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Alunos: Isabel Macedo da Costa e Jean Araujo Hauradou.


Data: 10 de setembro de 2023.
Professor: Elson Almeida.
TÍTULO
Calor de dissolução.
RESUMO
O ácido benzoico (C6H5COOH) é um composto orgânico sólido cristalino e é
amplamente utilizado como conservante de alimentos, além de ter várias outras
aplicações industriais. A entalpia de dissolução do ácido benzoico é a quantidade de
calor liberada ou absorvida durante o processo de dissolução do ácido benzoico em
água. O presente relatório teve como o objetivo avaliar a entalpia de reação de
dissolução do ácido benzoico em diferentes temperaturas, sendo 25°C, 30°C e 45°C.
Contudo, constatou-se que a temperatura estimula a dissolução do ácido benzóico na
água, quebrando suas ligações. As concentrações para as amostras foram calculadas
para dissolução para cada uma das temperaturas, apresentando concentrações em
(mol/L) de 0,0328, 0,0428 e 0,0580 respectivamente, além de sua massa, que
apresentou 0,395g, 0,523g e 0,708g respectivamente. A entalpia de dissolução
encontrada foi de 22.994 J/mol ou 22,994 KJ/mol valor com pouca proximidade aos
valores encontrados na literatura, que é de aproximadamente 30 J/mol.

INTRODUÇÃO
A termoquímica é um ramo da termodinâmica responsável por analisar os
diversos processos reacionais com relação à absorção e a liberação de energia térmica.
Tais processos podem ser exotérmicos, onde acontece a liberação de calor, ou
endotérmicos, ocorrendo à absorção de calor. Na termodinâmica, este conteúdo
energético que os reagentes e produtos possuem é denominado de ENTALPIA (H). A
diferença entre os conteúdos energéticos entre os reagentes e produtos é denominada
de variação de entalpia (H), desde que a reação ocorra sobre pressão constante. Na
termoquímica o interesse é a quantidade de energia térmica envolvida na reação
química, porém deve-se considerar outros fatores que influenciam diretamente no
valor da variação da entalpia (H) da reação. Os principais fatores que afetam o valor
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do H são: estado de agregação dos participantes da reação, sua forma alotrópica,


quantidade dos participantes, temperatura e pressão do sistema [1].
Para estudar o calor que é absorvido ou liberado nas reações químicas emprega
se a termodinâmica, que faz parte de um ramo da termoquímica, pois suas reações
acontecem em um sistema, reações estas que induzem a troca de energia do mesmo
com sua vizinhança. O processo que libera calor denomina-se exotérmico enquanto o
processo que absorve calor denomina-se endotérmico, e isso em forma quantitativa
significa que a entalpia pode aumentar ou diminuir de acordo com cada processo, isto
é, no primeiro processo citado anteriormente, a pressão constante, a entalpia é
negativa e ocorre o inverso quando o calor é absorvido, a entalpia é positiva [2].
O calor de dissolução de uma substância é a variação de entalpia que resulta da
formação de uma solução de concentração especificada. Importante, por indicar o
calor integral e diferencial da dissolução. Onde o primeiro, é o calor absorvido ou
liberado, quando um mol de soluto se dissolve numa quantidade de solvente,
adequada para uma dissolução de concentração desejada; e o segundo, o calor
absorvido, quando um mol de soluto se dissolve numa quantidade de dissolução, tal, e
sem apreciáveis modificações de concentração. Dessa forma pode-se representar a
dissolução de soluto que compõe uma solução saturada da seguinte forma: A condição
de equilíbrio requer que o potencial químico do soluto seja o mesmo em ambas as
fases, isto é,
μ₂(sólido, T, P) = μ₂(X₂,T,P). Precisa de numeração

Sendo que as equações que irão ser utilizadas na prática foram deduzidas a
partir do potencial químico, após todas as deduções utilizadas obteve-se a equação a
seguir:
𝜕(𝑙𝑛𝑆) △ 𝐻𝑑𝑖𝑠𝑠
=
𝜕(1/𝑇) 𝑅
Onde △Hdiss, é a variação de entalpia envolvida na dissolução de um soluto para
formar uma solução saturada. Para se obter um resultado mais preciso é necessário
produzir um gráfico gerado a partir da solubilidade determinada em diferentes
temperaturas dessa forma, pode-se calcular o calor de dissolução devido ao
coeficiente angular da reta [3].
Diante disso, esse relatório teve como objetivo determinar o calor de
dissolução do ácido benzóico a partir das medidas de sua solubilidade em solução
aquosa a diferentes temperaturas. E comparar com o valor encontrado do cálculo do
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calor de dissolução do Ácido Benzóico no qual de acordo com a literatura [4] o valor
Algumas informações importantes estão ausentes.
de referência é de 23 KJ/mol.

PARTE EXPERIMENTAL
- Materiais e reagentes: vide o roteiro da aula prática 4, pág. 12.
- Procedimento: vide o roteiro da aula prática 4, pág. 12.
* O procedimento sofreu alteração ao utilizar a temperatura de 45°C, onde foi
utilizado a solução de NaOH a 0,05 mol/L, e não 0,1 mol/L como previsto no roteiro.
Tal fato se deu pela quantidade de solução utilizada para realizar a titulação.

RESULTADOS E DISCUSSÕES
Ao tirarmos as alíquotas da amostra da solução de ácido benzóico sob a
temperatura de 25°C, e colocar para ser titulado com a solução de NaOH a 0,05 mol/L,
conseguiu-se chegar ao ponto de virada após a adição de alguns mL da solução de
NaOH, onde o meio reacional passou de um aspecto incolor, e passou a apresentar
uma coloração de tom rosa. De acordo com Yepes, 2016, tal coloração indica que o
meio reacional adquiriu o pH básico, estando entre 8 e 9.
O primeiro teste, realizado a uma temperatura de 25°C, feito em duplicata
apresentou volumes gastos de NaOH parecidos, tendo como a média de volumes
gastos de NaOH de 12,85 mL para titular a amostra da solução de ácido benzóico. Os
dados podem ser observados através da Tabela 1.

Tabela 1 – Dados da titulação do ácido benzóico a 25°C com a solução de NaOH a 0,05 mol/L.

X Amostra 1 Amostra 2 Média


NaOH (mL) 12,9 12,8 12,85
Fonte: Os autores, 2023.

Com isso, foi calculado também a concentração do ácido benzóico presente na


amostra que foi titulado, logo:
𝐶1×𝑉1 = 𝐶2×𝑉2
𝐶1×20𝑚𝑙 = 0,05 mol/L×12,85𝑚𝑙
(0,05×102)×12,85𝑚𝐿
𝐶1 = = 0,0328 mol/L
20𝑚𝐿
portanto, para calcular a massa presente na amostra, temos:
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𝑀
C=
𝑀𝑀 × 𝑉
M= 122,12𝑥0,1𝑥0,0328
𝑀 = 0,395g
Então, a solução inicial de ácido benzóico apresentava 2,027g, por outro lado, a
alíquota retirada apresentou 0,392 g, indicando que o ácido benzóico foi pouco
solúvel nas condições apresentadas.
O mesmo procedimento foi feito, utilizando os mesmos padrões para o ácido
benzóico sob a temperatura de 35°C. O resultado da titulação do ácido benzóico com
a solução de NaOH pode ser observada através da Tabela 2, o teste feito em duplicata
também apresentou valores próximos, ficando com a média de volume gasto de
NaOH de 16,77 mL.

Tabela 2 – Dados da titulação do ácido benzóico a 35°C com a solução de NaOH a 0,05 mol/L.

X Amostra 1 Amostra 2 Média


NaOH (mL) 16,8 16,75 16,77
Fonte: Os autores, 2023.

Com isso, foi calculado a concentração de ácido benzóico utilizando as


mesmas equações utilizada para calcular no primeiro teste, mas agora sob a
temperatura de 35°C, onde:
𝐂 = 𝟎, 𝟒𝟐𝟖𝐦𝐨𝐥/𝐋
Com isso, a massa presente na alíquota é de:
𝐌 = 𝟎, 𝟓𝟐𝟑𝐠
Os resultados apresentados neste teste nos mostra que para 35°C ocorreu uma
dissolução maior que no teste anterior. Assim foi feito também para a amostra sob
45°C, onde os volumes de NaOH gastos para titular a amostra de ácido benzóico
podem ser observados através da Tabela 3.
Os dados de diferentes temperaturas poderiam constar em uma tabela e as discussões seriam bem
direcionados, ajudaria na organização da seção de Resultados e Discussão.

Tabela 3 – Dados da titulação do ácido benzóico a 45°C com a solução de NaOH a 0,1 mol/L.
X Amostra 1 Amostra 2 Média
NaOH (mL) 22,5 21,73 22,73
Fonte: Os autores,2023.

Observamos que ao realizar os testes de dissolução do ácido benzoico, analizando os


dados mostrados acima a temperatura influencia na quantidade a ser dissolvida no
solvente, assim como relata Pregnollato, 1947, que ácido benzoico é um composto
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orgânico sólido cristalino e é facilmente solúvel em solventes polares, como água


quente. Tal observação pode ser confirmada através de algumas maneiras, como por
exemplo, através da quantidade, em mL, de NaOH necessário para neutralizar a
amostra de ácido benzóico.
No primeiro teste, em 25 °C, foi necessário uma média de 12,5 mL de NaOH
para neutralizar, no entanto, sua concentração foi menor comparado aos outros testes
com temperaturas elevados. No segundo teste, em 35 °C, foi necessário uma média de
16,77 mL para neutralizar, e no terceiro teste, em 45 °C, foi necessário uma média de
22,73 mL.
Então, concluímos através das análises que, quanto maior for a temperatura,
mais ácido benzóico irá dissolver e como consequência mais NaOH irá precisar para
fazer sua neutralização.
Marchini, Rodrigues e Moreti, 2000 explicam que ao aumentar a temperatura,
a energia cinética das moléculas do solvente aumenta, resultando no aumento da
frequência e na energia de colisão entre as moléculas do solvente e do cristal (ácido
benzóico). O resultado é que as ligações das partículas do cristal são quebradas,
fazendo com que sua dissolução seja mais rápida. Além disso, a maior energia das
moléculas do solvente permite que elas se movam com maior agilidade ao redor das
partículas dissolvidas, ajudando a dispersá-las no solvente.
Outra confirmação se dá através dos cálculos utilizados para encontrar a massa
e a concentração presente na amostra de ácido benzóico, nas diferentes temperaturas,
presentes na Tabela 4. Com isso, foi possível encontrar a inclinação da reta (Figura 1),
e calcular o ΔHdisso das amostras, que também podem ser observadas através da tabela
4.

Tabela 4 – Tabela apresentando a solubilidade em diferentes temperaturas, inclinação da reta e o


valor encontrado para ΔHdisso.

T (k) 1/T Solubilidade Ln S Inclinação ΔH disso (J/mol)


298,15 0,00335 0,395 -0,92887 -2765,6 22.994,6
308,15 0,00325 0,523 -0,64817
318,15 0,00314 0,708 -0,34531
Precisa constar a unidade de medida, onde existir.
Fonte: Os autores,2023.

Figura 2 – Inclinação gerada através da dissolução do ácido benzóico em diferentes temperaturas.


0.000000
0.00310 0.00315 0.00320 0.00325 0.00330 0.00335 0.00340
-0.100000
-0.200000
-0.300000
y = -2765.6x + 8.3404
R² = 0.9983
-0.400000
Ln S

-0.500000
-0.600000
-0.700000
-0.800000
-0.900000
-1.000000
1/T
Fonte: Os autores,2023.

O resultado para o ΔHdisso foi de 22.994,6 J/mol ou 22,994 KJ/mol no entanto,


Bruice, 2001, destaca que a entalpia de dissolução do ácido benzóico varia entre 25 e
30 kJ/mol, além disso, a reação se trata de uma reação endotérmica, ou seja, absorve o
calor do ambiente, o que explica o baixo valor de entalpia encontrado no experimento,
embora o experimento ter chegado próximo ao previsto.

CONCLUSÃO

A dissolução do ácido benzóico pode ocorrer de forma natural utilizando a


água como o principal solvente, a temperatura ambiente. No entanto, através deste
experimento, concluímos que a dissolução dele pode ser mais eficaz em temperaturas
elevadas. A confirmação de que a temperatura influencia na dissolução do ácido
benzóico foi dada através dos volumes gastos da solução de NaOH para neutralizar a
amostra, onde em uma amostra com pouca dissolução precisou-se de um volume e
concentração menor comparado com as amostras em que houve maior dissolução, que
foram utilizados um volume e concentração maior. Além disso, outra confirmação foi
através dos cálculos, que mostraram que a concentração de ácido benzóico presente
nas alíquotas aumentou conforme a temperatura aumentava também, sendo para 25°C,
35°C e 45°C as concentrações de 0,0328 mol/L , 0,0428 mol/L e 0,0580 mol/L,
respectivamente, bem como sua massa que variou também, apresentando 0,395 g,
0,0,523 g e 0,708 g respectivamente.
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Contudo, a entalpia da reação encontrada foi de 22.99 J/mol, um valor


considerável comparado a literatura, que aponta um valor de entalpia que varia de
proximadamente 30 J/mol.

REFERÊNCIAS
(1) Atkins, P. W.; JONES, L. Princípios de Química. 3ª ed. Editora Bookman. São
Paulo, 2006.

(2) PELLING, S. Introdução à calorimetria. Determinação de calor de neutralização


(reação ácido base) e calor de dissolução de sólidos. Verificação experimental da lei
de Hess. Relatório deFísico-Química Experimental I. Universidade do Vale do
Paraíba. São José do Campo- SP,2012.

(3) MARCHINI, L. C.; RODRIGUES, A. C. L.; MORETI, A. C. C. C. HMF


(Hidroximetilfurfural) e diastase de méis submetidos a dissolução de cristais por
aquecimento. Boletim de Indústria
Animal, v. 57, n. 1, p. 85-91, 2000.

(4) Atkins, P. W.; Paula, J. Físico-Química. 8. Ed. Rio de Janeiro: LTC, 2008.

BRUICE, P. Y. Química Orgânica 1. 4°Ed. 2006.

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