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DEPARTAMENTO DE MATEMÁTICA
UNIVERSIDADE DE ÉVORA
i
Prefácio
integração, séries numéricas e séries de potênicas, e têm por base as notas para a lecci-
particular, [JR], [MF 96], [ELL 95], [JCF 90] e [JCB 91].
capı́tulos (excepto o último) termina com uma lista de exercı́cios resolvidos e uma lista de
Terminamos o capı́tulo com exercı́cios resolvidos, uma lista de exercı́cios propostos e res-
pectivas soluções.
renciabilidade de funções reais de variável real. As duas primeiras secções são preliminares,
conceitos básicos do cálculo diferencial em R e nas Secções 2.5 e 2.6 algumas proprieda-
regras de L’Hospital e Cauchy, que permitem calcular limites quando temos situações de
estudo dos extremos e dos pontos de inflexão de uma função e no levantamento de in-
mente, e à semelhança do que foi feito para o capı́tulo anterior, terminamos o capı́tulo
poderem ser primitivadas. Terminamos o capı́tulo com uma secção de exercı́cios resolvidos,
de Riemann para funções limitadas definidas em intervalos limitados, fechados e não de-
na secção seguinte estudamos duas classes de funções muito importantes que são Riemann-
integral. Finalmente, e à semelhança do que foi feito para os capı́tulos anteriores, termi-
namos o capı́tulo com exercı́cios resolvidos, uma lista de exercı́cios propostos e respectivas
soluções.
Terminamos o capı́tulo com exercı́cios resolvidos, uma lista de exercı́cios propostos e res-
pectivas soluções.
ilimitado com função integranda limitada nos intervalos limitados contidos no intervalo de
integrais impróprios de 2.a espécie e integrais impróprios de 3.a espécie ou mistos. Final-
mente, terminamos o capı́tulo com exercı́cios resolvidos, uma lista de exercı́cios propostos
e respectivas soluções.
mais importantes da teoria das séries. Começa-se por introduzir a definição de série e por
estudadam-se as séries de termos não-negativos, sendo para tal introduzidos vários critérios
de convergência. A seguir são estudadas as séries de termos sem sinal determinado e são
termos de uma série e ainda o produto de Cauchy de séries. Terminamos o capı́tulo com
chamadas séries de potências, cujos termos gerais são sucessões de funções. Nas duas
cias e na Secção 8.3 estudamos as séries de Taylor e Maclaurin. Mais uma vez, terminamos
este capı́tulo com exercı́cios resolvidos, uma lista de exercı́cios propostos e soluções.
no texto.
Este texto resulta da evolução dos apontamentos escritos pela primeira vez no ano lec-
tivo 2012/13. Nos anos lectivos posteriores foram introduzidos alguns resultados teóricos,
as secções de exercı́cios resolvidos e foram feitas diversas correcções com vista ao seu
temáticos”.
v
Quero agradecer aos leitores todas as sugestões e crı́ticas que ao longo dos anos me
fizeram chegar.
1 Noções topológicas em R 1
2 Cálculo diferencial em R 27
3 Primitivação 215
com a 6= 0 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 240
7.5 Séries de termos sem sinal determinado. Convergência simples e absoluta . 535
Bibliografia 659
Lista de Figuras
1
2.1 Gráfico da função f (x) = √ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29
9 − x2
2.2 Exemplos de funções quadráticas, com a2 > 0 e a2 < 0. . . . . . . . . . . . . 30
ı́mpar para x ∈ R. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 33
b) f ′ (a) = −∞. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 56
2.23 Representação geométrica das derivadas infinitas laterais a) fe′ (a) = −∞,
2.29 Gráfico de uma função e algumas rectas tangentes para ilustrar o sentido
f (x) = x + 1 se x ≥ 2. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125
2x − 1 se x ≥ 1. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125
com y ≥ 0. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 191
5.3 Representação geométrica das figuras planas limitadas pelas rectas verticais
x = b. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 400
5.3.3. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 410
5.32 Representação geométrica dos arcos das curvas no Exercı́cio 5.5.3. . . . . . 421
abcissas). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 426
revolução. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 429
de revolução. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 431
y = x − 1, x = 1 e x = 2. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 436
8 e y 2 = 2x. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 438
(https://mathshistory.st-andrews.ac.uk/Biographies/Abel/, 12 de Julho de
2020). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 637
(https://mathshistory.st-andrews.ac.uk/Biographies/DAlembert/, 12 de Ju-
9.3 Arquimedes
(https://mathshistory.st-andrews.ac.uk/Biographies/Archimedes/, 8 de Ju-
(https://mathshistory.st-andrews.ac.uk/Biographies/Barrow/, 10 de Julho
de 2020). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 639
(https://mathshistory.st-andrews.ac.uk/Biographies/Bernoulli Jacob/, 10 de
(https://mathshistory.st-andrews.ac.uk/Biographies/Bolzano/, 4 de Julho
de 2020). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 640
(https://mathshistory.st-andrews.ac.uk/Biographies/Cantor/, 11 de Julho
de 2020). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 641
(https://mathshistory.st-andrews.ac.uk/Biographies/Cauchy/, 4 de Julho
de 2020). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 642
(https://mathshistory.st-andrews.ac.uk/Biographies/Cavalieri/, 9 de Julho
de 2020). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 642
xxi
(https://mathshistory.st-andrews.ac.uk/Biographies/Darboux/, 4 de Julho
de 2020). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 643
(https://mathshistory.st-andrews.ac.uk/Biographies/Dirichlet/, 11 de Ju-
(https://mathshistory.st-andrews.ac.uk/Biographies/Fermat/, 4 de Julho
de 2020). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 644
(https://mathshistory.st-andrews.ac.uk/Biographies/Gregory/, 10 de Julho
de 2020). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 645
(https://mathshistory.st-andrews.ac.uk/Biographies/Guldin/, 10 de Julho
de 2020). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 645
(https://mathshistory.st-andrews.ac.uk/Biographies/Kepler/, 9 de Julho de
2020). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 646
(https://mathshistory.st-andrews.ac.uk/Biographies/Lagrange/, 4 de Julho
de 2020). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 647
(https://mathshistory.st-andrews.ac.uk/Biographies/Lebesgue/, 11 de Ju-
(https://mathshistory.st-andrews.ac.uk/Biographies/Leibniz/, 4 de Julho
de 2020). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 648
(https://mathshistory.st-andrews.ac.uk/Biographies/Lipschitz/, 12 de Ju-
(https://mathshistory.st-andrews.ac.uk/Biographies/Maclaurin/, 5 de Ju-
(https://mathshistory.st-andrews.ac.uk/Biographies/Mengoli/, 12 de Julho
de 2020). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 650
(https://mathshistory.st-andrews.ac.uk/Biographies/Mertens/, 12 de Julho
de 2020). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 651
(https://mathshistory.st-andrews.ac.uk/Biographies/Newton/, 4 de Julho
de 2020). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 651
(https://mathshistory.st-andrews.ac.uk/Biographies/Raabe/, 12 de Julho
de 2020). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 652
(https://mathshistory.st-andrews.ac.uk/Biographies/Riemann/, 10 de Ju-
(https://mathshistory.st-andrews.ac.uk/Biographies/Saint-Vincent/, 9 de Ju-
(https://mathshistory.st-andrews.ac.uk/Biographies/Schwarz/, 11 de Julho
de 2020). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 654
(https://mathshistory.st-andrews.ac.uk/Biographies/Taylor/, 4 de Julho de
2020). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 654
(https://mathshistory.st-andrews.ac.uk/Biographies/Thomae/, 11 de Julho
de 2020). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 655
(https://mathshistory.st-andrews.ac.uk/Biographies/Viviani/, 9 de Julho
de 2020). . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 655
(https://mathshistory.st-andrews.ac.uk/Biographies/Weierstrass/, 4 de Ju-
(https://mathshistory.st-andrews.ac.uk/Biographies/Zeno of Elea/, 12 de
xxv
xxvi
Capı́tulo 1
Noções topológicas em R
Algumas das propriedades no teorema seguinte serão usadas muitas vezes na sequência.
v) |x| ≤ a sse −a ≤ x ≤ a;
vi) |x − b| ≤ a sse b − a ≤ x ≤ b + a;
x) |x − y| ≤ |x − z| + |z − y| ;
x |x|
xi) se y 6= 0, = ;
y |y|
xii) se n ∈ N, |xn | = |x|n .
Definição 1.1.3 Diz-se que num conjunto X está definida uma distância ou métrica
quando a cada par x, y ∈ X está associado um número real d (x, y) com as propriedades
seguintes:
d (x, y) = |x − y| .
Observação 1.1.5 Resulta imediatamente do Teorema 1.1.2 que a distância anterior ve-
a −δ a a +δ
Exemplo 1.1.7 i) A vizinhança de centro 4 e raio 10 é o conjunto V10 (4) = (−6, 14) ;
δ > 0.
Vamos definir agora, a partir da noção de vizinhança, outras noções topológicas im-
portantes.
i) Diz-se que a é interior a A sse existir uma vizinhança de a contida em A, isto é,
int (A) .
4 Noções topológicas em R
ii) Diz-se que a é exterior a A sse é interior ao seu complementar, isto é, sse existir
uma vizinhança de a que não intersecta A, isto é, sse existir δ > 0 tal que Vδ (a) ∩ A = ∅,
ext (A) .
complementar, isto é, sse qualquer que seja δ > 0 se tem Vδ (a)∩A 6= ∅ e Vδ (a)∩(R\A) 6= ∅.
f r (A) .
iv) Diz-se que a é aderente a A sse qualquer vizinhança de a intersecta A, isto é, sse
definições anteriores:
v) se a ∈ A, então a é aderente a A.
iii) int (A)∪ext (A)∪f r (A) = R, sendo os conjuntos int (A) , ext (A) e f r (A) disjuntos
dois a dois, isto é, int (A) ∩ ext (A) = ∅, int (A) ∩ f r (A) = ∅ e ext (A) ∩ f r (A) = ∅;
Então, int (A) = (0, 1) , ext (A) = (−∞, 0) ∪ (1, +∞) , f r (A) = {0, 1} e A = [0, 1] .
com a < b.
Então, int (A) = int (B) = int (C) = int (D) = (a, b) , ext (A) = ext (B) = ext (C) =
= ext (D) = (−∞, a) ∪ (b, +∞) , f r (A) = f r (B) = f r (C) = f r (D) = {a, b} e A = B =
= C = D = [a, b] .
1
Exemplo 1.1.14 Seja A = :n∈N .
n
Então, int (A) = ∅, ext (A) = R\ (A ∪ {0}) , f r (A) = A ∪ {0} e A = A ∪ {0} .
Observação 1.1.16 Como int (A) ⊆ A e A ⊆ A, resulta que A é aberto sse A ⊆ int (A)
v) Os conjuntos C = [a, b) e D = (a, b] , com a < b, não são abertos nem fechados.
Observação 1.1.18 Pelo exemplo anterior, podemos afirmar que existem conjuntos aber-
tos, conjuntos fechados, conjuntos que não são abertos nem fechados e conjuntos que são
abertos e fechados.
ii) Se A é aberto, então f r (A) ∩ A = f r (A) ∩ int (A) e, pela Observação 1.1.10,
isto é, que A ⊆ int (A) e que int (A) ⊆ A. Ora, se x ∈ int (A) , então x ∈ A. Por outro
1.1 Noções topológicas em R 7
lado, se x ∈ A, então x ∈ int (A) ou x ∈ f r (A) . Mas, como f r (A) ∩ A = ∅, tem-se que
x ∈ int (A) .
iii) O conjunto A é aberto sse A = int (A), pelo que A é aberto sse f r (A) ⊆ R\A.
Como f r (A) = f r (R\A) , resulta que A é aberto sse f r (R\A) ⊆ R\A. Ora, pela alı́nea
i), tem-se que f r (R\A) ⊆ R\A sse R\A é fechado, o que prova o resultado.
aberto.
m
\
Demonstração: Sejam A1 , A2 , . . . , Am conjuntos abertos e A = Ai .
i=1
Se A = ∅, então A é aberto.
i = 1, 2, . . . , m. Como todos os Ai são abertos, tem-se que, para cada i, existe δ i > 0 tal
é aberto.
fechado.
8 Noções topológicas em R
m
[
Demonstração: Sejam F1 , F2 , . . . , Fm conjuntos fechados e F = Fi .
i=1
O conjunto F ser fechado é uma consequência da Observação 1.1.19 e do Teorema
m m
!
[ \
1.1.20, pois R\ Fi = (R\Fi ) é um conjunto aberto.
i=1 i=1
Observação 1.1.23 A união de um número infinito de conjuntos fechados pode não ser
um conjunto fechado.
1
Com efeito, consideremos, para cada n ∈ N, o conjunto fechado Fn = , n . Então,
n
+∞
[
F = Fn = (0, +∞) , que não é um conjunto fechado.
n=1
1 1
Consideremos agora, para cada n ∈ N, o conjunto fechado Fn = ,3 − . Então,
n n
+∞
[
F = Fn = (0, 3) , que também não é um conjunto fechado.
n=1
Demonstração: Sejam (Ai )i∈I uma colecção, finita ou infinita, de conjuntos abertos e
[
A= Ai .
i∈I
Se a ∈ A, então existe j ∈ I tal que a ∈ Aj . Como todos os Ai são abertos, também
Concluı́mos assim que para todo o a ∈ A existe δ > 0 tal que Vδ (a) ⊆ A, isto é, que A
é aberto.
Demonstração: Sejam (Fi )i∈I uma colecção, finita ou infinita, de conjuntos fechados e
\
F = Fi .
i∈I
O conjunto F ser fechado é uma consequência da Observação 1.1.19 e do Teorema
!
\ [
1.1.24, pois R\ Fi = (R\Fi ) é um conjunto aberto.
i∈I i∈I
1.1 Noções topológicas em R 9
zinhança de a contém pelo menos um ponto de A distinto de a, isto é, sse qualquer que
por A′ .
ii) Diz-se que a ∈ A é ponto isolado de A sse existir uma vizinhança de a cuja
intersecção com A é o próprio ponto a, isto é, sse existir δ > 0 tal que Vδ (a) ∩ A = {a} .
(−1)n
Exemplo 1.1.30 Seja A = :n∈N .
n
Então, A′ = {0} e isol (A) = A.
1
Exemplo 1.1.31 Seja A = : n ∈ N .
2n
Então, A′ = {0} e isol (A) = A.
Para provar a recı́proca, provemos que se existir uma vizinhança de a com um número
Seja Vδ (a) a vizinhança de a com um número finito de pontos de A, isto é, a vizinhan-
ça que verifica Vδ (a) ∩ (A\ {a}) = {x1 , x2 , . . . , xn } . Então, fazendo ε = min{|a − x1 | ,
|a − x2 | , . . . , |a − xn |}, resulta que ε > 0 e que a vizinhança Vε (a) ⊆ Vδ (a) não contém
Observação 1.1.35 Da proposição anterior resulta que qualquer conjunto finito não tem
pontos de acumulação.
Já sabemos que qualquer conjunto finito não tem pontos de acumulação, acontecendo
o mesmo com alguns conjuntos infinitos, por exemplo, com N e Z. O teorema seguinte dá
uma condição suficiente, mas não necessária, para que um conjunto infinito tenha pelo
n √ o
A= x∈Q:0≤x≤ 5 .
Resolução:
√
Começamos por notar que A = 0, 5 ∩ Q.
√ √ √
Assim, int(A) = ∅, ext(A) = (−∞, 0) ∪ 5, +∞ , fr(A) = 0, 5 , A = 0, 5 ,
√
A′ = 0, 5 , isol(A) = ∅.
pois basta tomar, por exemplo, L = 3 para que se tenha que |x| ≤ L, para todo o x ∈ A.
(−1)n
A= :n∈N .
n
Resolução:
isol(A) = A.
pois basta tomar, por exemplo, L = 2 para que se tenha que |x| ≤ L, para todo o x ∈ A.
1.2 Exercı́cios resolvidos 13
é aberto ou fechado.
Resolução:
n √ o
A = x ∈ R\Q : 0 ≤ x ≤ 5 .
é aberto ou fechado.
Resolução:
√
Começamos por notar que A = 0, 5 ∩ (R\Q) .
√ √ √
Assim, int(A) = ∅, ext(A) = (−∞, 0) ∪ 5, +∞ , fr(A) = 0, 5 , A = 0, 5 .
A = {x ∈ R : |x + 3| ≤ 4 ∧ x + 5 > 0} ∩ Q.
Resolução:
A = {x ∈ R : |x + 3| ≤ 4 ∧ x + 5 > 0} ∩ Q =
= {x ∈ R : −4 ≤ x + 3 ≤ 4 ∧ x > −5} ∩ Q =
Assim, int(A) = ∅, ext(A) = (−∞, −5) ∪ (1, +∞) , fr(A) = [−5, 1] , A = [−5, 1] ,
A′ = [−5, 1] , isol(A) = ∅.
pois basta tomar, por exemplo, L = 6 para que se tenha que |x| ≤ L, para todo o x ∈ A.
A = x ∈ Q : x3 > x .
Resolução:
x ∈ Q : x3 > x = x ∈ Q : x3 − x > 0 =
A =
x ∈ Q : x x2 − 1 > 0 = {x ∈ Q : x (x − 1) (x + 1) > 0} =
=
Assim, int(A) = ∅, ext(A) = (−∞, −1) ∪ (0, 1) , fr(A) = [−1, 0] ∪ [1, +∞) , A =
limitado, pois não exite L > 0 tal que |x| ≤ L, para todo o x ∈ A.
1.2 Exercı́cios resolvidos 15
A = x ∈ R : x3 > x .
Resolução:
x ∈ R : x3 > x = x ∈ R : x3 − x > 0 =
A =
x ∈ R : x x2 − 1 > 0 = {x ∈ R : x (x − 1) (x + 1) > 0} =
=
Assim, int(A) = (−1, 0) ∪ (1, +∞) , ext(A) = (−∞, −1) ∪ (0, 1) , fr(A) = {−1, 0, 1} ,
Resolução:
isol(A) = A.
pois basta tomar, por exemplo, L = 1 para que se tenha que |x| ≤ L, para todo o x ∈ A.
16 Noções topológicas em R
Resolução:
1
Comecemos por notar que A = , 1 ∩ (R\Q) ∪ [1, 3] ∪ ([3, π] ∩ Q) .
2
1 1
Assim, int(A) = (1, 3) , ext(A) = −∞, ∪ (π, +∞) , fr(A) = , 1 ∪ [3, π] , A =
2 2
1 1
= , π , A′ = , π , isol(A) = ∅.
2 2
O conjunto A não é aberto, pois A 6=int(A) , não é fechado, pois A 6= A, e é limitado,
pois basta tomar, por exemplo, L = 4 para que se tenha que |x| ≤ L, para todo o x ∈ A.
Resolução:
Assim, int(A) = (−4, −3) ∪ (3, 4) , ext(A) = (−∞, −4) ∪ (−3, 3) ∪ (4, +∞) , fr(A) =
basta tomar, por exemplo, L = 5 para que se tenha que |x| ≤ L, para todo o x ∈ A.
1.2 Exercı́cios resolvidos 17
A = x ∈ R : x2 − 2x − 3 ≥ 0 .
Resolução:
x ∈ R : x2 − 2x − 3 ≥ 0 = {x ∈ R : (x + 1) (x − 3) ≥ 0} =
A =
Assim, int(A) = (−∞, −1) ∪ (3, +∞) , ext(A) = (−1, 3) , fr(A) = {−1, 3} , A =
Resolução:
isol(A) = A.
18 Noções topológicas em R
pois basta tomar, por exemplo, L = 3 para que se tenha que |x| ≤ L, para todo o x ∈ A.
A = n2 + 1 : n ∈ N .
Resolução:
3n2
A= :n∈N .
n+2
Resolução:
(−5)n
A= :n∈N .
n
1.2 Exercı́cios resolvidos 19
Resolução:
A = {x ∈ R : ln (|x|) < 0} .
Resolução:
Assim, int(A) = (−1, 0) ∪ (0, 1) , ext(A) = (−∞, −1) ∪ (1, +∞) , fr(A) = {−1, 0, 1} ,
basta tomar, por exemplo, L = 1 para que se tenha que |x| ≤ L, para todo o x ∈ A.
Resolução:
a) A = Q ∩ [0, 1] .
1
b) A = (Q ∩ [0, 1]) ∪ π + : n ∈ N ∪ N.
n
c) A = N.
d) A = Q ∩ [0, 1] .
Resolução:
x ∈ R : 3 − 2x + x2 < 5 ;
c) {x ∈ R : |x + 2| ≤ 3 ∧ x + 1 > 0} ; d)
1.3.2. Para cada um dos conjuntos no exercı́cio anterior, determine o conjunto dos
fechados:
1
a) [1, 2) ∪ {3} ; b) :n∈N ;
n
1 1 1
c) m + : m, n ∈ N ; d) + : m, n ∈ N ;
n m n
x ∈ R : x2 < 9 ;
e) {sen 1, sen 2, 1} ; f)
x ∈ R : x3 > x ;
g) (R\ (−1, +∞)) ∩ Q; h)
n m
o x−1 x
i) n(−1) : m, n ∈ N ; j) x ∈ R : > ;
x+3 x+2
m) N; n) Z;
o) Q; p) R\Q;
q) R; r) ∅.
22 Noções topológicas em R
a) Qualquer conjunto aberto só pode ser escrito como uma reunião de intervalos aber-
tos.
1.3.2. a) int (A) = (−1, 0) , ext (A) = (−∞, −1) ∪ (0, +∞) ,
fr (A) = {−1, 0} , A = [−1, 0] ,
A′ = [−1, 0] , isol (A) = ∅,
não aberto e fechado;
√ √ √ √
b) int (B) = − 3, −1 ∪ 1, 3 , ext (B) = −∞, − 3 ∪ (−1, 1) ∪ 3, +∞ ,
√ √ √ √
fr (B) = − 3, −1, 1, 3 , B = − 3, −1 ∪ 1, 3 ,
√ √
B ′ = − 3, −1 ∪ 1, 3 , isol (B) = ∅,
não aberto e fechado;
e) int (E) = (−3, −2) ∪ (2, 3) , ext (E) = (−∞, −3) ∪ (−2, 2) ∪ (3, +∞) ,
fr (E) = {−3, −2, 2, 3} , E = [−3, −2] ∪ [2, 3] ,
E ′ = [−3, −2] ∪ [2, 3] , isol (E) = ∅,
aberto e não fechado;
1.3.3. a) int (A) = (1, 2) , ext (A) = (−∞, 1) ∪ (2, 3) ∪ (3, +∞) ,
fr (A) = {1, 2, 3} , A = [1, 2] ∪ {3} ,
A′ = [1, 2] , isol (A) = {3} ,
não aberto e não fechado;
1.3.3. h) int (H) = (−1, 0) ∪ (1, +∞) , ext (H) = (−∞, −1) ∪ (0, 1) ,
fr (H) = {−1, 0, 1} , H = [−1, 0] ∪ [1, +∞) ,
H ′ = [−1, 0] ∪ [1, +∞) , isol (H) = ∅,
aberto e não fechado;
j) int (J) = (−∞, −3) ∪ (−2, −1) , ext (J) = (−3, −2) ∪ (−1, +∞) ,
fr (J) = {−3, −2, −1} , J = (−∞, −3] ∪ [−2, −1] ,
J ′ = (−∞, −3] ∪ [−2, −1] , isol (J) = ∅,
aberto e não fechado;
k) int (K) = (−2, 3) ∪ (3, 8) , ext (K) = (−∞, −2) ∪ (8, +∞) ,
fr (K) = {−2, 3, 8} , K = [−2, 8] ,
′
K = [−2, 8] , isol (K) = ∅,
não aberto e não fechado;
l) int (L) = (0, 1) ∪ (2, 3) , ext (L) = (−∞, 0) ∪ (1, 2) ∪ (3, 6) ∪ (6, 10) ∪ (10, +∞) ,
fr (L) = {0, 1, 2, 3, 6, 10} , L = [0, 1] ∪ [2, 3] ∪ {6, 10} ,
L′ = [0, 1] ∪ [2, 3] , isol (L) = {6, 10} ,
não aberto e não fechado;
p) int (P ) = ∅, ext (P ) = ∅,
fr (P ) = R, P = R,
′
P = R, isol (P ) = ∅,
não aberto e não fechado;
1.3.5. a) F. b) V. c) V. d) F. e) V. f ) F. g) F.
Capı́tulo 2
Cálculo diferencial em R
Foi com Pierre de Fermat que parece ter surgido pela primeira vez, no século XVII,
a noção de derivada de uma função num ponto. Fermat observou que a existência de
rectas tangentes horizontais a uma curva está relacionada com a existência de máximos e
mı́nimos. Mais tarde, Isaac Newton e Gottfried Leibniz descobriram a relação entre recta
de variável real. As duas primeiras secções são preliminares, onde se apresentam algumas
contı́nua. Nas duas secções seguintes apresentamos os conceitos básicos do cálculo dife-
rencial em R e nas Secções 2.5 e 2.6 algumas propriedades das funções diferenciáveis. Na
Darboux, Rolle, Lagrange e Cauchy, e duas regras, regras de L’Hospital e Cauchy, que
lor, e algumas das suas aplicações, nomeadamente, no estudo dos extremos e pontos de
algumas funções reais de variável real. Finalmente, e à semelhança do que foi feito para o
capı́tulo anterior, terminamos o capı́tulo com exercı́cios resolvidos, uma lista de exercı́cios
representa-se por D ou D (f ) ou Df .
Ao conjunto onde a função toma valores, isto é, ao conjunto dos valores que são
por CD ou CD (f ) ou CDf .
A notação
f : A −→ B
G (f ) = {(x, y) : x ∈ A ∧ y = f (x) ∈ B} .
1
Exemplo 2.1.2 A função f : D −→ R definida por f (x) = √ tem por domı́nio o
9 − x2
conjunto
D = x ∈ R : 9 − x2 > 0 = (−3, 3)
1
e por contradomı́nio o conjunto , +∞ , sendo o seu gráfico apresentado na Figura 2.1.
3
-3 3
-1
1
Figura 2.1: Gráfico da função f (x) = √ .
9 − x2
Como referimos no inı́cio deste capı́tulo vamos agora estudar algumas funções elemen-
tares.
é uma função afim e o seu gráfico é uma recta não vertical com declive a1 e intersecção
função quadrática e o seu gráfico é uma parábola com concavidade voltada para cima se
a2 < 0
a2 >0
Definição 2.1.3 i) Diz-se que uma função f é par sse f (x) = f (−x) .
Observação 2.1.4 O gráfico de uma função par é simétrico em relação ao eixo das or-
f (x) = xn , com n ∈ N.
2.1 Funções elementares 31
Neste caso, se n for par temos que f é uma função par e se n for ı́mpar temos que f é
As funções polinomiais são casos particulares das funções racionais. As funções racio-
onde P (x) e Q (x) são polinómios na variável x. Casos particulares destas funções, que
Também neste caso h é par se n é par e é ı́mpar se n é ı́mpar, ver Figura 2.4.
mento.
Definição 2.1.5 i) Diz-se que uma função f : A −→ B é injectiva sse para quaisquer
aL bL
ii) Diz-se que uma função f : A −→ B é sobrejectiva sse o seu contradomı́nio f (A) é
igual a B, isto é, sse f (A) = B. Por outras palavras, f é sobrejectiva sse para cada y ∈ B
Como é sabido, uma função é invertı́vel se for injectiva. Das funções nos exemplos
e n ı́mpar. Em ambos os casos, quando n é par as funções não são injectivas, mas se
ta-se por f −1 .
2.1 Funções elementares 33
para qualquer x ∈ R. Quando n é par, consideremos a restrição a [0, +∞) para que seja
√
uma função injectiva, sendo a inversa definida por g (x) = n
x para qualquer x ∈ [0, +∞),
aL bL
√
Figura 2.5: Gráfico de g (x) = n
x, com n ∈ N, a) n par para x ∈ [0, +∞) e b) n > 1
ı́mpar para x ∈ R.
i) ax ay = ax+y ;
ii) ax bx = (ab)x ;
ax
iii) = ax−y ;
ay
a x a x
iv) x = ;
b b
v) (ax )y = axy .
definida por f (x) = ax , com a > 0, cujos gráficos são apresentados na Figura 2.6.
34 Cálculo diferencial em R
aL
bL cL
1 1
A função exponencial de base a, com a 6= 1, é uma função injectiva, pelo que admite
logarı́tmica de base a, a qual tem por domı́nio R+ , contradomı́nio R e a cada x faz cor-
responder o logaritmo de x na base a, que se representa por loga x, podendo dizer-se que
f : R −→ R+ , f −1 : R+ −→ R,
Na Figura 2.7 apresentamos os gráficos da função logarı́tmica de base a nos casos a > 1
e 0 < a < 1.
y = loga x ⇔ ay = x.
2.1 Funções elementares 35
aL bL
1 1
p∈R:
Um caso especial das funções exponenciais é a função exponecial de base e, isto é, a
definida por f (x) = loge x, ver Figura 2.8. Note-se que loge x pode ser representado por
aL bL
e-
1 1
È
1 1 e
com uma nota sobre como passar de uma base a para a base e.
tem-se
ax = ex ln a .
a y = bz
que é equivalente a
y = z loga b
que é equivalente a
Assim,
ou ainda,
ln x = loga x ln a,
5 Π -2 Π 3 Π -Π -
Π Π 3Π 5Π
-3 Π- - 2
2
Π 2 Π 3 Π
2 2 2 2
-1
Esta função não é injectiva, pelo que não admite inversa (a correpondência inversa
h π πi h π πi
f: − , −→ [−1, 1] , f −1 : [−1, 1] −→ − , ,
2 2 2 2
x 7−→ sen x, x 7−→ arcsen x.
aL 1 bL
Π
2
Π Π -1 1
-
2 2
Π
-1 -
2
h π πi
Figura 2.10: Gráfico de a) f (x) = sen x em − , e b) f −1 (x) = arcsen x em [−1, 1] .
2 2
38 Cálculo diferencial em R
y = arcsen x ⇔ sen y = x.
5 Π -2 Π 3 Π -Π -
Π Π 3Π 5Π
-3 Π- - 2
2
Π 2 Π 3 Π
2 2 2 2
-1
por f. A função inversa de f, f −1 , tem por domı́nio [−1, 1] , contradomı́nio [0, π] e a cada
x faz corresponder o arco ou o ângulo cujo coseno é x, que se representa por arccos x. Na
Figura 2.12 apresentamos os gráficos das funções f e f −1 , isto é, das funções
2.1 Funções elementares 39
aL 1
bL Π
Π
Π
Π 2
2
-1
-1 1
y = arccos x ⇔ cos y = x.
ii) Note-se que h (x) = cos x é invertı́vel quando restringida a qualquer dos intervalos
arctg x. Na Figura 2.14 apresentamos os gráficos das funções f e f −1 , isto é, das funções
40 Cálculo diferencial em R
5 Π -2 Π 3 Π -Π -
Π Π 3Π 5Π
-3 Π- - 2
2
Π 2 Π 3 Π
2 2 2 2
nπ o
Figura 2.13: Gráfico de h (x) = tg x em R\ + kπ : k ∈ Z .
2
π π π π
f: − , −→ R, f −1 : R −→ − , ,
2 2 2 2
x 7−→ tg x, x 7−→ arctg x.
aL Π
bL
2
Π Π
-
2 2
Π
-
2
π π
Figura 2.14: Gráfico de a) f (x) = tg x em − , e b) f −1 (x) = arctg x em R.
2 2
y = arctg x ⇔ tg y = x.
ii) Note-se que h (x) = tg x é invertı́vel quando restringida a qualquer dos intervalos
π π
kπ − , kπ + , com k ∈ Z.
2 2
2.1 Funções elementares 41
5 Π -2 Π 3 Π -Π -
Π Π 3Π 5Π
-3 Π- - 2
2
Π 2 Π 3 Π
2 2 2 2
faz corresponder o arco ou o ângulo cuja cotangente é x, que se representa por arccotg x.
Na Figura 2.16 apresentamos os gráficos das funções f e f −1 , isto é, das funções
f : (0, π) −→ R, f −1 : R −→ (0, π) ,
y = arccotg x ⇔ cotg y = x.
ii) Note-se que h (x) = cotg x é invertı́vel quando restringida a qualquer dos intervalos
aL
bL Π
Π
Π
Π 2
2
sen2 x + cos2 x = 1,
tg x ± tg y
tg (x ± y) = ,
1 ∓ tg x tg y
cotg x cotg y ∓ 1
cotg (x ± y) = ,
cotg x ± cotg y
as fórmulas de duplicação
2 tg x
sen (2x) = 2 sen x cos x = ,
1 + tg2 x
1 − tg2 x
cos (2x) = cos2 x − sen2 x = 1 − 2 sen2 x = ,
1 + tg2 x
2 tg x
tg (2x) = ,
1 − tg2 x
cotg2 x − 1
cotg (2x) = ,
2 cotg x
2.1 Funções elementares 43
as fórmulas de bissecção r
x 1 − cos x
sen = ± ,
2 2
r
x 1 + cos x
cos = ± ,
2 2
r
x 1 − cos x
tg = ± ,
2 1 + cos x
r
x 1 + cos x
cotg = ± ,
2 1 − cos x
e, por fim, as fórmulas de transformação
x+y x−y
sen x + sen y = 2 sen cos ,
2 2
x−y x+y
sen x − sen y = 2 sen cos ,
2 2
x+y x−y
cos x + cos y = 2 cos cos ,
2 2
x+y x−y
cos x − cos y = −2 sen sen .
2 2
ex − e−x
senh x = ,
2
ex + e−x
cosh x = ,
2
Figura 2.17.
cosh2 x − senh2 x = 1.
44 Cálculo diferencial em R
aL bL
2 2
1 1
-2 -1 1 2 -2 -1 1 2
-1 -1
-2 -2
A função seno hiperbólico tem inversa em R, que se designa por argumento seno hi-
perbólico e se representa por argsenh x. A função coseno hiperbólico só tem inversa se for
restringida, por exemplo, a [0, +∞) , que se designa por argumento coseno hiperbólico e se
representa por argcosh x. Os gráficos destas funções são apresentados na Figura 2.18.
aL bL
2 2
1 1
-2 -1 1 2 -2 -1 1 2
-1 -1
-2 -2
Por analogia com as funções trigonométricas, podem ser definidas as funções tangente
senh x cosh x
tgh x = e cotgh x = ,
cosh x senh x
tgh x ± tgh y
tgh (x ± y) = ,
1 ± tgh x tgh y
2 tgh x
tgh (2x) = .
1 + tgh2 x
Começamos por recordar a noção de limite de uma função real de variável real.
Diz-se que b é o limite de f (x) , quando x tende para a, e escreve-se lim f (x) = b ou
x→a
f (x) → b quando x → a, sse para qualquer δ > 0, existe um número ε > 0 tal que para
todo o x ∈ D\ {a} com |x − a| < ε se tem |f (x) − b| < δ, isto é, sse
ou ainda, sse
para a, significa que as imagens dos pontos do domı́nio, diferentes de a, estão tão próximas
f
b +δ
b
b−δ
a+ε a a −ε x
Note-se, portanto, que faz sentido falar de limite de f num ponto que não pertence
ao domı́nio de f , desde que seja ponto de acumulação do domı́nio. Por exemplo, para
sen x
a função f : R\ {0} −→ R definida por f (x) = , embora o zero não pertença ao
x
sen x
domı́nio da função, sabemos que lim f (x) = lim = 1. Neste caso, zero é ponto de
x→0 x→0 x
acumulação do domı́nio.
Por outro lado, não faz sentido falar de limite de uma função em pontos do domı́nio
que não sejam pontos de acumulação. Por exemplo, para uma função definida no conjunto
D = (0, 2] ∪ {5} , não faz sentido falar de limite no ponto 5. Neste caso, 5 não é ponto de
acumulação do domı́nio.
qualquer δ > 0, existe um número ε > 0 tal que para todo o x ∈ D com |x − a| < ε se tem
Diz-se que f é descontı́nua em a caso não seja contı́nua em a e a diz-se uma descon-
Exemplo 2.2.4 Provemos que a função f : R → R definida por f (x) = sen x é contı́nua
em R.
x−y x+y
|sen x| ≤ |x| , |cos x| ≤ 1 e sen x − sen y = 2 sen cos .
2 2
Como
x−a x+a 1
|f (x) − f (a)| = |sen x − sen a| = 2 sen cos ≤ 2 |x − a| = |x − a| < ε,
2 2 2
uma função num ponto (Definição 2.2.1) com a definição de função contı́nua num ponto
que se verifiquem três condições: 1) a função f esteja definida em a (para que f (a) faça
sentido), 2) o limite de f em a tem de existir em R (para que lim f (x) faça sentido) e
x→a
Do ponto de vista da prática, esta caracterização é mais usada, para provar que uma
dada função é contı́nua num ponto, do que a própria definição de função contı́nua num
ponto.
iii) Nesta definição, ao contrário da definição de limite de uma função num ponto a, o
ponto em questão pode ser um ponto isolado do domı́nio. Neste caso, a função é contı́nua
no ponto a. Com efeito, dado δ > 0, tome-se ε > 0 tal que Vε (a) ∩ D = {a} (que existe
em a.
iv) Como a continuidade é automática para os pontos isolados, basta provar a continui-
dade nos pontos de acumulação e a condição (2.1) pode ser vista como uma caracterização
f (x) − f (a)
lim .
x→a x−a
f (a + h) − f (a)
f ′ (a) = lim .
h→0 h
Exemplo 2.3.2 Seja f : [0, 3] −→ R definida por f (x) = x−1. Esta função é diferenciável
f (x) − f (a) x2 − a (x − a) (x + a)
f ′ (a) = lim = lim = lim = lim (x + a) = 2a.
x→a x−a x→a x − a x→a x−a x→a
f (x + h) − f (x) C −C 0
f ′ (x) = lim = lim = lim = 0.
h→0 h h→0 h h→0 h
f (x + h) − f (x) ex+h − ex eh − 1
f ′ (x) = lim = lim = ex lim = ex .
h→0 h h→0 h h→0 h
Exemplo 2.3.6 Seja f : (0, +∞) −→ R definida por f (x) = ln x. Esta função é diferen-
Exemplo 2.3.7 Seja f : R −→ R definida por f (x) = sen x. Esta função é diferenciável
Exemplo 2.3.8 Seja f : R −→ R definida por f (x) = cos x. Esta função é diferenciável
√
Exemplo 2.3.9 Seja f : [0, +∞) −→ R definida por f (x) = x. Provemos que esta
função é diferenciável em (0, +∞) . Com efeito, para a ∈ (0, +∞) tem-se
√ √
′ f (a + h) − f (a) a+h− a
f (a) = lim = lim =
h→0 h h→0 h
√ √ √ √
a+h− a a+h+ a
= lim √ √ =
h→0 h a+h+ a
h 1 1
= lim √ √ = lim √ √ = √
h→0 h a+h+ a h→0 a+h+ a 2 a
e para a = 0 tem-se
√
′ f (0 + h) − f (0) h 1
f (0) = lim = lim = lim √
h→0 h h→0 h h→0 h
Interpretação geométrica
deremos ainda a recta secante que passa nos pontos A = (a, f (a)) e P = (x, f (x)) . O
f (x) − f (a)
declive desta recta é dado pela razão , ver Figura 2.20.
x−a
A recta tangente ao gráfico de f no ponto (a, f (a)) , Ta f, é então a recta que tem
como declive o limite dos declives das rectas secantes que passam pelos pontos (a, f (a)) e
52 Cálculo diferencial em R
(x, f (x)) quando x → a, pelo que a recta tangente ao gráfico de f no ponto (a, f (a)) está
y = f (a) + f ′ (a) (x − a) .
f ( x) f
Ta f
f (a )
a x x
Interpretação fı́sica
A derivada de uma função num ponto pode ser interpretada, por exemplo, como uma
velocidade instantânea. Com efeito, consideremos um ponto que se move sobre a recta real
tal que s (t) é a posição em cada instante t. Então, a velocidade média entre os instantes
t0 e t é dada por
s (t) − s (t0 )
.
t − t0
O limite
s (t) − s (t0 )
lim ,
t→t0 t − t0
quando existe, dá-nos a velocidade instantânea no ponto t0 , isto é, a velocidade instantânea
s (t) − s (t0 )
v (t0 ) = lim = s′ (t0 ) ,
t→t0 t − t0
ou seja, a derivada de uma função num ponto pode ser interpretada como uma velocidade
instantânea.
(−∞, a)∩D. Diz-se que f é diferenciável ou derivável à esquerda em a sse existe e é finito
o limite
f (x) − f (a)
lim .
x→a− x−a
f (x) − f (a)
fe′ (a) = lim
x→a− x−a
f (a + h) − f (a)
fe′ (a) = lim .
h→0− h
f (x) − f (a)
lim .
x→a+ x−a
f (x) − f (a)
fd′ (a) = lim
x→a+ x−a
54 Cálculo diferencial em R
f (a + h) − f (a)
fd′ (a) = lim .
h→0+ h
Exemplo 2.4.3 Seja f : R −→ R definida por f (x) = |x| . Esta função não é diferenciável
f (x) − f (0) −x
fe′ (0) = lim = lim = −1
x→0− x−0 x→0− x
e
f (x) − f (0) x
fd′ (0) = lim = lim = 1,
x→0+ x−0 x→0 x
+
x2
(
se x < 2,
f (x) =
x + 2 se x ≥ 2.
f (x) − f (2) x2 − 4
fe′ (2) = lim = lim = lim (x + 2) = 4
x→2− x−2 x→2− x − 2 x→2−
e
f (x) − f (2) x+2−4
fd′ (2) = lim = lim =1
x→2+ x−2 x→2+ x−2
Interpretação geométrica
Como vimos no exemplo anterior, é possı́vel que uma função tenha derivadas laterais
num ponto sem que seja diferenciável nesse ponto. Em termos geométricos, este facto
significa que podem existir rectas tangentes à esquerda e à direita ao gráfico de f no ponto
(a, f (a)) sem que exista recta tangente ao gráfico de f nesse ponto.
f (a )
Te Td
a x
f (x) − f (a)
lim = +∞.
x→a x−a
56 Cálculo diferencial em R
f (x) − f (a)
lim = −∞.
x→a x−a
Interpretação geométrica
de f, no ponto (a, f (a)) , paralela ao eixo dos yy, ver Figura 2.22. A derivada em a é
+∞ quando a recta tangente, paralela ao eixo dos yy, é aproximada por secantes com
declive positivo e a derivada em a é −∞ quando a recta tangente, paralela ao eixo dos yy,
Tal como atrás, é possı́vel que uma função tenha derivadas laterais infinitas distin-
tas num ponto. Na Figura 2.23 a), está representado um caso em que fe′ (a) = −∞ e
aL bL
f 'HaL=+¥ f 'HaL=-¥
aL bL
Figura 2.23: Representação geométrica das derivadas infinitas laterais a) fe′ (a) = −∞,
fd′ (a) = +∞ e b) fe′ (a) = +∞, fd′ (a) = −∞.
Vamos nesta secção enunciar algumas das propriedades da derivada de uma função
num ponto.
f é contı́nua em a.
f (x) − f (a)
f (x) − f (a) = (x − a) .
x−a
Então,
f (x) − f (a)
lim [f (x) − f (a)] = lim (x − a) =
x→a x→a x−a
f (x) − f (a)
= lim lim (x − a) = f ′ (a) × 0 = 0,
x→a x−a x→a
f (x) − f (0) −2
lim = lim = +∞
x→0− x−0 x→0− x
e
f (x) − f (0) 0
lim = lim = 0,
x→0+ x−0 x→0 + x
ii) O mesmo argumento do teorema anterior mostra que se existe derivada lateral es-
lim f (x) = f (a) . Analogamente, se existe derivada lateral direita de f em a, fd′ (a) ,
x→a−
então f é contı́nua à direita no ponto a, isto é, lim f (x) = f (a) . Portanto, para que f
x→a+
seja contı́nua no ponto a, basta que existam as duas derivadas laterais, sem que tenham
de ser iguais.
iii) A recı́proca do teorema anterior não é verdadeira. Com efeito, basta considerar
k ∈ R. Então,
f
iii) se g (a) 6= 0, é diferenciável em a e tem-se
g
′
f f ′ (a)g (a) − f (a)g ′ (a)
(a) = .
g g 2 (a)
Demonstração: i) Como
f (x) g (x) − f (a) g (a) = f (x) g (x) − f (a) g (x) + f (a) g (x) − f (a) g (a) =
donde
iii) Como
f f f (x) f (a)
(x) − (a) −
g g g (x) g (a) f (x) g (a) − f (a) g (x)
= = =
x−a x−a g (x) g (a) (x − a)
f (x) g (a) − f (a) g (a) + f (a) g (a) − f (a) g (x)
= =
g (x) g (a) (x − a)
1 f (x) − f (a) g (x) − g (a)
= g (a) − f (a) (2.5)
g (x) g (a) x−a x−a
quando x → a, o resultado.
a ∈ D′ ∩ D e n ∈ N. Então,
i) f1 + f2 + · · · + fn é diferenciável em a e tem-se
(f1 f2 · · · fn )′ (a) = f1′ (a)f2 (a) · · · fn (a) + f1 (a)f2′ (a) · · · fn (a) + · · · + f1 (a)f2 (a) · · · fn′ (a).
formalmente.
2.5 Propriedades da derivada 61
Então,
(f + g)′ = f ′ + g ′ e (kf )′ = kf ′ ;
(f g)′ = f ′ g + f g ′ ;
f
iii) se g 6= 0 para todo o x ∈ D, é diferenciável em D e tem-se
g
′
f f ′g − f g′
= .
g g2
x2 sen 1
se x 6= 0,
f (x) = x
0 se x = 0,
2x sen 1 − cos 1 se x 6= 0,
′ x x
f (x) =
0 se x = 0.
62 Cálculo diferencial em R
1 1 1 1 1 1
- -
-
2Π 3Π 4Π 4Π 3Π 2Π
1
Figura 2.24: Gráfico da função f : R −→ R definida por f (x) = x2 sen se x 6= 0 e
x
f (x) = 0 se x = 0.
Vejamos agora o que acontece com a derivada da função composta. Antes de enun-
g ◦ f : D ⊆ R −→ R é definida por
x+2
Exemplo 2.5.8 Consideremos f : R\ {0} −→ R e g : R −→ R definidas por f (x) =
x
e g (x) = 2x − 1, respectivamente. Então, g ◦ f : R\ {0} −→ R é dada por (g ◦ f ) (x) =
x+2 x+4
=2 −1= .
x x
Observação 2.5.9 Note-se que as funções são aplicadas começando pela direita: g ◦ f
depois f, pelo que g ◦ f poderá ser bastante diferente de f ◦ g, isto é, a composição de
diferenciável em a e tem-se
g ◦ f : D ⊆ R −→ R é diferenciável em D e tem-se
(g ◦ f )′ = g ′ ◦ f f ′ .
(2.7)
Do ponto de vista da prática, os dois teoremas anteriores são muito úteis para es-
tabelecer que certas funções são diferenciáveis e calcular as suas derivadas. Podem ser
64 Cálculo diferencial em R
usados em muitas situações em que seria difı́cil aplicar directamente a definição de função
diferenciável.
em D.
que tem como derivada a própria função, pelo que, pelo teorema anterior, tem-se que
′
(e ◦ f )′ (x) = ef (x) = ef (x) f ′ (x) ,
para todo o x ∈ D.
definida por g(y) = y n , com n ∈ N. Como g ′ (y) = ny n−1 , tem-se, pela regra da cadeia,
que
para todo o x ∈ D.
diferenciável em D.
Com efeito, no Exemplo 2.3.7 vimos que a função seno é diferenciável em R e que tem
como derivada a função coseno, pelo que, pelo teorema anterior, tem-se que
(sen ◦f )′ (x) = (sen f )′ (x) = cos f (x) f ′ (x) = f ′ (x) cos f (x) ,
para todo o x ∈ D.
2.5 Propriedades da derivada 65
diferenciável em D.
Com efeito, no Exemplo 2.3.8 vimos que a função coseno é diferenciável em R e que
tem como derivada o simétrico da função seno, pelo que, pelo teorema anterior, tem-se
que
(cos ◦f )′ (x) = (cos f )′ (x) = − sen f (x) f ′ (x) = −f ′ (x) sen f (x) ,
para todo o x ∈ D.
1 1
g ′ (b) = = . (2.8)
f ′ (a) f ′ (g (b))
Observação 2.5.17 i) O teorema anterior pode ser enunciado para funções definidas em
domı́nios gerais, não necessariamente intervalos (ver, por exemplo, [ELL 95]).
ii) A condição f ′ (a) 6= 0 no teorema anterior é essencial, pois se esta condição não
se verificar o resultado poderá não ser verdadeiro. Considere-se, por exemplo, a função
bijectiva f : R −→ R definida por f (x) = x3 para a qual f ′ (0) = 0 e cuja função inversa
√
f −1 (x) = 3
x não é diferenciável na origem, ver Figura 2.25.
66 Cálculo diferencial em R
aL x3 bL !!
3 !
x
tem-se
1
g′ = . (2.9)
f′ ◦g
Exemplo 2.5.19 Seja g : (0, +∞) −→ R definida por g (x) = ln x. Determinemos a sua
derivada.
qualquer y ∈ R.
1 1 1 1
g ′ (x) = = = ln x = ,
f ′ (y) e y e x
2.5 Propriedades da derivada 67
isto é,
1
g ′ (x) = .
x
π π
Exemplo 2.5.20 Seja g : R −→ − , definida por g (x) = arctg x. Determinemos a
2 2
sua derivada.
π π
Fazendo y = arctg x, tem-se que x = tg y, pelo que a função f : − , −→ R
2 2
π π
definida por f (y) = tg y é uma bijecção diferenciável em qualquer ponto y ∈ − , e
2 2
1 π π
f ′ (y) = 2
para qualquer y ∈ − , .
cos y 2 2
Assim, pelo teorema anterior, g = f −1 é diferenciável em f (y) e tem-se
1 1 1 1
g ′ (x) = = = = ,
f ′ (y) 1 2
1 + tg y 1 + x2
cos2 y
isto é,
1
.g ′ (x) =
1 + x2
h π πi
Exemplo 2.5.21 Seja g : [−1, 1] −→ − , definida por g (x) = arcsen x. Determine-
2 2
mos a sua derivada.
h π πi
Fazendo y = arcsen x, tem-se que x = sen y, pelo que a função f : − , −→ [−1, 1]
2 2
h π πi
definida por f (y) = sen y é uma bijecção diferenciável em qualquer ponto y ∈ − , e
2 2
h π πi
f ′ (y) = cos y para qualquer y ∈ − , .
2 2
π π
Como cos y 6= 0 para qualquer y ∈ − , , tem-se, pelo teorema anterior, que
2 2
g = f −1 é diferenciável em f (y) e
1 1 1
g ′ (x) = = =√ ,
f ′ (y) cos y 1 − x2
isto é,
1
g ′ (x) = √ ,
1 − x2
para todo o x ∈ (−1, 1) . A derivada desta função não existe nos pontos −1 e 1.
68 Cálculo diferencial em R
√ ′ u′
7. ( n u) = √
n
; 8. (eu )′ = u′ eu ;
n un−1
u′ u′
11. (ln u)′ = ; 12. (loga u)′ = ;
u u ln a
13. (sen u)′ = u′ cos u; 14. (cos u)′ = −u′ sen u;
u′ u′
15. (tg u)′ = ; 16. (cotg u)′ = − ;
cos2 u sen 2 u
u′ u′
17. (arcsen u)′ = √ ; 18. (arccos u)′ = − √ ;
1 − u2 1 − u2
u′ u′
19. (arctg u)′ = ; 20. (arccotg u)′ = − ;
1 + u2 1 + u2
u′ u′
23. (tgh u)′ = ; 24. (cotgh u)′ = ;
cosh 2 u senh 2 u
u′ u′
25. (argsenh u)′ = √ ; 26. (argcosh u)′ = √ ;
u2 + 1 u2 − 1
u′ u′
27. (argtgh u)′ = ; 28. (argcotgh u)′ = ;
1 − u2 1 − u2
29. (sec u)′ = u′ sec u tg u; 30. (cosec u)′ = −u′ cosec u cotg u;
u′ u′
31. (arcsec u)′ = √ ; 32. (arccosec u)′ = − √ .
u u2 − 1 u u2 − 1
2.6 Derivação de funções monótonas 69
Vamos de seguida ver algumas propriedades das funções monótonas. Comecemos por
f (x) ≤ f (y) .
ii) Diz-se que f é estritamente crescente em D sse para quaisquer x, y ∈ D, com x < y,
f (x) ≥ f (y) .
estritamente decrescente em D.
então ψ = −ϕ é crescente em D.
Note-se ainda que as funções monótonas não são necessariamente funções contı́nuas.
isto é, para quaisquer x, y ∈ D, com x ≤ y, tem-se f (x) ≥ f (y) , então, existindo derivada
de f em a ∈ D, tem-se f ′ (a) ≤ 0.
Note-se, no entanto, que a função ser estritamente crescente não é suficiente para
garantir que f ′ (a) > 0. Considere-se, por exemplo, a função f : R −→ R definida por
f (x) = x3 .
(−∞, a) ∩ D.
i) Se fe′ (a) < 0, então existe ε > 0 tal que f (x) > f (a) para todo o x ∈ (a − ε, a) ∩ D.
ii) Se fe′ (a) > 0, então existe ε > 0 tal que f (x) < f (a) para todo o x ∈ (a − ε, a) ∩ D.
(a, +∞) ∩ D.
i) Se fd′ (a) < 0, então existe ε > 0 tal que f (x) < f (a) para todo o x ∈ (a, a + ε) ∩ D.
ii) Se fd′ (a) > 0, então existe ε > 0 tal que f (x) > f (a) para todo o x ∈ (a, a + ε) ∩ D.
a − ε < x < a < y < a + ε implicam f (x) > f (a) > f (y) .
ii) Se f é diferenciável em a com f ′ (a) > 0, então existe ε > 0 tal que x, y ∈ D e
a − ε < x < a < y < a + ε implicam f (x) < f (a) < f (y) .
Observação 2.6.5 Note-se que a alı́nea ii) do Teorema 2.6.3 não implica que exista uma
lhantes para os restantes resultados nos Teoremas 2.6.2 e 2.6.3 e no Corolário 2.6.4). Com
f (x) = x 2
0 se x = 0,
pelo que se disse atrás (ver antes do Teorema 2.6.2) a função f não é crescente nem
0.1
0.05
-0.05
-0.1
1 x
Figura 2.26: Gráfico da função f : R −→ R definida por f (x) = x2 sen + se x 6= 0 e
x 2
f (x) = 0 se x = 0.
de Darboux, Rolle, Lagrange e Cauchy, e duas regras, regras de L’Hospital e Cauchy, que
i) Diz-se que f tem um mı́nimo local ou relativo em a sse existe ε > 0 tal que
ii) Diz-se que f tem um mı́nimo global ou absoluto em a sse f (a) ≤ f (x) , para todo
∀x ∈ D : f (a) ≤ f (x) .
iii) Diz-se que f tem um máximo local ou relativo em a sse existe ε > 0 tal que
2.7 Teoremas fundamentais do cálculo diferencial 73
iv) Diz-se que f tem um máximo global ou absoluto em a sse f (a) ≥ f (x) , para todo
∀x ∈ D : f (a) ≥ f (x) .
v) Diz-se que f tem um extremo local ou relativo em a sse f tem um máximo local ou
um mı́nimo local em a.
vi) Diz-se que f tem um extremo global ou absoluto em a sse f tem um máximo global
ou um mı́nimo global em a.
local em a, então
f ′ (a) = 0,
análogo.
f (x) − f (a)
Suponhamos que f ′ (a) > 0, isto é, suponhamos que lim > 0. Então,
x→a x−a
existe uma vizinhança Vε (a) de a tal que
f (x) − f (a)
> 0,
x−a
f (x) − f (a)
f (x) − f (a) = (x − a) > 0,
x−a
o que contradiz a hipótese de f ter um máximo local em a. Portanto, não se pode ter
f ′ (a) > 0. Do mesmo modo se conclui que não se pode ter f ′ (a) < 0. Então, f ′ (a) = 0.
basta considerar a função f : R −→ R definida por f (x) = x3 para a qual f ′ (0) = 0 e que
ii) Note-se que existem funções com pontos de máximo ou mı́nimo locais sem que sejam
diferenciáveis nesses pontos. Por exemplo, a função f : R −→ R definida por f (x) = |x|
iii) A condição de a ser ponto de acumulação dos conjuntos (−∞, a)∩D e (a, +∞)∩D
é essencial, pois se apenas uma das derivadas laterais estiver definida, pode acontecer que
o ponto a seja ponto de extremo local sem que seja ponto crı́tico. Por exemplo, a função
x5 x3
Exemplo 2.7.4 Seja f : R −→ R definida por f (x) = − − 1. Determinemos os
5 3
pontos crı́ticos de f.
Os pontos crı́ticos de f são, caso existam, os zeros da função derivada. Como a função
f ′ (x) = x4 − x2 ,
tem-se que
f ′ (x) = 0 ⇔ x4 − x2 = 0 ⇔ x2 x2 − 1 = 0 ⇔ x = 0 ∨ x = −1 ∨ x = 1,
C 1.
é contı́nua em D.
x2 sen 1
se x 6= 0,
f (x) = x
0 se x = 0.
2x sen 1 − cos 1
′
se x 6= 0,
f (x) = x x
0 se x = 0,
1 1
mas não é contı́nua em x = 0, pois lim 2x sen − cos não existe. Portanto, f não
x→0 x x
é de classe C 1 .
[a, b] de R, se f ′ (a) < d < f ′ (b) , então, pelo Teorema do valor intermédio de Cauchy (ver
[SV 12a]) aplicado à função derivada f ′ , existe c ∈ (a, b) tal que f ′ (c) = d.
derivada, diz que, mesmo quando a função derivada f ′ é descontı́nua, a condição do va-
lor intermédio continua verdadeira, isto é, não é necessário que a função derivada seja
contı́nua.
76 Cálculo diferencial em R
uma função diferenciável em [a, b] . Se f ′ (a) < d < f ′ (b) , então existe c ∈ (a, b) tal que
f ′ (c) = d.
Demonstração: Consideremos em primeiro lugar d = 0, isto é, f ′ (a) < 0 < f ′ (b) .
Portanto, nem a nem b são mı́nimos de f em [a, b] , pelo que existe c ∈ (a, b) onde f
O caso geral reduz-se a este caso se considerarmos a função g (x) = f (x) − dx que é
função contı́nua em [a, b] e diferenciável em (a, b) . Se f (a) = f (b) , então existe c ∈ (a, b)
Se o máximo e o mı́nimo são atingidos nos extremos do intervalo, como f (a) = f (b) ,
não forem iguais, como f (a) = f (b) , então o máximo ou o mı́nimo é atingido num ponto
Geometricamente, o Teorema de Rolle afirma que existe pelo menos um ponto onde a
f HaL= f HbL
a b
e f (t) a posição em cada instante t de um corpo que se move no eixo real e se o corpo
ocupa a mesma posição nos instantes a e b, isto é, f (a) = f (b) , então o Teorema de Rolle
afirma que existe pelo menos um instante onde há uma paragem, isto é, existe pelo menos
Corolário 2.7.9 Entre dois zeros de uma função diferenciável num intervalo há, pelo
Corolário 2.7.10 Entre dois zeros consecutivos da derivada de uma função diferenciável
β tais que c1 < α < β < c2 com f (α) = f (β) = 0, então pelo Teorema de Rolle existia
78 Cálculo diferencial em R
c ∈ (α, β) tal que f ′ (c) = 0, o que contraria a hipótese de c1 e c2 serem zeros consecutivos
da derivada.
Corolário 2.7.11 Não existe mais do que um zero da função maior (menor) do que todos
c1 < α < β com f (α) = f (β) = 0, então pelo Teorema de Rolle existia c ∈ (α, β) tal que
Embora f (0) = f (1) e f seja diferenciável em (0, 1) , com f ′ (x) = 1 para todo o
x ∈ (0, 1) , não se pode aplicar o Teorema de Rolle, pois f não é contı́nua em [0, 1] .
Embora f (−1) = f (1) e f seja contı́nua em [−1, 1] , não se pode aplicar o Teorema de
Rolle, pois f não é diferenciável em (−1, 1) , por não ser diferenciável em zero. Note-se
√
Exemplo 2.7.14 Seja f : [−1, 1] −→ R definida por f (x) = 1 − x2 .
aplicar o Teorema de Rolle a f no intervalo [−1, 1] . Portanto, existe c ∈ (−1, 1) tal que
f ′ (c) = 0.
2.7 Teoremas fundamentais do cálculo diferencial 79
aplicar o Teorema de Rolle a f no intervalo [−1, 1] . Portanto, existe c ∈ (−1, 1) tal que
f ′ (c) = 0.
uma função contı́nua em [a, b] e diferenciável em (a, b) . Então, existe c ∈ (a, b) tal que
f (b) − f (a)
f ′ (c) = .
b−a
Demonstração: A função
f (b) − f (a)
ϕ (x) = f (x) − x
b−a
é contı́nua em [a, b] , diferenciável em (a, b) e ϕ (a) = ϕ (b) . Pelo Teorema de Rolle existe
f (b) − f (a) f (b) − f (a)
c ∈ (a, b) tal que ϕ′ (c) = 0, isto é, f ′ (c)− = 0, ou ainda, f ′ (c) = .
b−a b−a
Geometricamente, o Teorema de Lagrange afirma que existe pelo menos um ponto onde
a tangente ao gráfico de f é paralela à recta que passa pelos pontos (a, f (a)) e (b, f (b)) ,
distintos e f (t) a posição em cada instante t de um corpo que se move no eixo real, então
o Teorema de Lagrange afirma que existe pelo menos um instante, c, onde a velocidade
f (b) − f (a)
instantânea, f ′ (c) , é igual à velocidade média entre os instantes a e b, .
b−a
80 Cálculo diferencial em R
f HbL
f HaL
a c b
Demonstração: Provemos que f (x) = f (a) para todo o x ∈ [a, b] . Com efeito, se
c ∈ (a, x) tal que f (x)−f (a) = f ′ (c) (x − a) . Como f ′ (c) = 0, temos que f (x)−f (a) = 0.
em [a, b] e diferenciáveis em (a, b) . Se f ′ (x) = g ′ (x) para todo o x ∈ (a, b) , então existe
K ∈ R tal que g (x) = f (x) + K para todo o x ∈ [a, b] , isto é, as duas funções diferem de
uma constante.
Como vimos atrás (ver antes do Teorema 2.6.2), se f é crescente e diferenciável, então
f ′ (x) ≥ 0.
x1 < x2 , tem-se, pelo Teorema de Lagrange, que existe c ∈ (x1 , x2 ) tal que f (x2 )−f (x1 ) =
= f ′ (c) (x2 − x1 ) . Como f ′ (c) ≥ 0 e x2 −x1 > 0, tem-se que f (x2 ) ≥ f (x1 ) , o que mostra
o resultado.
Demonstração: Provemos apenas que f ′ (x) > 0 para todo o x ∈ I implica que f é
Suponhamos que f ′ (x) > 0 para todo o x ∈ I. Se x1 , x2 ∈ I, com x1 < x2 , tem-se, pelo
Teorema de Lagrange, que existe c ∈ (x1 , x2 ) tal que f (x2 ) − f (x1 ) = f ′ (c) (x2 − x1 ) .
Como f ′ (c) > 0 e x2 − x1 > 0, tem-se que f (x2 ) > f (x1 ) , o que mostra o resultado.
i) Se existe uma vizinhança (c − ε, c + ε) ⊆ [a, b] tal que f ′ (x) ≥ 0 para c − ε < x < c
ii) Se existe uma vizinhança (c − ε, c + ε) ⊆ [a, b] tal que f ′ (x) ≤ 0 para c − ε < x < c
para extremos.
ii) A recı́proca do corolário anterior não é verdadeira. Com efeito, basta tomar a
2x4 + x4 sen 1
se x 6= 0,
f (x) = x
0 se x = 0,
que tem um mı́nimo absoluto em x = 0, mas cuja função derivada f ′ toma valores positivos
|f (x) − f (y)| ≤ K |x − y| ,
[a, b] e diferenciável em (a, b) . Se existe lim f ′ (x) = L, então também existe fd′ (a) e
x→a+
[a, b] e diferenciável em (a, b) . Se existe lim f ′ (x) = L, então também existe fe′ (b) e
x→b−
x
Exemplo 2.7.28 Mostremos que < ln (1 + x) < x, para x > 0.
1+x
Consideremos a função f (t) = ln (1 + t) definida em [0, x] , com x > 0, e apliquemos
Comecemos por notar que f satisfaz as condições do Teorema de Lagrange, isto é, f é
f (x) − f (0)
f ′ (c) =
x−0
ou
ln (1 + x)
f ′ (c) = .
x
1
Mas, como f ′ (t) = tem-se
1+t
1 ln (1 + x)
= .
1+c x
1 1
< < 1,
1+x 1+c
84 Cálculo diferencial em R
donde
1 ln (1 + x)
< <1
1+x x
e, portanto,
x
< ln (1 + x) < x, para x > 0.
1+x
Comecemos por notar que f satisfaz as condições do Teorema de Lagrange, isto é, f é
f (x) − f (0)
f ′ (c) =
x−0
ou
sen x
f ′ (c) = .
x
sen x
cos c = .
x
sen x
−1 ≤ ≤ 1,
x
e, portanto,
√
Consideremos a função f (x) = x definida em [100, 105] e apliquemos o Teorema de
Comecemos por notar que f satisfaz as condições do Teorema de Lagrange, isto é, f é
f (105) − f (100)
f ′ (c) =
105 − 100
ou
√ √
′ 105 − 100
f (c) = .
5
1
Mas, como f ′ (x) = √ tem-se
2 x
√ √
1 105 − 100
√ =
2 c 5
ou
5 √ √
√ = 105 − 100.
2 c
Por outro lado, como 100 < c < 105 resulta que
√ √ √
10 < c< 105 < 121 = 11,
donde
5 √ 5
< 105 − 10 <
2 × 11 2 × 10
e, portanto,
5 √ 1
10 + < 105 < 10 + .
22 4
Demonstração: A função
f (b) − f (a)
ϕ (x) = f (x) − g (x)
g (b) − g (a)
é contı́nua em [a, b] , diferenciável em (a, b) e ϕ (a) = ϕ (b) . Pelo Teorema de Rolle existe
f ′ (c) f (b) − f (a)
c ∈ (a, b) tal que ϕ′ (c) = 0, isto é, ′
= .
g (c) g (b) − g (a)
instantes distintos e f (t) e g (t) dois movimentos independentes na recta real, então o
Teorema do valor médio de Cauchy afirma que existe pelo menos um instante, c, onde o
f ′ (c)
quociente das velocidades instantâneas, ′ , é igual ao quociente das velocidades médias
g (c)
f (b) − f (a) g (b) − g (a)
entre os instantes a e b, / .
b−a b−a
Vamos agora enunciar uma regra importante para o estudo de limites, a regra de
0
L’Hospital, que é aplicável apenas no levantamento de indeterminações do tipo .
0
existe e
f (x) f ′ (a)
lim = ′ .
x→a g (x) g (a)
2.7 Teoremas fundamentais do cálculo diferencial 87
f (x) − f (a)
f (x) f (x) − f (a) x−a
= =
g (x) g (x) − g (a) g (x) − g (a)
x−a
limite é infinito.
iii) A regra também é válida se uma das derivadas f ′ (a) ou g ′ (a) (mas não ambas) é
sen x
Exemplo 2.7.35 Determinemos lim .
x→0 x
Fazendo no teorema anterior I = R, f (x) = sen x e g (x) = x, tem-se que
sen x cos 0
lim = = 1.
x→0 x 1
x2 + 2x − 3
Exemplo 2.7.36 Determinemos lim .
x→1 x−1
Fazendo no teorema anterior I = R, f (x) = x2 + 2x − 3 e g (x) = x − 1, tem-se que
x2 + 2x − 3 4
lim = = 4.
x→1 x−1 1
e4x − 1
Exemplo 2.7.37 Determinemos lim .
x→0 3x
88 Cálculo diferencial em R
e4x − 1 4
lim = .
x→0 3x 3
A partir do Teorema do valor médio de Cauchy pode demonstrar-se a regra que apre-
intervalo aberto I e seja a uma das extremidades de I. Suponhamos que g ′ (x) 6= 0 para
todo o x ∈ I. Se f (x) e g (x) tendem ambas para zero ou g (x) tende para −∞ ou +∞,
f ′ (x)
lim ,
x→a g ′ (x)
e
f (x) f ′ (x)
lim = lim ′ .
x→a g (x) x→a g (x)
Corolário 2.7.39 Sejam f e g duas funções diferenciáveis num intervalo aberto I privado
de um ponto a. Se g ′ (x) 6= 0 para todo o x ∈ I\ {a} e se f (x) e g (x) tendem ambas para
f (x) f ′ (x)
lim = lim ′
x→a g (x) x→a g (x)
x6=a x6=a
Observação 2.7.40 i) No teorema anterior, o intervalo I pode ser não limitado, isto é,
ii) No teorema anterior, no caso em que g (x) tende para −∞ ou +∞ não se exige que
sen x
Exemplo 2.7.41 Determinemos lim .
x→0 x
Fazendo no teorema anterior I = (0, +∞) , f (x) = sen x e g (x) = x, tem-se que
f ′ (x) cos x
lim = lim =1
x→0 g ′ (x) x→0 1
e, portanto,
sen x
lim = 1.
x→0 x
ln x
Exemplo 2.7.42 Determinemos lim .
x→+∞ 2x + 1
g ′ (x) = 2 6= 0 em (0, +∞) e lim f (x) = lim g (x) = +∞, pelo que
x→+∞ x→+∞
1
f ′ (x) 1
lim = lim x = lim =0
x→+∞ g ′ (x) x→+∞ 2 x→+∞ 2x
e, portanto,
ln x
lim = 0.
x→+∞ 2x + 1
ln x
Exemplo 2.7.43 Determinemos lim , com α > 0.
x→+∞ xα
90 Cálculo diferencial em R
g ′ (x) = αxα−1 6= 0 em (0, +∞) e lim f (x) = lim g (x) = +∞, pelo que
x→+∞ x→+∞
1
f ′ (x) x = lim 1
lim ′ = lim α−1
=0
x→+∞ g (x) x→+∞ αx x→+∞ αxα
e, portanto,
ln x
lim = 0.
x→+∞ xα
f ′ (x) f (x)
Observação 2.7.44 Poderá acontecer que não exista lim ′
e exista lim . Com
x→a g (x) x→a g (x)
1
x2 sen
efeito, a aplicação da regra de Cauchy ao cálculo do limite lim x leva-nos a calcular
x→0 sen x
1 1
2x sen − cos
o limite do quociente das derivadas lim x x que não existe devido à não
x→0 cos x
1
1 x2 sen
existência de lim cos . No entanto, existe lim x , pois
x→0 x x→0 sen x
1
x2 sen x
1
lim x = lim × lim x sen = 1 × 0 = 0.
x→0 sen x x→0 sen x x→0 x
f ′ (x)
Portanto, quando, depois de aplicarmos a regra de Cauchy, não existe lim nada
x→a g ′ (x)
f (x)
se pode concluir sobre lim .
x→a g (x)
f (x)
Observação 2.7.45 Aplicada a regra de Cauchy ao quociente , se lim f ′ (x) =
g (x) x→a
f ′ (x)
= lim g ′ (x) = 0 ou lim g ′ (x) = ±∞ e se está nas condições de aplicação da regra
x→a x→a g ′ (x)
de Cauchy, então
f (x) f ′ (x) f ′′ (x)
lim = lim ′ = lim ′′ .
x→a g (x) x→a g (x) x→a g (x)
ex − x − 1
Exemplo 2.7.46 Determinemos lim .
x→0 xex − x
que g ′ (x) 6= 0 em (0, +∞) e lim f (x) = lim g (x) = 0, pelo que
x→0 x→0
f ′ (x) ex − 1
lim = lim .
x→0 g ′ (x) x→0 ex + xex − 1
2.7 Teoremas fundamentais do cálculo diferencial 91
Aplicando de novo o teorema anterior a I = (0, +∞) , f (x) = ex −1 e g (x) = ex +xex −1,
tem-se que g ′ (x) 6= 0 em (0, +∞) e lim f (x) = lim g (x) = 0, pelo que
x→0 x→0
f ′′ (x) ex 1
lim ′′
= lim x x x
=
x→0 g (x) x→0 e + e + xe 2
e, portanto,
ex − x − 1 1
lim x
= .
x→0 xe − x 2
ln (1 + 2x)
Exemplo 2.7.47 Determinemos lim .
x→+∞ ln (1 + 5x)
2
ln (1 + 2x) 2 1 + 5x 2 5
lim = lim 1 + 2x = lim = lim = 1.
x→+∞ ln (1 + 5x) x→+∞ 5 5 x→+∞ 1 + 2x 5 x→+∞ 2
1 + 5x
0
do tipo , tem-se que
0
1 1 sen x − x cos x − 1 − sen x
lim − = lim = lim = lim = 0.
x→0 x sen x x→0 x sen x x→0 sen x + x cos x x→0 cos x + cos x − x sen x
g(x)
f (x)g(x) = eln(f (x)) = eg(x) ln(f (x)) .
x lim (x ln x)
lim xx = lim eln x = lim ex ln x = e x→0+ = e0 = 1.
x→0+ x→0+ x→0+
1 x
Exemplo 2.7.53 Determinemos lim 1+ .
x→+∞ x
Pela observação anterior, transforma-se uma indeterminação do tipo 1∞ numa inde-
1 x
1 x lim [x ln(1+ x1 )]
lim 1+ = lim eln(1+ x ) = e x→+∞ .
x→+∞ x x→+∞
Calculemos separadamente
1
lim x ln 1 + .
x→+∞ x
0
Pela Observação 2.7.48 e pela regra de Cauchy, aplicada à indeterminação do tipo ,
0
tem-se que
1
ln 1 +
1 x 1
lim x ln 1 + = lim = lim = 1,
x→+∞ x x→+∞ 1 x→+∞ 1
1+
x x
2.8 Derivadas de ordem superior. Fórmula de Taylor 93
pelo que
1 x
lim 1+ = e.
x→+∞ x
1
Exemplo 2.7.54 Determinemos limπ (tg x) ln cos x .
x→ 2
Calculemos separadamente
1
lim ln (tg x) .
x→ π2 ln cos x
∞
Pela Observação 2.7.48 e pela regra de Cauchy, aplicada à indeterminação do tipo ,
∞
tem-se que
1 ln (tg x) 1
limπ ln (tg x) = limπ = − limπ = −1,
x→ 2 ln cos x x→ 2 ln cos x x→ 2 sen2 x
pelo que
1 1
limπ (tg x) ln cos x = .
x→ 2 e
O resultado principal que vamos introduzir nesta secção, chamado Fórmula de Taylor,
permite aproximar uma função, verificando certas condições, por um polinómio. Veremos
em D e a ∈ D.
i) Diz-se que f é duas vezes diferenciável ou duas vezes derivável em a sse existe e é
finito o limite
f ′ (x) − f ′ (a)
lim .
x→a x−a
f ′ (x) − f ′ (a)
f ′′ (a) = lim
x→a x−a
f ′ (a + h) − f ′ (a)
f ′′ (a) = lim .
h→0 h
ii) Diz-se que f é duas vezes diferenciável ou duas vezes derivável em D sse for duas
de segunda ordem de f à função que a cada x ∈ D associa f ′′ (x) e representa-se por f ′′ (x)
d2 f
ou (x) ou D2 f (x) .
dx2
Observação 2.8.2 Agora, a partir da segunda derivada, pode definir-se terceira derivada
derivada de ordem n de f.
2.8 Derivadas de ordem superior. Fórmula de Taylor 95
Com efeito,
f (x) = sen x
π
f ′ (x) = cos x = sen +x
2
f ′′ (x) = − sen x = sen (π + x)
′′′ 3π
f (x) = − cos x = sen +x
2
f (iv) (x) = sen x = sen (2π + x)
..
.
nπ
f (n) (x) = sen +x
2
Com efeito,
f (x) = ln (1 + x)
1
f ′ (x) =
1+x
1
f ′′ (x) = −
(1 + x)2
2
f ′′′ (x) =
(1 + x)3
2×3
f (iv) (x) = −
(1 + x)4
2×3×4
f (v) (x) =
(1 + x)5
..
.
(n − 1)!
f (n) (x) = (−1)n−1
(1 + x)n
n
(n)
X n
(f · g) (x) = f (p) (x) g (n−p) (x) .
p
p=0
f ∈ C 0 (D) ou f ∈ C 0 .
se por f ∈ C ∞ (D) ou f ∈ C ∞ .
n (n − 1) (n − 2) · · · (n − k + 1) xn−k
se k < n,
f (k) (x) = k! se k = n,
0 se k > n.
x2 sen 1 se x 6= 0,
f (x) = x
0 se x = 0
2x sen 1 − cos 1 se x 6= 0,
f (x) = x x
0 se x = 0
Taylor.
Definição 2.8.11 Seja f uma função n vezes diferenciável no ponto x0 . Chama-se poli-
Note-se que este polinómio de grau n é construı́do de modo que Txn0 (x0 ) = f (x0 ) e
(k)
Txn0 (x0 ) = f (k) (x0 ) , para k = 1, 2, . . . , n. É natural esperar que este polinómio dê
onde
f (n+1) (c)
Rn (x) = (x − x0 )n+1 . (2.11)
(n + 1)!
f (n+1) (t)
para t ∈ J. Então, F ′ (t) = − (x − t)n .
n!
Se considerarmos agora a função G em J definida por
n+1
x−t
G (t) = F (t) − F (x0 ) ,
x − x0
para t ∈ J, então G (x) = G (x0 ) = 0. Portanto, pelo Teorema de Rolle, existe c ∈ (x0 , x)
tal que
G′ (c) = 0,
isto é,
(x − c)n
F ′ (c) + (n + 1) F (x0 ) = 0,
(x − x0 )n+1
2.8 Derivadas de ordem superior. Fórmula de Taylor 99
pelo que
Rn (x)
lim = 0.
x→x0 (x − x0 )n
dada por
f ′′ (0) 2 f (n) (0) n
f (x) = f (0) + f ′ (0) x + x + ··· + x + Rn (x) , (2.12)
2! n!
onde
f (n+1) (c) n+1
Rn (x) = x .
(n + 1)!
de classe C ∞ em R, isto é, tem derivadas contı́nuas de todas as ordens, podemos escrever a
sua Fórmula de Taylor centrada em qualquer ponto a ∈ R e até à ordem que desejarmos.
a = 2, isto é, a sua aproximação por um polinómio nas potências de x − 2, é dada por
ou seja,
e2 e2 e2
f (x) = e2 + e2 (x − 2) + (x − 2)2 + (x − 2)3 + (x − 2)4 + R5 (x) ,
2! 3! 4!
100 Cálculo diferencial em R
ou ainda,
" #
2 (x − 2)2 (x − 2)3 (x − 2)4
f (x) = e 1 + (x − 2) + + + + R5 (x) ,
2! 3! 4!
onde
ec
R5 (x) = (x − 2)5 .
5!
x2 x3 xn
f (x) = 1 + x + + + ··· + + Rn (x) ,
2! 3! n!
onde
ec
Rn (x) = xn+1 ,
(n + 1)!
x2 x3 xn
f (x) = x − + + · · · + (−1)n−1 + Rn (x) ,
2 3 n
onde
(−1)n
Rn (x) = xn+1 ,
(n + 1) (1 + c)n+1
com 0 < c < x.
Observação 2.8.17 Como já referimos, o último termo é usualmente chamado de resto
de Lagrange. Existem outras formas de resto que têm vantagens em algumas situações,
mas a forma de Lagrange é provavelmente a mais simples. Note-se que f (n+1) no Resto
de Lagrange é calculada em c e não em x0 e ainda que o ponto c pode ser escrito na forma
Estabelecemos no Teorema 2.7.2 que para uma função diferenciável num ponto x0
ter um extremo local em x0 é necessário que f ′ (x0 ) = 0. Já vimos que uma forma de
primeira derivada para extremos). Vamos ver de seguida como é que as derivadas de
de uma função.
mos que as derivadas f ′ , f ′′ , . . . , f (n) existem e são contı́nuas numa vizinhança de x0 e que
f (n) (c)
f (x) = f (x0 ) + (x − x0 )n ,
n!
Como f (n) é contı́nua, se f (n) (x0 ) 6= 0, então existe uma vizinhaça V de x0 tal que
f (n) (x) tem o sinal de f (n) (x0 ) para x ∈ V. Se x ∈ V, então também o ponto c pertence
i) Se n é par e f (n) (x0 ) > 0, então para x ∈ V tem-se f (n) (c) > 0 e (x − x0 )n ≥ 0,
ii) Se n é par e f (n) (x0 ) < 0, então f (x) ≤ f (x0 ) para x ∈ V e, portanto, f tem um
máximo relativo em x0 .
para extremos.
Como f ′′ (x) = 6x − 12, tem-se que f ′′ (0) = −12 < 0 e f ′′ (4) = 12 > 0, pelo que, pelo
x4
Exemplo 2.8.22 Seja f : R −→ R definida por f (x) = . Determinemos os
(x + 1)2
máximos e os mı́nimos da função f.
f é dada por
tem-se que
2x4 + 4x3
f ′ (x) = 0 ⇔ = 0 ∧ x 6= −1 ⇔ 2x3 (x + 2) = 0 ∧ x 6= −1 ⇔ x = −2 ∨ x = 0.
(x + 1)3
2x2 6 + 4x + x2
Por outro lado, como f ′′ (x) = , tem-se que f ′′ (−2) = 16 > 0 e
(x + 1)4
f ′′ (0) = 0, pelo que, pelo Corolário 2.8.19, f tem um mı́nimo relativo em −2.
Como f ′′ (0) = 0, temos de determinar a terceira derivada e ver qual o valor de f ′′′ (0) .
24x
Com efeito, f ′′′ (x) = ′′′
5 , pelo que f (0) = 0.
(x + 1)
Como f ′′′ (0) = 0, temos de determinar a quarta derivada e ver qual o valor de f (iv) (0) .
24 − 96x
Com efeito, f (iv) (x) = , pelo que f (iv) (0) = 24 > 0 e, pelo Teorema 2.8.18,
(x + 1)6
conclui-se que f tem um mı́nimo relativo em zero.
num ponto.
intervalo de R, e x0 ∈ I.
i) Diz-se que o gráfico de f fica acima do gráfico de g no ponto x0 sse f (x0 ) > g (x0 ) .
ii) Diz-se que o gráfico de f fica abaixo do gráfico de g no ponto x0 sse f (x0 ) < g (x0 ) .
i) Diz-se que o gráfico de f fica acima do gráfico de g em J sse f (x) > g (x) , para
todo o x ∈ J.
ii) Diz-se que o gráfico de f fica abaixo do gráfico de g em J sse f (x) < g (x) , para
todo o x ∈ J.
104 Cálculo diferencial em R
por
y = f (x0 ) + f ′ (x0 ) (x − x0 ) .
posição do gráfico de f em relação à recta tangente, isto é, vamos estudar a diferença
15
10
-2 -1 1 2 3 4 5
-5
Figura 2.29: Gráfico de uma função e algumas rectas tangentes para ilustrar o sentido da
concavidade da função num ponto.
existe ε > 0 tal que r (x) > 0, para todo o x ∈ Vε (x0 ) \ {x0 } .
2.8 Derivadas de ordem superior. Fórmula de Taylor 105
sse existe ε > 0 tal que r (x) < 0, para todo o x ∈ Vε (x0 ) \ {x0 } .
iii) Diz-se que f tem um ponto de inflexão em x0 ∈ int (I) sse existe ε > 0 tal que
num dos intervalos (x0 − ε, x0 ) e (x0 , x0 + ε) se tem r (x) < 0 e no outro se tem r (x) > 0.
f ′′ (c)
f (x) = f (x0 ) + f ′ (x0 ) (x − x0 ) + (x − x0 )2 ,
2!
Como f ′′ é contı́nua, se f ′′ (x0 ) 6= 0, então existe uma vizinhaça V de x0 tal que f ′′ (x)
Observação 2.8.28 A recı́proca deste corolário não é verdadeira. Com efeito, basta con-
siderar, por exemplo, f : R −→ R definida por f (x) = x4 , para a qual se tem f ′′ (0) = 0 e
Tal como a análise das derivadas de ordem superior foi determinante para encontrar
os extremos locais, entre os pontos crı́ticos, também agora as derivadas de ordem superior
mos que as derivadas f ′ , f ′′ , . . . , f (n) existem e são contı́nuas numa vizinhança de x0 e que
i) Se n é par e f (n) (x0 ) > 0, então f tem a concavidade voltada para cima em x0 .
ii) Se n é par e f (n) (x0 ) < 0, então f tem a concavidade voltada para baixo em x0 .
f (n) (c)
f (x) = f (x0 ) + f ′ (x0 ) (x − x0 ) + (x − x0 )n ,
n!
Como f (n) é contı́nua, se f (n) (x0 ) 6= 0, então existe uma vizinhaça V de x0 tal que
f (n) (x) tem o sinal de f (n) (x0 ) para x ∈ V. Se x ∈ V, então também o ponto c pertence
i) Se n é par e f (n) (x0 ) > 0, então para x ∈ V tem-se f (n) (c) > 0 e (x − x0 )n ≥ 0,
pelo que r (x) > 0 para x ∈ V \ {x0 } e, portanto, f tem a concavidade voltada para cima
em x0 .
ii) Se n é par e f (n) (x0 ) < 0, então r (x) < 0 para x ∈ V \ {x0 } e, portanto, f tem a
x0 é ponto de inflexão.
f ′′ (x) = 0 ⇔ 20x3 − 20 = 0 ⇔ x = 1.
Como f ′′′ (x) = 60x, tem-se que f ′′′ (1) = 60 6= 0, pelo que, pelo Teorema 2.8.29, f tem
um ponto de inflexão em 1.
mento de indeterminações.
sen x − x
Exemplo 2.8.31 Determinemos lim .
x→0 x − tg x
Comecemos por escrever a Fómula de Taylor de ordem 3 das funções f (x) = sen x e
x3 x3
f (x) = x − + R3 (x) e g (x) = x + + R3 (x) ,
3! 3
onde
R3 (x) R3 (x)
lim 3
= 0 e lim = 0.
x→0 x x→0 x3
Portanto,
x3 1 R3 (x)
sen x − x + R3 (x) − x
x− − +
lim = lim 3! = lim 6 x3 = 1 .
x→0 x − tg x x→0 x3 x→0 1 R3 (x) 2
x−x− − R3 (x) − − 3
3 3 x
108 Cálculo diferencial em R
2.9 Assı́mptotas
lim f (x) = −∞, lim f (x) = +∞, lim f (x) = −∞ ou lim f (x) = +∞.
x→a− x→a− x→a+ x→a+
f (x)
m = lim e b = lim [f (x) − mx] .
x→+∞ x x→+∞
2.9 Assı́mptotas 109
f (x)
m = lim e b = lim [f (x) − mx] .
x→−∞ x x→−∞
x3
Exemplo 2.9.5 Seja f : R\ {−1, 1} −→ R uma função definida por f (x) = .
x2 − 1
Determinemos as assı́mptotas desta função.
f (x) x3
m = lim = lim 3 =1
x→+∞ x x→+∞ x − x
e
x3
x
b = lim [f (x) − mx] = lim −x = lim = 0,
x→+∞ x→+∞ x2 − 1 x→+∞ x2 −1
tem-se que a recta de equação y = x é uma assı́mptota não vertical para a direita ao
f (x) x3
m = lim = lim 3 =1
x→−∞ x x→−∞ x − x
e
x3
x
b = lim [f (x) − mx] = lim −x = lim = 0,
x→−∞ x→−∞ x2 − 1 x→−∞ x2 −1
tem-se que a recta de equação y = x é uma assı́mptota não vertical para a esquerda ao
gráfico de f.
110 Cálculo diferencial em R
ex − 1
Exemplo 2.9.6 Seja f : R −→ R uma função definida por f (x) = se x 6= 0 e
x
f (0) = 1. Determinemos as assı́mptotas desta função.
ex − 1
lim f (x) = lim = 1.
x→0 x→0 x
f (x) ex − 1
m = lim = lim = +∞
x→+∞ x x→+∞ x2
tem-se que não existe qualquer assı́mptota não vertical para a direita ao gráfico de f. Por
e
ex − 1
b = lim [f (x) − mx] = lim = 0,
x→−∞ x→−∞ x
tem-se que a recta de equação y = 0 é uma assı́mptota não vertical para a esquerda ao
-2 -1 1 2
ex − 1
Figura 2.30: Gráfico da função f : R −→ R definida por f (x) = se x 6= 0 e
x
f (0) = 1.
2.10 Representação gráfica de funções reais de uma variável real 111
A representação gráfica de uma função permite a leitura rápida de todas as suas carac-
i) o domı́nio da função;
3x3
Exemplo 2.10.1 Seja f : D ⊆ R −→ R uma função definida por f (x) = .
x2 − 4
Façamos o estudo desta função, seguindo os pontos enunciados no inı́cio desta secção,
i) O domı́nio da função.
D = x ∈ R : x2 − 4 6= 0 = R\ {−2, 2} .
3x3
f (x) = 0 ⇔ = 0 ∧ x2 − 4 6= 0
x2 − 4
⇔ 3x3 = 0 ∧ x 6= ±2
⇔ x = 0,
pelo que se obtém o ponto (0, 0) . Por outro lado, os pontos de intersecção com o eixo dos
f (0) = 0,
Comecemos pela simetria em relação ao eixo dos yy, isto é, verifiquemos se a função
3x3
f (−x) = − 6= f (x) ,
x2 − 4
pelo que f não é par. Verifiquemos agora a simetria em relação à origem, isto é, verifi-
quemos se a função é ı́mpar, isto é, se verifica f (−x) = −f (x) . Com efeito,
3x3
f (−x) = − = −f (x) ,
x2 − 4
Comecemos por determinar, caso existam, os zeros da função derivada. Como a função
tem-se que
3x2 x2 − 12
′
f (x) = 0 ⇔ = 0 ∧ x 6= ±2
(x2 − 4)2
⇔ 3x2 x2 − 12 = 0 ∧ x 6= ±2
√ √
⇔ x = − 12 ∨ x = 0 ∨ x = 12.
√
24x x2 + 12
′′ ′′
√ 9 3 √
Como f (x) = 3 , tem-se que f − 12 = − < 0, f ′′ 12 =
2
(x − 4) 4
√
9 3
= > 0 e f ′′ (0) = 0, pelo que, pelo Corolário 2.8.19, f tem um máximo relativo em
4
√ √
− 12 e um mı́nimo relativo em 12.
Como f ′′ (0) = 0, temos de determinar a terceira derivada e ver qual o valor de f ′′′ (0) .
4 + 24x2 + 16
−72 x 9
Com efeito, f ′′′ (x) = 4 , pelo que f ′′′ (0) = − 6= 0. Assim, pelo
2
(x − 4) 2
Teorema 2.8.18, conclui-se que f não tem um extremo em zero.
√ √
x − 12 −2 0 2 12
3x2 + + + + + 0 + + + + +
x2 − 12 + 0 − − − − − − − 0 +
2
x2 − 4 + + + 0 + + + 0 + + +
f ′ (x) + 0 − ss − 0 − ss − 0 +
24x x2 + 12
′′
f (x) =
(x2 − 4)3
114 Cálculo diferencial em R
tem-se que
24x x2 + 12
′′
f (x) = 0 ⇔ = 0 ∧ x 6= ±2
(x2 − 4)3
⇔ 24x x2 + 12 = 0 ∧ x 6= ±2
⇔ x = 0.
−72 x4 + 24x2 + 16
′′′ 9
Como f (x) = 4 , tem-se que f ′′′ (0) = − 6= 0, pelo que, pelo
2
(x − 4) 2
Teorema 2.8.29, f tem um ponto de inflexão em zero.
O quadro seguinte resume toda a informação no que respeita às concavidades e à exis-
x −2 0 2
24x − − − 0 + + +
x2 + 12 + + + + + + +
3
x2 − 4 + 0 − − − 0 +
f ′′ (x) − ss + 0 − ss +
Como
f (x) 3x3
m = lim = lim 3 =3
x→±∞ x x→±∞ x − 4x
2.10 Representação gráfica de funções reais de uma variável real 115
3x3
12x
b = lim [f (x) − mx] = lim − 3x = lim = 0,
x→±∞ x→±∞ x2 − 4 x→±∞ x2 −4
tem-se que a recta de equação y = 3x é uma assı́mptota não vertical para direita e para
esquerda ao gráfico de f.
20
10
-4 -2 2 4
-10
-20
3x3
Figura 2.31: Gráfico da função f : R\ {−2, 2} −→ R definida por f (x) = .
x2 − 4
ln x
Exemplo 2.10.2 Seja f : D ⊆ R −→ R uma função definida por f (x) = . Façamos o
x
estudo desta função, seguindo os pontos enunciados no inı́cio desta secção, e representemos
o seu gráfico.
i) O domı́nio da função.
D = {x ∈ R : x > 0} = R+ .
f (x) = 0 ⇔ ln x = 0 ∧ x 6= 0
⇔ x = 1,
pelo que se obtém o ponto (1, 0) . Por outro lado, não existem pontos de intersecção com
Comecemos por determinar, caso existam, os zeros da função derivada. Como a função
1 − ln x
f ′ (x) =
x2
tem-se que
f ′ (x) = 0 ⇔ 1 − ln x = 0 ∧ x 6= 0
⇔ ln x = 1 ∧ x 6= 0
⇔ x = e.
−3 + 2 ln x 1
Como f ′′ (x) = 3
, tem-se que f ′′ (e) = − 3 < 0, pelo que, pelo Corolário
x e
2.8.19, f tem um máximo relativo em 1.
de máximos e mı́nimos para esta função. Note-se que só se tem em conta valores de x
positivos.
2.10 Representação gráfica de funções reais de uma variável real 117
x e
1 − ln x − 0 +
x2 + + +
f ′ (x) − 0 +
f (x) ց máximo ր
−3 + 2 ln x
f ′′ (x) =
x3
tem-se que
−3 + 2 ln x
f ′′ (x) = 0 ⇔ = 0 ∧ x 6= 0
x3
⇔ −3 + 2 ln x = 0 ∧ x 6= 0
3
⇔ x = e2 .
11 − 6 ln x
′′′ e 32 2
Como f ′′′ (x) = 4
, tem-se que f = 6 6= 0, pelo que, pelo Teorema
x e
3
2.8.29, f tem um ponto de inflexão em e 2 .
O quadro seguinte resume toda a informação no que respeita às concavidades e à exis-
tência de pontos de inflexão para esta função. Note-se que só se tem em conta valores de
x positivos.
118 Cálculo diferencial em R
3
x e2
−3 + 2 ln x − 0 +
x3 + + +
f ′′ (x) − 0 +
Como
1
f (x) ln x 1
m = lim = lim = lim x = lim =0
x→+∞ x x→+∞ x2 x→+∞ 2x x→+∞ 2x2
e
1
ln x x 1
b = lim [f (x) − mx] = lim = lim = lim = 0,
x→+∞ x→+∞ x x→+∞ 1 x→+∞ x
tem-se que a recta de equação y = 0 é uma assı́mptota não vertical para a direita ao gráfico
de f.
designada por Cálculo das Variações. Vejamos dois exemplos simples tirados da geometria
elementar.
2.10 Representação gráfica de funções reais de uma variável real 119
0.5
-1 1 2 3 4 5
-0.5
-1
-1.5
ln x
Figura 2.32: Gráfico da função f : R+ −→ R definida por f (x) = .
x
Exemplo 2.10.3 Entre todos os rectângulos com uma área dada é o quadrado que tem
perı́metro mı́nimo.
2A 2x2 − 2A
P ′ (x) = 2 − = = 0 ⇔ 2x2 − 2A = 0 ∧ x 6= 0
x2 x2
√ √
⇔ x = A ∨ x = − A.
4A √ 4
Como P ′′ (x) = , tem-se que P ′′ A = √ > 0, pelo que, pelo Corolário 2.8.19,
x3 A
√
P tem um mı́nimo relativo em A.
Exemplo 2.10.4 Entre todos os rectângulos com um perı́metro dado é o quadrado que
P
Como P = 2x + 2y e A = xy, resulta que A (x) = x − x . Comecemos por
2
determinar os zeros da função derivada. Com efeito,
P P
A′ (x) =
− 2x = 0 ⇔ x = .
2 4
′′ ′′ P
Como A (x) = −2, tem-se que A = −2 < 0, pelo que, pelo Corolário 2.8.19,
4
P
A tem um máximo relativo em .
4
2.11 Exercı́cios resolvidos 121
f ′ (1) .
Resolução:
1
2.11.2. Seja f : R −→ R definida por f (x) = . Determine, usando a definição,
x2 +1
f ′ (3) .
Resolução:
Resolução:
f ′ (x) .
Resolução:
definição, f ′ (x) .
Resolução:
√
2.11.6. Seja f : [0, +∞) −→ R definida por f (x) = 2x. Estude a função f quanto à
diferenciabilidade.
Resolução:
Provemos, usando a definição, que esta função é diferenciável em (0, +∞) . Com efeito,
e para a = 0 tem-se
√ √
′ f (0 + h) − f (0) 2h 2
f (0) = lim = lim = lim √
h→0 h h→0 h h→0 h
Resolução:
efeito, tem-se
x2 − 1 x2 + 1
′ f (x) − f (1) x4 − 1
f (1) = lim = lim = lim =
x→1 x−1 x→1 x − 1 x→1 x−1
(x + 1) (x − 1) x2 + 1
= lim (x + 1) x2 + 1 = 4.
= lim
x→1 x−1 x→1
Assim, a equação da recta tangente ao gráfico de f no ponto (1, f (1)) é dada por
Nota: Apesar de não ser pedido, na Figura 2.34 encontra-se os gráficos da função f e
−x2 + 7 se x < 2,
(
f (x) =
x+1 se x ≥ 2.
15
12.5
10
7.5
5
2.5
Resolução:
− x2 − 4
f (x) − f (2) −x2 + 7 − 3
fe′ (2) = lim = lim = lim =
x→2− x−2 x→2− x−2 x→2− x−2
− (x − 2) (x + 2)
= lim = lim (−x − 2) = −4
x→2− x−2 x→2−
e
f (x) − f (2) x+1−3 x−2
fd′ (2) = lim = lim = lim =1
x→2+ x−2 x→2 + x−2 x→2 x − 2
+
Resolução:
f (x) − f (1) x2 − 1 (x − 1) (x + 1)
fe′ (1) = lim = lim = lim = lim (x + 1) = 2
x→1− x−1 x→1− x − 1 x→1− x−1 x→1−
2.11 Exercı́cios resolvidos 125
-4 -3 -2 -1 1 2 3 4
e
f (x) − f (1) 2x − 1 − 1 2 (x − 1)
fd′ (1) = lim = lim = lim =2
x→1+ x−1 x→1 + x − 1 x→1 + x−1
-1
Figura 2.36: Gráfico da função f : R −→ R definida por f (x) = x2 se x < 1 e f (x) = 2x−1
se x ≥ 1.
ciável no ponto x = 2.
126 Cálculo diferencial em R
Resolução:
f (x) − f (2) −x + 2
fe′ (2) = lim = lim = −1
x→2− x−2 x→2− x − 2
e
f (x) − f (2) x−2
fd′ (2) = lim = lim =1
x→2+ x−2 x→2 x − 2
+
-1 1 2 3 4
-1
√
2.11.11. Seja f : R −→ R definida por f (x) = 3
x. Estude a diferenciabilidade de f
no ponto x = 0.
Resolução:
√
f (x) − f (0) 3
x 1
fe′ (0) = lim = lim = lim √
3
= +∞
x→0− x−0 x→0− x x→0− x2
e
√
f (x) − f (0) 3
x 1
fd′ (0) = lim = lim = lim √
3
= +∞,
x→0+ x−0 x→0+ x x→0+ x2
2.11 Exercı́cios resolvidos 127
0.5
-2 -1 1 2
-0.5
-1
√
Figura 2.38: Gráfico da função f : R −→ R definida por f (x) = 3
x.
1 3x − 1 √
g) f (x) = ; h) f (x) = ; i) f (x) = x + 7;
x+5 x2 + 6x
cos x2 − 1
1
x2
m) f (x) = ; n) f (x) = cos −1 ; o) f (x) = ;
sen 3 x sen (2x + 5)
x+1
r) f (x) = x sen x2 + x cos2 x;
p) f (x) = ; q) f (x) = sen x cos x;
sen (2x)
1
s) f (x) = tg (3x + 2) ; t) f (x) = tg ; u) f (x) = tg (sen x) + cotg (cos x) ;
x+5
1 √
2 2 2 + x ; x) f (x) = cotg 2 x2 + sen2 x2 ;
v) f (x) = tg x + 1 ; w) f (x) = cotg
x
2 1
y) f (x) = arcsen (3x) ; z) f (x) = arcsen .
x
128 Cálculo diferencial em R
Resolução:
a) f ′ (x) = 10x4 ;
c) f ′ (x) = −2;
1 2 2 1 1
d) f ′ (x) = −x−2 + 3 × x− 3 = −x−2 + x− 3 = − 2 + √
3
;
3 x x2
′ 1
1 ′
1
1 −1
f ′ (x) 2x2 2 2
f) = − 1 1 − x + 2x − 1 1 − x
2 2 = 4x 1 − x + 2x − 1 − x
2 2 =
2
3 3 1 1 3 1 1 √ 1
= 4x − 4x 2 − x 2 + x− 2 = 4x − 5x 2 + x− 2 = 4x − 5 x3 + √ ;
2 2 2 x
− (x + 5)′ 1
g) f ′ (x) = 2 =− ;
(x + 5) (x + 5)2
′
(3x − 1)′ x2 + 6x − (3x − 1) x2 + 6x 3 x2 + 6x − (3x − 1)(2x + 6)
h) f ′ (x) = = =
(x2 + 6x)2 (x2 + 6x)2
−3x2 + 2x + 6
= ;
(x2 + 6x)2
(x + 7)′ 1
i) f ′ (x) = √ = √ ;
2 x+7 2 x+7
′ ′
l) f ′ (x) = 5 sen x2 sen 4 x2 = 5 x2 cos x2 sen 4 x2 = 10x cos x2 sen 4 x2 ;
′
− sen 3 x 3 cos x sen 2 x 3 cos x
m) f ′ (x) = =− =− ;
(sen 3 x)2 6
sen x sen 4 x
′
n) f ′ (x) = − x2 − 1 sen x2 − 1 = −2x sen x2 − 1 ;
2.11 Exercı́cios resolvidos 129
′
cos x2 − 1 sen (2x + 5) − cos x2 − 1 [sen (2x + 5)]′
o) f ′ (x) = =
sen2 (2x + 5)
−2x sen x2 − 1 sen (2x + 5) − 2 cos x2 − 1 cos (2x + 5)
= ;
sen2 (2x + 5)
′ ′
r) f ′ (x) = (x)′ sen x2 + x sen x2 + (x)′ cos2 x + x cos2 x =
(3x + 2)′ 3
s) f ′ (x) = 2
= 2
;
cos (3x + 2) cos (3x + 2)
′
−1
1
x+5 (x + 5)2 1
t) f ′ (x) = = =− ;
2
1 2
1 2 2
1
cos cos (x + 5) cos
x+5 x+5 x+5
1 √ ′
′ + x
1 √ 1 √ 1 √
′ x
w) f (x) = 2 cotg + x cotg + x = −2 cotg + x =
1 √
x x x 2
sen + x
x
1 √
1 1 1 1
− 2+ √ −2 − 2 + √ cotg + x
1 √
x 2 x x 2 x x
= −2 cotg + x = ;
1 √ 1 √
x 2 2
sen + x sen + x
x x
′ ′
x) f ′ (x) = 2 cotg x2 cotg x2 + 2 sen x2 sen x2
=
4x cotg x2
2x
x2 2 2 +4x sen x2 cos x2 ;
= −2 cotg 2 2
+4x sen x cos x = − 2 2
sen (x ) sen (x )
(3x)′ 3
y) f ′ (x) = q =√ ;
1 − (3x)2 1 − 9x2
130 Cálculo diferencial em R
′
1 1 1
− 2 arcsen
1 x 1 x2 x
z) f ′ (x) = 2 arcsen s 2 = 2 arcsen x s 2 = − s 2 .
x 1 1 1
1− 1− x2 1 −
x x x
arccos x
a) f (x) = (arccos x)2 ; b) f (x) = ; c) f (x) = arctg (4x + 1) ;
x
√
d) f (x) = 7 + arctg2 x; e) f (x) = arctg x2 + 1 ; f ) f (x) = x + arccotg (2x) ;
1−x
g) f (x) = arccotg ; h) f (x) = e3x+1 ; i) f (x) = sen (ex ) ;
1+x
1
j) f (x) = x2 ecos x ; k) f (x) = earccos x ; l) f (x) = ex sen x + e x ;
x2 −1 2 +4x
m) f (x) = e x ; n) f (x) = 3x ; o) f (x) = 2tg x ;
1 − 32x
p) f (x) = ; q) f (x) = ln (x + 7) ; r) f (x) = (ln x)3 ;
sen x
ln (2x) 1
s) f (x) = ln e2x ;
t) f (x) = ; u) f (x) = x (log10 x) 5 ;
cos x
v) f (x) = ln e5x + x3 ; w) f (x) = cos [ln (arctg x)] ; x) f (x) = arctg [sen (7x )] ;
Resolução:
′ −1 2 arccos x
a) f ′ (x) = 2 arccos x (arccos x) = 2 arccos x √ =− √ ;
1 − x2 1 − x2
−1
√ x − arccos x
(arccos x)′ x − arccos x (x)′ 1 − x2
b) f ′ (x) = = =
x2 x2
1 arccos x
=− √ − ;
x 1−x 2 x2
(4x + 1)′ 4
c) f ′ (x) = 2 = ;
1 + (4x + 1) 1 + (4x + 1)2
′ 1 2 arctg x
d) f ′ (x) = 2 arctg x (arctg x) = 2 arctg x = ;
1 + x2 1 + x2
2.11 Exercı́cios resolvidos 131
′
√ ′ x2 + 1 2x
x2 + 1 √ √
2 x2 + 1 2 x2 + 1 x
e) f ′ (x) = √ 2 = 2
= 2
= √ ;
x +2 x +2 (x + 2) x2 + 1
2
1+ x2 + 1
1+x (1 + x)2
g) f ′ (x) = − 2 = − =
(1 + x)2 + (1 − x)2
1−x
1+
1+x (1 + x)2
− (1 + x) − (1 − x) 2 1
=− 2 2 = 2 + 2x2 = 1 + x2 ;
(1 + x) + (1 − x)
′
j) f ′ (x) = x2 ecos x +x2 (ecos x )′ = 2xecos x +x2 (cos x)′ ecos x = 2xecos x −x2 sen xecos x ;
−1 earccos x
k) f ′ (x) = (arccos x)′ earccos x = √ earccos x = − √ ;
1 − x2 1 − x2
′
′ x ′ x ′ 1 1 1 1
l) f (x) = (e ) sen x + e (sen x) + e x = ex sen x + ex cos x − 2 e x ;
x x
2 − 1 ′ x2 −1 2 − 1 ′ x − x2 − 1 (x′ ) 2 2 − x2 − 1
x 2x
x x −1 x2 −1
m) f ′ (x) = e x = e x = e x =
x x2 x2
x2 + 1 x2 −1
= e x ;
x2
′ 2 2
n) f ′ (x) = ln 3 x2 + 4x 3x +4x = ln 3 (2x + 4) 3x +4x ;
(x)′ tg x ln 2 tg x
o) f ′ (x) = ln 2 (tg x)′ 2tg x = ln 2
2
2 = 2 ;
cos x cos2 x
′
1 − 32x sen x − 1 − 32x (sen x)′ − ln 3 (2x)′ 32x sen x − 1 − 32x cos x
′
p) f (x) = = =
sen2 x sen2 x
2x 2x
−2 (ln 3) 3 sen x − 1 − 3 cos x
= ;
sen2 x
(x + 7)′ 1
q) f ′ (x) = = ;
x+7 x+7
132 Cálculo diferencial em R
(2x)′
′
[ln (2x)] cos x − ln (2x) (cos x) ′ cos x − ln (2x) (− sen x)
t) f ′ (x) = = 2x =
cos2 x cos2 x
cos x + x ln (2x) sen x
= ;
x cos2 x
′ ′ 1
h 1 ′
i 1 1 ′ − 4
u) f (x) = (x) (log10 x) 5 + x (log10 x) 5 = (log10 x) 5 + x (log10 x) (log10 x) 5 =
5
x (x)′
1 4 1 1 4
= (log10 x) 5 + (log10 x)− 5 = (log10 x) 5 + (log10 x)− 5 ;
5 x ln 10 5 ln 10
5x + x3 ′
e 5e5x + 3x2
v) f ′ (x) = 5x = ;
e + x3 e5x + x3
(arctg x)′
w) f ′ (x) = − [ln (arctg x)]′ sen [ln (arctg x)] = − sen [ln (arctg x)]
arctg x
sen [ln (arctg x)]
=− ;
(1 + x2 ) arctg x
y) f ′ (x) = sen x (arctg x)′ (arctg x)sen x−1 + (sen x)′ ln (arctg x) (arctg x)sen x =
1
= sen x (arctg x)sen x−1 + cos x ln (arctg x) (arctg x)sen x =
1 + x2
sen x (arctg x)sen x−1
= + cos x ln (arctg x) (arctg x)sen x ;
1 + x2
ln (3x) (3x)ln x
z) f ′ (x) = ln x (3x)′ (3x)ln x−1 +(ln x)′ ln (3x) (3x)ln x = 3 ln x (3x)ln x−1 + .
x
Resolução:
′ ′
g ′ (x) = f ′ sen 2 x sen 2 x + f ′ cos2 x cos2 x =
x2 e4x
2.11.15. Considere a função real de variável real definida por f (x) = .
4
a) Calcule a sua derivada.
Resolução:
Como a recta tangente tem de ter declive igual a 4, tem-se que f ′ (1) = 4, e como
Por outro lado, como se pretende determinar a recta tangente no ponto (1, 2) , tem-se
Nota: Apesar de não ser pedido, na Figura 2.39 encontra-se os gráficos da função f e
-3 -2 -1 1 2 3
-2
-4
x2 sen 1
x2 + 2 se x < 2,
(
se x 6= 0,
c) f (x) = d) f (x) = x
x se x ≥ 2;
0 se x = 0.
Resolução:
f (x) − f (2) −x + 2
fe′ (2) = lim = lim = −1
x→2− x−2 x→2− x − 2
e
f (x) − f (2) x−2
fd′ (2) = lim = lim = 1,
x→2+ x−2 x→2+ x − 2
2.11 Exercı́cios resolvidos 135
e
f (x) − f (0) ex − 1
fd′ (0) = lim = lim = 1.
x→0+ x−0 x→0+ x
f (x) − f (2) x2 + 2 − 2 x2
fe′ (2) = lim = lim = lim = −∞
x→2− x−2 x→2− x−2 x→2− x − 2
e
f (x) − f (2) x−2
fd′ (2) = lim = lim = 1.
x→2+ x−2 x→2+ x − 2
1 ′
′ 1 1 1 1
d) Se x 6= 0 tem-se f ′ (x) = x2 sen 2
+ x sen = 2x sen − x2 2 cos =
x x x x x
1 1
= 2x sen − cos . Se x = 0 tem-se
x x
1
f (x) − f (0) x2 sen − 0
1
′
f (0) = lim = lim x = lim x sen = 0,
x→0 x−0 x→0 x−0 x→0 x
136 Cálculo diferencial em R
2x sen 1 − cos 1 se x 6= 0,
′ x x
f (x) =
0 se x = 0.
calcule o valor c tal que f ′ (c) = 0, para cada uma das funções seguintes:
Resolução:
f (−1) = f (3) = 6.
Portanto, pelo Teorema de Rolle, existe c ∈ (−1, 3) tal que f ′ (c) = 0. Com efeito,
f ′ (c) = 0 ⇔ 4c − 4 = 0 ⇔ c = 1.
Portanto, pelo Teorema de Rolle, existe c ∈ (0, 2π) tal que f ′ (c) = 0. Com efeito, como
3 7
f ′ (c) = 0 ⇔ cos c + sen c = 0 ⇔ sen c = − cos c ⇔ tg c = −1 ⇔ c = π ∨ c = π.
4 4
2.11 Exercı́cios resolvidos 137
c) Neste caso não é possı́vel aplicar o Teorema de Rolle, pois f não é diferenciável em
e
√
3
f (x) − f (0) x2 1
fd′ (0) = lim = lim = lim √ = +∞.
x→0 + x − 0 x→0 + x x→0 + 3
x
d) Neste caso não é possı́vel aplicar o Teorema de Rolle, pois f não é contı́nua em
x = 1. Com efeito,
2.11.19. Mostre que a equação ex−1 + x3 − 2 = 0 tem a raiz x = 1. Mostre ainda que
Resolução:
Como
e1−1 + 13 − 2 = 0 ⇔ 0 = 0,
Para provarmos que não existe outra raiz, consideremos a função f : R −→ R de-
Portanto, a função não tem outra raiz, pois se tivesse outra raiz, pelo Torema de Rolle,
2.11.20. Prove que a equação 8x3 − 24x2 + 11 = 0 tem 3 raı́zes distintas. Determine
intervalos de R de forma que, em cada um deles, exista uma e uma só raiz real da equação.
138 Cálculo diferencial em R
Resolução:
Consideremos a função f : R −→ R definida por f (x) = 8x3 −24x2 +11, que é contı́nua
Como
tem-se, pelos Corolários 2.7.10 e 2.7.11 do Teorema de Rolle que f tem no máximo três
existência de c1 .
Como f (0) = 11 > 0 e f (2) = −21 < 0, o Teorema do valor intermédio (ou Teorema
existência de c3 .
possı́vel, calcule o valor intermédio correspondente, para cada uma das funções seguin-
tes:
Resolução:
2.11 Exercı́cios resolvidos 139
f (3) − f (0) −3 3
f ′ (c) = ⇔ 2c − 4 = ⇔c= .
3−0 3 2
c) Neste caso não é possı́vel aplicar o Teorema de Lagrange, pois f não é diferenciável
1
2.11.22. Mostremos que 1 + x < ex < , para x ∈ (0, 1) .
1−x
Resolução:
Comecemos por notar que f satisfaz as condições do Teorema de Lagrange, isto é, f é
f (x) − f (0)
f ′ (c) =
x−0
ou
ex − 1
f ′ (c) = .
x
140 Cálculo diferencial em R
1 < ec < ex ,
donde
ex − 1
1< < ex
x
x < ex − 1 ∧ ex (1 − x) < 1
1
1 + x < ex ∧ ex <
1−x
e, portanto,
1
1 + x < ex < , para x ∈ (0, 1) .
1−x
Resolução:
Comecemos por notar que f satisfaz as condições do Teorema de Lagrange, isto é, f é
contı́nua em [x, 2x] e diferenciável em (x, 2x) . Então, existe c ∈ (x, 2x) tal que
f (2x) − f (x)
f ′ (c) =
2x − x
2.11 Exercı́cios resolvidos 141
ou
1 + 2x ln (2x) − 1 − x ln x
f ′ (c) = = 2 ln (2x) − ln x =
x
= ln (2x)2 − ln x = ln 4x2 − ln x = ln (4x) .
1 + ln c = ln (4x) .
e, portanto,
Resolução:
Consideremos a função f (t) = arcsen t definida em [0, x] , com 0 < x < 1, e apliquemos
Comecemos por notar que f satisfaz as condições do Teorema de Lagrange, isto é, f é
f (x) − f (0)
f ′ (c) =
x−0
ou
arcsen x
f ′ (c) = .
x
1
Mas, como f ′ (t) = √ tem-se
1 − t2
1 arcsen x
√ = .
1 − c2 x
142 Cálculo diferencial em R
0 < c 2 < x2
1 − x2 < 1 − c 2 < 1
p p
1 − x2 < 1 − c 2 < 1
1 1
1< √ <√
1−c 2 1 − x2
donde
arcsen x 1
1< <√
x 1 − x2
x
x < arcsen x < √
1 − x2
e, portanto,
Portanto, pelo Teorema do valor médio de Cauchy, existe c ∈ (3, 4) tal que
f ′ (c) f (4) − f (3)
′
= . Com efeito, como f ′ (x) = 2x e g ′ (x) = 3x2 − 6x, resulta que
g (c) g (4) − g (3)
f ′ (c) f (4) − f (3) 2c 17 − 10 2c 7
= ⇔ = ⇔ 2 =
g ′ (c) g (4) − g (3) 3c2 − 6c 16 − 0 3c − 6c 16
⇔ 32c = 21c2 − 42c ∧ c 6= 0 ∧ c 6= 2,
donde
74
c= .
21
Portanto, pelo Teorema do valor médio de Cauchy, existe c ∈ (1, 2) tal que
f ′ (c) f (2) − f (1) 2
′ (x) = x − (x + 1) 2x = −x − 2 = − x + 2 e
= . Com efeito, como f
g ′ (c) g (2) − g (1) x4 x3 x3
2 2
2xx − x + 1 2x 2
g ′ (x) = 4
= − 3 , resulta que
x x
3 5
f ′ (c) f (2) − f (1) c+2 −2 c + 2 − c+2 5 4
= ⇔ = 4 ⇔ = 4 ⇔ = ⇔c= .
′
g (c) g (2) − g (1) 2 5 2 3 2 3 3
−2 −
4 4
2x2 + 3x − 5 x3 − 7x + 6 sen2 x
a) lim ; b) lim ; c) lim ;
x→1 3x2 + 4x − 7 x→1 x3 − 2x2 − x + 2 x→0 x
sen (3x) esen x − ecos x x
d) limπ ; e) limπ ; f ) lim ;
x→ 3 1 − 2 cos x x→ 4 sen x − cos x x→0 arctg x
1
ln 1 +
x5 ln x x
g) lim ; h) lim ; i) lim ;
x→+∞ ex x→+∞ 2x + 1 x→+∞ 1
x
2
ln x x − sen x ln (sen x)
j) lim ; k) lim ; l) lim ;
x→+∞ x x→0 ex − esen x x→0+ ln (tg x)
x sen x 2
m) lim ; n) lim xe−x ; o) lim [(1 − cos x) cotg x] ;
x→0 cos x − 1 x→+∞ x→0
2 12 1 x+1
p) lim (x ln x) ; q) lim − 2 ; r) lim − ;
x→0+ x→3 x−3 x −9 x→0 ln (x + 1) x
1 1
s) lim − ; t) lim xx ; u) lim [ln (x + 2)]x+1 ;
x→0 x sen x x→0+ x→−1
1 2
v) lim (x + 1) x2 ; w) lim (tg x)cos x ; x) lim (cos x)cotg x;
x→+∞ x→ π2 − x→0
1 4
y) lim (ex + 3x) 2x ; z) lim [1 + tg (2x)] x .
x→0 x→0
Resolução:
onde apenas se refere o tipo de indeterminação e a regra aplicada, para mais detalhes ver
2x2 + 3x − 5 4x + 3 7
lim = lim = ;
x→1 3x2 + 4x − 7 x→1 6x + 4 10
2.11 Exercı́cios resolvidos 145
0
b) Trata-se de uma indeterminação do tipo .
0
Pela regra de Cauchy, tem-se que
x3 − 7x + 6 3x2 − 7 −4
lim 3 2
= lim 2
= = 2;
x→1 x − 2x − x + 2 x→1 3x − 4x − 1 −2
0
c) Trata-se de uma indeterminação do tipo .
0
Pela regra de Cauchy, tem-se que
0
d) Trata-se de uma indeterminação do tipo .
0
Pela regra de Cauchy, tem-se que
0
e) Trata-se de uma indeterminação do tipo .
0
Pela regra de Cauchy, tem-se que
√ √ √
2 √2 2 2
esen x − ecos x cos xesen x + sen xecos x e +
2 e2
limπ = limπ = 2 √ √2 =
x→ 4 sen x − cos x x→ 4 cos x + sen x 2 2
+
√ 2 2
2 √2
2 e2 √
= 2√ 2
=e 2 ;
2
2
2
0
f ) Trata-se de uma indeterminação do tipo .
0
Pela regra de Cauchy, tem-se que
x 1
= lim 1 + x2 = 1;
lim = lim
x→0 arctg x x→0 1 x→0
1 + x2
146 Cálculo diferencial em R
∞
g) Trata-se de uma indeterminação do tipo .
∞
Pela regra de Cauchy, aplicada cinco vezes, tem-se que
∞
h) Trata-se de uma indeterminação do tipo .
∞
Pela regra de Cauchy, tem-se que
1
ln x 1
lim = lim x = lim = 0;
x→+∞ 2x + 1 x→+∞ 2 x→+∞ 2x
0
i) Trata-se de uma indeterminação do tipo .
0
Pela regra de Cauchy, tem-se que
1
− 2
x
1 1
ln 1 + 1+
x x = lim 1
lim = lim = 1;
x→+∞ 1 x→+∞ 1 x→+∞ 1
− 2 1+
x x x
∞
j) Trata-se de uma indeterminação do tipo .
∞
Pela regra de Cauchy, aplicada duas vezes, tem-se que
1
ln x
2
ln2 x 2 ln x ln x
lim = lim = lim x = lim =
x→+∞ x x→+∞ x2 x→+∞ 2x x→+∞ x2
1
1
= lim x = lim = 0;
x→+∞ 2x x→+∞ 2x2
0
k) Trata-se de uma indeterminação do tipo .
0
Pela regra de Cauchy, aplicada três vezes, tem-se que
sen x
= lim x =
x→0 e + (sen x − cos2 x) esen x
cos x
= lim x = 1;
x→0 e + (cos x + 2 sen x cos x) esen x + (sen x − cos2 x) cos xesen x
2.11 Exercı́cios resolvidos 147
∞
l) Trata-se de uma indeterminação do tipo .
∞
Pela regra de Cauchy, tem-se que
cos x cos x
ln (sen x) sen x sen x cos3 x tg x
lim = lim = lim = lim =
x→0+ ln (tg x) x→0+ 1 x→0+ 1 x→0+ sen x
cos2 x cos2 x tg x
tg x
= lim cos2 x = 1;
x→0+
0
m) Trata-se de uma indeterminação do tipo .
0
Pela regra de Cauchy, aplicada duas vezes, tem-se que
2 12 2 (x + 3) 12 2x − 6 2 1
lim − 2 = lim 2
− 2 = lim 2 = lim = ;
x→3 x−3 x −9 x→3 x −9 x −9 x→3 x − 9 x→3 2x 3
x+1
1 x+1
x − (x + 1) ln (x + 1) 1 − ln (x + 1) −
lim − = lim = lim x+1 =
x→0 ln (x + 1) x x→0 x ln (x + 1) x→0 x
ln (x + 1) +
x+1
1
− ln (x + 1) −
= lim = lim x+1 =
x→0 ln (x + 1) + x x→0 1 x+1−x
x+1 +
x+1 (x + 1)2
1
− −1 1
= lim x+1 = lim =− ;
x→0 1 1 x→0 1 2
+ 1+
x + 1 (x + 1)2 x+1
1 1 sen x − x cos x − 1
lim − = lim = lim =
x→0 x sen x x→0 x sen x x→0 sen x + x cos x
− sen x
= lim = 0.
x→0 cos x + cos x − x sen x
Como
ln x
x lim ln xx lim (x ln x) lim 1
lim xx = lim eln x = e x→0+ = e x→0+ = e x→0+ x
x→0+ x→0+
lim xx = e0 = 1;
x→0+
e como, pela regra de Cauchy, aplicada duas vezes (primeiro a uma indeterminação do
∞ 0
tipo e depois a uma indeterminação do tipo ),
∞ 0
1
x+2
ln [ln (x + 2)] ln (x + 2) − (x + 1)2
lim = lim = lim =
x→−1 1 x→−1 1 x→−1 (x + 2) ln (x + 2)
−
x+1 (x + 1)2
−2 (x + 1)
= lim = 0,
x→−1 x+2
ln (x + 2) +
x+2
tem-se que
Como
1 h i
1 1 ln(x+1)
1
ln(x+1) x2 lim ln(x+1) x2 lim ln(x+1) lim
x2 x2
lim (x + 1) x2 = lim e =e x→+∞
=e x→+∞
= e x→+∞
x→+∞ x→+∞
tem-se que
1
lim (x + 1) x2 = e0 = 1;
x→+∞
2x
2 cotg2 x lim ln(cos x)cotg
lim (cos x)cotg x
= lim eln(cos x) = e x→0 =
x→0 x→0
ln(cos x)
lim [cotg2 x ln(cos x)] lim
= e x→0 = e x→0 tg2 x
2.11 Exercı́cios resolvidos 151
tem-se que
1
lim (ex + 3x) 2x = e2 ;
x→0
tem-se que
4
lim [1 + tg (2x)] x = e8 .
x→0
1 − e3x 1
a) lim ; b) lim x x .
x →0 sen (2x) x→+∞
Resolução:
0
a) Trata-se de uma indeterminação do tipo .
0
Pela regra de Cauchy, tem-se que
1 − e3x −3e3x 3
lim = lim =− ;
x →0 sen (2x) x →0 2 cos (2x) 2
1
1
1
x ln x x lim ln x x lim ( 1 ln x) lim ln x
lim x = lim e =e x→+∞
= e x→+∞ x = e x→+∞ x
x→+∞ x→+∞
1
ln x x 1
lim = lim = lim = 0,
x→+∞ x x→+∞ 1 x→+∞ x
tem-se que
1
lim x x = e0 = 1.
x→+∞
2.11 Exercı́cios resolvidos 153
seguintes:
1 1 1
a) y = x5 − x3 ; b) y = x3 − 3x2 ; c) y = ;
5 3 x+2
ex x2
d) y = ; e) y = x ln x; f) y = .
x x2 + 3
Resolução:
caso existam, os zeros da função derivada. Como a função derivada de f é dada por
f ′ (x) = x4 − x2 ,
tem-se que
f ′ (x) = 0 ⇔ x4 − x2 = 0 ⇔ x2 x2 − 1 = 0 ⇔ x = 0 ∨ x = −1 ∨ x = 1.
Como
tem-se que f ′′ (−1) = −2 < 0, f ′′ (1) = 2 > 0 e f ′′ (0) = 0, pelo que, pelo Corolário 2.8.19,
Como f ′′ (0) = 0, temos de determinar a terceira derivada e ver qual o valor de f ′′′ (0) .
Com efeito,
pelo que f ′′′ (0) = −2 6= 0. Assim, pelo Teorema 2.8.18, conclui-se que f não tem um
extremo em zero.
x −1 0 1
x2 + + + 0 + + +
x2 − 1 + 0 − − − 0 +
f ′ (x) + 0 − 0 − 0 +
crescente em (−∞, −1] e em [1, +∞) e é monótona decrescente em [−1, 1] (ver Figura 2.40
a)).
tem-se que
f ′ (x) = 0 ⇔ 3x2 − 6x = 0 ⇔ 3x (x − 2) = 0 ⇔ x = 0 ∨ x = 2.
Como
f ′′ (x) = 6x − 6,
tem-se que f ′′ (0) = −6 < 0 e f ′′ (2) = 6 > 0, pelo que, pelo Corolário 2.8.19, f tem um
x 0 2
3x − 0 + + +
x−2 − − − 0 +
f ′ (x) + 0 − 0 +
crescente em (−∞, 0] e em [2, +∞) e é monótona decrescente em [0, 2] (ver Figura 2.40
b)).
caso existam, os zeros da função derivada. Como a função derivada de f é dada por
1
f ′ (x) = − ,
(x + 2)2
tem-se que a função derivada não tem zeros e f ′ (x) < 0 em todo o domı́nio, ou seja, a
caso existam, os zeros da função derivada. Como a função derivada de f é dada por
ex x − ex (x − 1) ex
f ′ (x) = = ,
x2 x2
tem-se que
(x − 1) ex
f ′ (x) = 0 ⇔ = 0 ∧ x2 6= 0
x2
⇔ (x − 1) ex = 0 ∧ x 6= 0
⇔ x = 1.
156 Cálculo diferencial em R
Como
[(x − 1) ex ]′ x2 − (x − 1) ex 2x
f ′′ (x) = =
x4
x2 − 2x + 2 ex
[ex + (x − 1) ex ] x − (x − 1) ex 2
= = ,
x3 x3
tem-se que f ′′ (1) = e > 0, pelo que, pelo Corolário 2.8.19, f tem um mı́nimo relativo em
1.
x 0 1
x−1 − − − 0 +
ex + + + + +
x2 + 0 + + +
f ′ (x) − ss − 0 +
f (x) ց ss ց mı́nimo ր
caso existam, os zeros da função derivada. Como a função derivada de f é dada por
f ′ (x) = ln x + 1 = 1 + ln x,
tem-se que
1
f ′ (x) = 0 ⇔ 1 + ln x = 0 ⇔ ln x = −1 ⇔ x = e−1 ⇔ x = .
e
2.11 Exercı́cios resolvidos 157
Como
1
f ′′ (x) = ,
x
1
tem-se que f ′′ = e > 0, pelo que, pelo Corolário 2.8.19, f tem um mı́nimo relativo
e
1
em .
e
O quadro seguinte resume toda a informação no que respeita à monotonia e à existência
1
x
e
1 + ln x − 0 +
f ′ (x) − 0 +
f (x) ց mı́nimo ր
1 1
Em suma, f tem um mı́nimo relativo em , é monótona crescente em , +∞ e é
e e
1
monótona decrescente em 0, (ver Figura 2.40 e)).
e
caso existam, os zeros da função derivada. Como a função derivada de f é dada por
′ ′
x2 x2 + 3 − x2 x2 + 3 2x x2 + 3 − x2 2x
′ 6x
f (x) = 2 = 2 = ,
(x2 + 3) (x2 + 3) (x2 + 3)2
tem-se que
6x 2
f ′ (x) = 0 ⇔ 2 = 0 ∧ x2 + 3 6= 0
(x2 + 3)
⇔ x = 0.
Como 2 h 2 i′
(6x)′ x2 + 3 − 6x x2 + 3 18 x2 − 1
′′
f (x) = =− ,
(x2 + 3)4 (x2 + 3)3
158 Cálculo diferencial em R
2
tem-se que f ′′ (0) = > 0, pelo que, pelo Corolário 2.8.19, f tem um mı́nimo relativo em
3
0.
x 0
6x − 0 +
2
x2 + 3 + + +
f ′ (x) − 0 +
f (x) ց mı́nimo ր
convexas e côncavas:
1 1 1
a) y = x5 − x3 ; b) y = x3 − 3x2 ; c) y = ;
5 3 x+2
ex x2
d) y = ; e) y = x ln x; f) y = .
x x2 + 3
Resolução:
f ′′ (x) = 4x3 − 2x
2 2
aL bL
1.5 1
1
-2 -1 1 2 3 4
0.5
-1
-2 -1.5 -1 -0.5 0.5 1 1.5 2 -2
-0.5
-1 -3
-1.5 -4
-2 -5
10
cL 4 dL
7.5
5
2
2.5
-6 -4 -2 2 4 -4 -3 -2 -1 1 2 3 4
-2.5
-2
-5
-4 -7.5
-10
5 2
eL fL
4 1.5
3 1
2 0.5
1
-6 -4 -2 2 4 6
-0.5
-1 1 2 3 4
-1 -1
x2 − 2 + 0 − − − 0 +
f ′′ (x) − 0 + 0 − 0 +
√ √
2 2
Em suma, f tem pontos de inflexão em 0, − e , tem concavidade voltada para
√ ! √ ! 2 2 √ !
2 2 2
cima em − ,0 ∪ , +∞ e tem concavidade voltada para baixo em −∞, ∪
2 2 2
√ !
2
∪ 0, (ver Figura 2.40 a)).
2
b) Comecemos por notar que o domı́nio de f é o conjunto D = R e que, tal como vimos
f ′′ (x) = 6x − 6.
f ′′ (x) = 0 ⇔ 6x − 6 = 0 ⇔ x = 1.
2.11 Exercı́cios resolvidos 161
Como
f ′′′ (x) = 6,
tem-se que f ′′′ (1) = 6 6= 0, pelo que, pelo Teorema 2.8.29, f tem um ponto de inflexão
em 1.
x 1
6x − 6 − 0 +
f ′′ (x) − 0 +
(1, +∞) e tem concavidade voltada para baixo em (−∞, 1) (ver Figura 2.40 b)).
f ′′ é dada por
2
f ′′ (x) = ,
(x + 2)3
pelo que a segunda derivada não tem zeros no domı́nio. Como f ′′ (x) < 0 se x < −2
e f ′′ (x) > 0 se x > −2, tem-se que a função f tem concavidade voltada para baixo se
x < −2 e tem concavidade voltada para cima se x > −2 (ver Figura 2.40 c)).
d) Comecemos por notar que o domı́nio de f é o conjunto D = R\ {0} e que, tal como
x2 − 2x + 2 ex
′′
f (x) = .
x3
162 Cálculo diferencial em R
x2 − 2x + 2 ex
′′
f (x) = 0 ⇔ = 0 ∧ x3 6= 0
x3
x2 − 2x + 2 ex = 0 ∧ x 6= 0,
⇔
ou seja, a segunda derivada não tem zeros no domı́nio. Como f ′′ (x) < 0 se x < 0 e
f ′′ (x) > 0 se x > 0, tem-se que a função f tem concavidade voltada para baixo se x < 0
e tem concavidade voltada para cima se x > 0 (ver Figura 2.40 d)).
1
f ′′ (x) = ,
x
pelo que a segunda derivada não tem zeros no domı́nio. Como f ′′ (x) > 0 em todo o
domı́nio tem-se que a função f tem concavidade voltada para cima em todo o domı́nio
18 x2 − 1
′′
f (x) = − .
(x2 + 3)3
18 x2 − 1
′′
3
f (x) = 0 ⇔ − 3 ∧ x2 + 3 6= 0
(x2 + 3)
⇔ −18 x2 − 1 = 0 ⇔ x = −1 ∨ x = 1.
Como
72x x2 − 3
′′′
f (x) = ,
(x2 + 3)4
2.11 Exercı́cios resolvidos 163
9 9
tem-se que f ′′′ (−1) = 6= 0 e f ′′′ (1) = − 6= 0, pelo que, pelo Teorema 2.8.29, f tem
16 16
pontos de inflexão em −1 e 1.
x −1 1
−18 x2 − 1
− 0 + 0 −
3
x2 + 3 + + + + +
f ′′ (x) − 0 + 0 −
em (−1, 1) e tem concavidade voltada para baixo em (−∞, −1) ∪ (1, +∞) (ver Figura 2.40
f)).
x 3x2 x+2
a) f (x) = ; b) f (x) = ; c) f (x) = ;
x−3 x+2 3x2
√ 2x − 1 1
d) f (x) = x2 + x; e) f (x) = ; f ) f (x) = xe x+3 ;
2x + 1
ln x ln x
g) f (x) = ; h) f (x) = x − ; i) f (x) = x2 + 1.
x x
Resolução:
e
x
b = lim [f (x) − mx] = lim = 1,
x→±∞ x→±∞ x−3
tem-se que a recta de equação y = 1 é uma assı́mptota não vertical para direita e para
esquerda ao gráfico de f.
e
3x2
−6x
b = lim [f (x) − mx] = lim − 3x = lim = −6,
x→±∞ x→±∞ x+2 x→±∞ x + 2
tem-se que a recta de equação y = 3x − 6 é uma assı́mptota não vertical para direita e
e
x+2
b = lim [f (x) − mx] = lim = 0,
x→±∞ x→±∞ 3x2
tem-se que a recta de equação y = 0 é uma assı́mptota não vertical para direita e para
esquerda ao gráfico de f.
e
√ √
p x2 + x − x
x2 + x + x
b = lim [f (x) − mx] = lim x2 + x − x = lim
√ =
x→+∞ x→+∞ x→+∞ x2 + x + x
x x 1 1
= lim √ = lim r = lim r = ,
x→+∞ 2
x +x+x x→+∞ 1 x→+∞ 1 2
x 1+ +x 1+ +1
x x
1
tem-se que a recta de equação y = x + é uma assı́mptota não vertical para a direita ao
2
gráfico de f.
166 Cálculo diferencial em R
e
√ √
p x2 + x + x
x2 + x − x
b = lim [f (x) − mx] = lim x2 + x + x = lim√ =
x→−∞ x→−∞ x→−∞ x2 + x − x
x x 1 1
= lim √ = lim r = lim r =− ,
x→−∞ 2
x +x−x x→−∞ 1 x→−∞ 1 2
−x 1 + − x − 1+ −1
x x
1
tem-se que a recta de equação y = −x − é uma assı́mptota não vertical para a esquerda
2
ao gráfico de f.
1 1
Em suma, as rectas y = x + e y = −x − são assı́mptotas de f (ver Figura 2.41 d)).
2 2
gráfico de f.
2.11 Exercı́cios resolvidos 167
2x − 1
f (x) x 2x − 1
m = lim = lim 2 + 1 = lim =0
x→−∞ x x→−∞ x x→−∞ x (2x + 1)
e
2x − 1
b = lim [f (x) − mx] = lim = −1,
x→−∞ x→−∞ 2x + 1
tem-se que a recta de equação y = −1 é uma assı́mptota não vertical para a esquerda ao
gráfico de f.
1
h 1 i
b = lim [f (x) − mx] = lim xe x+3 − x = lim x e x+3 − 1 =
x→±∞ x→±∞ x→±∞
1 1
1 − 2e
x+3
x2
e x+3 −1 (x + 3) 1
= lim = lim = lim e x+3 = 1,
x→±∞ 1 x→±∞ 1 x→±∞ x2 + 6x + 9
− 2
x x
tem-se que a recta de equação y = x + 1 é uma assı́mptota não vertical para direita e
e
1
ln x 1
b = lim [f (x) − mx] = lim = lim x = lim = 0,
x→+∞ x→+∞ x x→+∞ 1 x→+∞ x
tem-se que a recta de equação y = 0 é uma assı́mptota não vertical para a direita ao gráfico
e
ln x
b = lim [f (x) − mx] = lim
x− −x =
x→+∞ x→+∞ x
1
ln x 1
= − lim = − lim x = − lim = 0,
x→+∞ x x→+∞ 1 x→+∞ x
2.11 Exercı́cios resolvidos 169
tem-se que a recta de equação y = x é uma assı́mptota não vertical para a direita ao gráfico
f (x) x2 + 1
m = lim = lim = +∞,
x→+∞ x x→+∞ x
não existe assı́mptota não vertical para a direita ao gráfico de f. Por outro lado, como
f (x) x2 + 1
m = lim = lim = −∞,
x→−∞ x x→−∞ x
2.10.
i) O domı́nio da função.
D = {x ∈ R : x 6= 0} = R\ {0} .
20 20
aL bL
15
10
10
5 -6 -4 -2 2 4 6
-10
-1 1 2 3 4 5 6
-5
-20
-10
-30
-15
-20 -40
10 4
cL dL
8 3
6
2
4
1
2
-3 -2 -1 1 2 3 -4 -3 -2 -1 1 2 3
-2 -1
-4
-2
2 10
eL fL
1.5 7.5
1 5
0.5 2.5
-8 -6 -4 -2 2 4 6 8 -8 -6 -4 -2 2 4 6 8
-0.5 -2.5
-1 -5
-1.5 -7.5
-2 -10
1 10
gL hL
0.5 8
-2 2 4 6 8 6
-0.5
4
-1
2
-1.5
-2 -2 2 4 6 8
6
iL
5
4
3
2
1
x2 − 4
f (x) = 0 ⇔ = 0 ∧ x 6= 0
x
⇔ x2 − 4 = 0 ∧ x 6= 0
⇔ x = −2 ∨ x = 2,
pelo que se obtém os pontos (−2, 0) e (2, 0) . Por outro lado, os pontos de intersecção com
Comecemos pela simetria em relação ao eixo dos yy, isto é, verifiquemos se a função é
(−x)2 − 4 x2 − 4
f (−x) = =− 6= f (x) ,
−x x
pelo que f não é par. Verifiquemos agora a simetria em relação à origem, isto é, verifique-
mos se a função é ı́mpar, isto é, se verifica f (−x) = −f (x) . Com efeito,
(−x)2 − 4 x2 − 4
f (−x) = =− = −f (x) ,
−x x
Comecemos por determinar, caso existam, os zeros da função derivada. Como a função
tem-se que que a função derivada não tem zeros e que a função f é crescente em todo o
domı́nio.
′ ′
x2 + 4 x2 − x2 + 4 x2 2x x2 − x2 + 4 2x
′′ 8
f (x) = 4
= 4
= − 3,
x x x
tem-se que f ′′ (x) > 0 se x < 0 e f ′′ (x) < 0 se x > 0, ou seja, a função f tem concavidade
voltada para cima se x < 0, concavidade voltada para baixo se x > 0 e não tem pontos de
inflexão.
Como
f (x) x2 − 4
m = lim = lim =1
x→±∞ x x→±∞ x2
x2 − 4
−4
b = lim [f (x) − mx] = lim −x = lim = 0,
x→±∞ x→±∞ x x→±∞ x
tem-se que a recta de equação y = x é uma assı́mptota não vertical para direita e para
esquerda ao gráfico de f.
7.5
5
2.5
x2 − 4
Figura 2.42: Gráfico da função f : R\ {0} −→ R definida por f (x) = .
x
2.10.
i) O domı́nio da função.
D = x ∈ R : x2 − 1 6= 0 = R\ {−1, 1} .
x3
f (x) = 0 ⇔ = 0 ∧ x2 − 1 6= 0
x2 − 1
⇔ x3 = 0 ∧ x 6= ±1
⇔ x = 0,
pelo que se obtém o ponto (0, 0) . Por outro lado, os pontos de intersecção com o eixo dos
174 Cálculo diferencial em R
f (0) = 0,
Comecemos pela simetria em relação ao eixo dos yy, isto é, verifiquemos se a função é
x3
f (−x) = − 6= f (x) ,
x2 − 1
pelo que f não é par. Verifiquemos agora a simetria em relação à origem, isto é, verifique-
mos se a função é ı́mpar, isto é, se verifica f (−x) = −f (x) . Com efeito,
x3
f (−x) = − = −f (x) ,
x2 − 1
Comecemos por determinar, caso existam, os zeros da função derivada. Como a função
′ ′
x3 x2 − 1 − x3 x2 − 1 3x2 x2 − 1 − x3 2x x2 x2 − 3
′ x4 − 3x2
f (x) = = = = ,
(x2 − 1)2 (x2 − 1)2 (x2 − 1)2 (x2 − 1)2
tem-se que
x2 x2 − 3
′
f (x) = 0 ⇔ = 0 ∧ x2 − 1 6= 0
(x2 − 1)2
⇔ x2 x2 − 3 = 0 ∧ x 6= ±1
√ √
⇔ x = 0 ∨ x = − 3 ∨ x = 3.
2.11 Exercı́cios resolvidos 175
Como
′ 2 h 2 2 i′
x4 − 3x2 x2 − 1 − x4 − 3x2 x −1
f ′′ (x) = =
(x2 − 1)4
2
4x3 − 6x x2 − 1 − x4 − 3x2 4x x2 − 1
= =
(x2 − 1)4
4x3 − 6x x2 − 1 − x4 − 3x2 4x 2x x2 + 3
2x3 + 6x
= = = ,
(x2 − 1)3 (x2 − 1)3 (x2 − 1)3
√ √
√ 3 3 √ 3 3
tem-se que f ′′
− 3 = − < 0, f ′′ 3 = > 0 e f ′′ (0) = 0, pelo que, pelo
2 2
√ √
Corolário 2.8.19, f tem um máximo relativo em − 3 e um mı́nimo relativo em 3.
Como f ′′ (0) = 0, temos de determinar a terceira derivada e ver qual o valor de f ′′′ (0) .
Com efeito,
′ 3 h 2 3 i′
2x3 + 6x x2 − 1 − 2x3 + 6x x −1
f ′′′ (x) = =
(x2 − 1)6
3 2
6x2 + 6 x2 − 1 − 2x3 + 6x 6x x2 − 1
= =
(x2 − 1)6
6x2 + 6 x2 − 1 − 2x3 + 6x 6x 6 x4 + 6x2 + 1
= =− ,
(x2 − 1)4 (x2 − 1)4
pelo que f ′′′ (0) = −6 6= 0. Assim, pelo Teorema 2.8.18, conclui-se que f não tem um
extremo em zero.
√ √
x − 3 −1 0 1 3
x2 + + + + + 0 + + + + +
x2 − 3 + 0 − − − − − − − 0 +
2
x2 − 1 + + + 0 + + + 0 + + +
f ′ (x) + 0 − ss − 0 − ss − 0 +
2x x2 + 3
′′
f (x) =
(x2 − 1)3
tem-se que
2x x2 + 3
′′
f (x) = 0 ⇔ 3 = 0 ∧ x2 − 1 6= 0
(x2 − 1)
⇔ 2x x2 + 3 = 0 ∧ x 6= ±1
⇔ x = 0.
6 x4 + 6x2 + 1
Como f ′′′ (x) = − , tem-se que f ′′′ (0) = −6 6= 0, pelo que, pelo
(x2 − 1)4
Teorema 2.8.29, f tem um ponto de inflexão em zero.
x −1 0 1
2x − − − 0 + + +
x2 + 3 + + + + + + +
3
x2 − 1 + 0 − − − 0 +
f ′′ (x) − ss + 0 − ss +
Como
f (x) x3
m = lim = lim 3 =1
x→±∞ x x→±∞ x − x
x3
x
b = lim [f (x) − mx] = lim 2
−x = lim = 0,
x→±∞ x→±∞ x −1 x→±∞ x2 − 1
tem-se que a recta de equação y = x é uma assı́mptota não vertical para direita e para
esquerda ao gráfico de f.
10
-3 -2 -1 1 2 3
-5
-10
x3
Figura 2.43: Gráfico da função f : R\ {−1, 1} −→ R definida por f (x) = .
x2 −1
Resolução:
2.10.
i) O domı́nio da função.
f (x) = 0 ⇔ xex = 0 ⇔ x = 0,
pelo que se obtém o ponto (0, 0) . Por outro lado, os pontos de intersecção com o eixo dos
f (0) = 0,
Comecemos pela simetria em relação ao eixo dos yy, isto é, verifiquemos se a função é
pelo que f não é par. Verifiquemos agora a simetria em relação à origem, isto é, verifique-
mos se a função é ı́mpar, isto é, se verifica f (−x) = −f (x) . Com efeito,
pelo que f não é ı́mpar, ou seja, o gráfico de f não é simétrico em relação à origem.
Comecemos por determinar, caso existam, os zeros da função derivada. Como a função
tem-se que
f ′ (x) = 0 ⇔ (1 + x) ex = 0 ⇔ x = −1.
Como
1
tem-se que f ′′ (−1) = > 0, pelo que, pelo Corolário 2.8.19, f tem um mı́nimo relativo
e
em −1.
x −1
1+x − 0 +
ex + + +
f ′ (x) − 0 +
f (x) ց mı́nimo ր
f ′′ (x) = (2 + x) ex
180 Cálculo diferencial em R
tem-se que
f ′′ (x) = 0 ⇔ (2 + x) ex = 0 ⇔ x = −2.
Como
1
tem-se que f ′′′ (−2) = 6= 0, pelo que, pelo Teorema 2.8.29, f tem um ponto de inflexão
e2
em zero.
x −2
2+x − 0 +
ex + + +
f ′′ (x) − 0 +
f (x) xex
m = lim = lim = lim ex = +∞,
x→+∞ x x→+∞ x x→+∞
não existe assı́mptota não vertical para direita ao gráfico de f. Por outro lado, como
f (x) xex
m = lim = lim = lim ex = 0
x→−∞ x x→−∞ x x→−∞
e
x 1
b = lim [f (x) − mx] = lim (xex ) = lim = lim = 0,
x→−∞ x→−∞ x→−∞ e−x x→−∞ −e−x
2.11 Exercı́cios resolvidos 181
tem-se que a recta de equação y = 0 é uma assı́mptota não vertical para a esquerda ao
gráfico de f.
-2 -1 1
-1
2.10.
i) O domı́nio da função.
1
D = x ∈ R : x (x − 6) ≥ 0 = (−∞, 0] ∪ [6, +∞) .
3
pelo que se obtém os pontos (0, 0) e (6, 0) . Por outro lado, os pontos de intersecção com
f (0) = 0,
Comecemos pela simetria em relação ao eixo dos yy, isto é, verifiquemos se a função é
pelo que f não é par. Verifiquemos agora a simetria em relação à origem, isto é, verifique-
mos se a função é ı́mpar, isto é, se verifica f (−x) = −f (x) . Com efeito,
r r
1 1
f (−x) = (−x) (−x − 6) 6= − x (x − 6) = −f (x) ,
3 3
pelo que f é não ı́mpar, ou seja, o gráfico de f é não simétrico em relação à origem.
Comecemos por determinar, caso existam, os zeros da função derivada. Como a função
x−3
f ′ (x) = 0 ⇔ p = 0 ∧ 3x (x − 6) 6= 0
3x (x − 6)
⇔ x − 3 = 0 ∧ x 6= 0 ∧ x 6= 6,
ou seja, a função derivada não tem zeros no domı́nio, f ′ (x) < 0 se x < 0 e f ′ (x) > 0 se
x > 6.
2.11 Exercı́cios resolvidos 183
hp i′
(x − 3)′
p
3x (x − 6) − (x − 3) 3x (x − 6)
f ′′ (x) = =
3x (x − 6)
p [3x (x − 6)]′
3x (x − 6) − (x − 3) p
2 3x (x − 6)
= =
3x (x − 6)
6x (x − 6) − (x − 3) (6x − 18)
= p =
6x (x − 6) 3x (x − 6)
−54 27
= 3 = − 3 ,
2 [3x (x − 6)] 2 [3x (x − 6)] 2
tem-se que f ′′ (x) < 0 em todo o domı́nio, ou seja, a função f tem concavidade voltada
r
1 √ √
x (x − 6)
f (x) 3 3 x2 − 6x
m = lim = lim = lim =
x→+∞ x x→+∞ x 3 x→+∞ x
s s
2
6 6
√ x 1− √ |x| 1−
3 x 3 x
= lim = lim =
3 x→+∞ x 3 x→+∞ x
s
6
√ x 1− √ s √
3 x 3 6 3
= lim = lim 1− =
3 x→+∞ x 3 x→+∞ x 3
184 Cálculo diferencial em R
r √ ! √ √ !
1 3 3p 2 3
b = lim [f (x) − mx] = lim x (x − 6) − x = lim x − 6x − x =
x→+∞ x→+∞ 3 3 x→+∞ 3 3
√ √
√ √
x 2 − 6x − x x 2 − 6x + x
3 p 3
= lim x2 − 6x − x = lim √ =
3 x→+∞ 3 x→+∞ x2 − 6x + x
√ √
3 −6x 3 −6x
= lim √ = lim s =
3 x→+∞ x2 − 6x + x 3 x→+∞ 6
x 1− +x
x
√
3 −6 √
= lim s = − 3,
3 x→+∞ 6
1− +1
x
√
3 √
tem-se que a recta de equação y = x − 3 é uma assı́mptota não vertical para a direita
3
ao gráfico de f.
r
1 √ √
x (x − 6)
f (x) 3 3 x2 − 6x
m = lim = lim = lim =
x→−∞ x x→−∞ x 3 x→−∞ x
s s
2
6 6
√ x 1− √ |x| 1−
3 x 3 x
= lim = lim =
3 x→−∞ x 3 x→−∞ x
s
6
√ −x 1− √ s √
x
3 3 6 3
= lim =− lim 1− =−
3 x→−∞ x 3 x→−∞ x 3
2.11 Exercı́cios resolvidos 185
r √ ! √ √ !
1 3 3p 2 3
b = lim [f (x) − mx] = lim x (x − 6) + x = lim x − 6x + x =
x→−∞ x→−∞ 3 3 x→−∞ 3 3
√ √
√ √
x 2 − 6x + x x 2 − 6x − x
3 p 3
= lim x2 − 6x + x = lim √ =
3 x→−∞ 3 x→−∞ x2 − 6x − x
√ √
3 −6x 3 −6x
= lim √ = lim s =
3 x→−∞ x2 − 6x − x 3 x→−∞ 6
−x 1− −x
x
√
3 6 √
= lim s = 3,
3 x→−∞ 6
1− +1
x
√
3 √
tem-se que a recta de equação y = − x + 3 é uma assı́mptota não vertical para a
3
esquerda ao gráfico de f.
-4 -2 2 4 6 8 10
-2
-4
r
1
Figura 2.45: Gráfico da função definida por f (x) = x (x − 6).
3
186 Cálculo diferencial em R
x2 + 1 se x ≥ 0,
(
f (x) =
ex se x < 0.
Resolução:
f (x) − f (0) x2 + 1 − 1
fd′ (0) = lim = lim = lim x = 0
x→0+ x−0 x→0+ x x→0+
e
f (x) − f (0) ex − 1
fe′ (0) = lim = lim = 1.
x→0− x−0 x→0− x
Como fe′ (0) 6= fd′ (0) , tem-se que f não é diferenciável em x = 0. Portanto, f é
diferenciável em R\ {0} e
(
′
2x se x > 0,
f (x) =
ex se x < 0.
(0, +∞) . Se x < 0, tem-se f ′ (x) = ex > 0, pelo que f é estritamente crescente no intervalo
(−∞, 0) .
Como f é contı́nua em x = 0, pois lim f (x) = lim f (x) = f (0) = 1, conclui-se que
x→0+ x→0−
c) Se x > 0, tem-se f ′′ (x) = 2 > 0, pelo que f tem concavidade voltada para cima
2.11 Exercı́cios resolvidos 187
para todo o x > 0. Se x < 0, tem-se f ′′ (x) = ex > 0, pelo que f é tem concavidade voltada
para cima para todo o x < 0. A função f não tem pontos de inflexão.
d) Como f ′ (x) = 2x para todo o x > 0, tem-se que f ′ (1) = 2. Assim, a equação da
recta tangente ao gráfico de f no ponto (1, f (1)) é dada por y = f (1) + f ′ (1) (x − 1) , ou
seja, y = 2x.
Nota: Apesar de não ter sido pedido, na Figura 2.46 encontra-se os gráficos da função
-1
d) Esboce o gráfico de f.
188 Cálculo diferencial em R
Resolução:
1
a) Se x < 1, tem-se f ′ (x) = ex−1 . Se x > 1, tem-se f ′ (x) = . Se x = 1, tem-se
x
1
f (x) − f (1) 1 + ln x − 1 ln x x
fd′ (1) = lim = lim = lim = lim = 1.
x→1+ x−1 x→1+ x−1 x→1+ x − 1 x→1+ 1
Como fe′ (1) = fd′ (1) , tem-se que f é diferenciável em x = 1. Portanto, f é diferenciável
em R e x−1
e se x < 1,
′
f (x) =
1 se x ≥ 1.
x
b) Se x < 1, tem-se f ′ (x) = ex−1 > 0, pelo que f é estritamente crescente no intervalo
1
(−∞, 1) . Se x > 1, tem-se f ′ (x) = > 0, pelo que f é estritamente crescente no intervalo
x
(1, +∞) .
Como f é contı́nua em x = 1, pois lim f (x) = lim f (x) = f (1) = 1, conclui-se que
x→1− x→1+
c) Se x < 1, tem-se f ′′ (x) = ex−1 > 0, pelo que f tem concavidade voltada para cima
1
para todo o x < 1. Se x > 1, tem-se f ′′ (x) = − < 0, pelo que f é tem concavidade
x2
voltada para baixo para todo o x > 1. Como a função f é diferenciável em x = 1, tem-se
1.5
0.5
-1
e) Na alı́nea a) vimos que f ′ (1) = 1, pelo que a equação da recta tangente ao gráfico
2x
se x ≤ 0,
f (x) = 1 + x2
1 − e3x se x > 0.
Resolução:
2 1 + x2 − 2x2x
2 − 2x2
a)Se x < 0, tem-se f ′ (x) = = . Se x > 0, tem-se f ′ (x) = −3e3x .
(1 + x2 )2 (1 + x2 )2
Se x = 0, tem-se
2x
f (x) − f (0) 2
−0 2
fe′ (0) = lim = lim 1 + x = lim =2
x→0− x−0 x→0− x x→0− 1 + x2
Como fe′ (0) 6= fd′ (0) , tem-se que f não é diferenciável em x = 0. Portanto, f é
diferenciável em R\ {0} e
2
2 − 2x
se x < 0,
f ′ (x) = (1 + x2 )2
−3e3x se x > 0.
b) Se x < 0, tem-se
2 − 2x2 2
f ′ (x) = = 0 ⇔ 2 − 2x2 = 0 ∧ 1 + x2 6= 0 ⇔ x = −1 ∨ x = 1,
(1 + x2 ) 2
f ′ (x) < 0 em (−∞, −1) e f ′ (x) > 0 em (−1, 0) , pelo que f é estritamente decrescente no
intervalo (−∞, −1) , estritamente crescente no intervalo (−1, 0) e tem um mı́nimo relativo
Se x > 0, tem-se f ′ (x) = −3e3x < 0, pelo que f é estritamente decrescente no intervalo
(0, +∞) .
que f é decrescente no intervalo (−∞, −1] e no intervalo [0, +∞) , crescente no intervalo
[−1, 0] , tem um mı́nimo relativo no ponto (−1, f (−1)) = (−1, −1) e um máximo relativo
2 − 2x2
c) Como f ′ (x) = para todo o x < 0, tem-se que f ′ (−1) = 0. Assim, a
(1 + x2 )2
equação da recta tangente ao gráfico de f no ponto (−1, f (−1)) = (−1, −1) é dada por
Nota: Apesar de não ter sido pedido, na Figura 2.48 encontra-se os gráficos da função
0.5
-5 -4 -3 -2 -1 1
-0.5
-1
-1.5
-2
-2.5
2x
Figura 2.48: Gráficos da função f : R −→ R definida por f (x) = se x ≤ 0 e
1 + x2
f (x) = 1 − e3x se x > 0 e da recta tangente ao gráfico de f no ponto (−1, f (−1)) .
y = 9 − x2 , com y ≥ 0.
Resolução:
na Figura 2.49.
9
y=9-x2
-3 x 3
Considerando que o vértice do rectângulo no eixo das abcissas tem coordenadas (x, 0) ,
então o rectângulo tem altura igual a 9−x2 e base igual a 2x. Portanto, a área do rectângulo
192 Cálculo diferencial em R
é dada por
A (x) = 2x 9 − x2 .
√ √
A′ (x) = 18 − 6x2 = 0 ⇔ x = 3 ∨ x = − 3.
√ √
Como 0 < x < 3 e A′′ (x) = −12x, tem-se que A′′ 3 = −12 3 < 0, pelo que A tem
√
um máximo relativo em 3.
√ √ √ 3 √
A 3 = 18 3 − 2 3 = 12 3.
2.12 Exercı́cios propostos 193
2.12.3. Determine os valores das constantes a, b e c para os quais os gráficos dos dois
2y = x2 .
√
3
2.12.6. Escreva as equações das rectas tangente e normal à curva y = x − 1 no
ponto (1, 0) .
x2 e4x
2.12.7. Considere a função real de variável real definida por f (x) = .
4
a) Calcule a sua derivada.
1 1 3
,f é igual a e.
4 4 16
1 1
c) Escreva a equação da recta tangente à curva de equação y = f (x) no ponto ,f .
4 4
1 2x + 1 2
d) f (x) = ; e) f (x) = ; f ) f (x) = 2x2 − 1 x− 3 + x2 ;
sen 2 x x+5
x2 + 2x − 1
g) f (x) = x2 esen x ; h) f (x) = sen 3 x; i) f (x) = ;
(x + 1) (x − 1)
x2 −1
s) f (x) = ex+1 ; t) f (x) = e x3 .
2.12.9. Estude a diferenciabilidade de cada uma das funções seguintes, nos pontos
indicados:
√
3
a) f (x) = x − 1, no ponto x = 1;
h πi
sen x se x ∈ 0, ,
2
π
b) f (x) = 2 no ponto x = ;
2x π
2
se x ∈ ,π ,
π 2
sen 1
se x 6= 0,
c) f (x) = x no ponto x = 0;
0 se x = 0,
x2 sen 1
se x 6= 0,
d) f (x) = x no ponto x = 0;
0 se x = 0,
2.12 Exercı́cios propostos 195
e−x
(
se x > 0,
e) f (x) = no ponto x = 0;
x + 1 se x ≤ 0,
x
1 se x 6= 0,
f ) f (x) = 1 + ex no ponto x = 0;
0 se x = 0,
1
xe− x2
(
se x 6= 0,
g) f (x) = no ponto x = 0.
0 se x = 0,
x2 sen 1
se x 6= 0,
f (x) = x
0 se x = 0.
2.12.12. Mostre que as funções seguintes têm um máximo ou um mı́nimo local nos
ii) f (0) = 1;
iii) f é diferenciável em x = 0.
derivada de
b) f (ex ) ; c) f ln x2 + 1 ;
a) f (−x) ; d) f [f (x)] .
√
2.12.16. Prove que f : (0, +∞) −→ R definida por f (x) = n
x, onde n ∈ N, é
1
diferenciável, tendo-se f ′ (x) = √
n
.
n xn−1
2.12.19. Que condição devem satisfazer a, b, c, d para que a função definida por f (x) =
calcule o valor c tal que f ′ (c) = 0, para cada uma das funções seguintes:
b) Mostre que para todos os pontos em que está definida a função derivada se tem
f ′ (x) > 0.
Mostre que:
a) f é contı́nua em R;
único zero em R.
pelo menos um zero em R, e em seguida prove, utilizando o Teorema de Rolle, que f não
2.12.26. Prove que a equação 4x3 − 6x2 + 1 = 0 tem 3 raı́zes distintas. Determine
intervalos de R de forma que, em cada um deles, exista uma e uma só raiz real da equação.
2.12.27. Seja f : [a, b] −→ R três vezes diferenciável com f (a) = f ′ (a) = f (b) =
2.12.28. Seja f : [a, b] −→ R contı́nua, diferenciável em (a, b) e tal que f (a) = f (b) =
0. Prove que, dado arbitrariamente k ∈ R, existe c ∈ (a, b) tal que f ′ (c) = kf (c) .
possı́vel, calcule o valor intermédio, para cada uma das funções seguintes:
no intervalo [0, e − 1] .
x2 sen 1
se x 6= 0,
f (x) = x
0 se x = 0
f (b) f ′ (c)
(b−a) f (c)
=e .
f (a)
i) f (0) = g (0) ;
2.12.35. Seja f uma função diferenciável no intervalo [1, +∞) . Prove que se f ′ (x) é
f (x)
limitada no mesmo intervalo, então também o é.
x
(Sugestão: Aplique o Teorema de Lagrange no intervalo [1, x] .)
f (a) = f (b) = 0, f (c) > 0, com a < c < b. Prove que, existe t ∈ (a, b) tal que f ′′ (t) < 0.
200 Cálculo diferencial em R
hπ π i
Aplique o Teorema do valor médio de Cauchy às funções f e g no intervalo , e
6 3
determine o ponto c nele referido.
2.12.38. Sejam f e g funções diferenciáveis em R tais que f ′ (x) > g ′ (x) > 0, para
todo o x ∈ R e f (a) = g (a) . Utilizando o Teorema do valor médio de Cauchy, prove que:
ex ln x
g) lim ; h) lim √ ; i) lim [(1 − cos x) cotg x] ;
x→+∞ x5 x →+∞ 3 x x →0
1 − tg x h πx i
j) lim xsen x ; k) limπ ; l) lim (1 − cos x) tg ;
x→0+ x→4 cos 2x x →1 2
1 1 1 5
m) lim x ; x n) lim 1 + x2 x
; o) lim − 2 ;
x→+∞ x →0 x→3 x−3 x −x−6
tg x
1 x 1
p) lim ; q) lim xx ; r) lim − .
x→0+ x x →0+ x→1 x − 1 ln x
p′′ (c) = 0.
2.12.43. Construa f : R −→ R, diferenciável com f ′ (0) > 0, mas tal que para todo o
e) Seja f : R −→ R definida por f (x) = sen (ln (1 + ex )). Então, f ′ (x) = cos (ln (1 + ex )) ,
202 Cálculo diferencial em R
para todo o x ∈ R.
cos (π − x) se x < 1,
f ) Seja f : R −→ R definida por f (x) = ex−1 se 1 ≤ x ≤ 2,
e (x − 1) se x ≥ 2.
′
Então, existe c ∈ (1, 2) tal que f (c) = e − 1.
g) f (x) = ln (a + bx) , a, b ∈ R.
1
2.12.48. Determine o polinómio de Taylor de ordem 3 da função f (x) = x + no
x
ponto −1.
2.12.49. Seja f : R −→ R uma função três vezes diferenciável tal que f (0) = −1,
em 0.
funções seguintes:
1 √ 2x − 1
a) em x = 2 ; b) x em x = 1; c) em x = 2.
x x−1
ln (1 + x) − x
d) lim .
x→0 x2
1 x4
d) y = x4 − 8x2 + 12; e) y = ; f) y = .
2
x −x (x + 1)2
convexas e côncavas:
√
a) y = 3 x + 3; b) y = x5 − 10x2 + 3x; c) y = 2x4 − 3x2 + x − 1; d) y = (ex − 1)2 .
2x − 1 x2
1
d) f (x) = ; e) f (x) = ; f ) f (x) = x ln e + .
2x + 1 x+1 x
x2 + 2 √
d) f (x) = ; e) f (x) = xex ; f ) f (x) = x2 − 3x + 2;
x−3
ln |x| x − |x|
g) f (x) = sen x cos x; h) f (x) = ; i) f (x) = .
x 2
204 Cálculo diferencial em R
2.12.57. Mostre que entre todos os rectângulos com um dado perı́metro é o quadrado
que tem área máxima e que entre todos os rectângulos com área dada é o quadrado que
2.12.59. Um depósito aberto, de folha de lata com fundo quadrado, deve ter capaci-
dade para V litros. Prove que, para que na sua fabricação se gaste a menor quantidade
de lado L, ao qual se recortaram quadrados dos cantos, de forma que o seu volume seja
ex − 1
f (x) = .
x
xex
(
se x ≤ 0,
f (x) = 4
x ln x se x > 0.
e) Determine o contradomı́nio de f.
( √
ln 1 − x2 se x ∈ (−1, 0] ,
f (x) = 2
x2 e1−x se x ∈ (0, +∞) .
c) Defina a função f ′ .
local.
x → −∞.
e) Esboce o gráfico de f .
206 Cálculo diferencial em R
ciável e, em cada ponto que o não seja, calcule (se existirem) as derivadas laterais.
de f no ponto de abcissa 1.
1
d) f ′ (x) = ax ln a; e) f ′ (x) = ; f ) f ′ (x) = −2 sen x cos x;
x
1 x cos x − sen x
g) f ′ (x) = 2e2x−3 ; h) f ′ (x) = ; i) f ′ (x) = .
x x2
3 3
2.12.3. a = 1, b = 0, c = −1. 2.12.4. a = −2, b = 4. 2.12.5. 0 e arctg − arctg − .
2 4
1 4x e
2.12.6. x=1 e y = 0. 2.12.7. a) f ′ (x) = xe + x2 e4x ; c) y = (6x − 1) .
2 32
2 −2
2.12.8. a) f ′ (x) = x 3; b) f ′ (x) = 3 − 6x2 ;
3
25 6 2 cos x
c) f ′ (x) = − 2
+√ ; d) f ′ (x) = − ;
x x sen3 x
9 8√ 2
e) f ′ (x) = 2; f ) f ′ (x) = 8x3 − 2x + 3
x+ √ ;
(x + 5) 3 3
3 x5
1 1 −2
m) f ′ (x) = 1; n) f ′ (x) = (log10 x) 3 + (log10 x) 3 ;
3 ln 10
1 5 9
13x− 4 + 9x− 4 + 5x− 4 ex 1
o) f ′ (x) = − 2 ; p) f ′ (x) = ; q) f ′ (x) = ;
4 (x2 + x + 1) cos2 ex x+1
4
5 (ln x) −x2 + 3 x2 −1
r) f ′ (x) = ; s) f ′ (x) = ex+1 ; t) f ′ (x) = e x3 .
x x4
208 Cálculo diferencial em R
π
2.12.9. a) f ′ (1) = +∞; b) não é diferenciável no ponto x = ;
2
g) f ′ (0) = 0.
( (
−1 se x < 0, 2x se x < 2,
′ ′
2.12.10. a) f (x) = b) f (x) =
1 se x > 0; 1 se x > 2.
2x sen 1 − cos 1
se x 6= 0,
2.12.11. f ′ (x) = x x
0 se x = 0.
2x
f ′ ln x2 + 1 ;
2.12.14. a) −f ′ (−x) ; b) ex f ′ (ex ) ; c) d) f ′ (f (x)) f ′ (x) .
x2 + 1
′ 1 ′ 1 ′ 1
2.12.18. (arccotg x) = − ; (arcsen x) = √ e (arccos x) = − √ .
1 + x2 1 − x2 1 − x2
c) f não é diferenciável em x = 0.
√ √
2 3 2 3 π 4
2.12.23. c = 0. 2.12.29. a) c = − ou c = ; b) c = ; c) c = .
3 3 2 9
π
2.12.30. b) (e − 2, ln (e − 1)) . 2.12.37. c = .
4
10 1 2 a2 1
2.12.39. a) ; b) ; c) e− π ; d) − ; e) ;
7 9 2 2
√
1 2
f ) 45; g) 0; h) √ ; i) ; j) 1;
e 2
3
k) ; l) 1; m) 3; n) e; o) 1.
2
2.13 Soluções dos exercı́cios propostos 209
1 1
2.12.40. a) α; b) − ; c) ; d) sem limite; e) 1; f ) 3;
3 2
g) + ∞; h) 0; i) 0; j) 1; k) 1; l) sem limite;
1 1
m) 1; n) 1; o) ; p) 1; q) 1; r) .
5 2
2.12.41. 0. 2.12.45. a) V; b) F; c) F; d) F; e) F; f ) F.
n
(−1) (n − 1)! π
2.12.46. a) f (n) (x) = n ; b) f (n) (x) = sen x + n ;
(1 + x) 2
2n! π
c) f (n) (x) = n+1 ; d) f (n) (x) = ex + cos x + n ;
(1 − x) 2
n+1
(−1) 1 × 3 × 5 × · · · × (2n − 3) − 2n−1
x 2 se n > 1,
(n)
e) f (x) = 2n
1 x− 21
se n = 1;
2
n−1
n (−1) (n − 1)!bn
f ) f (n) (x) = (−1) (x − n) e−x ; g) f (n) (x) = n .
(a + bx)
2 3 4 5
2.12.47. T05 (x) = −1 e T15 (x) = 6 (x − 1) + 15 (x − 1) + 20 (x − 1) + 15 (x − 1) + 6 (x − 1) .
3 2 3
2.12.48. T−1 (x) = −2 − (x + 1) − (x + 1) .
x2 x3
2.12.49. T03 (x) = −1 + x + − .
2 6
x2 xn
b) T0n (x) = 1 + x + + ··· + ;
2! n!
n
c) T0n (x) = 1 − x + x2 + · · · + (−1) xn ;
1 5 52 2 5n n
d) T0n (x) = + x+ x + ··· + x ;
e e 2!e n!e
π
n
π
2
2 sen (π + 3) 2 2 sen n + 3
e) T0n (x) = sen 3 + 2 sen +3 x+ x + ··· + 2 xn ;
2 2! n!
π π
cos +2 cos (π + 2) cos n + 2
f ) T0n (x) = cos 2 + 2 x+ x2 + · · · + 2 xn ;
2 2!22 n!2n
210 Cálculo diferencial em R
n+1
x2 x3 (−1)
2.12.50. g) T0n (x) = x − + + ··· + xn ;
2 3 n
x2 xn
n 1 2 n n 1 x
h) T0 (x) = − 1 − x + x + · · · + (−1) x + + + 3 + · · · + n+1 ;
3 2 22 2 2
1 x x2 xn
j) T0n (x) = + 2 + 3 + · · · + n+1 .
2 2 2 2
n
1 1 1 2 (−1) n
2.12.51. a) T2n (x) = − (x − 2) + (x − 2) + · · · + n+1 (x − 2) ;
2 4 8 2
n
1 1 2 (−1) 1 × 3 × 5 × · · · × (2n − 3) n
b) T1n (x) = 1 + (x − 1) − (x − 1) + · · · + (x − 1) ;
2 8 2n n!
2 n n
c) T2n (x) = 3 − (x − 2) + (x − 2) + · · · + (−1) (x − 2) .
1 π 1 1
2.12.52. a) ; b) ; c) ; d) − .
2 4 6 2
8 1
2.12.53. a) x = 0 e x= ; b) x = ;
3 2
√ √
3− 17 3+ 17
c) x = ,x= e x = 3; d) x = −2, x = 0 e x = 2;
4 4
1
e) x = ; f ) x = −2 e x = 0.
2
1 1
2.12.54. a) x = −3; b) x = 1; c) x = − e x= ; d) x = − ln 2.
2 2
2.12.55. a) y = 0; b) x = 0, y = 0 e y = 2;
c) y = 0; d) y = −1 e y = 1;
1 1
e) x = −1 e y = x − 1; f) x = − e y =x+ .
e e
L
2.12.60. O lado do quadrado que se recorta deve ser igual a .
6
2.13 Soluções dos exercı́cios propostos 211
aL 2
4 bL
1
2
-1 1 2 3 4 5 6 7
-3 -2 -1 1 2 3
-1
-2
-2
-4
-3
cL dL 25
4 20
15
2
10
5
-3 -2 -1 1 2 3
-4 -2 2 4 6 8 10
-2
-5
-4 -10
-15
-4 -3 -2 -1 1 2
-2 -1 1 2 3 4 5
-1
gL 0.4 hL 1.5
1
0.2
0.5
-4 -3 -2 -1 1 2 3 4 -6 -4 -2 2 4 6
-0.5
-0.2
-1
-0.4 -1.5
-2
4
iL
3
2
1
-4 -3 -2 -1 1 2 3 4
-1
-2
-3
-4
(x − 1) ex + 1
se x 6= 0,
x2
c) F ′ : R −→ R definida por F ′ (x) =
1
se x = 0.
2
x
se x ∈ (−1, 0) ,
x2 − 1
c) f ′ : R −→ R definida por f ′ (x) = 0 se x = 0,
2
−2x x2 − 1 e1−x
se x > 0.
π π
2.12.64. a) contı́nua em R\ {0} , lim f (x) = e lim f (x) = .
x→−∞ 4 x→+∞ 4
.
2
-3 -2 -1 1 2 3
-1
o
-2
1
d) lim f (x) = − e lim f (x) = +∞.
x→−∞ e x→+∞
1
e) CDf = − , +∞ .
e
1
2.12.66. a) y = (2 + π − 2x) .
4
π
b) a = e b = −1.
2
−1 se x ≤ 0,
Primitivação
mostramos como é possı́vel racionalizar certas classes de funções de modo a poderem ser
primitivadas.
diferenciável e tal que F ′ (x) = f (x) , para todo o x ∈ D, e representa-se por P f (x) ou
Z
Px f (x) ou f (x) dx.
P (f + g) = P f + P g e P (λf ) = λP f.
em I, pelo que a função F − G tem derivada nula no intervalo I. Então, pelo Teorema de
Observação 3.1.4 Em geral não se pode afirmar que a diferença entre duas primitivas
F (x) = |x|
e
(
−x se x ∈ [−1, 0) ,
G (x) =
x + 7 se x ∈ [1, 2]
e não se tem F = G + C para algum C ∈ R.
capazes de primitivar uma vasta classe de funções, no quadro das funções elementares.
Chama-se função elementar a toda a função que se obtém pela soma, produto, divisão ou
composição de um número finito de funções que fazem parte das quatro famı́lias seguintes:
A exposição que se segue será apresentada em três partes: numa primeira parte apre-
sentamos funções cuja primitiva se determina de modo imediato, bem como as técnicas
′ uα+1
1. uβ = βu′ uβ−1 , P u′ uα = , com α 6= −1;
α+1
au
2. (au )′ = u′ au ln a, P u′ a u = ;
ln a
3. (eu )′ = u′ eu , P u ′ eu = eu ;
218 Primitivação
u′ u′
4. (ln u)′ = , P = ln |u| ;
u u
5. (sen u)′ = u′ cos u, P u′ cos u = sen u;
u′ u′
7. (tg u)′ = , P = tg u;
cos2 u cos2 u
u′ −u′
8. (cotg u)′ = − , P = cotg u;
sen 2 u sen2 u
u′ u′
9. (arcsen u)′ = √ , P√ = arcsen u;
1 − u2 1 − u2
u′ −u′
10. (arccos u)′ = − √ , P√ = arccos u;
1 − u2 1 − u2
u′ u′
11. (arctg u)′ = , P = arctg u;
1 + u2 1 + u2
u′ −u′
12. (arccotg u)′ = − , P = arccotg u;
1 + u2 1 + u2
u′ u′
15. (tgh u)′ = , P = tgh u;
cosh 2 u cosh 2 u
u′ u′
16. (cotgh u)′ = , P = cotgh u;
senh 2 u senh2 u
u′ u′
17. (argsenh u)′ = √ , P√ = argsenh u;
u2 + 1 u2 + 1
u′ u′
18. (argcosh u)′ = √ , P√ = argcosh u;
u2 − 1 u2 − 1
u′ u′
19. (argtgh u)′ = , P = argtgh u;
1 − u2 1 − u2
u′ u′
20. (argcotgh u)′ = , P = argcotgh u.
1 − u2 1 − u2
2 1 2
1 2
Exemplo 3.2.1 P xex = P 2xex = ex + C, com C ∈ R.
2 2
1 1
Exemplo 3.2.2 P e3x sen e3x = P 3e3x sen e3x = − cos e3x + C, com C ∈ R.
3 3
sen x − sen x
Exemplo 3.2.3 P tg x = P = −P = − ln |cos x| + C, com C ∈ R.
cos x cos x
senh x
Exemplo 3.2.4 P tgh x = P = ln |cosh x| + C, com C ∈ R.
cosh x
x 1 2x 1 2 + 1 + C, com C ∈ R.
Exemplo 3.2.5 P = P = ln x
1 + x2 2 1 + x2 2
x 1 2x 1
= arctg x2 + C, com C ∈ R.
Exemplo 3.2.6 P 4
= P 2
1+x 2 1 + (x2 ) 2
− 1 +1
x2 x2 1 h 2 3
− 1 i 1 1 + x3 4
Exemplo 3.2.7 P √ = P 1 = P 3x 1 + x 4 = +
4
1 + x3 (1 + x3 ) 4 3 3 1
− +1
3 4
3
1 1+x 4
4
q
+C = + C = 4 (1 + x3 )3 + C, com C ∈ R.
3 3 9
4
1 1 1 x
Exemplo 3.2.8 P =P x x =P x x = ln tg + C, com C ∈ R.
sen x 2 sen cos 2 tg cos2 2
2 2 2 2
Teorema 3.2.9 Seja f uma função primitivável num intervalo I ⊆ R. Então, para cada
x0 ∈ I e para cada y0 ∈ R, existe uma e uma só primitiva F de f tal que F (x0 ) = y0 .
com f (0) = 1.
Para tal, comecemos por determinar todas as primitivas da função dada, isto é,
f (x) = x3 + sen x + 1.
Em geral, são poucas as funções que se podem primitivar pela aplicação das regras de
gerais de primitivação, que permitem reduzir o problema à aplicação dessas regras: pri-
mitivação por decomposição, por partes e por substituição. Estes três métodos resultam
P (u + v) = P u + P v. (3.1)
primitiva de u + v.
Com efeito,
x3
P x2 + cos x = + sen x + C, com C ∈ R, em R.
3
√
x x2 + 1 . Determinemos todas as primitivas de f e
Exemplo 3.2.13 Seja f (x) =
Com efeito,
7 3
√ 2
5 1 x2 x2
P x x +1 = Px2 + Px2 = + +C =
7 3
2 2
2√ 7 2√ 3
= x + x + C, com C ∈ R, em [0, +∞) .
7 3
Com efeito,
h i
P sen x + x (x + 1)2 = P sen x + P x (x + 1)2 =
= P sen x + P x3 + P 2x2 + P x =
x4 2x3 x2
= − cos x + + + + C, com C ∈ R, em R.
4 3 2
primitivável e tem-se
P u′ v = uv − P uv ′ .
(3.2)
Aplicando a primitivação por partes com u′ (x) = sen x e v (x) = x, pelo que
Aplicando a primitivação por partes com u′ (x) = 1 e v (x) = ln x, pelo que u (x) = x
1
e v ′ (x) = , tem-se
x
Aplicando a primitivação por partes com u′ (x) = cos x e v (x) = cos x, pelo que
isto é,
donde
ou ainda,
sen x cos x + x
P cos2 x = + C, com C ∈ R, em R.
2
Aplicando a primitivação por partes com u′ (x) = sen x e v (x) = sen x, pelo que
3.2 Técnicas de primitivação 223
isto é,
donde
ou ainda,
− cos x sen x + x
P sen2 x = + C, com C ∈ R, em R.
2
ou ainda,
Demonstração: Como
dϕ−1
d dϕ d dϕ
Pt f ◦ ϕ × ◦ ϕ−1 = Pt f ◦ ϕ × ◦ ϕ−1 × =
dx dt dt dt dx
dϕ−1
dϕ
= f ◦ϕ× ◦ ϕ−1 × =
dt dx
dϕ dϕ−1
= f ◦ ϕ ◦ ϕ−1 × ◦ ϕ−1 × =
dt dx
1 dϕ−1
= f = f,
dϕ−1 dx
dx
224 Primitivação
dϕ
tem-se que Pt f ◦ ϕ × ◦ ϕ−1 é uma primitiva de f.
dt
√
sen x
Exemplo 3.2.21 Seja f (x) = √ . Determinemos todas as primitivas de f e um
x
conjunto onde são válidas essas primitivas.
Aplicando a primitivação por substituição com ϕ : (0, +∞) −→ (0, +∞) definida por
√
ϕ (t) = t2 , pelo que ϕ′ (t) = 2t e ϕ−1 (x) = x, tem-se
sen t
P × 2t = 2P sen t = −2 cos t,
t
e, portanto,
√
sen x √
P √ = −2 cos x + C, com C ∈ R, em (0, +∞) .
x
√
Exemplo 3.2.22 Seja f (x) = a2 − x2 com a > 0. Determinemos todas as primitivas
e, portanto,
p a2 x x x
P a2 − x2 = sen arcsen cos arcsen + arcsen +C =
2 a a a
a2 1 p 2
2 + arcsen
x
= x a − x + C, com C ∈ R, em [−a, a] .
2 a2 a
Sejam
m, respectivamente.
P (x) = Q (x) , ∀x ∈ R.
Portanto, sendo
tem-se
xk+1
P axk = a .
k+1
x8 x5 x4 x2
Exemplo 3.2.23 P 5x7 + x4 + 3x3 + 7x + 4 = 5 +
+ 3 + 7 + 4x + C, com
8 5 4 2
C ∈ R, em R.
226 Primitivação
P (x)
Uma função racional é uma função do tipo , em que P (x) e Q (x) são polinómios
Q (x)
na variável x.
Diz-se que uma função racional é própria sse o grau de P (x) é inferior ao grau de
1
Exemplo 3.2.24 P = ln |x + 1| + C, com C ∈ R, em R\ {−1} .
x+1
x3 x3 x2
1
Exemplo 3.2.25 P = P x2 − x + 1 − = − + x − ln |x + 1| + C,
x+1 x+1 3 2
com C ∈ R, em R\ {−1} . Neste caso foi feita uma divisão de polinómios para se obter
x3 1
= x2 − x + 1 − .
x+1 x+1
P (x)
De seguida vamos decompor em funções racionais próprias de tipos particulares.
Q (x)
Para o efeito, começa-se por calcular as raı́zes de Q (x) , reais e complexas, e respectivas
P (x)
Teorema 3.2.26 Seja uma função racional própria e sejam α1 , α2 , . . . , αr as raı́zes
Q (x)
distintas de Q (x) , com multiplicidades n1 , n2 , . . . , nr , respectivamente, isto é,
ii) Nas condições do teorema anterior, qualquer das funções racionais simples em que
P (x)
se decompõe a função racional tem primitiva imediata. Com efeito,
Q (x)
A
P = A ln |x − α|
x−α
e
A (x − α)−k+1 A 1
P = AP (x − α)−k = A = , se k > 1.
(x − α)k −k + 1 1 − k (x − α)k−1
Vejamos agora alguns exemplos de aplicação deste teorema. Começamos por considerar
um exemplo onde as raı́zes reais têm todas multiplicidade igual a um e depois um exemplo
P (x) 3x + 1
Exemplo 3.2.28 Consideremos a função racional própria f (x) = = 3 e
Q (x) x −x
determinemos as suas primitivas.
Como o número de raı́zes de um polinómio não ultrapassa o seu grau e como as raı́zes
3x + 1 3x + 1 3x + 1 A B C
= = = + + =
x3 − x 2
x (x − 1) x (x − 1) (x + 1) x x−1 x+1
A x2 − 1 + Bx (x + 1) + Cx (x − 1)
= =
x3 − x
(A + B + C) x2 + (B − C) x − A
=
x3 − x
donde
3x + 1 1 2 1
P 3 = P − + − =
x −x x x−1 x+1
= − ln |x| + 2 ln |x − 1| − ln |x + 1| + C, com C ∈ R, em R\ {−1, 0, 1} .
P (x) 2x
Exemplo 3.2.29 Consideremos a função racional própria f (x) = =
Q (x) (x + 1) (x + 2)2
e determinemos as suas primitivas.
rece duas vezes na factorização do polinómio, podemos concluir que a primeira raiz tem
2x A B C
= + + =
(x + 1) (x + 2)2 x + 1 x + 2 (x + 2)2
A (x + 2)2 + B (x + 1) (x + 2) + C (x + 1)
= =
(x + 1) (x + 2)2
(A + B) x2 + (4A + 3B + C) x + 4A + 2B + C
=
(x + 1) (x + 2)2
3.2 Técnicas de primitivação 229
donde
2x 2 2 4
P = P − + + =
(x + 1) (x + 2)2 x + 1 x + 2 (x + 2)2
4
= −2 ln |x + 1| + 2 ln |x + 2| − =
x+2
x+2 4
= 2 ln − + C, com C ∈ R, em R\ {−2, −1} .
x+1 x+2
P (x) x4
Exemplo 3.2.30 Consideremos a função racional f (x) = = e
Q (x) (x + 2) (x2 − 1)
determinemos as suas primitivas.
Como se trata de uma função racional imprópria começa-se por fazer um divisão de
P (x) x4 5x2 − 4
f (x) = = = (x − 2) + .
Q (x) (x + 2) (x2 − 1) (x + 2) (x2 − 1)
P2 (x) 5x2 − 4
Primitivemos agora a função racional própria = . Como
Q (x) (x + 2) (x2 − 1)
Q (x) = (x + 2) x2 − 1 admite as raı́zes x = −2, x = −1 e x = 1, podemos concluir
5x2 − 4 5x2 − 4 A B C
= = + + =
(x + 2) (x2 − 1) (x + 2) (x − 1) (x + 1) x+2 x−1 x+1
A x2 − 1 + B (x + 2) (x + 1) + C (x + 2) (x − 1)
= =
(x + 2) (x2 − 1)
(A + B + C) x2 + (3B + C) x − A + 2B − 2C
=
(x + 2) (x2 − 1)
donde
16 1 1
x4
P = P x − 2 + 3 + 6 − 2 =
(x + 2) (x2 − 1) x+2 x−1 x+1
x2 16 1 1
= − 2x + ln |x + 2| + ln |x − 1| − ln |x + 1| + C, C ∈ R,
2 3 6 2
em R\ {−2, −1, 1} .
Consideremos agora o caso em que o polinómio Q (x) admite apenas raı́zes complexas.
P (x)
Teorema 3.2.31 Seja uma função racional própria e sejam β 1 ± iγ 1 , β 2 ± iγ 2 , . . . ,
Q (x)
β s ± iγ s as raı́zes complexas distintas de Q (x) , com multiplicidades p1 , p2 , . . . , ps , respec-
particulares, nomeadamente,
ii) Nas condições do teorema anterior, o problema fica reduzido a saber primitivar
Bx + C
h im , com m ∈ N.
(x − β)2 + γ 2
B′t + C ′ ′ t ′ 1
m =B m +C ,
2
(t + 1) 2
(t + 1) (t + 1)m
2
Bγ 2 (β + C) γ
onde B ′ = 2m
e C′ = .
γ γ 2m
Assim, agora o problema fica reduzido a sabermos primitivar as funções racionais
t 1
m e , com m ∈ N,
(t2 + 1) (t + 1)m
2
t 1 2t 1
= ln t2 + 1 ,
P = P 2
t2
+1 2 t +1 2
t 2
−m 1 1
P 2 m = Pt t + 1 = , se m > 1,
(t + 1) 2 (m − 1) (t2 + 1)m−1
1
P 2 = arctg t,
t +1
1 1 t 1 1
P 2 m = m−1 + 1− P , se m > 1.
(t + 1) 2 (m − 1) (t + 1)
2 2 (m − 1) (t + 1)m−1
2
232 Primitivação
1 t2 + 1 − t2 t2 + 1 t2
P = P = P − P =
(t + 1)m
2 (t2 + 1)m (t2 + 1)m (t2 + 1)m
1 t2 1 1 −m
= P m−1 − P 2 m =P 2 m−1 − P 2t t2 + 1 t=
2
(t + 1) (t + 1) (t + 1) 2
1 1 1 t 1 1
= P − −P =
(t2 + 1)m−1 2 1 − m (t2 + 1)m−1 1 − m (t2 + 1)m−1
1 1 t 1 1
= P m−1 + 2 (m − 1) 2 m−1 − 2 (m − 1) P 2 =
2
(t + 1) (t + 1) (t + 1)m−1
1 t 1 1
= m−1 + 1− P , se m > 1.
2 (m − 1) (t2 + 1) 2 (m − 1) (t2 + 1)m−1
Obtém-se assim uma fórmula de recorrência que pemite determinar a primitiva pretendida
1
descendo até P , já calculada atrás.
t2 + 1
Vejamos agora alguns exemplos de aplicação deste teorema. Começamos por considerar
P (x) 2x + 1
f (x) = = 2
Q (x) (x + 1) (x2 + x + 1)
Como
√
2
2 1 3
Q (x) = x + 1 x + x + 1 = 0 ⇔ x = ±i ∨ x = − ± i,
2 2
podemos concluir que se tratam de pares de raı́zes complexas conjugadas com multiplicidade
3.2 Técnicas de primitivação 233
igual a 1. Portanto,
2x + 1 Ax + B Cx + D
= 2 + =
(x2 + 1) (x2 + x + 1) 1 2 3
(x − 0) + 1
x+ +
2 4
(Ax + B) x + x + 1 + (Cx + D) x2 + 1
2
= =
(x2 + 1) (x2 + x + 1)
(A + C) x3 + (A + B + D) x2 + (A + B + C) x + B + D
=
(x2 + 1) (x2 + x + 1)
donde
2x + 1 −x + 2 x−1
P = P 2 + =
2
(x + 1) (x2 + x + 1)
2 x +1 1 3
x+ +
2 4
−x + 2 x−1
= P + P
2
x2 + 1
1 3
x+ +
2 4
e determinemos cada uma das primitivas separadamente. Para a primeira, como se trata
da soma de duas funções racionais cujas primitivas são imediatas não faremos qualquer
substituição, obtemos
−x + 2 x 1 1 2x 1
P = −P + 2P 2 =− P 2 + 2P 2 =
x2 + 1 x2
+1 x +1 2 x +1 x +1
1
= − ln x2 + 1 + 2 arctg x.
2
Quanto à segunda primitiva, fazendo a mudança de variável indicada atrás, isto é,
√ √
3 1 ′ 3 −1 2 1 2 1
x = ϕ (t) = t − , pelo que ϕ (t) = e ϕ (x) = √ x+ = √ x+ √ ,
2 2 2 3 2 3 3
234 Primitivação
tem-se
√ √
3 1 √ 3 3 √
t− −1 t−
′
2 2 3
2 2 3
P f (ϕ (t)) × ϕ (t) = P = P =
√ !2
2
√ !2
2
3 1 1 3 3 3
t− + + t +
2 2 2 4 2 4
t √ 1 1 2t √ 1
= P 2 − 3P 2 = P 2 − 3P 2 =
t +1 t +1 2 t +1 t +1
1 √
= ln t2 + 1 − 3 arctg t
2
e, portanto,
" 2 #
√
x−1 1 2 1 2 1
P = ln √ x+ √ +1 − 3 arctg √ x+ √ .
2
1 3 2 3 3 3 3
x+ +
2 4
Finalmente,
" #
1 2
2x + 1 1 2
1 2
P 2 = − ln x + 1 + 2 arctg x + ln √ x+ √ +1 +
(x + 1) (x2 + x + 1) 2 2 3 3
√
2 1
− 3 arctg √ x + √ + C, com C ∈ R, em R.
3 3
P (x) 1
f (x) = =
Q (x) (x2 + 2) (x2 + 4)2
Como
2 √
Q (x) = x2 + 2 x2 + 4 = 0 ⇔ x = ± 2i ∨ x = ±2i,
podemos concluir que se tratam de pares de raı́zes complexas conjugadas em que o primeiro
1 Ax + B Cx + D Ex + F
2 = + 2 + =
(x2 + 2) (x2 + 4) 2
x +2 x +4 (x2 + 4)2
2
(Ax + B) x2 + 4 + (Cx + D) x2 + 2 x2 + 4 + (Ex + F ) x2 + 2
=
(x2 + 2) (x2 + 4)2
3.2 Técnicas de primitivação 235
1 1 1 1 1 1
= P 2 − P 2 − P
4 x + 2 4 x + 4 2 (x2 + 4)2
e determinemos cada uma das primitivas separadamente. Para a primeira primitiva obte-
mos
√ 1 √
√
1 1 2 2 2 x
P 2 =P 2 = P 2 = arctg √ ,
x +2 x 2 x 2 2
2 +1 √ +1
2 2
e para a segunda primitiva obtemos
1
1 1 2 1 x
P 2 =P 2 = P 22 = arctg .
x +4 x 4 x 2 2
4 +1 +1
4 2
Finalmente, a terceira primitiva é obtida por decomposição e por partes. Com efeito,
1 x2 + 4 − x2 x2 + 4 x2
P = P =P −P =
(x2 + 4)2 (x2 + 4)2 (x2 + 4)2 (x2 + 4)2
1 1 −2
= P 2 − P 2x x2 + 4 x
x +4 2
1 x 1 x 1
= arctg − − 2 +P 2 =
2 2 2 x +4 x +4
1 x 1 x 1 1 x
= arctg + 2
− × arctg =
2 2 2x +4 2 2 2
1 x x
= arctg +
4 2 2 (x2 + 4)
236 Primitivação
e, portanto,
√ !
1 1 2 x 1 1 x 1 1 x x
P = arctg √ − arctg − arctg + =
(x2 + 2) (x2 + 4)2 4 2 2 4 2 2 2 4 2 2 (x2 + 4)
√
2 x 1 x x
= arctg √ − arctg − 2
+ C, com C ∈ R, em R.
8 2 4 2 4 (x + 4)
Consideremos agora o caso em que o polinómio Q (x) admite raı́zes reais e raı́zes
complexas.
P (x)
Teorema 3.2.35 Seja uma função racional própria. Sejam α1 , . . . , αr as raı́zes
Q (x)
reais distintas, com multiplicidades n1 , . . . , nr , respectivamente, e sejam β 1 ± iγ 1 , . . . ,
h ip1 h ips
Q (x) = a (x − α1 )n1 · · · (x − αr )nr (x − β 1 )2 + γ 21 · · · (x − β s )2 + γ 2s ,
r nj l s p
P (x) X X Aj,k B x + Cl,m
h l,m
XX
= k
+ im . (3.5)
Q (x) 2
j=1 k=1 (x − αj )
2
l=1 m=1 (x − β l ) + γ l
Observação 3.2.36 Note-se que pondo, no membro da direita de (3.5), todos os denomi-
igualando os numeradores dos dois membros de (3.5), obtêm-se n1 +· · ·+nr +2p1 +· · ·+2ps
Como vimos atrás, este problema fica reduzido a primitivar funções racionais simples
dos tipos
A Bx + C
k
e h im , com k e m naturais.
(x − α) (x − β)2 + γ 2
P (x) 7
Exemplo 3.2.37 Consideremos a função racional própria f (x) = = 3 e
Q (x) x +x
determinemos as suas primitivas.
Como
Q (x) = x3 + x = x x2 + 1 = 0 ⇔ x = 0 ∨ x = ±i,
podemos concluir que quer a raiz real quer o par raı́zes complexas conjugadas têm multi-
A x2 + 1 + (Bx + C) x
7 A Bx + C (A + B) x2 + Cx + A
= + = =
x3 + x x x2 + 1 x3 + x x3 + x
donde
7 7 7x 1 7 2x
P 3 = P − 2 = 7P − P 2 =
x +x x x +1 x 2 x +1
7
= 7 ln |x| − ln x2 + 1 + C,
C ∈ R, em R\ {0} .
2
Para terminarmos o estudo de problemas de primitivação, vamos ver agora alguns tipos
adequadas.
238 Primitivação
variáveis.
i
X
P (u1 , . . . , up ) = ai1 ...ip ui11 . . . upp ,
i1 ,...,ip
X
onde i1 , . . . , ip ∈ N0 , ai1 ...ip ∈ R e representa uma soma finita em i1 , . . . , ip .
i1 ,...,ip
Se P (u1 , . . . , up ) e Q (u1 , . . . , up ) são dois polinómios em p variáveis, chama-se função
P (u1 , . . . , up )
R (u1 , . . . , up ) = ,
Q (u1 , . . . , up )
com Q (u1 , . . . , up ) 6= 0.
Neste caso, R é uma função racional em uma única variável e para primitivar f faz-se
1
f (ϕ (t)) ϕ′ (t) = R (t) .
t
3.3 Racionalização de algumas funções 239
e2x
Exemplo 3.3.2 Seja f (x) = . Determinemos as primitivas de f.
1 + ex
Aplicando a primitivação por substituição com a substituição indicada, isto é, com
1
e ϕ−1 (x) = ex , tem-se
ϕ : (0, +∞) −→ R definida por ϕ (t) = ln t, pelo que ϕ′ (t) =
t
t2
′ t 1
P f (ϕ (t)) ϕ (t) = P =P =P 1− = t − ln |1 + t|
(1 + t) t 1+t 1+t
e, portanto,
e2x
P = ex − ln (1 + ex ) + C, com C ∈ R.
1 + ex
pq2 pqn !
ax + b 2 ax + b n
3.3.2 Racionalização de f (x) = R x, ,...,
cx + d cx + d
Neste caso, R é uma função racional em n variáveis e para primitivar f faz-se a substituição
ax + b dtq − b
= tq , onde q é o mı́nimo múltiplo comum de q2 , . . . , qn . Então, x = ϕ (t) =
cx + d a − ctq
ad − bc
e ϕ′ (t) = são funções racionais de t, pelo que
(cx + d)2
p q p q p q
f (ϕ (t)) ϕ′ (t) = R ϕ (t) , t 2 q2 , t 3 q3 , . . . , t n qn ϕ′ (t)
1
Exemplo 3.3.3 Seja f (x) = √ √ √ . Determinemos as primitivas de f.
x ( x + 4 x)
3
Aplicando a primitivação por substituição com a substituição indicada, isto é, com
√
ϕ : (0, +∞) −→ (0, +∞) definida por ϕ (t) = t12 , pelo que ϕ′ (t) = 12t11 e ϕ−1 (x) = 12
x,
tem-se
t11 t2
P f (ϕ (t)) ϕ′ (t) = 12P = 12P =
t6 (t4 + t3 ) t+1
1
= 12P t − 1 + = 6t2 − 12t + 12 ln |t + 1|
t+1
240 Primitivação
e, portanto,
1 √ √ √
P√ √ √ = 6 6 x − 12 12 x + ln 12
x + 1 + C, com C ∈ R.
x ( x + x)
3 4
√
3.3.3 Racionalização de funções do tipo f (x) = R ax + b
Neste caso, R é uma função racional em uma única variável e para primitivar f faz-se
t2
a mudança de variável x = ϕ (t) = − b que conduz a uma função racional de t, pois
a
2t
f (ϕ (t)) ϕ′ (t) = R (t) .
a
√
3.3.4 Racionalização de funções do tipo f (x) = R x, ax2 + bx + c , com
a 6= 0
Neste caso, R é uma função racional em 2 variáveis e para primitivar f faz-se uma das
p √
ax2 + bx + c = ax + t, quando a > 0,
p √
ax2 + bx + c = c + tx, quando c > 0,
p
ax2 + bx + c = (x − α) t, quando α é uma raiz real do trinómio ax2 + bx + c.
1
Exemplo 3.3.4 Seja f (x) = √ . Determinemos as primitivas de f.
x2 + 3x − 4
Aplicando a primitivação por substituição com a terceira das substituições indicadas,
√ p 1 + 4t2
isto é, com x2 + 3x − 4 = (x + 4) (x − 1) = (x + 4) t, tem-se x = ϕ (t) = , pelo
r 1 − t2
10t x−1
que ϕ′ (t) = 2 e t = ϕ−1 (x) = . Assim,
(1 − t2 ) x+4
" #
1 − t2
′ 10t 2 1 1 1+t
P f (ϕ (t)) ϕ (t) = P 2 =P 2
=P + = ln
5t (1 − t2 ) 1−t 1+t 1−t 1−t
3.3 Racionalização de algumas funções 241
e, portanto,
r
x−1 √ √
1+
1 x+4 x+4+ x−1
P√ = ln r = ln √ √ + C, com C ∈ R.
x2 + 3x − 4 x−1 x+4− x−1
1−
x+4
Neste caso, R é uma função racional em 2 variáveis e para primitivar f faz-se a mudança
2 x
de variável x = ϕ (t) = 2 arctg t, pelo que ϕ′ (t) = 2
e t = ϕ−1 (x) = tg .
1+t 2
Note-se que considerando esta substituição tem-se
x
x x x 2 tg
2 x 2 = 2t
sen x = 2 sen cos = 2 tg cos = x
2 2 2 2 1 + tg 2 1 + t2
2
e
x
x 1 − tg2 2
2 x 2 x 2 x 2 = 1−t .
2
cos x = cos − sen = cos 1 − tg = x
2 2 2 2 1 + tg2 1 + t2
2
Assim, sendo f (x) = R (sen x, cos x) , obtém-se a função racional de t
2t 1 − t2
′ 2
f (ϕ (t)) ϕ (t) = R , .
1 + t2 1 + t2 1 + t2
1
Exemplo 3.3.5 Seja f (x) = . Determinemos as primitivas de f.
1 + cos x
Aplicando a primitivação por substituição com a substituição indicada, isto é, com
2 x
ϕ : R −→ (−π, π) definida por ϕ (t) = 2 arctg t, pelo que ϕ′ (t) = 2
e ϕ−1 (x) = tg ,
1+t 2
tem-se
1 2 =P 1 2
P f (ϕ (t)) ϕ′ (t) = P
= P1 = t
2
1−t 1+t 2 2 1 + t2
1+ 1 + t2
1 + t2
e, portanto,
1 x
P = tg + C, com C ∈ R.
1 + cos x 2
242 Primitivação
Neste caso, R é uma função racional em uma variável e para primitivar f faz-se a
1
mudança de variável x = ϕ (t) = arcsen t, pelo que ϕ′ (t) = √ e t = ϕ−1 (x) = sen x.
1 − t2
Note-se que considerando esta substituição tem-se
p p
cos x = 1 − sen2 x = 1 − t2
e, portanto,
Neste caso, R é uma função racional em uma variável e para primitivar f faz-se a
1
mudança de variável x = ϕ (t) = arccos t, pelo que ϕ′ (t) = − √ e t = ϕ−1 (x) =
1−t 2
cos x.
p p
sen x = 1 − cos2 x = 1 − t2
e, portanto,
sen (2x)
Exemplo 3.3.6 Seja f (x) = . Determinemos as primitivas de f.
1 − sen x
sen (2x) 2 sen x
Comecemos por notar que f (x) = = cos x. Aplicando a primi-
1 − sen x 1 − sen x
π π
tivação por substituição com a substituição indicada, isto é, com ϕ : (−1, 1) −→ − ,
2 2
3.3 Racionalização de algumas funções 243
1
definida por ϕ (t) = arcsen t, pelo que ϕ′ (t) = √ e ϕ−1 (x) = sen x, tem-se
1−t 2
′ 2t p 2
1 1
P f (ϕ (t)) ϕ (t) = P 1−t √ = −2P 1 − = −2 (t + ln |1 − t|)
1−t 1 − t2 1−t
e, portanto,
sen (2x)
P = −2 (sen x + ln |1 − sen x|) + C, com C ∈ R.
1 − sen x
aconselhadas. Terminamos esta secção com a referência a outras substituições não referidas
ou exemplificadas até aqui. Note-se que não se tratam de funções cujas primitivas se
ln4 x
Exemplo 3.3.7 Seja f (x) = . Determinemos as primitivas de f.
x ln2 x + 1
Aplicando a primitivação por substituição com a substituição indicada na segunda linha
da Tabela 3.1, isto é, com ϕ : R −→ (0, +∞) definida por ϕ (t) = et , pelo que ϕ′ (t) = et e
t4 t4 t3
′ 1
P f (ϕ (t)) ϕ (t) = P et =P 2 =P 2
t −1+ 2 = − t + arctg t
et (t2 + 1) t +1 t +1 3
e, portanto,
ln4 x ln3 x
P = − ln x + arctg (ln x) + C, com C ∈ R.
x ln2 x + 1
3
244 Primitivação
1
ex ln t ex
t
1
ln x e a multiplicar et et ln x
x
2t
senx =
2 x 1+ t2
senx e cos x 2arctg t tg
1+ t 2 2 1− t2
cos x =
1+ t2
1
senx e cos x a multiplicar arcsen t senx
1− t2
1
cos x e senx a multiplicar arccos t − cos x
1− t2
1
tg x arctg t tg x
1+ t2
1
cotg x arccotg t − cotg x
1+ t2
x
a2 − x2 a sen t a cos t arcsen
a
a x
a2 + x2 a tg t a sec 2 t = arctg
cos 2 t a
a x a
x2 − a2 a sec t = a sec t tg t arc sec = arccos
cos t a x
x t2 2t x
x = t m onde m é o mínimo
mt m −1
p q r m
múltiplo comum de {p, q, r}
x, x e x t
ax + b
1 1
ax + b r2 ax + b rn = t r onde r é o mínimo
x, , , cx + d
cx + d cx + d
múltiplo comum de {r2 ,, rn }
ax 2 + bx + c = a x + t se a > 0
ax 2 + bx + c = c + tx se c > 0
x e ax 2 + bx + c ax 2 + bx + c = ( x − α ) t ou
ax 2 + bx + c = ( x − β ) t se α e
β são zeros reais distintos de
ax 2 + bx + c
Observação 3.3.8 Tal como referimos no inı́cio da Secção 3.2, as técnicas de primi-
no quadro das funções elementares. No entanto, nem todas as funções são primitiváveis
2 √ 1
f (x) = ex , g (x) = a0 + a1 x + · · · + an xn e h (x) = √ ,
a0 + a1 x + · · · + an xn
com n > 2.
246 Primitivação
3.4.1. Determine uma ou mais primitivas de cada uma das funções seguintes, indi-
2 2 3 x2
e) ; f) ; g) ; h) ;
x x3 4x + 5 3 + x3
√
k) x2 sen 4x3 ;
i) sen (2x) ; j) cos 3x ; l) tg x;
cos x 1
m) ; n) ; o) e2x ; p) esen x cos x;
1 + sen x x ln x
3 7 7x 7x
q) x2 + 1 ex +3x ; r) ; s) ; t) ;
x2 + 1 x4 + 1 x2 + 1
1 arctg x 1 x
u) ; v) ; w) √ ; x) √ ;
(1 + x2 ) arctg x 1 + x2 1 − x2 1 − x4
y) 7x ; z) sen3 x.
Resolução:
3x2 x6 x10
a) P 3x + x5 + x9 = 3P x + P x5 + P x9 =
+ + + C, com C ∈ R, em R;
2 6 10
x3
b) P (x + 1)2 = P x2 + 2x + 1 = + x2 + x + C, com C ∈ R, em R;
3
√ 2 1
q
c) P x + 4 = P (x + 4) = 2 (x + 4)3 + C, com C ∈ R, em [−4, +∞) ;
3
√
5
1 1 h 1
i 5 6
d) P 2 − 3x = P (2 − 3x) 5 = − P −3 (2 − 3x) 5 = − (2 − 3x) 5 + C, com C ∈ R,
3 18
em R;
2 1
e) P = 2P = 2 ln |x| + C, com C ∈ R, em R\ {0} ;
x x
2 1 1
f) P = 2P 3 = 2P x−3 = − 2 + C, com C ∈ R, em R\ {0} ;
x3 x x
3 1 3 4 3 5
g) P = 3P = P = ln |4x + 5| + C, com C ∈ R, em R\ − ;
4x + 5 4x + 5 4 4x + 5 4 4
3.4 Exercı́cios resolvidos 247
x2 1 3x2 1 √
h) P 3
= P 3
= ln 3 + x3 + C, com C ∈ R, em R\ − 3 3 ;
3+x 3 3+x 3
1 1
i) P sen (2x) = P [2 sen (2x)] = − cos (2x) + C, com C ∈ R, em R;
2 2
√ 1 √ √ 1 √
j) P cos 3x = √ P 3 cos 3x = √ sen 3x + C, com C ∈ R, em R;
3 3
1 1
k) P x2 sen 4x3 = P 12x2 sen 4x3 = − cos 4x3 + C, com C ∈ R, em R;
12 12
sen x − sen x nπ o
l) P tg x = P = −P = − ln |cos x|+C, com C ∈ R, em R\ + kπ, k ∈ Z ;
cos x cos x 2
cos x 3π
m) P = ln |1 + sen x| + C, com C ∈ R, em R\ + 2kπ, k ∈ Z ;
1 + sen x 2
1
1
n) P = P x = ln |ln x| + C, com C ∈ R, em (0, 1) ∪ (1, +∞) ;
x ln x ln x
1 1
o) P e2x = P 2e2x = e2x + C, com C ∈ R, em R;
2 2
h 3 i 1 h 3 i 1 3
q) P x2 + 1 ex +3x = P 3x2 + 3 ex +3x = ex +3x + C, com C ∈ R, em R;
3 3
7 1
r) P = 7P 2 = 7 arctg x + C, com C ∈ R, em R;
x2 +1 x +1
7x x 7 2x 7 2 + C, com C ∈ R, em R;
s) P = 7P 2 = P 2 = arctg x
x4 + 1 (x2 ) + 1 2 (x2 ) + 1 2
7x x 7 2x 7
= ln x2 + 1 + C, com C ∈ R, em R;
t) P = 7P 2 = P 2
x2 +1 x +1 2 x +1 2
1
1 1 + x2 = ln |arctg x| + C, com C ∈ R, em R\ {0} ;
u) P =P
(1 + x2 ) arctg x arctg x
arctg2 x
arctg x 1
v) P =P arctg x = + C, com C ∈ R, em R;
1 + x2 1 + x2 2
1
w) P √ = arcsen x + C, com C ∈ R, em (−1, 1) ;
1 − x2
248 Primitivação
x x 1 2x 1
= arcsen x2 + C, com C ∈ R, em
x) P √ =Pq = Pq
1 − x4 2 2
1 − (x2 )2 1 − (x2 )2
(−1, 1) ;
7x
y) P 7x = + C, com C ∈ R, em R;
ln 7
cos3 x
= − cos x + + C, com C ∈ R, em R.
3
3.4.2. Determine uma ou mais primitivas de cada uma das funções seguintes, indi-
√ √
r
x
a) x2 + 1; b) e2x+3 ; c) 3x + ; d) x 5 2 − 3x2 ;
3
1 x x2
e) √ ; f) ; g) ; h) tg (3x) ;
5
1 − 2x 1 + x2 1 + x6
Resolução:
x3
a) P x2 + 1 = P x2 + P 1 =
+ x + C, com C ∈ R, em R;
3
1 1
b) P e2x+3 = P 2e2x+3 = e2x+3 + C, com C ∈ R, em R;
2 2
3.4 Exercı́cios resolvidos 249
! √ ! √
√ √ √
r r
x 1 1 1 3 1 8 3 3
c) P 3x + =P 3x +
2 x2 = 3+ Px2 = x 2 + C, com
3 3 3 9
C ∈ R, em [0, +∞) ;
√ h 1 i 1 h 1 i 5 6
d)P x 5 2 − 3x2 = P x 2 − 3x2 5 = − P −6x 2 − 3x2 5 = − 2 − 3x2 5+C,
6 36
com C ∈ R, em R;
1 1 1 h 1
i 5 4
e) P √
5
= P (1 − 2x)− 5 = − P −2 (1 − 2x)− 5 = − (1 − 2x) 5 + C, com
1 −2x 2 8
1
C ∈ R, em R\ ;
2
x 1 2x 1
= ln 1 + x2 + C, com C ∈ R, em R;
f) P 2
= P 2
1+x 2 1+x 2
x2 1 3x2 1
= arctg x3 + C, com C ∈ R, em R;
g) P 6
= P 2
1+x 3 1 + (x )
3 3
sen (3x) 1 −3 sen (3x) 1
h) P tg (3x) = P =− P = − ln |cos (3x)| + C, com C ∈ R,
cos(3x) 3 cos (3x) 3
π kπ
em R\ + ,k ∈ Z ;
6 3
1 32x+7
i) P 32x+7 = P 2 × 32x+7 = + C, com C ∈ R, em R;
2 2 ln 3
1
1 1 1 1 3 1 x
m) P 2
= P 2 = P x 2 = arctg + C, com C ∈ R, em R;
9+x 9 x 3 3 3
1+ 1+
9 3
x 1
arctg
1 x
1 1 x 1 x
n) P 3 =P arctg = P arctg = P 3
2 2 2 x 2 arctg =
9+x 9+x 3 9 x 3 3 3
1+ 1+
9 3
1 x 2
= arctg + C, com C ∈ R, em R;
6 3
250 Primitivação
√ √
x 1 x x
o) P cos √ = 3P √ cos √ = 3 sen √ + C, com C ∈ R, em R;
3 3 3 3
ex
p) P = ln |ex − 1| + C, com C ∈ R, em R\ {0} ;
ex − 1
√
2x3 − x + 7
− 23 7 2 7
q) P 2
= P 2x − x + 2 = x2 + √ − + C, com C ∈ R, em
x x x x
(0, +∞) ;
sen (5x) 1 −5 sen (5x) 1
r) P =− P = − ln |2 + cos (5x)| + C, com C ∈ R, em
2 + cos (5x) 5 2 + cos (5x) 5
R;
√
3
1 + ln x 1 1 3 4
s) P =P (1 + ln x) 3 = (1 + ln x) 3 + C, com C ∈ R, em (0, +∞) ;
x x 4
sen x − cos x − sen x + cos x
t) P = −P = − ln |cos x + sen x| + C, com C ∈ R, em
cos x + sen x cos x + sen x
3
R\ π + kπ, k ∈ Z ;
4
√
√ √
sen x 1
u) P √ = 2P √ sen x = −2 cos x + C, com C ∈ R, em (0, +∞) ;
x 2 x
2
2
1 2
3x
v) P x3x = P 2x3x = + C, com C ∈ R, em R;
2 2 ln 3
x3 x3 1 4x3 1
= arcsen x4 + C, com C ∈ R, em
w) P √ =Pq = Pq
1 − x8 4 4
1 − (x4 )2 1 − (x4 )2
(−1, 1) ;
3
x) P = 3 ln |1 + x| + C, com C ∈ R, em R\ {−1} ;
1+x
x 1
arccos
y) P √ 2 = 1P r 1 x 1
arccos = P
x
r 2 arccos =
4−x 2 4 x 2
2 2 x 2 2
1− 1−
2 2
1 x 2
= − arccos + C, com C ∈ R, em (−2, 2) ;
2 2
(3e)x
z) P (3x ex ) = P (3e)x = + C, com C ∈ R, em R.
ln (3e)
3.4 Exercı́cios resolvidos 251
3.4.3. Determine, utilizando o método de primitivação por partes, uma ou mais pri-
mitivas de cada uma das funções seguintes, indicando um conjunto onde seja(m) válida(s)
essa(s) primitiva(s):
ln x
m) x arctg x; n) x arctg2 x; o) x2 ln x; p) √ ;
x
ln x 2 x3 √
q) ; r) x3 e−x ; s) √ ; t) ln x + 1 + x2 ;
x3 1 − x2
x2
u) ; v) cos3 x; w) cos4 x; x) sen x ln cotg x;
(1 + x2 )2
x cos x x
y) ; z) .
sen2 x sen2 x
Resolução:
a) Aplicando a primitivação por partes com u′ (x) = ex+2 e v (x) = 2x, pelo que
com C ∈ R, em R;
x2 + 4 ex = x2 + 4 ex − P (2xex ) .
P
Aplicando de novo a primitivação por partes com u′ (x) = ex e v (x) = 2x, pelo que
252 Primitivação
x2 + 4 ex − 2xex + 2ex + C = x2 − 2x + 6 ex + C,
=
com C ∈ R, em R;
c) Aplicando a primitivação por partes com u′ (x) = sen (2x − 3) e v (x) = x, pelo que
cos (2x − 3)
u (x) = − e v ′ (x) = 1, tem-se
2
com C ∈ R, em R;
d) Aplicando a primitivação por partes com u′ (x) = cos (3x) e v (x) = x2 , pelo que
sen (3x)
u (x) = e v ′ (x) = 2x, tem-se
3
sen (3x)
Aplicando de novo a primitivação por partes com u′ (x) = e v (x) = 2x, pelo
3
cos (3x)
que u (x) = − e v ′ (x) = 2, tem-se
9
com C ∈ R, em R;
3.4 Exercı́cios resolvidos 253
e) Aplicando a primitivação por partes com u′ (x) = 2−x e v (x) = x, pelo que
2−x
u (x) = − e v ′ (x) = 1, tem-se
ln 2
com C ∈ R, em R;
f ) Aplicando a primitivação por partes com u′ (x) = cos x e v (x) = cos x, pelo que
isto é,
donde
ou ainda,
sen x cos x + x
P cos2 x = + C,
2
com C ∈ R, em R;
g) Aplicando a primitivação por partes com u′ (x) = ex e v (x) = cos x, pelo que
Aplicando de novo a primitivação por partes com u′ (x) = ex e v (x) = sen x, pelo que
P (ex cos x) = ex cos x + P (ex sen x) = ex cos x + [ex sen x − P (ex cos x)] =
isto é,
donde
ou ainda,
ex cos x + ex sen x
P (ex cos x) = + C,
2
com C ∈ R, em R;
h) Aplicando a primitivação por partes com u′ (x) = 1 e v (x) = ln (3x + 2) , pelo que
3
u (x) = x e v ′ (x) = , tem-se
3x + 2
3x 3x + 2 − 2
P ln (3x + 2) = x ln (3x + 2) − P = x ln (3x + 2) − P =
3x + 2 3x + 2
2 2
= x ln (3x + 2) − P 1 − = x ln (3x + 2) − P 1 + P =
3x + 2 3x + 2
2 3 2
= x ln (3x + 2) − x + P = x ln (3x + 2) − x + ln (3x + 2) + C,
3 3x + 2 3
2
com C ∈ R, em − , +∞ ;
3
i) Aplicando a primitivação por partes com u′ (x) = 1 e v (x) = arccotg x, pelo que
1
u (x) = x e v ′ (x) = − , tem-se
1 + x2
x 1 2x
P arccotg x = x arccotg x + P 2
= x arccotg x + P =
1+x 2 1 + x2
1
= x arccotg x + ln 1 + x2 + C,
2
3.4 Exercı́cios resolvidos 255
com C ∈ R, em R;
j) Aplicando a primitivação por partes com u′ (x) = 1 e v (x) = cos ln x, pelo que
1
u (x) = x e v ′ (x) = − sen ln x, tem-se
x
Aplicando de novo a primitivação por partes com u′ (x) = 1 e v (x) = sen ln x, pelo
1
que u (x) = x e v ′ (x) = cos ln x, tem-se
x
isto é,
donde
ou ainda,
x cos ln x + x sen ln x
P cos ln x = + C,
2
k) Aplicando a primitivação por partes com u′ (x) = 1 e v (x) = arcsen x, pelo que
1
u (x) = x e v ′ (x) = √ , tem-se
1 − x2
x h − 1 i
P arcsen x = x arcsen x − P √ = x arcsen x − P x 1 − x2 2 =
1 − x2
1 h − 1 i p
= x arcsen x + P −2x 1 − x2 2 = x arcsen x + 1 − x2 + C,
2
com C ∈ R, em [−1, 1] ;
256 Primitivação
l) Aplicando a primitivação por partes com u′ (x) = 1 e v (x) = arcsen2 x, pelo que
2 arcsen x
u (x) = x e v ′ (x) = √ , tem-se
1 − x2
2x arcsen x
P arcsen2 x = x arcsen2 x − P √ .
1 − x2
2x
Aplicando de novo a primitivação por partes com u′ (x) = √ e v (x) = arcsen x,
1 − x2
√ 1
pelo que u (x) = −2 1 − x2 e v ′ (x) = √ , tem-se
1 − x2
2x arcsen x
P arcsen2 x = x arcsen2 x − P √ =
1 − x2
" √ !#
p −2 1 − x2
= x arcsen2 x − −2 1 − x2 arcsen x − P √ =
1 − x2
p
= x arcsen2 x + 2 1 − x2 arcsen x − 2x + C,
com C ∈ R, em [−1, 1] ;
m) Aplicando a primitivação por partes com u′ (x) = x e v (x) = arctg x, pelo que
x2 1
u (x) = e v ′ (x) = , tem-se
2 1 + x2
x2 1 x2 x2 1 x2 + 1 − 1
P (x arctg x) = arctg x − P = arctg x − P =
2 2 1 + x2 2 2 1 + x2
x2 x2
1 1 1
= arctg x − P 1 − 2
= arctg x − (x − arctg x) + C =
2 2 1+x 2 2
1 2
= x arctg x − x + arctg x + C,
2
com C ∈ R, em R;
n) Aplicando a primitivação por partes com u′ (x) = x e v (x) = arctg2 x, pelo que
x2 2 arctg x
u (x) = e v ′ (x) = , tem-se
2 1 + x2
x2 x2 arctg x
P x arctg2 x = arctg x − P .
2 1 + x2
x2 1
Aplicando de novo a primitivação por partes com u′ (x) = 2
= 1− e
1+x 1 + x2
1
v (x) = arctg x, pelo que u (x) = x − arctg x e v ′ (x) = , tem-se
1 + x2
3.4 Exercı́cios resolvidos 257
x2 x2 arctg x
P x arctg2 x arctg2 x − P
= =
2 1 + x2
x2
2 x − arctg x
= arctg x − (x − arctg x) arctg x − P =
2 1 + x2
x2
2 2 x 1
= arctg x − x arctg x + arctg x + P −P arctg x =
2 1 + x2 1 + x2
x2
2 2 1 2x 1
= arctg x − x arctg x + arctg x + P −P arctg x =
2 2 1 + x2 1 + x2
x2 1 arctg2 x
= arctg2 x − x arctg x + arctg2 x + ln 1 + x2 − +C =
2 2 2
x2 1 1
arctg2 x − x arctg x + arctg2 x + ln 1 + x2 + C,
=
2 2 2
com C ∈ R, em R;
1
p) Aplicando a primitivação por partes com u′ (x) = √ e v (x) = ln x, pelo que
x
√ 1
u (x) = 2 x e v ′ (x) = , tem-se
x
√
ln x √ 2 x √ 2 √ √
P √ = 2 x ln x − P = 2 x ln x − P √ = 2 x ln x − 4 x + C,
x x x
1
q) Aplicando a primitivação por partes com u′ (x) = e v (x) = ln x, pelo que
x3
1 1
u (x) = − 2
e v ′ (x) = , tem-se
2x x
ln x ln x 1 ln x 1
P 3
= − 2 + P 3 = − 2 − 2 + C,
x 2x 2x 2x 4x
2
r) Aplicando a primitivação por partes com u′ (x) = xe−x e v (x) = x2 , pelo que
2
e−x
u (x) = − e v ′ (x) = 2x, tem-se
2
2 2 2 2
2
x2 e−x 2
x2 e−x e−x e−x
P x3 e−x = − + P xe−x = − x2 + 1 + C,
− +C =−
2 2 2 2
com C ∈ R, em R;
x
s) Aplicando a primitivação por partes com u′ (x) = √ e v (x) = x2 , pelo que
1 − x2
√
u (x) = − 1 − x2 e v ′ (x) = 2x, tem-se
x3 2
p p p q
P√ 2 2 2 2 2
= −x 1 − x + P 2x 1 − x = −x 1 − x − (1 − x2 )3 + C,
1−x 2 3
com C ∈ R, em (−1, 1) ;
√
t) Aplicando a primitivação por partes com u′ (x) = 1 e v (x) = ln x + 1+ x2 ,
1
pelo que u (x) = x e v ′ (x) = √ , tem-se
1 + x2
p p x
P ln x + 1 + x2 = x ln x + 1 + x2 − P √ =
1 + x2
p h − 1 i
= x ln x + 1 + x2 − P x 1 + x2 2 =
p 1 h − 1 i
= x ln x + 1 + x2 − P 2x 1 + x2 2 =
2
p p
= x ln x + 1 + x2 − 1 + x2 + C,
com C ∈ R, em R;
x
u) Aplicando a primitivação por partes com u′ (x) = e v (x) = x, pelo que
(1 + x2 )2
1
u (x) = − e v ′ (x) = 1, tem-se
2 (1 + x2 )
x2 x 1 x 1
P =− +P =− + arctg x + C,
(1 + x2 )2 2
2 (1 + x ) 2
2 (1 + x ) 2
2 (1 + x ) 2
com C ∈ R, em R;
3.4 Exercı́cios resolvidos 259
v) Aplicando a primitivação por partes com u′ (x) = cos x e v (x) = cos2 x, pelo que
2
= sen x cos2 x + sen3 x + C =
3
2
= sen x 1 − sen 2 x + sen3 x + C =
3
1
= sen x − sen3 x + C,
3
com C ∈ R, em R;
w) Aplicando a primitivação por partes com u′ (x) = cos x e v (x) = cos3 x, pelo que
isto é,
3 (sen x cos x + x)
P cos4 x = sen x cos3 x + − 3P cos4 x,
2
donde
3
4P cos4 x = sen x cos3 x + (sen x cos x + x) ,
2
ou ainda,
sen x cos3 x 3 (sen x cos x + x)
P cos4 x = + + C,
4 8
com C ∈ R, em R;
260 Primitivação
x) Aplicando a primitivação por partes com u′ (x) = sen x e v (x) = ln cotg x, pelo que
1
u (x) = − cos x e v ′ (x) = − , tem-se
sen x cos x
1
P (sen x ln cotg x) = − cos x ln cotg x − P =
sen x
1
= − cos x ln cotg x − P x x =
2 sen cos
2 2
1
= − cos x ln cotg x − P x x =
2 tg cos2
2 2
x
= − cos x ln cotg x − ln tg + C,
2
π
com C ∈ R, em 0, ;
2
cos x
y) Aplicando a primitivação por partes com u′ (x) = e v (x) = x, pelo que
sen2 x
1
u (x) = − e v ′ (x) = 1, tem-se
sen x
x cos x x 1 x 1
P = − +P =− +P x x =
sen2 x sen x sen x sen x 2 sen cos
2 2
x 1 x x
= − +P x x =− + ln tg + C,
sen x 2 tg cos2 sen x 2
2 2
com C ∈ R, em R\ {kπ, k ∈ Z} ;
1
z) Aplicando a primitivação por partes com u′ (x) = e v (x) = x, pelo que
sen2 x
u (x) = − cotg x e v ′ (x) = 1, tem-se
x cos x
P = −x cotg x + P cotg x = −x cotg x + P =
sen2 x sen x
= −x cotg x + ln |sen x| + C,
com C ∈ R, em R\ {kπ, k ∈ Z} .
3.4 Exercı́cios resolvidos 261
mais primitivas de cada uma das funções seguintes, indicando um conjunto onde seja(m)
ex ex 1 sen ln x
i) √ ; j) √ ; k) ; l) ;
1 − e2x 5
2 + 3ex x (1 + ln x) x
1 + tg2 x 1
m) sen ln x; n) sen3 x; o) ; p) √ ;
tg x 1− x2 arccos x
ecotg x + tg x 1 √ 1
q) ; r) ; s) 1 − x2 ; t) √ .
sen2 x sen x 25 − x2
Resolução:
a) Aplicando a primitivação por substituição com ϕ : (0, +∞) −→ (0, +∞) definida
√
por ϕ (t) = t2 , pelo que ϕ′ (t) = 2t e ϕ−1 (x) = x, tem-se
1 1
P 2
× 2t = 2P = 2 ln |t + 1| ,
t +t t+1
e, portanto,
1 √
P √ = 2 ln x + 1 + C,
x+ x
b) Aplicando a primitivação por substituição com ϕ : (0, +∞) −→ (0, +∞) definida
√
por ϕ (t) = t2 , pelo que ϕ′ (t) = 2t e ϕ−1 (x) = x, tem-se
t2
1+t
P × 2t = 2P (1 + t) = 2 t + = 2t + t2 ,
t 2
e, portanto,
√
1+ x √
P √ = 2 x + x + C,
x
262 Primitivação
c) Aplicando a primitivação por substituição com ϕ : (0, +∞) −→ (0, +∞) definida
√
por ϕ (t) = t2 , pelo que ϕ′ (t) = 2t e ϕ−1 (x) = x, tem-se
et
P × 2t = 2P et = 2et ,
t
e, portanto,
√
e x √
P √ = 2e x + C,
x
d) Aplicando a primitivação por substituição com ϕ : [0, +∞) −→ [0, +∞) definida
√
por ϕ (t) = t2 , pelo que ϕ′ (t) = 2t e ϕ−1 (x) = x, tem-se
P et × 2t = 2P tet .
Aplicando agora a primitivação por partes com u′ (t) = et e v (t) = t, pelo que u (t) = et
e v ′ (t) = 1, tem-se
e, portanto,
√
x
√
x √
Pe = 2e x − 1 + C,
e) Aplicando a primitivação por substituição com ϕ : (0, +∞) −→ (0, +∞) definida
√
por ϕ (t) = t2 , pelo que ϕ′ (t) = 2t e ϕ−1 (x) = x, tem-se
cos t
P × 2t = 2P cos t = 2 sen t,
t
3.4 Exercı́cios resolvidos 263
e, portanto,
√
cos x √
P √ = 2 sen x + C,
x
f ) Aplicando a primitivação por substituição com ϕ : [0, +∞) −→ [0, +∞) definida
√
por ϕ (t) = t2 , pelo que ϕ′ (t) = 2t e ϕ−1 (x) = x, tem-se
Aplicando agora a primitivação por partes com u′ (t) = cos t e v (t) = t, pelo que
e, portanto,
√ √ √ √
P cos x = 2 x sen x + 2 cos x + C,
1 − t2 t3
2
P × (−2t) = −2P 1 − t = −2 t − ,
t 3
e, portanto,
√ 3 !
x √ 1−x
P√ = −2 1−x− + C,
1−x 3
com C ∈ R, em (−∞, 1) ;
e, portanto,
ex
P = ln (1 + ex ) + C,
1 + ex
com C ∈ R, em R;
e, portanto,
ex
P√ = arcsen ex + C,
1−e 2x
com C ∈ R, em (−∞, 0) ;
e, portanto,
ex 5
q
(2 + 3ex )4 + C,
5
P√ =
5
2 + 3ex 12
com C ∈ R, em R;
e, portanto,
1
P = ln |1 + ln x| + C,
x (1 + ln x)
3.4 Exercı́cios resolvidos 265
1 1
com C ∈ R, em 0, ∪ , +∞ ;
e e
sen t t
P e = P sen t = − cos t,
et
e, portanto,
sen ln x
P = − cos ln x + C,
x
Aplicando agora a primitivação por partes com u′ (t) = et e v (t) = sen t, pelo que
Aplicando de novo a primitivação por partes com u′ (t) = et e v (t) = cos t, pelo que
isto é,
donde
ou ainda,
et sen t − et cos t
P et sen t = ,
2
e, portanto,
x sen ln x − x cos ln x
P sen ln x = + C,
2
h π πi
n) Aplicando a primitivação por substituição com ϕ : [−1, 1] −→ − , definida
2 2
1
por ϕ (t) = arcsen t, pelo que ϕ′ (t) = √ e ϕ−1 (x) = sen x, tem-se
1 − t2
t3
3 1
P t ×√ =P √ .
1 − t2 1 − t2
t
Aplicando a primitivação por partes com u′ (t) = √ e v (t) = t2 , pelo que
1 − t2
√
u (t) = − 1 − t2 e v ′ (x) = 2t, tem-se
t3 2
p p p q
P√ = −t2 1 − t2 + P 2t 1 − t2 = −t2 1 − t2 − (1 − t2 )3 ,
1−t 2 3
e, portanto,
2
p q
3 2 2
P sen x = − sen x 1 − sen x − (1 − sen2 x)3 + C =
3
2
q
2
(cos2 x)3 + C =
= − 1 − cos x cos x −
3
cos3 x
= − cos x + + C,
3
com C ∈ R, em R;
π π
o) Aplicando a primitivação por substituição com ϕ : R −→ − , definida por
2 2
1
ϕ (t) = arctg t, pelo que ϕ′ (t) = e ϕ−1 (x) = tg x, tem-se
1 + t2
1 + t2
1 1
P × 2
= P = ln |t| ,
t 1+t t
3.4 Exercı́cios resolvidos 267
e, portanto,
1 + tg2 x
P = ln |tg x| + C,
tg x
kπ
com C ∈ R, em R\ ,k ∈ Z ;
2
ϕ (t) = cos t, pelo que ϕ′ (t) = − sen t e ϕ−1 (x) = arccos x, tem-se
1 1 1
P √ × (− sen t) = P
× (− sen t) = P − = − ln |t| ,
1 − cos2 t t (sen t) t t
e, portanto,
1
P√ = − ln |arccos x| + C,
1− x2 arccos x
com C ∈ R, em (−1, 1) ;
tem-se
1 2 1
P × = P = ln |t| ,
2t 1+t 2 t
1 + t2
e, portanto,
1 x
P = ln tg + C,
sen x 2
com C ∈ R, em R\ {kπ, k ∈ Z} ;
h π πi
s) Aplicando a primitivação por substituição com ϕ : − , −→ [−1, 1] definida por
2 2
ϕ (t) = sen t, pelo que ϕ′ (t) = cos t e ϕ−1 (x) = arcsen x, tem-se (pelo Exercı́cio 3.4.3 f ))
e, portanto,
com C ∈ R, em [−1, 1] ;
h π πi
t) Aplicando a primitivação por substituição com ϕ : − , −→ [−5, 5] definida por
2 2
x
ϕ (t) = 5 sen t, pelo que ϕ′ (t) = 5 cos t e ϕ−1 (x) = arcsen , tem-se
5
1
P √ (5 cos t) = P 1 = t,
25 − 25 sen 2 t
e, portanto,
1 x
P√ = arcsen + C,
25 − x 2 5
com C ∈ R, em (−5, 5) .
3.4 Exercı́cios resolvidos 269
3.4.5. Determine uma ou mais primitivas de cada uma das funções racionais seguintes,
1 1 5 x
a) ; b) ; c) ; d) ;
1+x 1−x 2x + 4 1 + x2
1 x2 x3 x3
e) ; f) ; g) ; h) ;
1 + x2 1 + x2 1 + x2 x+1
1 1 x x+2
i) ; j) ; k) ; l) ;
x2 −4 x2 + 3x + 2 x2 + 3x + 2 x3 − x
1 1 x 1
m) ; n) ; o) ; p) ;
x (x + 2)2 x (x + 2)3 (x − 1) (x2 − 1) x4 + 5x2 + 4
x3 + 1 1 1 1
q) ; r) ; s) ; t) ;
x3 + x x4 −1 (x + 1) (x2 + 1) x4 + 8x2 + 16
1 1 x3 x+1
u) 3
; v) 2; w) ; x) ;
x −1 (x + 1) (x2 + 1) x2 − 3x + 2 x3 − 6x2 + 9x
1 x5
y) 3 2
; z) .
x +x −x−1 x2 − 4x + 4
Resolução:
1
a) P = ln |1 + x| + C, com C ∈ R, em R\ {−1} ;
1+x
1 −1
b) P = −P = − ln |1 − x| + C, com C ∈ R, em R\ {1} ;
1−x 1−x
5 5 2 5
c) P = P = ln |2x + 4| + C, com C ∈ R, em R\ {−2} ;
2x + 4 2 2x + 4 2
x 1 2x 1
d) P 2
= P 2
= ln 1 + x2 + C, com C ∈ R, em R;
1+x 2 1+x 2
1
e) P = arctg x + C, com C ∈ R, em R;
1 + x2
f ) Como se trata de uma função racional imprópria faz-se uma divisão de polinómios
x2 1
e obtém-se 2
=1− , pelo que
1+x 1 + x2
x2
1 1
P 2
=P 1− 2
= P1 − P = x − arctg x + C,
1+x 1+x 1 + x2
270 Primitivação
com C ∈ R, em R;
g) Como se trata de uma função racional imprópria faz-se uma divisão de polinómios
x3 x
e obtém-se 2
=x− , pelo que
1+x 1 + x2
x3
x x
P 2
= P x− 2
= Px − P =
1+x 1+x 1 + x2
x2 1 2x x2 1
= − P = − ln 1 + x2 + C,
2 2 1 + x2 2 2
com C ∈ R, em R;
h) Como se trata de uma função racional imprópria faz-se uma divisão de polinómios
x3 1
e obtém-se = x2 − x + 1 − , pelo que
1+x 1+x
x3 x3 x2
1
P = P x2 − x + 1 − = − + x − ln |1 + x| + C,
1+x 1+x 3 2
com C ∈ R, em R\ {−1} ;
i) Como
1 1 A B (A + B) x + 2A − 2B
= = + = ,
x2 − 4 (x − 2) (x + 2) x−2 x+2 x2 − 4
com C ∈ R, em R\ {−2, 2} ;
j) Como
1 1 A B (A + B) x + 2A + B
= = + = ,
x2 + 3x + 2 (x + 1) (x + 2) x+1 x+2 x2 + 3x + 2
3.4 Exercı́cios resolvidos 271
donde
1 1 1
P 2 =P − = ln |x + 1| − ln |x + 2| + C,
x + 3x + 2 x+1 x+2
k) Como
x x A B (A + B) x + 2A + B
= = + = ,
x2 + 3x + 2 (x + 1) (x + 2) x+1 x+2 x2 + 3x + 2
donde
x −1 2
P 2 =P + = − ln |x + 1| + 2 ln |x + 2| + C,
x + 3x + 2 x+1 x+2
l) Como
A = −2
−A = 2
A = −2
A = −2
3
B−C =1 ⇔ B =1+C ⇔ B =1+C ⇔ B=
2
1
1
A+B+C =0 −2 + 1 + C + C = 0 C=
C=
2 2
272 Primitivação
donde
3 1
x+2 −2 3 1
P 3 =P + 2 + 2 = −2 ln |x| + ln |x − 1| + ln |x + 1| + C,
x −x x x−1 x+1 2 2
com C ∈ R, em R\ {−1, 0, 1} ;
m) Como
1 A B C (A + B) x2 + (4A + 2B + C) x + 4A
= + + = ,
x (x + 2)2 x x + 2 (x + 2)2 x (x + 2)2
com C ∈ R, em R\ {−2, 0} ;
n) Como
1 A B C D
= + + + =
x (x + 2)3 x x + 2 (x + 2) 2
(x + 2)3
(A + B) x3 + (6A + 4B + C) x2 + (12A + 4B + 2C + D) x + 8A
= ,
x (x + 2)3
donde
1 1 1 1
1
P = P 8 − 8 − 4 − 2 =
x (x + 2)3 x x + 2 (x + 2)2 (x + 2)3
1 1 1 1
= ln |x| − ln |x + 2| + + + C,
8 8 4 (x + 2) 4 (x + 2)2
com C ∈ R, em R\ {−2, 0} ;
o) Como
x x A B C
= 2 = + 2 + x+1 =
(x − 1) (x2 − 1) (x − 1) (x + 1) x − 1 (x − 1)
2
(A + C) x + (B − 2C) x − A + B + C
= ,
(x − 1) (x2 − 1)
1
A=
A+C =0 A = −C 4
1
B − 2C = 1 ⇔ B = 1 + 2C ⇔ B=
2
−A + B + C = 0 C + 1 + 2C + C = 0 1
C=−
4
donde
1 1 1
x
P = P 4 + 2 − 4 =
(x − 1) (x2 − 1) x − 1 (x − 1)2 x + 1
1 1 1
= ln |x − 1| − − ln |x + 1| + C,
4 2 (x − 1) 4
com C ∈ R, em R\ {−1, 1} ;
p) Como
1 1 Ax + B Cx + D
= = 2 + 2 =
x4 + 5x2 + 4 (x2 2
+ 1) (x + 4) x +1 x +4
(A + C) x3 + (B + D) x2 + (4A + C) x + 4B + D
= ,
x4 + 5x2 + 4
274 Primitivação
A=0
A+C =0 A = −C
1
B=
B+D =0
B = −D
3
⇔ ⇔
4A + C = 0
−4C + C = 0
C=0
D = −1
4B + D = 1 −4D + D = 1
3
donde
1 1
1 1 1 1 1
P = P 23 − 23 = P 2 − P 2 =
x4 + 5x2 + 4 x +1 x +4 3 x +1 3 x +4
1
1 1 1 1 x
= arctg x − P 22 = arctg x − arctg + C,
3 6 x 3 6 2
+1
2
com C ∈ R, em R;
q) Como se trata de uma função racional imprópria faz-se uma divisão de polinómios
x3 + 1 x−1
e obtém-se 3
=1− 3 , pelo que
x +x x +x
x3 + 1
x−1 x−1
P 3 =P 1− 3 =x−P 3 .
x +x x +x x +x
x−1
Determinemos agora P . Como
x3 + x
x−1 x−1 A Bx + C (A + B) x2 + Cx + A
= = + = ,
x3 + x x (x2 + 1) x x2 + 1 x3 + x
donde
x−1 1 x+1 1 x 1
P = P − + 2 = −P + P 2 +P 2 =
x3 + x x x +1 x x +1 x +1
1 2x 1
+ arctg x = − ln |x| + ln x2 + 1 + arctg x.
= − ln |x| + P 2
2 x +1 2
3.4 Exercı́cios resolvidos 275
Portanto,
x3 + 1 1
= x + ln |x| − ln x2 + 1 − arctg x + C,
P 3
x +x 2
com C ∈ R, em R\ {0} ;
r) Como
1 1 1
= = =
x4 −1 (x2 2
− 1) (x + 1) (x − 1) (x + 1) (x2 + 1)
A B Cx + D
= + + 2 =
x−1 x+1 x +1
(A + B + C) x3 + (A − B + D) x2 + (A + B − C) x + A − B − D
= ,
x4 − 1
1 1 1
= ln |x − 1| − ln |x + 1| − arctg x + C,
4 4 2
com C ∈ R, em R\ {−1, 1} ;
s) Como
1 A Bx + C (A + B) x2 + (B + C) x + A + C
2
= + 2 = ,
(x + 1) (x + 1) x+1 x +1 (x + 1) (x2 + 1)
donde
1 1 1
1 x−
P = P 2 − 22 2=
(x + 1) (x2 + 1) x+1 x +1
1 1 1 x 1 1
= P − P 2 + P 2 =
2 x+1 2 x +1 2 x +1
1 1 2x 1
= ln |x + 1| − P 2 + arctg x =
2 4 x +1 2
1 1 1
= ln |x + 1| − ln x2 + 1 + arctg x + C,
2 4 2
com C ∈ R, em R\ {−1} ;
t) Como
1 x2 + 4 − x2
1 1 1 4
= = = =
x + 8x2 + 16
4
(x2 + 4)2 4 (x2 + 4)2 4 (x2 + 4)2
2
x2 x2
1 x +4 1 1
= − = − ,
4 (x2 + 4)2 (x2 + 4)2 4 x2 + 4 (x2 + 4)2
tem-se que
x2 x2
1 1 1 1 1 1
P 4 = P − = P 2 − P .
2
x + 8x + 16 4 x2 + 4 (x2 + 4)2 4 x + 4 4 (x2 + 4)2
1 x2
Determinemos agora P e P . Com efeito, para a primeira primitiva
x2 + 4 (x2 + 4)2
tem-se
1
1 1 1 1 1 x
P 2 = P 2 = P 22 = arctg
x +4 4 x 2 x 2 2
+1 +1
2 2
x
e, para a segunda primitiva, aplicando a primitivação por partes com u′ (x) = e
(x2 + 4)2
1
v (x) = x, pelo que u (x) = − e v ′ (x) = 1, tem-se
2 (x2 + 4)
x2 x 1 x 1 x
P 2 =− +P =− + arctg .
(x2 + 4) 2 (x2+ 4) 2
2 (x + 4) 2
2 (x + 4) 4 2
Portanto,
1 1 x x 1 x
P = arctg + − arctg + C =
x4 + 8x2 + 16 8 2
2 8 (x + 4) 16 2
1 x x
= arctg + + C,
16 2 8 (x2 + 4)
3.4 Exercı́cios resolvidos 277
com C ∈ R, em R;
u) Como
1 1 A Bx + C
= = + 2 =
x3 −1 2
(x − 1) (x + x + 1) x−1 x +x+1
(A + B) x2 + (A − B + C) x + A − C
= ,
x3 − 1
1
A=
A+B =0 B = −A B = −A 3
1
A−B+C =0 ⇔ A−B+C =0 ⇔ A+A−1+A=0 ⇔ B=−
3
A−C =1 C = −1 + A C = −1 + A 2
C=−
3
donde
1 1 2
1 x+
P = P 3 − 23 3
=
x3 −1 x−1 x +x+1
1 1 1 x 2 1
= P − P 2 − P 2 =
3 x−1 3 x +x+1 3 x +x+1
1 1 2x 2 1
= ln |x − 1| − P 2 − P 2 =
3 6 x +x+1 3 x +x+1
1 1 2x + 1 − 1 2 1
= ln |x − 1| − P 2 − P 2 =
3 6 x +x+1 3 x +x+1
1 1 2x + 1 3 1
= ln |x − 1| − P 2 − P 2 =
3 6 x +x+1 6 x +x+1
1 1 1 1
= ln |x − 1| − ln x2 + x + 1 − P 2 .
3 6 2 x +x+1
1
Determinemos agora P . Como
x2 +x+1
1 1 1 4 1
P = P = P =
x2 +x+1 3 4 1
2
3 2
1 2
4 3 x+ 2 +1 √ x+ +1
3 2
√ 2
√
4 3 3 2 2 1
= × P = √ arctg √ x+ ,
3 2 1 2 3 3 2
2
√ x+ +1
3 2
278 Primitivação
resulta que
1 1 1 2
1 2 1
P = ln |x − 1| − ln x + x + 1 − √ arctg √ x + + C,
x3 − 1 3 6 3 3 2
com C ∈ R, em R\ {1} ;
v) Como
1 A Bx + C Dx + E
2 + 2
= + =
(x + 1) (x2 + 1) x+1 x +1 (x2 + 1)2
(A + B) x4 + (B + C) x3 + (2A + B + C + D) x2 + (B + C + D + E) x + A + C + E
= ,
(x + 1) (x2 + 1)2
1 1 1 x 1 1 1 x 1 1
= P − P 2 + P 2 − P 2 + P =
4 x + 1 4 x + 1 4 x + 1 2 (x2 + 1) 2 (x2 + 1)2
1 1 2x 1 1 2x 1 1
= ln |x + 1| − P 2 + arctg x − P 2 + P =
4 8 x +1 4 4 (x + 1)
2 2 (x + 1)2
2
1 1 1 1 1 1
= ln |x + 1| − ln x2 + 1 + arctg x + + P .
4 8 4 4 (x + 1) 2 (x2 + 1)2
2
1
Determinemos agora P . Como
(x2 + 1)2
1 x2 + 1 − x2 x2 + 1 x2 1 x2
= = − = − ,
(x2 + 1)2 (x2 + 1)2 (x2 + 1)2 (x2 + 1)2 x2 + 1 (x2 + 1)2
3.4 Exercı́cios resolvidos 279
tem-se que
x2 x2
1 1 1
P =P − =P − P ,
(x2 + 1)2 x2 + 1 (x2 + 1)2 x2 + 1 (x2 + 1)2
1 x2
pelo que temos de determinar P e P . Com efeito, para a primeira primitiva
x2 + 1 (x2 + 1)2
tem-se
1
P = arctg x
x2 + 1
x
e, para a segunda primitiva, aplicando a primitivação por partes com u′ (x) = e
(x2 + 1)2
1
v (x) = x, pelo que u (x) = − e v ′ (x) = 1, tem-se
2 (x2 + 1)
x2 x 1 x 1
P 2 =− +P =− + arctg x,
(x2 + 1) 2 (x2 + 1) 2
2 (x + 1) 2
2 (x + 1) 2
donde
1 x 1
P = arctg x − − + arctg x =
(x2 + 1)2 2
2 (x + 1) 2
1 x
= arctg x + 2
.
2 2 (x + 1)
Portanto,
1 1 1 1 1 1 1
ln x2 + 1 +
P 2 = ln |x + 1| − arctg x + + P =
(x + 1) (x2 + 1) 4 8 4 4 (x2 + 1) 2 (x2 + 1)2
1 1 1 1 x
ln x2 + 1 +
= ln |x + 1| − arctg x + 2
+ 2
+ C,
4 8 2 4 (x + 1) 4 (x + 1)
com C ∈ R, em R\ {−1} ;
w) Como se trata de uma função racional imprópria faz-se uma divisão de polinómios
x3 7x − 6
e obtém-se =x+3+ 2 , pelo que
x2
− 3x + 2 x − 3x + 2
x3 x2
7x − 6 7x − 6
P 2 =P x+3+ 2 = + 3x + P 2 .
x − 3x + 2 x − 3x + 2 2 x − 3x + 2
7x − 6
Determinemos agora P . Como
x2 − 3x + 2
7x − 6 7x − 6 A B (A + B) x − 2A − B
= = + = ,
x2 − 3x + 2 (x − 1) (x − 2) x−1 x−2 x2 − 3x + 2
280 Primitivação
donde
7x − 6 −1 8
P 2 =P + = − ln |x − 1| + 8 ln |x − 2| .
x − 3x + 2 x−1 x−2
Portanto,
x3 x2
P = + 3x − ln |x − 1| + 8 ln |x − 2| + C,
x2 − 3x + 2 2
com C ∈ R, em R\ {1, 2} ;
x) Como
1 1 4
= ln |x| − ln |x − 3| − + C,
9 9 3 (x − 3)
com C ∈ R, em R\ {0, 3} ;
3.4 Exercı́cios resolvidos 281
y) Como
1 1 1
= = =
x3 + x2 −x−1 (x −1) (x2
+ 2x + 1) (x − 1) (x + 1)2
A B C
= + + =
x − 1 x + 1 (x + 1)2
(A + B) x2 + (2A + C) x + A − B − C
= ,
x3 + x2 − x − 1
1 1 1
= ln |x − 1| − ln |x + 1| + + C,
4 4 2 (x + 1)
com C ∈ R, em R\ {−1, 1} ;
z) Como se trata de uma função racional imprópria faz-se uma divisão de polinómios
x5 80x − 128
e obtém-se = x3 + 4x2 + 12x + 32 + 2 , pelo que
x2 − 4x + 4 x − 4x + 4
x5
80x − 128
P 2 = P x3 + 4x2 + 12x + 32 + 2 =
x − 4x + 4 x − 4x + 4
x4 4x3 x 1
= + + 6x2 + 32x + 80P 2 − 128P 2 =
4 3 x − 4x + 4 x − 4x + 4
x4 4x3 80 2x 1
= + + 6x2 + 32x + P 2 − 128P 2 =
4 3 2 x − 4x + 4 x − 4x + 4
x4 4x3 2x − 4 + 4 1
= + + 6x2 + 32x + 40P 2 − 128P 2 =
4 3 x − 4x + 4 x − 4x + 4
x4 4x3 2x − 4 1
= + + 6x2 + 32x + 40P 2 + 32P 2 =
4 3 x − 4x + 4 x − 4x + 4
x4 4x3 1
= + + 6x2 + 32x + 40 ln x2 − 4x + 4 + 32P =
4 3 (x − 2)2
x4 4x3 32
= + + 6x2 + 32x + 40 ln x2 − 4x + 4 − + C,
4 3 x−2
282 Primitivação
com C ∈ R, em R\ {2} .
3.4.6. Determine uma ou mais primitivas de cada uma das funções seguintes, indi-
ex sen ln x 1 1
a) ; b) ; c) ; d) ;
1 + e2x x x2 + 2x + 5 x (x2 + x + 3)
x arctg 2x2
arccos x 1
e) √ ; f) ; g) x2 e2x ; h) ;
1 − x2 sen2 x cos2 x 1 + 4x4
x3 + 1 1 x−8
i) ; j) ; k) ln (xex ) ; l) ;
x−2 9 − x2 x3 − 4x2 + 4x
√
4
x sen ln (3x) 5
m) √ ; n) ; o) ; p) x2 cos (2x) ;
x+4 x 2x x3 − x2 + 4x − 4
1 ln4 x x
s) ex+e ; t) x ln 2 − 3x2 ;
q) √ ; r) ;
1+ x x
Resolução:
t 1
P 2
=P = arctg t,
(1 + t ) t 1 + t2
e, portanto,
ex
P = arctg ex + C,
1 + e2x
com C ∈ R, em R;
sen ln x 1
b) P =P sen ln x = − cos ln x + C, com C ∈ R, em (0, +∞) ;
x x
3.4 Exercı́cios resolvidos 283
1 1 1 1 1 1
c) P =P 2 = P 2 = P =
x2 + 2x + 5 4 4 x+1 2
(x + 1) + 4 (x + 1)
+1 +1
4 2
1
1 2 1 x+1
= P = arctg + C, com C ∈ R, em R;
2 x+1 2 2 2
+1
2
d) Como
1 A Bx + C
= + 2 =
x (x2 + x + 3) x x +x+3
(A + B) x2 + (A + C) x + 3A
= ,
x (x2 + x + 3)
1
B = −A
A=
A + B = 0 3
1
A+C =0 ⇔ C = −A ⇔ B=−
3
A= 1
3A = 1 1
3
C=−
3
donde
1 1 1
1 x+
P = P 3 − 23 3
=
x (x2 + x + 3) x x +x+3
1 1 1 x 1 1
= P − P 2 − P 2 =
3 x 3 x +x+3 3 x +x+3
1 1 2x 1 1
= ln |x| − P 2 − P 2 =
3 6 x +x+3 3 x +x+3
1 1 2x + 1 − 1 1 1
= ln |x1| − P 2 − P =
3 6 x + x + 3 3 x2 + x + 3
1 1 2x + 1 1 1
= ln |x| − P 2 − P =
3 6 x + x + 3 6 x2 + x + 3
1 1 1 1
= ln |x| − ln x2 + x + 3 − P 2 .
3 6 6 x +x+3
284 Primitivação
1
Determinemos agora P . Como
x2 + x + 3
1 1 1 1
P = P = P =
x2 + x + 3 1
2
11 11 4
1 2
x+ + 4 11 x + 2 +1
2 4
√ 2
√
4 1 4 11 11
= P 2 = × P =
11 11 2 1 2
2 1 2
√ x+ +1 √ x+ +1
11 2 11 2
2 2 1
= √ arctg √ x+ ,
11 11 2
resulta que
1 1 1 2
1 2 1
P = ln |x| − ln x + x + 3 − √ arctg √ x+ + C,
x (x2 + x + 3) 3 6 3 11 11 2
com C ∈ R, em R\ {0} ;
arccos2 x
arccos x −1
e) P √ = −P √ arccos x =− + C, com C ∈ R, em (−1, 1) ;
1 − x2 1 − x2 2
e2x
g) Aplicando a primitivação por partes com u′ (x) = e2x e v(x) = x2 , pelo que u (x) =
2
e v ′ (x) = 2x, tem-se
e2x
P x2 e2x = x2 − P xe2x .
2
Aplicando de novo a primitivação por partes com u′ (x) = e2x e v (x) = x, pelo que
e2x
u (x) = e v ′ (x) = 1, tem-se
2
2x e2x 2x
2x
2 2x 2e 2x 2e e
P x e = x − P xe =x − x −P =
2 2 2 2
e2x e2x e2x e2x
1
= x2 −x + +C = x2 − x + + C,
2 2 4 2 2
com C ∈ R, em R;
3.4 Exercı́cios resolvidos 285
x arctg 2x2
x 2
1 4x 2
h) P = P arctg 2x = P arctg 2x =
1 + 4x4 1 + (2x2)2 4 1 + (2x2 )2
arctg2 2x2
= + C, com C ∈ R, em R;
8
i) Como se trata de uma função racional imprópria faz-se uma divisão de polinómios
x3 + 1 9
e obtém-se = x2 + 2x + 4 + , pelo que
x−2 x−2
x3 + 1 x3
9
P =P x2 + 2x + 4 + = + x2 + 4x + 9 ln |x − 2| + C,
x−2 x−2 3
com C ∈ R, em R\ {2} ;
j) Como
1 1 1 A B (A + B) x + 3A − 3B
2
=− 2 =− = + = ,
9−x x −9 (x − 3) (x + 3) x−3 x+3 x2 − 9
1
(
A+B =0
(
A = −B A = −B A=−
6
⇔ ⇔ 1 ⇔
3A − 3B = −1 −3B − 3B = −1 B= B=
1
6 6
donde
1 1
1 − 1 1
P = P 6 + 6 = − ln |x − 3| + ln |x + 3| + C,
9−x 2 x−3 x+3 6 6
com C ∈ R, em R\ {−3, 3} ;
k) Aplicando a primitivação por partes com u′ (x) = 1 e v (x) = ln (xex ) , pelo que
ex + xex 1+x
u (x) = x e v ′ (x) = x
= , tem-se
xe x
x2
P ln (xex ) = x ln (xex ) − P (1 + x) = x ln (xex ) − x − + C,
2
l) Como
donde
x−8 −2 2 3
P 3 = P + − =
x − 4x2 + 4x x x − 2 (x − 2)2
3
= −2 ln |x| + 2 ln |x − 2| + + C,
x−2
com C ∈ R, em R\ {0, 2} ;
m) Aplicando a primitivação por substituição com ϕ : (0, +∞) −→ (0, +∞) definida
√
por ϕ (t) = t4 , pelo que ϕ′ (t) = 4t3 e ϕ−1 (x) = 4
x, tem-se
t4 t2
t
P × 4t3 = 4P = 4P .
t4 + 4t2 t4 + 4t2 t2 + 4
Como se trata de uma função racional imprópria faz-se uma divisão de polinómios e
t2 4
obtém-se =1− 2 , pelo que
t2 + 4 t +4
t2
4 1
4P 2 = 4P 1 − 2 = 4t − 16P 2 =
t +4 t +4 t +4
1 1
= 4t − 16P 2 = 4t − 4P 2 =
t t
4 +1 +1
4 4
1
t
= 4t − 8P 22 = 4t − 8 arctg ,
t 2
+1
2
3.4 Exercı́cios resolvidos 287
e, portanto,
√ √
x
4 √ 4
x
P √ = 4 4 x − 8 arctg + C,
x+4 x 2
sen ln (3x) 1 1 1 3 1
n) P = P sen ln (3x) = P sen ln (3x) = − cos ln (3x) + C, com
2x 2 x 2 3x 2
C ∈ R, em (0, +∞) ;
o) Como
5 1 A Bx + C
= = + 2 =
x3 − x2 + 4x − 4 (x − 1) (x2 + 4) x−1 x +4
(A + B) x2 + (−B + C) x + 4A − C
= ,
x3 − x2 + 4x − 4
donde
5 1 x+1 x+1
P 3 = P − = ln |x − 1| − P 2 =
x − x2 + 4x − 4 x − 1 x2 + 4 x +4
x 1
= ln |x − 1| − P 2 −P 2 =
x +4 x +4
1 2x 1
= ln |x − 1| − P 2 −P 2 =
2 x +4 x
4 +1
4
1
1 1
ln |x − 1| − ln x2 + 4 − P 22
= =
2 2 x
+1
2
1 2
1 x
= ln |x − 1| − ln x + 4 − arctg + C,
2 2 2
com C ∈ R, em R\ {1} ;
288 Primitivação
p) Aplicando a primitivação por partes com u′ (x) = cos (2x) e v (x) = x2 , pelo que
sen (2x)
u (x) = e v ′ (x) = 2x, tem-se
2
x2 sen (2x)
P x2 cos (2x) =
− P [x sen (2x)] .
2
Aplicando de novo a primitivação por partes com u′ (x) = sen (2x) e v (x) = x, pelo
cos (2x)
que u (x) = − e v ′ (x) = 1, tem-se
2
x2 sen (2x)
P x2 cos (2x) =
− P [x sen (2x)] =
2
x2 sen (2x)
x cos (2x) cos (2x)
= − − +P =
2 2 2
x2 sen (2x) x cos (2x) sen (2x)
= + − + C,
2 2 4
com C ∈ R, em R;
q) Aplicando a primitivação por substituição com ϕ : [0, +∞) −→ [0, +∞) definida
√
por ϕ (t) = t2 , pelo que ϕ′ (t) = 2t e ϕ−1 (x) = x, tem-se
1 t
P × 2t = 2P .
1+t t+1
Como se trata de uma função racional imprópria faz-se uma divisão de polinómios e
t 1
obtém-se =1− , pelo que
t+1 t+1
t 1 1
2P = 2P 1 − = 2t − 2P = 2t − 2 ln |t + 1| ,
t+1 t+1 t+1
e, portanto,
1 √ √
P √ = 2 x − 2 ln x + 1 + C,
1+ x
ln4 x ln5 x
1 4
r) P =P ln x = + C, com C ∈ R, em (0, +∞) ;
x x 5
x x x
s) P ex+e = P ex ee = ee + C, com C ∈ R, em R;
3.4 Exercı́cios resolvidos 289
t) Aplicando a primitivação por partes com u′ (x) = x e v (x) = ln 2 − 3x2 , pelo que
x2 6x
u (x) = e v ′ (x) = − , tem-se
2 2 − 3x2
x2 3x3
P x ln 2 − 3x2 = ln 2 − 3x2 + P
.
2 2 − 3x2
Como a função a primitivar se trata de uma função racional imprópria faz-se uma
3x3 2x
divisão de polinómios e obtém-se = −x + , pelo que
2 − 3x2 2 − 3x2
x2 3x3
P x ln 2 − 3x2 ln 2 − 3x2 + P
= =
2 2 − 3x2
x2
2x
ln 2 − 3x2 + P −x +
= =
2 2 − 3x2
x2 2x
ln 2 − 3x2 − P x + P
= =
2 2 − 3x2
x2 x2 1
2 −6x
= ln 2 − 3x − − P =
2 2 3 2 − 3x2
x2 x2 1
ln 2 − 3x2 − − ln 2 − 3x2 + C,
=
2 2 3
r r !
2 2
com C ∈ R, em − , ;
3 3
Como
1 1 A Bt + C (A + B) t2 + Ct + 2A
= = + = ,
2t + t3 t (t2 + 2) t t2 + 2 2t + t3
290 Primitivação
1
A + B = 0 A = −B A=
2
C=0 ⇔ C = 0 ⇔ 1
B = −
A= 1
2
2A = 1
2
C=0
donde
1 1
1 t
1 1
P = P 2 − 2 2 = ln |t| − ln t2 + 2 ,
2t + t 3 t t +2 2 4
e, portanto,
1 + tg2 x 1 1
P = ln |tg x| − ln tg2 x + 2 + C,
2 tg x + tg3 x 2 4
n π o
com C ∈ R, em R\ + kπ, k ∈ Z ∪ {kπ, k ∈ Z} ;
2
y) Aplicando a primitivação por substituição com ϕ : (0, +∞) −→ (0, +∞) definida
√
por ϕ (t) = t4 , pelo que ϕ′ (t) = 4t3 e ϕ−1 (x) = 4
x, tem-se
t2 t5 t4
P × 4t3 = 4P = 4P .
t2 − t t2 − t t−1
Como se trata de uma função racional imprópria faz-se uma divisão de polinómios e
t4 1
obtém-se = t3 + t2 + t + 1 + , pelo que
t−1 t−1
t4
4
t3 t2
3 2 1 t
4P = 4P t + t + t + 1 + =4 + + + t + ln |t − 1| ,
t−1 t−1 4 3 2
e, portanto,
√ √
4 √ !
x x x3 x √ √
P√ √ = 4 + + + 4 x + ln 4 x − 1 + C =
x− 4x 4 3 2
√
4
4 x3 √ √ √
= x+ + 2 x + 4 4 x + 4 ln 4 x − 1 + C,
3
t 1 1 1 1
P = P =P 2
= P !2 =
(2 + 3t2 ) t 2 + 3t 2 3t 2 r
3
2 1+ 1+ t
2 2
r
r 3 √ r !
1 2 2 6 3
= P !2 = arctg t ,
2 3 r
3 6 2
1+ t
2
e, portanto,
√ r !
ex 6 3 x
P = arctg e + C,
2 + 3e2x 6 2
com C ∈ R, em R.
3.4.7. Determine uma ou mais primitivas de cada uma das funções seguintes, indi-
ln3 x
j) .
x 1 + ln2 x
Resolução:
t3
t
P × 3t2 = −3P .
1−t t−1
292 Primitivação
Como se trata de uma função racional imprópria faz-se uma divisão de polinómios e
t3 1
obtém-se = t2 + t + 1 + , pelo que
t−1 t−1
t3
3
t2
2 1 t
−3P = −3P t + t + 1 + = −3 + + t + ln |t − 1| ,
t−1 t−1 3 2
e, portanto,
√
q
3
x+2 x+2
3
(x + 2)2 √
3
√
3
P √
3
= −3 + + x + 2 + ln x + 2 − 1 + C,
1− x+2 3 2
com C ∈ R, em R\ {−1} ;
1 − t2 1 − t2
e, portanto,
r !
1 x−1
P √ = arctg 2 + C,
x x2 + 3x − 4 x+4
e, portanto,
1 2
P =− x + C,
1 + sen x tg + 1
2
3π
com C ∈ R, em R\ + 2kπ, k ∈ Z ;
2
h π πi
d) Aplicando a primitivação por substituição com ϕ : [−1, 1] −→ − , definida por
2 2
1
ϕ (t) = arcsen t, pelo que ϕ′ (t) = √ e ϕ−1 (x) = sen x, tem-se
1 − t2
√ !
1 − t2 1 1
P 3 2
×√ =P 3 .
t − 6t + 8t 1−t 2 t − 6t2 + 8t
Como
1 1 A B C
= = + + =
t3 − 6t2 + 8t t (t − 2) (t − 4) t t−2 t−4
(A + B + C) t2 + (−6A − 4B − 2C) t + 8A
= ,
t3 − 6t2 + 8t
1
A=
A + B + C = 0 8
1
−6A − 4B − 2C = 0 ⇔ B=−
4
8A = 1 1
C=
8
donde
1 1 1
1 1 1 1
P 3 = P 8 − 4 + 8 = ln |t| − ln |t − 2| + ln |t − 4| ,
2
t − 6t + 8t t t−2 t−4 8 4 8
e, portanto,
cos x 1 1 1
P = ln |sen x| − ln |sen x − 2| + ln |sen x − 4| + C,
sen3 x 2
− 6 sen x + 8 sen x 8 4 8
com C ∈ R, em R\ {kπ, k ∈ Z} ;
294 Primitivação
h π πi
e) Aplicando a primitivação por substituição com ϕ : − , −→ [−2, 2] definida por
2 2
x
ϕ (t) = 2 sen t, pelo que ϕ′ (t) = 2 cos t e ϕ−1 (x) = arcsen , tem-se
2
2 sen t
P √ (2 cos t) = P (2 sen t) = −2 cos t,
4 − 4 sen 2 t
e, portanto,
x x p
P√ = −2 cos arcsen + C = − 4 − x2 + C,
4 − x2 2
com C ∈ R, em (−2, 2) ;
Como
1 1 A B (A + B) t + A − B
= = + = ,
t2 −1 (t − 1) (t + 1) t−1 t+1 t2 − 1
e, portanto,
1 x x
P = − ln tg − 1 + ln tg + 1 + C,
cos x 2 2
3.4 Exercı́cios resolvidos 295
nπ o
com C ∈ R, em R\ + kπ, k ∈ Z ;
2
2t A Bt + C (A + B) t2 + (B + C) t + A + C
= + = ,
(t + 1) (1 + t2 ) t+1 1 + t2 (t + 1) (1 + t2 )
donde
2t 1 t+1
P = P − + =
(t + 1) (1 + t2 ) t + 1 1 + t2
1 1 2t 1
= −P + P 2
+P =
t+1 2 1+t 1 + t2
1
= − ln |t + 1| + ln 1 + t2 + arctg t,
2
e, portanto,
sen x x 1 x x
P = − ln tg + 1 + ln 1 + tg2 + arctg tg + C =
1 + sen x + cos x 2 2 2 2
x 1 x x
= − ln tg + 1 + ln 1 + tg2 + + C,
2 2 2 2
296 Primitivação
3π
com C ∈ R, em R\ {π + kπ, k ∈ Z} ∪ + kπ, k ∈ Z ;
2
t 1 1 1
P =P 2 =P 2 =− ,
(t2 − 6t + 9) t t − 6t + 9 (t − 3) t−3
e, portanto,
ex 1
P 2x x
=− x + C,
e − 6e + 9 e −3
com C ∈ R, em R\ {ln 3} ;
i) Aplicando a primitivação por substituição com ϕ : (0, +∞) −→ (0, +∞) definida
√
por ϕ (t) = t6 , pelo que ϕ′ (t) = 6t5 e ϕ−1 (x) = 6
x, tem-se
t4 t9 t6
P × 6t5 = 6P = 6P .
t3 + t5 t3 + t5 1 + t2
Como se trata de uma função racional imprópria faz-se uma divisão de polinómios e
t6 1
obtém-se 2
= t4 − t2 + 1 − 2 , pelo que
1+t t +1
t6
5
t3
4 2 1 t
6P 2 = 6P t − t + 1 − 2 =6 − + t − arctg t ,
t +1 t +1 5 3
e, portanto,
√
3
√
6
√
6
!
x2 x5 x3 √ √
P√ √
6
=6 − + 6 x − arctg 6 x + C,
x + x5 5 3
t3 t3
P et =P .
et (1 + t2 ) 1 + t2
3.4 Exercı́cios resolvidos 297
Como se trata de uma função racional imprópria faz-se uma divisão de polinómios e
t3 t
obtém-se 2
=t− 2 , pelo que
1+t t +1
t3 t2
t t
P 2
= P t − 2
= −P 2 =
1+t t +1 2 t +1
t2 1 2t t2 1
− ln t2 + 1 ,
= − P 2 =
2 2 t +1 2 2
e, portanto,
ln3 x ln2 x 1
− ln ln2 x + 1 + C,
P 2
=
x 1 + ln x 2 2
3.5.1. Uma função F (x) , definida num intervalo I de R, é primitiva de f (x) também
definida em I se
F ′ (x) = f (x) .
Mostre que:
b) Se F1 (x) e F2 (x) são duas primitivas de f (x) em I, então diferem de uma constante.
3.5.2. Determine uma ou mais primitivas de cada uma das funções seguintes, indi-
1 x x3
e) √ ; f) ; g) ; h) cotg x;
5
1 − 2x 1 + x2 1 + x8
3.5.3. Determine, utilizando o método de primitivação por partes, uma ou mais pri-
mitivas de cada uma das funções seguintes, indicando um conjunto onde seja(m) válida(s)
essa(s) primitiva(s):
a) xex ; b) x2 ex ; c) x sen x;
x5
g) ex sen x; h) arctg x; i) √ ;
4 + x3
m) ln x; n) ln2 x; o) sen ln x;
q) x2 + 1 ex+3 ; r) arccos2 x;
p) x cos (5x − 2) ;
√ x2 x
s) ln x + 4 + x2 ; t) ; u) ;
(1 + x2 )2 cos2 x
v) sen x ln tg x.
mais primitivas de cada uma das funções seguintes, indicando um conjunto onde seja(m)
x ln x 1 cos ln x
i) √ ; j) √ ; k) √ ; l) ;
1+x x 1 + ln x 1− x2 arcsen x x
3.5.5. Determine uma ou mais primitivas de cada uma das funções racionais seguintes,
x2 1 x+2
d) ; e) ; f) ;
x2 − 1 x2 − 4x + 3 x2 − 4x + 4
x x x
g) ; h) ; i) ;
(x + 1) (x + 2)2 x2 + 2x + 3 (x + 1) (x2 − 1)
x2 + 1 1 x4
j) ; k) ; l) ;
x2 + x 2
x (x + 1) (x + 2) (x2 − 1)
5x − 3 x−8 1
m) 2; n) ; o) ;
(x2 + 5) x3 − 4x2 + 4x (x − 2) (x + 3)3
2
1 x4 2x3 + x2 + 5x + 1
p) ; q) ; r) ;
x + 2x2 + 1
4 1 − x4 (x2 + 3) (x2 − x + 1)
x5 − 2x2 + 3 1 x4 − x3 + 6x2 − 4x + 7
s) ; t) ; u) .
x2 − 4x + 4 3 2
x −x +x−1 (x − 1) (x2 + 2)2
3.5.6. Determine uma ou mais primitivas de cada uma das funções seguintes, indi-
3.5.7. Determine uma ou mais primitivas de cada uma das funções seguintes, indi-
3.5.8. Determine uma ou mais primitivas de cada uma das funções seguintes, indi-
x3
r
cos (arcsen x) 1 x−1
e) √ ; f) ; g) ; h) ;
1 − x2 sen 2 x x4 + 1 x+2
ecotg x
√
7 1 4x + 3 x
i) ; j) x ; k) 2 ; l) √ √ ;
2x + 3 e −1 x − 5x + 6 x− 4x
5x + 2 x arccos x 3
m) ; n) √ ; o) .
x2 + 2x + 8 1 − x2 (x − 5)5
3.5.9. Determine uma ou mais primitivas de cada uma das funções seguintes, indi-
2x + 5x 1 (ln x)3
g) ; h) ; i) ;
10x cos x + 2 sen x + 3 x
1 x+3
j) √ ; k) √ ; l) x arctg x;
x −x2 + 4x − 3 x2 + 2x + 2
1 1
m) x2 − 2x + 3 ln (x + 1) ;
n) √ ; o) ;
ex + ex x4 −1
√ e3x 1
p) arctg x; q) ; r) √ .
e2x +1 3x +
3
x2
3.5.11. Determine uma primitiva da função f (x) = x2 sen x, cujo gráfico passa pelo
π
ponto ,π .
2
8
3.5.12. Determine uma função f tal que f ′′ (x) = , f ′ (1) = −1 e
(x + 1)3
lim f (x) = 1.
x→+∞
por
x2x
se x < 0,
F ′ (x) = cos x
se x > 0.
1 + sen2 x
2e−x
3.5.14. Obtenha uma primitiva φ da função ϕ (x) = , definida no intervalo
1 − e2x
]0, +∞[ e tal que lim φ (x) = 1. É possı́vel obter uma primitiva Ψ de ϕ definida em
x→+∞
1
P tgn x = tgn−1 x − P tgn−2 x, com n ≥ 2.
n−1
v (t) = cos (πt) ao longo do eixo dos xx, sabendo que em t = 0 a partı́cula tem coordenada
x = 4.
b) ex+3 + C, com C ∈ R, em R;
√
c) 2x3 + C, com C ∈ R, em [0, +∞) ;
1
q
3 4
d) − (2 − 3x2 ) + C, com C ∈ R, em R;
8
5 1
q
5 4
e) − (1 − 2x) + C, com C ∈ R, em R\ ;
8 2
1
ln 1 + x2 + C, com C ∈ R, em R;
f)
2
1
arctg x4 + C, com C ∈ R, em R;
g)
4
1 3x+1
i) 2 + C, com C ∈ R, em R;
3 ln 2
3
(ln x)
j) + C, com C ∈ R, em (0, +∞) ;
3
4√ 5 √ √
k) x − 4 x3 + 14 x + C, com C ∈ R, em (0, +∞) ;
5
l) − cos ex + C, com C ∈ R, em R;
3
m) + C, com C ∈ R, em R\ {π + 2kπ, k ∈ Z} ;
1 + cos x
1 nπ o
n) (tg x + x) + C, com C ∈ R, em R\ + kπ, k ∈ Z ;
2 2
3
(arctg x)
o) + C, com C ∈ R, em R;
3
√
1 1 1
p) √ arcsen 2x2 + C, com C ∈ R, em
−√
4
,√
4
;
2 2 2 2
1
q) −e x + C, com C ∈ R, em R\ {0} ;
2
r) esen x
+ C, com C ∈ R, em R;
1 x 2
s) arctg + C, com C ∈ R, em R;
4 2
24 √
6
√
3
3.5.2. u) x − x5 + 6 x2 + C, com C ∈ R, em (0, +∞) ;
5
75x
v) + C, com C ∈ R, em R;
ln 75
8 √8
w) x15 + C, com C ∈ R, em [0, +∞) ;
15
√
7 x
x) arctg √ + C, com C ∈ R, em R;
7 7
x
y) arcsen + C, com C ∈ R, em (−2, 2) ;
2
3.5.3. a) (x − 1) ex + C, com C ∈ R, em R;
b) x2 − 2x + 2 ex + C, com C ∈ R, em R;
2x
1
e) x− + C, com C ∈ R, em R;
ln 2 ln 2
− sen x cos x + x
f) + C, com C ∈ R, em R;
2
ex sen x − ex cos x
g) + C, com C ∈ R, em R;
2
1
ln x2 + 1 + C, com C ∈ R, em R;
h) x arctg x −
2
2 √ 4 √
q
3
i) x3 4 + x3 −
(4 + x3 ) + C, com C ∈ R, em − 3 4, +∞ ;
3 9
x2 x2
j) ln x − + C, com C ∈ R, em (0, +∞) ;
2 4
x cos 2x sen 2x
k) − + + C, com C ∈ R, em R;
4 8
1 3 3
l) − cos x sen3 x − sen x cos x + x + C, com C ∈ R, em R;
4 8 8
x sen ln x − x cos ln x
o) + C, com C ∈ R, em (0, +∞) ;
2
306 Primitivação
1 1
3.5.3. p) x sen (5x − 2) + cos (5x − 2) + C, com C ∈ R, em R;
5 25
q) ex+3 x2 − 2x + 3 + C, com C ∈ R, em R;
√
r) x arccos2 x − 2 1 − x2 arccos x − 2x + C, com C ∈ R, em [−1, 1] ;
√ √
s) x ln x + 4 + x2 − 4 + x2 + C, com C ∈ R, em R;
x 1
t) − 2
+ arctg x + C, com C ∈ R, em R;
2 (1 + x ) 2
nπ o
u) x tg x + ln |cos x| + C, com C ∈ R, em R\ + kπ, k ∈ Z ;
2
π
v) − cos x ln tg x − ln |cosec x + cotg x| + C, com C ∈ R, em 0, .
2
4 √ 3
q
c) (1 + x) + C, com C ∈ R, em (0, +∞) ;
3
1
d) sen x − sen3 x + C, com C ∈ R, em R;
3
1
ln e2x + 1 + C, com C ∈ R, em R;
e)
2
√
x
f) 2 e + C, com C ∈ R, em (0, +∞) ;
ex
g) arcsen + C, com C ∈ R, em (−∞, ln 2) ;
2
√
h) −2 cos x + C, com C ∈ R, em (0, +∞) ;
2
q
3 √
i) (1 + x) − 2 1 + x + C, com C ∈ R, em (−1, +∞) ;
3
√
2 1
q
3
j) (1 + ln x) − 2 1 + ln x + C, com C ∈ R, em , +∞ ;
3 e
4 6
b) ln |x + 2| + ln |x − 3| + C, com C ∈ R, em R\ {−2, 3} ;
5 5
x3 x2
c) + + x + ln |x − 1| + C, com C ∈ R, em R\ {1} ;
3 2
1 x−1
d) x + ln + C, com C ∈ R, em R\ {−1, 1} ;
2 x+1
1 x−3
e) ln + C, com C ∈ R, em R\ {1, 3} ;
2 x−1
4
f ) ln |x − 2| − + C, com C ∈ R, em R\ {2} ;
x−2
x+2 2
g) ln − + C, com C ∈ R, em R\ {−2, −1} ;
x+1 x+2
√
1 2
2 x+1
h) ln x + 2x + 3 − arctg √ + C, com C ∈ R, em R;
2 2 2
1 x−1 1
i) ln − + C, com C ∈ R, em R\ {−1, 1} ;
4 x+1 2 (x + 1)
1
ln x2 + 1 + C, com C ∈ R, em R\ {0} ;
k) ln |x| −
2
x2 16 1 1
l) − 2x + ln |x + 2| − ln |x + 1| + ln |x − 1| + C, com C ∈ R, em R\ {−2, −1, 1} ;
2 3 2 6
√
5 3x 3 5 x
m) − − − arctg √ + C, com C ∈ R, em R;
2 (x2 + 5) 10 (x2 + 5) 50 5
x−2 3
n) 2 ln + + C, com C ∈ R, em R\ {0, 2} ;
x x−2
3 x+3 1 2 1
o) ln − − − + C, com C ∈ R, em R\ {−3, 2} ;
625 x−2 125 (x − 2) 125 (x + 3) 50 (x + 3)2
1 x
p) arctg x + + C, com C ∈ R, em R;
2 2 (1 + x2 )
1 1 1+x
q) −x + arctg x + ln + C, com C ∈ R, em R\ {−1, 1} ;
2 4 1−x
√ √
3 x 2
2 3 2x − 1
r) arctg √ + ln x − x + 1 + arctg √ + C, com C ∈ R, em R;
3 3 3 3
x4 4 27
s) + x3 + 6x2 + 30x + 72 ln |x − 2| − + C, com C ∈ R, em R\ {2} ;
4 3 x−2
308 Primitivação
1 1 1
3.5.5. t) ln |x − 1| − ln x2 + 1 − arctg x + C, com C ∈ R, em R\ {1} ;
2 4 2
√
5 2 x x+2
u) ln |x − 1| − arctg √ − + C, com C ∈ R, em R\ {1} .
8 2 4 (x2 + 2)
2 2 x 1
3.5.6. a) √ arctg √ tg + + C, com C ∈ R, em R\ {π + 2kπ, k ∈ Z} ;
15 15 2 2
1 3
b) (x − ln |sen x + cos x|) + C, com C ∈ R, em R\ π + kπ, k ∈ Z ;
2 4
√
1 3 2 cos x − 1 π kπ
c) cos x − √ ln √ + C, com C ∈ R, em R\ + ,k ∈ Z ;
2 4 2 2 cos x + 1 4 2
3
d) ln |sen x + cos x| + C, com C ∈ R, em R\ π + kπ, k ∈ Z ;
4
√ √
3.5.7. a) x − 2 x + 2 ln |1 + x| + C, com C ∈ R, em [0, +∞) ;
3 3
b) 8 ln tg arccos + sec arccos + C, com C ∈ R, em (−∞, −3) ∪ (3, +∞) ;
x x
15 x x√
c) arcsen − 9 − x2 + C, com C ∈ R, em (−3, 3) ;
2 3 2
√
66
q
7 66
q
5
q
6 3 √ 6
x−1−1
d) (x − 1) + (x − 1) + 2 (x − 1) + 6 6 x − 1 + 3 ln √ + C,
7 5 6
x−1+1
C ∈ R, em (1, +∞) \ {2} ;
1 √ 2 √
x a + x2 + a2 ln x + a2 + x2 + C, com C ∈ R, em R;
e)
2
√
4 √ √
f ) 2 x2 − 4 4 x + ln | 4 x + 1| + C, com C ∈ R, em (0, +∞) .
x6
3.5.8. a) + C, com C ∈ R, em R;
6
cos3 x
b) − cos x + + C, com C ∈ R, em R;
3
1 π kπ
c) − ln |cos 3x| + C, com C ∈ R, em R\ + ,k ∈ Z ;
3 6 3
1
ln x4 + 1 + C, com C ∈ R, em R;
g)
4
r
x−1
1−
3 x+2 1 1
h) ln r + r − r + C, com C ∈ R,
2 x−1 x−1 x−1
1+ 1− 1+
x+2 x+2 x+2
em (−∞, −2) ∪ [1, +∞) ;
7 3
i) ln |2x + 3| + C, com C ∈ R, em R\ − ;
2 2
ex − 1
j) ln + C, com C ∈ R, em R\ {0} ;
ex
k) 15 ln |x − 3| − 11 ln |x − 2| + C, com C ∈ R, em R\ {2, 3} ;
4√4
√
4 √ √
l) x + x3 + 2 x2 + 4 4 x + 4 ln | 4 x − 1| + C, com C ∈ R, em (0, 1) ∪ (1, +∞) ;
3
√
5 2
3 7 x+1
m) ln x + 2x + 8 − arctg √ + C, com C ∈ R, em R;
2 7 7
√
n) − 1 − x2 arccos x − x + C, com C ∈ R, em (−1, 1) ;
3
o) − 4 + C, com C ∈ R, em R\ {5} .
4 (x − 5)
ex + 1
2 1 3
x − ln e2x + 2ex + 5 +
d) arctg + C, com C ∈ R, em R;
5 5 10 2
√
4 2 2 3 2x + 1
e) ln |x − 2| − ln x2 + x + 1 − arctg √ + C, com C ∈ R, em R\ {2} ;
7 7 7 3
1 1 kπ
ln |tg x| − ln tg 2 x + 2 + C, com C ∈ R, em R\
f) ,k ∈ Z ;
2 4 2
5−x 2−x
g) − − + C, com C ∈ R, em R;
ln 5 ln 2
x
h) arctg tg + 1 + C, com C ∈ R, em R\ {π + 2kπ, k ∈ Z} ;
2
310 Primitivação
ln4 x
3.5.9. i) + C, com C ∈ R, em (0, +∞) ;
4
√ !
2 √ −x2 + 4x − 3
j) − √ arctg 3 + C, com C ∈ R, em (1, 3) ;
3 x−3
√ √
1 1
k) x2 + 2x + 2 − x − 4 ln x2 + 2x + 2 − x − 1 + √ + C,
2 2
x + 2x + 2 − x − 1
com C ∈ R, em R;
x2 1 x
l) arctg x + arctg x − + C, com C ∈ R, em R;
2 2 2
3
1 x3
x
m) − x2 + 3x ln (x + 1) − − 2x2 + 13x − 13 ln |x + 1| + C,
3 3 3
com C ∈ R, em (−1, +∞) ;
√ 2
n) −x + 2 ln ex + 1 − √ x + C, com C ∈ R, em R;
e
1 1 x−1
o) − arctg x + ln + C, com C ∈ R, em R\ {−1, 1} ;
2 4 x+1
√ √ √
p) x arctg x− x + arctg x + C, com C ∈ R, em [0, +∞) ;
√
1
r) ln |3 3 x + 1| + C, com C ∈ R, em R\ − , 0 .
27
x4 11
b) f (x) = + x ln x − x − e3 x + e3 + , em (0, +∞) .
4 4
4
3.5.11. F (x) = −x2 cos x + 2x sen x + 2 cos x. 3.5.12. f (x) = + 1.
x+1
x
2 1
ln 2 x − ln 2 + C1 se x ≤ 0,
3.5.13. F (x) =
1
arctg sen x − 2 + C1 se x > 0.
(ln 2)
2 1 + ex 1
3.5.14. φ (x) = − + ln + 1. 3.5.16. x (t) = sen (πt) + 4.
ex 1 − ex π
3
3.5.17. a) 8 m/s; b) 18; c) 9 m/s e t= ; d) t = 3.
2
Capı́tulo 4
Cálculo integral em R
O cálculo integral é, na realidade, mais antigo do que o cálculo diferencial, o cálculo de
teoria do integral só viria a ser feita com todo o rigor, com Riemann, no século XIX.
Neste capı́tulo começamos por introduzir a teoria do integral de Riemann para funções
mann e na secção seguinte estudamos duas classes de funções muito importantes que são
do cálculo integral. Finalmente, e à semelhança do que foi feito para os capı́tulos anterio-
res, terminamos o capı́tulo com exercı́cios resolvidos, uma lista de exercı́cios propostos e
311
312 Cálculo integral em R
respectivas soluções.
O integral de uma função f não negativa num intervalo [a, b] de R, com a < b, pode
interpretar-se intuitivamente como sendo a área da figura plana limitada pelas rectas
verticais x = a e x = b, pelo eixo dos xx e pelo gráfico de f, isto é, a área da região do
(x, y) ∈ R2 : a ≤ x ≤ b ∧ 0 ≤ y ≤ f (x) ,
a b x
Figura 4.1: Representação geométrica da figura plana limitada pelas rectas verticais x = a
e x = b, pelo eixo dos xx e pelo gráfico de f.
Para determinarmos a área desta região, começamos por decompor o intervalo [a, b] em
Agora consideramos a soma das áreas dos rectângulos de base [xi−1 , xi ] e altura f (ξ i ) ,
4.1 Integral de Riemann: motivação geométrica e definições 313
dada por
n
X
S= f (ξ i ) (xi − xi−1 ) ,
i=1
a b x
menores, vemos que S se vai aproximando da área procurada, ver Figuras 4.3 e 4.4. Esta
área da figura plana limitada pelas rectas verticais x = a e x = b, pelo eixo dos xx e pelo
gráfico de f.
Definição 4.1.1 Seja [a, b] um intervalo limitado e fechado de R, com a < b. Chama-
a b x
a b x
de E a P por E ≺ P.
Exemplo 4.1.2 Os conjuntos P1 = {0, 0.2, 0.5, 0.7, 0.9, 1} e P2 = {0, 0.3, 0.5, 1} são duas
Definição 4.1.3 Seja f : [a, b] −→ R uma função definida no intervalo limitado e fechado
n
X
S (f, P, E) = f (ξ i ) (xi − xi−1 ) . (4.1)
i=1
Observação 4.1.4 Tal como foi referido atrás, à medida que o diâmetro da partição P,
Definição 4.1.5 Seja f : [a, b] −→ R uma função definida no intervalo limitado e fechado
para todo o δ > 0, existe ε > 0 tal que |S (f, P, E) − I| < δ para toda a partição
316 Cálculo integral em R
P de [a, b] tal que |P | < ε e qualquer que seja a escolha dos pontos ξ i ∈ [xi−1 , xi ] .
Observação 4.1.6 Diz-se que I é o limite das somas de Riemann quando o diâmetro da
I = lim S (f, P, E) .
|P |→0
a < b, tal que f (x) ≥ 0, para todo o x ∈ [a, b] . Define-se a área da figura plana limitada
pelas rectas verticais de equações x = a e x = b, pelo eixo dos xx e pelo gráfico de f como
o número
Z b
A= f (x) dx.
a
4.2 Somas de Darboux 317
Terminamos esta secção com um resultado muito importante, que nos permite desen-
por notar que o conjunto das funções f : [a, b] −→ R limitadas em [a, b] , com a < b, é
siderar funções limitadas e utilizar este facto para definir novas somas: soma inferior de
Definição 4.2.1 Seja f : [a, b] −→ R uma função limitada no intervalo limitado e fechado
a b x
a b x
S (f, P ) : P é partição de [a, b]
representa-se por S.
4.2 Somas de Darboux 319
Observação 4.2.3 É imediato que S (f, P ) ≤ S (f, P ) para toda a partição P de [a, b] .
n
X n
X
S (f, P ) = mi (xi − xi−1 ) ≤ Mi (xi − xi−1 ) = S (f, P ) .
i=1 i=1
duas partições de [a, b] . Diz-se que P ′ é mais fina do que P ou que P ′ é um refinamento
Observação 4.2.5 Dadas duas partições P e P ′ de [a, b] , existe sempre uma partição
mais fina do que P e P ′ . Com efeito, basta considerar Q = P ∪ P ′ formada pelos vértices
de P e de P ′ .
Por exemplo, considerando o intervalo [0, 1] e as duas partições P = {0, 0.2, 0.3, 0.5, 1}
e P = {0, 0.25, 0.5, 1} , tem-se que Q = P ∪ P ′ = {0, 0.2, 0.25, 0.3, 0.5, 1} é mais fina do
que P e P ′ .
fechado [a, b] , com a < b. Se P e P ′ são duas partições do intervalo [a, b] tais que P ′ é
S f, P ′ ≥ S (f, P ) e S f, P ′ ≤ S (f, P ) .
ponto. Portanto, basta demonstrar no caso em que P ′ tem mais um ponto do que P, isto
xi−1 < xi .
mi (xi − xi−1 )
320 Cálculo integral em R
onde
Ora,
pelo que
S f, P ′ ≥ S (f, P ) .
fechado [a, b] , com a < b. Se P1 e P2 são duas partições quaisquer do intervalo [a, b] ,
então
S (f, P1 ) ≤ S (f, P2 ) .
Darboux, S, é minorado, pelo que estes conjuntos têm supremo e ı́nfimo, respectivamente.
4.2 Somas de Darboux 321
Definição 4.2.9 Seja f : [a, b] −→ R uma função limitada no intervalo limitado e fechado
Teorema 4.2.10 Se f : [a, b] −→ R é uma função limitada no intervalo [a, b] , com a < b,
então
Z b Z b
f≤ f.
a a
pelo que
n
X n
X
S (f, P ) = mi (xi − xi−1 ) = 0 e S (f, P ) = Mi (xi − xi−1 ) = b − a
i=1 i=1
e, portanto,
Z b Z b
f (x) dx = 0 e f (x) dx = b − a.
a a
322 Cálculo integral em R
pelo que
n
X n
X
S (f, P ) = mi (xi − xi−1 ) = Mi (xi − xi−1 ) = S (f, P ) = C (b − a)
i=1 i=1
e, portanto,
Z b Z b
f (x) dx = f (x) dx = C (b − a) .
a a
Um resultado muito importante, cuja demonstração pode ser encontrada em [ELL 95],
[MF 96] ou [JR], que relaciona a noção de integral de Riemann com as de integral inferior
Teorema 4.2.13 Seja f : [a, b] −→ R uma função limitada em [a, b] , com a < b. Então,
Z b Z b Z b
f= f= f.
a a a
4.3 Propriedades do integral de Riemann 323
Z b Z b
Observação 4.2.14 Resulta do teorema anterior que f= f sse f é Riemann-inte-
a a
grável em [a, b] e, neste caso, tem-se
Z b Z b Z b
f= f= f.
a a a
uma função limitada em [a, b] , com a < b. A função f é Riemann-integrável em [a, b] sse
Z b Z b Z b
(f + g) = f+ g.
a a a
Z b Z b
λf = λ f.
a a
resulta que
δ δ
S (f, P1 ) − S (f, P1 ) < e S (g, P2 ) − S (g, P2 ) < .
2 2
para i = 1, . . . , n. Multiplicando cada um dos termos da igualdade anterior por (xi − xi−1 )
e somando, obtemos
S (λf, P ) = λ S (f, P ) .
4.3 Propriedades do integral de Riemann 325
Z b Z b
λf = sup S (λf, P ) = λ inf S (f, P ) = λ f.
P P a
a
S (λf, P ) = λ S (f, P )
e, consequentemente, que
Z b Z b
λf = inf S (λf, P ) = λ sup S (f, P ) = λ f.
a P P a
Z b Z b
Como f é Riemann-integrável em [a, b] , então f= f, pelo que
a a
Z b Z b Z b Z b
λf = λ f =λ f= λf.
a a a a
Z b Z b
λf = λ f.
a a
em [a, b] , então
Z b
f ≥ 0.
a
326 Cálculo integral em R
Como δ > 0 é arbitrário, tem-se, pelo Critério de Riemann para a integrabilidade, que
< δ.
Como δ > 0 é arbitrário, tem-se, pelo Critério de Riemann para a integrabilidade, que
f é Riemann-integrável em [a, b] .
e também
Z c Z b
≤ S f, P1′ + S f, P2′ < S f, P1′ + S f, P2′ + 2δ =
f+ f
a c
Z b
= S f, P ′ + 2δ ≤
f + 2δ.
a
328 Cálculo integral em R
em [a, b] .
f g é Riemann-integrável em [a, b] .
1h i
fg = (f + g)2 − f 2 − g 2 ,
2
Z b Z b Z b
mg f≤ f g ≤ Mg f.
a a a
mg f ≤ f g ≤ Mg f
tem-se
Z b Z b 21 Z b 12
2 2
fg ≤ f g ,
a a a
Sendo λ ∈ R, tem-se
Z b Z b Z b Z b
2 2 2
(λf + g) = λ f + 2λ fg + g2,
a a a a
ou ainda,
Z b Z b Z b
λ2 f 2 + 2λ fg + g 2 ≥ 0, ∀λ ∈ R. (4.8)
a a a
Z b Z b
2
Se f = 0, então (4.8) implica f g = 0 e tem-se o resultado.
Za b a
ou ainda,
Z b Z b 12 Z b 12
fg ≤ f2 g2 .
a a a
em [a, b] , então
Z b
f ≤ M (b − a) .
a
330 Cálculo integral em R
-integrável em [a, b] o mesmo acontece com |f | , pois |f | = ϕ ◦ f. Por outro lado, como
− |f | ≤ f ≤ |f | ,
Z b Z b Z b
− |f | ≤ f≤ |f | ,
a a a
ou seja,
Z b Z b
f ≤ |f | .
a a
Z b Z c1 Z c2 Z b
f= f+ f + ··· + f.
a a c1 ck
iii) A propriedade do Teorema 4.3.4 garante a existência de integral para uma vasta
classe de funções. O exemplo seguinte mostra que a hipótese de ϕ ser contı́nua é essencial,
definida por
1 se x = 0,
f (x) = 0 se x ∈ [0, 1] ∩ (R\Q) ,
1 m
se x = com m, n ∈ N e primos entre si,
n n
4.3 Propriedades do integral de Riemann 331
(ver Figura 4.8) que é integrável (ver [ELL 95]) e a função g : [0, 1] −→ R definida por
(
0 se x = 0,
g (x) =
1 se x ∈ (0, 1] ,
que é contı́nua em qualquer ponto do domı́nio excepto em zero e que é integrável em [0, 1]
1
2
1
3
1
7
1 1 1 2 6 1
7 3 2 3 7
isto é, (g ◦ f ) (x) é a função de Dirichlet, que já vimos no Exemplo 4.2.11, que não é
integrável.
iv) A recı́proca do Teorema 4.3.8 não é verdadeira, isto é, existem funções f tais que
Z 1 Z 1
não é Riemann-integrável em [0, 1] , pois f (x) dx = −1 e f (x) dx = 1, e, no entanto,
0 0
|f (x)| = 1, para qualquer x ∈ R, pelo que
Z 1 Z 1
|f (x)| dx = 1dx = 1.
0 0
[a, b] . Para podermos estender esta igualdade tornando-a válida para quaisquer a, b, c ∈ R,
convencionamos
Z a Z b Z a
f =0e f =− f.
a a b
pontos a, b e c, então
Z b Z c Z b
f= f+ f.
a a c
pelo que
Z b Z c Z b
f= f+ f.
a a c
Observação 4.3.11 A extensão de notação feita neste teorema obriga a certas precauções
Z b Z b
Também a desigualdade no Teorema 4.3.8, f ≤ |f | se a < b, deixa de ser
a a
verdadeira se b < a, tendo-se, no entanto,
Z b Z b
f ≤ |f | .
a a
Com efeito,
Z b Z a Z a Z a Z b
f = − f = f ≤ |f | = |f | .
a b b b a
Vamos agora demonstrar que duas classes de funções muito importantes são Riemann-
Demonstração: Pelo Teorema de Cantor (ver [SV 12a]), uma função contı́nua num in-
Portanto,
δ
∀δ > 0 ∃ε > 0 ∀x, y ∈ [a, b] : |x − y| < ε =⇒ |f (x) − f (y)| < .
b−a
Considerando uma partição P de [a, b] de diâmetro inferior a ε, isto é, xi − xi−1 < ε,
δ
para i = 1, . . . , n, tem-se Mi − mi < para i = 1, . . . , n, e, portanto,
b−a
n
X
S (f, P ) − S (f, P ) = (Mi − mi ) (xi − xi−1 ) <
i=1
n
δ X δ
< (xi − xi−1 ) = (b − a) = δ,
b−a b−a
i=1
a demonstração é análoga.
n
X
S (f, P ) − S (f, P ) = (Mi − mi ) (xi − xi−1 ) =
i=1
Xn
= [f (xi ) − f (xi−1 )] (xi − xi−1 ) ≤
i=1
Xn
≤ [f (xi ) − f (xi−1 )] |P | = [f (b) − f (a)] |P | ,
i=1
e para termos
δ
basta que |P | < ε, com ε = .
f (b) − f (a)
Exemplo 4.4.3 Seja f : [a, b] −→ R uma função definida por f (x) = x. Determinemos,
Z b Z b
usando a definição, f (x) dx, isto é, xdx.
a a
intervalo.
Teorema 4.4.4 Seja f : [a, b] −→ R uma função limitada em [a, b] , com a < b, e contı́nua
em todos os pontos de [a, b] excepto num número finito de pontos. Então, f é Riemann-
-integrável em [a, b] .
ponto a.
Sejam δ > 0 qualquer, m = inf f (x) , M = sup f (x) e seja c um ponto de (a, b) tal
x∈[a,b] x∈[a,b]
δ
que c − a < (M > m por f ser descontı́nua em a).
2 (M − m)
Como f é Riemann-integrável em [c, b] , então, pelo Teorema 4.2.15, existe uma partição
de modo análogo.
compõe-se o intervalo [a, b] num número finito de subintervalos de modo que, em cada um
deles, a função f tenha apenas um ponto de descontinuidade num dos extremos. Portanto,
intervalo [a, b] .
sen 1 se x 6= 0,
f (x) = x
0 se x = 0
-1 1
-1
1
Figura 4.9: Gráfico da funçãof (x) = sen se x 6= 0 e f (0) = 0.
x
Observação 4.4.6 É possı́vel provar (é uma consequência do Teorema de Lesbegue) que
1 se x = 1 , com n ∈ N,
f (x) = n
0 nos restantes pontos de [0, 1]
é integrável.
uma partição do intervalo [a, b] . A função f : [a, b] −→ R, chamada função escada, definida
por
(
Ki se x ∈ (xi−1 , xi ) , i = 1, . . . , n,
f (x) =
Ci se x = xi , i = 0, . . . , n
3 .
2
.
1
.
. .
1 2 3 4 5
Observação 4.4.8 Sejam f, g : [a, b] −→ R são duas funções limitadas em [a, b] , com
a < b, que diferem apenas num subconjunto finito de [a, b] . Então, f é Riemann-integrável
Z b Z b
f (x) dx = g (x) dx.
a a
338 Cálculo integral em R
ou seja,
Z b Z b
f (x) dx = g (x) dx.
a a
Nesta secção vamos enunciar e demonstrar alguns resultados muito importantes da teo-
ria do integral de Riemann. Vamos ver em que sentido podemos afirmar que as operações
mı́nimo e máximo em [a, b] , sejam m = min f (x) e M = max f (x) e suponhamos que
x∈[a,b] x∈[a,b]
Z a Z a
Se g (x) dx = 0, escolhemos um c arbirário. Se g (x) dx > 0, tem-se
b b
Z a
f (x) g (x) dx
b
m≤ Z a ≤ M.
g (x) dx
b
Então, como f é contı́nua, pelo Teorema do valor intermédio de Cauchy (ver [SV 12a]),
Z b
f (x) dx = f (c) (b − a) ,
a
Z x
F (x) = f (t) dt.
a
f f
f HcL
a b a c b
Com efeito, como f é limitada em I, existe M > 0 tal que |f (t)| ≤ M, para todo o
t ∈ I, e tem-se
Z x Z y Z y
|F (x) − F (y)| = f (t) dt − f (t) dt = f (t) dt ≤
a a x
Z y
≤ |f (t)| dt ≤ M |x − y| , ∀x, y ∈ R.
x
aL
1 . . f
bL
1 . F
. o
1 2
. 1 2
Acabámos de ver que se f é uma função limitada, então F é uma função lipschitziana.
Demonstração: Sendo f contı́nua em c ∈ I, para todo o δ > 0, existe ε > 0 tal que
c+h c
F (c + h) − F (c) 1
Z Z
− f (c) = f (t) dt − f (t) dt − hf (c) =
h |h| a a
c+h c+h
1 1
Z Z
= f (t) dt − hf (c) = [f (t) − f (c)] dt ≤
|h| c |h| c
c+h
1 1
Z
≤ |f (t) − f (c)| dt < δ |h| = δ,
|h| c |h|
Z x
F (x) = f (t) dt,
a
F ′ (x) = f (x) .
x 3
t +1
Z
F (x) = dt
0 t2 + 1
x3 + 1
F ′ (x) = ,
x2 + 1
Z 1
F (x) = sen t2 dt
x
Z 1 Z x
F (x) = sen t2 dt = − sen t2 dt,
x 1
4.5 Teoremas fundamentais do cálculo integral 343
obtemos
F ′ (x) = − sen x2 .
Z x
F (x) = f (t) dt, com a ∈ I,
a
que é Riemann-integrável, mas não é primitivável, pois se existisse F tal que F ′ (x) = f (x)
para x ∈ [0, 2] , então, pelo Teorema de Darboux, a funão F ′ = f deveria tomar todos os
iv) Note-se também que nem toda a função primitivável é Riemann-integrável. Com
x2 sen π se x ∈ (0, 1] ,
F (x) = x2
0 se x = 0,
2x sen π − 2π cos π
se x ∈ (0, 1] ,
f (x) = x2 x x2
0 se x = 0.
Já vimos que se f : [a, b] −→ R possui uma primitiva, então possui uma infinidade
delas e que duas primitivas de f em [a, b] diferem de uma constante, pois têm a mesma
derivada f.
e a função F são ambas primitivas de F ′ em [a, b] , pelo que ϕ (x) − F (x) =constante.
ou ainda,
ou ainda,
Z x
F ′ (t) dt = F (x) − F (a) ,
a
uma partição do intervalo [a, b] . Pelo Torema do valor médio de Lagrange, tem-se
n
X n
X
F (b) − F (a) = [F (xi ) − F (xi−1 )] = F ′ (ξ i ) (xi − xi−1 ) ,
i=1 i=1
tem-se
m′i ≤ F ′ (ξ i ) ≤ Mi′ ,
pelo que
S F ′ , P ≤ F (b) − F (a) ≤ S F ′ , P
Z b Z b
′
F (b) − F (a) = F (x) dx = f (x) dx.
a a
ii) Uma função Riemann-integrável pode não ter primitiva e uma função primitivável
pode não ser Riemann-integrável (ver exemplos nas Observações 4.5.7 iii) e iv)).
não ser uma primitiva de f (considerar, por exemplo, a função na Observação 4.5.7 iii)).
346 Cálculo integral em R
vista prático já que permite calcular o integral de uma função f : [a, b] −→ R de que se
Barrow, que
Z b Z b Z b
(u + v) = u+ v,
a a a
π π π π
x2
Z Z Z
Exemplo 4.5.15 (x + cos x) dx = xdx + cos xdx = + [sen x]π0 =
0 0 0 2 0
2
π2
π
= − 0 + (sen π − sen 0) = .
2 2
4.5 Teoremas fundamentais do cálculo integral 347
1 1 1 1 1
x4 x2
3
Z Z Z
x x2 + 1 dx = x3 dx +
Exemplo 4.5.16 xdx = + = .
0 0 0 4 0 2 0 4
Z b Z b Z b
′
[uv]ba ′
uv ′ ,
uv = − uv = u (b) v (b) − u (a) v (a) −
a a a
Z 1
Exemplo 4.5.18 Determinemos xex dx.
0
Aplicando a integração por partes com u′ (x) = ex e v (x) = x, pelo que u (x) = ex e
v ′ (x) = 1, obtemos
Z 1 Z 1
x
xe dx = [xex ]10 − ex dx = (e − 0) − [ex ]10 = e − (e − 1) = 1.
0 0
Z π2 √
Exemplo 4.5.20 Determinemos sen xdx.
0
Aplicando a integração por substituição com ϕ : [0, +∞) −→ [0, +∞) definida por
√
ϕ (t) = t2 , pelo que ϕ′ (t) = 2t, ϕ−1 (x) = x, ϕ−1 (0) = 0 e ϕ−1 π 2 = π, tem-se
Z π2 √
Z π
sen xdx = sen t × 2tdt.
0 0
348 Cálculo integral em R
Aplicando agora a integração por partes com u′ (t) = sen t e v (t) = 2t, pelo que
e, portanto,
Z π2 √
sen xdx = 2π.
0
4.6 Exercı́cios resolvidos 349
Resolução:
4
X
S (f, P ) = mi (xi − xi−1 ) = m1 (x1 − x0 ) + m2 (x2 − x1 ) + m3 (x3 − x2 ) + m4 (x4 − x3 ) =
i=1
= f (x0 ) (x1 − x0 ) + f (x1 ) (x2 − x1 ) + f (x2 ) (x3 − x2 ) + f (x3 ) (x4 − x3 ) =
= 0 + 0, 04 + 0, 12 + 0, 21 = 0, 37.
Por outro lado, sabendo que Mi = sup f (x) , a soma superior de Darboux relativa
x∈[xi−1 ,xi ]
à função f no intervalo [0, 1] associada à partição P é dada por
4
X
S (f, P ) = Mi (xi − xi−1 ) = M1 (x1 − x0 ) + M2 (x2 − x1 ) + M3 (x3 − x2 ) + M4 (x4 − x3 ) =
i=1
= f (x1 ) (x1 − x0 ) + f (x2 ) (x2 − x1 ) + f (x3 ) (x3 − x2 ) + f (x4 ) (x4 − x3 ) =
= 0, 04 + 0, 08 + 0, 21 + 0, 3 = 0, 63.
Resolução:
pelo que
n
X n
X
S (f, P ) = mi (xi − xi−1 ) = −3 (b − a) e S (f, P ) = Mi (xi − xi−1 ) = 2 (b − a)
i=1 i=1
e, portanto,
Z b Z b
f (x) dx = −3 (b − a) e f (x) dx = 2 (b − a) .
a a
Z b Z b
Como f (x) dx 6= f (x) dx, tem-se que a função f não é integrável em [a, b] .
a a
1
Mostre que g (x) = f (x) − é integrável em [0, 1] , mas o mesmo não acontece com
2
1
h (x) = f (x) − .
2
Resolução:
1
Comecemos por notar que g (x) = e
2
1
−
se x ∈ Q,
2
h (x) =
1
se x ∈ R\Q.
2
Tomando uma qualquer partição P = {0 = x0 , x1 , . . . , xn = 1} de [0, 1] , tem-se que
1 1
mi = inf g (x) = e Mi = sup g (x) =
x∈[xi−1 ,xi ] 2 x∈[xi−1 ,xi ] 2
e
1 1
mi = inf h (x) = − e Mi = sup h (x) = ,
x∈[xi−1 ,xi ] 2 x∈[xi−1 ,xi ] 2
4.6 Exercı́cios resolvidos 351
pelo que
n n
X 1 X 1
S (g, P ) = mi (xi − xi−1 ) = e S (g, P ) = Mi (xi − xi−1 ) =
2 2
i=1 i=1
e
n n
X 1 X 1
S (h, P ) = mi (xi − xi−1 ) = − e S (h, P ) = Mi (xi − xi−1 ) =
2 2
i=1 i=1
e, portanto,
1 1
1 1
Z Z
g (x) dx = e g (x) dx =
0
2 0 2
e
1 1
1 1
Z Z
h (x) dx = − e h (x) dx = .
0
2 0 2
Z 1 Z 1
Como g (x) dx = g (x) dx, tem-se que a função g é integrável em [0, 1] e
0 0
1 1 1
1
Z Z Z
g (x) dx = g (x) dx = g (x) dx = ,
0 0 0 2
Z 1 Z 1
e como h (x) dx 6= h (x) dx, tem-se que a função h não é integrável em [0, 1] .
0 0
4.6.4. Seja f : [a, b] −→ R uma função definida por f (x) = x2 . Determine, usando a
Z b Z b
definição, f (x) dx, isto é, x2 dx, decompondo o intervalo de integração em n partes
a a
iguais.
n
X n
X
S (f, Pn , En ) = f (ξ i ) (xi − xi−1 ) = f (xi ) (xi − xi−1 ) =
i=1 i=1
n n
i (b − a) 2 b − a
X
Xi (b − a) b−a
= f a+ = a+ =
n n n n
i=1 i=1
n
" ! #
X
2 2a (b − a) i [i (b − a)]2 b−a
= a + + =
n n2 n
i=1
n n n
(b − a) a2 X 2a (b − a)2 X (b − a)3 X 2
= 1+ i + i =
n n2 n3
i=1 i=1 i=1
(b − a) a2 2a (b − a)2 (b − a)3
1 + 22 + · · · + n2 =
= n+ 2
(1 + 2 + · · · + n) + 3
n n n
2 3
2a (b − a) (1 + n) (b − a) n (n + 1) (2n + 1)
= (b − a) a2 + n+ =
n2 2 n3 6
2 2 (1 + n) (b − a)3 n (n + 1) (2n + 1)
= (b − a) a + a (b − a) + .
n 3 2n3
b
(b − a)3 1 3
Z
x2 dx = (b − a) a2 + a (b − a)2 + b − a3 .
=
a 3 3
4.6.5. Seja f : [a, b] −→ R uma função definida por f (x) = x. Determinemos, usando
Z b Z b
a definição, f (x) dx, isto é, xdx, com b > a > 0, decompondo o intervalo de
a a
integração em n + 1 partes em progressão geométrica: x0 = a, x1 = ar, x2 = ar2 , . . . ,
xn = arn , xn+1 = b.
de partições,
n " 1 #
b n+1 b n+1
|Pn | = arn+1 − arn = arn (r − 1) = a −1 =
a a
n+1 − 1 " 1 # a 1
b n+1 b n+1 b n+1 n+1
= a −1 =b 1−
a a a b
4.6.6. Seja f : [a, b] −→ R uma função definida por f (x) = x. Determinemos, usando
Z b Z b
a definição, f (x) dx, isto é, x2 dx, com b > a > 0, decompondo o intervalo de
a a
integração em n + 1 partes em progressão geométrica: x0 = a, x1 = ar, x2 = ar2 , . . . ,
xn = arn , xn+1 = b.
de partições,
n " 1 #
b n+1 b n+1
|Pn | = arn+1 − arn = arn (r − 1) = a −1 =
a a
n+1 − 1 " 1 # a 1
b n+1 b n+1 b n+1 n+1
= a −1 =b 1−
a a a b
n+1
X n+1
X
S (f, Pn , En ) = f (ξ i ) (xi − xi−1 ) = f (xi ) (xi − xi−1 ) =
i=1 i=1
n+1
X n+1
X 2
f ari ari − ari−1 = ari ri−1 (ar − a) =
=
i=1 i=1
n+1 n+1
X 2 X 2 r i
= a2 r i ri−1 a (r − 1) = a3 (r − 1) ri =
r
i=1 i=1
n+1 n+1
3 (r − 1) X − 1) 3 1 − r3
3 i
3 (r
= a r =a r =
r r 1 − r3
i=1
3 n+1 n+1 3 − 1
3 21 − r 2 2 r
= a (r − 1) r = a (r − 1) r =
1 − r3 r3 − 1
h 3 i (r − 1) r2 h i (r − 1) r2
n+1 3
a3 rn+1 − 1 3
= = ar − a =
r3 − 1 (r − 1) (r2 + r + 1)
r2
b3 − a 3 2
= .
r +r+1
b
1 3
Z
x2 dx = b − a3 .
a 3
4.6 Exercı́cios resolvidos 355
Resolução:
√ √
Como a função f (x) = 1 + x2 é crescente no intervalo 0, 3 , tem-se que
r √ 2
p
1 ≤ 1 + x2 ≤ 1+ 3 = 2,
√
para todo o x ∈ 0, 3 .
Por outro lado, como as funções nas desigualdades anteriores são contı́nuas (e por isso
integráveis), tem-se
√ √ √
Z 3 Z 3p Z 3
1dx ≤ 1 + x2 dx ≤ 2dx,
0 0 0
ou ainda,
√
√ Z 3p √
3≤ 1 + x2 dx ≤ 2 3.
0
Resolução:
f ′ (x) = 4 − sen2 x.
Como f ′ (x) = 4 − sen2 x > 0 para todo o x ∈ R, tem-se que f é estritamente crescente
nesse conjunto.
356 Cálculo integral em R
cos x
1
Z
F (x) = p dt.
0 (1 − t ) (4 − t2 )
2
a) Determine F ′ (x) .
Resolução:
e
sen x
F ′ (x) = − p .
(1 − cos x) (4 − cos2 x)
2
sen x
b) Como F ′ (x) = − p < 0 para todo o x ∈ (0, π) , tem-se que
(1 − cos2 x) (4 − cos2 x)
F é decrescente nesse conjunto.
x
et
Z
F (x) = dt.
0 t+1
a) Determine o domı́nio de F.
Resolução:
pode conter o ponto −1, tem-se que o domı́nio de F é o conjunto (−1, +∞) .
ex
F ′ (x) = .
x+1
4.6 Exercı́cios resolvidos 357
ex (x + 1) − ex xex
F ′′ (x) = = ,
(x + 1)2 (x + 1)2
xex
F ′′ (x) = 0 ⇔ = 0 ∧ (x + 1)2 6= 0
(x + 1)2
⇔ xex = 0 ∧ x 6= −1
⇔ x = 0.
x −1 0
x —— —— − 0 +
ex
—— —— + + +
(x + 1)2
f ′′ (x) —— —— − 0 +
a) Determine o domı́nio de F.
Resolução:
tem-se que o intervalo de integração está sempre contido no domı́nio da função integranda.
π
Logo, F ′ (1) =e a equação da recta tangente ao gráfico de F no ponto (1, F (1)) é
8
π π π
dada por y = F (1) + F ′ (1) (x − 1) , ou seja, y = 0 + (x − 1) , ou ainda, y = x − .
8 8 8
c) Comecemos por determinar, caso existam, os zeros da função derivada, isto é,
1 1
⇔ e2x−2 = ⇔ 2x − 2 = ln ⇔ 2x − 2 = − ln 2
2 2
ln 2
⇔ x=1− .
2
ln 2
x 1−
2
ex−1
+ + +
ex−1 + 1
arctg 2e2x−2 − 1
− 0 +
f ′ (x) − 0 +
f (x) ց 0 ր
4.6 Exercı́cios resolvidos 359
ln 2 ln 2
Em suma, f tem um mı́nimo relativo em 1− , é monótona crescente em 1 − , +∞
2 2
ln 2
e é monótona decrescente em −∞, 1 − .
2
definida por
Z x
G(x) = (x + t)2 g(t) dt.
0
Resolução:
Z x
′′
G (x) = 2 g(t) dt + 2xg (x) + 2xg (x) + 8xg (x) + 4x2 g ′ (x) =
Z0 x
= 2 g(t) dt + 12xg (x) + 4x2 g ′ (x)
0
G′′′ (x) = 2g (x) + 12g (x) + 12xg ′ (x) + 8xg ′ (x) + 4x2 g ′′ (x) =
b) Em x = 0, tem-se G′ (0) = 0 (pois g (0) é finito), G′′ (0) = 0 e G′′′ (0) = 14g (0) 6= 0.
Resolução: Z x
sen tdt
0
a) Determinemos lim .
x→0 x2
0
Trata-se de uma indeterminação do tipo .
0
Pela regra de Cauchy e pelo Teorema fundamental do cálculo, tem-se que
Z x
sen tdt
sen x 1
lim 0 2 = lim = ;
x→0 x x→0 2x 2
xp
1
Z
b) Determinemos lim 3t2 + 5dt.
x→0 x 0
0
Trata-se de uma indeterminação do tipo .
0
Pela regra de Cauchy e pelo Teorema fundamental do cálculo, tem-se que
Z xp
3t2 + 5dt √
1 xp 2 3x2 + 5 √
Z
0
lim 3t + 5dt = lim = lim = 5;
x→0 x 0 x→0 x x→0 1
Z x
x2 e−t dt
0
c) Determinemos lim .
x→0 e 3
x −1
0
Trata-se de uma indeterminação do tipo .
0
Pela regra de Cauchy, aplicada duas vezes, e pelo Teorema fundamental do cálculo,
tem-se que
Z x Z x Z x
−t −t 2 −x
x2 e dt 2x e dt + x e 2 e−t dt + xe−x
0 0 0
lim = lim = lim =
x→0 ex3 −1 3x2 ex3
x→0 x→0 3xex3
−x −x
2e + e − xe −x
= lim = 1;
x→0 3ex3 + 9x3 ex3
4.6 Exercı́cios resolvidos 361
Z x2
sen tdt
0
d) Determinemos lim Z x .
x→0
x sen t2 dt
0
0
Trata-se de uma indeterminação do tipo .
0
Pela regra de Cauchy, aplicada três vezes, pelo Teorema fundamental do cálculo e pelo
Z x
sen (t − 1) dt
1
e) Determinemos lim .
x→1 (x − 1)2
0
Trata-se de uma indeterminação do tipo .
0
Pela regra de Cauchy e pelo Teorema fundamental do cálculo, tem-se que
Z x
sen (t − 1) dt
sen (x − 1) 1
lim 1 2 = lim = ;
x→1 (x − 1) x→1 2 (x − 1) 2
Z x
sen t2 dt
0
f ) Determinemos lim .
x→0 x3
0
Trata-se de uma indeterminação do tipo .
0
Pela regra de Cauchy e pelo Teorema fundamental do cálculo, tem-se que
Z x
sen t2 dt
sen x2 1
lim 0 3
= lim 2
= .
x→0 x x→0 3x 3
362 Cálculo integral em R
3π π
4
1
Z Z Z
2 4
a) cos x dx; b) tg x dx; c) dx;
0 − π4 0 x+1
e e2 e2
1 ln x
Z Z Z
d) x ln x dx; e) dx; f) dx;
1 e x ln x e x
1
π 1
x
Z Z Z
2
3
g) cos x dx; h) 2
dx; i) arcsen x dx;
0 0 x +4 0
π
1 1
ex
Z Z Z
2
2
x3 + x2 + x + 1 ex dx;
j) dx; k) cos x dx; l)
0 1 + e2x − π2 0
π2
2 √ π
1
Z Z Z
4
m) 3
dx; n) cos x dx; o) x sen x dx;
1 x +x 0 0
1 2 1
√ x4 1
Z Z Z
p) x 1 − x dx; q) dx; r) dx;
0 0 x+1 −1 x2 −4
2 √ π
e
√
1+ x cos x 1 − ln x
Z Z Z
2
s) dx; t) dx; u) dx.
1 x3 0 2 + sen x 1 x
Resolução:
Z 3π
2
a) Determinemos cos x dx.
0
Como
P cos x = sen x,
3π
3π
Z 3π
2
cos x dx = [sen x]02 = sen − sen 0 = −1;
0 2
Z π
4
b) Determinemos tg x dx.
− π4
Como
sen x − sen x
P tg x = P = −P = − ln |cos x| ,
cos x cos x
4.6 Exercı́cios resolvidos 363
4
1
Z
dx = [ln |x + 1|]40 = ln 5 − ln 1 = ln 5;
0 x+1
Z e
d) Determinemos x ln x dx.
1
x2
Aplicando a primitivação por partes com u′ (x) = x e v (x) = ln x, pelo que u (x) =
2
1
e v ′ (x) = , tem-se
x
x2 x x2 x2
P (x ln x) = ln x − P = ln x − .
2 2 2 4
e e
x2 x2 e2 e2 e2 1
1
Z
x ln x dx = ln x − = − −0+ = + ;
1 2 4 1 2 4 4 4 4
e2
1
Z
e) Determinemos dx.
e x ln x
Como
1
1 x
P =P = ln |ln x| ,
x ln x ln x
e2
1
Z
2
dx = [ln |ln x|]ee = ln 2 − ln 1 = ln 2;
e x ln x
364 Cálculo integral em R
e2
ln x
Z
f ) Determinemos dx.
e x
Como
ln2 x
ln x 1
P =P ln x = ,
x x 2
e2 2 e2
ln x ln x 1 3
Z
dx = =2− = ;
e x 2 e 2 2
Z π
g) Determinemos cos3 x dx.
0
Como
sen3 x
= P cos x − P cos x sen 2 x = sen x −
,
3
π π
sen3 x
Z
cos3 x dx = sen x − = 0;
0 3 0
1
x
Z
h) Determinemos dx.
0 x2 +4
Como
x 1 2x 1
= ln x2 + 4 ,
P = P 2
x2 +4 2 x +4 2
1 1 1
x 1 1 1 5
Z
2
dx = ln x + 4 = ln 5 − ln 4 = ln ;
0 x2 + 4 2 0 2 2 2 4
4.6 Exercı́cios resolvidos 365
Z 1
2
i) Determinemos arcsen x dx.
0
Aplicando a primitivação por partes com u′ (x) = 1 e v (x) = arcsen x, pelo que
1
u (x) = x e v ′ (x) = √ , tem-se
1 − x2
x h − 1 i
P arcsen x = x arcsen x − P √ = x arcsen x − P x 1 − x2 2 =
1 − x2
1 h − 1 i p
= x arcsen x + P −2x 1 − x2 2 = x arcsen x + 1 − x2 .
2
1
ex π
Z
2x
dx = [arctg ex ]10 = arctg e − arctg 1 = arctg e − ;
0 1+e 4
Z π
2
k) Determinemos cos2 x dx.
− π2
Aplicando a primitivação por partes com u′ (x) = cos x e v (x) = cos x, pelo que
isto é,
donde
ou ainda,
sen x cos x + x
P cos2 x = .
2
π π
sen x cos x + x π π π
Z 2
2
2
cos x dx = = + = ;
− π2 2 − π2 4 4 2
Z 1
x3 + x2 + x + 1 ex dx.
l) Determinemos
0
x3 + x2 + x + 1 ex = x3 + x2 + x + 1 ex − P 3x2 + 2x + 1 ex .
P
x 3 + x 2 + x + 1 ex = x3 + x2 + x + 1 ex − P 3x2 + 2x + 1 ex =
P
x3 + x2 + x + 1 ex − 3x2 + 2x + 1 ex − P [(6x + 2) ex ] =
=
x3 + x2 + x + 1 ex − 3x2 + 2x + 1 ex + P [(6x + 2) ex ] =
=
x3 − 2x2 − x ex + P [(6x + 2) ex ] .
=
x 3 + x 2 + x + 1 ex = x3 − 2x2 − x ex + P [(6x + 2) ex ] =
P
x3 − 2x2 + 5x − 4 ex .
=
Z 1 1
x3 + x2 + x + 1 ex dx = x3 − 2x2 + 5x − 4 ex 0 = 0 + 4 = 4;
0
2
1
Z
m) Determinemos dx.
1 x3 + x
Como
1 1 A Bx + C (A + B) x2 + Cx + A
= = + = ,
x3 + x x (x2 + 1) x x2 + 1 x3 + x
donde
1 1 x 1 x
P 3 = P − 2 =P −P 2 =
x +x x x +1 x x +1
1 2x 1
= ln |x| − ln x2 + 1 .
= ln |x| − P 2
2 x +1 2
2 2
1 1 1 1
Z
2
3
dx = ln |x| − ln x + 1 = ln 2 − ln 5 − 0 + ln 2 =
1 x +x 2 1 2 2
3 1 1 8
= ln 2 − ln 5 = ln ;
2 2 2 5
368 Cálculo integral em R
π2
√
Z
4
n) Determinemos cos x dx.
0
Aplicando a primitivação por substituição com ϕ : [0, +∞) −→ [0, +∞) definida por
√
ϕ (t) = t2 , pelo que ϕ′ (t) = 2t e ϕ−1 (x) = x, tem-se
Aplicando agora a primitivação por partes com u′ (t) = cos t e v (t) = 2t, pelo que
e, portanto,
√ √ √ √
P cos x = 2 x sen x + 2 cos x.
π2
√ √ √ √ π2
Z
4
cos x dx = 2 x sen x + 2 cos x 04 = π + 0 − 0 − 2 = π − 2;
0
Z π
o) Determinemos x sen x dx.
0
Aplicando a primitivação por partes com u′ (x) = sen x e v (x) = x, pelo que
Z π
x sen x dx = [−x cos x + sen x]π0 = π + 0 + 0 − 0 = π;
0
4.6 Exercı́cios resolvidos 369
Z 1 √
p) Determinemos x 1 − x dx.
0
Aplicando a primitivação por substituição com ϕ : [0, +∞) −→ (−∞, 1] definida por
√
ϕ (t) = 1 − t2 , pelo que ϕ′ (t) = −2t e ϕ−1 (x) = 1 − x, tem-se
t3 t5
2 2 4
P 1−t t × (−2t) = −2P t − t = −2 − ,
3 5
e, portanto,
√ 3 √ 5 !
√ 1−x 1−x
P x 1 − x = −2 − .
3 5
2
x4
Z
q) Determinemos dx.
0 x+1
Como se trata de uma função racional imprópria faz-se uma divisão de polinómios e
x4 1
obtém-se = x3 − x2 + x − 1 + , pelo que
1+x 1+x
x4 x4 x3 x2
3 2 1
P =P x −x +x−1+ = − + − x + ln |1 + x| .
1+x 1+x 4 3 2
2 2
x4
4
x x3 x2 8 4
Z
dx = − + − x + ln |1 + x| = 4 − + 2 − 2 + ln 3 − 0 = + ln 3;
0 x+1 4 3 2 0 3 3
1
1
Z
r) Determinemos dx.
−1 x2 − 4
Como
1 1 A B (A + B) x + 2A − 2B
= = + = ,
x2 −4 (x − 2) (x + 2) x−2 x+2 x2 − 4
donde
1 1 1 1 1 1 x−2
P 2 = P − = (ln |x − 2| − ln |x + 2|) = ln .
x −4 4 x−2 x+2 4 4 x+2
1
x−2 1
1 1 1 1 ln 3
Z
dx = ln = ln − ln 3 =− ;
−1 x2 − 4 4 x + 2 −1 4 3 2
2 √
1+ x
Z
s) Determinemos dx.
1 x3
Como
√ √
1+ x 1 x
−3 − 25
1 2
P 3
= P 3
+ 3
= P x + x =− 2 − √ ,
x x x 2x 3 x3
2 √ 2 √
1+ x 1 2 1 2 1 2 25 2
Z
3
dx = − 2 − √ =− − √ + + = − ;
1 x 2x 3
3 x 1 8 3 8 2 3 24 6
π
cos x
Z
2
t) Determinemos dx.
0 2 + sen x
Como
cos x
P = ln |2 + sen x| ,
2 + sen x
π
cos x 3
Z π
2
dx = [ln |2 + sen x|]02 = ln 3 − ln 2 = ln ;
0 2 + sen x 2
e
√
1 − ln x
Z
u) Determinemos dx.
1 x
Como
√
1 − ln x 1 1 2
q
1 1
P =P (1 − ln x) 2 = −P − (1 − ln x) 2 = − (1 − ln x)3 ,
x x x 3
4.6 Exercı́cios resolvidos 371
e
√ q e
1 − ln x 2 2 2
Z
3
dx = − (1 − ln x) =0+ = .
1 x 3 1 3 3
integrais seguintes:
π
1 ln 2 √
ex
Z Z Z
2
2
a) dx; b) cos x dx; c) ex − 1 dx;
0 1 + e2x − π2 0
π 1
Z e Z
4 √
Z
2
d) x ln x dx; e) cos x dx; f) arcsen x dx;
1 0 0
1 2 √ 9
√ 1+ x 1
Z Z Z
g) x 1 − x dx; h) dx; i) √ dx;
0 1 x3 0 1+ x
4 π 1
1
Z Z Z
x3 + x2 + x + 1 ex dx;
j) √dx; k) x sen x dx; l)
2 x x−1 0 0
π2 √ π
4
√
sen x cos x x+2 x−1
Z Z Z
4 2
m) √ dx; n) dx; o) √ dx.
π2 x 0 2 + sen x 2 1+ x−1
9
Resolução:
1
ex
Z
a) Determinemos dx.
0 1 + e2x
Aplicando a integração por substituição, com ϕ : (0, +∞) −→ R definida por
1
ϕ (t) = ln t, pelo que ϕ′ (t) = e ϕ−1 (x) = ex , ϕ−1 (0) = 1 e ϕ−1 (1) = e, e a Fórmula de
t
Barrow, obtemos
1 e e
ex t 1 1
Z Z Z
dx = dt = dt = [arctg t]e1 =
0 1 + e2x 1 1 + t2 t
1 1+t
2
π
= arctg e − arctg 1 = arctg e − .
4
372 Cálculo integral em R
Z π
2
b) Determinemos cos2 x dx.
− π2
Aplicando a integração por partes, com u′ (x) = cos x e v (x) = cos x, pelo que
Z π Z π Z π
2 π 2 2
cos2 x dx = [sen x cos x]−2 π + sen2 x dx = 1 − cos2 x dx =
− π2 2 − π2 − π2
Z π Z π
π 2 2
= [x]−2 π − cos2 x dx = π − cos2 x dx,
2 − π2 − π2
isto é,
Z π Z π
2 2
2
cos x dx = π − cos2 x dx,
− π2 − π2
donde
Z π
2
2 cos2 x dx = π,
− π2
ou ainda,
π
π
Z
2
cos2 x dx = ;
− π2 2
Z ln 2 √
c) Determinemos ex − 1 dx.
0
Aplicando a integração por substituição, com ϕ : [0, +∞) −→ [0, +∞) definida por
2t √
ϕ (t) = ln t2 + 1 , pelo que ϕ′ (t) = e ϕ−1 (x) = ex − 1, ϕ−1 (0) = 0 e ϕ−1 (ln 2) = 1,
t2 +1
obtemos
ln 2 √ 1 1
2t 2t2
Z Z Z
ex − 1 dx = t dt = dt.
0 0 1 + t2 0 1 + t2
Como se trata de uma função racional imprópria faz-se uma divisão de polinómios e
2t2 2
obtém-se =2− , pelo que, pela Fórmula de Barrow, se tem
1 + t2 1 + t2
Z ln 2 Z 1 Z 1
√ 2t2
2 π
x
e − 1 dx = 2
dt = 2− 2
dt = [2t − 2 arctg t]10 = 2 − ;
0 0 1+t 0 1+t 2
4.6 Exercı́cios resolvidos 373
Z e
d) Determinemos x ln x dx.
1
x2
Aplicando a integração por partes, com u′ (x) = x e v (x) = ln x, pelo que u (x) =
2
1
e v ′ (x) = , e a Fórmula de Barrow, obtemos
x
Z e 2 e Z e 2 e
x x e2 x e2 e2 1 e2 1
x ln x dx = ln x − dx = − = − + = + ;
1 2 1 1 2 2 4 1 2 4 4 4 4
π2
√
Z
4
e) Determinemos cos x dx.
0
Aplicando a integração por substituição com ϕ : [0, +∞) −→ [0, +∞) definida por
√ 2 π
ϕ (t) = t2 , pelo que ϕ′ (t) = 2t e ϕ−1 (x) = x, ϕ−1 (0) = 0 e ϕ−1 π4 = , tem-se
2
π2 π π
√
Z Z Z
4 2 2
cos x dx = cos t × 2t dt = 2t cos t dt.
0 0 0
Aplicando agora a integração por partes, com u′ (t) = cos t e v (t) = 2t, pelo que
e, portanto,
π2
√
Z
4
cos x dx = π − 2;
0
Z 1
2
f ) Determinemos arcsen x dx.
0
Aplicando a integração por partes, com u′ (x) = 1 e v (x) = arcsen x, pelo que u (x) = x
1
e v ′ (x) = √ , e a Fórmula de Barrow, tem-se
1 − x2
1 Z 1 Z 1
x π
Z 1
2 2 2 − 1
arcsen x dx = [x arcsen x]0 −2
√ dx = − x 1 − x2 2 dx =
0 0 1 − x2 12 0
Z 1 i1
π 1 2 − 1 π h p 2
= + −2x 1 − x2 2 dx = + 1 − x2 =
12 2 0 12 0
s 2 √
π 1 π 3
= + 1− −1= + − 1;
12 2 12 2
374 Cálculo integral em R
Z 1 √
g) Determinemos x 1 − x dx.
0
Aplicando a integração por substituição, com ϕ : [0, +∞) −→ (−∞, 1] definida por
√
ϕ (t) = 1 − t2 , pelo que ϕ′ (t) = −2t e ϕ−1 (x) = 1 − x, ϕ−1 (0) = 1 e ϕ−1 (1) = 0, e a
de Barrow, tem-se
2 √ Z √2 Z √2 Z √2
1+ x 1+t 1+t 1 1
Z
dx = × 2t dt = 2 dt = 2 + dt =
1 x3 1 t6 1 t5 1 t5 t4
√
2 √
1 1 1 2 1 2 25 2
= 2 − 4− 3 =− − √ + + = − ;
4t 3t 1 8 3 8 2 3 24 6
9
1
Z
i) Determinemos √ dx.
0 1+ x
Aplicando a integração por substituição com ϕ : [0, +∞) −→ [0, +∞) definida por
√
ϕ (t) = t2 , pelo que ϕ′ (t) = 2t e ϕ−1 (x) = x, ϕ−1 (0) = 0 e ϕ−1 (9) = 3, obtemos
9 3 3
1 1 2t
Z Z Z
√ dx = × 2t dt = dt.
0 1+ x 0 1+t 0 1+t
Como se trata de uma função racional imprópria faz-se uma divisão de polinómios e
2t 2
obtém-se =2− , pelo que, pela Fórmula de Barrow, se tem
1+t 1+t
9 Z 3 Z 3
1 2t 2
Z
√ dx = dt = 2− dt = [2t − 2 ln |1 + t|]30 = 6 − 2 ln 4;
0 1+ x 0 1 + t 0 1 + t
4.6 Exercı́cios resolvidos 375
4
1
Z
j) Determinemos √ dx.
2 x x−1
Aplicando a integração por substituição, com ϕ : (0, +∞) −→ (1, +∞) definida por
√ √
ϕ (t) = t2 + 1, pelo que ϕ′ (t) = 2t e ϕ−1 (x) = x − 1, ϕ−1 (2) = 1 e ϕ−1 (4) = 3, e a
Z π
k) Determinemos x sen x dx.
0
Aplicando a integração por partes, com u′ (x) = sen x e v (x) = x, pelo que
Z 1
x3 + x2 + x + 1 ex dx.
l) Determinemos
0
Aplicando a integração por partes com u′ (x) = ex e v (x) = x3 + x2 + x + 1, pelo que
Aplicando de novo a integração por partes com u′ (x) = ex e v (x) = 3x2 + 2x + 1, pelo
Aplicando de novo a integração por partes, com u′ (x) = ex e v (x) = 6x + 2, pelo que
Z 1 Z 1
x3 + x2 + x + 1 ex dx = −2e + (6x + 2) ex dx =
0 0
Z 1
x 1
= −2e + [(6x + 2) e ]0 − 6ex dx =
0
= 6e − 2 − 6e + 6 = 4;
π2 √
sen x
Z
4
m) Determinemos √ dx.
π2 x
9
Aplicando a integração por substituição, com ϕ : (0, +∞) −→ (0, +∞) definida por
√ 2 π 2 π
ϕ (t) = t2 , pelo que ϕ′ (t) = 2t e ϕ−1 (x) = x, ϕ−1 π9 = e ϕ−1 π4 = , e a
3 2
Fórmula de Barrow, tem-se
π2 √ Z π Z π
sen x 2 sen t
Z π
4 2
√ dx = × 2t dt = 2 sen t dt = [−2 cos t] π2 = 1;
π2 x π t π 3
9 3 3
π
cos x
Z
2
n) Determinemos dx.
0 2 + sen x
h π πi
Aplicando a primitivação por substituição, com ϕ : [−1, 1] −→ − , definida por
2 2
1 π
ϕ (t) = arcsen t, pelo que ϕ′ (t) = √ e ϕ−1 (x) = sen x, ϕ−1 (0) = 0 e ϕ−1 = 1,
1 − t2 2
e a Fórmula de Barrow, tem-se
π
1
√ 1
cos x 1 − t2 1 1
Z Z Z
2
dx = ×√ dt = dt =
0 2 + sen x 0 2+t 1 − t2 0 2+t
3
= [ln |2 + t|]10 = ln 3 − ln 2 = ln ;
2
4
√
x+2 x−1
Z
o) Determinemos √ dx.
2 1+ x−1
Aplicando a integração por substituição, com ϕ : (0, +∞) −→ (1, +∞) definida por
√ √
ϕ (t) = t2 + 1, pelo que ϕ′ (t) = 2t e ϕ−1 (x) = x − 1, ϕ−1 (2) = 1 e ϕ−1 (4) = 3, e a
4.6 Exercı́cios resolvidos 377
2t2 + 2t dt =
= (t + 1) × 2t dt =
1 1
√3
t3 √ √
2 4
= 2 + t2 =2 3+3− −1=2 3+ .
3 1 3 3
Z x3
f (x) = h (t) dt.
x
Resolução:
Verifiquemos que f é uma função par, isto é, que f (x) = f (−x) . Com efeito, como
Z −x3
f (−x) = h (t) dt,
−x
aplicando a primitivação por substituição com ϕ : R −→ R definida por ϕ (y) = −y, pelo
que ϕ′ (y) = −1 e ϕ−1 (t) = −t, ϕ−1 (−x) = x e ϕ−1 −x3 = x3 , tem-se
Z −x3 Z x3 Z x3
f (−x) = h (t) dt = h (−y) (−1) dy = h (y) dy = f (x) .
−x x x
arctg 2t − t2 dt
π
b) lim 1 √ = .
x→1 x−1 4 Z x
c) Seja f uma função diferenciável em R tal que f (t) dt = xf (x) , para todo o
0
x ∈ R. Então, f é constante.
378 Cálculo integral em R
t2 +1
x
e 1
Z
t
d) Seja F (x) = dt, com x > 0. Então, F (x) = −F .
1 t x
Resolução:
0
a) Falsa. Trata-se de uma indeterminação do tipo . Pela regra de Cauchy e pelo
0
Teorema fundamental do cálculo, tem-se que
Z x2 √
sen t dt
0 2x sen x 2 sen x 2
lim = lim = lim = .
x→0 x3 x→0 3x2 x→0 3x 3
0
b) Verdadeira. Trata-se de uma indeterminação do tipo . Pela regra de Cauchy e pelo
0
Teorema fundamental do cálculo, tem-se que
√
x √ 1
Z
arctg 2t − t2 dt
arctg (2 x − x) √
1 2 x √ π
lim √ = lim = lim arctg 2 x − x = .
x→1 x−1 x→1 1 x→1 4
√
2 x
1 1 3
eP = −1, − , 0, , , 2 uma partição de [−1, 2] . Calcule S (f, P ) .
2 2 2
4.7.4. Sejam a, b ∈ R, a < b, f : [a, b] −→ R uma função limitada, isto é, existem m
e M tais que m ≤ f (x) ≤ M, para todo o x ∈ [a, b] . Prove que para qualquer partição P
de [a, b] se tem
m (b − a) ≤ S (f, P ) ≤ S (f, P ) ≤ M (b − a) .
Z 1
b) x2 dx, decompondo o intervalo de integração em n partes iguais;
0
Z 2
c) xdx, decompondo o intervalo de integração em n + 1 partes em progressão geo-
1
métrica: x0 = 1, x1 = r, x2 = r2 , . . . , xn = rn , xn+1 = 2;
Z 2
1
d) 2
dx, decompondo o intervalo de integração em n + 1 partes em progressão
1 x
geométrica: x0 = 1, x1 = r, x2 = r2 , . . . , xn = rn , xn+1 = 2;
Z b
e) xα dx, b > a > 0, α > 0, decompondo o intervalo de integração em n + 1 partes
a
em progressão geométrica: x0 = a, x1 = ar, x2 = ar2 , . . . , xn = arn , xn+1 = b.
4.7.8. Diga, justificando, sem calcular, qual dos integrais seguintes é maior:
Z 1p Z 1
a) 2
1 + x dx ou x dx;
0 0
Z 1 Z 1
2 2
b) x sen x dx ou x sen2 x dx;
0 0
Z π Z π
2 2
c) cos x dx ou sen x dx.
0 0
4.7.9. Seja f uma função contı́nua em [0, 1] tal que 0 ≤ f (x) ≤ 1. Prove que
1
f (x) π
Z
2
dx ≤ .
0 1+x 4
Z x √ √
x
4.7.10. Seja f uma função contı́nua em [1, +∞) e f (t) dt = e x−1 .
1
a) Determine, justificando, f (x) .
Z 9
b) Sem calcular o integral, mostre que f (t) dt = 2e3 − e2 .
4
4.7 Exercı́cios propostos 381
4.7.13. Sendo f (x) uma função contı́nua no intervalo real I e sendo a um ponto
Z x
x
interior de I, calcule lim f (t)dt , com x ∈ I.
x→a x − a a
funções seguintes:
Z x Z 0p
a) F (x) = ln tdt; b) G (x) = 1 + t4 dt;
1 x
ex x2
1
Z Z
2
c) H (x) = dt; d) I (x) = e−t dt.
2 ln t 0
Z x
t2 + 3 dt. Estude F e esboce o seu gráfico.
4.7.15. Seja F (x) =
−1
4.7.17. Seja f uma função contı́nua em R e g : R\ {0} −→ R uma função definida por
x
1
Z
g (x) = f (t) dt.
x 0
Calcule Φ′ (x) e Φ′′ (x). Justifique todos os passos dos cálculos efectuados.
4.7.19. Seja f uma função duas vezes diferenciável e tal que f ′ (x) e f ′′ (x) são
Justifique que g é três vezes diferenciável, calcule g ′′ (x) e g ′′′ (x) para x ∈ R e aproveite
Z x
4.7.21. Seja ϕ uma função integrável em [0, 1] e φ (x) = ϕ(t)dt com a ∈ [0, 1] .
a
Justifique que φ é integrável em [0, 1] e mostre que existe b ∈ [0, 1] tal que
Z 1 Z b
φ (t) dt = ϕ(t)dt.
0 a
4.7 Exercı́cios propostos 383
1
x4 + 1
Z
4.7.22. Sendo f ′ (x) = , para todo o x ∈ R, e f (0) = 1, calcule f (x) dx.
x2 + 1 0
π
1 4 √
√ √ 1+ x
Z Z Z
4
m) sen x dx; n) x 1 + xdx; o) dx;
0 0 1 x2
3 2
x 1
Z Z
p) 2
dx; q) √ dx.
2 x − 25 1 x 1+x
integrais seguintes:
π
2 π
1
Z Z Z
2
2 x 2
a) x ln x dx; b) e cos x dx; c) dx;
1 0 π 3 + cos x
3
1 π e
1
Z Z Z
d) arccos x dx; e) x sen xdx; f) √ dx;
0 0 1 x 1 + ln x
Z 9 √
Z 1 Z 1 √
g) x 3 1 − xdx; h) x (2 − x)12 dx; i) arcsen xdx.
1 0 0
1 −π/3 e
√
4 − ln x
Z Z Z
2 −3/2
a) 2−x dx; b) cotg xdx; c) dx;
0 −π/4 1 x
1 0 π/2
1 cos x
Z Z Z
x x
d) e arctg (e ) dx; e) dx; f) dx;
0 −1 e + e−2x
2x
0 1 + sen x
384 Cálculo integral em R
1 π/2 4
2 + 2x + x2
Z Z Z
x x
g) x2 dx; h) 3 sen xdx; i) dx;
0 0 2 (x − 1) (4 + x2 )
π/4 π/2 2
tg x 1
Z Z Z
j) dx; k) dx; l) |x − 1| dx.
0 4 sen x + 3 cos x 0 8 − 4 sen x + 7 cos x 0
Z 1
f (0) = f (1) = 0 e f 2 (x)dx = 1.
0
Mostre que
1
1
Z
xf (x)f ′ (x)dx = − .
0 2
π/2
n−1
Z
4.7.27. Seja In = senn xdx. Mostre que In = In−2 , para n ≥ 2.
0 n
Z π Z π
2 2
f (sen x)dx = f (cos x)dx.
0 0
4.7.31. Seja f uma função contı́nua em R e φ o seu integral indefinido com origem
no ponto 0.
b) Prove que se φ (c) = 0, sendo c 6= 0, f tem pelo menos uma raiz real, com o mesmo
sinal de c.
a) Utilizando o método de integração por partes, mostre que Ia (Ia f ) (que designaremos
D2 Ia2 f = f.
D (Ia f ) = f e
existe f 2 (x)dx.
a Z 1
e) Existe uma função f : [0, 1] −→ R, Riemann-integrável com f (x)dx = 1 e tal
0
que f (x) 6= 1, para todo x ∈ [0, 1].
Z x Z 1
1 1
f) 2
dt = dt, para qualquer x > 0.
1 1 + t2
1 1+t x
386 Cálculo integral em R
1 1 3 1 bα+1 − aα+1
4.7.6. a) ; b) ; c) ; d) ; e) .
2 3 2 2 α+1
Z 1 p Z 1 Z 1 Z 1
2 2
4.7.8. a) 1+ x2 dx ≥ x dx; b) x sen x dx ≤ x sen2 x dx;
0 0 0 0
Z π Z π
2 2
c) cos x dx = sen x dx.
0 0
√
x
e
4.7.10. a) f (x) = .
2
ex + ln x 1 1
b) G′ (x) = 6x ln 3x2 ; c) H ′ (x) = ex cos e2x +
4.7.11. a) F ′ (x) = ; cos 2 ;
x2 x 2 x
x3 + 1 4
d) I ′ (x) = ; e) J ′ (x) = 2x e−x .
x2 + 1
1
4.7.12. a) ; b) 0. 4.7.13. a f (a) .
4
4.7.14. a) DF = (0, +∞) , monótona decrescente em (0, 1] e crescente em [1, +∞) , mı́nimo local
(1, 0) ;
c) DH = (0, +∞) , monótona crescente em (0, +∞) , não tem extremos locais;
local (0, 0) .
10
4.7.15. DF = R, monótona crescente em R, não tem extremos locais, ponto de inflexão 0, .
3
O gráfico da função F está na Figura 4.13.
60
40
20
-4 -2 2 4
-20
-40
4.7.17. a) f (0) .
Z x
4.7.18. Φ′ (x) = ϕ(t) dt e Φ′′ (x) = ϕ(x).
0
4.7.20. a) F. b) V. c) V. d) F. e) V. f ) V.
7 + 6π
4.7.22. − ln 2.
12
1 π π2
4.7.23. a) 1; b) − + ; c) ;
2 4 32
2 cos3 1 3 ln 2
d) 1; e) + cos 1 − ; f ) ln 3 − ;
3 3 2
ln 3 52 2
g) − ; h) − ln 5; i) ln ;
2 3 3
1 1 1
j) π; k) arctg − ; l) 0;
8 2 24
√ √
√ π π 4 √ 7
m) − π cos + 2 sen ; n) 1+ 2 ; o) ;
2 2 15 4
√ √
ln 21 3−1 2−1
p) ln 4 − ; q) ln √ − ln √ .
2 3+1 2+1
388 Cálculo integral em R
√ √ √ !
7 8 ln 2 3 2 2 6
4.7.24. a) − + ; b) (eπ − 1) ; c) arctg − arctg ;
9 3 5 2 2 6
√
d) 1; e) π; f) 2 2−1 ;
468 16369 π
g) − ; h) ; i) .
7 182 4
r
1 3
4.7.25. a) ; b) ln ;
2 2
√ 1 + e2
2 π 1
c) 8−3 3 ; d) e arctg e − − ln ;
3 4 2 2
π 1
e) − arctg e−2 ; f ) ln 2;
8 2
π
2 2 3 2 ln 3 + 1
g) − ; h) ;
ln 2 (ln 2)2 1 + ln2 3
π π
π 1 1 + tg 3 3 − tg
i) ln 3 + arctg 2 − ; j) ln 8 + ln 8 − 3 ln 3;
4 4 π 20 π 20
1 − tg 1 + 3 tg
8 8
6
k) ln ; l) 1.
5
4.7.31. a) f (a) = 0.
4.7.33. a) V; b) V; c) F; d) V; e) V; f ) V.
Capı́tulo 5
Neste capı́tulo vamos estudar algumas aplicações geométricas dos integrais, nomeda-
Recorde-se que a área de uma figura plana, o comprimento de uma linha, o volume de
um sólido de revolução ou ainda a área lateral de um sólido de revolução são números não
negativos.
5.1 Áreas
1.o CASO: Seja f uma função Riemann-integrável em [a, b] , com a < b, tal que f (x) ≥ 0,
para todo o x ∈ [a, b] . Então, como vimos na Secção 4.1, a área da figura plana limitada
pelas rectas verticais x = a e x = b, pelo eixo dos xx e pelo gráfico de f é dada por
Z b
A= f (x) dx,
a
Exemplo 5.1.1 Determinemos a área da região do plano limitada pelas rectas verticais
π
x=0ex= , pelo eixo dos xx e pelo gráfico da função f (x) = sen x (ver Figura 5.2).
2
389
390 Aplicações dos integrais
a x
b
Figura 5.1: Representação geométrica da figura plana limitada pelas rectas verticais x = a
e x = b, pelo eixo dos xx e pelo gráfico de f.
π
π
Z π π
2
A= sen xdx = [− cos x]02 = − [cos x]02 = − cos − cos 0 = 1.
0 2
f HxL = senx
1
0.5
Π Π
4 2
Figura 5.2: Representação geométrica da região do plano limitada pelas rectas verticais
π
x = 0 e x = , pelo eixo dos xx e pelo gráfico da função f (x) = sen x, no Exemplo 5.1.1.
2
5.1 Áreas 391
2.o CASO: Seja f uma função Riemann-integrável em [a, b] , com a < b, tal que f (x) ≤ 0,
para todo o x ∈ [a, b] . Então, a área da figura plana limitada pelas rectas verticais x = a
-f
a b
x a x
b
Figura 5.3: Representação geométrica das figuras planas limitadas pelas rectas verticais
x = a e x = b, pelo eixo dos xx e pelos gráficos de f e −f.
Com efeito, considerando a simetria em relação ao eixo dos xx, obtém-se uma figura
com a mesma área e que é limitada pelas rectas verticais x = a e x = b, pelo eixo dos xx
e pelo gráfico de −f. Como −f (x) ≥ 0, para todo o x ∈ [a, b] , podemos aplicar o 1.o caso
Z b Z b
e, portanto, a área da figura em causa é dada por A = [−f (x)] dx = − f (x) dx.
a a
Exemplo 5.1.2 Determinemos a área da região do plano limitada pelas rectas verticais
π
x=− e x = 0, pelo eixo dos xx e pelo gráfico da função f (x) = sen x (ver Figura 5.4).
2
Com efeito, a área é dada por
Z 0 π
A=− sen xdx = [cos x]0− π = cos 0 − cos − = 1 − 0 = 1.
− π2 2 2
392 Aplicações dos integrais
0.5
Π Π
- -
2 4
-0.5
-1
f HxL = senx
Figura 5.4: Representação geométrica da região do plano limitada pelas rectas verticais
π
x = − e x = 0, pelo eixo dos xx e pelo gráfico da função f (x) = sen x, no Exemplo
2
5.1.2.
3.o CASO: Sejam a, b, c ∈ R, com a < c < b, e seja f uma função Riemann-integrável em
[a, b] tal que f (x) ≥ 0, para todo o x ∈ [a, c] , e f (x) ≤ 0, para todo o x ∈ [c, b] . Então, a
área da figura plana limitada pelas rectas verticais x = a e x = b, pelo eixo dos xx e pelo
Com efeito, como no subintervalo [a, c] a função f é não negativa, podemos aplicar o
1.o caso, e como no subintervalo [c, b] a função f é não positiva, podemos aplicar o 2.o
Z c Z b
caso, pelo que a área da figura em causa é dada por A = f (x) dx − f (x) dx.
a c
Exemplo 5.1.3 Determinemos a área da região do plano limitada pelas rectas verticais
x = 0 e x = 2π, pelo eixo dos xx e pelo gráfico da função f (x) = sen x (ver Figura 5.6).
Z π Z 2π
A = sen xdx − sen xdx = [− cos x]π0 − [− cos x]2π
π =
0 π
a c b x
Figura 5.5: Representação geométrica da figura plana limitada pelas rectas verticais x = a
e x = b, pelo eixo dos xx e pelo gráfico de f.
1
f HxL = senx
0.5
Π Π 3Π 2Π
2 2
-0.5
-1
Figura 5.6: Representação geométrica da região do plano limitada pelas rectas verticais
x = 0 e x = 2π, pelo eixo dos xx e pelo gráfico da função f (x) = sen x, no Exemplo 5.1.3.
394 Aplicações dos integrais
4.o CASO: Sejam a, b, c ∈ R, com a < c < b, e sejam f uma função Riemann-integrável
em [a, c] tal que f (x) ≥ 0, para todo o x ∈ [a, c] , e g uma função Riemann-integrável em
[c, b] tal que g (x) ≥ 0, para todo o x ∈ [c, b] . Então, a área da figura plana limitada pelas
é dada por
Z c Z b
A= f (x) dx + g (x) dx,
a c
a c b x
Figura 5.7: Representação geométrica da figura plana limitada pelas rectas verticais x = a
e x = b, pelo eixo dos xx e pelos gráficos de f em [a, c] e g em [c, b] .
1 2 √ 1 2 2
√ 33 4 x 5
Z Z
3
xdx + (−x + 2) dx = x + − + 2x = .
0 1 4 0 2 1 4
5.1 Áreas 395
!!!
3
y= x
1
y=-x+2
-1 1 2
-1
5.o CASO: Sejam f e g duas funções Riemann-integráveis em [a, b] , com a < b, tais que
f (x) ≥ g (x) ≥ 0, para todo o x ∈ [a, b] . Então, pelos casos anteriores, a área da figura
Z b Z b Z b
A= f (x) dx − g (x) dx = [f (x) − g (x)] dx,
a a a
a b x
Figura 5.9: Representação geométrica da figura plana limitada pelas rectas verticais x = a
e x = b e pelos gráficos de f e g.
396 Aplicações dos integrais
Exemplo 5.1.5 Determinemos a área da região do plano limitada pelas rectas verticais
1 1
x2 x3
1 1 1
Z
2
A= x−x dx = − = − = .
0 2 3 0 2 3 6
1
f HxL = x
0.5
g HxL = x2
0.5 1
Figura 5.10: Representação geométrica da região do plano limitada pelas rectas verticais
x = 0 e x = 1 e pelos gráficos das funções f (x) = x e g (x) = x2 , no Exemplo 5.1.5.
Z e
A= (ex − ln x) dx = [ex − x ln x + x]e1 = ee − e − 1.
1
5.1 Áreas 397
gHxL=ex
15
10
5
f HxL=lnx
1 2 3
Figura 5.11: Representação geométrica da região do plano limitada pelas rectas verticais
pelas curvas x = 1 e x = e e pelos gráficos das funções f (x) = ln x e g (x) = ex , no
Exemplo 5.1.6.
6.o CASO: Sejam f e g duas funções Riemann-integráveis em [a, b] , com a < b, tais que
f (x) ≥ g (x) , para todo o x ∈ [a, b] . Então, tal como no caso anterior, a área da figura
Z b Z b Z b
A= f (x) dx − g (x) dx = [f (x) − g (x)] dx,
a a a
a b x
Figura 5.12: Representação geométrica da figura plana limitada pelas rectas verticais
x = a e x = b e pelos gráficos de f e g.
398 Aplicações dos integrais
Com efeito, seja K ∈ R tal que g (x)+K ≥ 0, para todo o x ∈ [a, b] . Então, f (x)+K ≥
≥ g (x) + K ≥ 0, para todo o x ∈ [a, b] , e pelo caso anterior a área da figura plana limitada
7.o CASO: Sejam a, b, c ∈ R, com a < c < b, e sejam f, g e h três funções Riemann-
-integráveis em [a, b] tais que f (x) ≥ g (x) , para todo o x ∈ [a, c] , e h (x) ≥ g (x) , para
todo o x ∈ [c, b] . Então, pelos casos anteriores, a área da figura plana limitada pelas rectas
a c b x
Figura 5.13: Representação geométrica da figura plana limitada pelas rectas verticais
x = a e x = b e pelos gráficos de f, g e h.
5.1 Áreas 399
Exemplo 5.1.7 Determinemos a área da região do plano limitada pelas rectas verticais
√ x 4
x = 0 e x = 4 e pelos gráficos das funções f (x) = x, g (x) = x2 e h (x) = − + (ver
3 3
Figura 5.14).
1 √
4 √
x 4
Z Z
2
A = x − x dx + x+ − dx =
0 1 3 3
" √ #1 " √ #4
2 x3 x3 2 x3 x2 4 7
= − + + − x = .
3 3 3 6 3 2
0 1
!!!
2 f HxL = x
1
x 4
h HxL = - +
2
g HxL = x 3 3
1 2 3 4
Figura 5.14: Representação geométrica da região do plano limitada pelas rectas verticais
√ x 4
x = 0 e x = 4 e pelos gráficos das funções f (x) = x, g (x) = x2 e h (x) = − + , no
3 3
Exemplo 5.1.7.
400 Aplicações dos integrais
Vamos ver agora como o comprimento de uma linha pode ser determinado a partir de
um integral.
Seja f uma função de classe C 1 em [a, b] , com a < b, isto é, uma função tal que f e a
sua derivada f ′ são funções contı́nuas em [a, b] . Qual será o comprimento do gráfico de f
entre as rectas verticais x = a e x = b, isto é, qual será o comprimento do arco AB entre
a b x
Comecemos por considerar sobre o arco AB os pontos A = (a, f (a)) = (x0 , f (x0 )) ,
intervalo [a, b] . Consideremos agora a linha poligonal inscrita no arco AB definida por estes
pontos, isto é, a linha poligonal AM1 M2 . . . Mn−1 B, ver Figura 5.16. O comprimento desta
inferior a qualquer dos comprimentos das linhas poligonais inscritas no arco AB, mas
5.2 Comprimentos de linha 401
susceptı́vel de ser aproximado, com a aproximação que se desejar, por algum desses com-
primentos.
y
M2 Mn-2
Mn-1
M1
f (xi ) − f (xi−1 )
f ′ (ξ i ) = ,
xi − xi−1
Secção 4.1, e pela definição de integral tem-se que este limite é igual a
Z bq
1 + [f ′ (x)]2 dx.
a
402 Aplicações dos integrais
4 y= 3x
0.5 1 1.5 2
e y = ψ (t) = sen3 t.
5.2 Comprimentos de linha 403
Como a curva é simétrica em relação ao eixo dos xx e ao eixo dos yy, fazendo variar
π
o parâmetro t entre 0 e determinamos o comprimento da parte da hipociclóide que se
2
encontra no primeiro quadrante. Portanto, o comprimento total da hipociclóide é dado
por
Z π q Z π
2 2 2 p
′ 2 ′
L = 4 [ϕ (x)] + ψ (x) dx = 4 9 cos4 t sen2 t + 9 sen4 t cos2 tdt =
0 0
π
√ π π2
sen2 t
Z Z
2 2
= 12 cos2 t sen2 tdt = 12 cos t sen tdt = 12 = 6.
0 0 2 0
1 1
aL bL
0.5 0.5
-0.5 -0.5
-1 -1
coordenadas polares pela equação ρ = f (θ) , onde ρ é o raio polar e θ o ângulo polar, entre
θ1 e θ2 é dado por
Z θ2 q
L= [f (θ)]2 + [f ′ (θ)]2 dθ.
θ1
0.5
0.5 1 1.5 2
-0.5
-1
5.3 Volumes
1.o CASO: Seja f uma função Riemann-integrável em [a, b] , com a < b, tal que f (x) ≥ 0,
para todo o x ∈ [a, b] . Então, o volume do sólido de revolução gerado pela rotação em
torno do eixo dos xx da figura plana limitada pelas rectas verticais x = a e x = b, pelo
ver Figura 5.20. Para mais detalhes ver, por exemplo, [JR] ou [NP 97].
a b x
Exemplo 5.3.1 Determinemos o volume de uma esfera de raio R (ver Figuras 5.21 e
5.22).
R R R
x3
4
Z p 2 Z
2 2 2
= πR3 .
V =π 2
R −x 2 dx = π R −x dx = π R x −
−R −R 3 −R 3
torno do eixo dos xx da região do plano limitada pelas rectas verticais x = 0 e x = π, pelo
eixo dos xx e pelo gráfico da função f (x) = sen x (ver Figuras 5.23 e 5.24).
π π
π2
− cos x sen x + x
Z
2
V =π sen xdx = π = .
0 2 0 2
406 Aplicações dos integrais
"#################
f HxL = R2 - x2
-R R
1
0.5
0
-0.5
-1
1
0.5
-0.5
-1
-1
-0.5
0
0.5
1
1 f HxL = senx
0.5
Π Π
2
-0.5
Figura 5.23: Representação geométrica da região do plano limitada pelas rectas verticais
x = 0 e x = π, pelo eixo dos xx e pelo gráfico da função f (x) = sen x, no Exemplo 5.3.2.
0.5
-0.5
-1 1
0 0.5
1 0
2 -0.5
3 -1
2.o CASO: Sejam f e g duas funções Riemann-integráveis em [a, b] , com a < b, tais que
f (x) ≥ g (x) ≥ 0, para todo o x ∈ [a, b] . Então, o volume do sólido de revolução gerado
pela rotação em torno do eixo dos xx da figura plana limitada pelas rectas verticais x = a
Z b
f 2 (x) − g 2 (x) dx,
V =π
a
a b x
3.o CASO: Seja f uma função Riemann-integrável em [a, b] , com a < b, tal que f (x) ≥
rotação em torno do eixo de equação y = K da figura plana limitada pelas rectas verticais
Z b
V =π [f (x) − K]2 dx,
a
K
a b
4.o CASO: Seja f uma função Riemann-integrável em [a, b] , com a < b, tal que f (x) ≥ 0,
para todo o x ∈ [a, b] . Então, o volume do sólido de revolução gerado pela rotação em
torno do eixo dos yy da figura plana limitada pelas rectas verticais x = a e x = b, pelo
5.o CASO: Sejam f e g duas funções Riemann-integráveis em [a, b] , com a < b, tais que
f (x) ≥ g (x) ≥ 0, para todo o x ∈ [a, b] . Então, o volume do sólido de revolução gerado
pela rotação em torno do eixo dos yy da figura plana limitada pelas rectas verticais x = a
torno do eixo dos yy da região do plano limitada pelas rectas verticais x = 0 e x = π, pelo
eixo dos xx e pelo gráfico da função f (x) = sen x (ver Figuras 5.23 e 5.27).
1 2
0.5
0
0
-2
0
-2
2
Figura 5.27: Representação geométrica sólido de revolução gerado pela rotação em torno
do eixo dos yy da região do plano limitada pelas rectas verticais x = 0 e x = π, pelo eixo
dos xx e pelo gráfico da função f (x) = sen x, no Exemplo 5.3.3.
Seja f uma função de classe C 1 em [a, b] , com a < b, tal que f (x) ≥ 0, para todo o
x ∈ [a, b] . Então, a área da superfı́cie lateral do sólido de revolução gerado pela rotação
em torno do eixo dos xx da figura plana limitada pelas rectas verticais x = a e x = b, pelo
Exemplo 5.4.1 Determinemos a área lateral do sólido de revolução gerado pela rotação
pelo eixo dos xx e pelo gráfico da parábola y 2 = 2x (com y > 0) (ver Figuras 5.28 e 5.29).
4√ Z 4√ r
r Z 4
1 2x + 1 √
Z
A = 2π 2x 1 + dx = 2π 2x dx = 2π 2x + 1dx =
1 2x 1 2x 1
4
√
1 3
= 2π (2x + 1) 2 = 2π 9 − 3 .
3 1
!!!!!!!!
y= 2 x
2
1 2 3 4
Figura 5.28: Representação geométrica da região do plano limitada pelas rectas verticais
x = 1 e x = 4, pelo eixo dos xx e pelo gráfico da parábola y 2 = 2x (com y > 0), no
Exemplo 5.4.1.
412 Aplicações dos integrais
2
0
-2
-2
0
1
2
3
4
g) região limitada pelos gráficos das funções f (x) = ex , g (x) = e−x e a recta y = 2;
1
h) região do 1.o quadrante limitada pelos gráficos das funções f (x) = , g (x) = x2
x2
e as rectas y = 4 e x = 0.
Resolução:
isto é, os pontos de intersecção de y = −x2 + 1 e y = x − 1 são os pontos (−2, −3) e (1, 0) ,
tem-se que a área da região do plano limitada pela parábola y = −x2 + 1 e pela recta
y = x − 1 é dada por
1 3 1
x x2 9
Z
−x2 + 1 − (x − 1) dx = − −
A= + 2x = ,
−2 3 2 −2 2
x2 − y = 4 y = x2 − 4 y = x2 − 4 y = x2 − 4
( ( ( (
⇔ ⇔ ⇔
y=0 y=0 x2 − 4 = 0 x = −2 ∨ x = 2
414 Aplicações dos integrais
isto é, os pontos de intersecção de x2 − y = 4 e o eixo dos xx são os pontos (−2, 0) e (2, 0) ,
tem-se que a área da região do plano limitada pela parábola x2 − y = 4 e o eixo dos xx é
dada por
2 3 2
x 32
Z
2
A= −x + 4 dx = − + 4x = ,
−2 3 −2 3
Z 1 Z 2 1 2
A= (3x − x) dx + (4 − x − x) dx = x2 0 + 4x − x2 1 = 2,
0 1
(3, −3) e (4, 0) , tem-se que a área da região do plano limitada pelas curvas y = x3 −6x2 +8x
e y = x2 − 4x é dada por
Z 3 4 Z
3 2 2
x2 − 4x − x3 − 6x2 + 8x dx =
A = x − 6x + 8x − x − 4x dx +
0 3
Z 3 Z 4
x3 − 7x2 + 12x dx + −x3 + 7x2 − 12x dx =
=
0 3
3 4
x4 7x3 7x3 x4
2 71
= − + 6x + − + − 6x2 = ,
4 3 0 4 3 3 6
y = ex y = ex y = ex y = ex
( ( ( (
⇔ ⇔ ⇔
y = e−x ex = e−x e2x = 1 x=0
416 Aplicações dos integrais
y = ex y = ex y = ex
( ( (
⇔ ⇔
y=2 ex = 2 x = ln 2
da região do plano limitada pelos gráficos das funções f (x) = ex , g (x) = e−x e a recta
y = 2 é dada por
Z 0 Z ln 2 0
−x
(2 − ex ) dx = 2x + e−x − ln 2 + [2x − ex ]ln 2
A= 2−e dx + 0 = −2 + ln 16,
− ln 2 0
1
1
y= 1 y= 1
y= y= 2
x2 ⇔ x x 2 x2
⇔ ⇔
2 1 4
y=x = x2 x =1 x = −1 ∨ x = 1
x2
1
tem-se que o ponto de intersecção de y = e y = x2 no 1.o quadrante é o ponto (1, 1) ,
x2
1
os pontos de intersecção de y = e y = 4 são dados por
x2
1
1 1 1
y= y= 2 y = y= 2
x x2 x
x2 ⇔ ⇔ ⇔
1 x2 = 1 x = −1 ∨ x = 1
y=4 = 4
x 2 4 2 2
1 1
tem-se que o ponto de intersecção de y = e y = 4 no 1.o quadrante é o ponto
,4 ,
x2 2
1
pelo que a área da região do 1.o quadrante limitada pelos gráficos das funções f (x) = 2 ,
x
5.5 Exercı́cios resolvidos 417
Resolução:
y = x2 y = x2 y = x2 y = x2 y = x2
( ( ( ( (
⇔ ⇔ ⇔ ⇔
y=x x2 = x x2 − x = 0 x (x − 1) = 0 x=0∨x=1
isto é, os pontos de intersecção de y = x2 e y = x são os pontos (0, 0) e (1, 1) , tem-se que
a área da região do plano limitada pela parábola y = x2 e pela recta y = x é dada por
1 2 1
x x3 1
Z
x − x2 dx =
A= − = .
0 2 3 0 6
k
1
Z
x − x2 dx = .
0 12
Com efeito,
k k
x2 x3 k2 k3
1 1 1
Z
2
x−x dx = ⇔ − = ⇔ − = ⇔
0 12 2 3 0 12 2 3 12
⇔ 4k 3 − 6k 2 + 1 = 0 ⇔
√ ! √ !
1 1+ 3 1− 3
⇔ 4 k− k− k− =0⇔
2 2 2
√ √
1 1+ 3 1− 3
⇔ k = ∨k = ∨k = ,
2 2 2
1
pelo que a recta tem equação x = . Ver Figura 5.31.
2
418 Aplicações dos integrais
aL bL
1 y=x-1 1
-2 -1 1 2
-2 -1 1
-1
-1 y=-x2 +1
-2 y=x2 -4
-2
-3
-3 -4
cL dL
1 y=senx 1 y=senx
0.5 0.5
3Π Π Π Π Π 3Π 3Π Π Π Π Π 3Π Π
- -
2
-
4
4
2 - -
2
-
4
4
2
4 -0.5 4 4 -0.5 4
-1 y=cosx -1 y=cosx
eL fL
y=3x 3
3 2 y=x3 -6x2 +8x
y=x
1
2
1 2 3 4
y=4-x -1
1
-2
-3
1 2 3
-4
y=x2 -4x
gL hL 5
2.5
y=2 4
y=4
2
1
y= y=x
1 2
0.5 y=x2
0.5 1
2
2√ 2 √ 2 √
q
1 2
Z Z
3
L= 1 + 9xdx = 9 1 + 9xdx = (1 + 9x) = 19 19 − 1 ,
0 9 0 27 0 27
ex + e−x
gráfico de f (x) = entre x = 0 e x = ln 4 é dado por
2
s 2 s 2
Z ln 4 x Z ln 4
e − e−x
x
e − e−x
L = 1+ dx = 1+ dx =
0 2 0 2
s 2
Z ln 4 r 2x −2x Z ln 4 x
e +2+e e + e−x
= dx = dx =
0 4 0 2
Z ln 4 x ln 4
e + e−x
x
e − e−x 15
= dx = = ,
0 2 2 0 8
Como
t2 + 1 t2 + 1 B C
= =t+ + =
t (t2 − 1) t (t − 1) (t + 1) t−1 t+1
(A + B + C) t2 + (B − C) t − A
= ,
t (t2 − 1)
donde
t2 + 1
−1 1 1
P =P + + = − ln |t| + ln |t − 1| + ln |t + 1| ,
t (t2 − 1) t t−1 t+1
pelo que
e2
t2 + 1
Z
e2 2
L= dt = [− ln |t| + ln |t − 1| + ln |t + 1|] e = ln e + 1 − 1,
e t (t2 − 1)
aL 6 bL
5 3
4
2 "################
3
2 y= Hx + 2L3
!!! 3
y=2x x
2 1
1
cL dL
2
ex + 1
y=ln
0.5 ex + 1
1 ex + e-x
y=
2
Figura 5.32: Representação geométrica dos arcos das curvas no Exercı́cio 5.5.3.
5.5.4. Calcule o volume dos sólidos de revolução gerados pela rotação de 2π em torno
a) A = (x, y) ∈ R2 : 0 ≤ x ≤ 2 ∧ 0 ≤ y ≤ x2 ;
b) B = (x, y) ∈ R2 : 0 ≤ x ≤ 1 ∧ 0 ≤ y ≤ ex ;
√
c) C = (x, y) ∈ R2 : 0 ≤ x ≤ 2 ∧ 0 ≤ y ≤ 2x ;
√
d) D = (x, y) ∈ R2 : 0 ≤ x ≤ 2 ∧ x ≤ y ≤ 2x .
422 Aplicações dos integrais
Resolução:
a) Sendo f (x) = x2 , tem-se que f 2 (x) = x4 , pelo que o volume do sólido de revolução
gerado pela rotação em torno do eixo dos xx da região do plano A é dado por
2 2
x5
32
Z
4
V =π x dx = π = π,
0 5 0 5
3
2
2
y = x2 0
1 -2
-4
0
1 2 1
2
Figura 5.33: Representação geométrica da região do plano limitada pelas rectas verticais
x = 0 e x = 2, pelo eixo dos xx e pelo gráfico da parábola y = x2 e o correspondente
sólido de revolução.
b) Sendo f (x) = ex , tem-se que f 2 (x) = e2x , pelo que o volume do sólido de revolução
gerado pela rotação em torno do eixo dos xx da região do plano B é dado por
1 1
e2x e2 1
Z
2x
V =π e dx = π =π − ,
0 2 0 2 2
gerado pela rotação em torno do eixo dos xx da região do plano C é dado por
Z 2 2
V =π 2xdx = π x2 0 = 4π,
0
3 -2
2
2 y = ex
0
1
-2
0.5 1 0
1
Figura 5.34: Representação geométrica da região do plano limitada pelas rectas verticais
x = 0 e x = 1, pelo eixo dos xx e pelo gráfico de y = ex e o correspondente sólido de
revolução.
2
1
0
-1
2 !!!!!!!! 2-2
y= 2 x
1 0
-1
-2
0
1 2 1
2
√
d) Sendo f (x) = 2x e g (x) = x, tem-se que f 2 (x) = 2x e g 2 (x) = x2 , pelo que o
volume do sólido de revolução gerado pela rotação em torno do eixo dos xx da região do
2 2
x3
4
Z
2 2
V =π 2x − x dx = π x − = π,
0 3 0 3
2 !!!!!!!!
y= 2 x
1 y= x
1 2
2 2
1 1
0 0
-1 -1
2-2 2-2
1 1
0 0
-1 -1
-2 -2
0 0
1 1
2 2
5.5.5. Calcule o volume do sólido de revolução que se obtém rodando a figura limitada
Resolução:
y = x3 y = x3 y = x3
( ( (
⇔ ⇔
y=8 x3 = 8 x=2
isto é, o ponto de intersecção de y = x3 e y = 8 é o ponto (2, 8), tem-se que o volume do
sólido de revolução gerado pela rotação em torno do eixo dos yy da região plana é dado
por
2 2 2
x5
64
Z Z
4
V = 2π xf (x) dx = 2π x dx = 2π = π,
0 0 5 0 5
1 -1 0
0 1
8 -1
8
6
6
4 4
y = x3 2
2
1 2
Figura 5.37: Representação geométrica da região do plano limitada pelas pelas curvas
y = x3 , y = 0 e y = 8 e o correspondente sólido de revolução (em torno do eixo das
ordenadas).
426 Aplicações dos integrais
5.5.6. Calcule o volume do sólido de revolução que se obtém rodando a figura limitada
Resolução:
O volume do sólido de revolução gerado pela rotação em torno do eixo dos xx da região
2 2 2
x7
128
Z Z
2 6
V =π f (x) dx = π x dx = π = π,
0 0 7 0 7
6 6
3
4
0
3
2 y= x -3
-6
0 1
1 2 2
A = (x, y) ∈ R2 : x2 ≤ y ≤ x + 2 .
a) Calcule a área de A.
dos xx de A.
Resolução:
y = x2 y = x2 y = x2 y = x2
( ( ( (
⇔ ⇔ ⇔
y =x+2 x2 = x + 2 x2 − x − 2 = 0 x = −1 ∨ x = 2
que a área da região do plano limitada pela parábola y = x2 e pela recta y = x + 2 é dada
por
2 2
x2 x3
9
Z
2
A= (x + 2) − x dx = + 2x − = ,
−1 2 3 −1 2
que o volume do sólido de revolução gerado pela rotação em torno do eixo dos xx da região
Z 2 √ √ √
L1 = 1 + 1dx = 2 [x]2−1 = 3 2,
−1
Sendo g (x) = x2 , tem-se que g ′ (x) = 2x, pelo que o comprimento do gráfico de
Z 2 p
L2 = 1 + 4x2 dx.
−1
428 Aplicações dos integrais
π π
Aplicando a primitivação por substituição com ϕ : − , −→ R definida por
2 2
tg t 1
ϕ (t) = , pelo que ϕ′ (t) = e ϕ−1 (x) = arctg (2x) , tem-se
2 2 cos2 t
p
1 1 1 1
1 + tg2 t = P sec3 t = P sec t sec2 t .
P =P
2 cos2 t 2 cos3 t 2 2
Aplicando agora a primitivação por partes com u′ (t) = sec2 t e v (t) = sec t, pelo que
donde
ou ainda,
1 1 sec t + tg t
P sec3 t = (sec t tg t + P sec t) = sec t tg t + P sec t =
2 2 sec t + tg t
1
= (sec t tg t + ln |sec t + tg t|) .
2
Portanto,
p 1
P 1 + 4x2 = (sec arctg (2x) tg arctg (2x) + ln |sec arctg (2x) + tg arctg (2x)|) =
4
1 p p
= 2x 1 + 4x2 + ln 1 + 4x2 + 2x
4
√ 1h √ √ √ √ i
L = L1 + L2 = 3 2 + 4 17 + ln 17 + 4 + 2 5 − ln 5−2 ,
4
5.5 Exercı́cios resolvidos 429
4
y= x+2
1
y = x2
-2 -1 1 2
3 3
2 2
1 1
0 0
-1 -1
-2 -2
-3 -3
3 3
2 2
1 1
0 0
-1 -1
-2 -2
-3 -3
-1 -1
0 0
1 1
2 2
n o
A = (x, y) ∈ R2 : (x − 1)2 ≤ y ≤ x + 1 .
a) Calcule a área de A.
dos xx de A.
Resolução:
tem-se que a área da região do plano limitada pela parábola y = (x − 1)2 e pela recta
y = x + 1 é dada por
3h 3 3
3x2 x3
9
Z i Z
2 2
A= (x + 1) − (x − 1) dx = 3x − x dx = − = ,
0 0 2 3 0 2
(x − 1)4 , pelo que o volume do sólido de revolução gerado pela rotação em torno do eixo
4
y= x+1
3
1
y = Hx - 1L2
-2 -1 1 2 3
3 3
2 2
1 1
0 0
-1 -1
-2 -2
-3 -3
3 3
2 2
1 1
0 0
-1 -1
-2 -2
-3 -3
0 0
1 1
2 2
3 3
5.5.9. Calcule a área lateral do sólido de revolução gerado pela rotação em torno do
eixo dos xx da região do plano limitada pelas rectas verticais x = 0 e x = 3, pelo eixo dos
Resolução:
Sendo f (x) = x, tem-se que f ′ (x) = 1, pelo que a área lateral é dada por
3
3 √ x2 √ √
Z
A = 2π x 1 + 1dx = 2 2π = 9 2π.
0 2 0
2
1
0
-1
-2
3
2
2 1
y= x
0
1 -1
-2
0
1 2 3
1
2
3
a) Calcule a área de A.
dos xx de A.
Resolução:
y = x2 y = x2 y = x2 y = x2
( ( ( (
⇔ ⇔ ⇔
y=x x2 = x x2 − x = 0 x=0∨x=1
5.5 Exercı́cios resolvidos 433
y = x2 y = x2 y = x2 y = x2
( ( ( (
⇔ ⇔ ⇔
y = −x x2 = −x x2 + x = 0 x = 0 ∨ x = −1
que a área da região do plano limitada pelas curvas y = |x| e y = x2 é dada por
0 1 0 1
x2 x3 x2 x3
1 1 1
Z Z
2 2
A= −x − x dx + x−x dx = − − + − = + = ,
−1 0 2 3 −1 2 3 0 6 6 3
volume do sólido de revolução gerado pela rotação em torno do eixo dos xx da região do
5.5.11. Calcule a área lateral do sólido de revolução gerado pela rotação em torno do
eixo dos xx da região do plano limitada pelas rectas verticais x = 1 e x = 2, pelo eixo dos
xx e pela curva y = ex .
Resolução:
Sendo f (x) = ex , tem-se que f ′ (x) = ex , pelo que a área lateral é dada por
Z 2 p
A = 2π ex 1 + e2x dx.
1
Aplicando a integração por substituição com ϕ : [0, +∞) −→ [0, +∞) definida por
1
ϕ (t) = ln t, pelo que ϕ′ (t) = e ϕ−1 (x) = ex , ϕ−1 (1) = e e ϕ−1 (2) = e2 , obtemos
t
Z 2 p Z e2 p Z e2 p
1
A = 2π ex 1 + e2x dx = 2π t 1 + t2 dt = 2π 1 + t2 dt.
1 e t e
434 Aplicações dos integrais
1
y=-x y=x
0.5
2
y=x y=x2
-1 -0.5 0.5 1
1 1
0 0
-1
1 -1
1
0 0
-1 -1
-1 -1
0 0
1 1
Figura 5.42: Representação geométrica da região do plano limitada pelas curvas y = |x| e
y = x2 e os correspondentes sólidos de revolução.
5.5 Exercı́cios resolvidos 435
π π
Aplicando agora a primitivação por substituição com ϕ : − , −→ R definida por
2 2
1
ϕ (y) = tg y, pelo que ϕ′ (t) = e ϕ−1 (t) = arctg t, tem-se (ver Exercı́cio 5.5.7 c))
cos2 y
p
1 1 1
P 1 + tg2 y =P = P sec3 y = (sec y tg y + ln |sec y + tg y|) ,
cos2 y 3
cos y 2
pelo que
p 1 p p
P 1 + t2 = t 1 + t2 + ln 1 + t2 + t
2
y=ex 6
5
3
3
0
1 -3
1 2 -6
-1
1 2
Figura 5.43: Representação geométrica da região do plano limitada pelas rectas verticais
x = 1 e x = 2, pelo eixo dos xx e pela curva y = ex e o correspondente sólido de revolução
(em torno do eixo das abcissas).
436 Aplicações dos integrais
a) Calcule a área de A.
dos xx de A.
y=ex
5
1
y=x-1
1 2
-1
Resolução:
b) Sendo f (x) = ex e g (x) = x − 1, tem-se que f 2 (x) = e2x e g 2 (x) = (x − 1)2 , pelo
que o volume do sólido de revolução gerado pela rotação em torno do eixo dos xx da região
de A.
y=2x
y=x2
x2
y=
2
Resolução:
y = x2 y = x2 y = x2 y = x2
( ( ( (
⇔ ⇔ ⇔
y = 2x x2 = 2x x2 − 2x = 0 x=0∨x=2
de A.
!!!!!!!
y= 2 x
!!!!!!!!!!!!!
y= 8 - x2
!!!!!!!!!!!!!
y=- 8 - x2
!!!!!!!
y=- 2 x
Resolução:
√ √
Como o ponto de intersecção de y = 2x e y = 8 − x2 é o ponto (2, 4) , tem-se que
√
√ √ 1 2 2√ 3
P 2x = 2P x =
2 x
3
e, portanto,
p x x x 1 p x
P 8− x2 =4 √ cos arcsen √ + arcsen √ = x 8 − x2 + 4 arcsen √ .
8 8 8 2 8
Assim,
√
Z 2√ Z 8p
A = 2 2xdx + 2 8 − x2 dx =
0 2
√ √8
4 2 h√ 3 i2
p
1 x
= x + 2 x 8 − x2 + 4 arcsen √ =
3 0 2 8 2
16 4
= + 2 (2π − 2 − π) = + 2π.
3 3
de A.
1
y= 2
1+x
x2
y=
2
Resolução:
x2
1 1
Como os pontos de intersecção de y = e y = são os pontos −1, e
1 + x2 2 2
1
1, , tem-se que a área da região A é dada por
2
1 1
x2 x3
1 π 1 π 1 π 1
Z
A= − dx = arctag x − = − + − = − .
−1 1 + x2 2 6 −1 4 6 4 6 2 3
440 Aplicações dos integrais
a) A = (x, y) ∈ R2 : y ≤ 5 ∧ y ≥ −5x + 5 ∧ y ≥ ln x ;
b) B = (x, y) ∈ R2 : x ≤ y ≤ −x2 + 2 ;
√
2 2
1
c) C = (x, y) ∈ R : − 1 − x ≤ y ≤ x − 1 ;
2
2 2 2 2 |y| 1
d) D = (x, y) ∈ R : y ≤ 2 − x ∧ y ≥ −x ∧ x ≤ + ;
2 2
e) E = (x, y) ∈ R2 : 0 ≤ x ≤ 1 ∧ y ≥ 0 ∧ y ≤ arctg x ;
g) G = (x, y) ∈ R2 : y ≤ −x + 2 ∧ y ≥ x2 ∧ y ≤ 2 ;
h) H = (x, y) ∈ R2 : y ≤ −x2 ∧ y ≥ 2x .
n xo
5.6.4. Calcule o comprimento do arco de catenária (x, y) ∈ R2 : 0 ≤ x ≤ b ∧ y = a cosh ,
a
onde a 6= 0.
√
2 1
5.6.5. Calcule o comprimento de (x, y) ∈ R : ≤ x ≤ 1 ∧ y = 2 x .
2
5.6 Exercı́cios propostos 441
5.6.7. Calcule o volume dos sólidos de revolução gerados pela rotação de 2π em torno
a) A = (x, y) ∈ R2 : 0 ≤ x ≤ 1 ∧ 0 ≤ y ≤ ex − 1 ;
b) B = (x, y) ∈ R2 : 0 ≤ y ≤ x (2 − x) ;
2
q
2 3
c) C = (x, y) ∈ R : −2 ≤ x ≤ 1 ∧ 0 ≤ y ≤ (x + 2) .
3
ex
5.6.8. Calcule o volume do sólido de revolução associado à função f (x) = √
1 + ex
definida no intervalo [0, 1].
lume do sólido de revolução gerado pela rotação da região R em torno do eixo dos xx e
(x, y) ∈ R2 : 0 ≤ x ≤ 1 ∧ 0 ≤ y ≤ ex . Calcule o
5.6.10. Considere a região X =
volume do sólido de revolução gerado pela rotação da região X em torno do eixo dos xx.
n π o
5.6.12. Considere a região A = (x, y) ∈ R2 : 0 ≤ x ≤ ∧ 0 ≤ y ≤ sen x cos x . Cal-
2
cule o volume do sólido de revolução gerado pela rotação de A em torno do eixo dos
xx.
(x, y) ∈ R2 : x ≤ a ∧ 0 ≤ y ≤ ln x , onde a é um
5.6.14. Considere a região A =
a) Cacule a área de A.
a) A = (x, y) ∈ R2 : 0 ≤ x ≤ 1 ∧ y = x3 ;
b) B = (x, y) ∈ R2 : 0 ≤ x ≤ 1 ∧ y = 7x ;
n √ o
c) C = (x, y) ∈ R2 : −1 ≤ x ≤ 1 ∧ y = 4 − x2 ;
√
d) D = (x, y) ∈ R2 : 2 ≤ x ≤ 3 ∧ y = 2x .
área da superfı́cie lateral do sólido de revolução gerado pela rotação da região A em torno
7 23 32 √ 5 3 √ √
5.6.2. a) ; b) ; c) ; d) 4 − 2 e; e) + √ arctg 2 − arccotg 2 .
3 16 3 12 2
√ ! √ !!
b3 b 1 √ √ 3−1 2−1
5.6.3. . 5.6.4. a senh . 5.6.5. 2 2 − 3 + ln √ − ln √ .
4 a 2 3+1 2+1
1 √ √ 1 √
5.6.6. a) 2 + ln 1 + 2 ; b) 13 13 − 8 ;
2 27
" √ ! √ !#
1 3
1 √ √ 3 2−4 5−2
c) 343 − 31 2 ; d) 12 2 − 4 5 − ln √ + ln √ ;
27 8 3 2+4 5+2
√
e) ln 2+1 .
e2
5 16
5.6.7. a) π − 2e + ; b) π; c) 9π.
2 2 15
32 π 2
5.6.8. π (e − ln (e + 1) − 1 + ln 2) . 5.6.9. π e 8π. 5.6.10. e −1 .
5 2
π2
3 2 1 196
5.6.11. 2π − − . 5.6.12. . 5.6.13. b) π.
ln 3 ln2 3 4 16 15
√ √ !
√ 1 1 + a 2−1 √ 1 2 − 1
5.6.14. a) a ln a − a + 1. b) 1 + a2 + ln √ − 2 − ln √ + ln a + (a − 1) .
2 1 + a2 + 1 2 2+1
1 √ √ 2 √ √
5.6.15. a) 10 10 − 1 π; b) 35 2π; c) 8π; d) 7 7 − 5 5 π.
27 3
√ !!
√ 2+1
5.6.16. π 2 2 + ln √ .
2−1
444 Aplicações dos integrais
Capı́tulo 6
Integrais impróprios
Z
Até aqui considerámos integrais da forma f, onde I é um intervalo limitado e fechado
I
de R e a função f é limitada no intervalo I.
Em qualquer das definições (tanto a que introduzimos com recurso às somas de Dar-
boux, como a que faz intervir as somas de Riemann) a necessidade de supor I limitado é
integração trata-se de uma restrição indispensável para a definição das somas de Darboux,
mas não para definir as somas de Riemann. No entanto, sendo as duas definições de integral
equivalentes, mesmo que se adopte a definição que faz intervir as somas de Riemann não
Z
poderá existir f se f não for limitada no intervalo I.
I
qual passam a incluir-se, além dos integrais referidos atrás, integrais de novo tipo, habi-
tegrais impróprios de 1.a espécie, integrais impróprios de 2.a espécie e integrais impróprios
Se o limite
Z b
lim f (x) dx
b→+∞ a
Z +∞
f (x) dx
a
Z +∞
Exemplo 6.1.2 O integral e−x dx é um integral impróprio de 1.a espécie conver-
0
gente.
Com efeito,
Z b b
e−x dx = lim −e−x −e−b + 1 = 1,
lim 0
= lim
b→+∞ 0 b→+∞ b→+∞
6.1 Integrais impróprios de 1.a espécie 447
Com efeito,
Z b
lim (−1) dx = lim [−x]b8 = lim (−b + 8) = −∞,
b→+∞ 8 b→+∞ b→+∞
Z +∞
Exemplo 6.1.4 O integral cos xdx não existe.
0
Com efeito,
Z b
lim cos xdx = lim [sen x]b0 = lim sen b
b→+∞ 0 b→+∞ b→+∞
+∞
1
Z
Exemplo 6.1.5 O integral dx é um integral impróprio de 1.a espécie convergente
1 xα
se α > 1 e divergente se α ≤ 1.
b b b
x−α+1
1
Z Z
lim dx = lim x−α dx = lim =
b→+∞ 1 xα b→+∞ 1 b→+∞ −α + 1 1
1
1 −α+1
se α > 1,
α−1
= lim b −1 =
−α + 1 b→+∞
+∞ se α < 1.
Se α = 1,
b
1
Z
lim dx = lim [ln |x|]b1 = lim ln b = +∞.
b→+∞ 1 x b→+∞ b→+∞
Estes integrais serão muitas vezes usados para estudarmos a natureza de outros inte-
Z +∞
Exemplo 6.1.6 O integral C x dx é um integral impróprio de 1.a espécie convergente
0
se C ∈ (0, 1) e divergente se C ≥ 1.
b x b
C 1
Z
lim C x dx = lim = lim C b − 1 =
b→+∞ 0 b→+∞ ln C 0 ln C b→+∞
− 1
se 0 < C < 1,
= ln C
+∞ se C > 1.
Se C = 1,
Z b
lim 1dx = lim [x]b0 = lim b = +∞.
b→+∞ 0 b→+∞ b→+∞
Z +∞
Exemplo 6.1.7 O integral ln xdx é um integral impróprio de 1.a espécie divergente.
1
Com efeito, integrando por partes, com u′ (x) = 1 e v (x) = ln x, pelo que u (x) = x e
1
v ′ (x) = , obtemos
x
Z b Z b
lim ln xdx = lim [x ln |x|]b1 − 1dx =
b→+∞ 1 b→+∞ 1
= lim (b ln b − b) + 1 =
b→+∞
Z +∞
Observação 6.1.8 Se o integral f (x) dx é convergente, então o limite de f (x)
a
quando x → +∞, se existe, é igual a zero.
Z x
Com efeito, se lim f (x) = k 6= 0, então lim f (t) dt = +∞ se k > 0 e
x→+∞ x→+∞ a
Z x
lim f (t) dt = −∞ se k < 0.
x→+∞ a
Z +∞ Z +∞ Z +∞
[αf (x) + βg (x)] dx = α f (x) dx + β g (x) dx.
a a a
Nem sempre nos interessa saber o valor do integral impróprio e outras vezes não é
3.3.8. Precisamos então de critérios que nos permitam saber se determinado integral
Note-se que se a função f tem integral indefinido em I = [a, +∞) e se f (x) ≥ 0 para
Z x
cada x ≥ a (ou para cada x ≥ x0 , com x0 > a), então o integral ϕ (x) = f (t) dt é uma
a
função crescente em I (ou em [x0 , +∞)), pelo que tem limite, quando x → +∞, finito ou
para todo o b ∈ (a, +∞) , e 0 ≤ f (x) ≤ g (x) , para cada x ∈ [a, +∞) . Então,
Z +∞ Z +∞
i) se g (x) dx converge, o mesmo acontece com f (x) dx;
Za +∞ Z a+∞
ii) se f (x) dx diverge, o mesmo acontece com g (x) dx.
a a
Z b Z b
Demonstração: Como as funções F (b) = f (x) dx e G (b) = g (x) dx, definidas
a a
sobre [a, +∞) , são crescentes e F (b) ≤ G (b) , para todo o b ∈ [a, +∞) , então existem,
em R∪ {+∞} , os limites lim F (b) e lim G (b) , sendo o primeiro inferior ou igual ao
b→+∞ b→+∞
Z +∞
segundo. Portanto, se o segundo existe em R, isto é, se o integral g (x) dx converge,
a
isto é, se G for uma função limitada, também F será limitada, pelo que também o integral
Z +∞
f (x) dx será convergente.
a
ii) É o contra-recı́proco de i).
Z +∞ Z +∞
Corolário 6.1.12 Sejam f (x) dx e g (x) dx dois integrais impróprios de 1.a
a a
espécie tais que f, g : [a, +∞) −→ R são funções Riemann-integráveis quando restringidas
a [a, b] , para todo o b ∈ (a, +∞) , e 0 ≤ f (x) ≤ dg (x) , para algum d > 0 e qualquer
convergir o integral de g no intervalo [a, +∞) , isto é, se G for uma função limitada,
Z +∞ Z +∞
Corolário 6.1.13 Sejam f (x) dx e g (x) dx dois integrais impróprios de 1.a
a a
espécie tais que f, g : [a, +∞) −→ R são funções Riemann-integráveis quando restringidas
a [a, b] , para todo o b ∈ (a, +∞) , e 0 ≤ f (x) e 0 < g (x) , para cada x ∈ [a, +∞) . Se
f (x)
existirem reais positivos c e d tais que, para cada x ∈ [a, +∞) , se tenha c ≤ ≤ d,
Z +∞ Z +∞ g (x)
então os integrais f (x) dx e g (x) dx são da mesma natureza, isto é, são ambos
a a
convergentes ou ambos divergentes.
f (x)
Demonstração: Note-se que a hipótese de se verificarem as relações c ≤ ≤ d, com
g (x)
c e d reais positivos, é equivalente à da verificação conjunta de
1
f (x) ≤ dg (x) e g (x) ≤ f (x) .
c
tringidas a [a, b] , para todo o b ∈ (a, +∞) , f (x) ≥ 0 e g (x) > 0, para cada x ∈ [a, +∞) ,
f (x)
e L = lim , com L ∈ R+
0 ou L = +∞.
x→+∞ g (x)
Z +∞ Z +∞
i) Se L é finito e diferente de zero, então os integrais f (x) dx e g (x) dx
a a
são da mesma natureza, isto é, são ambos convergentes ou ambos divergentes.
Z +∞
ii) Se L = 0, então a convergência de g (x) dx implica a convergência de
Z +∞ Z +∞ a Z +∞
f (x) dx e a divergência de f (x) dx implica a divergência de g (x) dx;
a a Z +∞ a
f (x)
Demonstração: i) Suponhamos que lim = L ∈ R+ . Aplicando a definição de
x→+∞ g (x)
f (x)
limite à função ,
g (x)
f (x)
∀δ > 0 ∃M > 0 ∀x ∈ [a, +∞) : x > M =⇒ − L < δ,
g (x)
f (x)
L−δ < < L + δ, para x > M.
g (x)
Em particular, escolhendo δ > 0 tal que 0 < δ < L, tem-se L − δ, L + δ > 0 e, por
Portanto, aplicando agora os resultados anteriores a (L − δ) g (x) < f (x) , para x > M,
Z +∞ Z +∞
resulta que se o integral f (x) dx é convergente também o integral (L − δ) g (x) dx,
a Z +∞ a
definição de limite tem-se que f (x) ≤ dg (x) , com d > 0, para valores suficientemente
grandes de x.
6.1 Integrais impróprios de 1.a espécie 453
por definição de limite tem-se que g (x) ≤ df (x) , com d > 0, para valores suficientemente
grandes de x.
+∞
1
Z
Exemplo 6.1.15 O integral impróprio de 1.a espécie dx é divergente.
0 1+x
Com efeito,
b
1
Z
lim dx = lim [ln |1 + x|]b0 = lim [ln (1 + b) − ln 1] = +∞.
b→+∞ 0 1+x b→+∞ b→+∞
+∞
1
Z
Exemplo 6.1.16 O integral impróprio de 1.a espécie √ dx é divergente.
0 1 + x2
Com efeito, a função integranda é positiva no intervalo [0, +∞) e (1 + x)2 ≥ 1 + x2 em
1 1
[0, +∞) , pelo que 0 ≤ ≤ √ em [0, +∞) e, portanto, pelo Critério geral da
1+x 1 + x2 Z +∞
1
comparação e pelo exemplo anterior, tem-se que o integral √ dx é divergente.
0 1 + x2
Z +∞
1
Exemplo 6.1.17 O integral impróprio de 1. espécie
a √ dx é convergente.
0 1 + Zx3
+∞
1
Comecemos por observar que o integral impróprio de 1.a espécie √ dx é conver-
Z 1 1 x3
1
gente, ver Exemplo 6.1.5, e que o integral próprio √ dx é também convergente,
0 1 + x3
pois a função integranda é contı́nua no intervalo de integração.
Z +∞
1
Estudemos agora a natureza do integral √ dx. A função integranda é po-
1 1 + x3
1 1
sitiva no intervalo [1, +∞) e 1 + x3 ≥ x3 em [1, +∞) , pelo que 0 ≤ √ ≤ √ em
1+x 3 x3
[1, +∞) e, portanto, pelo Critério geral da comparação, tem-se que o integral
Z +∞
1
√ dx é convergente.
1 1 + x3 Z +∞
1
Assim, também o integral √ dx é convergente e
0 1 + x3
Z +∞ Z 1 Z +∞
1 1 1
√ dx = √ dx + √ dx.
0 1 + x3 0 1 + x3 1 1 + x3
Z +∞
x
Exemplo 6.1.18 O integral impróprio de 1.a espécie dx é convergente.
1 1 + x3
454 Integrais impróprios
+∞
x 1 1
Z
Com efeito, como > 0, 2 > 0, em [1, +∞) , o integral dx é conver-
1 + x3 x 1 x2
gente, ver Exemplo 6.1.5, e
x
3 x3
lim 1 + x = lim = 1 6= 0, +∞,
x→+∞ 1 x→+∞ 1 + x3
x2
tem-se, pelo Corolário do critério geral da comparação, alı́nea i), que o integral converge.
Z +∞
Exemplo 6.1.19 O integral impróprio de 1.a espécie xβ e−x dx é convergente, para
1
qualquer valor real β.
+∞
1 1
Z
Com efeito, como xβ e−x > 0, > 0, em [1, +∞) , o integral dx é conver-
x2 1 x2
gente, ver Exemplo 6.1.5, e
xβ e−x
lim = lim x2 xβ e−x = 0,
x→+∞ 1 x→+∞
x2
tem-se, pelo Corolário do critério geral da comparação, alı́nea ii), que o integral converge.
+∞
1
Z
Exemplo 6.1.20 O integral impróprio de 1.a espécie dx é divergente, para
e (ln x)β
qualquer valor real β.
Z +∞
1 1 1
Com efeito, como β
> 0, > 0, em [e, +∞) , o integral dx é divergente,
(ln x) x 1 x
Z +∞
1
ver Exemplo 6.1.5, pelo que também o integral dx é divergente, e
e x
1
(ln x)β x
lim = lim = +∞,
x→+∞ 1 x→+∞ (ln x)β
x
tem-se, pelo Corolário do critério geral da comparação, alı́nea iii), que o integral diverge.
Corolário 6.1.21 Seja f : [a, +∞) −→ R uma função Riemann-integrável quando res-
tringida a [a, b] , para todo o b ∈ (a, +∞) , e não negativa em [a, +∞) . Então, se existe e
Z +∞
α
é finito e diferente de zero o limite lim [x f (x)] , o integral f (x) dx converge se
x→+∞ a
α > 1 e diverge se α ≤ 1.
6.1 Integrais impróprios de 1.a espécie 455
1
Demonstração: Basta comparar f (x) com nos termos do corolário anterior.
xα
+∞
1 + x + x2
Z
Exemplo 6.1.22 O integral impróprio de 1.a espécie dx é diver-
0 1 + x + x2 + x3
gente.
1 + x + x2
Com efeito, como > 0 em [0, +∞) e se α = 1
1 + x + x2 + x3
1 + x + x2 x + x2 + x3
α
lim x = lim = 1 6= 0, +∞,
x→+∞ 1 + x + x2 + x3 x→+∞ 1 + x + x2 + x3
+∞
1+x
Z
Exemplo 6.1.23 O integral impróprio de 1.a espécie dx é divergente.
0 1 + x + x2
1+x
Com efeito, como > 0 em [0, +∞) se α = 1
1 + x + x2
x + x2
α 1+x
lim x = lim = 1 6= 0, +∞,
x→+∞ 1 + x + x2 x→+∞ 1 + x + x2
+∞
1
Z
Exemplo 6.1.24 O integral impróprio de 1.a espécie dx é convergente.
0 1 + x + x2
1
Com efeito, como > 0 em [0, +∞) e se α = 2
1 + x + x2
x2
α 1
lim x = lim = 1 6= 0, +∞,
x→+∞ 1 + x + x2 x→+∞ 1 + x + x2
tem-se, pelo corolário anterior, que o integral dado é convergente (α = 2 > 1).
Também podemos chegar à mesma conclusão pela aplicação directa do Critério geral da
comparação. Com efeito, comecemos por observar que o integral impróprio de 1.a espécie
Z +∞ Z 1
1 1
2
dx é convergente, ver Exemplo 6.1.5, e que o integral próprio dx é
1 x 0 1 + x + x2
também convergente, pois a função integranda é contı́nua no intervalo de integração.
Z +∞
1
Estudemos agora a natureza do integral dx. A função integranda é
1 1 + x + x2
1
positiva no intervalo [1, +∞) e 1 + x + x2 ≥ x2 em [1, +∞) , pelo que 0 ≤ ≤
1 + x + x2
456 Integrais impróprios
1
≤ 2 em [1, +∞) e, portanto, pelo Critério geral da comparação, tem-se que o integral
x
Z +∞
1
dx é convergente.
1 1 + x + x2 Z +∞
1
Assim, também o integral dx é convergente e
0 1 + x + x2
Z +∞ Z 1 Z +∞
1 1 1
2
dx = 2
dx + dx.
0 1+x+x 0 1+x+x 1 1 + x + x2
Z +∞
Para determinarmos a natureza de integrais do tipo f (x) dx, na hipótese da
a
função integranda assumir valores positivos e também valores negativos no intervalo de
Z +∞
Definição 6.1.25 Diz-se que o integral f (x) dx converge absolutamente sse o in-
Z +∞ a
Z +∞
f (x) = |f (x)| − g (x) , resulta que o integral f (x) dx é convergente, ver Teorema
a
6.1.9.
Da desigualdade
deduzimos
Z +∞ Z +∞ Z +∞
− |f (x)| dx ≤ f (x) dx ≤ |f (x)| dx,
a a a
ou ainda,
Z +∞ Z +∞
f (x) dx ≤ |f (x)| dx.
a a
+∞
sen (πx)
Z
Exemplo 6.1.27 O integral dx é absolutamente convergente se α > 1.
1 xα
Com efeito,
sen (πx) 1
0≤ α
≤ α em [1, +∞)
x x
+∞
sen (πx)
Z
e, portanto, pelo Critério geral da comparação, tem-se que o integral dx
1 xα
Z +∞
sen (πx)
é convergente se α > 1, pelo que o integral dx é absolutamente convergente
1 xα
se α > 1.
+∞
sen x
Z
Exemplo 6.1.28 O integral dx é convergente, mas não absolutamente.
1 x
1
Com efeito, da integração por partes, com u′ (x) = sen x e v (x) = , pelo que u (x) =
x
1
− cos x e v ′ (x) = − 2 , resulta que
x
Z b h Z b
sen x cos x ib cos x
lim dx = lim − − dx =
b→+∞ 1 x b→+∞ x 1 1 x2
Z b
1 cos x
= lim − cos b + cos 1 − lim dx =
b→+∞ b b→+∞ 1 x2
Z b
cos x
= cos 1 − lim dx.
b→+∞ 1 x2
458 Integrais impróprios
+∞
1 cos x 1
Z
Como 2
dx é convergente e 0 ≤ 2
≤ 2 em [1, +∞) , tem-se que
Z +∞ 1 x Z +∞ x x
cos x cos x
2
dx é convergente, pelo que dx também é convergente. Portanto,
1 xZ 1 x2
+∞
sen x
o integral dx é convergente.
1 x
Para a demonstração de que não é absolutamente convergente, ver exemplo no Capı́tulo
7 (Secção 7.4).
Se o limite
Z b
lim f (x) dx
a→−∞ a
Z b
f (x) dx
−∞
Observação 6.1.30 O estudo destes integrais impróprios, isto é, dos integrais impróprios
com intervalo de integração da forma (−∞, b] , é análogo ao estudo dos integrais impróprios
de 1.a espécie sobre intervalos de integração da forma [a, +∞) . Note-se que qualquer in-
Z b Z +∞
tegral da forma f (x) dx se pode reduzir a um integral da forma f (−x) dx,
−∞ a
bastando para tal efectuar a substituição x = −t, onde a = −b.
(mas com função integranda limitada em qualquer intervalo limitado e fechado contido no
6.1 Integrais impróprios de 1.a espécie 459
intervalo de integração) com uma referência breve aos integrais sobre a recta real, R, para
diz-se que o integral de f sobre R é convergente sse forem convergentes ambos os integrais
Z a Z +∞
f (x) dx e f (x) dx,
−∞ a
para algum a ∈ R.
Z c Z +∞
Neste caso, também convergem os integrais f (x) dx e f (x) dx, qualquer que
−∞ c
seja o número real c, e tem-se
Z c Z +∞ Z a Z c Z a Z +∞
f+ f = f+ f + f+ f =
−∞ c −∞ a c a
Z a Z +∞
= f+ f.
−∞ a
onde a é um número real arbitrário. A este integral também se chama integral impróprio
de 1.a espécie.
Se algum dos integrais no segundo membro da igualdade (6.1) for divergente, então o
Z +∞
a
integral impróprio de 1. espécie f (x) dx é divergente.
−∞
+∞
1
Z
Exemplo 6.1.31 O integral impróprio de 1.a espécie dx é convergente.
−∞ 1 + x2
Com efeito,
0
1 π
Z
lim 2
dx = lim [arctg x]0a = lim (arctg 0 − arctg a) =
a→−∞ a 1+x a→−∞ a→−∞ 2
460 Integrais impróprios
e
b
1 π
Z
lim dx = lim [arctg x]b0 = lim (arctg b − arctg 0) = ,
b→+∞ 0 1 + x2 b→+∞ b→+∞ 2
+∞ 0 +∞
1 1 1 π π
Z Z Z
dx = dx + dx = + = π.
−∞ 1 + x2 −∞ 1 + x2 0 1 + x2 2 2
Z +∞
Exemplo 6.1.32 O integral impróprio de 1.a espécie e−|x| dx é convergente.
−∞
Com efeito,
Z 0
ex dx = lim [ex ]0a = lim e0 − ea = 1
lim
a→−∞ a a→−∞ a→−∞
e
Z b b
e−x dx = lim −e−x −e−b + e0 = 1,
lim 0
= lim
b→+∞ 0 b→+∞ b→+∞
Z +∞ Z 0 Z +∞
−|x| −|x|
e dx = e dx + e−|x| dx =
−∞ −∞ 0
Z 0 Z +∞
x
= e dx + e−x dx = 1 + 1 = 2.
−∞ 0
+∞
1+x
Z
Exemplo 6.1.33 O integral impróprio de 1.a espécie dx é divergente.
−∞ 1 + x + x2
Com efeito, estudemos a natureza dos integrais
+∞ 0
1+x 1+x
Z Z
dx e dx.
0 1 + x + x2 −∞ 1 + x + x2
+∞
1+x
Z
No Exemplo 6.1.23 vimos que o integral dx é divergente, pelo que também
0 1 + x + x2
o integral dado é divergente.
6.2 Integrais impróprios de 2.a espécie 461
Se o limite
Z b
lim f (x) dx
ε→a+ ε
Z b
f (x) dx
a
2
1
Z
Exemplo 6.2.2 O integral √ dx é um integral impróprio de 2.a espécie conver-
1 x−1
gente.
Com efeito,
2 √ √
1
Z
2
lim √ dx = lim 2 x − 1 ε = lim 2 − 2 ε − 1 = 2,
ε→1+ ε x−1 ε→1 + ε→1 +
2
1
Z
√ dx = 2.
1 x−1
462 Integrais impróprios
2
1
Z
Exemplo 6.2.3 O integral dx é um integral impróprio de 2.a espécie divergente.
1 x−1
Com efeito,
2
1
Z
lim dx = lim [ln |x − 1|]2ε = lim (ln 1 − ln |ε − 1|) = +∞,
ε→1+ ε x−1 ε→1+ ε→1+
Z 1
Exemplo 6.2.4 O integral ln xdx é um integral impróprio de 2.a espécie convergente.
0
Com efeito, da integração por partes, com u′ (x) = 1 e v (x) = ln x, pelo que u (x) = x
1
e v (x) = , resulta que
x
Z 1 Z 1
1
lim ln xdx = lim [x ln |x|]ε − 1dx =
ε→0+ ε ε→0+ ε
Z 1
ln xdx = −1.
0
1
1
Z
Exemplo 6.2.5 O integral dx é um integral impróprio de 2.a espécie convergente
0 xα
se α < 1 e divergente se α ≥ 1.
1 1 1
x−α+1
1
Z Z
lim dx = lim x−α dx = lim=
ε→0+ ε xα ε→0+ ε ε→0+ −α + 1 ε
1
1 −α+1
se α < 1,
−α + 1
= lim 1 − ε =
−α + 1 ε→0+
+∞ se α > 1.
6.2 Integrais impróprios de 2.a espécie 463
Se α = 1,
1
1
Z
lim dx = lim [ln |x|]1ε = lim (ln 1 − ln ε) = +∞.
ε→0+ ε x ε→0+ ε→0+
Também estes integrais serão muitas vezes usados para estudarmos a natureza de ou-
Todos os resultados que enunciámos para integrais impróprios de 1.a espécie também
podem ser enunciados para os integrais impróprios de 2.a espécie, cujas demonstrações
Z b Z b
Corolário 6.2.7 Sejam f (x) dx e g (x) dx dois integrais impróprios de 2.a espécie
a a
tais que f, g : [a, b] −→ R são funções ilimitadas em [a, b] , Riemann-integráveis em
Z b Z b
Corolário 6.2.8 Sejam f (x) dx e g (x) dx dois integrais impróprios de 2.a espécie
a a
tais que f, g : [a, b] −→ R são funções ilimitadas em [a, b] , Riemann-integráveis em
464 Integrais impróprios
Então, se existe e é finito e diferente de zero o limite lim (x − a)α f (x) , o integral
x→a+
Z b
f (x) dx converge se α < 1 e diverge se α ≥ 1.
a
de 2.a espécie em que a função integranda não é limitada no extremo superior do intervalo
6.2 Integrais impróprios de 2.a espécie 465
Se o limite
Z ε
lim f (x) dx
ε→b− a
Definição 6.2.12 Sejam a, b, c ∈ R tais que a < c < b, f : [a, b] −→ R uma função
Z b
f (x) dx
a
Se algum dos integrais no segundo membro da igualdade (6.2) for divergente, então o
Z b
integral impróprio de 2.a espécie f (x) dx é divergente.
a
466 Integrais impróprios
1
x
Z
Exemplo 6.2.13 O integral dx é um integral impróprio de 2.a espécie diver-
0 1 − x2
gente.
Com efeito,
ε ε
x 1 1 1
Z
2 2
lim dx = lim − ln 1 − x = lim − ln 1 − ε + ln 1 = +∞,
ε→1− 0 1 − x2 ε→1− 2 0 ε→1− 2 2
0
x
Z
Exemplo 6.2.14 O integral dx é um integral impróprio de 2.a espécie diver-
−1 1 − x2
gente.
Com efeito,
0 0
x 1 1 1
Z
2 2
lim dx = lim − ln 1 − x = lim − ln 1 + ln 1 − ε = −∞,
ε→−1+ ε 1 − x2 ε→−1+ 2 ε ε→−1+ 2 2
2
x
Z
Exemplo 6.2.15 O integral dx é um integral impróprio de 2.a espécie diver-
0 1 − x2
gente.
Para estudarmos a natureza deste integral temos de estudar a natureza dos integrais
1 Z 2
x x
Z
2
dx e 2
dx.
0 1−x 1 1−x
Como já vimos, no Exemplo 6.2.13, que o primeiro integral é divergente, podemos
1
x
Z
Exemplo 6.2.16 O integral dx é um integral impróprio de 2.a espécie diver-
−1 1 − x2
gente.
Para estudarmos a natureza deste integral temos de estudar a natureza dos integrais
0 Z 1
x x
Z
2
dx e 2
dx.
−1 1 − x 0 1−x
6.2 Integrais impróprios de 2.a espécie 467
Como já vimos, nos Exemplos 6.2.13 e 6.2.14, que estes integrais são divergentes,
podemos concluir que o integral dado também é divergente (note-se que basta que um dos
integrais seja divergente para podermos concluir que o integral dado é divergente).
4
1
Z
Exemplo 6.2.17 O integral √ dx é um integral impróprio de 2.a espécie conver-
0 x
gente.
Com efeito,
4 √ 4 √
1
Z
lim √ dx = lim 2 x ε = lim 4 − 2 ε = 4,
ε→0+ ε x ε→0 + ε→0+
4
1
Z
√ dx = 4.
0 x
Também podemos chegar à mesma conclusão pela aplicação do Corolário 6.2.10. Com
1 1
efeito, como √ > 0 em (0, 4] e se α =
x 2
√
α 1 x
lim (x − 0) √ = lim √ = 1 6= 0, +∞,
x→0+ x x→0+ x
1
tem-se, pelo corolário referido, que o integral dado é convergente (α = < 1).
2
π/2
1
Z
Exemplo 6.2.18 O integral 2/3
dx é um integral impróprio de 2.a espécie
0 (sen x)
convergente.
1 πi 2
Com efeito, como 2/3
> 0 em 0, e se α =
(sen x) 2 3
" #
α 1 x2/3
lim (x − 0) = lim = 1 6= 0, +∞,
x→0+ (sen x)2/3 x→0+ (sen x)2/3
2
tem-se, pelo Corolário 6.2.10, que o integral dado é convergente (α = < 1).
3
2
3
Z
Exemplo 6.2.19 O integral dx é um integral impróprio de 2.a espécie diver-
1 x2 −x
gente.
468 Integrais impróprios
3 3
Com efeito, como = > 0 em (1, 2] se α = 1
x2 − x x (x − 1)
α 3 3
lim (x − 1) 2 = lim = 3 6= 0, +∞,
x→1+ x −x x→1+ x
2
3
Z
Exemplo 6.2.20 O integral dx é um integral impróprio de 2.a espécie
1 x3 − 2x2 + x
convergente.
3 3
Com efeito, como = > 0 em (1, 2] e se α = 2
x3 2
− 2x + x x (x − 1)2
3 3
lim (x − 1)α 2 = x→1
lim = 3 6= 0, +∞,
+ x
x→1+ x (x − 1)
tem-se, pelo Corolário 6.2.10, que o integral dado é divergente (α = 2 > 1).
Como referimos no inı́cio desta secção, podemos ainda considerar integrais impróprios
de 3.a espécie ou mistos. É o caso dos integrais em que algum extremo de integração é
obtermos integrais impróprios de 1.a ou 2.a espécies. Diz-se que um integral impróprio
o intervalo de integração são todos convergentes e o seu valor é igual à soma dos valores
daqueles integrais. Caso contrário, diz-se que o integral impróprio misto é divergente.
+∞
1
Z
Exemplo 6.3.1 O integral dx é um integral impróprio misto divergente.
0 x
Para estudarmos a natureza deste integral, começamos por estudar a natureza dos
Z 1 Z +∞
1 1
integrais dx e dx. Note-se que o primeiro é um integral impróprio de 2.a
0 x 1 x
espécie e o segundo é um integral impróprio de 1.a espécie.
6.3 Integrais impróprios de 3.a espécie ou mistos 469
Como já vimos, nos Exemplos 6.2.5 e 6.1.5, que estes integrais são divergentes, po-
demos concluir que o integral dado também é divergente (note-se, mais uma vez, que
basta que um dos integrais seja divergente para podermos concluir que o integral dado é
divergente).
+∞
1
Z
Exemplo 6.3.2 O integral dx é um integral impróprio misto divergente.
1 x2 −4
Para estudarmos a natureza deste integral, começamos por estudar a natureza dos
Z 2 Z 3 Z +∞
1 1 1
integrais 2
dx, 2
dx e 2
dx, mais concretamente vamos estudar
1 x −4 2 x −4 3 x −4
o segundo integral. Note-se que os dois primeiros são integrais impróprios de 2.a espécie
Z +∞
Exemplo 6.3.3 O integral ln xdx é um integral impróprio misto divergente.
0
Para estudarmos a natureza deste integral, começamos por estudar a natureza dos
Z 1 Z +∞
integrais ln xdx e ln xdx. Note-se que o primeiro é um integral impróprio de 2.a
0 1
espécie e o segundo é um integral impróprio de 1.a espécie. No Exemplo 6.2.4 vimos que
Z 1 Z +∞
o integral ln xdx é convergente e no Exemplo 6.1.7 vimos que o integral ln xdx é
0 1
divergente, pelo que podemos concluir que o integral dado também é divergente.
+∞
1
Z
Exemplo 6.3.4 O integral dx é um integral impróprio misto divergente.
−∞ x2 − 2x
Para estudarmos a natureza deste integral, começamos por estudar a natureza dos
Z −1 Z 0 Z 1 Z 2 Z 3
1 1 1 1 1
integrais 2
dx, 2
dx, 2
dx, 2
dx, 2
dx e
−∞ x − 2x −1 x − 2x 0 x − 2x 1 x − 2x 2 x − 2x
470 Integrais impróprios
+∞
1
Z
dx, mais concretamente vamos estudar o penúltimo integral. Note-se que o
3 x2 − 2x
primeiro e o último são integrais impróprios de 1.a espécie e os restantes são integrais
Exemplo 6.4.1 Determinemos a área da região plana limitada pelo gráfico da função
1
f (x) = e pelo eixo dos xx, ver Figura 6.1.
x2 +1
A área desta região ilimitada é dada por
+∞
1
Z
A= dx
−∞ x2 + 1
+∞ 0 +∞
1 1 1 π π
Z Z Z
A= dx = dx + dx = + = π.
−∞ 1 + x2 −∞ 1 + x2 0 1+x 2 2 2
6.4 Algumas aplicações dos integrais impróprios 471
1
1
f HxL = 2
0.5 1+ x
-3 -1 1 3
Figura 6.1: Representação geométrica da região do plano limitada pelo gráfico da função
1
f (x) = e pelo eixo dos xx.
1 + x2
+∞
1
Z
A= dx
1 x
+∞
1
Z
A= dx = +∞.
1 x
+∞
1
Z
A= √ dx
1 x
+∞
1
Z
A= √ dx = +∞.
1 x
472 Integrais impróprios
1
f HxL =
1 x
-3 -1 1 3
-1
-3
2
1
1 f HxL =
!!!!
x
-1 1 2 3
1
1
Z
A= √ dx
0 x
1
1
Z
A= √ dx = 2.
0 x
1
2 f HxL =
!!!
x
1
1 2 3
figura considerada no Exemplo 6.4.1 em torno do eixo dos xx, ver Figura 6.5.
+∞
1
Z
V =π dx.
−∞ (x2 + 1)2
474 Integrais impróprios
Como
1 x2 + 1 − x2 x2 + 1 x2
P = P =P −P =
(x2 + 1)2 (x2 + 1)2 (x2 + 1)2 (x2 + 1)2
1 1 −2
= P 2 − P 2x x2 + 1 x
x +1 2
1 x 1
= arctg x − − 2 +P 2 =
2 x +1 x +1
1 x 1
= arctg x + − arctg x =
2 x2 + 1 2
1 x
= arctg x + 2
,
2 2 (x + 1)
tem-se que
0 0
1 1 x
Z
lim 2 dx = lim arctg x + =
a→−∞ a (x2 + 1) a→−∞ 2 2 (x2 + 1) a
1 a π
= lim − arctg a − 2
=
a→−∞ 2 2 (a + 1) 4
e
b b
1 1 x
Z
lim dx = lim arctg x + =
b→+∞ 0 (x2 + 1)2 b→+∞ 2 2 (x2 + 1) 0
1 b π
= lim arctg b + 2
= ,
b→+∞ 2 2 (b + 1) 4
pelo que
+∞ 0 +∞
1 1 1 π π π
Z Z Z
2 dx = 2 dx + 2 dx =
4
+ =
4 2
−∞ (x2 + 1) −∞ (x2 + 1) 0 (x2 + 1)
e
+∞
1 π2
Z
V =π 2 dx = .
−∞ (x2 + 1) 2
figura considerada no Exemplo 6.4.2 em torno do eixo dos xx, ver Figura 6.6.
-3 0
-2
-1
1
0
1 0
2
3
+∞
1
Z
V =π dx = π.
1 x2
1
0
1
0
2
figura considerada no Exemplo 6.4.3 em torno do eixo dos xx, ver Figura 6.7.
476 Integrais impróprios
+∞
1
Z
V =π dx
1 x
+∞
1
Z
V =π dx = +∞.
1 x
1
0
1
0
2
sejam convergentes:
+∞ +∞ +∞ 2
x 1
Z Z Z Z
x
a) e dx; b) dx; c) dx; d) sen xdx.
0 1 1 + x4 1 ex −∞
Resolução:
Como
Z b
lim ex dx = lim [ex ]b0 = lim eb − 1 = +∞,
b→+∞ 0 b→+∞ b→+∞
Z +∞
tem-se que o integral ex dx é divergente.
0
Como
b b
x 1 b 2x x
Z Z Z
lim dx = lim dx = lim dx =
b→+∞ 1 1 + x4 b→+∞ 1 1 + (x2 )2 b→+∞ 2 1 1 + (x2 )2
b
1 2 1 2
1
= lim arctg x = lim arctg b − arctg 1 =
b→+∞ 2 1 b→+∞ 2 2
π π π
= − = ,
4 8 8
+∞
x
Z
tem-se que o integral dx é convergente e
1 1 + x4
+∞
x π
Z
4
dx = .
1 1+x 8
Como
b b
1 1 1
Z Z
−x
b
lim −e−x 1 −b
lim dx = lim e dx = = lim −e + = ,
b→+∞ 1 ex b→+∞ 1 b→+∞ b→+∞ e e
478 Integrais impróprios
+∞
1
Z
tem-se que o integral dx é convergente e
1 ex
+∞
1 1
Z
dx = .
1 ex e
Como
Z 2
lim sen xdx = lim [− cos x]2a = lim (− cos 2 + cos a)
a→−∞ a a→−∞ a→−∞
Z 2
não existe, tem-se que o integral sen xdx é divergente.
−∞
sejam convergentes:
1 3 1 1
1 1 x
Z Z Z Z
a) ln xdx; b) dx; c) √
3
dx; d) √
3
dx.
0 2 x−3 0 x2 −1 1 − x2
Resolução:
Como
Z 1
lim ln xdx = lim [x ln x − x]1ε = lim (−1 − ε ln ε + ε) = −1,
ε→0+ ε ε→0+ ε→0+
Z 1
tem-se que o integral ln xdx é convergente e
0
Z 1
ln xdx = −1.
0
Note-se que aplicando a primitivação por partes com u′ (x) = 1 e v (x) = ln x, pelo que
1
u (x) = x e v ′ (x) = , tem-se
x
P ln x = x ln x − P 1 = x ln x − x.
6.5 Exercı́cios resolvidos 479
Como
ε
1
Z
lim dx = lim [ln |x − 3|]ε2 = lim (ln |ε − 3| − ln 1) = −∞,
ε→3−
2 x − 3 ε→3− ε→3−
Z 3
1
tem-se que o integral dx é divergente.
2 x−3
Como
1 Z 1
√ 1 √
1
Z
2
lim √
3
dx = lim x− 3 dx = lim 3 3 x ε = lim 3 − 3 3 ε = 3,
ε→0 +
ε x 2 ε→0 +
ε ε→0+ ε→0 +
Z 1
1
tem-se que o integral √
3
dx é convergente e
0 x2
Z 1
1
√
3
dx = 3.
0 x2
0 0
x
Z Z
− 1
lim √
3
dx = lim x 1 − x2 3 dx =
ε→−1+ ε 1 − x2 ε→−1+ ε
Z 0
1 − 1
= lim − (−2x) 1 − x2 3 dx =
ε→−1+ 2 ε
q 0
1 33
= lim − (1 − x2 )2 =
ε→−1+ 2 2
ε
3 33 3
q
= lim − + (1 − ε2 )2 = −
ε→−1+ 4 4 4
480 Integrais impróprios
e
ε ε
x
Z Z
− 1
lim √
3
dx = x 1 − x2 3 dx =
lim
ε→1− 0 1 − x2 ε→1− 0
Z ε
1 − 1
= lim − (−2x) 1 − x2 3 dx =
ε→1− 2
0 q ε
1 33 2 2
= lim − (1 − x ) =
ε→1− 2 2 0
33 3 3
q
= lim − (1 − ε2 )2 + = ,
ε→1− 4 4 4
1
x
Z
tem-se que o integral √
3
dx é convergente e
−1 1 − x2
1 Z 0 Z 1
x x x
Z
√
3
dx = √
3
dx + √
3
dx = 0.
−1 1 − x2 −1 1 − x2 0 1 − x2
e 1 1
1 1 x+1
Z Z Z
v) p dx; w) √ √ dx; x) √ dx;
1 x 1 − ln2 x 0
3
x x5 + 1 0 (x3 + 1) x5
1 1
x2 1
Z Z
y) dx; z) dx.
−1 x3 + 1 −1 x3
6.5 Exercı́cios resolvidos 481
Resolução:
Comecemos por estudar a convergência absoluta do integral, isto é, comecemos por
Z +∞
cos x
estudar o integral dx.
1 x2
Z +∞
cos x 1 1
Como 0 ≤ ≤ , para todo o x ∈ [1, +∞) , e o integral dx é convergente
x2 x2 1 x 2
Z +∞
cos x
(α = 2 > 1), tem-se, pelo Critério geral da comparação, que o integral dx é
1 x2
convergente.
+∞
cos x
Z
Portanto, o integral dx é absolutamente convergente.
1 x2
Comecemos por estudar a convergência absoluta do integral, isto é, comecemos por
Z +∞
sen x
estudar o integral dx.
1 x2
Z +∞
sen x 1 1
Como 0 ≤ 2
≤ 2 , para todo o x ∈ [1, +∞) , e o integral dx é
x x 1 x2
convergente (α = 2 > 1), tem-se, pelo Critério geral da comparação, que o integral
Z +∞
sen x
dx é convergente.
1 x2
Z +∞
sen x
Portanto, o integral dx é absolutamente convergente.
1 x2
+∞
1 1
Z
para todo o x ∈ [1, +∞) . Também o integral √ dx é divergente (α = < 1) e
1 x 2
√ 1 1
x sen sen
lim x = lim x = 1 6= 0, +∞.
x→+∞ 1 x→+∞ 1
√
x x
Portanto, pelo Corolário do critério geral da comparação, os integrais são da mesma
Z +∞ √
x−1
tem-se, pelo Corolário do critério geral da comparação, que os integrais 2
dx
Z +∞ 1 1 + x + x
1
e √ dx são da mesma natureza, isto é, são ambos convergentes.
1 x3 Z +∞ √ Z +∞ √
1− x x−1
Portanto, o integral 2
dx = − dx também é convergente.
1 1+x+x 1 1 + x + x2
Como
b
1
Z
lim dx = lim [ln |1 + x|]b1 = lim [ln (1 + b) − ln 2] = +∞,
b→+∞ 1 1+x b→+∞ b→+∞
Z +∞
1
tem-se que o integral dx é divergente.
1 1+x
+∞ √
1+ x
Z
tem-se, pelo Corolário do critério geral da comparação, que o integral dx
1 1 + x + x2
3
é convergente (α = > 1).
2
486 Integrais impróprios
+∞ √
1+ x
Z
tem-se, pelo Corolário do critério geral da comparação, que o integral dx é
1 1+x
1
divergente (α = < 1).
2
ε ε
1 1 1 1
Z
lim dx = lim − = lim − − = +∞,
ε→2− 0 (x − 2)2 ε→2− x − 2 0 ε→2− ε−2 2
Z 2
1
tem-se que o integral 2
dx é divergente.
0 x − 4x + 4
Como
1
ε ε
1
Z Z
lim p dx = lim p x dx = lim [arcsen ln x]ε1 =
ε→e− 1 x 1 − ln2 x ε→e− 1 2
1 − ln x ε→e−
π
= lim (arcsen ln e − 0) = ,
ε→e − 2
Z e
1
tem-se que o integral p dx é convergente e
1 x 1 − ln2 x
Z e
1 π
p dx = .
1 x 1 − ln x 2 2
1
1
Z
tem-se, pelo Corolário do critério geral da comparação, que o integral √ √ dx
0
3
x x5 + 1
1
é convergente (α = < 1).
3
1
x+1
Z
tem-se, pelo Corolário do critério geral da comparação, que o integral √ dx
0 (x3 + 1) x5
5
é divergente (α = > 1).
2
+∞ +∞ +∞
1 1 1
Z Z Z
a) √ √ dx; b) 2
√ dx; c) dx;
0
3
x x5 + 1 1 x x−1 1 ln x
+∞ +∞ +∞
x−1 x 1
Z Z Z
d) √ dx; e) ; f) dx;
0
3
(x + 1) x 3 (x − 3) (2 + x2 ) −∞ x3
+∞ +∞ +∞
x 1 x+1
Z Z Z
g) √ dx; h) √ dx; i) √ dx.
−∞
3
x +1 0 x + 2x3 0 x3
Resolução:
Estudemos agora o segundo integral que é um integral impróprio de 1.a espécie. Como
1 1 5
√ √ > 0, para todo o x ∈ [1, +∞) , e se α = + > 1
3 5
x x +1 3 2
√ √ √
x x5 x5
1 3
lim xα √ √ = lim √ √ = lim √ =
x→+∞ 3
x x5 + 1 x→+∞ 3 x x5 + 1 x→+∞ x5 + 1
s
x5
= lim = 1 6= 0, +∞,
x→+∞ x5 + 1
+∞
1
Z
tem-se, pelo Corolário do critério geral da comparação, que o integral √ √ dx
1
3
x x5 + 1
1 5
é convergente (α = + > 1).
3 2
+∞
1
Z
Portanto, o integral impróprio misto √ √ dx também é convergente.
0
3
x x5 + 1
1
Comecemos por estudar o integral impróprio de 2.a espécie. Como √ > 0,
x2 x − 1
1
para todo o x ∈ (1, 2] , e se α =
<1
2
√
α 1 x−1 1
lim (x − 1) 2 √ = lim 2 √ = lim 2 = 1 6= 0, +∞,
x→1+ x x−1 x→1+ x x − 1 x→1+ x
2
1
Z
tem-se, pelo Corolário do critério geral da comparação, que o integral √ dx é
1 x2 x − 1
1
convergente (α = < 1).
2
1
Estudemos agora o integral impróprio de 1.a espécie. Como √ > 0, para todo
x2 x−1
5
o x ∈ [2, +∞) , e se α = >1
2
√ s
x5 x5
1
lim xα √ = lim √ = lim = 1 6= 0, +∞,
x→+∞ 2
x x−1 x→+∞ x5 − x4 x→+∞ x5 − x4
+∞
1
Z
tem-se, pelo Corolário do critério geral da comparação, que o integral √ dx
2 x2 x − 1
5
é convergente (α = > 1).
2
+∞
1
Z
Portanto, o integral impróprio misto √ dx também é convergente.
1 x2 x − 1
Estudemos agora o primeiro integral que é um integral impróprio de 2.a espécie. Como
x−1 1
− √ ≥ 0, para todo o x ∈ (0, 1] , e se α = < 1
(x3 + 1) x 2
α x−1 x−1
lim (x − 0) − 3 √ = lim − 3 = 1 6= 0, +∞,
x→0+ (x + 1) x x→0+ (x + 1)
Z 1
x−1
tem-se, pelo Corolário do critério geral da comparação, que o integral − 3 √ dx
0 (x + 1) x
Z 1
1 x−1
é convergente (α = < 1), pelo que o integral 3
√ dx é convergente.
2 Z +∞ 0 (x + 1) x
x−1
Portanto, o integral impróprio misto 3
√ dx também é convergente.
0 (x + 1) x
espécie.
x
Comecemos por estudar o integral impróprio de 2.a espécie. Como > 0,
(x − 3) (2 + x2 )
para todo o x ∈ (3, 4] , e se α = 1
α x x 3
lim (x − 3) 2
= lim 2
= 6= 0, +∞,
x→3+ (x − 3) (2 + x ) x→3+ 2 + x 11
4
x
Z
tem-se, pelo Corolário do critério geral da comparação, que o integral dx
3 (x − 3) (2 + x2 )
é divergente (α = 1).
+∞
x
Z
Portanto, o integral impróprio misto dx também é divergente.
3 (x − 3) (2 + x2 )
Note-se que se se tivesse estudado primeiro o integral impróprio de 1.a espécie chegar-
se-ia à conclusão de que é convergente e depois seria necessário estudar o integral impróprio
divergente.
+∞
x
Z
Portanto, o integral impróprio misto √ dx também é divergente.
−∞ x3+1
Z +∞
1
Critério geral da comparação, que o integral √ 3
dx é convergente.
Z +∞ 1 x + 2x
1
Portanto, o integral impróprio misto √ dx também é convergente.
0 x + 2x3
a) Calcule a área de A.
dos xx de A.
Resolução:
+∞
1
Z
V =π dx,
1 x4
b
1 b
1 1 1 1
Z
lim 4
dx = lim − 3 = lim − 3 + = ,
b→+∞ 1 x b→+∞ 3x 1 b→+∞ 3b 3 3
+∞
1
Z
tem-se que o integral dx é convergente e
1 x4
Z +∞
1 π
V =π 4
dx = ,
1 x 3
-1
1
1
1 0
y =
x2
-1
0
1
1 2 3
2
a) Calcule a área de A.
6.5 Exercı́cios resolvidos 495
dos xx de A.
Resolução:
2
1
Z
A= dx,
1 x−1
2
1
Z
lim dx = lim [ln |x − 1|]2ε = lim (ln 2 − ln |ε − 1|) = +∞,
ε→1+ ε x−1 ε→1+ ε→1+
2
1
Z
tem-se que o integral dx é divergente e
1 x−1
2
1
Z
A= dx = +∞,
1 x−1
2
1
Z
V =π dx,
1 (x − 1)2
2 2
1 1 1
Z
lim dx = lim − = lim −1 + = +∞,
ε→1+ ε (x − 1)2 ε→1+ x − 1 ε ε→1+ ε−1
2
1
Z
tem-se que o integral dx é divergente e
1 (x − 1)2
2
1
Z
V =π dx = +∞,
1 (x − 1)2
9
6
3
0
-3
9 -6
-9
9
6 6
0
3 1
y = -3
x- 1
-6
-9
1 2 3 1 2
6.5.7. Seja f : R −→ R uma função contı́nua tal que f (x) > 0, para todo o x ∈ R,
Z +∞ Z +∞
1 1
lim f (x) = +∞ e dx é convergente. Mostre que dx é con-
x→+∞ 1 1 + 2f (x) 1 f (x)
vergente.
Resolução:
+∞
1 1 1
Z
Como , > 0, para todo o x ∈ [1, +∞) , o integral dx é
1 + 2f (x) f (x) 1 1 + 2f (x)
convergente e
1
1 + 2f (x) f (x) 1 1
lim = lim = lim = = 6 0, +∞,
x→+∞ 1 x→+∞ 1 + 2f (x) x→+∞ 1 2
+2
f (x) f (x)
Z +∞
1
tem-se, pelo Corolário do critério geral da comparação, que os integrais dx
Z +∞ 1 1 + 2f (x)
1
e dx são da mesma natureza, isto é, são ambos convergentes.
1 f (x)
6.5 Exercı́cios resolvidos 497
b
1
Z
6.5.8. Mostre que o integral impróprio de 2.a espécie dx converge se α < 1
a (x − a)α
e diverge se α ≥ 1.
Resolução:
Se α = 1, tem-se
b
1
Z
lim dx = lim [ln |x − a|]bε = lim (ln |b − a| − ln |ε − a|) = +∞.
ε→a+ ε x−a ε→a+ ε→a+
b
1
Z
6.5.9. Mostre que o integral impróprio de 2.a espécie dx converge se α < 1
a (x − b)α
e diverge se α ≥ 1.
Resolução:
−α+1 ε
"
#
ε ε
1 (x − b)
Z Z
lim dx = lim (x − b)−α dx = lim =
ε→b− a (x − b)α ε→b− a ε→b− −α + 1
a
1 h
−α+1 −α+1
i
= lim (ε − b) − (a − b) =
−α + 1 ε→b−
−α+1
(a − b)
se α < 1,
= α−1
+∞ se α > 1.
Se α = 1, tem-se
ε
1
Z
lim dx = lim [ln |x − b|]εa = lim (ln |ε − b| − ln |a − b|) = −∞.
ε→b− a x−b ε→b− ε→b−
498 Integrais impróprios
+∞
1
Z
6.5.10. Mostre que o integral impróprio misto dx converge se
1 (x − 1) (x + 1)2α
α
1
< α < 1.
3
Resolução:
1.a espécie.
1
Comecemos por estudar o integral impróprio de 2.a espécie. Como >
(x − 1) (x + 1)2α
α
Z 2
1
0, para todo o x ∈ (1, 2] , α dx converge se α < 1 (ver Exercı́cio 6.5.8) e
1 (x − 1)
1
(x − 1) (x + 1)2α
α
1 1
lim = lim = 2α 6= 0, +∞,
x→1+ 1 x→1+ (x + 1) 2α 2
(x − 1)α
tem-se, pelo Corolário do critério geral da comparação, que o integral impróprio de 2.a
Z 2
1
espécie α 2α dx converge se α < 1.
1 (x − 1) (x + 1)
1
Estudemos agora o integral impróprio de 1.a espécie. Como α 2α > 0,
Z +∞ (x − 1) (x + 1)
1 1
para todo o x ∈ [2, +∞) , 3α
dx converge se α > e
2 x 3
1
(x − 1) (x + 1)2α
α
x3α
lim = lim =
x→+∞ 1 x→+∞ (x − 1)α (x + 1)2α
x3α " α 2α #
x x
= lim = 1 6= 0, +∞,
x→+∞ x−1 x+1
tem-se, pelo Corolário do critério geral da comparação, que o integral impróprio de 1.a
Z +∞
1 1
espécie α 2α dx converge α > 3 .
2 (x − 1) (x + 1)
Z +∞
1 1
Portanto, o integral impróprio misto α 2α dx converge se 3 < α < 1.
1 (x − 1) (x + 1)
6.5 Exercı́cios resolvidos 499
Calcule a área de A.
1
y= 2 y=x
x
1
Figura 6.10: Representação geométrica da região do plano limitada pelas curvas y = 2 ,
x
y = 0 e y = x.
Resolução:
1
Como o ponto de intersecção de y = e y = x é o ponto (1, 1) , tem-se que a área da
x2
região A é dada por
1 +∞
1
Z Z
A= xdx + dx.
0 1 x2
Como
1 1
x2
1
Z
xdx = =
0 2 0 2
e
b
1 b
1 1
Z
lim dx = lim − = lim − + 1 = 1,
b→+∞ 1 x2 b→+∞ x 1 b→+∞ b
tem-se que
1 +∞
1 1 3
Z Z
A= xdx + 2
dx = + 1 = .
0 1 x 2 2
500 Integrais impróprios
6.5.12.
a) Calcule a área da região do primero quadrante limitada pelo eixo dos yy e pelas
1
curvas y = 4, y = e y = x2 .
x2
b) Calcule a área da região do primero quadrante limitada pelo eixo dos xx, pelo eixo
1
dos yy e pelas curvas y = 4 e y = .
x2
Resolução:
y = x2 y = x2
y = x2 y = x2
( (
⇔ ⇔ ⇔
y= 1 1 = x2 x4 = 1 x = −1 ∨ x = 1
x 2 x2
1
isto é, os pontos de intersecção de y = x2 e y = são os pontos (−1, 1) e (1, 1) , tem-se
x2
que a área desta região é dada por
1
1 21 1
x3 1 x3
1 8
Z Z
2
2
− x2
A= 4−x dx + dx = 4x − + − − = .
0 1 x2 3 0 x 3 1 3
2 2
b) A região está representada na Figura 6.11 a sombreado. A área desta região é dada
por
1
+∞ Z b
1 1
Z Z 1
2
2
A = 4 dx + 2
dx = [4x]0 + lim dx =
0 1 x b→+∞ 1 x2
2 2
1 b
b
1
= 2 + lim − = 2 + lim − + 2 = 4.
b→+∞ x 1 b→+∞ b 1
2 2
6.5 Exercı́cios resolvidos 501
y= 4 y= 4
4 4
3 3
1 1
2
y = 2
y =
x2 x2
1 1
2
y= x
0.5 1 1.5 2 0.5 1 1.5 2
a) Sejam f, g : [a, +∞) −→ R duas funções contı́nuas tais que f (x) ≤ g (x) , para todo
Z +∞ Z +∞
o x ∈ [a, +∞) . Se g (x) dx é convergente, então f (x) dx é convergente.
a a
b) Seja f : R −→ R uma função contı́nua tal que f (x) > 0, para todo o x ∈ R,
Z +∞ Z +∞
x x+1
lim f (x) = +∞ e dx é convergente. Então, dx é convergente.
x→+∞ 1 1 + f (x) 1 f (x)
Z π
4 cos (2x)
c) O integral impróprio dx é divergente.
0
1
− sen x cos x
Z +∞2
3x
d) O integral impróprio 4
dx é divergente.
Z 1e 9 + x
1
e) O integral impróprio dx é divergente.
1 x ln x
Resolução:
1 1
a) Falso. Basta tomar f (x) = − e g (x) = 2 .
x x
x x+1
b) Verdadeira. Com efeito, como , > 0, para todo o x ∈ [1, +∞) , o
Z +∞ 1 + f (x) f (x)
x
integral dx é convergente e
1 1 + f (x)
x
1 + f (x) f (x) x
lim = lim = 1 6= 0, +∞,
x→+∞ x+1 x→+∞ 1 + f (x) x + 1
f (x)
+∞
x
Z
tem-se, pelo Corolário do critério geral da comparação, que os integrais dx
1 1 + f (x)
502 Integrais impróprios
+∞
x+1
Z
e dx são da mesma natureza, isto é, são ambos convergentes.
1 f (x)
ε ε ε
cos (2x) cos (2x) 2 cos (2x)
Z Z Z
lim dx = lim dx = lim dx =
ε→ π4 − 0
1 π−
ε→ 4 0
1 1 ε→ π4 − 0 1 − sen (2x)
− sen x cos x − sen (2x)
2 2 2
= lim [− ln |1 − sen (2x)|]ε0 =
ε→ π4 −
π
cos (2x)
Z
4
tem-se que o integral dx é divergente.
0
1
− sen x cos x
2
d) Falsa. Com efeito, como
2
Z b
3x x 3
Z b
1 b
Z x
lim dx = lim 3
2 2 dx = lim 2 2 dx =
b→+∞ 1 9 + x4 1 x b→+∞ 9 b→+∞ 2 1 x
1+ 1+
3 3
2 b 2
1 x 1 b 1 1
= lim arctg = lim arctg − arctg =
b→+∞ 2 3 1 b→+∞ 2 3 2 3
π 1 1
= − arctg ,
4 2 3
Z +∞
3x
tem-se que o integral dx é convergente e
1 9 + x4
Z +∞
3x π 1 1
4
dx = − arctg .
1 9+x 4 2 3
e Z e 1
1
Z
lim dx = lim x dx = lim [ln |ln x|]e = lim (ln ln e − ln ln ε) = +∞,
ε
ε→1+ ε x ln x ε→1+ ε ln x ε→1+ ε→1+
Z e
1
tem-se que o integral dx é divergente.
1 x ln x
6.6 Exercı́cios propostos 503
6.6.1. Calcule:
Z +∞ −1 +∞
arctg x 1 1
Z Z
a) dx; b) dx; c) dx.
0 1 + x2 −∞ x3 e x (ln x)2
+∞
xk
Z
6.6.5. Determine k de modo que o integral dx seja convergente.
1 1 + x3
6.6.6. Estude quanto à convergência os integrais seguintes, indicando o seu valor caso
seja convergente:
Z +∞ π
+∞
1 1
Z Z
2
a) dx; b) 2
dx; c) sen (2x) dx.
e x ln x 5 x − 6x + 8 −∞
504 Integrais impróprios
6.6.9. Estude quanto à convergência os integrais seguintes, indicando o seu valor caso
seja convergente:
Z +∞ 0 +∞
1 e2x 1
Z Z
a) dx; b) √ dx; c) dx;
5 (x − 4)2 −1 1 − e2x 1 (1 + x2 ) arctg x
1 +∞ 1
1 1 x4
Z Z Z
d) ln dx; e) 2
dx; f) dx;
0 x 2 x −1 −1 x4 − 1
+∞ 1
x5 2x + 3 − x2
Z Z
g) dx; h) dx.
2 16 − x4 0 (1 − x)2 (x2 − 2x + 5)
+∞ +∞ +∞
1 x 1 x
Z Z Z
− dx = dx − dx.
1 x x2 + 1 1 x 1 x2 + 1
+∞
sen (πx)
Z
6.6.12. Estude a natureza do integral dx.
1 xα
1
6.6.13. Determine área da região limitada pela curva y = e o eixo dos xx.
1 + x2
1
6.6.14. Determine área da região limitada pelas curvas y = p , x = −3 e x = 2.
|x|
506 Integrais impróprios
π2 1
6.6.1. a) ; b) − ; c)1.
8 2
k) convergente.
ln 3
6.6.5. k < 2. 6.6.6. a) divergente; b) ; c) divergente.
2
π π
6.6.7. a) 6; b) −1; c) ; d) divergente; e) .
2 4
√ ln 3
6.6.9. a) 1; b) 1 − e−2 ; c) ln 2; d) 1; e) ;
2
divergente se α ≤ 0.
√ √
6.6.13. π. 6.6.14. 2 2+ 3 .
Capı́tulo 7
Zenão, um filósofo da Grécia antiga, propôs aos seus contemporâneos o paradoxo se-
guinte:
Aquiles, colocado a dada distância de uma tartaruga, tenta alcançá-la, correndo. Ora,
dizia Zenão, apesar de Aquiles ser um atleta olı́mpico, nunca poderá alcançar a tartaruga,
porque, antes de percorrer toda a distância que o separa dela, terá de percorrer metade e
depois de percorrer esta metade, terá de vencer um quarto da distância e assim sucessivas
e infinitas vezes.
Hoje, mais de 2400 anos depois de Zenão ter colocado este problema, podemos afirmar
que ele estava simultaneamente certo e errado. De facto imaginemos, para simplificar, que
a tartaruga está imóvel e que Aquiles corre com uma velocidade constante, ver Figura
7.1. Suponhamos que Aquiles necessita de T minutos para percorrer a primeira metade
da distância que o separa da tartaruga. Sendo a sua velocidade constante, ele gastará
T T
minutos para percorrer um quarto da distância, minutos para percorrer uma oitava
2 4
parte e assim sucessivamente. O tempo total necessário, isto é, a “soma” de todos estes
507
508 Séries de números reais
T T T
T+ + + ··· + n + ··· . (7.1)
2 4 2
0 T T T
2 4
A experiência diz-nos que o corredor que corre com velocidade constante alcançará a
tartaruga ao fim do dobro do tempo necessário para alcançar o ponto médio, isto é, deverá
gastar 2T minutos para alcançar a tartaruga, pelo que a “soma” em (7.1) deverá ser igual
T T T
T+ + + · · · + n + · · · = 2T ? (7.2)
2 4 2
Note-se que o primeiro membro desta igualdade é uma “soma” com um número infinito
de parcelas. Para calcularmos, caso exista, esta soma, começamos por calcular a soma dos
lim sn = 2T,
n
T T T
T+ + + · · · + n + · · · = 2T,
2 4 2
509
e, como tal, é de esperar que nem todas as somas se possam efectuar, uma vez que nem
todas as sucessões são convergentes. A estas “somas com um número infinito de parcelas”
chamaremos séries ou séries infinitas, pelo que dizemos que com a noção de série preten-
constante é tal que para percorrer a primeira metade do caminho precisa de T minutos,
T
para percorrer um quarto do caminho precisa de minutos, para um oitavo do caminho
2
T
precisa de minutos e assim sucesssivamente. Neste caso o tempo total necessário para
3
que Aquiles alcance a tartaruga é dado por
T T T
T+ + + ··· + + ··· . (7.3)
2 3 n
Como veremos na Secção 7.2, esta série é divergente e, portanto, se Aquiles seguisse
teoria das séries. Na primeira secção introduzimos a definição de série e na Secção 7.2
séries de Mengoli. Na Secção 7.3 apresentamos as propriedades gerais das séries mais
para tal introduzidos vários critérios de convergência. Na Secção 7.5, são estudadas as
510 Séries de números reais
simples e absoluta. Na Secção 7.6, é introduzido o conceito de resto de uma série e são
ainda demonstradas algumas das suas propriedades. Na Secção 7.7 estuda-se a associação
e reordenação dos termos de uma série e na Secção 7.8 estuda-se o produto de Cauchy
Definição 7.1.1 Uma série de termos reais é um par ordenado de sucessões de termos
reais ((xn )n , (sn )n ) em que a segunda, chamada sucessão das somas parciais, se obtém a
sn = x1 + x2 + · · · + xn .
Caso a sucessão das somas parciais convirja em R, o seu limite representa-se por s
+∞
X
ou por xn e chama-se soma da série, a qual se diz convergente. Caso a sucessão das
n=1
somas parciais divirja, a série diz-se divergente.
+∞
X +∞
X
iii) Definimos xn mas há situações em que é conveniente considerarmos xn ou
n=1 n=0
+∞
X
xn , com p > 1 fixo. É claro que as restantes definições são análogas. Tem-se, por
n=p
exemplo, para a sucessão das somas parciais
sn = x0 + x1 + x2 + · · · + xn ,
sn = xp + xp+1 + xp+2 + · · · + xn ,
termos.
2 + 4 + 8 + · · · + 2n + · · · .
1 − 2n
s n = 2 + 4 + 8 + · · · + 2n = 2 = −2 + 2n+1 ,
1−2
pelo que
lim sn = +∞
n
e, portanto, a série é divergente, não fazendo sentido falarmos de soma da série, embora,
Vamos de seguida estudar dois tipos de séries muito importantes: as séries geométricas
e as séries de Mengoli.
+∞
X
xn = 1 + x + x2 + · · · + xn + · · · ,
n=0
Estas séries têm uma propriedade incomum: é possı́vel obter uma expressão explı́cita
sn = 1 + x + x2 + · · · + xn−1 + xn ,
xsn = x + x2 + x3 + · · · + xn + xn+1 ,
sn − xsn = 1 − xn+1 ,
donde
n+1
1−x
se x 6= 1,
sn = 1−x (7.4)
n+1 se x = 1.
Teorema 7.2.1 A série geométrica converge sse a razão x verifica |x| < 1. Em caso de
1
convergência, a soma s é igual a .
1−x
Demonstração: Consequência imediata de (7.4), considerando os casos |x| < 1, |x| > 1
e |x| = 1.
+∞
X 1
Exemplo 7.2.2 Mostremos que a série é convergente e calculemos a sua soma.
10n
n=0
Comecemos por observar que
+∞
X 1 1 1 1
n
=1+ + 2 + ··· + n + ··· .
10 10 10 10
n=0
7.2 Série geométrica, séries de Mengoli e série harmónica 513
1
Trata-se de uma série geométrica de razão |x| = < 1, pelo que é convergente, com
10
1 10
soma s = = .
1 9
1−
10
Outro tipo de séries em que podemos estudar a sucessão das somas parciais e, caso seja
Caso particular
+∞
X
Consideremos a série xn em que o termo geral se pode escrever sob a forma
n=1
xn = an − an+1 , para uma certa sucessão (an )n .
Então,
sn = x1 + x2 + · · · + xn−1 + xn =
+∞
X
xn = lim sn = a1 − lim an .
n n
n=1
+∞
X 1
Exemplo 7.2.3 Consideremos a série e determinemos a sucessão das so-
n (n + 1)
n=1
mas parciais associada.
Como
1 1 1
= − ,
n (n + 1) n n+1
podemos escrever
1 1 1 1 1 1 1 1
sn = 1 − + − + ··· + − + − =1− ,
2 2 3 n−1 n n n+1 n+1
+∞
X 1
= 1.
n (n + 1)
n=1
+∞
X 1
Exemplo 7.2.4 Consideremos a série e determinemos a sucessão das so-
(n − 1) n
n=2
mas parciais associada.
Como
1 1 1
= − ,
(n − 1) n n−1 n
podemos escrever
1 1 1 1 1 1 1 1
sn = 1 − + − + ··· + − + − =1− ,
2 2 3 n−2 n−1 n−1 n n
+∞
X 1
= 1.
(n − 1) n
n=2
+∞
X √ √
Exemplo 7.2.5 Provemos agora que a série n− n + 1 é divergente.
n=1
√
Com efeito, como lim an = lim n = +∞, conclui-se que é uma série de Mengoli
n n
divergente.
Caso geral
+∞
X
Mais geralmente, seja xn uma série em que o termo geral se pode escrever sob a
n=1
forma xn = an − an+k , para uma certa sucessão (an )n e onde k é um número natural.
Entao,
n
X n
X n
X
sn = x1 + x2 + · · · + xn = (ai − ai+k ) = ai − ai+k =
i=1 i=1 i=1
= a1 + · · · + ak − (an+1 + · · · + an+k ) .
7.2 Série geométrica, séries de Mengoli e série harmónica 515
Portanto, sendo bn = an+1 + · · · + an+k , (sn )n converge sse (bn )n converge e, neste
caso,
lim sn = a1 + · · · + ak − lim bn .
n n
+∞
X
xn = a1 + · · · + ak − ka.
n=1
+∞
X n
Exemplo 7.2.6 Consideremos a série ln e estudemos a sua natureza.
n+1
n=1
Comecemos por observar que
+∞ +∞
X n X
ln = [ln n − ln (n + 1)] .
n+1
n=1 n=1
= ln 1 − ln (n + 1) = − ln (n + 1) ,
+∞ +∞
X 1 X 1
Exemplo 7.2.7 Consideremos a série 2
= e estudemos a sua
n + 2n n (n + 2)
n=1 n=1
natureza.
Comecemos por observar que o termo geral pode escrever-se sob a forma xn = an −an+k ,
para uma certa sucessão (an )n e onde k é um número natural. Com efeito,
1 A A 2A
= − =
n (n + 2) n n+2 n (n + 2)
1
e, portanto, A = . Assim,
2
+∞ +∞
X 1 X 1 1
= − ,
n (n + 2) 2n 2 (n + 2)
n=1 n=1
516 Séries de números reais
1
onde an = e k = 2. Então,
2n
1 1 3
lim sn = a1 + a2 − 2 lim an = + −2×0= ,
n n 2 4 4
isto é,
+∞
X 1 3
= .
n2 + 2n 4
n=1
+∞
X 1
Outro exemplo muito importante é o da série harmónica: .
n
n=1
Esta série é divergente. Com efeito, a sucessão das somas parciais,
1 1 1
sn = 1 + + + ··· + ,
2 3 n
não é uma sucessão de Cauchy, pelo que não é convergente (ver [SV 12a]).
Vamos agora enunciar e demonstrar algumas propriedades gerais das séries, que na
+∞
X +∞
X
Teorema 7.3.1 A série xn converge sse existe p ∈ N tal que a série xn converge.
n=1 n=p
sn = x1 + x2 + · · · + xn e s′n = xp + xp+1 + · · · + xn ,
sn = x1 + · · · + xp−1 + s′n ,
7.3 Propriedades gerais das séries 517
o que demonstra o teorema, pois (sn )n converge sse (s′n )n converge e, sendo convergentes,
tem-se
+∞
X +∞
X
xn = x1 + · · · + xp−1 + xn .
n=1 n=p
um número finito de termos, mas a soma é, em geral, alterada. Portanto, duas séries
que coincidam excepto num número finito de termos têm a mesma natureza, mas não
+∞ n +∞ n
X 1 X 1
necessariamente a mesma soma. Por exemplo, =1e = 2.
2 2
n=1 n=0
+∞
X +∞
X
Teorema 7.3.3 i) Se xn é uma série convergente e k ∈ R, então a série (kxn ) é
n=1 n=1
+∞
X +∞
X
convergente e tem-se (kxn ) = k xn .
n=1 n=1
+∞
X +∞
X +∞
X
ii) Se xn e yn são duas séries convergentes, então a série (xn + yn ) é con-
n=1 n=1 n=1
+∞
X +∞
X +∞
X
vergente e tem-se (xn + yn ) = xn + yn .
n=1 n=1 n=1
+∞ n n n +∞
!
X X X X X
Demonstração: i) (kxn ) = lim (kxi ) = lim k xi = k lim xi = k xn .
n n n
n=1 i=1 i=1 i=1 n=1
+∞
X +∞
X
Portanto, a série (kxn ) converge para k xn .
n=1 n=1
+∞ n n n n n
!
X X X X X X
ii) (xn + yn ) = lim (xi + yi ) = lim xi + yi = lim xi + lim yi =
n n n n
n=1 i=1 i=1 i=1 i=1 i=1
+∞
X +∞
X
= xn + yn .
n=1 n=1
+∞
X +∞
X +∞
X
Portanto, a série (xn + yn ) converge para xn + yn .
n=1 n=1 n=1
518 Séries de números reais
+∞
X 7
Exemplo 7.3.4 Mostremos que a série é convergente e calculemos a sua soma.
10n
n=1
Comecemos por observar que
+∞
X 7 7 7 7 7 7 1 1 1
= + + + ··· + n + ··· = 1+ + + ··· + n + ··· .
10n 10 102 103 10 10 10 102 10
n=1
1
Trata-se de uma série geométrica de razão |x| = < 1, pelo que é convergente, com
10
7 1 7
soma s = = .
10 1 9
1−
10
+∞
X
Teorema 7.3.5 Se xn é uma série convergente, então (xn )n é um infinitésimo.
n=1
sn = x1 + x2 + · · · + xn .
sn−1 = x1 + x2 + · · · + xn−1 .
xn = sn − sn−1 ,
isto é, (xn )n é a diferença de duas sucessões convergentes com o mesmo limite, isto é,
(xn )n é um infinitésimo.
Observação 7.3.6 i) A recı́proca deste teorema não é verdadeira, como mostra a série
harmónica.
+∞ 2 +∞
X n +2 X
Exemplo 7.3.7 As séries e cos (nπ) são ambas divergentes.
n2 + n
n=1 n=1
Com efeito, o termo geral da primeira converge para 1 e o da segunda não tem limite.
7.4 Séries de termos não negativos. Séries de Dirichlet 519
Simbolicamente
+∞
X
Demonstração: A série xn é convergente sse (sn )n é convergente sse (sn )n é uma
n=1
sucessão de Cauchy sse
Observação 7.3.9 Este critério afirma que uma série é convergente sse a correspondente
Nesta secção vamos enunciar e demonstrar alguns resultados que permitem estudar a
natureza de séries de termos não negativos, isto é, séries de termos superiores ou iguais
a zero. Como a natureza de uma série não é alterada modificando um número finito
de termos, estes resultdos também nos permitem tirar conclusões no caso das séries que
tenham apenas um número finito de termos negativos. Também no caso em que todos
os termos da série, ou todos excepto um número finito de termos, são inferiores ou iguais
X
a zero, se podem usar estes resultados estudando a série (−xn ) que é uma série de
n
520 Séries de números reais
X
termos não negativos e tem a mesma natureza da série xn , pois uma resulta da outra
n
pela multiplicação pelo escalar −1 6= 0.
X X
Teorema 7.4.1 Seja xn uma série de termos não negativos. A série xn é conver-
n n
gente sse a sucessão da somas parciais é limitada.
X
Demonstração: Sendo xn uma série de termos não negativos, a correspondente
n
sucessão das somas parciais é crescente. Com efeito, tem-se para qualquer n ∈ N,
sn+1 − sn = xn+1 ≥ 0.
Finalmente, uma sucessão crescente é convergente sse for majorada (caso contrário, a
X
Observação 7.4.2 É claro que se a série xn tiver um número finito de termos nega-
n
tivos, então existe uma ordem p ∈ N a partir da qual se tem xn ≥ 0 e, portanto, (sn )n é
crescente para n > p. Como a convergência de uma sucessão não depende de um número
n ∈ N.
X
respectivamente, tem-se que sn ≤ s′n , para todo o n ∈ N. Por outro lado, sendo yn
n
convergente, então, pelo Teorema 7.4.1, (s′n )n é limitada e, portanto, também (sn )n é
limitada.
X
Assim, xn é uma série de termos não negativos cuja sucessão das somas parciais é
n X
limitada, pelo que xn é convergente.
n
ii) É o contra-recı́proco de i).
∞
X 1
Exemplo 7.4.4 Consideremos a série e estudemos a sua natureza.
n2
n=1
∞ ∞
X 1 X 1
Comecemos por recordar que as séries de Mengoli e são
n (n + 1) (n − 1) n
n=1 n=2
convergentes (ver Exemplos 7.2.3 e 7.2.4).
∞
X 1
Exemplo 7.4.5 A série , com α ≤ 1, é divergente.
nα
n=1
∞
X 1
Com efeito, comparando com a série harmónica , que é divergente, e por
n
n=1
1 1
0 ≤ ≤ α , para todo o n ∈ N, tem-se o resultado.
n n
∞
X 1
Exemplo 7.4.6 A série , com α ≥ 2, é convergente.
nα
n=1
∞
X 1
Com efeito, comparando com a série , que é convergente (ver Exemplo 7.4.4), e
n2
n=1
1 1
por 0 ≤ α ≤ 2 , para todo o n ∈ N, tem-se o resultado.
n n
522 Séries de números reais
∞
X 1
Observação 7.4.7 Mais tarde estudaremos o caso que falta, , com α ∈ (1, 2) , e
nα
n=1
provaremos que converge para estes valores de α.
∞
X 1
As séries da forma , com α ∈ R, chamam-se séries de Dirichlet. Estas séries vão
nα
n=1
ser extremamente úteis do ponto de vista prático, pois aplicando os critérios que estamos
a estudar podemos, a partir da natureza destas séries, tirar conclusões sobre a natureza
de outras séries.
+∞
sen x
Z
Exemplo 7.4.8 O integral dx é convergente, mas não absolutamente conver-
1 x
gente.
+∞
sen x
Z
No Exemplo 6.1.28 mostrámos que o integral dx é convergente. Provemos
1 x Z
+∞
sen x
agora que a convergência não é absoluta, isto é, que o integral dx é divergente.
1Z x
+∞
sen x
A divergência deste integral decorre da divergência do integral dx.
π x
Com efeito,
+∞ ∞ (n+1)π
sen x sen x
Z X Z
dx = dx
π x x
n=1 nπ
X X
Corolário 7.4.9 (Corolário do critério geral da comparação) Sejam xn e yn
n n
xn +
duas séries tais que xn ≥ 0 e yn > 0, para todo o n ∈ N, e L = lim com L ∈ R0 ou
n yn
L = +∞.
7.4 Séries de termos não negativos. Séries de Dirichlet 523
X X
i) Se L ∈ R+ , então as séries xn e yn são da mesma natureza, isto é, são ambas
n n
convergentes ou ambas divergentes.
X X
ii) Se L = 0, então a convergência de yn implica a convergência de xn e a
X n X n
divergência de xn implica a divergência de yn .
n Xn X
iii) Se L = +∞, então a convergência de xn implica a convergência de yn e a
X n
X n
divergência de yn implica a divergência de xn .
n n
xn
Demonstração: i) Suponhamos que lim = L ∈ R+ . Aplicando a definição de limite
n yn
xn
à sucessão ,
yn n
xn
∀δ > 0 ∃p ∈ N ∀n ∈ N : n > p =⇒ − L < δ,
yn
xn
L−δ < < L + δ, para n > p.
yn
Em particular, escolhendo δ > 0 tal que 0 < δ < L, tem-se L − δ, L + δ > 0 e por
yn > 0, tem-se
Portanto, aplicando agora o critério anterior a (L − δ) yn < xn , para n > p, resulta que
X X
se a série xn é convergente também a série (L − δ) yn , com L − δ 6= 0, é convergente
n X n X
e, consequentemente, yn é convergente. Resulta também que se a série yn é diver-
Xn n
gente também a série (L − δ) yn , com L − δ 6= 0, é divergente e, consequentemente,
X n
xn é divergente.
n
Analogamente, aplicando o critério anterior a xn < (L + δ) yn , para n > p, resulta que
X X
se a série xn é divergente também a série (L + δ) yn , com L + δ 6= 0, é divergente e,
n X n X
consequentemente, yn é divergente. Resulta também que se a série yn é convergente
n n
524 Séries de números reais
X X
também a série (L + δ) yn , com L + δ 6= 0, é convergente e, consequentemente, xn
n n
é convergente.
∞
X 1
Exemplo 7.4.10 Consideremos de novo a série .
n2
n=1
∞
X 1
Recorde-se que quando estudámos, no Exemplo 7.4.4, a natureza da série nada
n2
n=1
∞
X 1 1
pudemos concluir quando a comparámos com a série , pois 0 ≤ ≤
n (n + 1) n (n + 1)
n=1
∞
1 X 1
≤ 2 , para todo o n ∈ N. No entanto, ao compararmos com a série , para
n (n − 1) n
n=2
n ≥ 2, já pudemos concluir, pela aplicação do Critério geral da comparação, que é conver-
∞
1 1 X 1
gente, pois 0 ≤ 2 ≤ , para n ≥ 2, e a série é convergente.
n (n − 1) n (n − 1) n
n=2
1 1
Neste momento, sabendo que 2 > 0, > 0, para todo n ∈ N, aplicando o
n n (n + 1)
∞
X 1
Corolário do critério geral da comparação, podemos comparar a série com a série
n2
n=1
1
∞
X 1 n2 n (n + 1)
. Como L = lim = lim = 1 6= 0, +∞, então as séries são
n (n + 1) n 1 n n2
n=1
n (n + 1)
da mesma natureza, isto é, são ambas convergentes.
∞
X 1
Exemplo 7.4.11 Consideremos a série sen .
n
n=1
1 h πi 1
Comecemos por obervar que ∈ (0, 1] ⊆ 0, , pelo que sen ≥ 0, para todo o
n 2 n
7.4 Séries de termos não negativos. Séries de Dirichlet 525
1
1 sen ∞
1
n = 1 6= 0, +∞ e a série
X
n ∈ N. Como > 0, para todo o n ∈ N, L = lim é
n n 1 n
n=1
n
divergente, tem-se, pelo Corolário do critério geral da comparação, alı́nea i), que a série
é divergente.
∞ ∞
X X 1
Exemplo 7.4.12 Consideremos a série e−n = .
en
n=1 n=1
∞
X 1 1 1
Comecemos por comparar com a série . Como n , > 0, para todo o n ∈ N,
n e n
n=1
1
∞
e n n X 1
L = lim = lim n = 0 e a série é divergente, nada podemos concluir, pela
n 1 n e n
n=1
n
aplicação do Corolário do critério geral da comparação.
∞
X 1 1 1
Comparemos agora com a série . Como n , 2 > 0, para todo o n ∈ N,
n2 e n
n=1
1
∞
e n n2 X 1
L = lim = lim n = 0 e a série é convergente, podemos concluir que a série
n 1 n e n2
n=1
n2
dada é convergente, pela aplicação do Corolário do critério geral da comparação, alı́nea
ii).
∞
X 1
Exemplo 7.4.13 Consideremos a série .
n3 + n
n=1
1 1
Trata-se de uma série convergente. Com efeito, como 0 ≤ ≤ 3 , para todo o
n3 +n n
∞
X 1
n ∈ N, e a série é uma série de Dirichlet (α = 3), tem-se, pelo Critério geral da
n3
n=1
comparação, que a série é convergente.
X X
Teorema 7.4.14 (Critério da comparação de razões) Sejam xn e yn duas
n n
xn+1 yn+1
séries tais que xn > 0 e yn > 0, para todo n ∈ N, e ≤ a partir de certa ordem
xn yn
n > p. Então,
X X
i) se yn converge, o mesmo acontece com xn ;
n
X Xn
ii) se xn diverge, o mesmo acontece com yn .
n n
526 Séries de números reais
X
Corolário 7.4.15 (Critério da razão) Seja xn uma série de termos positivos, isto
n
é, xn > 0, para todo o n ∈ N.
xn+1 X
i) Se existirem k < 1 e p ∈ N tais que ≤ k, para n > p, então a série xn é
xn n
convergente.
xn+1 X
ii) Se existir p ∈ N tal que ≥ 1, para qualquer n > p, então a série xn é
xn n
divergente.
X
Corolário 7.4.16 (Critério de D’Alembert) Se xn é uma série de termos positivos
n
xn+1
e tem limite L finito ou +∞, então
xn
X
i) se L < 1, a série xn é convergente;
n
X
ii) se L > 1, a série xn é divergente.
n
xn+1
Demonstração: i) Suponhamos que L = lim < 1. Por definição de sucessão con-
n xn
vergente, para qualquer δ > 0, existe p ∈ N tal que
xn+1
− L < δ, para n > p,
xn
ou ainda,
xn+1
< L + δ, para n > p.
xn
7.4 Séries de termos não negativos. Séries de Dirichlet 527
Como L < 1, podemos escolher δ > 0 de modo que L + δ < 1 e aplicar o Critério da
X
razão com k = L + δ para concluirmos que a série xn é convergente, pois neste caso
n
xn+1
0< < k < 1.
xn
xn+1
ii) Analogamente, suponhamos que L = lim > 1. Por definição de sucessão
n xn
convergente, para qualquer δ > 0, existe p ∈ N tal que
xn+1
− L < δ, para n > p,
xn
ou ainda,
xn+1
> L − δ, para n > p.
xn
xn+1
Como L > 1, podemos escolher δ > 0 de modo que L − δ > 1. Assim, > 1, para
xn
X
n > p, e, pelo Critério da razão, a série xn é divergente.
n
xn+1
Se L = +∞, tem-se também > 1, para n > p.
xn
efeito,
1
∞
1
L = lim n + 1 = 1 e a série
X
é divergente
n 1 n
n=1
n
e
1
∞
(n + 1)2 X 1
L = lim = 1 e a série é convergente.
n 1 n2
n=1
n2
xn+1
ii) Decorre imediatamente do Critério da razão que, no caso de se ter L = lim =
n xn
X
1, pode ainda concluir-se que a série xn é divergente se a partir de certa ordem todos
n
os termos da sucessão forem maiores ou iguais ao seu limite ou, como também se diz, se
xn+1
converge para 1 por valores não inferiores a 1.
xn
∞
X 1 × 3 × 5 × · · · × (2n − 1)
Exemplo 7.4.18 Consideremos a série .
2 × 4 × 6 × · · · × (2n)
n=1
528 Séries de números reais
Comecemos por observar que se trata de uma série de termos positivos. Como
1 × 3 × 5 × · · · × (2n − 1) × (2n + 1)
xn+1 2 × 4 × 6 × · · · × (2n) × (2n + 2) 2n + 1 1
= = =1− ,
xn 1 × 3 × 5 × · · · × (2n − 1) 2n + 2 2n + 2
2 × 4 × 6 × · · · × (2n)
nem o Critério da razão nem o Critério de D’Alembert permitem tirar conclusões. Mas,
que
1
xn+1 2n + 1 2n n n + 1
= > = =
xn 2n + 2 2n + 2 n+1 1
n
∞ ∞
X 1 × 3 × 5 × · · · × (2n − 1) X 1
e, portanto, a série diverge, pois a série harmónica é
2 × 4 × 6 × · · · × (2n) n
n=1 n=1
divergente.
∞
X 2 × 4 × 6 × · · · × (2n)
Exemplo 7.4.19 Consideremos agora a série .
1 × 3 × 5 × · · · × (2n − 1)
n=1
Comecemos por observar que se trata de uma série de termos positivos. Como
2 × 4 × 6 × · · · × (2n) × (2n + 2)
xn+1 1 × 3 × 5 × · · · × (2n − 1) × (2n + 1) 2n + 2 1
= = =1+ −→ 1+ ,
xn 2 × 4 × 6 × · · · × (2n) 2n + 1 2n + 1 n→+∞
1 × 3 × 5 × · · · × (2n − 1)
tem-se, pelo Critério da razão, que a série dada é divergente.
∞
X 1
Exemplo 7.4.20 Consideremos a série .
n!
n=1
Trata-se de uma série de termos positivos e
1
xn+1 (n + 1)! n! 1
L = lim = lim = lim = lim = 0 < 1.
n xn n 1 n (n + 1)! n n+1
n!
∞
X 1
Portanto, pelo Critério de D’Alembert, a série é convergente.
n!
n=1
Também se pode concluir o mesmo se aplicarmos o Critério geral da comparação, pois
∞
1 1 X 1
0≤ ≤ , para n ≥ 2, e a série é convergente (ver Exemplo 7.2.4).
n! n (n − 1) n (n − 1)
n=2
7.4 Séries de termos não negativos. Séries de Dirichlet 529
X
Teorema 7.4.21 (Critério da raiz) Seja xn uma série de termos não negativos.
n
√ X
i) Se existirem k < 1 e p ∈ N tais que n xn ≤ k, para n > p, então a série xn é
n
convergente.
√ X
ii) Se n xn ≥ 1, para infinitos valores de n, então a série xn é divergente.
n
X
Demonstração: i) Como xn ≤ k n , para n > p, e k n é convergente, pois 0 < k < 1,
n X
tem-se, pelo Critério geral da comparação e pelo Teorema 7.2.1, que xn é convergente.
n
ii) Como xn ≥ 1 para infinitos valores de n, não se pode ter lim xn = 0 e, portanto, a
n
X
série xn é divergente.
n
X
Corolário 7.4.22 (Critério da raiz de Cauchy) Se xn uma série de termos não
n
√
negativos e nxn tem limite L finito ou +∞, então
X
i) se L < 1, a série xn é convergente;
n
X
ii) se L > 1, a série xn é divergente.
n
√
Demonstração: i) Suponhamos que L = lim n xn < 1. Por definição de sucessão conver-
n
√
| n xn − L| < δ, para n > p,
ou ainda,
√
n
xn < L + δ, para n > p.
Como L < 1, podemos escolher δ > 0 de modo que L + δ < 1 e aplicar o Critério da
X
raiz com k = L + δ para concluirmos que a série xn é convergente, pois neste caso
n
√
0≤ n xn < k < 1.
√
ii) Analogamente, suponhamos que L = lim n xn > 1. Por definição de sucessão con-
n
√
| n xn − L| < δ, para n > p,
530 Séries de números reais
ou ainda,
√
n
xn > L − δ, para n > p.
√
Como L > 1, podemos escolher δ > 0 de modo que L − δ > 1. Assim, n xn > 1, para
X
n > p, e, pelo Critério da raiz, a série xn é divergente.
n
√
Se L = +∞, tem-se também n xn > 1, para n > p.
r ∞
n 1 X 1
L = lim = 1 e a série é divergente
n n n
n=1
e
r ∞
n 1 X 1
L = lim 2
= 1 e a série é convergente.
n n n2
n=1
ii) Mais uma vez, tal como para o Critério de D’Alembert, decorre imediatamente do
√
Critério da raiz que, no caso de se ter L = lim n xn = 1, pode ainda concluir-se que a série
n
X
xn é divergente se a partir de certa ordem todos os termos da sucessão forem maiores
n
√
ou iguais ao seu limite ou, como também se diz, se n xn converge para 1 por valores não
inferiores a 1.
∞
X 1
Exemplo 7.4.24 Consideremos a série √ .
n=1
nn
Trata-se de uma série de termos positivos e
s
√ 1 1
L = lim n
xn = lim n
√ = lim √ = 0 < 1.
n n nn n n
∞
X 1
Portanto, pelo Critério da raiz de Cauchy, a série √ é converente.
n=1
nn
7.4 Séries de termos não negativos. Séries de Dirichlet 531
A convergência desta série também pode ser justificada com a aplicação do Critério
n
1 1
geral da comparação, pois 0 ≤ n 2n
≤ , para todo o n ∈ N, e a série
[3 + (−1) ] 4
∞ n
X 1 1
é convergente, por ser uma série geométrica de razão igual a .
4 4
n=1
Este teorema dá-nos uma condição necessária e suficiente de convergência para séries
de termos não negativos e decrescente em sentido lato, isto é, uma sucessão tal que
∞
X ∞
X
x1 ≥ x2 ≥ · · · ≥ 0. A série xn converge sse a série 2n x2n = 2x2 + 4x4 + 8x8 + · · ·
n=1 n=1
converge.
∞
X
Demonstração: Se a série xn é convergente, também a série
n=1
∞
X
é convergente (pois é o produto por 2 da série que se obtém de xn quando suprimimos
n=1
o primeiro termo, com os termos associados da maneira indicada pelos parentesis, ver
Teorema 7.7.1). Como (xn )n é uma sucessão de termos não negativos e decrescente, os
termos da série em (7.5) são maiores ou iguais aos termos correspondentes da série
2x2 + 22 x4 + 23 x8 + · · · + 2n x2n + · · ·
∞
X
e, portanto, pode deduzir-se a convergência de 2n x2n .
n=1
∞
X ∞
X
Reciprocamente, se a série 2n x 2n é convergente tem-se que a série xn também
n=1 n=1
∞
X
é convergente, pois a sucessão das somas parciais (sn )n de xn é majorada. Com efeito,
n=1
como (sn )n é crescente basta verificar que a subsucessão (s2n −1 )n é majorada, o que resulta
de
∞
X ∞
X
onde (s′n )n é a sucessão das somas parciais da série 2n x2n e que é limitada por 2n x2n
n=1 n=1
ser convergente.
7.4 Séries de termos não negativos. Séries de Dirichlet 533
Vamos então usar este critério para concluirmos o estudo das séries de Dirichlet.
Note-se que o critério pode ser usado para qualquer α ≥ 0, pois neste caso a sucessão
1
é decrescente (em sentido lato se α = 0), e que para α < 0 não pode ser usado,
nα n
1
pois neste caso não é um infinitésimo.
nα n
∞
X 1
Portanto, aplicando o Critério da condensação de Cauchy, tem-se que é con-
nα
n=1
∞
2n x2n é convergente.
P
vergente sse a série
n=1
1
Com efeito, sendo xn = tem-se
nα
∞ ∞ ∞ ∞ ∞ n
X
n
X
n 1 X
n −nα
X
n(1−α)
X 1
2 x2n = 2 = 2 2 = 2 = ,
(2n )α 2α−1
n=1 n=1 n=1 n=1 n=1
1
e esta última série, que é uma série geométrica de razão , é convergente se α > 1.
2α−1
∞
X 1
Assim, em suma, as séries de Dirichlet convergem se α > 1 e divergem se α ≤ 1.
nα
n=1
Teorema 7.4.27 (Critério do integral) Seja f : [1, +∞) −→ R uma função contı́nua,
positiva e decrescente em [1, +∞) e, para cada n ∈ N, seja xn = f (n) . Então, a série
X∞ Z +∞
xn e o integral f (x) dx são da mesma natureza, isto é, são ambos convergentes
n=1 1
ou ambos divergentes.
intervalo limitado contido em [1, +∞), por aı́ ser monótona e limitada.
que é equivalente a
Z k+1
xk+1 ≤ f (x) dx ≤ xk ,
k
donde
n−1
X n−1
X Z k+1 n−1
X
xk+1 ≤ f (x) dx ≤ xk ,
k=1 k=1 k k=1
ou
Z n
sn − x1 ≤ f (x) dx ≤ sn−1 . (7.6)
1
Z n
Das desigualdades em (7.6) resulta imediatamente que lim sn e lim f (x) dx serão
n n 1
ambos finitos ou ambos iguais a +∞ e, portanto, que o integral e a série são da mesma
natureza.
Vejamos agora, pela aplicação do Critério do integral, a natureza das séries de Dirichlet
∞
X 1
no caso α > 0.
nα
n=1
1
Se α > 0 a função f (x) = é contı́nua, positiva e decrescente em [1, +∞) e tem-se
xα
∞
1 X 1
xn = α . Então, o teorema anterior permite concluir que a série de Dirichlet e
n nα
Z +∞ n=1
1
o integral dx são da mesma natureza. Como vimos na Secção 6.1 do Capı́tulo 6,
1 xα
o integral converge sse α > 1, pelo que a série de Dirichlet também converge sse α > 1, o
de zero.
7.5 Séries de termos sem sinal determinado. Convergência simples e absoluta 535
Passamos agora ao estudo de séries de termos de sinal variável. O que fazer se a série
X
Definição 7.5.1 Diz-se que uma série xn é absolutamente convergente sse a série
X n
|xn | é convergente.
n
X
Teorema 7.5.2 Toda a série xn absolutamente convergente é convergente. Além dis-
n
to, tem-se
+∞
X +∞
X
xn ≤ |xn | .
n=1 n=1
0 ≤ xn + |xn | ≤ 2 |xn | , ∀n ∈ N.
X X
Como a série |xn | é convergente também a série 2 |xn | é convergente e, pelo
n X n
Critério geral da comparação, também a série (xn + |xn |) é convergente.
n
Portanto, o resultado é imediato, pois
X X X
xn = (xn + |xn |) − |xn | .
n n n
X
Finalmente, tendo-se a convergência da série xn , para obter-se a desigualdade
n
+∞
X +∞
X
xn ≤ |xn | ,
n=1 n=1
536 Séries de números reais
X
Demonstração (outra demonstração): Seja xn uma série absolutamente conver-
n
gente. Para cada n ∈ N, definimos
(
xn se xn ≥ 0,
x+
n =
0 se xn < 0
e
(
0 se xn ≥ 0,
x−
n =
−xn se xn < 0.
X X
É claro que x+ − + −
n + xn = |xn | , xn − xn = xn e que as séries x+
n e x−
n são séries de
n n
termos não negativos tais que 0 ≤ x+
n ≤ |xn | , para todo o n ∈ N, e 0 ≤ x−
n ≤ |xn | , para
todo o n ∈ N.
XX
Então, pelo Critério geral da comparação, também as séries x+n e x−n são conver-
n X n X
gentes e, pelas propriedades algébricas das séries, também a série xn = (x+ −
n − xn )
X X n n
é convergente e a sua soma é igual a x+n − x −.
n
n nX
Finalmente, tendo-se a convergência da série xn , para obter-se a desigualdade
n
+∞
X +∞
X
xn ≤ |xn | ,
n=1 n=1
X
Observação 7.5.3 Como a série |xn | é uma série de termos não negativos podemos
n
aplicar todos os critérios enunciados na Secção 7.4 e, pelo teorema anterior, provada a
X X
convergência da série |xn | tem-se a convergência da série xn .
n n
Observação 7.5.4 Veremos mais à frente que existem séries que não são absolutamente
convergentes, mas que são convergentes, isto é, uma série pode ser convergente sem ser
absolutamente convergente.
7.5 Séries de termos sem sinal determinado. Convergência simples e absoluta 537
X
Definição 7.5.5 Diz-se que uma série xn é simplesmente convergente sse a série
X X n
xn é convergente e a série |xn | não é convergente.
n n
∞
X sen n
Exemplo 7.5.6 Consideremos a série .
2n
n=1
Como não se trata de uma série de termos não negativos, não podemos aplicar os
∞
sen n 1 X 1
resultados enunciados atrás. Mas, 0 ≤ n
≤ n
, para todo o n ∈ N, e a série
2 2 2n
n=1
é uma série geométrica convergente, pelo que, aplicando o Critério geral da comparação,
∞ ∞
X sen n X sen n
a série de termos não negativos n
é convergente e, portanto, a série é
2 2n
n=1 n=1
absolutamente convergente e, consequentemente, convergente.
∞
X cos n 3
Exemplo 7.5.7 A série é absolutamente convergente.
n
n=1
cos n 3 ∞
1 X 1
Com efeito, 0 ≤ ≤ , para todo o n ∈ N, e a série é uma série
n n3 n3
n=1
de Dirichlet convergente, pelo que, aplicando o Critério geral da comparação, a série
∞ ∞
X cos n 3 X cos n 3
é convergente, isto é, a série é absolutamente convergente.
n n
n=1 n=1
∞
1
(−1)n
X
Problema: A série não é absolutamente convergente. Será convergente?
n
n=1
Vamos de seguida enunciar alguns resultados que nos permitem estudar a natureza
+∞
X
Teorema 7.5.8 (Teorema de Dirichlet) Se xn é uma série (não necessariamente
n=1
convergente) com a sucessão das somas parciais sn = x1 + x2 + · · · + xn limitada e (yn )n
+∞
X
é uma sucessão decrescente com limite zero, então (xn yn ) é convergente.
n=1
|sn | ≤ L, ∀n ∈ N,
538 Séries de números reais
donde
Em cada uma das parcelas do segundo membro na igualdade anterior o primeiro factor
Finalmente, como (yn )n é um infinitésimo, para qualquer δ > 0, existe p ∈ N tal que
δ
yn+1 < se n > p
2L
e, portanto,
para qualquer n > p e qualquer k ∈ N, o que mostra o resultado, pelo Teorema 7.3.8.
+∞
X
No Teorema de Dirichlet, fortalecendo um pouco a hipótese sobre a série xn e
n=1
enfraquecendo um pouco a hipótese sobre a sucessão (yn )n obtemos o Teorema de Abel.
7.5 Séries de termos sem sinal determinado. Convergência simples e absoluta 539
+∞
X
Teorema 7.5.9 (Teorema de Abel) Se xn é uma série convergente e (yn )n é uma
n=1
sucessão decrescente de termos não negativos (não necessariamente com limite zero), então
+∞
X
(xn yn ) é convergente.
n=1
Demonstração: Como (yn )n é uma sucessão monótona e limitda, tem-se que (yn )n é
convergente. Seja y o seu limite. Então, (yn − y)n é uma sucessão decrescente com limite
zero.
+∞
X
Por outro lado, como a série xn é convergente, a sua sucessão das somas parciais,
n=1
(sn )n , é limitada.
+∞
X
Agora, aplicando o Teorema de Dirichlet, tem-se que a série [xn (yn − y)] é conver-
n=1
+∞
X
gente. Como a série (yxn ) é convergente, a igualdade xn yn = xn (yn − y) + yxn permite
n=1
+∞
X
concluir que a série xn yn é convergente.
n=1
∞
1
(−1)n
X
Exemplo 7.5.10 Consideremos a série .
n
n=1
∞
(−1)n é uma série com sucessão das somas
X
Trata-se de uma série convergente, pois
n=1
1
parciais limitada e a sucessão é decrescente com limite zero e aplicando o Teorema
n n
de Dirichlet tem-se o resultado.
∞ ∞ ∞
n 1 n 1 1
X X X
Assim, (−1) é uma série simplesmente convergente, pois (−1) =
n n n
n=1 n=1 n=1
é divergente.
Este é um exemplo tı́pico de uma situação em que se enquadram outras séries e que
+∞
(−1)n xn , com
X
Definição 7.5.11 Chamamos série alternada a uma série da forma
n=0
xn ≥ 0, para todo o n ∈ N0 .
540 Séries de números reais
Teorema 7.5.12 (Critério de Leibniz) Seja (xn )n uma sucessão decrescente com limi-
+∞
(−1)n xn é convergente. Além disto, a sua soma está em [x0 − x1 , x0 ] .
X
te zero. Então,
n=0
Demonstração: Sendo (sn )n a sucessão das somas parciais, temos que (s2n+1 )n e (s2n )n
Para estudarmos a monotonia e tendo em conta a hipótese de (xn )n ser uma sucessão
Logo,
Para provarmos que (s2n+1 )n e (s2n )n são ambas limitadas mostraremos que qualquer
dos termos da sucessão crescente (s2n+1 )n é menor ou igual a qualquer dos termos da
sucessão decrescente (s2n )n , isto é, que se p, q ∈ N, se tem necessariamente s2p+1 ≥ s2q .
Assim, as sucessões (s2n+1 )n e (s2n )n são ambas convergentes, por serem ambas mo-
s2n+1 = sn − x2n+1 ,
∞
1
(−1)n
X
Exemplo 7.5.14 Consideremos a série .
n2
n=1
Trata-se de uma série convergente. Com efeito, como a sucessão de termo geral
1
xn = tem limite zero e é decrescente, pois
n2
1 1 2n + 1
xn+1 − xn = 2 − n2 = − 2 < 0, ∀n ∈ N,
(n + 1) n (n + 1)2
∞
n
(−1)n
X
Exemplo 7.5.15 Consideremos a série .
n+1
n=1
Note-se que embora se trate de uma série alternada não verifica as condições do
isto é,
+∞
X
Rp = xn = xp+1 + xp+2 + xp+3 + · · · .
n=p+1
Observação 7.6.2 Quando aproximamos a soma de uma série convergente pela soma
parcial de ordem p cometemos um erro igual a Rp . Como, em geral, não é possı́vel calcular
o valor exacto do resto (tal como não é possı́vel calcular a soma de uma série), procura-se
Vamos estudar três casos clássicos em que se pode facilmente estimar o resto Rp .
Começamos com um resultado para a majoração do resto no caso das séries de termos
positivos.
+∞
X
Teorema 7.6.3 Seja xn uma série de termos positivos para a qual existe uma ordem
n=1
xn+1 xp+1
p e existe um número kp < 1 tais que ≤ kp , para n > p. Então, Rp ≤ .
xn 1 − kp
7.6 Resto de uma série 543
Demonstração: Comecemos por observar que, pelo Critério da razão, a série é conver-
gente.
xp+1
Rp ≤ xp+1 1 + kp + kp2 + kp3 + · · · =
,
1 − kp
xn+1 xp+2
Observação 7.6.4 Na prática, se for decrescente, podemos tomar kp = , desde
xn xp+1
xn+1 xn+1
que este número seja inferior a 1. Se for crescente, podemos tomar kp = lim ,
xn n xn
desde que este número seja inferior a 1.
+∞
X
Teorema 7.6.5 Seja xn uma série de termos não negativos para a qual existe uma
n=1
√ kpp+1
ordem p e existe um número kp < 1 tais que n xn ≤ kp , para n > p. Então, Rp ≤ .
1 − kp
Demonstração: Comecemos por observar que, pelo Critério da raiz, a série é convergente.
pois, por hipótese, xp+1 ≤ kpp+1 , xp+2 ≤ kpp+2 , xp+3 ≤ kpp+3 , xp+4 ≤ kpp+4 , e assim
√ √
Observação 7.6.6 Na prática, se n xn for decrescente, podemos tomar kp = p+1 xp+1 ,
√
desde que este número seja inferior a 1. Se n xn for crescente, podemos tomar
√
kp = lim n xn , desde que este número seja inferior a 1.
n
Teorema 7.6.7 Seja (xn )n uma sucessão decrescente com limite zero e seja Rp o resto
+∞
(−1)n xn . Então, |Rp | ≤ xp+1 , isto é, o erro, em valor absoluto, é
X
de ordem p da série
n=0
inferior ou igual ao primeiro termo que se despreza.
Demonstração: Comecemos por observar que, pelo Critério de Leibniz, a série é conver-
gente.
Como
tem-se
pelo que
Pelo Critério de Leibniz, a série alternada xp+1 −xp+2 +xp+3 −xp+4 +· · · é convergente
∞
1
(−1)n
X
Exemplo 7.6.8 Consideremos a série .
n
n=1
1 1 1 1
Se para a soma da série tomarmos o número −1 + − + − , cometemos um erro
2 3 4 5
1
R5 que verifica |R5 | ≤ .
6
7.7 Associação e reordenação dos termos de uma série 545
das parcelas, pelo que podemos ser levados a pensar que o mesmo sucede para somas com
um número infinito de parcelas, isto é, para séries. Mas, como vamos ver a seguir, tal não
é verdade.
X
Teorema 7.7.1 Se uma série xn converge, então qualquer série que se obtenha desta
n
por associação dos seus termos também converge e tem a mesma soma.
Demonstração: É consequência da sucessão das somas parciais da nova série ser uma
Observação 7.7.2 i) Pelo teorema anterior, podemos afirmar que a introdução de pa-
rêntesis numa série convergente conduz a uma nova série que é convergente e que tem a
ii) A recı́proca deste teorema é falsa, isto é, retirando os parêntesis a uma série con-
x0 + 1 − 1 + x1 + 1 − 1 + x2 + 1 − 1 + · · ·
1 1 1 1 1 1 1 1
√ −√ +√ −√ +√ −√ +· · ·+ √ −√ +· · ·
2−1 2+1 3−1 3+1 4−1 4+1 n+1−1 n+1+1
546 Séries de números reais
2 2 2 2
+ + + ··· + + ···
1 2 3 n
que é divergente, podemos concluir que a série dada também é divergente, pois, caso
uma série é uma série que se obtém da série dada usando todos os termos uma única vez,
mas trocando a ordem pela qual os termos são tomados. Por exemplo, a série harmónica
1 1 1 1 1
+ + + + ··· + + ···
1 2 3 4 n
tem as reoordenações
1 1 1 1 1 1
+ + + + ··· + + + ··· ,
2 1 4 3 2n 2n − 1
1 1 1 1 1 1
+ + + + + + ··· .
1 2 4 3 5 7
harmónica tomando um “termo ı́mpar”, dois “termos pares”, três “termos ı́mpares” e assim
1 1 1 1 1
− + − + − ···
1 2 3 4 5
7.7 Associação e reordenação dos termos de uma série 547
1
é convergente. Seja s a sua soma. Multiplicando esta série por , obtemos uma série
2
1 1 1 1 1
− + − + − ···
2 4 6 8 10
s
que também é convergente e que tem soma igual a . Então, podemos escrever
2
1 1 1 1 1 1 1 1
s = − + − + − + − + ···
1 2 3 4 5 6 7 8
s 1 1 1 1
= 0 + + 0 − + 0 + + 0 − + ··· .
2 2 4 6 8
3s 1 1 1 1 1 1 1 1 1
= + − + + − + + − + ··· .
2 1 3 2 5 7 4 9 11 6
3s
Os termos desta série, cuja soma é , são os mesmos da série inicial, cuja soma é s.
2
Portanto, uma reordenação na ordem dos termos de uma série convergente pode alterar
o valor da sua soma. No entanto, se a convergência da série inicial fosse absoluta esta
X X
Definição 7.7.4 Diz-se que uma série yn é uma reordenação de uma série xn sse
n n
existe uma bijecção ϕ : N −→ N tal que yn = xϕ(n) .
X
Diz-se que uma série xn é comutativamente convergente sse toda a reordenação de
X n
xn é convergente e tem a mesma soma.
n
X
Teorema 7.7.5 Seja xn uma série absolutamente convergente. Então, qualquer reor-
X n
denação de xn é convergente e tem a mesma soma, isto é, é comutativamente conver-
n
gente.
X X
Demonstração: Sejam xn uma série convergente com soma s e yn uma reor-
X n X n
denação de xn . Provemos que yn converge para s.
n n
548 Séries de números reais
q
X
|xk | = |xp+1 | + |xp+2 | + · · · + |xq | < δ e |sn − s| < δ.
k=p+1
Agora, seja r ∈ N tal que todos os termos x1 , . . . , xp estão contidos como parcelas em
q
X
|tm − sn | ≤ |xk | < δ.
k=p+1
Portanto, se m ≥ r, tem-se
X
Como δ > 0 é arbitrário, resulta que yn = s.
n
Observação 7.7.6 i) Pode mesmo provar-se que qualquer série que se obtém de uma série
absolutamente convergente, por reordenação dos seus termos, é uma série absolutamente
Portanto, reordenando uma série simplesmente convergente, podemos obter séries con-
duas séries.
+∞
1
(−1)n √ é convergente, mas
X
Por exemplo, a série
n=1
n
+∞ X+∞
1 1 1
(−1)n √ (−1)n √
X
=
n n n
n=1 n=1
+∞
1
(−1)n
X
é divergente. Outro exemplo, a série é convergente e a série
n
n=1
+∞ X+∞
n 1 n 1 1
X
(−1) (−1) =
n n n2
n=1 n=1
também é convergente.
X X
Em geral, pensando nas somas das séries, mesmo que xn e yn sejam ambas
! n ! n
X X X
convergentes, não há relação entre (xn yn ) e xn yn .
n n n
+∞
X +∞
X
Definição 7.8.1 Sejam xn e yn duas séries. Chamamos série produto no sentido
n=0 n=0
+∞
X
de Cauchy à série zn , onde zn = x0 yn + x1 yn−1 + · · · + xn−1 y1 + xn y0 .
n=0
z2 = x0 y2 + x1 y1 + x2 y0 , . . . , zn = x0 yn + x1 yn−1 + · · · + xn−1 y1 + xn y0 .
550 Séries de números reais
+∞
X +∞
X
ii) Se considerarmos as séries xn e yn , então a série produto de Cauchy é a
n=1 n=1
+∞
X
série zn , onde zn = x1 yn + x2 yn−1 + · · · + xn−1 y2 + xn y1 .
n=1
+∞
X +∞
X
iii) Pode acontecer que xn e yn sejam ambas convergentes e a série produto de
n=1 n=1
+∞
X
Cauchy zn seja divergente.
n=1
1
Com efeito, tomando, por exemplo, xn = yn = (−1)n √ , pelo Critério de Leibniz,
n
+∞
X +∞
X
tem-se que as séries xn e yn são ambas convergentes, e
n=1 n=1
n+1 1 1 1 1 1 1 1 1
zn = (−1) √ √ +√ √ +√ √ + ··· + √ √ ,
n 1 n−1 2 n−2 3 1 n
donde
1 1 1 1 1 1 n
|zn | ≥ √ √ + √ √ + · · · + √ √ = = 1,
n n n n n n n
+∞
X
pelo que (zn )n não converge para zero e a série zn é divergente.
n=1
Isto não aconteceria se a série de que partimos fosse absolutamente convergente em
série absolutamente convergente e a sua soma é o produto das somas das séries factores.
+∞
X +∞
X
Demonstração: Sejam xn e yn duas séries absolutamente convergentes e seja
n=0 n=0
+∞
X
zn o seu produto de Cauchy. Representemos por (Xn )n , (Yn )n e (Zn )n as sucessões
n=0
+∞
X +∞
X +∞
X
das somas parciais das séries xn , yn e zn , respectivamente, e por (X n )n , (Y n )n
n=0 n=0 n=0
e (Z n )n as sucessões das somas parciais das correspondentes séries dos módulos.
7.8 Produto de séries 551
Tem-se
≤ |x0 ||y0 | + |x0 ||y1 | + |x1 ||y0 | + · · · + |x0 ||yn | + |x1 ||yn−1 | + · · · + |xn−1 ||y1 | + |xn ||y0 | =
= X nY n.
+∞
X +∞
X
Como xn e yn são séries absolutamente convergentes, as sucessões (X n )n e
n=0 n=0
+∞
X
(Y n )n são limitadas e consequentemente (Z n )n também é limitada, pelo que a série |zn |
n=0
+∞
X
é convergente (ver Teorema 7.4.1). Logo, a série zn é absolutamente convergente.
n=0
Resta agora provar que a soma é o produto da somas factores.
Como já sabemos que a série produto é absolutamente convergente, tem-se que reor-
denando os seus termos a série é ainda absolutamente convergente e tem a mesma soma.
e, reordenada,
onde o n−ésimo termo da sucessão das somas parciais desta série é dado por
(x0 + x1 + · · · + xn ) (y0 + y1 + · · · + yn )
552 Séries de números reais
Observação 7.8.4 Note-se que basta que uma das séries seja absolutamente convergente
e que a outra seja convergente para garantir que a série produto converge para o produto
das somas das séries factores (Teorema de Mertens, ver, por exemplo, [CS 97], [JCF 90]
ou [MF 96]).
7.9 Exercı́cios resolvidos 553
1 1 1 1
c) + + + + ··· ;
3 8 15 24
1 1 1 1
d) + + + + ··· ;
1 × 5 5 × 9 9 × 13 13 × 17
1 1 1 1
e) + + + ··· .
2×3×4 3×4×5 4×5×6 5×6×7
Resolução:
5 5 5 5 5
a) O termo geral da série + + + + · · · é a sucessão xn = n , pelo que
3 9 27 81 3
+∞
X 5 5 5 5 5
n
= + + + + ··· .
3 3 9 27 81
n=1
1 5
Trata-se de uma série geométrica de razão x = e com primeiro termo igual a .
3 3
5
1 5
Como |x| = < 1, tem-se que a série é convergente e tem soma s = 3 = .
3 1 2
1−
3
1 1 1 1 1 1 1 1
b) O termo geral da série + + − + + + − +···
2 5 8 25 32 125 128 625
1 1
é a sucessão xn = n−1
+ (−1)n+1 n , pelo que
2×4 5
+∞
X 1 n+1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
+ (−1) = + + − + + + − +· · · .
2 × 4n−1 5n 2 5 8 25 32 125 128 625
n=1
+∞ +∞
1 1
(−1)n+1 n .
X X
Estudemos as séries e
2 × 4n−1 5
n=1 n=1
1
A primeira trata-se de uma série geométrica de razão x =
e com primeiro termo igual
4
1
1 1 2 2
a . Como |x| = < 1, tem-se que a série é convergente e tem soma s1 = = .
2 4 1 3
1−
4
554 Séries de números reais
1
A segunda trata-se de uma série geométrica de razão x = − e com primeiro termo
5
1 1 1
igual a . Como |x| = − = < 1, tem-se que a série é convergente e tem soma
5 5 5
1
1
s2 = 5 = .
1 6
1+
5
+∞
X 1 n+1 1
Portanto, a série + (−1) também é convergente e tem soma igual
2 × 4n−1 5n
n=1
2 1 5
a s = s1 + s2 = + = .
3 6 6
1 1 1 1 1
c) O termo geral da série + + + + · · · é a sucessão xn = 2 , para n ≥ 2,
3 8 15 24 n −1
pelo que
+∞
X 1 1 1 1 1
= + + + + ··· .
n2 −1 3 8 15 24
n=2
1 1
Trata-se de uma série de Mengoli, onde = .
n2 − 1 (n − 1) (n + 1)
Como
1 A B (A + B) n + A − B
= + = ,
(n − 1) (n + 1) n−1 n+1 (n − 1) (n + 1)
tem-se
1
(
A+B =0
(
A = −B A = −B A=
2
⇔ ⇔ 1 ⇔
A−B =1 −B − B = 1 B=− B = −1
2 2
ou seja,
1 1 1 1
= − .
(n − 1) (n + 1) 2 n−1 n+1
1 1 1 1 1 1 1 1 1 1
sn = 1− + − + − + ··· + − + − =
2 3 2 4 3 5 n−2 n n−1 n+1
1 1 1 1
= 1+ − − ,
2 2 n n+1
3
pelo que lim sn = .
n 4
7.9 Exercı́cios resolvidos 555
3
Logo, a série é convergente e o valor da sua soma é , isto é,
4
+∞
X 1 3
= .
n2 −1 4
n=2
1 1 1 1
d) O termo geral da série + + +· · · é a sucessão xn = ,
1 × 5 5 × 9 9 × 13 (4n − 3) (4n + 1)
pelo que
+∞
X 1 1 1 1
= + + + ··· .
(4n − 3) (4n + 1) 1 × 5 5 × 9 9 × 13
n=1
1 A B (4A + 4B) n + A − 3B
= + = ,
(4n − 3) (4n + 1) 4n − 3 4n + 1 (4n − 3) (4n + 1)
tem-se
1
(
4A + 4B = 0
(
A = −B A = −B A=
4
⇔ ⇔ ⇔
A − 3B = 1 −B − 3B = 1 B = −1 B = −1
4 4
ou seja,
1 1 1 1
= − .
(4n − 3) (4n + 1) 4 4n − 3 4n + 1
1 A B (A + B) n + 3A + B
= + = ,
(n + 1) (n + 2) (n + 3) (n + 1) (n + 2) (n + 2) (n + 3) (n + 1) (n + 2) (n + 3)
tem-se
1
(
A+B =0
(
A = −B A = −B A=
2
⇔ ⇔ 1 ⇔
3A + B = 1 −3B + B = 1 B=− B = −1
2 2
ou seja,
1 1 1 1
= − .
(n + 1) (n + 2) (n + 3) 2 (n + 1) (n + 2) (n + 2) (n + 3)
7.9.2. Estude quanto à convergência as séries seguintes, indicando a soma das que são
convergentes:
∞ ∞ ∞
X X 1 X 3n − 2n
a) 3−n ; b) ; c) ;
n (n + 3) 6n
n=1 n=1 n=1
∞ ∞ ∞ √ √
X 1 X n X n+1− n
d) 2
; e) ln ; f) √ ;
n + 2n n+1 n2 + n
n=1 n=1 n=1
∞ ∞ ∞
2n + n2 + n
X 2 1 X X
5−n 3n+2 ;
g) ln 1 + + 2 ; h) i) .
n n 2n+1 n (n + 1)
n=1 n=1 n=1
7.9 Exercı́cios resolvidos 557
Resolução:
∞ ∞
X X 1
a) Comecemos por notar que 3−n = .
3n
n=1 n=1
1 1
Trata-se de uma série geométrica de razão x = e com primeiro termo igual a .
3 3
1
1 1
Como |x| = < 1, tem-se que a série é convergente e tem soma s = 3 = .
3 1 2
1−
3
∞
X 1
b) Comecemos por notar que é uma série de Mengoli. Como
n (n + 3)
n=1
1 A B (A + B) n + 3A
= + = ,
n (n + 3) n n+3 n (n + 3)
tem-se 1
A=
( (
A+B =0 A = −B
3
⇔ ⇔
3A = 1 3A = 1 B = −1
3
ou seja,
1 1 1 1
= − .
n (n + 3) 3 n n+3
11
pelo que lim sn = .
n 18
11
Logo, a série é convergente e o valor da sua soma é , isto é,
18
∞
X 1 11
= .
n (n + 3) 18
n=1
∞ ∞ n ∞
3n − 2n 2n
X X 3 X 1 1
c) Comecemos por notar que = − = − .
6n 6n 6n 2n 3n
n=1 n=1 n=1
∞ ∞
X 1 X 1
Estudemos as séries e .
2n 3n
n=1 n=1
558 Séries de números reais
1
A primeira trata-se de uma série geométrica de razão x = e com primeiro termo
2
1
1 1
igual a . Como |x| = < 1, tem-se que a série é convergente e tem soma s1 = 2 = 1.
2 2 1
1−
2
1
A segunda trata-se de uma série geométrica de razão x = e com primeiro termo igual
3
1
1 1 1
a . Como |x| = < 1, tem-se que a série é convergente e tem soma s2 = 3 = .
3 3 1 2
1−
3
∞
X 3n − 2n
Portanto, a série também é convergente e tem soma igual a s = s1 + s2 =
6n
n=1
1 1
=1− = .
2 2
∞ ∞
X 1 X 1
d) Comecemos por notar que 2
= é uma série de Mengoli.
n + 2n n (n + 2)
n=1 n=1
Como
1 A B (A + B) n + 2A
= + = ,
n (n + 2) n n+2 n (n + 2)
tem-se 1
A=
( (
A+B =0 A = −B
2
⇔ ⇔
2A = 1 2A = 1 B = −1
2
ou seja,
1 1 1 1
= − .
n (n + 2) 2 n n+2
1 1 1 1 1 1 1 1
sn = 1− + − + − + ··· + − =
2 3 2 4 3 5 n n+2
1 1 1 1
= 1+ − − ,
2 2 n+1 n+2
3
pelo que lim sn = .
n 4
3
Logo, a série é convergente e o valor da sua soma é , isto é,
4
∞
X 1 3
= .
n (n + 2) 4
n=1
7.9 Exercı́cios resolvidos 559
∞ ∞
X n X
e) Comecemos por notar que ln = [ln n − ln (n + 1)] é uma série de
n+1
n=1 n=1
Mengoli.
= ln 1 − ln (n + 1) = − ln (n + 1) ,
∞ √ √ ∞ √ √ X ∞
X n+1− n X n+1 n 1 1
√ = √ −√ = √ −√
n=1
n2 + n n=1
n2 + n n2 + n n=1
n n+1
∞ √ √
X n+1− n
√ = 1.
n=1
n2 + n
∞ ∞ ∞
!
(n + 1)2
2 X
X 2 1 X n + 2n + 1
ln 1 + + 2 = ln = ln =
n n n2 n2
n=1 n=1 n=1
∞ h ∞ h
i i
ln (n + 1)2 − ln n2 ln n2 − ln (n + 1)2
X X
= =−
n=1 n=1
h i
sn = − (ln 1 − ln 4) + (ln 4 − ln 9) + · · · + ln (n − 1)2 − ln n2 + ln n2 − ln (n + 1)2 =
= − ln 1 + ln (n + 1)2 = ln (n + 1)2 ,
∞ ∞
X X 3n+2
h) Comecemos por notar que 5−n 3n+2 = .
5n
n=1 n=1
3 27
Trata-se de uma série geométrica de razão x = e com primeiro termo igual a .
5 5
27
3 27
Como |x| = < 1, tem-se que a série é convergente e tem soma s = 5 = .
5 3 2
1−
5
i) Comecemos por notar que
∞ ∞ ∞
2n + n2 + n 2n n2 + n
X
X X 1 1 1
= + = + .
2n+1 n (n + 1) 2n+1 n (n + 1) 2n+1 n (n + 1) 2 n (n + 1) 2n+1
n=1 n=1 n=1
∞ ∞
X 1 X 1
Estudemos as séries e n+1
.
n (n + 1) 2
n=1 n=1
A primeira trata-se de uma série de Mengoli. Como
1 A B (A + B) n + A
= + = ,
n (n + 1) n n+1 n (n + 1)
tem-se
( ( (
A+B =0 A = −B A=1
⇔ ⇔
A=1 A=1 B = −1
ou seja,
1 1 1
= − .
n (n + 1) n n+1
∞ ∞ ∞
4n + 3 n
nπ n
(−1)n
X X X
d) sen ; e) ; f) .
2 3n + 2 n+4
n=1 n=1 n=1
Resolução:
a) Como
n+1 n 1 n
lim= lim 1 + = e 6= 0,
n n n n
∞
n+1 n
X
tem-se que a série é divergente.
n
n=1
b) Como
n3 2n 2
n3
+ 2n 3
+ 3 1+ 2
lim 2 = lim n 2 n = lim n = +∞ =
6 0,
n n +3 n n 3 n 1 3
+ +
n3 n3 n n3
∞
X n3 + 2n
tem-se que a série é divergente.
n2 + 3
n=1
c) Como
√
n+7 7
lim √ = lim 1 + √ = 1 6= 0,
n n n n
562 Séries de números reais
∞ √
X n+7
tem-se que a série √ é divergente.
n=1
n
∞
nπ X nπ
com k ∈ N. Portanto, lim sen 6= 0 e a série sen é divergente.
n 2 2
n=1
e) Como
3 n
n
n + 4
3
4 n +
n 4 n
4n + 3 4 n
lim = lim = lim =
2
3n + 2 2 n 3
n n
3 n+ n+
3
3
n
3 n
3 n
1 + 4
4 n 1 + 4
n n
n 4
= lim = lim =
n
n 3 2 n 3 2
3 3
1+ 1 +
n n
3
e4
= +∞ × 2 = +∞ =
6 0,
e3
∞
4n + 3 n
X
tem-se que a série é divergente.
3n + 2
n=1
f ) Como
n
se n é par,
n n + 4
(−1)n = n
n+4 − se n é ı́mpar,
n+4
tem-se que
(
n n
1 se n é par,
lim (−1) =
n n+4 −1 se n é ı́mpar,
∞
n n
ou seja, lim (−1)n (−1)n
X
6= 0, pelo que a série é divergente.
n n+4 n+4
n=1
7.9 Exercı́cios resolvidos 563
7.9.4. Estude quanto à convergência, usando os critérios para séries de termos não
∞ ∞ ∞
X n2 + 1 X 1 X n
d) ; e) ; f) √ ;
n4 + 1 n3n 1
n=1 n=1 n=1 n3 −
2
∞ ∞ ∞
sen2 n
X X 1 X 1
g) ; h) ; i) sen2 ;
n4 + n n + 3n n
n=1 n=1 n=1
∞ ∞ ∞ 1
n− 2
X 1 X n X
j) tg ; k) ; l) ;
n2 4n3 + sen n + 5 2 + cos2 n
n=1 n=1 n=1
∞ ∞ ∞
X 3 + |sen n| X n3 X 1
m) ; n) ; o) ;
n2 n! (3n)!
n=1 n=1 n=1
∞ ∞ 2 ∞
5n n+1 n 1 n
X X X
p) ; q) ; r) sen ;
n+4 n n
n=1 n=1 n=1
∞ ∞ ∞
X n n X n X ln n
s) ; t) ; u) ;
7 en en
n=1 n=1 n=1
∞ ∞ n 3 ∞
X nn X n2 X 3 × 5 × · · · × (2n + 1)
v) ; w) ; x) .
(2n)! n2 + 1 1 × 4 × 7 · · · × (3n − 2)
n=1 n=1 n=1
Resolução:
∞
1 1 X 1
a) Como 0 ≤ 3 ≤ 3 , para todo o n ∈ N, e a série é convergente, por ser
n +n n n3
n=1
uma série de Dirichlet com α = 3 > 1, tem-se, pelo Critério geral da comparação, que a
∞
X 1
série é convergente.
n3 + n
n=1
∞
1 1 X 1
b) Como 0 ≤ p ≤ √ , para todo o n ∈ N, e a série √ é convergente,
n (n2 + 1) n3 n=1 n3
3
por ser uma série de Dirichlet com α = > 1, tem-se, pelo Critério geral da comparação,
2
∞
X 1
que a série p é convergente.
n=1 n (n2 + 1)
564 Séries de números reais
√ ∞
n+ n 1 X 1
c) Como 0 ≤ e 0 < , para todo o n ∈ N, a série é divergente, por ser
n2 + n n n
n=1
uma série de Dirichlet com α = 1, e
√
n+ n √ 1
2 3 1+ √
2 n + n n
lim n + n = lim = lim = 1 6= 0, +∞,
n 1 n 2
n +n n 1
1+
n n
tem-se, pelo Corolário do critério geral da comparação, que as séries são da mesma natu-
∞
n2 + 1 1 X 1
d) Como 0 ≤ 4
e 0 < 2
, para todo o n ∈ N, a série é convergente, por
n +1 n n2
n=1
ser uma série de Dirichlet com α = 2 > 1, e
n2 + 1 1
4 n4 + n2 1+
lim n + 1 = lim 4 = lim n2 = 1 6= 0, +∞,
n 1 n n +1 n 1
2
1+
n n4
tem-se, pelo Corolário do critério geral da comparação, que as séries são da mesma natu-
∞
1 1 X 1
e) Como 0 ≤ n
≤ n , para todo o n ∈ N, e a série é convergente, por ser
n3 3 3n
n=1
1 1
uma série geométrica de razão x = que verifica |x| = < 1, tem-se, pelo Critério geral
3 3
∞
X 1
da comparação, que a série é convergente.
n3n
n=1
∞
1 n n X 1
f ) Como 0 ≤ √ = √ ≤ √ , para todo o n ∈ N, e a série √ é
n n 3 1 n
n3 − n=1
2
1
divergente, por ser uma série de Dirichlet com α = < 1, tem-se, pelo Critério geral da
2
∞
X n
comparação, que a série √ é divergente.
1
n=1 n3 −
2
7.9 Exercı́cios resolvidos 565
∞
sen2 n 1 1 X 1
g) Como 0 ≤ 4
≤ 4 ≤ 4 , para todo o n ∈ N, e a série é convergente,
n +n n +n n n4
n=1
por ser uma série de Dirichlet com α = 4 > 1, tem-se, pelo Critério geral da comparação,
∞
X sen2 n
que a série é convergente.
n4 + n
n=1
∞
1 1 X 1
h) Como 0 ≤ ≤ , para todo o n ∈ N, e a série é convergente, por ser
n + 3n 3n 3n
n=1
1 1
uma série geométrica de razão x = que verifica |x| = < 1, tem-se, pelo Critério geral
3 3
∞
X 1
da comparação, que a série é convergente.
n + 3n
n=1
∞
1 1 X 1
i) Como 0 ≤ sen2 e 0 < 2 , para todo o n ∈ N, a série é convergente, por
n n n2
n=1
ser uma série de Dirichlet com α = 2 > 1, e
1
1 1
sen2 sen sen
n n n
lim = lim = 1 6= 0, +∞,
n 1 n 1 1
n2 n n
tem-se, pelo Corolário do critério geral da comparação, que as séries são da mesma natu-
1 h πi 1
j) Como ∈ (0, 1] ⊆ 0, , tem-se 0 ≤ tg , para todo o n ∈ N. Também
n2 2 n2
∞
1 X 1
0 < 2 , para todo o n ∈ N, a série é convergente, por ser uma série de Dirichlet
n n2
n=1
com α = 2 > 1, e
1 1
tg sen
n2 n2 1
lim = lim = 1 6= 0, +∞.
1 1
n n 1
cos
n2 n2 n2
Portanto, pelo Corolário do critério geral da comparação, as séries são da mesma na-
∞
X 1
tureza, isto é, são ambas convergentes. Assim, a série tg também é convergente.
n2
n=1
566 Séries de números reais
∞
n n 1 X 1
k) Como 0 ≤ ≤ ≤ , para todo o n ∈ N, e a série é
4n3 + sen n + 5 4n3 n2 n2
n=1
convergente, por ser uma série de Dirichlet com α = 2 > 1, tem-se, pelo Critério geral da
∞
X n
comparação, que a série 3
é convergente.
4n + sen n + 5
n=1
1 1 ∞
1 n− 2 n− 2 1X 1
l) Como 0 ≤ √ = ≤ , para todo o n ∈ N, e a série √ é
3 n 2+1 2 + cos2 n 3 n
n=1
∞
X 1 1
divergente, por √ ser uma série de Dirichlet com α = < 1, tem-se, pelo Critério
n 2
n=1
∞ − 1
X n 2
geral da comparação, que a série é divergente.
2 + cos2 n
n=1
∞
3 + |sen n| 4 X 1
m) Como 0 ≤ ≤ 2 , para todo o n ∈ N, e a série 4 é convergente,
n2 n n2
n=1
∞
X 1
por ser uma série de Dirichlet com α = 2 > 1, tem-se, pelo Critério geral da
n2
n=1
∞
X 3 + |sen n|
comparação, que a série é convergente.
n2
n=1
n3
n) Como 0 < , para todo o n ∈ N, e
n!
(n + 1)3
xn+1 (n + 1)! (n + 1)3 n! (n + 1)2
L = lim = lim = lim = lim = 0 < 1,
n xn n n3 n n3 (n + 1)! n n3
n!
∞
X n3
tem-se, pelo Critério de D’Alembert, que a série é convergente.
n!
n=1
1
o) Como 0 < , para todo o n ∈ N, e
(3n)!
1
xn+1 [3 (n + 1)]! (3n)!
L = lim = lim = lim =
n xn n 1 n (3n + 3) (3n + 2) (3n + 1) (3n)!
(3n)!
1
= lim = 0 < 1,
n (3n + 3) (3n + 2) (3n + 1)
∞
X 1
tem-se, pelo Critério de D’Alembert, que a série é convergente.
(3n)!
n=1
7.9 Exercı́cios resolvidos 567
5n
p) Como 0 < , para todo o n ∈ N, e
n+4
5n+1
xn+1 5 × 5n (n + 4) 5 (n + 4)
L = lim = lim n + 1n + 4 = lim = lim = 5 > 1,
n xn n 5 n (n + 5) 5n n n+5
n+4
∞
X 5n
tem-se, pelo Critério de D’Alembert, que a série é divergente.
n+4
n=1
n2
n+1
q) Como 0 ≤ , para todo o n ∈ N, e
n
s
n2 n n
√ n n+1 n+1 1
L = lim n
xn = lim = lim = lim 1 + = e > 1,
n n n n n n n
∞ 2
X n+1 n
tem-se, pelo Critério da raiz de Cauchy, que a série é divergente.
n
n=1
n
1 h πi 1
r) Como ∈ (0, 1] ⊆ 0, , tem-se 0 ≤ sen , para todo o n ∈ N. Como também
n 2 n
s
1 n
√ 1
L = lim n xn = lim n sen = lim sen = 0 < 1,
n n n n n
∞
1 n
X
tem-se, pelo Critério da raiz de Cauchy, que a série sen é convergente.
n
n=1
n n
s) Como 0 < , para todo o n ∈ N, e
7
r
√ n n n n
L = lim n
xn = lim = lim = +∞ > 1,
n n 7 n 7
∞
X n n
tem-se, pelo Critério da raiz de Cauchy, que a série é divergente.
7
n=1
n
t) Como 0 < , para todo o n ∈ N, e
en
n+1
xn+1 n+1 (n + 1) en n+1 1
L = lim = lim e n = lim = lim = < 1,
n xn n n e × en n n en e
en
∞
X n
tem-se, pelo Critério de D’Alembert, que a série é convergente.
en
n=1
568 Séries de números reais
∞
ln n n X n
u) Como 0 ≤ ≤ , para todo o n ∈ N, e a série é convergente, pela alı́nea
en en en
n=1
∞
X ln n
anterior, tem-se, pelo Critério geral da comparação, que a série é convergente.
en
n=1
nn
v) Como 0 < , para todo o n ∈ N, e
(2n)!
(n + 1)n+1
xn+1 [2 (n + 1)]! (n + 1) (n + 1)n (2n)!
L = lim = lim n = lim =
n xn n n n (2n + 2) (2n + 1) (2n)!nn
(2n)!
n
n+1 n
(n + 1) 1
= lim = lim =
n 2 (2n + 1) nn n 2 (2n + 1) n
1 n
1
= lim 1+ = 0 × e = 0 < 1,
n 2 (2n + 1) n
∞
X nn
tem-se, pelo Critério de D’Alembert, que a série é convergente.
(2n)!
n=1
n3
n2
w) Como 0 ≤ , para todo o n ∈ N, e
n2 + 1
n 2
n2
s
n3 n2
n2 n2
√ n n2
L = lim n
xn = lim = lim = lim =
n n n2 + 1 n n2 + 1 n n2 + 1
n2
n2
1 1 1
= lim = lim n2 = e < 1,
n 1 n 1
1+ 2 1+ 2
n n
∞ n 3
X n2
tem-se, pelo Critério da raiz de Cauchy, que a série é convergente.
n2 + 1
n=1
3 × 5 × · · · × (2n + 1)
x) Como 0 < , para todo o n ∈ N, e
1 × 4 × 7 · · · × (3n − 2)
3 × 5 × · · · × (2n + 1) × (2n + 3)
xn+1 1 × 4 × 7 · · · × (3n − 2) × (3n + 1) 2n + 3 2
L = lim = lim = lim = < 1,
n xn n 3 × 5 × · · · × (2n + 1) n 3n + 1 3
1 × 4 × 7 · · · × (3n − 2)
∞
X 3 × 5 × · · · × (2n + 1)
tem-se, pelo Critério de D’Alembert, que a série é convergente.
1 × 4 × 7 · · · × (3n − 2)
n=1
7.9 Exercı́cios resolvidos 569
∞ ∞ ∞
n 1 n+2
(−1)n (−1)n (−1)n √
X X X
d) 2
; e) ; f) ;
n +2 n! n+1
n=1 n=1 n=1
∞ ∞ ∞
sen n 1 1
(−1)n sen (−1)n sen .
X X X
g) ; h) ; i)
n2 n2 n
n=1 n=1 n=1
Resolução:
Comecemos por estudar a convergência absoluta desta série, isto é, comecemos por
∞ ∞
X n 1 X 1
estudar a série (−1) = .
n+2 n+2
n=1 n=1
∞
1 1 X 1
Como 0 ≤ e 0 < , para todo o n ∈ N, a série é divergente, por ser uma
n+2 n n
n=1
série de Dirichlet com α = 1, e
1
n
lim n + 2 = lim = 1 6= 0, +∞,
n 1 n n+2
n
tem-se, pelo Corolário do critério geral da comparação, que as séries são da mesma natu-
1 1 n+2−n−3 1
xn+1 − xn = − = =− < 0, ∀n ∈ N,
n+3 n+2 (n + 3) (n + 2) (n + 3) (n + 2)
b) Como
2n3
se n é par,
2n3
n3 + 4
(−1)n 3 =
n +4 3
− 2n
se n é ı́mpar,
n3 + 4
tem-se que
(
2n3 2 se n é par,
lim (−1)n 3 =
n n +4 −2 se n é ı́mpar,
∞
2n3 n 2n
3
ou seja, lim (−1)n
X
=
6 0, pelo que a série (−1) é divergente.
n n3 + 4 n3 + 4
n=1
Comecemos por estudar a convergência absoluta desta série, isto é, comecemos por
∞ ∞
X (−1)n X 1
estudar a série n
= .
5 5n
n=1 n=1
1
Como esta série é uma série geométrica de razão x = e com primeiro termo igual a
5
1
1 1 1
, que verifica |x| = < 1, tem-se que a série é convergente e tem soma s = 5 = .
5 5 1 4
1−
5
∞
X (−1)n
Portanto, a série é absolutamente convergente.
5n
n=1
Comecemos por estudar a convergência absoluta desta série, isto é, comecemos por
∞ ∞
X n n X n
estudar a série (−1) 2 = .
n +2 n2 + 2
n=1 n=1
∞
n 1 X 1
Como 0 ≤ 2 e 0 < , para todo o n ∈ N, a série é divergente, por ser uma
n +2 n n
n=1
série de Dirichlet com α = 1, e
n
2
lim n2 + 2 = lim n = 1 6= 0, +∞,
n 1 n n2 + 2
n
tem-se, pelo Corolário do critério geral da comparação, que as séries são da mesma natu-
(n + 1) n2 + 2 − n n2 + 2n + 3
n+1 n
xn+1 − xn = − = =
(n + 1)2 + 2 n2 + 2 (n2 + 2n + 3) (n2 + 2)
n2 + n − 2
= − 2 < 0, para n > 1,
(n + 2n + 3) (n2 + 2)
Comecemos por estudar a convergência absoluta desta série, isto é, comecemos por
∞ ∞
1 1
(−1)n
X X
estudar a série = .
n! n!
n=1 n=1
1
Como 0 < , para todo o n ∈ N, e
n!
1
xn+1 (n + 1)! n! 1
L = lim = lim = lim = lim = 0 < 1,
n xn n 1 n (n + 1) n! n n+1
n!
∞
X 1
tem-se, pelo Critério de D’Alembert, que a série é convergente.
n!
n=1
∞
1
(−1)n
X
Portanto, a série é absolutamente convergente.
n!
n=1
f ) Como
n+2
√ se n é par,
n+1
n+2
(−1)n √ =
n+1 n+2
−√
se n é ı́mpar,
n+1
tem-se que
(
n+2 +∞ se n é par,
lim (−1)n √ =
n n+1 −∞ se n é ı́mpar,
∞
n+2 n+2
ou seja, lim (−1)n √ (−1)n √
X
6= 0, pelo que a série é divergente.
n n+1 n=1
n+1
572 Séries de números reais
g) Comecemos por estudar a convergência absoluta da série, isto é, comecemos por
∞
X sen n
estudar a série .
n2
n=1
∞
sen n 1 X 1
Como 0 ≤ 2
≤ 2
, para todo o n ∈ N, e a série é convergente, por ser
n n n2
n=1
uma série de Dirichlet com α = 2 > 1, tem-se, pelo Critério geral da comparação, que a
∞
X sen n
série é convergente.
n2
n=1
∞
X sen n
Portanto, a série é absolutamente convergente.
n2
n=1
h) Comecemos por estudar a convergência absoluta da série, isto é, comecemos por
∞ ∞
X n 1 X 1
estudar a série (−1) sen 2 = sen 2 .
n n
n=1 n=1
1 h πi 1 1
Como 2 ∈ (0, 1] ⊆ 0, , tem-se 0 ≤ sen 2 , para todo o n ∈ N. Também 0 < 2 ,
n 2 n n
∞
X 1
para todo o n ∈ N, a série é convergente, por ser uma série de Dirichlet com
n2
n=1
α = 2 > 1, e
1
sen
n2
lim = 1 6= 0, +∞.
n 1
n2
∞ ∞
X 1 X 1
Portanto, pelo Corolário do critério geral da comparação, as séries sen 2 e
n n2
n=1 n=1
são da mesma natureza, isto é, são ambas convergentes.
∞
1
(−1)n sen 2 é absolutamente convergente.
X
Assim, a série
n
n=1
i) Comecemos por estudar a convergência absoluta da série, isto é, comecemos por
∞ ∞
X n 1 X 1
estudar a série (−1) sen = sen .
n n
n=1 n=1
1 h πi 1 1
Como ∈ (0, 1] ⊆ 0, , tem-se 0 ≤ sen , para todo o n ∈ N. Também 0 < , para
n 2 n n
∞
X 1
todo o n ∈ N, a série é divergente, por ser uma série de Dirichlet com α = 1, e
n
n=1
1
sen
n
lim = 1 6= 0, +∞.
n 1
n
7.9 Exercı́cios resolvidos 573
∞ ∞
X 1 X1
Portanto, pelo Corolário do critério geral da comparação, as séries sen e
n n
n=1 n=1
são da mesma natureza, isto é, são ambas divergentes.
∞
1
(−1)n sen não é absolutamente convergente.
X
Assim, a série
n
n=1
Será simplesmente convergente?
1
Como a sucessão xn = sen tem limite zero e é decrescente, pois
n
1 1
xn+1 − xn = sen − sen < 0, ∀n ∈ N,
n+1 n
∞ ∞ ∞
ln n n+5 1
(−1)n sen √
X X X
d) ; e) ; f) ;
n3 n5 3
n n2
n=1 n=1 n=1
∞ ∞ ∞
2n √
r
X X 3n + 1 X
g) 2
; h) ; i) n4 + 1 − n2 ;
n 7n + 7
n=1 n=1 n=1
∞ ∞ ∞ 2
X 2 X cos n X n+2 n
j) √ ; k) ; l) ;
5
n2 + 4 n3 n+1
n=1 n=1 n=1
∞ ∞ ∞
1 n2 1
(−1)n (−1)n
X X X
m) 2
; n) ; o) ;
n +1 2n2 + 1 2n2 +1
n=1 n=1 n=1
∞ ∞ ∞
2n + 5 n
2n
3n
X X 3n X
p) ; q) ; r) ;
2n + 1 2n + 5 1 × 3 × 5 × · · · × (2n − 1)
n=1 n=1 n=1
1
∞ ∞ ∞ n sen
X 1 X 1 X
n
s) n sen ; t) ; u) √
3
;
n n (n − 2) n 2+1
n=1 n=3 n=1
∞ √ ∞ ∞ n+1
n3 + 1
5 1
(−1)n e−n ;
X X X
v) ; w) x) + ;
n + n2 8n+2 n (n + 1)
n=1 n=1 n=1
∞ n ∞
X 6 X n!
y) ; z) .
5 e2n
n=1 n=1
Resolução:
∞ ∞
(−1)n − 7 1 n
X X 7
a) Comecemos por notar que = − − n .
5n 5 5
n=1 n=1
∞ ∞
1 n X 7
X
Estudemos as séries − e .
5 5n
n=1 n=1
1
A primeira trata-se de uma série geométrica de razão x = −
e com primeiro termo
5
1
1 1 −
igual a − . Como |x| = < 1, tem-se que a série converge e tem soma s1 = 5 = −1.
5 5 1 6
1+
5
1
A segunda trata-se de uma série geométrica de razão x = e com primeiro termo
5
7.9 Exercı́cios resolvidos 575
7
7 1 7 5
igual a . Como |x| = < 1, tem-se que a série converge e tem soma s2 = = .
5 5 1 4
1−
5
∞
X (−1)n − 7 1 7 23
Portanto, a série n
converge e tem soma s = s1 − s2 = − − = − .
5 6 4 12
n=1
n
3n
b) Como 0 ≤ , para todo o n ∈ N, e
n+5
s n
√ n 3n 3n
L = lim n
xn = lim = lim = 3 > 1,
n n n+5 n n+5
∞
3n n
X
tem-se, pelo Critério da raiz de Cauchy, que a série é divergente.
n+5
n=1
∞ X∞
X π π π π
c) Comecemos por notar que cos − cos = cos − cos
2n 2n + 2 2n 2 (n + 1)
n=1 n=1
é uma série de Mengoli.
pelo que lim sn = −1, a série é convergente e o valor da sua soma é −1, isto é,
n
∞
X π π
cos − cos = −1.
2n 2n + 2
n=1
∞
ln n n 1 X 1
d) Como 0 ≤ 3
≤ 3
= 2
, para todo o n ∈ N, e a série é convergente, por
n n n n2
n=1
ser uma série de Dirichlet com α = 2 > 1, tem-se, pelo Critério geral da comparação, que
∞
X ln n
a série é convergente.
n3
n=1
∞
n+5 1 X 1
e) Como 0 ≤ 5
e 0 < 4 , para todo o n ∈ N, a série é convergente, por ser
n n n4
n=1
uma série de Dirichlet com α = 4 > 1, e
n+5
n5 + 5n4
n 5 5
lim = lim = lim 1 + = 1 6= 0, +∞,
n 1 n n5 n n
n4
576 Séries de números reais
tem-se, pelo Corolário do critério geral da comparação, que as séries são da mesma natu-
f ) Comecemos por estudar a convergência absoluta da série, isto é, comecemos por
∞ ∞ ∞
1 1 1
(−1)n sen √
X X X
estudar a série 3
= sen √3
= sen √
3
.
n n 2 n n 2 n5
n=1 n=1 n=1
1 h πi 1
Como √ 3
∈ (0, 1] ⊆ 0, , tem-se 0 ≤ sen √ 3
, para todo o n ∈ N. Também
n 5 2 n5
∞
1 X 1
0 < √ 3
, para todo o n ∈ N, a série √3
é convergente, por ser uma série de
n5 n=1 n5
5
Dirichlet com α = > 1, e
3
1
sen √ 3
lim n5 = 1 6= 0, +∞.
n 1
√
3
n5
∞
X 1
Portanto, pelo Corolário do critério geral da comparação, as séries sen √
3
e
n=1 n5
∞
X 1
√3
são da mesma natureza, isto é, são ambas convergentes.
n=1 n5
∞
1
(−1)n sen √
X
Assim, a série 3
é absolutamente convergente.
n=1 n n2
2n
g) Como 0 < , para todo o n ∈ N, e
n2
2n+1
xn+1 (n + 1)2 2 × 2n n2 2n2
L = lim = lim n = lim 2 = lim = 2 > 1,
n xn n 2 n 2n (n + 1) n (n + 1)2
n2
∞
X 2n
tem-se, pelo Critério de D’Alembert, que a série é divergente.
n2
n=1
7.9 Exercı́cios resolvidos 577
h) Como
v v
u 3n + 1 u 1
r u u3 + r
3n + 1 u
n
u
n = 3 6= 0,
lim = lim u = lim u
n 7n + 7 n t 7n + 7 n t 7 7
7+
n n
∞ r
X 3n + 1
tem-se que a série é divergente.
7n + 7
n=1
∞
1 1 X 1
Como 0 ≤ √ e 0 < 2 , para todo o n ∈ N, a série 2
é convergente,
4
n +1+n 2 n n
n=1
por ser uma série de Dirichlet com α = 2 > 1, e
1
√
n4 + 1 + n2 n2 1 1
lim = lim √ = lim r = 6= 0, +∞,
n 1 n 4
n +1+n 2 n 1 2
n 2 1 + + 1
n2
tem-se, pelo Corolário do critério geral da comparação, que as séries são da mesma natu-
∞
2 1 X 1
j) Como 0 ≤ √
5
e0< √ 5
, para todo o n ∈ N, a série √
5
é divergente,
2
n +4 n 2 n 2
n=1
2
por ser uma série de Dirichlet com α = < 1, e
5
2
√
s v
5 2
n 1
n2 + 4 5
u
lim = lim 2 = lim 2 u = 2 6= 0, +∞,
n 1 n 2
n +4 n
t5
4
√ 1 +
5
n2 n2
tem-se, pelo Corolário do critério geral da comparação, que as séries são da mesma natu-
k) Comecemos por estudar a convergência absoluta da série, isto é, comecemos por
∞
X cos n
estudar a série .
n3
n=1
∞
cos n 1 X 1
Como 0 ≤ 3
≤ 3
, para todo o n ∈ N, e a série é convergente, por ser
n n n3
n=1
uma série de Dirichlet com α = 3 > 1, tem-se, pelo Critério geral da comparação, que a
∞
X cos n
série é convergente.
n3
n=1
∞
X cos n
Portanto, a série é absolutamente convergente.
n3
n=1
n2
n+2
l) Como 0 ≤ , para todo o n ∈ N, e
n+1
n+2 n
s
n2 n
√ n+2 n+2
= lim n =
n
L = lim n
xn = lim = lim
n n n+1 n n+1 n n+1
n
2 n
1+
n e2
= lim n = = e > 1,
n 1 e
1+
n
∞ 2
X n+2 n
tem-se, pelo Critério da raiz de Cauchy, que a série é divergente.
n+1
n=1
∞
1 1 X 1
m) Como 0 ≤ 2
≤ 2
, para todo o n ∈ N, e a série é convergente, por ser
n +1 n n2
n=1
uma série de Dirichlet com α = 2 > 1, tem-se, pelo Critério geral da comparação, que a
∞
X 1
série 2
é convergente.
n +1
n=1
n) Como
n2
se n é par,
n2
2n2 + 1
(−1)n 2 =
2n + 1 2
− n
se n é ı́mpar,
2n2 + 1
tem-se que 1
se n é par,
n2
2
n
lim (−1) =
n 2n2 + 1 −1 se n é ı́mpar,
2
7.9 Exercı́cios resolvidos 579
∞
n2 n2
ou seja, lim (−1)n (−1)n 2
X
2
=
6 0, pelo que a série é divergente.
n 2n + 1 2n + 1
n=1
Comecemos por estudar a convergência absoluta desta série, isto é, comecemos por
∞ ∞
1 1
(−1)n 2
X X
estudar a série = 2
.
2n + 1 2n + 1
n=1 n=1
∞
1 1 X 1
Como 0 ≤ 2
≤ 2
, para todo o n ∈ N, e a série é convergente, por ser
2n + 1 n n2
n=1
uma série de Dirichlet com α = 2 > 1, tem-se, pelo Critério geral da comparação, que a
∞
X 1
série 2
é convergente.
2n + 1
n=1
∞
1
(−1)n 2
X
Portanto, a série é absolutamente convergente.
2n + 1
n=1
p) Como
5 n
5 n
1 + 2
n
2n + 5
1 + 2 5 n
2n + 5 n
2n n e2
= 1 = e2 6= 0,
lim = lim = lim = lim
1 n
n 2n + 1 n 2n + 1 n
1 n e2
2n 1+ 2 2
1 +
n n
∞
2n + 5 n
X
tem-se que a série é divergente.
2n + 1
n=1
2n
3n
q) Como 0 ≤ , para todo o n ∈ N, e
2n + 5
s 2n 2
√ n 3n 3n 9
L = lim xn = limn
= lim = > 1,
n n 2n + 5
n 2n + 5 4
∞ 2n
X 3n
tem-se, pelo Critério da raiz de Cauchy, que a série é divergente.
2n + 5
n=1
3n
r) Como 0 < , para todo o n ∈ N, e
1 × 3 × 5 × · · · × (2n − 1)
3n+1
xn+1 1 × 3 × 5 × · · · × (2n − 1) (2n + 1) 3
L = lim = lim = lim = 0 < 1,
n xn n 3n n 2n + 1
1 × 3 × 5 × · · · × (2n − 1)
580 Séries de números reais
∞
X 3n
tem-se, pelo Critério de D’Alembert, que a série é convergente.
1 × 3 × 5 × · · · × (2n − 1)
n=1
s) Como
1
1
sen
lim n sen = lim n = 1 6= 0,
n n n 1
n
∞
X 1
tem-se que a série n sen é divergente.
n
n=1
∞ ∞
X 1 X 1
t) Comecemos por notar que = é uma série de Mengoli.
n (n − 2) (n − 2) n
n=3 n=3
Como
1 A B (A + B) n − 2B
= + = ,
(n − 2) n n−2 n (n − 2) n
tem-se 1
A=
( (
A+B =0 A = −B
2
⇔ ⇔
−2B = 1 −2B = 1 B = −1
2
ou seja,
1 1 1 1
= − .
(n − 2) n 2 n−2 n
1
1 h πi 1 n sen
u) Como ∈ (0, 1] ⊆ 0, , tem-se 0 ≤ sen e 0 ≤ √ n para todo o n ∈ N.
3
n 2 n n2 + 1
∞
1 X 1
Também 0 < √3
, para todo o n ∈ N, a série √
3
é divergente, por ser uma série de
n2 n=1 n2
7.9 Exercı́cios resolvidos 581
2
Dirichlet com α = < 1, e
3
1
n sen
n 1 1
s
√ sen v sen
3
n2 + 1 3 n2 n uu 1 n
lim = lim = lim = 1 6= 0, +∞.
n 1 n 2
n +1 1
n
3
t 1 1
√ 1 +
3
n2 n n2 n
√ ∞
n3 + 1 1 X 1
v) Como 0 ≤ 2
e 0 < √ , para todo o n ∈ N, a série √ é divergente, por
n+n n n
n=1
1
ser uma série de Dirichlet com α = < 1, e
2
√
n3 + 1 1
2 n 2 + √n 1+ √
lim n + n = lim = lim n3 = 1 6= 0, +∞,
n 1 n n+n 2 n 1
√ +1
n n
tem-se, pelo Corolário do critério geral da comparação, que as séries são da mesma natu-
∞ ∞
1 n
(−1)n e−n
X X
w) Comecemos por notar que = − .
e
n=1 n=1
1 1
Trata-se de uma série geométrica de razão x = − e com primeiro termo igual a − .
e e
1
1 −
Como |x| = < 1, tem-se que a série é convergente e tem soma s = e =− 1 .
e 1 e+1
1+
e
∞ ∞
X 5n+1 X 1
x) Estudemos as séries e .
8n+2 n (n + 1)
n=1 n=1
5
e com primeiro termo igual
A primeira trata-se de uma série geométrica de razão x =
8
25
25 5 512 25
a . Como |x| = < 1, tem-se que a série é convergente e tem soma s1 = = .
512 8 5 192
1−
8
582 Séries de números reais
1 A B (A + B) n + A
= + = ,
n (n + 1) n n+1 n (n + 1)
tem-se
( ( (
A+B =0 A = −B A=1
⇔ ⇔
A=1 A=1 B = −1
ou seja,
1 1 1
= − .
n (n + 1) n n+1
∞
X 8n
7.9.7. Indique os valores de a para os quais a série 3n converge.
n=0
(a + 1)
Resolução:
∞ ∞ n
8n
X X 8
Comecemos por notar que 3n = 3 , onde a 6= −1.
n=0
(a + 1) n=0
(a + 1)
8
Trata-se de uma série geométrica de razão x = e com primeiro termo igual a
(a + 1)3
8
1, pelo que é convergente quando < 1.
(a + 1)3
Como
8
< 1 ⇔ (a + 1)3 > 8 ⇔ |a + 1| > 2 ⇔ a < −3 ∨ a > 1
(a + 1)3
tem-se que a série converge quando a < −3 ∨ a > 1 e, neste caso, tem soma igual a
1 (a + 1)3
s= = .
8 (a + 1)3 − 8
1−
(a + 1)3
∞
X
7.9.8. Seja an uma série de termos positivos e convergente. Prove que a série
n=1
∞
X n+1
an é convergente.
n
n=1
Resolução:
n+1
Como an > 0, para todo o n ∈ N, tem-se que an > 0, para todo o n ∈ N. Como
n
∞
X
por hipótese a série an é convergente e
n=1
n+1
an n+1
lim n = lim = 1 6= 0, +∞,
n an n n
tem-se, pelo Corolário do critério geral da comparação, que as séries são da mesma natu-
∞ ∞
X X a3 + 5n
7.9.9. Seja an uma série convergente. Prove que a série √n é divergente.
n 2+1
n=1 n=1
Resolução:
∞
X
Sendo an uma série convergente, tem-se que lim an = 0. Como
n
n=1
a3 + 5n a3
5n
lim √n = lim √ n +√ = 0 + 5 = 5 6= 0,
n n2 + 1 n 2
n +1 n2 + 1
∞
X a3 + 5n
tem-se que a série √n é divergente.
n 2+1
n=1
∞
X
7.9.10. Seja an uma série de termos positivos e convergente. Prove que a série
n=1
∞
X an
é convergente.
1 + an
n=1
Resolução:
∞
X
Sendo an uma série convergente, tem-se que lim an = 0. Como an > 0, para todo
n
n=1
∞
an X
o n ∈ N, tem-se que > 0, para todo o n ∈ N. Como por hipótese a série an é
1 + an
n=1
convergente e
an
1 + an an 1
lim = lim = lim = 1 6= 0, +∞,
n an n an (1 + an ) n 1 + an
tem-se, pelo Corolário do critério geral da comparação, que as séries são da mesma natu-
∞
X
7.9.11. Seja an uma série de termos positivos e convergente. Prove que a série
n=1
∞
X
a2n é convergente.
n=1
Resolução:
∞
X
Sendo an uma série convergente, tem-se que lim an = 0. Como an > 0 e a2n > 0,
n
n=1
∞
X
para todo o n ∈ N, a série an é convergente e
n=1
a2n
lim = lim an = 0,
n an n
∞
X
tem-se, pelo Corolário do critério geral da comparação, que a convergência da série an
n=1
∞
X
implica a convergência da série a2n .
n=1
∞
X
Portanto, a série a2n é convergente.
n=1
∞
P
7.9.12. Sejam (an )n uma sucessão de termos positivos e (nan ) uma série conver-
n=1
∞
P
gente. Prove que as séries an é convergente.
n=1
Resolução:
∞
X
Como an > 0 e nan > 0, para todo o n ∈ N, a série (nan ) é convergente e
n=1
an 1
lim = lim = 0,
n nan n n
∞
X
tem-se, pelo Corolário do critério geral da comparação, que a convergência da série (nan )
n=1
∞
X
implica a convergência da série an .
n=1
∞
X
Portanto, a série an é convergente.
n=1
586 Séries de números reais
∞
P
7.9.13. Sejam (an )n uma sucessão de termos positivos e (nan ) uma série conver-
2 n=1
∞
P n +1
gente. Prove que a série an é convergente.
n=1 n
Resolução:
n2 + 1
Como an > 0, para todo o n ∈ N, tem-se que an > 0, para todo o n ∈ N. Como
n
∞
X
por hipótese a série (nan ) é convergente e
n=1
n2 + 1
an n2 + 1
lim n = lim = 1 6= 0, +∞,
n nan n n2
tem-se, pelo Corolário do critério geral da comparação, que as séries são da mesma natu-
j) Se (an )n e (bn )n são sucessões de números reais tais que an ≤ bn , para todo o n ∈ N,
∞
P ∞
P
e bn é convergente, então an é convergente.
n=1 n=1
∞
P ∞
P ∞
P
k) Se (an bn ) é divergente, então an e bn são séries divergentes.
n=1 n=1 n=1
l) Sejam (an )n e (bn )n sucessões de números reais quaisquer tais que an ≤ bn , para
∞
P
todo o n ∈ N, e an é divergente. Então, lim bn 6= 0.
n=1 n
Resolução:
1
a) Falso, basta tomar an = (−1)n √ .
n
1
b) Falso, basta tomar an = .
n
1
c) Falso, basta tomar an = .
n2
1
d) Falso, basta tomar an = bn = .
n
1 1
e) Falso, basta tomar an = e bn = .
2n − 1 2n
1 1
f ) Falso, basta tomar an = e bn = − .
2n − 1 2n
1
g) Falso, basta tomar an = .
n
1
h) Verdade, basta tomar an = .
n
1
i) Falso, basta tomar an = bn = .
n
1 1
j) Falso, basta tomar an = − e bn = 2 .
n n
1
k) Falso, basta tomar an = bn = (−1)n √ .
n
1 1
l) Falso, basta tomar an = − e bn = 2 .
n n
588 Séries de números reais
tes:
∞ ∞ ∞
X 1 X 1 X 1
a) 2
; b) ; c) .
(1 + n ) arctg n n ln n n ln n ln ln n
n=1 n=2 n=3
Resolução:
1
a) Seja f (x) = . A função f é contı́nua, positiva e decrescente em
(1 + x2 ) arctg x
1 + 2x arctg x
[1, +∞) (com efeito, f ′ (x) = − < 0 em [1, +∞)).
(1 + x2 )2 arctg2 x
∞
X 1
Portanto, pelo Critério do integral, a série e o integral
(1 + n2 ) arctg n
n=1
+∞
1
Z
dx são da mesma natureza.
1 (1 + x2 ) arctg x
Como
1
b b
1
Z Z
lim dx = lim 1 + x2 dx = lim [ln |arctg x|]b =
2 1
b→+∞ 1 (1 + x ) arctg x b→+∞ 1 arctg x b→+∞
π π
= lim (ln arctg b − ln arctg 1) = ln − ln = ln 2,
b→+∞ 2 4
1
b) Seja f (x) = . A função f é contı́nua, positiva e decrescente em [2, +∞) (com
x ln x
1 + ln x
efeito, f ′ (x) = − 2 2 < 0 em [2, +∞)).
x ln x
∞ Z +∞
X 1 1
Portanto, pelo Critério do integral, a série e o integral dx são da
n ln n 2 x ln x
n=2
mesma natureza.
Como
1
b b
1
Z Z
lim dx = lim x dx = lim [ln |ln x|]b =
2
b→+∞ 2 x ln x b→+∞ 2 ln x b→+∞
1
c) Seja f (x) = . A função f é contı́nua, positiva e decrescente em [3, +∞)
x ln x ln ln x
1 + ln ln x + ln x ln ln x
(com efeito, f ′ (x) = − < 0 em [3, +∞)).
x2 ln2 x (ln ln x)2
∞ Z +∞
X 1 1
Portanto, pelo Critério do integral, a série e o integral dx
n ln n ln ln n 3 x ln x ln ln x
n=3
são da mesma natureza.
Como
1
b b
1
Z Z
lim dx = lim x ln x dx = lim [ln |ln ln x|]b =
3
b→+∞ 3 x ln x ln ln x b→+∞ 3 ln ln x b→+∞
1 1 1
f) + + + ··· ;
3×4 4×5 5×6
1 1 1
g) + + + ··· ;
1 × 7 4 × 10 7 × 13
1 1 1
h) + + + ··· .
1×2×3 2×3×4 3×4×5
7.10.2. Determine as somas parciais das séries seguintes e a soma das que são con-
vergentes:
∞ ∞ ∞
1
(−1)n+1 ;
X X X
a) 2−n ; b) ; c)
n2 − 1
n=1 n=2 n=1
∞ ∞ ∞
X 1 X 1 X
d) ; e) ln 1 − 2 ; f) 2−(3n+1) ;
(n − 1) n (n + 1) n
n=2 n=2 n=1
∞ ∞ ∞ √
n − n2 − 1
X 1 X 2 X
g) ; h) ln 1 − ; i) .
16n2 − 8n − 3
p
n (n + 1) n (n + 1)
n=1 n=2 n=1
7.10 Exercı́cios propostos 591
∞ n 3 ∞ ∞
X 3n3 − 2 X √ X
d) ; e) n
0, 02; f) sen (nα) , α 6= πm, m ∈ Z.
3n3 + 4
n=1 n=1 n=1
∞ ∞ ∞
X 1 X 1 X 1
7.10.4. Sabendo que as séries , e são convergentes, prove que as
n2 n3 n4
n=1 n=1 n=1
séries seguintes também são convergentes:
∞ ∞ ∞
X n+1 X 2n2 − 3 X n+5
a) ; b) ; c) .
n3 2n4 n4
n=1 n=1 n=1
∞
X 1
7.10.5. Considere as séries , com α ∈ R, chamadas séries de Dirichlet. Prove que:
nα
n=1
∞
X 1
a) se α ≤ 1, a série diverge;
nα
n=1
∞
X 1
b) se α > 1, a série converge.
nα
n=1
X∞
7.10.6. (Critério de Raabe) Seja an uma série de termos positivos. Se existir
n=1
an
lim n −1 = L, prove que:
n an+1
∞
X
a) se L < 1, a série an é divergente;
n=1
∞
X
b) se L > 1, a série an é convergente.
n=1
1
∞ ∞ ∞ n sen
X 2 X 1 X
n .
d) √
3
; e) √ ; f) √
n=1
n2 + 4 n=2
n−1 n=1
n 3+1
592 Séries de números reais
seguintes:
∞ √ ∞ ∞
X 3n n X 1 X n+4
a) ; b) ; c) ;
n2 + 2 n! 3n
n=1 n=1 n=1
∞ ∞ ∞
X (3n)! X 2n+2 X 2n
d) 2; e) ; f) .
(n!) n! 1 × 3 × 5 × · · · × (2n − 1)
n=1 n=1 n=1
seguintes:
∞ ∞ 3 ∞
X 1 X 1 n X 1
a) ; b) 1+ 2 ; c) ;
(n + 2)n n 2n
n=1 n=1 n=1
∞ 2n ∞ n ∞
X 2n X n+1 X 1
d) ; e) ; f) √ .
3n + 5 2n − 1 nn
n=1 n=1 n=1
guintes:
∞ ∞ ∞
X 1 X 1 X n
a) √ ; b) , com α ∈ R; c) ;
2n − 1 nα (4n − 3) (4n − 1)
n=1 n=1 n=1
∞ ∞ ∞
X 1 X 1 X 1
d) ; e) , com α ∈ R; f) , com α ∈ R.
4n2 n (ln n)α n (ln n) (ln ln n)α
n=1 n=2 n=3
2n − 1 ln n 1
d) (−1)n−1 ; e) (−1)n ; f ) (−1)n ;
n (n + 1) n n
3 √ √
g) (−1)n ; h) (−1)n n+1− n .
n!
7.10 Exercı́cios propostos 593
∞ ∞ n ∞
(−1)n
X X 3n + 2 X 1
g) √ √ ; h) n5 ; i) sen ;
n + 1 + n 4n + 3 n3
n=1 n=1 n=1
∞ ∞ ∞
√ √ 2n2 + 3n + 4 2
(−1)n
X X X
j) n+1− n ; k) ; l) √ ;
2n2 + 1 3
n2 + 4
n=1 n=1 n=1
∞ ∞ ∞
(−1)n−1 1 4n n2 + 3n − 1
X X X
m) ; n) 1+ ; o) ;
n3 n 2n4 + n2 + 2
n=1 n=1 n=1
∞ r ∞ ∞
X 4 3n2 + 1 X 1 × 3 × 5 × · · · × (2n − 1) X 1
p) ; q) ; r) ;
7n2 + 7 2 × 4 × 6 × · · · × (2n) n3 + 1
n=1 n=1 n=1
∞ ∞ 2 ∞
3n n n + 2 n 5 + 3 (−1)n
X 1 X X
s) √ √ ; t) ; u) ;
n+1+ n n+5 n+1 2n+3
n=1 n=1 n=1
∞ ∞ ∞
X √ X n+2 X 3n n!
v) n2 +1−n ; w) √ ; x) ;
3 3
n + 2n + 4 nn
n=1 n=1 n=1
∞ ∞ √
X 1 n
X 1+ n
y) (−1) √ ; z) .
n+ n n2 − n
n=1 n=2
∞√ √
X n− n−1 n
7.10.13. Considere a série (−1) p √ √ . Determine os valores de p
n=1
n n+ n−1
para os quais a série é:
a) absolutamente convergente;
b) simplesmente convergente;
c) divergente.
594 Séries de números reais
∞
X
7.10.15. Mostre que se an > 0, para todo o n ∈ N, an convergente e (bn )n é uma
n=1
∞
X
sucessão limitada, então (an bn ) é convergente.
n=1
∞
X an
7.10.16. Seja an uma série de termos positivos tais que an+1 < , para todo o
2
n=1
n ∈ N.
7.10.17. Seja (an )n uma sucessão de números reais positivos tal que a sucessão
∞
an X
n − 1 é crescente e convergente para 1. Mostre que a série an é divergente.
an+1
n=1
∞
X ∞
X
7.10.18. Sendo an e bn séries convergentes de termos positivos, indique, justi-
n=1 n=1
ficando, quais das séries
∞ ∞ ∞
X 1 1 X 1 1 X
a) + , b) − , c) (an bn ) ,
a n bn a n bn
n=1 n=1 n=1
∞
X (−1)n
7.10.19. Verifique que o produto de Cauchy da série √ por si própria diverge
n=0
n+1
(o produto de Cauchy de duas séries não absolutamente convergentes pode conduzir a uma
série divergente).
7.10 Exercı́cios propostos 595
∞
X (−1)n ∞
P 1
7.10.20. Considere as séries e √ .
n! n=0 (n + 1) n+1
n=0
a) Calcule a soma de ordem 3 do produto de Cauchy das duas séries.
f ) Se (an )n e (bn )n são sucessões de números reais quaisquer, tais que an ≤ bn , para
X∞ X∞
todo o n ∈ N, e bn é convergente, então an é convergente.
n=1 n=1
∞ ∞
X X a2n
g) Se an é absolutamente convergente, então é convergente.
1 + a2n
n=1 n=1
∞ ∞
|an |
(an )2 converge, então também
X X
h) Se converge.
n
n=1 n=1
∞
X √
n+1
√
i) A série n+1− n
n converge.
n=1
∞
X
j) Seja (sn )n a sucessão das somas parciais da série |an | . Se existir K ∈ R+ tal que
n=1
sn < K, para todo o n ∈ N, então existe e é finito lim sn .
n
7.10.22. Uma bola é atirada de uma altura de 10 metros. Em cada instante bate
3
no chão e salta verticalmente uma altura igual a da altura precedente. Determine a
4
distância total que a bola percorrerá, admitindo que a bola salta infinitas vezes.
596 Séries de números reais
7.10.23. Na Figura 7.2 apresenta-se uma “escada infinita” construı́da sobre cubos.
Determine o volume total da escada, sabendo que o comprimento do lado do cubo maior
...
Figura 7.2: “Escada infinita” no Exercı́cio 7.10.23.
1 1 1 1
7.10.24. Mostre que a série − + − · · · + (−1)n+1 + · · · é convergente e
2 3 4 n+1
calcule um valor aproximado da sua soma com erro inferior a uma décima.
∞
X (−1)n
7.10.25. Mostre que a série é convergente e calcule um valor aproximado
n=1
(n + 1)2
da sua soma com erro inferior a 0, 0025.
∞
X 1
7.10.26. Calcule o resto de ordem 100 da série .
n (n + 1)
n=1
∞
X 2n
7.10.27. Considere a série . Que erro se comete ao considerar para a
(n + 1) 3n
n=1
soma da série a soma dos 4 primeiros termos?
∞ n
X −1
7.10.28. Estude quanto à convergência a série . Quantos termos de-
3n + 1
n=1
vemos somar para que o erro cometido seja, em módulo, inferior a 0, 0002?
7.11 Soluções dos exercı́cios propostos 597
n−1
2 1 1 3
7.10.1. a) an = n , S= ; b) an = − , S= ;
5 2 3 4
n−1
1 1 3 3 (−1) 51
c) an = + n, S= ; d) an = + , S= ;
3n 5 4 2n−1 2 × 3n−1 8
1 2 5 5 1 1
e) an = + n+1 + n+2 , S= ; f ) an = , S= ;
10n 10 10 36 (n + 2) (n + 3) 3
1 5 1 1
g) an = , S= ; h) an = , S= .
(3n − 2) (3n + 4) 24 n (n + 1) (n + 2) 4
n
1 1 3 1 1 3
7.10.2. a) Sn = 1 − , S = 1; b) Sn = − − , S= ;
2 2 2 n n+1 4
(
0 se n é par,
1 1 1 1
c) Sn = d) Sn = − , S= ;
1 se n é ı́mpar; 2 2 n (n + 1) 4
n
1 n 1 1 1 1
e) Sn = ln − ln , S = ln ; f ) Sn = 1− , S= ;
2 n+1 2 14 8 14
1 1 1 1 n 1
g) Sn = 1− , S= ; h) Sn = ln − ln , S = ln ;
4 4n + 1 4 3 n+2 3
n
r
i) Sn = , S = 1.
n+1
√
11 2
7.10.20. a) + . b) absolutamente convergente.
24 8
7.10.21. a) V. b) F. c) F. d) F. e) V. f ) F. g) V. h) V. i) V. j) V.
8
7.10.22. 70 m. 7.10.23. . 7.10.24. p > 8. 7.10.25. p > 18.
7
1 16
7.10.26. . 7.10.27. inferior ou igual a . 7.10.28. p > 2.
101 243
Capı́tulo 8
Séries de potências
No capı́tulo anterior estudámos séries numéricas, isto é, séries cujos termos gerais são
sucessões de números reais. Neste capı́tulo vamos estudar um caso particular das séries
de funções, chamadas séries de potências, cujos termos gerais são sucessões de funções em
vez de números reais. Nas duas primeiras secções apresentamos os conceitos e resultados
Maclaurin. Mais uma vez, terminamos este capı́tulo com exercı́cios resolvidos, uma lista
funções da forma
+∞
an (x − x0 )n ,
X
n=0
forma
+∞
X
an xn = a0 + a1 x + a2 x2 + · · · + an xn + · · · ,
n=0
+∞
X
Problema: Para que valores de x a série de potências an xn converge, isto é, qual o
n=0
+∞
X
domı́nio de convergência da série an xn ?
n=0
Note-se que para x = 0, obtemos sempre uma série convergente, com soma a0 , pelo
o domı́nio de convergência de uma série de potências. Permite também saber que tipo de
+∞
X +∞
X
isto é, se |x| < R, então a série |an xn | é convergente, ou seja, a série an xn é
n=0 n=0
absolutamente convergente. Se
p p
lim sup n
|an xn | = |x| lim sup n |an | > 1,
+∞
X
isto é, se |x| > R, então a série an xn é divergente, pois neste caso também
n=0
+∞
X
Definição 8.1.4 Chama-se raio de convergência da série de potências an xn a
n=0
1
R= p
n
. Se o limite for +∞, tem-se que R = 0 e se o limite for zero, tem-se
lim sup |an |
que R = +∞.
an+1 p
Observação 8.1.5 Como lim = lim n |an |, se existir o primeiro limite, então,
n an n
+∞
X 1 n
Exemplo 8.1.6 A série de potências x converge absolutamente para todo o
nn
n=0
x ∈ R.
Com efeito,
1 1 1
R= = = = +∞.
1
p r
lim sup n |an | n 1 lim sup
lim sup n
nn
602 Séries de potências
+∞
X
Exemplo 8.1.7 A série de potências nn xn converge apenas em x = 0.
n=0
Com efeito,
an nn 1
R = lim = lim = lim = 0.
n (n + 1)n+1 1 n
n an+1 n
1+ (n + 1)
n
+∞
X 1 n
Exemplo 8.1.8 A série de potências x converge absolutamente para todo o x ∈ R.
n!
n=0
Com efeito,
1
an n!
R = lim = lim = lim (n + 1) = +∞.
n an+1 n 1 n
(n + 1)!
+∞
X
Exemplo 8.1.9 A série de potências n!xn converge apenas em x = 0.
n=0
Com efeito,
an n! 1
R = lim = lim = lim = 0.
n an+1 n (n + 1)! n n+1
Observação 8.1.10 O teorema anterior nada afirma sobre a natureza da série de potên-
+∞
X
cias an xn nos extremos, −R e R, do intervalo de convergência (−R, R) , com R > 0.
n=0
Pode acontecer que a série seja divergente, simplesmente convergente ou absolutamente
convergente nestes pontos, pelo que a natureza da série tem de ser sempre estudada
n=0
convergente. Assim, o domı́nio de convergência e o intervalo de convergência serão coin-
convergência e serão diferentes caso a série de potências seja convergente em pelo menos
+∞
(2 + (−1)n )n xn .
X
Exemplo 8.1.11 Consideremos a série de potências
n=0
Como
1 1 1 1
R= p = p n n
= n = ,
n
lim sup |an | n
lim sup |(2 + (−1) ) | lim sup |2 + (−1) | 3
1 1 1
tem-se que a série é absolutamente convergente em − , e divergente em −∞, − ∪
3 3 3
1
∪ , +∞ .
3
+∞
1 1 1 X (2 + (−1)n )n
Resta estudar nos pontos x = − e x = . Para x = − obtém-se a série
3 3 3 (−3)n
n=0
+∞
1 X (2 + (−1)n )n
e para x = obtém-se a série . Como os termos gerais destas séries não
3 3n
n=0
convergem para zero, são ambas divergentes. Portanto, neste caso o intervalo de con-
+∞ +∞ +∞
X X (−1)n−1
X (−1)n 2n+1
Exemplo 8.1.12 Consideremos as séries xn , xn e
x .
n 2n + 1
n=1 n=1 n=1 p
Nos três casos tem-se R = 1. Com efeito, para a primeira série lim n |an | = 1, para
n
p 1
todo o n ∈ N, para a segunda série lim n |an | = lim √ = 1 e, finalmente, para a terceira
n n nn
Com estes exemplos acabámos de ver que uma série pode convergir ou divergir em
outro.
604 Séries de potências
+∞
X (x − 2)n
Exemplo 8.1.13 Consideremos a série de potências .
n
n=1
Comecemos por fazer a mudança de variável y = x − 2 e façamos o estudo da série
+∞
X 1 n 1
y . Neste caso, tem-se que an = .
n n
n=1
Como
1
an n n+1
R = lim = lim = lim = 1,
n an+1 n 1 n n
n+1
tem-se que a série é absolutamente convergente quando y ∈ (−1, 1) e divergente quando
y ∈ (−∞, −1) ∪ (1, +∞) , isto é, a série dada é convergente quando x ∈ (1, 3) e divergente
+∞
Z bX +∞
X bn+1 − an+1
an xn dx = an .
a n=0 n+1
n=0
+∞ n +∞
1X
x xn
X Z
Exemplo 8.2.2 Consideremos a série de potências e determinemos dx.
n! 0 n=1 n!
n=1
8.2 Integração e derivação de séries de potências 605
1
an n!
R = lim = lim = lim (n + 1) = +∞,
n an+1 n 1 n
(n + 1)!
em [0, 1] e
+∞
1X +∞ Z 1 +∞ 1 X +∞
xn xn xn+1 1
Z X X
dx = dx = = .
0 n=0 n! n! (n + 1)! 0 (n + 1)!
n=0 0 n=0 n=0
+∞
X
Teorema 8.2.3 Qualquer série de potências an xn é indefinidamente diferenciável no
n=0
intervalo (−R, R) , sendo R o raio de convergência da série, e as suas derivadas po-
+∞
X
dem obter-se derivando a série termo a termo, isto é, pondo f (x) = an xn tem-se
n=0
+∞
X +∞
X
f ′ (x) = nan xn−1 , f ′′ (x) = n (n − 1) an xn−2 , e assim sucessivamente em todos os
n=1 n=2
pontos do intervalo (−R, R) .
+∞
X
Observação 8.2.4 Se a série de potências an xn tem raio de convergência R, então a
n=0
série das derivadas e a série das primitivas têm o mesmo raio de convergência R.
+∞
X (−1)n+1 (x − 2)n
Exemplo 8.2.5 Consideremos a série de potências .
n2n
n=1
Comecemos por fazer a mudança de variável y = x − 2 e façamos o estudo da série
+∞
X (−1)n+1 (−1)n+1
y n . Neste caso, tem-se que an = .
n2n n2n
n=1
Como
(−1)n+1
an n2n (n + 1) 2n+1
R = lim = lim = lim = 2,
n an+1 n (−1)n+2 n n2n
(n + 1) 2n+1
606 Séries de potências
y ∈ (−∞, −2) ∪ (2, +∞) , isto é, a série é absolutamente convergente quando x ∈ (0, 4) e
+∞
!′ +∞ +∞
X (−1)n+1 (x − 2)n X (−1)n+1 n (x − 2)n−1 X (−1)n+1 (x − 2)n−1
= = ,
n2n n2n 2n
n=1 n=1 n=1
Observação 8.2.6 Os teoremas anteriores mostram como a séries de potências são séries
+∞ (n)
f (x0 ) f (n) (x0 )
(x − x0 )n = f (x0 ) + f ′ (x0 ) (x − x0 ) + · · · + (x − x0 )n + · · · .
X
n! n!
n=0
8.3 Séries de Taylor e Maclaurin 607
f (n) (x) = ex , ∀n ∈ N, ∀x ∈ R,
nπ
f (n) (x) = sen x + , ∀n ∈ N, ∀x ∈ R.
2
Então, f (2n) (0) = 0 e f (2n+1) (0) = (−1)n , para n ≥ 0, pelo que a série de Maclaurin
é dada por
+∞
x3 x5 x2n+1 x2n+1
+ · · · + (−1)n (−1)n
X
x− + + ··· = ,
3! 5! (2n + 1)! (2n + 1)!
n=0
Na realidade, a existência das derivadas de f (n) (x0 ) para todo o n ∈ N, embora permita
+∞ (n)
f (x0 )
(x − x0 )n .
X
f (x) = (8.1)
n!
n=0
é uma função indefinidamente diferenciável tal que f (n) (0) = 0, para todo o n ∈ N, pelo
0 + 0x + 0x2 + · · · + 0xn + · · · ,
que converge para a função nula em R. Portanto, f é a soma da série apenas em zero,
pois f (x) 6= 0 se x 6= 0.
Vejamos agora alguns resultados que garantem que se tem a igualdade (8.1) numa
vizinhança de x0 para uma função idefinidamente diferenciável f. Seja sn (x) a soma dos
termos até à ordem n da série de Taylor de f em x0 ∈ I, isto é, a sucessão das somas
x0 ∈ I que
f (n) (x) ≤ M k n , ∀x ∈ V, ∀n ∈ N.
(x − x0 )n+1 (n+1)
Rn (x) = f (x0 + θn (x − x0 )) , 0 < θn < 1,
(n + 1)!
tem-se
(k |x − x0 |)n+1
|Rn (x)| ≤ M , x ∈ V.
(n + 1)!
(k |x − x0 |)n+1
Como a série de termo geral é convergente, então
(n + 1)!
(k |x − x0 |)n+1
lim = 0,
n (n + 1)!
f (n) (x) ≤ M, ∀x ∈ V, ∀n ∈ N,
f (n) (x) = ex , ∀n ∈ N, ∀x ∈ R.
+∞
x2 xn X xn
ex = 1 + x + + ··· + + ··· = , ∀x ∈ R.
2! n! n!
n=0
8.3 Séries de Taylor e Maclaurin 611
nπ
f (n) (x) = sen x + , ∀n ∈ N, ∀x ∈ R.
2
nπ
f (n) (x) = sen x + ≤ 1,
2
para todo o x ∈ R, tem-se que sen x é a soma da sua soma de Maclaurin em R, isto é,
+∞
x3 x5 x2n+1 x2n+1
+ · · · + (−1)n (−1)n
X
sen x = x − + + ··· = , ∀x ∈ R.
3! 5! (2n + 1)! (2n + 1)!
n=0
nπ
f (n) (x) = cos x + , ∀n ∈ N, ∀x ∈ R.
2
nπ
f (n) (x) = cos x + ≤ 1,
2
para todo o x ∈ R, tem-se que cos x é a soma da sua soma de Maclaurin em R, isto é,
+∞
x2 x4 x2n x2n
+ · · · + (−1)n (−1)n
X
cos x = 1 − + + ··· = , ∀x ∈ R.
2! 4! (2n)! (2n)!
n=0
+∞
an (x − x0 )n , ∀x ∈ V.
X
f (x) =
n=0
vizinhança de x0 , uma vez que as séries de potências são diferenciáveis termo a termo no
intervalo de convergência.
612 Séries de potências
+∞
an (x − x0 )n , ∀x ∈ V,
X
f (x) = (8.2)
n=0
+∞
nan (x − x0 )n−1 , ∀x ∈ V,
X
f ′ (x) = (8.3)
n=1
f (n) (x0 )
an = , ∀n ∈ N,
n!
pode recorrer-se directamente às fórmulas dadas no inı́cio desta secção, mas muitas vezes
volvimento de uma função dada, tendo em conta que o desenvolvimento em série é único.
Então,
+∞ +∞
1 X
2 n
X
x2n
= x =
1 − x2
n=0 n=0
se |x| < 1.
1 1
f (x) = = .
1 + x2 1 − (−x2 )
Então,
+∞ +∞
1 2 n
(−1)n x2n
X X
= −x =
1 − (−x2 )
n=0 n=0
se |x| < 1.
1 1 1 1 1
f (x) = = = .
2
7 + 2x 7 7 2
1+ x 1− − x
7 7
Então,
+∞ +∞
2 n X 2n
1 1 1X
= − x = (−1)n n+1 xn
7 2 7 7 7
1− − x n=0 n=0
7
2 7
se − x < 1, isto é, se |x| < .
7 2
614 Séries de potências
+∞
1
(−1)n xn = 1 − x + x2 + · · · + (−1)n xn + · · · , ∀x ∈ (−1, 1) .
X
=
1+x
n=0
1
Comecemos por observar que f ′ (x) = . Como podemos integrar termo a termo
1+x
em cada intervalo compacto contido em (−1, 1) , obtemos
x
1
Z
ln (1 + x) = ln (1 + x) − ln (1 + 0) = dt =
0 1+t
x2 x3 xn
= x− + + · · · + (−1)n−1 + · · · , ∀x ∈ (−1, 1) .
2 3 n
x = 1.
+∞
1 1
(−1)n (x − 1)n =
X
− = − =−
x 1 + (x − 1)
n=0
h i
= − 1 − (x − 1) + (x − 1)2 + · · · + (−1)n (x − 1)n + · · · ,
1
= 1 − 2 (x − 1) + 3 (x − 1)2 + · · · + (−1)n n (x − 1)n−1 + · · ·
x2
para x ∈ (0, 2) .
8.3 Séries de Taylor e Maclaurin 615
x
1
Z
arctg x = dt.
0 1 + t2
Como
1
= 1 − t2 + t4 + · · · + (−1)n t2n + · · ·
1 + t2
e podemos integrar termo a termo em cada intervalo compacto contido em (−1, 1) , tem-se,
x
1 x3 x5 n x
2n+1
Z
arctg x = dt = x − + + · · · + (−1) + ··· ,
0 1 + t2 3 5 2n + 1
+∞
x2n+1 x3 x5 x2n+1
(−1)n + · · · + (−1)n
X
sen x = =x− + + · · · , ∀x ∈ R;
(2n + 1)! 3! 5! (2n + 1)!
n=0
+∞
x2n x2 x4 x2n
(−1)n + · · · + (−1)n
X
cos x = =1− + + · · · , ∀x ∈ R;
(2n)! 2! 4! (2n)!
n=0
+∞
1 X
= xn = 1 + x + x2 + · · · + xn + · · · , ∀x ∈ (−1, 1) ;
1−x
n=0
+∞
1
(−1)n xn = 1 − x + x2 + · · · + (−1)n xn + · · · , ∀x ∈ (−1, 1) ;
X
=
1+x
n=0
616 Séries de potências
+∞
xn+1 x2 x3 xn
(−1)n + · · · + (−1)n−1
X
ln (1 + x) = =x− + + · · · , ∀x ∈ (−1, 1] ;
n+1 2 3 n
n=0
α α (α − 1) 2 α
(1 + x) = 1 + αx + x + ··· + xn + · · · , ∀x ∈ (−1, 1) e α ∈ R,
2! n
+∞
X α n α α (α − 1) · · · (α − n + 1)
=1+ x , onde = .
n n n!
n=0
8.4 Exercı́cios resolvidos 617
∞ ∞ ∞
X xn X 1 n X (x − 2)n
d) ; e) x ; f) ;
n2n 3n n5n
n=1 n=1 n=1
∞ ∞ ∞
X (x − 1)n X (−1)n xn X (3 + 2x)n
g) ; h) ; i) ;
n2 4n n (n + 2) n (n + 2) 2n
n=1 n=1 n=1
∞ ∞
3n
(1 − 2x)n .
X X
j) n!xn ; k)
5n+1
n=1 n=1
Resolução:
∞ ∞
X n x n X n
a) Comecemos por notar que = xn é uma série de
n+1 3 (n + 1) 3n
n=1 n=1
n
potências de x, com an = .
(n + 1) 3n
Como
n
an (n + 1) 3n n (n + 2) × 3 × 3n 3n2 + 6n
R = lim = lim = lim = lim = 3,
n an+1 n n+1 n (n + 1) (n + 1) 3n n n2 + 2n + 1
(n + 2) 3n+1
tem-se que a série é absolutamente convergente em (−3, 3) e divergente em (−∞, −3) ∪
∪ (3, +∞) .
∞
n n
ou seja, lim (−1)n (−1)n
X
6= 0, pelo que a série é divergente.
n n+1 n+1
n=1
Para a segunda série, como
n
lim = 1 6= 0,
n n+1
∞
X n
tem-se que a série é divergente.
n+1
n=1
∞
X n x n
Portanto, a série é absolutamente convergente em (−3, 3) e divergente
n+1 3
n=1
em (−∞, −3] ∪ [3, +∞) .
∞
X (−1)n xn
b) Comecemos por notar que √ é uma série de potências de x, com
n=1
n
(−1)n
an = √ .
n
Como
(−1)n
√ r
an n n+1
R = lim = lim n+1 = lim = 1,
n an+1 n (−1) n n
√
n+1
∪ (1, +∞) .
1
Como a sucessão xn = √ tem limite zero e é decrescente, pois
n
√ √
1 1 n− n+1
xn+1 − xn = √ −√ = √ √ < 0, ∀n ∈ N,
n+1 n n n+1
∞
X xn 1
c) Comecemos por notar que é uma série de potências de x, com an = .
n n
n=1
Como
1
an n n+1
R = lim = lim = lim = 1,
n an+1 n 1 n n
n+1
tem-se que a série é absolutamente convergente em (−1, 1) e divergente em (−∞, −1) ∪
∪ (1, +∞) .
1 1 1
xn+1 − xn = − =− < 0, ∀n ∈ N,
n+1 n n (n + 1)
∞
X (−1)n
Portanto, a série é simplesmente convergente.
n
n=1
A segunda série é divergente, pois é a série harmónica.
∞
X xn
Assim, a série é absolutamente convergente em (−1, 1) , divergente em
n
n=1
(−∞, −1) ∪ [1, +∞) e simplesmente convergente em x = −1.
∞
X xn 1
d) Comecemos por notar que n
é uma série de potências de x, com an = n .
n2 n2
n=1
Como
1
an n2n (n + 1) × 2 × 2n 2n + 2
R = lim = lim = lim = lim = 2,
n an+1 n 1 n n2 n n n
(n + 1) 2n+1
tem-se que a série é absolutamente convergente em (−2, 2) e divergente em (−∞, −2) ∪
∪ (2, +∞) .
∞
X 1 n 1
e) Comecemos por notar que x é uma série de potências de x, com an = n .
3n 3
n=1
Como
1
an n
R = lim = lim 3n = lim 3 × 3 = lim 3 = 3,
n an+1 n 1 n 3n n
3n+1
∪ (3, +∞) .
tem-se que
(
n
1 se n é par,
lim (−1) =
n −1 se n é ı́mpar,
∞
ou seja, lim (−1)n 6= 0, pelo que a série (−1)n é divergente.
X
n
n=1
Para a segunda série, como
lim 1 = 1 6= 0,
n
∞
X
tem-se que a série 1 é divergente.
n=1
∞
X 1 n
Portanto, a série x é absolutamente convergente em (−3, 3) e divergente em
3n
n=1
(−∞, −3] ∪ [3, +∞) .
∞
X (x − 2)n
f ) Comecemos por notar que é uma série de potências de (x − 2) , com
n5n
n=1
1
an = . Fazendo a mudança de variável y = x − 2 obtemos uma séries de potências de
n5n
+∞
X 1 n 1
y dada por n
y , com an = n .
n5 n5
n=1
622 Séries de potências
Como
1
an n5n (n + 1) × 5 × 5n 5n + 5
R = lim = lim = lim = lim = 5,
n an+1 n 1 n n5 n n n
(n + 1) 5n+1
tem-se que a série é absolutamente convergente quando y ∈ (−5, 5) e divergente quando
y ∈ (−∞, −5) ∪ (5, +∞) , isto é, a série dada é absolutamente convergente quando
Como
1
an n2 4n (n + 1)2 × 4 × 4n 4 (n + 1)2
R = lim = lim = lim = lim = 4,
n an+1 n 1 n n2 4n n n2
(n + 1)2 4n+1
y ∈ (−∞, −4) ∪ (4, +∞) , isto é, a série dada é absolutamente convergente quando
∞
X (−1)n xn
h) Comecemos por notar que é uma série de potências de x, com
n (n + 2)
n=1
(−1)n
an = .
n (n + 2)
Como
(−1)n
an n (n + 2) (n + 1) (n + 3)
R = lim = lim n+1 = lim = 1,
n an+1 n (−1) n n (n + 2)
(n + 1) (n + 3)
∪ (1, +∞) .
624 Séries de potências
A segunda série é uma série alternada. Comecemos por estudar a convergência absoluta
∞ ∞
X (−1)n X 1
desta série, isto é, comecemos por estudar a série = . Como
n (n + 2) n (n + 2)
n=1 n=1
acabámos de ver é uma série convergente.
∞
X (−1)n
Portanto, a série é absolutamente convergente.
n (n + 2)
n=1
∞
X (−1)n xn
Assim, a série é absolutamente convergente em [−1, 1] e divergente em
n (n + 2)
n=1
(−∞, −1) ∪ (1, +∞) .
∞
X (3 + 2x)n
i) Comecemos por notar que é uma série de potências de (3 + 2x) ,
n (n + 2) 2n
n=1
1
com an = . Fazendo a mudança de variável y = 3 + 2x obtemos uma séries de
n (n + 2) 2n
+∞
X 1 1
potências de y dada por y n , com an = .
n (n + 2) 2n n (n + 2) 2n
n=1
Como
1
an n (n + 2) 2n 2 (n + 1) (n + 3)
R = lim = lim = lim = 2,
n an+1 n 1 n n (n + 2)
(n + 1) (n + 3) 2n+1
y ∈ (−∞, −2) ∪ (2, +∞) , isto é, a série dada é absolutamente convergente quando
5 1 5 1
x ∈ − ,− e divergente quando x ∈ −∞, − ∪ − , +∞ .
2 2 2 2
5 1 5
Resta estudar nos pontos x = − e x = − . Para x = − obtém-se a série numérica
2 2 2
+∞ +∞
X (−1)n 1 X 1
e para x = − obtém-se a série numérica .
n (n + 2) 2 n (n + 2)
n=1 n=1
8.4 Exercı́cios resolvidos 625
A primeira série é uma série alternada. Comecemos por estudar a convergência abso-
∞ ∞
X (−1)n X 1
luta desta série, isto é, comecemos por estudar a série = .
n (n + 2) n (n + 2)
n=1 n=1
∞
1 1 X 1
Como 0 ≤ ≤ 2 , para todo o n ∈ N, e a série é convergente, por ser uma
n (n + 2) n n2
n=1
série de Dirichlet com α = 2 > 1, tem-se, pelo Critério geral da comparação, que a série
∞
X 1
é convergente.
n (n + 2)
n=1
∞
X (−1)n
Portanto, a série é absolutamente convergente.
n (n + 2)
n=1
A segunda série, como acabámos de ver, é uma série convergente.
∞
(3 + 2x)n
X 5 1
Assim, a série é absolutamente convergente em − , − e divergente
n (n + 2) 2n 2 2
n=1
5 1
em −∞, − ∪ − , +∞ .
2 2
∞
X
j) Comecemos por notar que n!xn é uma série de potências de x, com an = n!.
n=1
Como
an n! 1
R = lim = lim = lim = 0,
n an+1 n (n + 1)! n n+1
∞
X
tem-se que a série n!xn é absolutamente convergente em x = 0 e divergente em R\ {0} .
n=1
∞
3n
(1 − 2x)n é uma série de potências de (1 − 2x) ,
X
k) Comecemos por notar que
5n+1
n=1
3n
com an = n+1 . Fazendo a mudança de variável y = 1 − 2x obtemos uma séries de
5
+∞
X 3n n 3n
potências de y dada por y , com a n = .
5n+1 5n+1
n=1
Como
3n
an n+1 5 × 5n+1 3n 5
R = lim = lim 5n+1 = lim n n+1
= ,
n an+1 n 3 n 3 × 3 5 3
5 n+2
5 5
tem-se que a série é absolutamente convergente quando y ∈ − , e divergente quando
3 3
5 5
y ∈ −∞, − ∪ , +∞ , isto é, a série dada é absolutamente convergente quando
3 3
1 4 1 4
x∈ − , e divergente quando x ∈ −∞, − ∪ , +∞ .
3 3 3 3
626 Séries de potências
1 4 1
Resta estudar nos pontos x = − e x = . Para x = − obtém-se a série numérica
3 3 3
+∞ +∞ n
X 1 4 X (−1)
e para x = obtém-se a série numérica .
5 3 5
n=1 n=1
Para a primeira série, como
1 1
lim = 6= 0,
n 5 5
∞
X 1
tem-se que a série é divergente.
5
n=1
Para a segunda série, como
1
n se n é par,
(−1)
5
=
5 −1
se n é ı́mpar,
5
tem-se que 1
se n é par,
(−1)n 5
lim =
n 5 − 1 se n é ı́mpar,
5
n ∞
X (−1)n
(−1)
ou seja, lim 6= 0, pelo que a série é divergente.
n 5 5
n=1
∞
3n
X n 1 4
Assim, a série (1 − 2x) é absolutamente convergente em − , e diver-
5n+1 3 3
n=1
1 4
gente em −∞, − ∪ , +∞ .
3 3
Resolução:
Portanto,
∞ ∞
" #
2
X n
X (x + 2)n+1
f (x) = ln (1 + x) = P −2 (x + 2) = −2 + C,
n+1
n=0 n=0
8.4 Exercı́cios resolvidos 627
y ∈ (−∞, −3) ∪ (3, +∞) , isto é, a série dada é absolutamente convergente quando
x
8.4.4. a) Desenvolva em série de potências de x a função f (x) = . Indique,
(1 − x)2
justificando, para que valores de x o desenvolvimento é válido.
628 Séries de potências
∞
X n
b) Usando a alı́nea a), calcule a soma da série .
3n
n=1
Resolução:
1
a) Comecemos por determinar o desenvolvimento de , notando que uma sua
(1 − x)2
1
primitiva é dada por .
1−x
1 ∞
xn em (−1, 1) e como uma série de potências se pode derivar termo
P
Como =
1−x n=0
a termo no seu intervalo de convergência, então
′ ∞
!′ ∞
1 1 X
n
X
= = x = nxn−1
(1 − x)2 1−x
n=0 n=1
em (−1, 1) .
Portanto,
∞
x X
f (x) = = nxn
(1 − x)2 n=1
em (−1, 1) .
1
∞ ∞ n
X n X 1 1 3 3
b) n
= n =f = 2 = .
3 3 3 1 4
n=1 n=1 1−
3
mento é válido.
b) Recorrendo à série das derivadas do resultado da alı́nea a), calcule a soma da série
∞
X n+1
.
n!
n=0
Resolução:
∞ ∞
X xn X xn+1
a) Sabendo que ex = , para todo o x ∈ R, tem-se que f (x) = x ex = ,
n! n!
n=0 n=0
para todo o x ∈ R.
b) A série obtida na alı́nea a) é uma série de potências, pelo que é derivável termo a
8.4 Exercı́cios resolvidos 629
para todo o x ∈ R.
Portanto,
∞
X n+1
= f ′ (1) = 2e.
n!
n=0
2
8.4.6. Considere a função f : R −→ R definida por f (x) = x ex .
mento é válido.
Resolução:
∞ ∞
X xn 2
X x2n+1
a) Sabendo que ex = , para todo o x ∈ R, tem-se que f (x) = x ex = ,
n! n!
n=0 n=0
para todo o x ∈ R.
b) A série obtida na alı́nea a) é uma série de potências, pelo que é primitivável termo
para todo o x ∈ R.
Portanto,
∞
X 1 e 1
= 2F (1) = 2 − = e − 1.
(n + 1)! 2 2
n=0
2
2
ex 1
Note-se que F (x) = P x ex = + C, com C ∈ R, e F (0) = 0, pelo que C = − .
2 2
630 Séries de potências
este o maior intervalo aberto onde a série é convergente, podendo ainda ser convergente
R = 2, pois os pontos onde a série poderá ser simplesmente convergente são os extremos
seguintes:
∞ ∞ ∞ n
X 1 X 1 X 1 2x
a) ; b) ; c) √ .
xn n (x + 2)n n x2 + 1
n=1 n=1 n=1
∞ ∞ ∞ n
(−1)n x2n+1 n (x + 1)2n
X X X n! 1
d) ; e) ; f) ;
2n + 1 3n nn x + 2
n=1 n=1 n=1
∞ ∞ ∞
xn 3n n!
(nx)n ; (1 − 3x)2n ;
X X X
g) ; h) i)
n (n + 1) nn
n=1 n=1 n=1
∞ ∞ ∞
xn x2n 1
(x − 3)n ;
X X X
j) ; k) ; l) √
n2n n2n n+1
n=1 n=1 n=1
∞ ∞
X n x n X (x − 1)n
m) ; n) .
n+1 3 (2n + 1) 4n
n=1 n=1
∞
X 1 x n
8.5.3. Determine o intervalo de convergência da série a− , com a ∈ R.
n 2
n=1
Prove que existe um único valor de a para o qual a série é simplesmente convergente no
ponto x = 0.
∞
X (−1)n xn+1
8.5.4. a) Sabendo que ln (1 + x) = obtenha, usando o Teorema da
n+1
n=0
1
derivação, um desenvolvimento em série de potências de x para a função f (x) = .
1+x
∞
X (−1)n
b) Determine a soma da série .
(n + 1) 2n+1
n=0
632 Séries de potências
1 2x 1 x
i) ; j) ; k) ; l) .
(1 − x)2 1 − x2 3−x 9 + x2
ex − e−x ex + e−x
senh x = , cosh x = , ∀x ∈ R,
2 2
f (x) = (1 + x)−2 .
2
8.5.8. Considere a função f (x) = .
2−x
a) Obtenha uma série de potências de x cuja função soma seja f (x) e indique o conjunto
2
8.5.11. Desenvolva em série de potências de (x + 3) a função f (x) = e deter-
4x + 5
mine o raio de convergência da série obtida.
1
8.5.12. Desenvolva em série de potências de (x − 3) a função f (x) = e
x2 − 6x + 5
determine o raio de convergência da série obtida.
∞
X xn
8.5.14. Considere a série ex = , para todo o x ∈ R. Prove que:
n!
n=0
ex − 1
a) 0 < ln < x se x > 0;
x
ex − 1
b) x < ln < 0 se x < 0.
x
634 Séries de potências
8.5.2. a) R = 1,
absolutamente convergente: (−1, 1) ,
divergente: (−∞, −1] ∪ [1, +∞) ;
b) R = 2,
absolutamente convergente: (−2, 2) ,
divergente: (−∞, −2] ∪ [2, +∞) ;
c) R = 1,
absolutamente convergente: (1, 3) ,
simplesmente convergente: {1} ,
divergente: (−∞, 1) ∪ [3, +∞) ;
d) R = 1,
absolutamente convergente: (−1, 1) ,
simplesmente convergente: {−1, 1} ,
divergente: (−∞, −1) ∪ (1, +∞) ;
e) R = 3,
√ √
absolutamente convergente: − 3 − 1, 3 − 1 ,
√ √
divergente: −∞, − 3 − 1 ∪ 3 − 1, +∞ ;
f) R = e,
1 1
absolutamente convergente: −∞, − − 2 ∪ − 2, +∞ ,
e e
1 1
divergente: − − 2, − 2 ;
e e
g) R = 1,
absolutamente convergente: [−1, 1] ,
divergente: (−∞, −1) ∪ (1, +∞) ;
8.6 Soluções dos exercı́cios propostos 635
8.5.2. h) R = 0,
absolutamente convergente: {0} ,
divergente: (−∞, 0) ∪ (0, +∞) ;
e
i) R= ,
3
√ √
e 1 e 1
− √ +
absolutamente convergente: , √ + ,
3 3 3 3 3 3
√ √
e 1 e 1
divergente: −∞, − √ + ∪ √ + , +∞ ;
3 3 3 3 3 3
j) R = 2,
absolutamente convergente: (−2, 2) ,
simplesmente convergente: {−2} ,
divergente: (−∞, −2) ∪ [2, +∞) ;
k) R = +∞,
absolutamente convergente: R;
l) R = 1,
absolutamente convergente: (2, 4) ,
simplesmente convergente: {2} ,
divergente: (−∞, 2) ∪ [4, +∞) ;
m) R = 3,
absolutamente convergente: (−3, 3) ,
divergente: (−∞, −3] ∪ [3, +∞) ;
n) R = 4,
absolutamente convergente: (−3, 5) ,
simplesmente convergente: {−3} ,
divergente: (−∞, −3) ∪ [5, +∞) .
8.5.3. R = 2,
absolutamente convergente: (−2 + 2a, 2 + 2a) ,
simplesmente convergente: {2 + 2a} ,
divergente: (−∞, −2 + 2a] ∪ (2 + 2a, +∞) ,
a = −1.
∞
n 3
(−1) xn .
P
8.5.4. a) b) ln .
n=1 2
636 Séries de potências
P∞ xn ∞
P n x2n+1
8.5.5. a) em R; b) (−1) em R;
n=0 n! n=0 (2n + 1)!
∞
n x2n ∞
xn em (−1, 1) ;
P P
c) (−1) em R; d)
n=0 (2n)! n=0
∞
P n+1 xn
e) ln 3 + (−1) em (−3, 3] ; f ) impossı́vel;
n=1 n3n
∞
P n−1 x2n−1 ∞
P n (n + 2) 32n x2n+1
g) (−1) em [−1, 1] ; h) 2 (−1) em R;
n=1 2n − 1 n=0 (2n + 1)!
∞ ∞
(n + 1) xn em (−1, 1) ; 2xn+1 em (−1, 1) ;
P P
i) j)
n=0 n=0
P∞ xn ∞
P n x2n+1
k) n+1
em (−3, 3) ; l) (−1) em (−3, 3) .
n=0 3 n=0 9n+1
∞
P x2n+1 P∞ x2n
8.5.6. senh x = em R e cosh x = em R.
n=0 (2n + 1)! n=0 (2n)!
∞
n
(−1) (n + 1) xn e R = 1.
P
8.5.7.
n=0
√ !n
P∞ xn ∞
P 2− 2
8.5.8. a) n
em (−2, 2) . b) .
n=0 2 n=0 2
n
∞ ∞ (x − 1)
(n + 2) (2n + 5) x2n+3 em (−1, 1) .
P P
8.5.9. 8.5.10. e em R.
n=0 n=0 n!
∞ 22n+1 7 ∞ (−1)n+1 − 1
P n P n
8.5.11. − n+1
(x + 3) e R = . 8.5.12. n+3
(x − 3) e R = 2.
n=0 7 4 n=0 2
∞ (x − 1)n+1 ∞
P P n n
8.5.13. f (x) = ln 2 − n+1
em (−1, 3) e g (x) = (−1) (n + 1) (x − 1) em (0, 2) .
n=0 (n + 1) 2 n=0
Capı́tulo 9
Lista de matemáticos
andrews.ac.uk/.
Niels Henrik Abel (ver Figura 9.1) nasceu em Frindöe, Noruega, a 5 de Agosto de
Jean d’Alembert foi um filósofo, matemático e fı́sico francês, que foi um pioneiro no
Arquimedes (ver Figura 9.3) nasceu em Siracusa, na Sicı́lia, em 287 a.C. e faleceu
Isaac Barrow (ver Figura 9.4) nasceu em Londres, Inglaterra, em Outubro de 1630
Jacob (Jacques) Bernoulli (ver Figura 9.5) nasceu em Basileia, Suiça, a 6 de Janeiro
Jacob Bernoulli foi um matemático suiço, tendo sido o primeiro a usar o termo “inte-
gral”.
639
Bernard Placidus Johann Nepomuk Bolzano (ver Figura 9.6) nasceu em Praga,
Georg Ferdinand Ludwig Philipp Cantor (ver Figura 9.7) nasceu em São Peters-
1918.
Augustin Louis Cauchy (ver Figura 9.8) nasceu em Paris, França, a 21 de Agosto
Bonaventura Francesco Cavalieri (ver Figura 9.9) nasceu em Milão, Itália, em1598
Jean Gaston Darboux (ver Figura 9.10) nasceu em Nimes, França, a 14 de agosto
Gaston Darboux foi um matemático francês, tendo o seu nome ficado ligado aos con-
Johann Peter Gustav Lejeune Dirichlet (ver Figura 9.11) nasceu em Düren,
1859.
de função.
Geometria Analı́tica.
Paul Guldin (ver Figura 9.14) nasceu em St Gall, actual Sankt Gallen, Suiça, a 12
Johannes Kepler (ver Figura 9.16) nasceu em Weil der Stadt, Alemanha, a 27 de
Kepler foi um matemático e atrónomo alemão, que descobriu que a Terra e os planetas
andam em volta do Sol em órbitas elı́pticas e enunciou as três leis relativas ao movimento
com contributos em todos os ramos da análise, teoria dos números e mecânica clássica e
celeste.
Henri Léon Lebesgue (ver Figura 9.18) nasceu em Beauvais, França, a 28 de Junho
Henri Lebesgue foi um matemático francês, que formulou a teoria da medida e apre-
Gottfried Wilhelm von Leibniz (ver Figura 9.19) nasceu em Leipzig, Alemanha, a
otecário alemão.
Rudolf Otto Sigismund Lipschitz (ver Figura 9.20) nasceu em Königsberg, Rússia,
Rudolf Lipschitz foi um matemático alemão, tendo o seu nome ficado ligado à condição
648 Lista de matemáticos
de Lipschitz.
tria e Álgebra.
Pietro Mengoli (ver Figura 9.22) nasceu em Bolonha, Itália, em 1626 e faleceu em
Pietro Mengoli foi um matemático e clérigo italiano, que trabalhou em séries e limites
de figuras geométricas.
Franz Carl Joseph Mertens (ver Figura 9.23) nasceu em Schroda, Reino da Prússia,
Isaac Newton foi um astrónomo, filósofo, teólogo e cientista inglês, mais reconhecido
Joseph Ludwig Raabe (ver Figura 9.25) nasceu em Brody, Galı́cia, actual Ucrânia,
Georg Friedrich Bernhard Riemann (ver Figura 9.26) nasceu em Breselenz, Ale-
análise e a geometria.
Michel Rolle foi um matemático francês, tendo o seu nome ficado ligado ao Teorema
653
de Rolle.
Hermann Amandus Schwarz (ver Figura 9.28) nasceu em Hermsdorf, Silésia, actual
1921.
Hermann Schwarz foi um matemático alemão, que é conhecido pelo seu trabalho em
análise complexa.
Brook Taylor foi um matemático inglês conhecido pelo Teorema de Taylor e pelas séries
de Taylor.
654 Lista de matemáticos
Carl Johannes Thomae foi um matemático alemão, que trabalhou em teoria de funções.
Vincenzo Viviani (ver Figura 9.31) nasceu em Florença, Itália, a 5 de Abril de 1622
Karl Theodor Wilhelm Weierstrass (ver Figura 9.32) nasceu em Ostenfelde, Ale-
1897.
análise moderna.
Zenão de Eleia (ver Figura 9.33) nasceu em Eleia, Itália, cerca de 490 a.C. e faleceu
Zenão de Eleia foi um filósofo da Grécia antiga, que ficou famoso por apresentar para-
em R e Rn , McGraw-Hill, 1995.
Gulbenkian, 1990.
Hill, 1993.
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[NGS 19a] M. A. Neves, L. Guerreiro e A. Silva, Máximo – 10.o ano, Porto Editora,
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[NGS 19b] M. A. Neves, L. Guerreiro e A. Silva, Máximo – 11.o ano, Porto Editora,
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[SV 12b] S. Vinagre, Sebenta de Análise Matemática II, Universidade de Évora, 2012.