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FUNDAMENTOS DA AGRONOMIA E AGRONEGÓCIO

UNIDADE 3
NOME DA UNIDADE: FUNDAMENTOS DO SISTEMA AGROINDUSTRIAL
MARTIELE CORTES BORGES

Editora Telesapiens
Título da Disciplina Unidade 3

AUTORIA
MARTIELE CORTES BORGES

Olá. Sou profissional possui graduação em Administração (2012),


Especialização em Marketing (2015), Mestrado em Agronegócios (2017) e
está cursando Doutorado em Agronegócios pela Universidade Federal do Rio
Grande do Sul . Participa dos grupo de pesquisa GPEI-UFRGS (Grupo de
Pesquisa em Estratégia, Internacionalização e Inovação) e GPS (Grupo de
Pesquisa em Sustentabilidade). Possui experiência docente no Instituto
Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-rio-grandense (IFSul), onde
atuou como professora substituta (2018-2019) , além de ter atuado como
tutora a distância no curso de Desenvolvimento Rural pela UAB/CAPES
(2016) e como facilitadora em Maratonas de Empreendedorismo em outras
instituições. Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito
estudo e trabalho. Conte comigo!

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ICONOGRAFIA
Estes iconográficos irão aparecer toda vez que:

[[Objetivo]]: uma nova unidade letiva estiver sendo iniciada,


indicando que competências serão desenvolvidas
ao seu término;
[[Introdução]]: for iniciado o desenvolvimento de uma nova
unidade letiva, logo após a descrição do objetivo;
[[Definição]]: houver necessidade de se apresentar um novo
conceito;
[[Importante]]: as observações escritas tiverem que ser
priorizadas;
[[Fórmula]]: uma fórmula ou equação for apresentada, mas
você poderá utilizar o recurso “Equação” do
processador de textos;
[[Você Sabia?]]: curiosidades e indagações lúdicas sobre o tema
em estudo forem necessárias;
[[Saiba Mais]]: um texto, referências bibliográficas e links para
fontes de aprofundamento se fizerem necessários;
[[Reflita]]: houver necessidade de se chamar a atenção sobre
algo a ser refletido ou discutido sobre;
[[Acesse]]: for preciso acessar um ou mais sites para fazer
download, assistir a um vídeo, ler um texto, ouvir
um podcast etc;
[[Resumindo]]: for preciso se fazer um resumo acumulativo das
últimas abordagens.
[[Exemplo]]: um exemplo for descrito.

[[Exercício de fixação]]: um exercício de fixação do conteúdo.

Assim vai ficar mais fácil nos comunicarmos com você. Basta olhar para um
desses ícones e você saberá exatamente o que virá logo em seguida.

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Título da Disciplina Unidade 3

Introdução

[[Introdução]]: Você sabia que a agronomia é uma das mais


demandas na indústria, e será responsável pela geração de
empregos nos próximos anos? Isso mesmo. A área de agronomia
faz parte da vida de cada pessoa desde os pequenos aos grandes
agricultores. Sua principal responsabilidade é produzir alimentos e
fazer a comercialização para o mundo todo. A agricultura moderna
veio para facilitar o desempenho do cultivo, gerando sistema de
produção mais tecnológico. A agricultura moderna abriu portas para
o seu desenvolvimento, pensando no seu aspecto coletivo, a
sociedade dominou a natureza, trabalhando em seu benefício e
deixando assim de lado os trabalhos manuais, utilizando a natureza
a seu favor. Nessa unidade você irá aprender sobre os fundamentos
do sistema agroindustrial. Vai aprender sobre a exportação e o
consumo interno, entendendo a relação entre os indicadores desses
dois conceitos, entenderá sobre a evolução e a inovação tecnológica
no agronegócio, vai saber aplicar as principais ferramentas de
gestão no agronegócio e compreenderá sobre os desafios do
agronegócio para os empresários rurais.

Entendeu? Ao longo desta unidade letiva você vai mergulhar neste


universo!

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Competências
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 3. Nosso objetivo é auxiliar você no
desenvolvimento das seguintes competências profissionais até o término
desta etapa de estudos:

1. Distinguir a exportação e o consumo interno, entendendo a relação


entre os indicadores desses dois conceitos

2. Entender a evolução e a inovação tecnológica no agronegócio, desde


sua origem histórica até o estado da arte

3. Aplicar as principais ferramentas de gestão no agronegócio

4. Compreender os desafios do agronegócio para os empresários rurais.

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Título da Disciplina Unidade 3

SUMÁRIO
ICONOGRAFIA................................................................................................3

INTRODUÇÃO................................................................................................4

COMPETÊNCIAS.............................................................................................5

1. EXPORTAÇÃO VERSUS CONSUMO INTERNO...............................................7


1.1 Exportação versus consumo interno..................................................7

2. EVOLUÇÃO E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA DO AGRONEGÓCIO......................17


2.1 Evolução e inovação tecnológica do agronegócio...............................17

3. FERRAMENTAS DE GESTÃO E O AGRONEGÓCIO.......................................27


3.1 Ferramentas de gestão e o agronegócio...........................................27

4. DESAFIOS DO AGRONEGÓCIO PARA OS EMPRESÁRIOS RURAIS.................37


4.1 Desafios do agronegócio................................................................37

REFERÊNCIAS..............................................................................................47

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1. EXPORTAÇÃO VERSUS CONSUMO INTERNO


[[Objetivo]]: Ao término deste capítulo você será capaz de distinguir a
exportação e o consumo interno, entendendo a relação entre os indicadores
desses dois conceitos. Isto será fundamental para o exercício de sua
profissão. As pessoas que tentaram explicar sobre esse assunto sem a
devida instrução tiveram problemas ao entender. E então? Motivado para
desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!

1.1 Exportação versus consumo interno


Apesar das consequências geradas pela agricultura comercial e a agricultura
familiar, surgem discussões sobre as estratégias aplicadas na operação de
subsetores. Com isso, Arieira (2017) afirma que precisam ser levadas
algumas considerações como

a primeira delas diz respeito à questão da aparência e


visibilidade. As atividades, tecnologias e agentes econômicos
mais ligados à atividade comercial possuem uma visibilidade
maior, geralmente operam com tecnologias avançadas,
maquinários grandes e modernos, movimentam
individualmente grandes volumes de dinheiro e produzem
commodities, geralmente de grande poder de atratividade da
mídia. Esses produtos geralmente possuem preços formados
no mercado externo e pelo tamanho e organização dos
agentes econômicos tendem a aparecer com frequência na
mídia, até mesmo pelo fato de que são vistos como
mocinhos, principalmente nas relações exteriores. (Arieira,
2017, p.115)

Figura 1: Exportação

Fonte: Freepik.

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Título da Disciplina Unidade 3

O agronegócio comercial trabalha juntamente com os players de grande


porte, operando tanto no segmento antes da porteira (os insumos que usam
na produção da agropecuária) que de acordo com Araújo (2010) são

máquinas, implementos, equipamentos e complementos,


água, energia, corretivos de solos, fertilizantes,
agroquímicos, compostos orgânicos, materiais genéticos,
hormônios, inoculantes, rações, sais minerais e produtos
veterinários. (Araújo, 2010, p.33)

Figura 2: Máquinas

Fonte: Freepik.

Como podemos citar também os fertilizantes.

Figura 3: Fertilizantes

Fonte: Freepik.

Nos quais, são caraterizados por grandes multinacionais que investem


bastante em pesquisas, tecnologias, mas muitas vezes são confrontados por
grupos ambientalistas ou por órgãos de defesa de classe. No segmento
dentro da porteira, que podem ser na agricultura e pecuária, Araújo (2010,
p. 49) afirma que “significa dentro das fazendas, desde as atividades iniciais
de preparação para começar a produção até a obtenção dos produtos

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agropecuários in natura prontos para a comercialização.” Como podemos


citar, o plantio.

Figura 4: Plantio

Fonte: Pixabay.

Com isso, Arieira (2017) afirma que

No segmento dentro da porteira há também preponderância


para grandes unidades de produção, principalmente nas
regiões de fronteira agrícola, onde a escala de produção é
necessária para compensar custos logísticos e infraestrutura
deficitária. Esses grandes produtores também suscitam
sentimentos contraditórios na opinião pública. Alguns grupos
veem esses produtores como pioneiros arrojados que atuam
como motores do desenvolvimento regional, verdadeiros
heróis do agronegócio que produzem riquezas, empregos e
qualidade de vida em regiões afastadas. Outros grupos, no
entanto, os veem como verdadeiras pragas no campo,
destruindo e consumindo recursos naturais valiosos,
danificando o ambiente e perpetuando as condições de
subemprego e subdesenvolvimento social das comunidades
onde estão instalados. (Arieira, 2017, p. 115)

Figura 5: Poluição meio ambiente

Fonte: Freepik.

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Título da Disciplina Unidade 3

O segmento depois da porteira que passam por etapas, desde o


processamento e distribuição até chegar aos consumidores, envolvendo
canais de comercialização, agroindústria, logística em agronegócio,
instituições e entidades de apoio à comercialização, atuações do governo na
comercialização. Sendo os canais de comercialização, de acordo com
Araújo (2010) classificam em

• nível 1: produtores rurais;

• nível 2: intermediários (primários, secundários, terciários


etc.);

• nível 3: agroindústrias, mercados dos produtores e


concentradores;

• nível 4: representantes, distribuidores e vendedores;

• nível 5: atacadistas, centrais de abastecimento, bolsas de


mercadorias e outros, como Cédula de Produto Rural (CPR),
Governo, Internet etc.;

• nível 6: supermercados, pontos-de-venda, feiras livres e


outros, inclusive exportação;

• nível 7: consumidores;
• nível 8: importação. (Araújo, 2010, p.80)

Como podemos citar, os produtores rurais

Figura 6: Produtores rurais

Fonte: Freepik.

Como podemos citar, o supermercado.

Figura 7: Supermercado

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Fonte: Pixabay.

Sobre esse segmento ele também é alvo de pontos positivos com também
de pontos negativos. Com isso, Arieira (2017) afirma que

Em defesa do setor são listados o potencial de geração de


emprego e renda da indústria e da distribuição, a agregação
de valor aos commodities e contribuição para a autonomia do
país em relação ao mercado mundial. Outros agentes
classificam esses processadores como sugadores do esforço
alheio (produtores), que perpetuam a dominação da cidade e
da indústria sobre o campo e a agricultura, que pagam
salários incompatíveis com os lucros que obtêm. Até mesmo
as cooperativas de produtores, que se enquadram nesse
segmento, são muitas vezes atacadas pelos críticos do
agronegócio comercial. (Arieira, 2017, p. 115)

Figura 8: Commodities (Trigo)

Fonte: Freepik.

Portanto, pode-se afirmar que nenhum lado está certo ou errado, os


motivos que foram apontados e descritos tem fundamento. Com isso,
Arieira (2017) afirma que

Quando analisado de modo macro, isto é, o setor como um


todo, os aspectos positivos e favoráveis ao setor tornam-se
mais evidentes, pois os impactos positivos gerados pelas
operações e pela exploração são realmente importantes para

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Título da Disciplina Unidade 3

o país e para o desenvolvimento da sociedade. No entanto,


quando se avalia o setor pelo ponto de vista micro, ou seja,
dos agentes individualmente, muitos deles apresentam os
comportamentos predatórios e inadequados indicados pelos
críticos, quando o interesse imediato pelo lucro fala mais alto
que todos os demais interesses sociais, econômicos e de
sustentabilidade. Em suma, dependendo do ponto de vista
com que se olhe o setor, pode-se ter uma visão, que não é
errada, mas é com certeza parcial e não deve ser tomada
como verdade absoluta e defendida como bandeira, sem uma
profunda análise de todo o cenário. (Arieira, 2017, p. 116)

Figura 9: Sustentabilidade

Fonte: Freepik.

Em relação ao subsetor como a agricultura familiar, Arieira (2017) afirma


que

De modo geral, esse setor é visto como o mais atrasado


tecnologicamente, com menor eficiência produtiva e
resistente à inovação e à modernização da gestão. Por outro
lado, apresenta uma visão mais humanizada do processo de
criação e distribuição de riqueza, de relacionamento com os
recursos naturais e com a manutenção da diversidade e da
sustentabilidade. (Arieira, 2017, p. 116)

Figura 10: Recursos naturais

Fonte: Freepik.

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Exemplificando a agricultura comercial, o pensamento parcial faz com que


as análises sejam distorcidas. Em relação a esse tipo de agricultura, Arieira
(2017) afirma que

Em primeiro lugar, esse setor é tão importante quanto o


comercial, economicamente falando, pois emprega um
contingente muito grande de mão de obra, criando empregos
e renda capazes de gerar desenvolvimento local e regional.
Um segundo aspecto de grande relevância desse segmento é
o fato de que o agronegócio familiar é o responsável direto
pela produção da diversidade alimentar de uma população,
pois como estratégia de diversificação de atividade para
ganhar no escopo, e não na escala, esse setor produz uma
grande diversidade de alimentos que são consumidos
diretamente pela população, de forma in natura ou com
pouco processamento, garantindo qualidade alimentar e
diversidade de produtos para a alimentação. (Arieira, 2017,
p. 116)

Figura 11: Alimentos naturais

Fonte: Freepik.

Por causa da diversificação da produção sofrem dois impactos. Com isso,


Arieira (2017) afirma que

Tende a proteger a diversidade genética de espécies ou


variedades de interesse comercial, servindo como depositária
do banco genético de várias espécies, o que pode vir a ser
necessário para desenvolvimentos futuros. Também atua no
sentido de proteger a diversidade ambiental, pois tem maior
capacidade de conviver com outros tipos de vegetação e
animais sem interesse econômico, e até mesmo prejudiciais,
executando controles menos agressivos e mais “naturais”.
(Arieira, 2017, p. 116)

Figura 12: Genética

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Título da Disciplina Unidade 3

Fonte: Freepik.

Porém, Arieira (2017) afirma que


Por outro lado, esse modelo de exploração, sem grandes
investimentos em tecnologia moderna, sem grandes volumes
de produção e sem uma especialização mais efetiva, muitas
vezes tende a ser menos produtivo e menos lucrativo,
levando muitos produtores à situação de quase subsistência,
renda relativamente baixa e alijado do processo de consumo
tradicional do sistema capitalista. (Arieira, 2017, p. 117)

Figura 13: renda baixa

Fonte: Freepik.

Sobre esse setor, tem-se duas visões, em que Arieira (2017) afirma que
uma romântica, em que o produtor é um amante da
preservação e do manejo sustentável que vive uma vida
edílica, repleta de interação com a natureza, e outra que
mostra esse produtor como retrógrado, pouco disposto a
inovar e a buscar uma melhoria de vida, estando preso a um
ciclo vicioso de miséria e alienação. (Arieira, 2017, p. 117)

Em relação a agricultura comercial, pode-se concluir que nenhuma dos


lados está certo ou errado. Os dois lados possuem verdades e mentiras.
Com isso, Arieira (2017) afirma que

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O produtor familiar não é um defensor nato da natureza, ele


também usa defensivos, às vezes sem nenhum
acompanhamento, o que pode torná-lo ainda mais maléfico
ao meio ambiente. Esse produtor também explora mão de
obra dos menos favorecidos, muitas vezes usando mão de
obra infantil, isto é, não é o herói pintado por certos grupos.
Por outro lado, o produtor não se moderniza, não por falta de
vontade ou preguiça, como alguns afirmam, mas por falta de
conhecimento, capacidade de investimento ou acesso a
fontes de crédito. Nessas situações, esses produtores
poderiam caminhar para um processo de modernização da
gestão e da estrutura produtiva, mas acabam ficando presos
às condições tradicionais de produção. (Arieira, 2017, p. 117)

Portanto, é preciso que se atente ao segmento dentro da porteira, pois o


segmento antes da porteira e depois da porteira, trabalham no modelo
comercial e no modelo familiar, adquirindo produtos e insumos, por mais
que as tecnologias não são iguais e seus objetivos sejam variados, os seus
grupos empresariais que produzem são os mesmos. Com isso, Arieira
(2017) afirma que o segmento depois da porteira, composto por
processadores e distribuídos, trabalha junto com os produtos produzidos
pela agricultura familiar, chegando até o destino final com o valor
agregados em seus processos. Portanto, os processadores compram os
produtos do sistema comercial e do sistema familiar.

A mesma coisa ocorre com o segmento depois da porteira,


que, formado pelos processadores e distribuidores, também
opera com os produtos produzidos pela agricultura familiar,
fazendo-os chegar até seu local de consumo, agregando
valor nas operações. Desse modo, os processadores
adquirem tanto os produtos advindos do sistema comercial
quanto aqueles oriundos do sistema familiar. (Arieira, 2017,
p. 117)

A figura a seguir mostra a agricultura familiar versus a agricultura comercial


na produção de alimentos.

Figura 14: Produção de alimentos

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Título da Disciplina Unidade 3

Fonte: Arieira, 2017, p. 117.

Arieira (2017) conclui que os sistemas produtivos como o comercial e o


familiar fazem a composição do agronegócio, juntos fortalecem vários
setores como o econômico, tecnológico e cultural, seja um país ou região.
Por mais que cada um tenha a sua função, os dois não ‘vivem’ separados,
com isso, um dependendo do outro para ter sucesso. Quem se prejudica se
não tivesses esses sistemas seria o consumidor e o país.

ambos os sistemas produtivos, comercial e familiar,


compõem o setor do agronegócio, complementando-se e
fortalecendo o desenvolvimento econômico, tecnológico,
social e cultural de um país ou região. Os dois modelos
possuem funções diferentes, mas sem um, o outro não teria
sucesso em sua operação, e quem sairia perdendo seriam o
consumidor e o país como um todo. (Arieira, 2017, p. 118)

RESUMINDO

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora,


só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo
deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido
que apesar das consequências geradas pela agricultura comercial e a
agricultura familiar, surgem discussões sobre as estratégias aplicadas na
operação de subsetores. O agronegócio comercial trabalha juntamente com
os players de grande porte, operando tanto no segmento antes da porteira
(os insumos que usam na produção da agropecuária. Em relação a
agricultura familiar, é tão importante quanto o comercial, economicamente
falando, pois emprega um contingente muito grande de mão de obra,
criando empregos e renda capazes de gerar desenvolvimento local e
regional. Um segundo aspecto de grande relevância desse segmento é o

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fato de que o agronegócio familiar é o responsável direto pela produção da


diversidade alimentar de uma população, pois como estratégia de
diversificação de atividade para ganhar no escopo, e não na escala, esse
setor produz uma grande diversidade de alimentos que são consumidos
diretamente pela população, de forma in natura ou com pouco
processamento, garantindo qualidade alimentar e diversidade de produtos
para a alimentação.

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Título da Disciplina Unidade 3

2. EVOLUÇÃO E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA DO


AGRONEGÓCIO
[[Objetivo]]: Ao término deste capítulo você será capaz de entender a
evolução e a inovação tecnológica no agronegócio, desde sua origem
histórica até o estado da arte. Isto será fundamental para o exercício de sua
profissão. As pessoas que tentaram explicar sobre esse assunto sem a
devida instrução tiveram problemas ao entender. E então? Motivado para
desenvolver esta competência? Então vamos lá. Avante!

2.1 Evolução e inovação tecnológica do agronegócio

É possível notar que a evolução do agronegócio modernizou muitas coisas,


hoje em dia, ele é um dos mais modernos que tem no mercado e com isso,
a competividade aumentou cada vez mais.

Figura 15: Agronegócio

Fonte: Freepik.

Mas em relação ao que foi citado anterior, podemos dizer que está certa em
partes, pois a modernidade evoluiu bastante em relação as máquinas,
processos de produção.

Figura 16: Máquinas

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Fonte: Freepik.

Portanto, é importante ressaltar a diferença entre gestão e produção e


saber a definição de tecnologia. Com isso, Arieira (2017) conceitua como

Normalmente associamos tecnologia a máquinas ou


equipamentos modernos, com informatização ou sementes
melhoradas geneticamente, ou mesmo moléculas
cuidadosamente estudadas em laboratórios modernos, onde
são testadas e de lá saem para ‘revolucionar’ certa atividade
agropecuária. É certo que tudo isso é tecnologia, mas não
pelo aspecto de modernidade, e sim pelo conhecimento
acumulado, aplicado e embarcado nessas inovações.
Devemos nos lembrar de que tecnologia significa
conhecimento acumulado e aplicado para resolução de
problemas. (ARIEIRA, 2017, p. 118)

O autor afirma também que isso gera uma consequência, pois considera
tecnologia a aplicação de produtos naturais e técnicas de capina, e tratos
manuais, feitos pelos produtores na agricultura familiar, pois eles aplicam
conhecimento em proveito de resultados, mas com técnicas
tradicionais.Como consequência disso, também é tecnologia a aplicação de
produtos naturais e técnicas de capina, e tratos manuais realizados geralmente por
produtores de pequeno porte na agricultura familiar, pois também envolvem
conhecimentos aplicados em prol de resultados, porém baseados em práticas
tradicionais. (Arieira, 2017, p. 118)

Figura 17: Técnicas de capina

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Título da Disciplina Unidade 3

Fonte: Freepik.

Em relação a diferença entre a gestão e a produção utilizando a tecnologia


para a produção e para o gerenciamento. Com isso, Arieira (2017) afirma
que

A maioria dos produtores brasileiros são muito bons nos


processos produtivos, mas ainda pecam muito quando o
assunto é a gestão de suas propriedades, a apuração dos
custos e a análise de viabilidade de projetos e investimentos,
enfim, no uso do conhecimento para gestão empresarial de
negócios. Muitos dos empreendimentos são ainda geridos
como fazendas e não como empresas rurais. (Arieira, 2017,
p. 119)

Com isso, o autor afirma que essas duas confirmações, se acentuam ainda
mais por ter diferenças de maturidade na gestão no segmento dentro da
porteira, e também a jusante a montante dessa produção. Afirma também
que as empresas que possuem tecnologia de gestão, possuem técnicas e
moderna administração que formam os setores de insumos e
processamentos.

Essas duas constatações tornam-se ainda mais marcantes quando se observa as


diferenças de maturidade em gestão entre os agentes do segmento ‘dentro da
porteira’ e aqueles posicionados a jusante e a montante da produção. Os setores de
insumos e processamento são formados por empresas com gestão profissional e
uso de técnicas e conhecimentos de administração modernos e atualizados, ou
seja, que possuem tecnologia de gestão. (ARIEIRA, 2017, p. 119)

Figura 18: Gestão de empresas

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Fonte: Freepik.

Com isso, os produtores não tem vantagens em relação aos parceiros de


cadeia. Pois não possuem conhecimento, como também ferramentas para
poder aplicar o conhecimento, e não possuem tempo e também interesse
nessa área para aprendizagem. Arieira (2017) complementa que

Produzir bem, com produtividade, sustentabilidade e


rentabilidade é fundamental, mas não resolve todos os
problemas, pois ainda há que cuidar da comercialização,
armazenamento, negociação de preço (ou pelo menos,
monitoramento do mesmo para escolha de um melhor
momento de venda), gestão das pessoas e capacidades
internas, planejamento e execução de compras e
investimentos, monitoramento do mercado para avaliação
das decisões futuras quanto à produção das próximas safras
ou reposicionamento produtivo. Tudo isso faz parte da
tecnologia em gestão e deve ser vista como parte integrante
de um bom sistema produtivo, mas que não é reconhecido
como tal por significativa parcela dos produtores. (Arieira,
2017, p. 119)

Figura 19: Planejamento

Fonte: Freepik.

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Título da Disciplina Unidade 3

Refletindo sobre esse assunto fica claro que é necessário que se tenha a
profissionalização envolvendo toda a cadeia produtiva incluindo o segmento
antes da porteira, dentro da porteira e depois da porteira, do agronegócio
comercial até o familiar. Com isso, Arieira (2017) afirma que

verifica-se que há a aplicação de conhecimento e,


consequentemente, uso de tecnologia em todos os níveis e
por todos os agentes do agronegócio, o que implica em
afirmar que há aplicação de tecnologia no setor. Em alguns
agentes essa aplicação é maciça, em outros ela é menos
intensa. Em alguns, essas tecnologias são inovadoras e
modernas, em outros são mais tradicionais ou baseadas em
conhecimentos empíricos. Em alguns setores a tecnologia
não se restringe à produção, em outros a questão da gestão
é percebida como uma questão de menor importância.
(Arieira, 2017, p. 119)

Figura 20: Agronegócio

Fonte: Pixabay.

Em alguma das vezes, faz-se o uso da tecnologia para o funcionamento da


produção ou gestão, e com isso desenvolvendo cada vez mais a economia.
Arieira (2017) afirma que

surge um tema de relevância que diz respeito a como está


sendo planejado, gerido e executado o processo de inovação
tecnológica. Pois, como vimos, tecnologia é algo estático e
implica no conhecimento aplicado, mas o que movimenta e
impulsiona o desenvolvimento é a inovação tecnológica, que
representa novas formas de executar a combinação dos
fatores de produção para gerar resultado e desempenho
produtivo, econômico e financeiro. (Arieira, 2017, p. 119)

Figura 21: Agronegócio

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Editora Telesapiens Nome do Autor

Fonte: Pixabay.

O desenvolvimento só acontece por causa das inovações tecnológicas, com


isso tendo lucros cada vez mais maiores, gerando competividade entre os
grandes players do mercado tendo vantagens sobre eles. Por isso, os
recursos são deixados de lado, criando assim, novas formas, novos usos de
máquinas, desde a etapa da criação até a fase final dos produtos.

Figura 22: Produtos finalizados

Fonte: Pixabay.

O empresário de hoje em dia, move a inovação tecnológica, pois ele procura


a competitividade ou até mesmo a sua rentabilidade, priorizando sempre
seus objetivos, criando sempre algo diferente. Ele é quem faz a inovação
acontecer, impulsionando assim o desenvolvimento cada vez mais.

Arieira (2017) afirma que no agronegócio se vê isso na área de produção,


como por exemplo, uma semente que é modificada geneticamente pra
melhor considera-se uma inovação, pois é baseado no conhecimento do seu
desenvolvimento para a sua obtenção. Com isso, aplicado pelos produtores,
a perspectiva é melhorar cada vez mais a produtividade, resultando em

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Título da Disciplina Unidade 3

resultados cada vez melhores utilizando as mesmas formas, e variando as


relações técnicas do insumo e produto, resultando na sua eficiência. Outro
exemplo, que ele cita é a agricultura de precisão, utilizando sistemas
informacionais mais modernos juntamente com analises computacionais,
objetivando a combinação idela para cada tipo de solo, clima, ou cultura,
que serão utilizados. Essas inovações são utilizadas por agentes do setor,
possibilitando assim o que se chama de avanço tecnológico ou
modernização.

No agronegócio isso é facilmente percebido, principalmente


na área de produção. Uma semente melhorada
geneticamente é uma inovação, pois tem conhecimento
embarcado em seu desenvolvimento e obtenção. Essa
inovação, quando aplicada pelos produtores, tende a
melhorar a produtividade, isto é, a obter melhores resultados
com os mesmos recursos, mudando as relações técnicas
entre insumo e produto, tornando mais eficiente o processo
produtivo, beneficiando o empresário que ousa adotá-la.
Outro exemplo de inovação é a agricultura de precisão, onde,
pelo uso de sistemas informacionais modernos e análise
computacional, busca-se realizar a combinação ideal para
cada situação de solo/clima/cultura, dos insumos a serem
utilizados. Todas essas inovações tornam os processos
produtivos mais eficientes, e são, com o passar do tempo,
absorvidas e utilizadas por muitos outros agentes do setor,
propiciando o chamado avanço tecnológico ou modernização.
(Arieira, 2017, p. 120)

Figura 23: Genética

Fonte: Freepik.

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Editora Telesapiens Nome do Autor

Em relação aos avanços dos segmentos antes da porteira, dentro da


porteira e depois da porteira, avançam cada vez mais por vários motivos
que Arieira (2017) cita como

maior concorrência entre esses agentes, maior capacidade de


suporte e investimento em pesquisa e desenvolvimento,
maior necessidade de inovação pelas pressões da demanda e
dos concorrentes, maior profissionalização dos processos de
produção e gestão, além, é claro, do menor número de
players envolvidos. (Arieira, 2017, p. 120)

Figura 24: Concorrência

Fonte: Freepik.

Em relação ao segmento dentro da porteira, Arieira (2017) afirma que

devido à maior diversidade de perfis e tamanhos de


exploração, processos de produção, capacidade financeira,
níveis de conhecimento e profissionalização, bem como
capacidade de investimento e acesso à informação, aliados
ao grande número de agentes econômicos, dificultam e
tornam mais lento o processo de avanço tecnológico de modo
geral, deixando esse segmento um tanto quanto atrasado em
relação aos demais setores no que tange à consolidação de
inovações tecnológicas. (Arieira, 2017, p. 121)

Figura 25: Dentro da porteira

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Título da Disciplina Unidade 3

Fonte: Freepik.

Considerando essa afirmação válida juntamente com as tecnologias e os


processos de produção. Ela se torna mais valida ainda quando o assunto é
sobre gestão, pois está relacionado aos assuntos pessoal, social, e cultural,
nos quais Arieira (2017) cita

escolaridade, tradição familiar ou local, influência de


costumes e hábitos e habilidades pessoais. Mesmo para
produtores que tiveram escolarização (nível superior),
geralmente estes optaram por áreas técnicas, nas quais
pouca ou nenhuma informação sobre técnicas e ferramentas
de gestão foram ensinadas ou tais habilidades desenvolvidas
e incentivadas. Isto traz como consequência o baixo nível de
conhecimento, poucas habilidades e, às vezes, desinteresse
ou atitudes pouco favoráveis à inovação de gestão. Pode-se
dizer, com base nessa análise, que falta competência (não no
sentido pejorativo, mas no âmbito técnico) da maioria dos
produtores para conduzir processos de inovação tecnológica
em gestão. (Arieira, 2017, p. 121)

Figura 26: Gestão

Pág. 26
Editora Telesapiens Nome do Autor

Fonte: Freepik.

Portanto, Arieira (2017) conclui que

há um gap significativo entre a competência técnica de


produtores e sua competência gerencial. Isso coloca o
segmento dentro da porteira numa posição de inferioridade
competitiva com os segmentos a jusante e a montante da
produção, que não possuem esse gap ou ele é muito
pequeno. Essa situação, num ambiente de competição
ganha-perde, coloca os produtores rurais em sérias
desvantagens em relação aos demais stakeholders do
mercado. Vale lembrar que essa é uma afirmação genérica,
pois há muitos produtores que são muito eficientes e
avançados gerencialmente, mas infelizmente essa ainda não
é a regra geral. (Arieira, 2017, p. 121)

Figura 27: Agronegócio

Fonte: Freepik.

Arieira (2017) afirma que as ações de políticas públicas de incentivo tem


como objetivo a melhoria do conhecimento na gestão, utilizando
associações dos produtores e das cooperativas auxiliando assim, o processo
de aceleramento de profissionalização desses produtores, transformando
mais competente.

Nesse sentido, ações de políticas públicas de incentivo à


melhoria do conhecimento em gestão e o uso de associações
de produtores e cooperativas são iniciativas que podem
auxiliar no sentido de acelerar o processo de
profissionalização gerencial de produtores, tornando-os mais
aptos a atuarem nesse mercado. (Arieira, 2017, p. 121)

Pág. 27
Título da Disciplina Unidade 3

RESUMINDO

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora,


só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo
deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido
que é possível notar que a evolução do agronegócio modernizou muitas
coisas, hoje em dia, ele é um dos mais modernos que tem no mercado e
com isso, a competividade aumentou cada vez mais. A modernidade
evoluiu bastante em relação as máquinas, processos de produção. Em
relação a diferença entre a gestão e a produção utiliza - se a tecnologia
para a produção e para o gerenciamento. Com isso, os produtores não tem
vantagens em relação aos parceiros de cadeia. Pois não possuem
conhecimento, como também ferramentas para poder aplicar o
conhecimento, e não possuem tempo e também interesse nessa área para
aprendizagem. Aprendeu que é necessário que se tenha a profissionalização
envolvendo toda a cadeia produtiva incluindo o segmento antes da porteira,
dentro da porteira e depois da porteira, do agronegócio comercial até o
familiar. Em alguma das vezes, faz-se o uso da tecnologia para o
funcionamento da produção ou gestão, e com isso desenvolvendo cada vez
mais a economia.

Pág. 28
Editora Telesapiens Nome do Autor

3. FERRAMENTAS DE GESTÃO E O
AGRONEGÓCIO
[[Objetivo]]: Ao término deste capítulo você será capaz de entender as
principais ferramentas de gestão no agronegócio. Isto será fundamental
para o exercício de sua profissão. As pessoas que tentaram explicar as
ferramentas sem a devida instrução tiveram problemas ao entender. E
então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá.
Avante!

3.1 Ferramentas de gestão e o agronegócio


Existe uma grande diferença entre as tecnologias utilizadas nos processos
de produção que são utilizadas nas zonas rurais e as que são utilizadas já
gestão de atividades empresariais como um todo.

No Brasil, Arieira (2017) afirma que


a tecnologia de produção usada no campo, principalmente na
agricultura comercial, é de ponta, e os produtores conhecem
e dominam tais inovações, sendo capazes de discutir
princípios de ação de produtos, identificar defeitos e falhas
técnicas em máquinas agrícolas e escolher tratamentos ou
manejos alternativos de pragas, doenças e plantas invasoras.
(Arieira, 2017, p. 121)

O autor afirma que quando as empresas não conhecem as ferramentas que


são importantes para uma gestão, pode levar a crises e as quebras
financeiras. Isso acontece em relação as questões climáticas, como secas e
chuvas torrenciais, gerando a perda total das lavouras.

No entanto, quando o tema de análise passa para os processos de gestão do


negócio, uma grande parcela dos produtores simplesmente desconhece
ferramentas e princípios básicos e fundamentais de gestão, que pode levar o
negócio a crises ou mesmo a quebras financeiras. Esta situação é mais aparente em
situações onde as questões climáticas geram secas ou chuvas torrenciais que,
inevitavelmente, geram perda total das lavouras. (Arieira, 2017, p. 121)

Como podemos ver o exemplo de pragas.

Figura 28: Pragas

Pág. 29
Título da Disciplina Unidade 3

Figura: Freepik.

Como podemos ver, o exemplo de secas.

Figura 29: Secas

Fonte: Freepik.

Citaremos a seguir algumas ferramentas que deveriam ser melhor utilizadas


por produtores rurais, e que poderiam evitar grandes perdas e estragos que
atingem as suas safras, tanto aqui como no resto do mundo. Uma das
primeiras ferramentas de gestão, e que não pode de maneira alguma ser
ignorado, é a contabilidade. De acordo com Arieira (2017)

A contabilidade tem como principal objetivo fazer um preciso


registro de todas as operações ou atos que geram, ou
possam gerar, algum impacto financeiro ou econômico para
as operações, para o patrimônio da empresa ou do
empresário. Assim sendo, utilizar-se das ferramentas e
conceitos contábeis permite ao empresário um controle
preciso de suas operações, permite a ele identificar de onde
vêm e para onde vão seus recursos financeiros, indica a
origem do dinheiro usado e detalha como ele foi investido,
aplicado ou gasto durante o processo produtivo. Existe uma
máxima que diz que ‘o que não é medido não é gerido’, à
qual acrescentamos: e ‘o que não é registrado não é
medido’. Em suma, sem uma precisa contabilidade com
registros fidedignos das operações, toda e qualquer análise

Pág. 30
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de resultados é meramente um exercício de adivinhação ou


de estabelecimento de estimativas. (Arieira, 2017, p. 122)

Figura 30: Contabilidade

Fonte: Freepik.

Na contabilidade, é extremamente necessário que se tenha uma boa gestão


para que saiba as operações que acontecem na empresa. É preciso que se
entenda sobre o princípio da entidade na contabilidade que Arieira (2017)
explica como um

o patrimônio, riqueza de uma pessoa ou empresa da pessoa


física (empresário), deve ser totalmente separado daquele
pertencente à pessoa jurídica (empresa rural). Ainda por
esse princípio, contas pessoais devem ser pagas com salário
do indivíduo e contas da empresa devem sê-lo com o
dinheiro da empresa. Isto é, misturar contas do empresário
com as da empresa é um primeiro motivo para perda de
controle, gastos desordenados e consumo das reservas
criadas, ou pelo empresário ou pela empresa. Em síntese, é
um primeiro sinal para o desastre. (Arieira, 2017, p. 122)

Figura 31: Contas

Fonte: Freepik.

Pág. 31
Título da Disciplina Unidade 3

Esse princípio gera consequências que são ignoradas mas tem um papel
importante, é a remuneração do empresário rural, que Arieira (2017) afirma
que

O empresário rural é o indivíduo que ao mesmo tempo é


proprietário da empresa e dos fatores de produção a ela
disponibilizados, como também é empregado dela, na
medida em que fornece sua força de trabalho para as
operações ou gestão da empresa. Essa situação dúbia faz
com que muitos empresários vejam as receitas da
propriedade com sua remuneração. Esse erro tende a
descapitalizar a empresa, colocando-a em situação de risco,
principalmente em épocas de crise. O empresário, como
remuneração por seu trabalho, deve receber pró-labore, isto
é, um salário preestabelecido, com o qual seja capaz de
organizar sua vida pessoal e garantir o sustento de sua
família. As sobras de caixa representam o lucro da empresa,
que deve ser mantido para fortalecimento financeiro da
empresa e, em caso de acúmulo ao final do período (safra),
pode ter o excedente distribuído para o proprietário, como
dividendos. (Arieira, 2017, p. 122)

Com essa organização é possível que os gastos estejam nos limites para
que não ultrapassem, fazendo com que os lucros de cada ano sejam
divididos e utilizados por empresários para os seus investimentos. Outros
princípios da contabilidade são importantes, Arieira (2017, p. 123) cita os
da “continuidade das operações, da apuração de resultados e da prudência,
que quando utilizados geram garantias e segurança gerencial para tomada
de decisões dos produtores”

Figura 32:

Fonte: Freepik.

Outra aplicabilidade da contabilidade e que é essencial para a gestão da


empresa é a conferência dos custos da empresa que podem ser da
produção, administração, ou de transações. Arieira (2017) afirma que

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Editora Telesapiens Nome do Autor

Esses custos, quando corretamente identificados, permitem a


avaliação da eficiência da empresa, da capacidade de gestão
de seus administradores e o desenvolvimento de planos de
ação para resolver problemas ou dificuldades, ou para aplicar
sobras financeiras ou realizar investimentos. Os custos
podem ser definidos como todos os gastos efetuados com o
processo produtivo, que podem ser individualizados na
operação. Assim, os gastos com sementes, adubos,
defensivos, horas-máquina, são tipicamente custos, pois são
efetuados com o objetivo de combinar fatores de produção
que são usados no processo de transformação da atividade,
transformando-se os produtos agropecuários que serão
posteriormente vendidos. (Arieira, 2017, p. 123)

Sabemos que quando há custos, existem as despesas também, que Arieira


(2017) cita como

são todos os gastos como atividades de apoio ou


manutenção que são efetivados para propiciar plena
capacidade de uso dos recursos produtivos. São exemplos de
despesas os gastos com pessoal administrativo e comercial,
com manutenções de máquinas, equipamentos e
benfeitorias, e gastos extras destinados à segurança ou
garantia do negócio, como os seguros veiculares e agrícolas.
Os custos e as despesas são, portanto, os gastos que devem
ser efetivados para que os processos produtivos ou
comerciais possam ser desenvolvidos e retornem resultados
financeiros para a empresa.(Arieira, 2017, p. 123).

O autor afirma que os resultados podem ser negativos quando o gasto for
maior que a receita, ou pode ser positivo quando acontece o contrário. Esses
resultados podem ser negativos, prejuízos, quando os gastos forem maiores que as
receitas, que são as entradas financeiras recebidas pela comercialização de
produtos ou serviços; ou podem ser positivos, lucros, quando as receitas são
superiores. (Arieira, 2017, p. 123)

Figura 33: Custos e gastos

Pág. 33
Título da Disciplina Unidade 3

Fonte: Freepik.

Qualquer empresa no sistema capitalista, hoje em dia, visa principalmente o


seu lucro. As receitas são mais fáceis de controlar, os empresários nunca
esquecem de quando recebem. Mas o empresário rural tem que ter o
controle dos lucros que teve em suas operações, e pior se ele gastar o
dinheiro com outras despesas pessoais se, não tiver esse controle dos
custos e despesas que são inesperadas?

A maioria das pessoas não conseguem entender a diferença entre receita e


lucro. Essas duas palavras estão interligadas mas são muito diferentes.
Arieira (2017) explica essa diferença

A receita representa toda e qualquer entrada de recursos na


empresa oriunda de venda de produtos ou prestação de
serviços, ou venda de bens quaisquer de propriedade da
empresa. Segundo os princípios contábeis, toda e qualquer
receita só pode ser obtida se antes houver ocorrido um gasto
(despesa ou custo), e para determinação do resultado da
operação (lucro ou prejuízo) há que se confrontar a receita
com as despesas que lhe deram origem. O lucro ocorre
quando as receitas são maiores que os gastos, isto é, quando
há sobra de recursos após a operação. (Arieira, 2017, p.
124)

Caso não houver o controle de custos e despesas, não será possível analisar
os resultados, comprometendo assim a empresa e gerando para o produtor
dois erros que Arieira (2017) cita quais são

O primeiro é distribuir ao proprietário um dinheiro da


empresa que não poderia sair do caixa, pois será requerido
para pagamentos futuros da empresa. Essa situação gera um
enfraquecimento econômico e financeiro da empresa que
pode gerar sérios problemas, principalmente em épocas de
crise. O segundo caso é quando a empresa deixa de distribuir
parte dos lucros que poderia, privando o dono do capital de
sua remuneração pelo risco de negócio incorrido no processo
de cessão de recursos (bens e dinheiro) para uso do negócio.

Pág. 34
Editora Telesapiens Nome do Autor

Sem a correta remuneração, o proprietário pode também se


desmotivar com o empreendimento. (Arieira, 2017, p. 124)

Com o controle correto dos gastos e despesas da empresa, com isso, é


possível manter a empresa tanto a curto prazo como a longo prazo.
Portanto, esses fatores estão ligados com a gestão financeira de cada
empresa, Arieira (2017) explica que

A questão financeira de toda e qualquer empresa está


relacionada diretamente com sua sobrevivência a curto e
longo prazo. No curto prazo tem-se a preocupação com a
manutenção da saúde financeira, representada pela
capacidade de quitar obrigações (salários, credores e
fornecedores), manter o fluxo de insumos do mercado para a
empresa e o fluxo de recursos da empresa para os
empresários (Arieira, 2017, p. 124).

Portanto, o Essasautor afirma que nas empresas dentro da porteira, deve-


se atentar com os gastos primeiramente, seja de plantio, tratamento,
colheita, para depois fazer a comercialização e assim receber as receitas.

operações, pela própria característica dos negócios, não são harmoniosas, isto é, o
fluxo de entradas de recursos não é compatível com o de saídas, pois na maioria
dos empreendimentos dentro da porteira, primeiro deve-se fazer todos os gastos
(plantio, tratos, colheita ou criação) para só depois realizar a venda e o
recebimento das receitas. (Arieira, 2017, p. 124)

Com isso, é necessário que se tenha o fluxo de caixa que é utilizado no


processo produtivo, fazendo o controle dos gastos para depois receber os
lucros. Essa gestão do fluxo de caixa, ou pode chamar de capital de giro,
possibilitando o giro das operações de cada empresa. Portanto, é necessário
conhecer as ferramentas, os princípios e entender como funciona o capital
de giro da empresa, mostrando seus lucros e para não ter prejuízos. Com
esse controle, evita que pague os juros que não são necessários, fazendo
com que o empresário faça suas operações com tranquilidade e seja
eficientes nelas, e ele escolha o seu melhor tempo para fazer as vendas das
suas produções, garantindo o seu lucro.

Falando ainda sobre o assunto financeiro, mas em relação ao longo prazo,


Arieira (2017) afirma que

Pág. 35
Título da Disciplina Unidade 3

a gestão financeira, por meio das técnicas de análise de


investimentos, permite o planejamento do futuro das
operações, identificando, analisando e permitindo o
planejamento a longo prazo dos investimentos, aquisições e
expansões do negócio. Por meio das ferramentas de análise
de investimentos, a gestão financeira da empresa pode
avaliar previamente as oportunidades de aplicação de
recursos no futuro, simular cenários de custos e receitas e
avaliar, a priori, dentre as várias alternativas que o futuro
possibilita, qual tende a ser mais rentável para a empresa,
identifica as necessidades de recursos e as possíveis fontes
desses e seus custos. Assim, essas ferramentas funcionam
como bússola para orientar os rumos futuros da empresa. No
entanto, tanto a análise financeira de curto prazo (capital de
giro) quanto a análise de longo prazo (análise de
investimentos) só podem manifestar seu poder de auxílio ao
empresário se este tiver bons sistemas de contabilização e
gestão de custos, caso contrário a confiabilidade das
informações fica comprometida e as decisões podem ser
equivocadas. (Arieira, 2017, p. 125)

Conclui-se que para que uma empresa permaneça estável nos seus
processos é necessário que se faça a gestão financeira. Caso a gestão seja
comprometida, podem ocorrer atrasos nas compras, ou produtos para
produção, perdendo assim a sua eficiência, já que no ramo da agropecuária
as oportunidades das operações, para que elas sejam efetuadas, já são
limitadas.

Outro fator que está ligado no ramo comercial da empresa, é a sua


condição financeira, se ela não está indo bem, a sua produção deve ser
vendida, aproveitando a lei da oferta e da procura, onde os valores já são
menores, garantindo seu lucro. Mas quando sua empresa vai bem, Arieira
(2017) explica que

os compromissos estão cobertos e o produtor passa a não ter


a obrigação de vender sua produção para quitar os
compromissos, por isso pode guardar sua produção,
esperando por uma condição de preços mais favorável num
momento futuro, num período de entressafra. Nas duas
situações, a boa gestão financeira afeta as decisões
operacionais e até mesmo de uso de tecnologias, mais ou
menos adequadas à realidade da empresa. (Arieira, 2017, p.
126)

Outro elemento importante para a questão de produção ou das operações, é


chamada de gestão da mão de obra. Arieira (2017) explica

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Editora Telesapiens Nome do Autor

A mão de obra é um dos recursos mais relevantes e mais


importantes de todo e qualquer processo produtivo, pois
trata-se do elemento ativo, que coloca os demais recursos
nos locais e condições necessárias para a produção. Por
exemplo, a semente só nascerá se for colocada no solo, junto
com fertilizantes e água, sendo cuidada com uso de
defensivos e técnicas de manejo, que são efetuados por
intermédio de pessoas que vendem sua mão de obra ou força
de trabalho. Sem mão de obra, os trabalhos não podem ser
executados, as atividades produtivas não acontecem e o
processo como um todo para. As pessoas, no entanto,
representam um recurso (trabalho), que por sua própria
natureza é muito diferente de todos os demais. As pessoas
têm vontade própria e interesses particulares que afetam a
forma como desenvolvem suas atividades, isso é, como
contribuem para a execução dos processos produtivos.
(Arieira, 2017, p. 126)

Figura 34: Mão de obra

Fonte: Freepik.
Quando uma empresa consegue ser uma empresa efetiva, reunindo a
qualidade do trabalho do empregador com as técnicas e ferramentas
utilizadas tendo com o objetivo de ser melhor cada vez mais, tornando o
ambiente de trabalho harmonioso e fazendo o cliente ser acolhido, as
pessoas passam a valorizar ainda mais a empresa. Arieira (2017) afirma
que

O acolhimento do cliente e a busca por satisfazer as


necessidades e desejos dos clientes é a etapa final do ciclo
de gestão das empresas, e garante a execução de vendas
mais firmes, com preços ou condições melhores, com
garantia de manutenção do cliente para negociações futuras,
e um dos elementos fundamentais desse processo são as
pessoas. Pessoas satisfeitas atendem melhor, percebem
melhor e se esforçam para atender às necessidades e
desejos dos clientes. E vale ressaltar que são os desejos ou
necessidades do indivíduo que o motivam para a compra.
Logo, identificar esses elementos, trabalhar de forma técnica,
posicionando o produto aos olhos do cliente, garantindo
níveis de serviços superiores aos parceiros, tornam a

Pág. 37
Título da Disciplina Unidade 3

empresa mais valiosa e os produtos mais procurados para


estes, e mesmo no caso das commodities, onde isso não
tenha interferência direta no preço, pode ter nas condições
de pagamento ou na preferência de compra, que,
dependendo das condições do mercado, podem ser
importantes diferenciais. (Arieira, 2017, p. 126)

Conclui-se é de extrema importância o uso das técnicas e ferramentas que


foram explicadas para que a empresa tenha sucesso, para que não haja
prejuízos e a empresa não irá pra falência. Com isso, Arieira (2017) afirma
que

Infelizmente, uma boa parcela dos produtores rurais ainda


não despertou para a importância de dedicarem tempo de
atenção também às tecnologias de gestão e não somente as
de produção, pois toda a vantagem competitiva obtida pelo
uso das tecnologias e inovações tecnológicas da produção
pode ser perdida ou desperdiçada por uma má gestão ou
pelo não uso de tecnologias de gestão. (Arieira, 2017, p.
127)

RESUMINDO

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora,


só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo
deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido
que com o controle correto dos gastos e despesas da empresa, com isso, é
possível manter a empresa tanto a curto prazo como a longo prazo. Com
isso, é necessário que se tenha o fluxo de caixa que é utilizado no processo
produtivo, fazendo o controle dos gastos para depois receber os lucros. Essa
gestão do fluxo de caixa, ou pode chamar de capital de giro, possibilitando
o giro das operações de cada empresa. Portanto, é necessário conhecer as
ferramentas, os princípios e entender como funciona o capital de giro da
empresa, mostrando seus lucros e para não ter prejuízos. Quando uma
empresa consegue ser uma empresa efetiva, reunindo a qualidade do
trabalho do empregador com as técnicas e ferramentas utilizadas tendo
com o objetivo de ser melhor cada vez mais, tornando o ambiente de
trabalho harmonioso e fazendo o cliente ser acolhido, as pessoas passam a
valorizar ainda mais a empresa. Conclui-se é de extrema importância o uso
das técnicas e ferramentas que foram explicadas para que a empresa tenha
sucesso, para que não haja prejuízos e a empresa não irá pra falência.

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4. DESAFIOS DO AGRONEGÓCIO PARA OS


EMPRESÁRIOS RURAIS
[[Objetivo]]: Ao término deste capítulo você será capaz de compreender
os desafios do agronegócio para os empresários rurais. Isto será
fundamental para o exercício de sua profissão. As pessoas que tentaram
entender os desafios sem a devida instrução tiveram problemas ao explica-
los. E então? Motivado para desenvolver esta competência? Então vamos lá.
Avante!

4.1 Desafios do agronegócio


Sabe-se que o agronegócio movimento a economia do Brasil, sendo um dos
principais elementos. O termo agronegócio envolve vários fatores como
agricultura, pecuária, agroindústrias. Sendo a agricultura e a pecuária,
atividades que são realizadas em propriedades rurais, e algumas das
agroindústrias estão implementadas no ambiente rural.

A agricultura como mostra a figura a seguir.

Figura 35: Agricultura

Pág. 39
Título da Disciplina Unidade 3

Fonte: Freepik.
A pecuária, a seguir.

Figura 36: Pecuária

Fonte: Freepik.

E por último, as agroindústrias.

Figura 37: Agroindústrias

Fonte: Pixabay.

O primeiro desafio fala sobre a gestão dos três riscos incorridos no


agronegócio no segmento dentro da porteira, que Araújo (2010, p. 49)
afirma que são “as atividades iniciais de preparação para começar a

Pág. 40
Editora Telesapiens Nome do Autor

produção até a obtenção dos produtos agropecuários in natura prontos para


a comercialização.”

Como podemos citar, o plantio.

Figura 38: Plantio

Fonte: Freepik.

Sobre esse desafio, Arieira (2017) afirma que com as mudanças climáticas
são cada vez mais imprevisíveis, resultando em muito frio, calor, secas e
tempestades com mais frequência. E que estudiosos nesse assunto,
afirmam que a frequência desses eventos podem ser maiores, gerando
riscos nessa área da agropecuária. Com isso, é necessário criar métodos,
utilizando a metodologia para superar ou sobreviver sobre essas causas,
para não se prejudicar.

com a realidade de mudanças climáticas que têm tornado o


clima mais imprevisível e com eventos extremos de frio,
calor, secas e tempestades mais frequentes. Além disso,
segundo especialistas, esses eventos extremos tendem a ser
mais frequentes nas próximas décadas, tornando ainda mais
arriscada a atividade de produção agropecuária,
principalmente em algumas regiões. Diante disso, o desafio é
encontrar meios e tecnologias para superar ou sobreviver a
esses eventos futuros, mantendo a produção agrícola.
(Arieira, 2017, p. 142)

Como podemos citar, o frio.


Figura 39: Frio

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Título da Disciplina Unidade 3

Fonte: Freepik.
Como podemos citar, o calor

Figura 40: Calor

Fonte: Freepik.

Como podemos citar, as secas.

Figura 41: Secas

Fonte: Pixabay.

Como podemos citar, as tempestades.

Figura 42: tempestades

Pág. 42
Editora Telesapiens Nome do Autor

Fonte: Pixabay.

Para melhorar a gestão de uma empresa, evitando riscos pro agronegócio, é


necessário que se tenha inovação tecnológica, e aplicar as ferramentas de
gestão, fazendo com que tenha mais produção e sustentabilidade
econômica.

Em relação aos fenômenos, Arieira (2017) afirma que

tendem a mudar o mapa de produção das regiões


produtoras, deslocando produtos e substituindo culturas em
vários lugares para se adaptar às novas realidades. Além
disso, investimentos em tecnologia de previsão e prevenção
deverão ser aumentados nos próximos anos para tentar
minimizar os efeitos dessa nova realidade. Tais mudanças
irão interferir na relação de preços dos produtos, dos
produtos em relação aos insumos, nas técnicas de manejo e
até na infraestrutura produtiva das regiões. (Arieira, 2017, p.
142)

Por causa das condições climáticas globais, Arieira (2017) afirma que os
produtores da agricultura comercial como o familiar, devem investir nas
tecnologias e conhecimento, adaptando assim, a esse novo modelo de
negócio.

tanto os produtores da agricultura comercial quanto os que


se dedicam à exploração familiar deverão investir na
modernização dos fatores de produção para adaptarem-se ao
novo modelo de negócios, que passará a vigorar com esse
novo ambiente mais hostil. Conhecimento ou avanço
tecnológico será a ferramenta dos produtores para se
adaptarem às mudanças. (Arieira, 2017, p. 143)

Figura 43: Modernização

Pág. 43
Título da Disciplina Unidade 3

Fonte: Pixabay.

Outra mudança que tem que ser implementada é a modernização da


gestão, com isso, Arieira (2017) afirma que

pois com riscos maiores, o amadorismo gerencial deverá ser


substituído pela atuação profissional, ou seja, as decisões
deverão estar baseadas em informações confiáveis, tomadas
com uso de ferramentas e técnicas de gestão e
administração modernas e consolidadas. A gestão do risco, o
controle efetivo dos custos, a gestão financeira e de
informações de mercado deverão ocupar espaço e
importância tão grande quanto os processos produtivos, e
não posição coadjuvante ou inexpressiva, como se observa
no setor até o momento. (Arieira, 2017, p. 143)

Figura 44: Gestão

Fonte: Pixabay.

Com a modernização tecnológica, e as pessoas se aprofundando cada vez


mais no assunto, isso faz com que tenham mais interatividade entre os
agentes da cadeia produtiva, e assim, maiores investimentos. Por causa
disso, gera uma consequência que Arieira (2017) explica

Pág. 44
Editora Telesapiens Nome do Autor

maior necessidade de investimentos e aumentando a


necessidade de recursos financeiros, que, em significativa
parcela, deverão ser obtidos no mercado junto às entidades
financeiras, logo, a gestão financeira da empresa e o controle
de seus custos e operações ganharão mais destaque e
importância. (Arieira, 2017, p. 143)

Figura 45: Investimento

Fonte: Pixabay.

Outro desafio que Arieira (2017) cita é

tanto para produtores quanto para os demais agentes do


agronegócio, será encontrar o equilíbrio entre a cooperação e
a concorrência no setor, como coordenar e participar de
forma ativa no contexto das cadeias produtivas, exercendo
seus direitos e atuando de forma ativa a fim de proteger os
interesses individuais, mas, ainda assim, mantendo a boa
relação com os demais membros dessa rede de negócios e
auxiliando no desenvolvimento mútuo. (Arieira, 2017, p.
143)

Figura 46: Boa relação

Pág. 45
Título da Disciplina Unidade 3

Fonte: Freepik.

Arieira (2017) acrescenta sobre esse desafio

é bastante grande, pois o individualismo e o oportunismo de


alguns dos elos dessa cadeia tendem a atrasar e atrapalhar
esse processo. Em paralelo a isso, esse nível de maturidade
nas cadeias só será alcançado com a maior profissionalização
da gestão de todos os agentes e do nivelamento do nível de
acesso à informação e na capacidade de tomar decisões com
base nessas informações. A partir desse ponto, saber onde
aplicar as estratégias de concorrência e onde usar as ações
de cooperação farão o agronegócio mudar de patamar de
gestão e amadurecimento. (Arieira, 2017, p. 143)

Figura 47: Estratégias

Fonte: Freepik.

Hoje em dia, a maioria das empresas vem de geração em geração. São


muito importantes para a economia do mundo, PALOMO (2002) afirma que

As empresas familiares possuem grande importância para a


economia do Brasil e do mundo, pois representam 48% do
PIB somente no Brasil, proporcionam 60% dos empregos
gerados, sendo, assim, são fundamentais para a redução do
nível evidente de pobreza da população e melhora nos
índices sociais e econômicos (GUEIROS apud PALOMO,
2002).

Figura 48: Pobreza

Pág. 46
Editora Telesapiens Nome do Autor

Fonte: Freepik.

Por ser empresas familiares, quando se trata de sucessão familiar é um dos


assuntos que deixam os agroempresários preocupados. As empresas sejam
de pequena a grande porte, desenvolve cada vez mais o setor da economia,
social e político ao redor do mundo.

Com isso, Rosso (2012)

A maior preocupação enfrentada pelas empresas familiares é


em relação ao processo de sucessão e consequente
sobrevivência da organização. Toda empresa tem que passar,
inevitavelmente, em determinado momento pela sucessão. O
fato da empresa pertencer a família pode até ser um
simplificador do processo, mas na maioria dos casos faz
exatamente o papel contrário, é o principal dificultador da
sucessão, a qual não se sabe como, quando ou por onde
começar o processo e isso acaba culminando no fim da
organização. (Rosso, 2012, p. 09)

Figura 49: Sucessão

Fonte: Freepik.

Pág. 47
Título da Disciplina Unidade 3

Segundo Oliveira (1999)

o processo sucessório representa um dos momentos mais


importantes para que se otimize a continuidade da empresa
familiar. Se esse momento não apresentar os resultados
esperados, a efetividade da empresa familiar pode estar
bastante comprometida. É importante que a análise do
processo sucessório seja real porque, muitas vezes, o
executivo força a barra em sua avaliação e procura auto-
enganar-se, afirmando que os seus herdeiros são os
melhores executivos que a empresa poderá ter. Se o
herdeiro for realmente competente, está tudo bem. Caso
contrário, deve pular direto para a situação de sucessão
profissional. (Oliveira, 1999, p. 24),

As empresas familiares vem decaindo por causa de alguns motivos que


Oliveira (1999, p. 37) cita como “concentração por tradição; falta de
planejamento estratégico estruturado e brigas de sucessão”. Segundo
Rosso (2012) afirma que

A concentração por tradição não se mostra muito adequada


visto que, a nova realidade da economia veio com a abertura
de mercado e com a globalização, que influenciam todo tipo
de empresa. Diante desta situação, as empresas familiares
do agronegócio para continuar no mercado precisam se
adequar e implementar tecnologia, só assim conseguem
adquirir potencial competitivo e crescer. (Rosso, 2012, p. 16)

Segundo Bernhoeft (1996) afirma que os herdeiros devem ter como


finalidade dois resultados. O primeiro seria continuar o legado, pois já é
tradição da família. E o segundo é pensar na felicidade e realização
profissional. Para os dois, não possui apenas uma alternativa. Os herdeiros
devem se preparar em três: herdeiro-acionista, herdeiro-conselheiro ou
herdeiro-gestor. O ponto conciliador é que eles são sócios.

torna-se fundamental a todos os herdeiros, que o seu


preparo deva ter como finalidade atingir dois resultados. O
primeiro é o compromisso em perpetuar o legado que estão
recebendo, no mais amplo sentido que essa palavra
representa. E o segundo, não menos importante, é viabilizar
sua felicidade pessoal e realização profissional. E para ambos
não existe apenas um caminho. Todos os herdeiros possuem
três alternativas que exigem preparo. São elas: herdeiro-
acionista, herdeiro-conselheiro ou herdeiro-gestor. O ponto
em comum das três é que serão sócios. (Bernhoeft, 1996,
p.123)

Pág. 48
Editora Telesapiens Nome do Autor

RESUMINDO

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo tudinho? Agora,


só para termos certeza de que você realmente entendeu o tema de estudo
deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido
que sobre os desafios do agronegócio é sobre a gestão dos três riscos
incorridos no agronegócio que podemos citamos citar com a realidade de
mudanças climáticas que têm tornado o clima mais imprevisível e com
eventos extremos de frio, calor, secas e tempestades mais frequentes. Além
disso, segundo especialistas, esses eventos extremos tendem a ser mais
frequentes nas próximas décadas, tornando ainda mais arriscada a
atividade de produção agropecuária, principalmente em algumas regiões.
Outra mudança que tem que ser implementada é a modernização da
gestão. Outro desafio é encontrar o equilíbrio entre a cooperação e a
concorrência no setor, como coordenar e participar de forma ativa no
contexto das cadeias produtivas. E por último, por ser empresas familiares,
quando se trata de sucessão familiar é um dos assuntos que deixam os
agroempresários preocupados.

Referências
ARIEIRA, Jailson de Oliveira. Fundamentos do agronegócio.
UNIASSELVI, 2017.

Pág. 49
Título da Disciplina Unidade 3

BERNHOEFT, Renato. Como criar, manter e sair de uma sociedade


familiar (sem brigar). São Paulo. Editora Senac. 1996.

OLIVEIRA, Djalma de Pinho Rebouças de. Empresa Familiar – Como


fortalecer o empreendimento e otimizar o processo sucessório. São
Paulo. Editora atlas S.A. 1999

PALOMO, Katia Guimarães Sousa. Laços de Sangue na empresa.


Ilhéus – Bahia. Editora da UESC. 2002

ROSSO, Carla Luiza. Principais desafios enfrentados pelas sucessoras


no processo de sucessão familiar em empresas do agronegócio.
Disponível em: <
https://repositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/123456789/1028/2/2086335
3.pdf > Acesso em 06 out 2022

Pág. 50

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