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Princípios e métodos de química

Entalpia de solução

Francisca Coelho, nº45822


Madalena Frade, nº45331
Curso: Biotecnologia
Turma A 4ªfeira 14h-16h

Docente:​ Paulo Mendes

6 de novembro de 2019

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Objetivo:
Determinação da entalpia de solução do ácido benzoico em água, a partir da variação
da solubilidade com a temperatura.

Procedimento experimental
1. Preparação da solução saturada de ácido benzoico.
2. Padronização da solução de hidróxido de sódio.
- Pesou-se 3 amostras de 0.250 , 0.251 , 0.250 g de hidrogenoftalato de
potássio, em 3 balões Erlenmeyer de 250 cm3 .
- Juntou-se 40 cm3 de água destilada e 3 gotas de fenolftaleína a cada amostra
e agitou-se até o sólido se dissolver completamente.
- Titulou-se cada amostra de hidrogenoftalato de potássio até ao ponto final e
tomou-se nota do volume de titulante gasto. Terminou-se as titulações
quando a cor rósea persistiu na solução.
3. Titulação da solução saturada de ácido benzoico.
- Colocou-se na extremidade de uma pipeta de 25 cm3 um tubo de
borracha com algodão no seu interior.
- Encheu-se a pipeta com uma amostra de solução saturada de ácido
benzoico contida no balão de Erlenmeyer no banho termostatizado.
- Retirou-se o tubo de borracha e verteu-se o conteúdo da pipeta para
um balão de Erlenmeyer de 100 cm3 .
- Encheu-se uma pipeta de 10 cm3 com etanol e verteu-se o seu
conteúdo para o interior da pipeta usada para a lavar.
- O etanol da lavagem foi recolhido para o balão de Erlenmeyer que
continha a amostra de solução de ácido benzoico. Juntou-se 15 cm3 de
água destilada e 3 gotas de fenolftaleína e agitou-se.
- Titulou-se a amostra com a solução de hidróxido de sódio previamente
padronizada.
- Repetiu-se o procedimento mais duas vezes para a mesma temperatura
e registou-se os valores na tabela da turma.

Reagentes
- Ácido benzoico ( C 7 H 6 O2 )
- Hidróxido de sódio ( N aOH )
- Hidrogenoftalato de potássio ( C 8 H 5 KO4 )
- Fenolftaleína

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Material
- Balança digital (Mettler Toledo)
- Termostato

Resultados e discussão

Grupo Ensaio [NaOH] mol/ dm3


1 2 3

I mKHP (g) 0,251 0,250 0,249 0,135


V N aOH (mL) 8,8 9 9,3

II​ ​ mKHP (g) 0,250 0,251 0,250 0,123


V N aOH (mL) 9,5 9,5 10,6

III mKHP (g) 0,249 0,255 0,254 0,125


V N aOH (mL) 9,3 9,1 9,5

IV mKHP (g) 0,2557 0,2533 0,2514 0,117


V N aOH (mL) 10 10,2 10
Tabela 1: Dados relativos à massa de KHP e volume de NaOH dos diferentes grupos da turma

Grupo Temperatura V N aOH (ml/Ensaio) V N aOH (ml) X AB


1 2 3

I 31,1ºC 7,9 7,7 8,1 7,9 7,6 × 10−4

​II 22,1ºC 5,7 6,1 6,1 5,96 5,2 × 10−4

III 40,6ºC 9,5 9,0 9,7 9,4 8,5 × 10−4

IV 34,3ºC 9,1 9,0 8,4 8,8 7,48 × 10−4


Tabela 2: Dados dos diferentes grupos da turma

Ao titular hidróxido de sódio (titulante) e hidrogenoftalato de potássio (titulado)


acontece a seguinte reação química:
C 8 H 5 KO4 (aq) + N aOH (aq) ↔ N aC 8 H 3 KO4 (aq) + H 2 O (l)
e a partir desta conseguimos, analiticamente, padronizar o hidróxido de sódio.
Utilizando os valores obtidos chega-se a uma [NaOH] rigorosa.

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Conhecida a massa do KHP e a sua massa molar, calcula-se o número de moles para
cada ensaio e, posteriormente a sua concentração de NaOH.
Massa molar (KMP) = 204,22 g/mol [1]

Ensaio 1
0,250
n= Mm
= 204,22 = 0, 00122 mol = 1, 22 × 10−3 mol KHP
1,22×10−3
cN aOH = n
V = 9,5×10−3
= 0, 128 mol/dm3

Ensaio 2
0,251
n= Mm
= 204,22 = 0, 00122 mol = 1, 22 × 10−3 mol KHP
1,22×10−3
cN aOH = n
V = 9,5×10−3
= 0, 128 mol/dm3

Ensaio 3
0,250
n= Mm
= 204,22 = 0, 00122 mol = 1, 22 × 10−3 mol KHP
1,22×10−3
cN aOH = n
V = 10,6×10−3
= 0, 115 mol/dm3

0,128+0,128+0,115
Médias das concentrações de KHP [N aOH]média = 3 = 0, 123 mol/dm3

Ao titular uma amostra de ácido benzoico saturado com o hidróxido de sódio


previamente padronizado, ocorreu a seguinte reação química:
N aOH + C 7 H 6 O2 (aq) ↔ N aC 7 H 5 O2 (aq) + H 2 O (l)

O número de moles do ácido é igual ao número de moles da base ( nN aOH = nC 7 H 6 O2 )


nN aOH = 5, 96 × 10−3 × 0, 123 = 0, 00073 mol = nácido benzoico

V água = 25cm3
Densidade da água a 22,1ºC = 0,9978 [2]
ρ = Vm ⇔ mágua = 0, 9978 × 25 = 24, 945 g
m 24,945
n= M = 18,01528 [3] = 1, 3847 mol água

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Solubilidade em fração molar
Para se calcular o valor da fração molar faz-se o quociente entre o número de moles
do soluto e o número de moles do soluto mais o número de moles do solvente:
nácido benzoico 0,00073
χ= nácido benzoico +nágua
= 0,00073+1,3847
= 5, 26 × 10−4

Verifica-se que a solubilidade varia em função da temperatura. Quanto mais alta for
a temperatura da solução de ácido benzoico maior será a sua solubilidade.

Para determinar a entalpia de solução foram utilizados os dados dos diferentes


grupos da turma para conseguirmos obter o gráfico 1
Grupo I Grupo II Grupo III Grupo IV

ln (x) -7,182 -7,562 -7,07 -7,198

1/T (K) 0,0033 0,0034 0,0032 0,0033


Tabela 3: Valores de ln x e 1/T dos diferentes grupos da turma
31,1ºC= 304,150 K
22,1ºC = 295,150 K
40,6ºC = 313,150 K
34,3ºC = 307,150 K

​Gráfico 1: ln(x) em função do inverso da temperatura em Kelvin

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A entalpia pode ser calculada se conhecermos a variação da fração molar do ácido
benzoico em função da temperatura, através de uma equação do tipo da equação de
Θ Θ
ΔH SOL ΔH SOL 1
Van´t Hoff : ln x =− RT + const. ⇔ ln x =− R × T + const
Θ
onde ΔH SOL é a entalpia de solução padrão por mole à temperatura T, x é a fração
molar do ácido benzoico, R é a constante universal dos gases perfeitos. [4]
Θ
O valor de ΔH SOL pode ser calculado através do declive da reta obtida no gráfico 1.

Θ Θ
ΔH SOL ΔH SOL Θ
− 2423, 4 =− R ⇔− 2423, 4 =− 8,31 ⇔ ΔH SOL = 20138, 454 J/mol
Θ
ΔH SOL = 20, 138454 kJ/mol

Comparando o valor obtido experimentalmente e o valor reportado na leitura


Θ
( ΔH SOL = 27, 2 kJ/mol ) conclui-se que houve uma diferença relacionada com alguns
erros experimentais.

Na presente atividade laboratorial, foi usado o algodão com a finalidade de pipetar a


solução de ácido benzóico, pois o mesmo serve de filtro, uma vez que a solução
estava saturada e tinha precipitado. Ainda nesta atividade, foi utilizado o etanol para
a higienização da pipeta, pois este ajuda na dissolução do ácido benzóico.

Conclusões
Com este trabalho foi possível determinar a variação da entalpia de solução que era
o principal objetivo. O valor experimental diferiu do valor tabelado e conclui-se que
este valor esteve sujeito a erros experimentais.
A entalpia calculada é positiva, ou seja, estamos perante um processo endotérmico.
Concluímos que a relação entre a temperatura e a solubilidade é diretamente
proporcional pois, quando uma aumenta a outra também aumenta.

Referências bibliográficas
-​Protocolo do trabalho laboratorial nº3 – Entalpia de solução
https://fenix.tecnico.ulisboa.pt/downloadFile/1970943312314771/PEQ%20Capitulo
%203.pdf​ (Acedido em 14 de novembro de 2019)
https://www.soq.com.br/conteudos/em/termoquimica/p4_2.php​ (Só Química,
acedido em 14 de novembro de 2019)

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Anexos
[1]
http://www.merckmillipore.com/INTERSHOP/web/WFS/Merck-CH-Site/de_DE/-/CHF
/ShowDocument-File?ProductSKU=MDA_CHEM-104874&DocumentType=MSD&Doc
umentId=104874_SDS_PT_PT.PDF&DocumentUID=342156&Language=PT&Country=
PT&Origin=PDP

[2] ​https://edisciplinas.usp.br/mod/resource/view.php?id=182803

7
[3]

[4] ​http://educacao.globo.com/fisica/assunto/termica/gases-ideais.html

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