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UNIVERSIDADE DE BRASÍLIA

FÍSICA 2 EXPERIMENTAL
TURMA J

TÍTULO: Pressão de Vapor


DATA: 24/11/2017
PARTICIPANTES: BRUNO MARTINS TAKATA 17/0056791
LUCAS DE ALMEIDA ABREU FARIA 17/0016668
MATHEUS RIBEIRO DE BRITO VIEIRA 17/0062023

1. Objetivos
A partir da realização do experimento procurou-se observar a relação entre pressão
e volume de vapor à uma temperatura constante, e o comportamento de como a pressão de
vapor varia com temperatura dada um volume constante. Por fim com os dados adquiridos
estimou-se os valores do calor latente de vaporização da água e da umidade relativa do ar
no local.

2. Introdução
Pressão de vapor é a pressão exercida por um vapor quando este está em equilíbrio
termodinâmico com o líquido que lhe deu origem. Com relação à água, a quantidade de água
que evapora é a mesma quantidade que se condensa. A pressão de vapor é uma medida da
tendência de evaporação de um líquido. Quanto maior for a sua pressão de vapor, mais volátil
será o líquido, e menor será sua temperatura de ebulição relativamente a outros líquidos com
menor pressão de vapor à mesma temperatura de referência. Por exemplo, como o álcool
possui temperatura de ebulição menor que à água, o álcool possui pressão de vapor maior que
a água, evaporando com uma velocidade maior. Logo, a pressão de vapor depende do calor
latente de vaporização.
Qualquer que seja a temperatura, a tendência do líquido é vaporizar até atingir o
equilíbrio termodinâmico, que acontece quando a taxa de vapor condensado é igual à taxa de
líquido vaporizado. Para isso acontecer, ou seja, para um líquido entrar em ebulição, é
necessário que a pressão do sistema seja a pressão de vapor da substância. Em locais com
altitudes maiores, por exemplo, a pressão local é menor, consequentemente, o ponto de
ebulição será menor.
Já a umidade relativa do ar é a relação entre a quantidade de água existente no ar e a
quantidade máxima que poderia haver na mesma temperatura (ponto de saturação). Esse dado
é usado frequentemente nas medições meteorológicas, sendo aplicada em porcentagem para
um fácil entendimento. Essa umidade presente no ar é decorrente da água dos rios e mares que
evaporam, mas não alcançam altitudes de formação de nuvens. Quando um material é exposto
à umidade, este ajusta sua temperatura de forma a atingir um equilíbrio com o ambiente,
perdendo ou ganhando água. Isso ocorre quando a pressão de vapor da superfície do material
se iguala a pressão de vapor de água do ar que o envolve. Assim, quando se diz que a umidade
relativa do ar está em 100%, implica dizer que o ar, na temperatura em que se encontra, está
saturado com água, não sendo mais capaz de absorver este elemento.

3. Material Utilizado
Utilizou-se para a realização do experimento os seguintes materiais: recipiente de
medida com controle de temperatura, reservatório de armazenamento de mercúrio, régua
graduada, aquecedor com circulador de água, termômetro, água, gelo e copo metálico.

4. Procedimento Experimental
Na primeira parte do experimento, coletou-se os dados da pressão atmosférica no
ambiente, retirou-se a rolha do reservatório de mercúrio e ligou-se o circulador de água a
temperatura ambiente. Em seguida igualou-se a pressão do recipiente com a pressão
atmosférica colocando o mercúrio do recipiente e do reservatório no mesmo nível.
Realizada as devidas configurações diminui-se gradualmente a altura do reservatório de
mercúrio afim de diminuir a pressão no recipiente de mercúrio; para cada medida anotou-se
o volume da coluna de vapor de água. Com os dados obtidos construiu-se um gráfico
pressão absoluta por volume de vapor.
Na segunda parte igualou-se novamente os níveis de mercúrio, adicionou-se gelo ao
circulador de água para que o mesmo atingisse a temperatura de 8°C. Em seguida colocou-
se o reservatório de mercúrio numa altura em que o volume de vapor fosse facilmente lido.
Com o circulador de água aumentou-se a temperatura gradualmente; para cada medida de
temperatura, igualou-se o volume de vapor ao pré-estabelecido (de forma que fosse
constante) e anotou-se a pressão de vapor para cada valor de temperatura. Com os dados
fez-se gráficos de pressão absoluta por temperatura (PxT) e pressão absoluta pelo inverso
da temperatura (Px1/T); por fim estimou-se o valor do calor latente de vaporização da água.
Na terceira parte estimou-se o valor da pressão de vapor à temperatura ambiente,
utilizando-se dos dados obtidos. Em seguida em um copo metálico com um quarto de água
adicionou-se água gelada até o momento que o copo começasse a “soar” (ponto de
orvalho), anotou-se a temperatura do copo. Calculou-se a pressão de vapor para tal
temperatura, que teoricamente corresponde a pressão parcial de vapor à temperatura
ambiente e por fim; estimou-se a umidade relativa do ar.

5. Dados Experimentais

Tabela 1: Informações referentes ao ambiente do experimento

Pressão Atmosférica 67,9 ± 0,05 cmHg

Temperatura Ambiente 26 ± 0,25 ºC

a) Dependência entre a pressão aplicada e o volume de vapor à temperatura


ambiente

Tabela 2: Volume do vapor em função da pressão absoluta à qual a água estava sujeita
Pressão Absoluta Volume (cm) Pressão Absoluta Volume (cm)
(cmHg) (cmHg)

67,9 ± 0,05 1,0 23,1 ± 0,1 1,2

62,9 1,0 18,1 1,2

57,9 1,0 13,1 1,2


52,9 1,0 8,4 1,5

47,9 1,0 6,0 3,1

42,9 1,0 4,1 6,2

37,9 1,0 4,0 11,1

33,0 1,1 3,9 16,0

28,0 1,1 3,7 19,8

3,5 25,6

b) Medida da pressão de vapor em função da temperatura.

Tabela 3: Temperatura, pressão absoluta da água e inverso da temperatura absoluta

Temperatura (ºC) Pressão Absoluta (cmHg) 1/Temperatura (𝐾 −1 )

8,0 ± 0,25 1,6 ± 0,1 0,00356 ± 0.00001

12,0 1,8 0,00351 ± 0.00001

16,0 2,0 0,00346 ± 0.00001

20,0 2,4 0,00341 ± 0.00001

30,0 3,8 0,00330 ± 0.00001

40,0 6,3 0,00319 ± 0.00001

50,0 10,2 0,00310 ± 0.00001

60,0 16,1 0,00300 ± 0.00001

70,0 25,5 0,00292 ± 0.00001

80,0 35,7 0,00283 ± 0.00001

6. Análise dos Dados

O cálculo da pressão absoluta 𝑃𝑎 foi feito da seguinte maneira:


𝑃𝑎 = 𝑃𝑎𝑡𝑚 − 𝑃
Onde 𝑃𝑎𝑡𝑚 é a pressão atmosférica no local do experimento e P é a pressão medida
devido à diferença de altura observada.
Gráfico 1: Pressão absoluta vs Volume

O comportamento da curva observada no gráfico é decorre do fato de que, enquanto


a pressão à qual submetemos a água estiver acima da pressão de vapor da mesma, ela
permanece líquida. Assim que a pressão absoluta(Pa) se iguala à pressão de vapor(Pv) da
água, parte do líquido passa para o estado gasoso e, nesse ponto, as fases líquida e
gasosa começam a coexistir. É a partir desse momento que observamos um aumento muito
significativo no volume de vapor, ocasionando a característica não-derivável do gráfico. Na
condição de pressão absoluta igual à pressão de vapor, se tentarmos diminuir a pressão
absoluta, então o número de moléculas de água no estado gasoso aumenta, o número de
moléculas de água líquida diminui, o volume aumenta e um novo equilíbrio se estabelece
com Pa=Pv e o volume maior do que o anterior.
Calculando a média de pressão absoluta dos 5 últimos pontos (4,1 ; 6,2), (4,0 ;
11,1), (3,9 ; 16,0), (2,7 ; 19,8) e (3,5 ; 25,6), que é a região onde observamos a
estabilização da pressão, obtemos o valor de 3,64 cmHg para a pressão de vapor de
equilíbrio da água.
Gráfico 2: Pressão versus Temperatura

A partir da análise desse gráfico, observamos claramente que a pressão


absoluta à qual a água é submetida cresce exponencialmente com o aumento da
temperatura.

Observando a equação obtida à partir da regressão exponencial do gráfico, e


comparando-a com a equação Pv ≈ Po exp(−L/RT), encontrou-se o valor de 36856.512
J/mol para o calor latente molar de vaporização da água. Comparando o valor obtido com o
resultado conhecido de 40, 66 × 10^3 J/mol, percebemos uma discrepância da ordem de
10%, devido a possíveis erros decorrentes da escala e das condições de realização do
experimento.

Na terceira parte do experimento, utilizou-se a função ajustada do procedimento


anterior para calcular a pressão de vapor à temperatura ambiente obtendo-se o valor de
3.508256 cmHg. Depois, observou-se que o “ponto de orvalho” era 18 ºC, e calculou-se, por
meio da mesma expressão, o valor da pressão de vapor à nova temperatura, obtendo-se o
valor de 2,341577 cmHg.
Fazendo a razão entre as duas pressões de vapor obtidas, ou seja,
2,341577/3.508256 , obtemos para a umidade relativa do ar um valor de aproximadamente
66,74%.

7. Conclusão
A partir do experimento realizado, pôde-se concluir que, à temperatura constante,
uma diminuição de pressão provoca um maior volume de vapor, pois a taxa de evaporação
fica maior que a taxa de condensação e mais vapor será produzido até que o equilíbrio seja
atingido, logo, o volume de vapor aumentará, mas sua pressão permanecerá constante e
igual à pressão de vapor. Além disso, concluiu-se que, um aumento de temperatura
acarreta o aumento da pressão de vapor, pois a taxa de vaporização será favorecida com
mais moléculas passando ao estado gasoso, aumentando a pressão do sistema e,
consequentemente, o aumento de colisões de moléculas na fase gasosa com a superfície
do líquido, fazendo-as retornar à fase líquida até atingir o equilíbrio. Ademais, com o
experimento foi possível calcular o calor latente de vaporização da água, cujo resultado
obtido foi de 36856.512 J/mol, com um erro de 9,4% para o resultado conhecido. Com o uso
da curva do gráfico da pressão de vapor em função da temperatura, foi possível obter o
valor da umidade relativa do ar, cujo valor foi de 66,74%. Ambos resultados obtidos são
válidos para as condições disponibilizadas em laboratório.

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