnica oferece a vantagem de não depender de padrões ou calibrações, uma vez
que a quantidade do analito é determinada diretamente pela massa do precipitado
[2].
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2 OBJETIVOS

 Obter um precipitado puro;


 Analisar quantitativamente através da gravimetria um precipitado químico;

3 MATERIAIS E MÉTODOS

3.1 Equipamentos, materiais, reagentes e vidrarias

 Cromato de potássio;
 Água Destilada;
 Cloreto de bário;
 Bastão de vidro;
 Becker;
 Funil de separação;
 Vidro de relógio;
 Papel de filtro;
 Balança analítica;

3.2 Procedimento experimental

Inicialmente, pesou-se 0.8007g de cromato de potássio em uma balança


analítica. Depois o conteúdo foi transferido para um becker e logo após foram
adicionados 100mL de água destilada nesse mesmo becker. Com o auxílio de um
bastão de vidro, a solução foi agitada até a dissolução completa.
Logo após, pesou-se 0.6183g de cloreto de bário em uma balança analítica. O
conteúdo foi transferido para um becker e em seguida foram adicionados 50 mL de
água destilada no becker, e com o auxílio de um bastão de vidro, a solução foi agitada
até a dissolução completa.
Em seguida, pesou-se o papel de filtro e o valor fora anotado. Depois o papel de
filtro fora dobrado e adaptado para por no funil de separação, montando o sistema de
filtração. Logo após, a solução de cloreto de bário foi adicionada a solução de cromato
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de potássio e em seguida, a solução foi agitada com o auxílio de um bastão de vidro.


Por fim, a solução fora sendo aos poucos levadas ao sistema de filtração.
Ao final da filtração, o precipitado foi recolhido e colocado em um vidro de relógio
para ser levado a estufa para secagem. O precipitado foi secado em estufa e por fim
pesado em uma balança analítica.
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4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

4.1 Experimento:Determinação do teor de peróxido de hidrogênio na água


oxigenada comercial

A prática experimental fora desenvolvida em duas bancadas, em dois grupos


distintos, em duplicata, nesse sentido, fora necessária a síntese de mais solução de
permanganato de potássio (KMnO4) para suprir as duas etapas (desenvolvidas ao
todo pelas duas bancadas, pelos dois grupos) restantes da duplicata.

Contudo, o preparo dessa solução só afetou a segunda etapa da duplicata,


visto que a quantidade de permanganato de potássio (0.02 mol/L) fora o bastante
para a primeira etapa em ambas as bancadas. O processo de preparo da solução
fora demorado em relação ao tempo da prática experimental, requereu cautela da
discente na pesagem da massa, adição de solvente e então agitação do balão
volumétrico pelo docente; a concentração fora estimada como dez vezes maior, vide
a coloração mais escura do solvente nessa segunda etapa [n] (conforme ilustrado na
figura 1) que em relação a solução da primeira etapa (cálculos detalhados na
subseção a seguir). A reação química, balanceada (para relações estequiométricas
futuras) que descreveria o sistema seria[n]:

2KMnO4 + 5H2O2 + 6H+→ 2Mn2+ + 8H2O + 5O2 + 2K+

Figura 1 – Solução aquosa de permanganato de potássio (0.2 mol/L) aplicada na


segunda etapa

Fonte: Próprios Autores, 2023.


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4.1.1 Determinação do teor de peróxido de hidrogênio na água oxigenada comercial:


Cálculos estequiométricos e análise quantitativa para a amostra 1

Para cálculos estequiométricos envolvendo a amostra 1, primeiro fora


necessário determinar o volume de permaganato de potássio (KMnO4) reagido até
ponto de viragem (para o rosa)[n] , conforme os coeficientes estequiométricos
conhecidos da reação química no sistema [n]; o volume fora de aproximadamente
21.3 mL, uma quantidade relativamente alta, possivelmente por conta da pureza do
reagente presente na bureta, ou da solução preparada no primeiro recipiente
(Erlenmeyer); essa quantidade viria a ser comparada com um volume padrão de
1000 mL[n], assim como a concentração da solução utilizada nessa etapa (0.02
mol/L, o que significaria uma quantidade de matéria de 0.02 mols para cada litro de
solução).

n 1, KMnO n padrão , KMnO 0.02 ∙ 21.3


4
= 4
→n = → n1 , KMnO =0.000426 mols
v Experimental v padrão 1 , KMnO4 1000 4

Essa quantidade de matéria significa o quanto de permanganato reagiu com


peróxido, nesse sentido, para obtenção da quantidade de matéria relativa ao
reagente peróxido para a amostra 1, bastaria comparar a proporção de
permanganato (2 mols conforme descrito na reação química) com peróxido (5 mols)
[n]
.

n1 , H O n 1, KMnO 5∙ 0.000426
2 2
= 4
→ n1 , H O = →n 1, H O =0.001065 mols
n padrão , H 2 O2 n padrão, KMnO 4
2 2
2 2 2

A partir desse valor de quantidade de matéria para o peróxido (H 2O2), seria


possível estimar a quantidade de matéria para um volume de 100 mL conforme os
parâmetros obtidos.
n1 ,100 , H O v estimado 0.001065 ∙100
2 2
= → n1,100 , H O = → n1,100, H O =0.01065 mols
n1 , H 2 O2 v amostra, 10 2
10 2 2 2
8

Dessa forma, um valor de concentração em função do volume (mols/L)


poderia ser estimado para fins quantitativos, obedecendo a Lei da Conservação das
Massas[n].
0. 01065 ∙ 100 0
c 1 , v, H O2 ∙ v amostra ,10=n1,100 , H O2 ∙ v padrão → c 1, v , H O = →
2 2 2 2
10
c 1 , v, H O =1 . 065 mols / L
2 2

Nesse sentido, um valor de concentração em função da massa (g/L) poderia


ser obtido para fins quantitativos, conhecida a massa molar do peróxido de
hidrogênio (próxima de 34.02 g/mol)[n].
1 . 065∙ 34.02
c 1 ,m , H O2 ∙ n padrão=c 1 , v, H O2 ∙ MM H O2 → c 1 ,m , H O = →
2 2 2 2 2
1
c 1 ,m , H O =36 .2313 g/ L
2 2

Por fim, o teor percentual de peróxido poderia ser calculado e comparado,


para a primeira amostra, com o teor padrão (comercial, recomendado para água
oxigenada, cerca de 3.2 %)[n], em termos de unidade massa (g) por volume (1000
mL, padrão de 1 L).
m1 , H O 36.2313
teor 1 ,% , H O =100 ∙ → teor1 , % , H O =100 ∙
2 2

2 2
v padrão 1 000 2 2

teor 1 ,% , H O =3 . 62313 %2 2

teor 1 ,% , H O2 3.62313 teor 1 ,% ,H O


teor padrão ,% , H O2 ≅ 3.2 % → 2
= ∴ ≅ 1.13 2 2

2
teor padrão ,% ,H 2 O2 3.2 teor padrão ,% , H O 2 2

Assim, o teor de peróxido encontrado na primeira amostra superaria o


recomendado para água oxigenada comercial em cerca de 13 %. O aspecto da
solução no momento da viragem estaria próximo de um rosa em tom enfraquecido
(conforme descrito na figura 2), o que condiz com a baixa concentração adotada [n],
embora o teor supere percentualmente o razoável para um produto industrial.
9
Figura 2 – Solução titulada (analito), primeira amostra

Fonte: Próprios Autores, 2023.

4.1.2 Determinação do teor de peróxido de hidrogênio na água oxigenada comercial:


Cálculos estequiométricos e análise quantitativa para a amostra 2

Conforme mencionado anteriormente, devido ao esgotamento do reagente


permaganato de potássio (KMnO4) cuja concentração fora de 0.02 mols/L, pesaram-
se 15.822 g desse sal para preparo de uma nova solução, contudo, cerca de dez
vezes mais concentrada (0.2 mols/L) conforme estimado pela Lei da Conservação
das Massas[n] ao invés de 1.5822 g, e considerando a massa molar do permanganato
próxima de 158.03 g/mol[n].

mestimada , KMnO 1.5822


c 2 ,estimada , KMnO = 4
→ c 2 , estimada, KMnO = →
4
MM KMnO ∙ v padrão ,500
4
4
158.03∙ 0.5

c 2 ,estimada , KMnO ≅ 0.02002 mols/ L


4

Entretanto, a concentração utilizada estava mais próxima de:

m2 , KMnO 15 . 822
c 2 , KMnO = 4
→ c 2 ,estimada , KMnO = →
4
MM KMnO ∙ v padrão , 500
4
4
158.03 ∙ 0.5

c 2 , KMnO ≅ 0.2002 4 mols /L


4

Dessa forma, para um volume titulado de cerca de 2.4 mL (cerca de dez


vezes menor que em relação a primeira amostra, conforme esperado, dada a

concentração mais elevada da segunda amostra), e uma concentração de 0.2 mols/L,


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fora possível estimar a quantidade de matéria de permanganato (KMnO4) reagida até
o ponto de viragem (para o rosa bem escuro, praticamente avermelhado), para 1 L
(1000 mL) de solução[n] contida no segundo Erlenmeyer.

n 2, KMnO n padrão , KMnO 0.2 ∙ 2.4


4
= 4
→n = → n2 , KMnO =0.0004 8 mols
v Experimental v padrão 2 , KMnO4 1000 4

Nesse sentido, para obtenção da quantidade de matéria relativa ao reagente


peróxido para a amostra 2, seguindo a proporção dos coeficientes estequiométricos,
titulante-analito (permanganato-peróxido), de 2:5[n] estaria em torno de:

n2 , H O2 n 2, KMnO 5∙ 0.0004 8
2
= 4
→ n2 , H O = → n2 , H O =0.001 2mols
n padrão , H 2 O2 n padrão, KMnO 4
2 2
2 2 2

Mediante esse valor de quantidade de matéria de peróxido (H2O2), seria


possível estimar a quantidade de matéria para um volume de 100 mL.
n2 ,100 , H O v estimado 0.001 2∙ 100
2 2
= →n 2, 100, H O = → n2 , 100, H O =0.01 2 mols
n2 , H 2 O2 v amostra, 10 10 2 2 2 2

Assim, um valor de concentração em função do volume (mols/L) poderia ser


calculado para estimativa quantitativa.
0.01 2∙ 1000
c 2 , v ,H O2 ∙ v amostra ,10=n2 , 100, H O2 ∙ v padrão → c 2 ,v , H O = →
2 2 2 2
10
c 2 , v ,H O =1.2 mols /L
2 2

Dessa forma, um valor de concentração em função da massa (g/L) poderia


ser determinado, conhecida a massa molar do peróxido de hidrogênio (próxima de
34.02 g/mol)[n].
1. 2∙ 34.02
c 2 ,m ,H O2 ∙ n padrão=c 2 , v, H O2 ∙ MM H O2 → c 2 ,m ,H O = →
2 2 2 2 2
1
c 2 ,m ,H O =40 . 824 g/ L
2 2

Então, o teor percentual de peróxido poderia ser calculado e comparado,


para a segunda amostra, conforme os parâmetros já aplicados nos cálculos
relacionados ao teor da primeira amostra na seção anterior.
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m2 , H O2 40.824
teor 2 ,% , H O =100 ∙ 2
→ teor2 , % , H O =100 ∙ →
2 2
v padrão 2 2
1000

teor 2 ,% , H O =4.0824 %
2 2

teor 2 ,% , H O2 4.0824 teor 2 ,% , H O


teor padrão ,% , H 2 O2
≅ 3.2 % → 2
= ∴ 2 2
≅ 1.27575
teor padrão ,% ,H 2 O2
3.2 teor padrão ,% , H 2 O2

Nesse cenário, o teor de peróxido encontrado na segunda amostra superaria


o recomendado para água oxigenada comercial em cerca de 27.6 %. O aspecto da
solução no momento da viragem estaria próximo de um rosa em tom vibrante,
praticamente avermelhado (conforme descrito na figura 3), o que poderia ocorrer por
conta das avarias do reagente permanganato de potássio, já desgastado e com
certas impurezas; o teor nesse cenário supera em muito o razoável para um produto
industrial.

Figura 3 – Solução titulada (analito), segunda amostra

Fonte: Próprios Autores, 2023.


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5 CONCLUSÕES

O experimento demonstrou resultados correpondentes as avarias eventuais


durante seu respectivo desenvolvimento, tais como, a presença de bolhas durante
preparo da primeira amostra, antes da adição de catalisador (ácido sulfúrico H 2SO4,
3 molar) o que indicaria a presença de contaminantes no produto utilizado (água
oxigenada) nessa etapa em questão; além de possíveis disparidades durante a
determinação da massa, concentração da solução para a segunda amostra.

Entretanto, os teores encontrados, de cerca de 3.6 % e 4.1 % para as


amostras 1 e 2, respectivamente, denotam a relevância de se compreender as
variáveis que compões um sistema químico durante o processo de titulação,
portanto, de análise quantitativa, do ponto de vista comercial, as soluções seriam
“inaptas”, mas, essa perspectiva nunca fora a pretendida visto que os conceitos
envolvendo a determinação do teor de peróxido na água oxigenada foram
devidamente explorados, observados e possivelmente, aproveitados enquanto
construtos para cenários futuros, o que corroboraria para uma experimentação mais
precisa, tal qual a exigida no mercado industrial.
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REFERÊNCIAS

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SUBSTITUÍDAS

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SUGESTÃO: REPETIR PROCESSO VARIANDO NÚMERO DAS REFERÊNCIAS


PRA EVITAR MICARETA NA HORA DA PONTUAÇÃO

“Vou corrigir no esculacho.”


Um Calvo do Castelo Rá-Tim-Bum, 2023.
14

[n]
FOGAÇA, Jennifer Rocha Vargas. Cálculos envolvidos na titulação. [S. D.]. Disponível
em: . Acesso em: 19 Nov. 2023.
[n] MARTINS, R. A.; MARTINS, L. C. P. Lavoisier e a conservação da massa. Química Nova. 16
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MORITA, T.; ASSUMPÇÃO, R. M. V. Manual de Soluções, Reagentes e Solventes.
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[n]
NOVAIS, Stéfano Araújo. Lei de Lavoisier. Disponível em:
https://brasilescola.uol.com.br/quimica/lei-lavoisier.htm . Acesso em: 19 Nov. 2023.

https://www.abq.org.br/cbq/2018/trabalhos/4/1535-25746.html#:~:text=O%20percentual
%20de%20H2O2%20para,100%20%3D%203%2C2%25.

LENZI, E; FAVERO, L. O. B; FILHO, E. A. V; SILVA, M. B. DA; GIMENES, M. J. G. Química Geral


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