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Relatório de Atividades

Título: Relatório 1- Calorimetria


Ana Paula Sousa Fernandes (86997), Clara Elisa Rosini
de Araújo (RA: 94011), Gabrielle Novaes de Lima (RA:
Univ 123378), Mariana Candido Nunes (RA: 94148).
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Fede Número do grupo: 09
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de
São
Paul
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UNIF
ESP

UC: Físico-química (Farmácia)


Curso: Farmácia e Bioquímica Noturno
Data da realização do experimento:    11/08/2020     
Responsáveis: Diogo Pellosi
Ricardo Galdino
Resumo
O experimento foi realizado com calorímetro de pressão constante do tipo “copo de isopor”, no
qual determinou-se a sua capacidade calorífica a partir de uma reação ácido-base, e em seguida a
entalpia de dissolução do sal (NH4Cl) em água. Conclui-se que experimento atingiu o objetivo,
pois foram discutidos importantes conceitos e cálculos de calorimetria, assim como a eficiência
do calorímetro utilizado.

Introdução
Todos os processos físicos e químicos envolvem liberação ou absorção de energia. A
determinação desta energia é uma das maneiras de estudar estes processos, o que, muitas vezes, é
extremamente importante na determinação da estrutura da matéria, e nos estabelecimentos de
condições ótimas em processos industriais, para evitar até mesmo situações desastrosas (1).
Durante uma reação química ocorre variação de temperatura. Assim, essa reação pode ser
classificada como exotérmica ou endotérmica em função do sentido do escoamento de calor.
Exotérmica quando o sistema aquece durante a reação química, é necessário escoar calor para as
vizinhanças a fim de restaurar a sua temperatura inicial, e endotérmica quando o sistema resfria
durante uma reação química, é necessário escoar calor a partir das vizinhanças a fim de restaurar
a sua temperatura inicial (2).
Ao dissolver uma quantidade de soluto em qualquer solvente, ocorre uma variação de energia
endotérmica ou exotérmica. (3).
Calorímetros são definidos como aparelhos para medir variações de energia em situações onde a
temperatura desempenha um papel primordial (4). E ao absorver determinada energia, essa
variação de temperatura é determinada pela sua capacidade calorífica. (5).
Algumas outras definições são essenciais no estudo da calorimetria, e devem estar bem
sedimentadas para as interpretações dos dados.
Calor (q), é definido como um processo de transferência de energia devido a uma diferença de
temperatura (6).
𝑞𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜 = 𝑚. 𝑐. ∆𝑇

Entalpia é uma propriedade que calcula o calor do sistema através da


variação de entalpia (∆H) à pressão constante, definindo se temos uma
reação endotérmica ou exotérmica.
A variação de entalpia é conhecida como ∆H (quantidade de calor, à
pressão constante), ocorrendo quando uma reação (sistema) sofre
alguma transformação (3).
A capacidade calorífica pode ser obtida perguntando-se qual a quantidade de calor necessária
para aumentar sua temperatura (capacidade calorífica em K ou ºC), qual a quantidade de matéria
necessária (capacidade calorífica molar em moles), e qual é a quantidade em massa (capacidade
calorífica específica ou calor específico em g) (5).
Chamamos de processo endotérmico, aquele que absorve calor da
vizinhança para o sistema e processo exotérmico seu oposto. Quando a
adição de solvente passa a não alterar o ∆H podemos dizer que a
solução está totalmente diluída, e seu valor de ∆H corresponde à
3

entalpia de solução, calor de solução, calor de dissolução, ou


entalpia de dissolução (3).

∆𝐻𝑟𝑒𝑎çã𝑜 = 𝑞𝑟𝑒𝑎çã𝑜 = 𝑞𝑠𝑜𝑙𝑢çã𝑜 + 𝑞𝑐𝑎𝑙𝑜𝑟í𝑚𝑒𝑡𝑟𝑜

De acordo com Antônio Sardella, “chamamos de entalpia (H) o conteúdo


global de energia (calor) de um sistema.” A variação de entalpia é
conhecida como ∆H (quantidade de calor, à pressão constante),
ocorrendo quando uma reação (sistema) sofre alguma transformação.
O objetivo do experimento foi determinar dois parâmetros, primeiro a capacidade calorífica do
calorímetro a partir das temperaturas alcançadas na reação de neutralização ácido - base (HCl e
NaOH) e determinar a entalpia de dissolução do cloreto de amônio (NH4Cl) em água.

fonte: Material de instrução para relatório

Procedimento Experimental
1- A princípio, mediu-se em uma proveta 25,1 mL de uma solução aquosa de ácido clorídrico a
uma concentração de 0.969 mol.L-1, ajustou-se o menisco com o auxílio de uma pipeta. Em
seguida transferiu-se o volume medido para o calorímetro, adicionou-se 2 gotas de fenolftaleína e
fechou-se o sistema. Utilizou-se um termômetro adaptado na tampa do calorímetro. Observou-se
que a solução permaneceu incolor e a temperatura inicial foi de 23,8ºC.
Em outra proveta, aferiu-se 24.2 mL de uma solução aquosa de NaOH 0.951 mol/L-1, e
tomando os devidos cuidado de limpeza do termômetro verificou-se a temperatura de 24ºC na
solução. Em seguida transferiu-se o volume medido para o calorímetro e rapidamente adaptou-se
a tampa. Após uma ligeira agitação observou-se a temperatura de 29.8 °C e uma coloração
incolor.
Descartou-se e lavou-se tudo corretamente para a realização do próximo processo.

2- Mediu-se em uma proveta 25.1 mL de água destilada, ajustou-se o menisco com o auxílio de
uma pipeta. Posteriormente transferiu-se o volume para o calorímetro verificou-se a temperatura
inicial, 23.8 °C. Com o auxílio de um vidro de relógio, pesou-se em uma balança 1.371 g de
NH4Cl. Adicionou-se o sólido pesado à água contida no calorímetro, adaptou-se a tampa
rapidamente e manteve-se sob agitação cuidadosa até a estabilização da temperatura, alcançou-se
a temperatura final de 20.8 °C. Ao final da leitura, colocou-se o conteúdo do calorímetro no
frasco para recuperação e lavou-se o calorímetro.

Resultados e Discussão
1- Determinação da capacidade calorífica do calorímetro:
Em uma reação de ácidos e bases fortes, entende-se que as espécies
em solução aquosa estão totalmente dissociadas. No experimento
obtivemos uma reação de neutralização de ∆H conhecido:
4

Na+(aq) + OH-(aq) + H+(aq) + Cl-(aq) → H2O(l) + Na+(aq) + Cl-(aq)


∆Hneutr.= -57,3 kJ/mol-1

O ∆H negativo sinaliza que houve uma liberação de energia na forma de


calor para a formação de mols de água equivalente a quantidade de
mols do reagente limitante. Com o auxílio das gotas de fenolftaleína,
observou-se a solução incolor ao final da reação, o que nos deu a
informação de qual reagente estava em excesso (HCL), tendo como
reagente limitante da reação o NaOH. Sendo a estequiometria da
equação 1:1 entende-se que:

nlimitante = nNaOH = 0,951mol/L-1 x 0,025L = 0,0237mol

Calculou-se a massa da solução a partir dos dados de densidade dispostos na tabela 1 do roteiro
de aula, considerando a molaridade 0,50 mol/L-1 e volume de 50mL referente ao volume total da
solução.

msolução = V x D
msolução = 50mL x 1,019g/mL-1
msolução = 50,95g

Como as temperaturas dos reagentes diferiram-se, foi realizada uma média entre elas para
obtenção da temperatura inicial da solução (23,9 ºC).

Tisolução = Tmédia = THCl + TNaOH / 2

Após a reação, calculou-se a variação de temperatura a partir de:

∆T = Tf – Ti
∆T = 29,8 ºC - 23,8ºC
∆T = 5,9 ºC

Lembrando que a variação de temperatura em ºC para K não se altera, pois ambas são
centigramas (6).
Finalmente, encontrou-se a capacidade calorífica do calorímetro a partir da equação a seguir
substituindo seus respectivos valores:
qreação = qsolução + qcalorímetro
nlimitante x |∆H| = (msolução x c x ∆T) + (C x ∆T)

0,0237mol x | -57,3 kJ/mol-1 | = ( 50,95g x 4,01J.g-1.ºC-1 x 5,9ºC) + (C x 5,9ºC)


1,358 kJ = 1205,42 J + (C x 5,9ºC)
C x 5,9ºC = 1358 J - 1205,42 J
C = 152 J / 5,9°C
C = 25,76 J.°C-1
5

Logo, a capacidade calorífica do calorímetro é 25,76 J.°C-1.

2- Determinação da entalpia de dissolução do Cloreto de Amônio em água:


Equação da dissolução do cloreto de amônio

1 NH4Cl(s) → 1 NH4+(aq) + 1 Cl- (aq) ∆𝐻= ?? J mol-1

Para determinar a entalpia de dissolução do cloreto de amônio utilizou-se a fórmula abaixo: para
descobrir o valor do ∆𝐻𝑟𝑒𝑎çã𝑜.

nsal x ∆Hreação = (m x c x ∆T) + (C x ∆T)

A princípio determinou-se o número de mols do cloreto de amônio, onde dividiu-se a massa


pesada do sal pela sua massa molar. De acordo com a tabela periódica, o valor é de 53,491 g.mol –
1
:

nsal = msal / MMsal = 1,317g / 53,491g/mol = 0,02462 mol

Calculou-se a massa da solução somando a massa do soluto que foi dada no experimento com a
massa do solvente determinada pelo produto do volume com a densidade. Dado o valor da
densidade de 1,0 g.mL conforme video aula sobre o experimento.

m solução = 1,317g + (25 mL x 1,0 g.mL) = 26,317g

O valor de calor específico determinou-se conforme vídeo aula sobre o experimento também:

c= 4,18J.g -1.ºC-1

Calculou-se a variação de temperatura a partir de:

∆T = 20.8 ºC - 23.8ºC = -3 ºC

Com a capacidade calorífica encontrada na primeira etapa, substitui-se na fórmula:

0,02462 mol X |∆Hreação| = (26,317g. 4,18J.g -1.ºC-1. (-3ºC)) + (25,76 J.°C-1. (-3ºC))
0,02462 mol X |∆Hreação| = -330,01 J + -77,28J
∆Hreação = | -407,29 J / 0,02462 mol |
∆Hreação = 16,54 J.mol-1

Determinou-se a entalpia de dissolução do cloreto de amônio é 16,54 J.mol -1 onde temos o


∆H positivo significa que a entalpia dos produtos é maior do que a
entalpia dos reagentes, ou seja é uma reação endotérmica, o calor é
absorvido e isso faz com que a energia total do sistema aumenta.
Portando, o experimento foi realizado com sucesso obtendo -se um
6

valor próximo do valor encontrado na literatura, sendo possível


concluir que o experimento é eficiente para alcançar o seu objetivo.

Conclusão
Conclui-se que a discussão do experimento atingiu o objetivo, pois foram discutidos conceitos e
cálculos de calorimetria e com isso foi possível determinar a entalpia de dissolução do cloreto de
amônio e a capacidade calorífica do calorímetro. O calorímetro utilizado no experimento não
pode ser considerado ideal, pois em todas as etapas houve a troca de calor do sistema com a
vizinhança.
Obtivemos uma solução incolor ao final da reação, indicando que o
reagente HCl estava em excesso e o NaOH como reagente limitante,
com um ∆H negativo, portanto uma reação exotérmica e um ∆H positivo
na dissolução do cloreto de amônio, o que indica uma reação
endotérmica, onde a quantidade de calor aumenta e é absorvida para
uma completa dissolução do NH4Cl.

Referências
1. Hofmann, w. chimia, (1989),4, 62

2. Antonio Claudio L. Moreira Bastos. Físico-Química – 302 p; il. Belém : UFPA, 2011.
disponivel em:
https://livroaberto.ufpa.br/jspui/bitstream/prefix/145/1/Livro_FisicoQuimica.pdf

3. Sardella, Antônio. “Curso completo de química”. Ed. Ática, 2ª edição, São Paulo,
1999.

4. J.A. SIMONI, R.A. JORGE, Química Nova, 13 (1990) 108-111. disponível em:
http://static.sites.sbq.org.br/quimicanova.sbq.org.br/pdf/Vol13No2_108_v13_n2_
%287%29.pdf

5. L. Brown, Theodore; H. Eugene LeMay, Jr; E. Bursten, Bruce e R. burdge, Julia.


“Quimica-A ciencia central”. Ed. Pearson, 9ª edição, São Paulo, 2005.

6. Atkins, Peter; de Paula, Julio. “Físico-Química, v.1”. Ed. LTC, 8ª edição, Rio de
Janeiro, 2008.

7. Experimento 1 – Calorimetria + demonstração experimental. Disponível em:


<https://youtu.be/vykbMAxC9HA>. Acesso em: 17/08/2020.

8. Material de instrução para relatório, UC físico-química, disponível no moodle.

Anexos
Questões
7

1. Por que durante o procedimento são adicionadas duas gotas de fenolftaleína? Indicadores
ácido-base possuem propriedades de mudarem a cor em função do pH do meio.A fenolftaleína
muda de incolor (meio ácido) para rosa (meio básico), o que no experimento, com 2 gotas do
indicador, permite analisar a efetividade da reação de neutralização, presença de reagente excesso
e qual o seu tipo.
2. Se a concentração de NaOH for triplicada, o que acontecerá com o resultado do experimento?
Resultaria em um excesso de hidróxido de sódio na solução, não alterando a quantidade de
cloreto de sódio.
3. Após a mistura do NH4Cl com a água, deveremos agitar a solução continuamente. Por que?
Para que assim, a dissolução do cloreto de amónio seja completa e efetiva.

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