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Experimento A5 - Condutividade elétrica de

metais em função da temperatura


Georgia Monteiro, James Guimaraes Santos
Setembro 2023

1 Objetivos
Observar e obter o coeficiente de temperatura α da resistividade elétrica ρt
da amostra metálica. Verificar se o comportamento da resistividade é ou não
linear com a variação ∆t de temperatura.

2 Introdução
A teoria de Drude é um modelo clássico que descreve o comportamento
dos elétrons em um condutor metálico. Proposta por Paul Drude, essa teoria
assume que os elétrons livres em um metal se comportam como uma ”nuvem”de
partı́culas livres colidindo com ı́ons positivos do reticulado cristalino.
Alguns resultados que dizem respeito aos elétrons de condução em metais
podem ser obtidos a partir de ideias clássicas. Na falta de um campo elétrico
aplicado, esses elétrons se movem em trajetórias exploratórias. Esse comporta-
mento é devido às frequentes reações desses elétrons com as imperfeições pre-
sentes na rede cristalina do metal, geradas pela perturbação térmica dos ı́ons de
impurezas na estrutura. Ao interagirem com essas imperfeições, os elétrons al-
teraram tanto sua direção quanto sua velocidade, resultando em um movimento
aleatório. Da mesma forma às colisões moleculares em um gás clássico, podemos
descrever a frequência das colisões entre elétron-imperfeições da rede por meio
de um caminho livre médio λ, representando a média da distância percorrida
por um elétron entre colisões. Quando um campo elétrico é aplicado ao metal,
os elétrons ajustam seus movimentos aleatórios, deslocando-se, em média, len-
tamente na direção oposta ao campo, devido às suas cargas negativas, com uma
velocidade conhecida como velocidade de deriva vd . Esta velocidade é muito
menos que a velocidade instantânea real v, do movimento aleatório. No cobre
por exemplo, vd é da ordem de 10−2 cm/s, enquanto que v é de cerca de 107 .
A velocidade de deriva pode ser calculada em termos do campo elétrico
aplicado E, de v e de λ. Quando se aplica um campo sobre um elétron num
metal ele sofrerá uma força de intensidade eE, que produzirá uma aceleração
de módulo a, dada por a = eE m . Considerando agora um elétron que acabou

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de colidir com uma imperfeição da rede. Em geral, a colisão destruirá momen-
taneamente a tendência ao deslocamento na direção antiparalela ao campo e o
elétron se movimentará de forma puramente aleatória, após a colisão. Pouco
antes de sua próxima colisão, o elétron terá variado sua velocidade, em média,
de aλ λ
v onde τ = v é o tempo médio entre as colisões. Definimos a velocidade de
arrastamento como:
aλ eEλ
vd = = (1)
v mv
Se n for o número de elétrons de condução por unidade de volume e j for
j
a densidade de corrente, teremos vd = ne = eEλ
mv . Combinando isso com a
E
definição de velocidade de resistividade ρ = j , teremos:
mv
ρ= (2)
ne2 λ
A equação 2 pode ser considerada como uma afirmação de que os metais
obedecem a lei de Ohm, pois as grandezas v e λ que determinam a resistividade
ρ não dependem do campo elétrico aplicado, critério necessário para que a lei
seja válida.
De acordo com esse modelo, a condutividade elétrica σ pode ser calculada
pela seguinte expressão:

ne2 λ
σ= (3)
mv
λ
sendo v = τ , podemos escrever então:

ne2 τ
σ= (4)
me
onde e e me são respectivamente a carga e a massa do elétron. Lembrando
que o parâmetro τ é caracterı́stico de cada material e depende fundamentalmente
da temperatura e da presença de defeitos e impurezas.
A variação com a temperatura da resistividade elétrica ρ de metais que é
igual a 1/σ é usualmente descrita pela seguinte expressão de origem empı́rica:

ρ = ρ0 [1 + α(t − t0 )] (5)
sendo α é denominado de coeficiente de temperatura da resistividade, t0 é
uma temperatura arbitrária de referência e ρ0 é a resistividade medida nessa
temperatura.

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3 Dados coletados

I(mA) V(mV) R(Ω) T(K)


188,81 ± 2,36 233,4 ± 1,3 1,24 ± 0,02 296 ± 1
190,93 ± 2,39 247,4 ± 1,4 1,30 ± 0,02 311 ± 1
190,37 ± 2,40 260,5 ± 1,4 1,37 ± 0,02 326 ± 1
190,30 ± 2,38 272,7 ± 1,5 1,43 ± 0,03 341 ± 1
190,21 ± 2,38 284,5 ± 1,6 1,50 ± 0,03 356 ± 1
190,12 ± 2,38 296,5 ± 1,6 1,56 ± 0,03 371 ± 1
190,06 ± 2,38 308,4 ± 1,7 1,62 ± 0,03 386 ± 1
189,94 ± 2,37 322,2 ± 1,8 1,70 ± 0,03 401 ± 1
189,64 ± 2,37 329,2 ± 1,8 1,74 ± 0,03 416 ± 1
189,53 ± 2,40 340,2 ± 1,9 1,79 ± 0,03 431 ± 1
189,44 ± 2,37 350,7 ± 1,9 1,85 ± 0,03 446 ± 1

Tabela 1: Dados coletados para a temperatura aumentando

I(mA) V(mV) R(Ω) T(K)


189,46 ± 2,37 350,0 ± 1,9 1,85 ± 0,03 446 ± 1
189,56 ± 2,37 340,2 ± 1,9 1,79 ± 0,03 431 ± 1
189,67 ± 2,37 329,8 ± 1,8 1,74 ± 0,03 416 ± 1
189,79 ± 2,37 318,8 ± 1,8 1,68 ± 0,03 401 ± 1
189,85 ± 2,37 308,2 ± 1,7 1,62 ± 0,03 386 ± 1
189,98 ± 2,37 296,8 ± 1,6 1,56 ± 0,03 371 ± 1
190,10 ± 2,38 285,3 ± 1,6 1,50 ± 0,03 356 ± 1
190,22 ± 2,38 273,4 ± 1,5 1,44 ± 0,03 341 ± 1
190,34 ± 2,38 260,9 ± 1,4 1,37 ± 0,03 326 ± 1
190,50 ± 2,38 248,5 ± 1,4 1,30 ± 0,03 311 ± 1
190,65 ± 2,38 235,6 ± 1,3 1,24 ± 0,03 296 ± 1

Tabela 2: Dados coletados para a temperatura diminuindo

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4 Análises
4.1 Gráficos

Figura 1: Resistividade p(t) em função da temperatura aumentando.

Figura 2: Resistividade p(t) em função da temperatura diminuindo.

4.2 Estimativas para resistividade


Com os dados obtidos, foi possı́vel plotar o gráfico da resistência elétrica
média (R) em função da temperatura, mostrado na figura 3.
Esse comportamento é o esperado, pois a resistência elétrica, no caso dos
metais, aumenta com o aumento da temperatura.
Do gráfico 3 extraı́mos os seguintes valores para ρ(t), presentes na tabela 3:

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Figura 3: Para o eixo vertical consideramos valores médios da resistência. Su-
pomos que a resistência de um determinado material variaria linearmente com
a temperatura e este resultado corrobora com nossa hipótese.

Temperatura subindo ρ(t)sub Temperatura descendo ρ(t)des


296 0,000000020 446 0,000000030
311 0,000000021 431 0,000000029
326 0,000000022 416 0,000000028
341 0,000000023 401 0,000000027
356 0,000000024 386 0,000000026
371 0,000000025 371 0,000000025
386 0,000000026 356 0,000000024
401 0,000000027 341 0,000000023
416 0,000000028 326 0,000000022
431 0,000000029 311 0,000000021
446 0,000000030 296 0,000000020

Tabela 3: A definir

Dos gráficos 2 e 1 extraı́mos αsubindo = 6, 7 ± 1, 0 e αdescendo = 6, 6 ± 1, 9.


Então foi obtido o seguinte valor médio para α:
6, 6 + 6, 7 1, 9 + 1, 0
α= ± = 6, 65 ± 1, 45 (6)
2 2
Pela literatura, o valor do coeficiente de temperatura do cobre é de α =
3, 9 · 10−3 , que resulta numa diferença percentual de:

6, 65 · 10−6 − 3, 9 · 10−6
Desvioα = = 0, 7% (7)
3, 9 · 10−6

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5 Conclusão
Em conclusão, foi observado a influência nas propriedades de resistividade e
condutividade no metal Cu. Foi visto o comportamento linear da resistividade
com a variação da temperatura para um metal (Cu) e os resultados obtidos pela
análise da condutividade do Cobre, apresentou comportamento linear conforme
esperado. Foi visto também um desvio padrão de α de 70%, onde α = 6, 65±1, 45
e o valor padrão é de α = 3, 9 · 10−3 . Alguns dos possı́veis fatores de erros nesse
experimento foram a variação da temperatura do laboratório, falta de rapidez
na marcação dos dados e outros erros sistemáticos na medida.

6 Referências Bibliográficas
SciDAVis - Souce Force. Link para acesso: https://sourceforge.net/
projects/scidavis/.

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