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Universidade Federal de São Carlos

Departamento de Engenharia Química


Princípios de Operações Unitárias

Relatório Experimental

Determinação da Condutividade Térmica em Sistemas


Particulados

Heloisa Fernanda Lopes Sanches (760674)


Larissa Batista Nardini (772171)
Laura Ordonho Líbero (743423)
Suzana Santana Francisco (773411)

São Carlos, 24 de agosto de 2023


ÍNDICE

1. OBJETIVO
2. MATERIAIS E MÉTODOS
3. CÁLCULOS E ANÁLISE DOS RESULTADOS
4. CONCLUSÕES
5. REFERÊNCIA

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1. OBJETIVO
O objetivo do experimento foi determinar a condutividade térmica a partir da medida
do perfil de temperatura no regime permanente dentro de um sistema com seu meio poroso.
Além disso, foi necessário obter o perfil experimental e compará-lo ao perfil teórico
proposto. Portanto, foi importante determinar o valor teórico da condutividade térmica efetiva
do sistema heterogêneo formado pelo meio poroso.

2. MATERIAIS E MÉTODOS
2.1. Materiais
Para a realização do experimento foram utilizados os seguintes materiais:
● Dois cilindros concêntricos com altura de 60cm;
● Cinco termopares;
● Circuito de aquecimento com potência de 50,2 watts;
● Circuito de medida de temperatura.
2.2. Métodos
Para que o experimento ocorresse da forma mais eficiente e segura, os passos a seguir
foram realizados:
● O equipamento foi ligado a uma tomada de voltagem adequada;
● A resistência e o medidor de temperatura foram ligados;
● Utilizando a chave seletora, as temperaturas ao longo das posições radiais
foram medidas;
● Os valores obtidos foram anotados de acordo com a variação da razão entre os
raios internos e externos, razão essa que varia de 1,00 e 2,10;
● Após o fim do experimento, a resistência e o medidor de temperatura foram
desligados.

3. Resultados e Discussões
A condutividade térmica efetiva no regime permanente pode ser determinada
mediante o conhecimento da potência dissipada q e de alguns valores de temperatura T em
função da posição radial (r/rint) – definidas durante a montagem do equipamento. Então, o
valor de k experimental pode ser obtido através de regressão numérica ou do coeficiente
angular da reta no gráfico (Tint-T) x ln(r/rint).

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Com base nisso, os resultados do experimento são apresentados na Tabela 1. Esses
resultados incluem as temperaturas correspondentes a cada posição radial no equipamento,
obtidas através de termopares. Além disso, são fornecidas informações como a relação entre a
posição radial e o raio externo, o logaritmo dessa relação e a variação radial da temperatura
em relação à temperatura do fluido externo.

Tabela 1: Temperatura radial (Tint), a razão entre a posição radial e o raio externo (r/rint), o
logaritmo natural da razão entre a posição radial e o raio externo (ln(r/rint)) e a variação de
temperatura radial em relação a temperatura interna (∆T).
Tint(°C) r/rint ln(r/rint) ΔT(°C)

65 1,00 0,000 00

58 1,30 0,262 0,7

55 1,60 0,470 10

52 1,95 0,668 13

50 2,10 0,742 15

A taxa de transferência de calor na direção radial, bem como o calor gerado no


interior do equipamento é relacionada e estimada a partir da potência dissipada (50,2W) pela
resistência elétrica que fica no espaço oco do interior do cilindro menor, resultando na
equação (1), onde L é o comprimento de 60cm do corpo cilíndrico:

𝑞 𝑟
𝑇𝑖𝑛𝑡 − 𝑇 = 2.π𝐿𝑘
. 𝑙𝑛( 𝑟 ) (1)
𝑖𝑛𝑡

Analisando a equação (1), obteve-se uma relação linear entre a variação de


temperatura radial em relação à temperatura interna (∆T), em função do logaritmo natural da
razão entre a posição radial e o raio externo (ln(r/rint)). A representação gráfica dos valores
experimentais é ilustrada na Figura 1 a seguir:

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Figura 1: Representação gráfica da relação linear entre o logaritmo natural da razão entre a posição radial e o raio externo
(ln(r/rint)) e a variação de temperatura radial em relação a temperatura do fluido externo (∆T), sendo R² o coeficiente de
correlação angular.

E considerando a equação (1) como uma regressão linear, tem-se que o coeficiente
angular da reta Y = Ax + B é igual a:

𝑞
𝐴= 2𝛑𝐿𝑘
(2)

A partir da análise da relação na Figura 1, utilizando método de regressão linear é


possível obter a equação linear que descreve o comportamento da relação analisada
anteriormente, conforme explicita a equação 3:

𝑦 = 20, 483𝑥 (3)

Utilizando o método de comparação entre as equações (2) e (3) e fixando o


coeficiente linear igual a zero, substituindo-se o valor do comprimento (L) e da potência
dissipada(q), obtém-se a igualdade representada pela equação 4 a seguir:

50,2
20, 483 = 2π0,6𝑘
(4)

Através da equação anterior foi possível obter o valor do coeficiente de condutividade


térmica experimental em meio poroso (areia e ar), conforme mostra a igualdade 5. A seguir, a
determinação teórica do coeficiente de condutividade é dado pela equação (6), mostrada
abaixo:

𝐾𝑒𝑥𝑝 = 0, 6501 𝑊/𝑚°𝐶 (5)

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(6)
Extraindo os valores de ks (coeficiente térmico do sólido) e kf (condutividade do ar) da
literatura, obtemos:
● ks = 7,9 x 10-4 cal/cm s K 1
● kf = 6,25 x 10-4 cal/cm s K 1
Assim, determina-se o valor de θ por meio da seguinte equação:
𝑘𝑠 7,9.10
−4
θ= 𝑘𝑓
= −4 = 1, 264 (7)
6,25.10
Considerando a porosidade (ε) igual a 0,4 e substituindo os valores θ na equação 6,
obtivemos:

⎡ 𝑙𝑛[1+(1,264−1)*0,4−( 1,264−1
1,264 )
*0,4] ⎤
kteórico = 0, 4 + (1 − 0, 4)⎢ ⎥ = 0, 48412 cal/cm s K (8)
⎢ 0,4(2−0,4) 1,264−1 2
( 1,264 ) ⎥
⎣ 3 ⎦

Comparando os valores obtidos, calculou-se o erro relativo (ER) em relação aos


coeficientes de condutividade térmica experimental (kexp) e teórico (kteórico) obtidos pela
equação (9).
𝑘𝑒𝑥𝑝 −𝑘𝑡𝑒ó𝑟𝑖𝑐𝑜 0,6501−0,48412
𝐸𝑅 (%) = 𝑘𝑒𝑥𝑝
𝑥 100% = 0,6501
𝑥 100% = 25, 53% (9)

4. Conclusão
Em suma, pode-se concluir que a condutividade térmica do meio poroso
(areia) foi determinada com êxito, a partir da temperatura no regime permanente
do sistema heterogêneo. Além disso, ao comparar os valores obtidos
experimentalmente com o teórico, obteve-se um erro relativo de 25,53%, o que
demonstra proximidade entre os valores de condutividade térmica efetiva do
sistema.
5. Referência bibliográfica
1. Transferência de Calor em Meios Porosos: Esquema Prático Operacional
Visando Aplicações, Anais do XII Encontro sobre Escoamento em Meios
Porosos, v.2, 24 a 26 de outubro d 1984. UEM, Maringá, p. 245

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