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Produção
Autor
Prof. Amilton Magalhães Lage
Indaial – 2023
1a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2022
Elaboração:
Prof. Amilton Magalhães Lage
Bons estudos!
SUMÁRIO
UNIDADE 1 - SISTEMAS DE PRODUÇÃO E OTIMIZAÇÃO DO PROCESSO...... 6
TÓPICO 1 - ORIGENS DO PROCESSO INDUSTRIAL...............................................7
RESUMO.......................................................................................................................26
AUTOATIVIDADE......................................................................................................... 27
TÓPICO 2 - CRONOANÁLISE E COLETA DE DADOS.......................................... 29
RESUMO.......................................................................................................................46
AUTOATIVIDADE......................................................................................................... 47
TÓPICO 3 - FMEA - ANÁLISE DE MODOS DE FALHAS E EFEITOS.................49
LEITURA COMPLEMENTAR......................................................................................59
RESUMO........................................................................................................................61
AUTOATIVIDADE.........................................................................................................62
REFERÊNCIAS............................................................................................................64
SISTEMAS DE
PRODUÇÃO E
OTIMIZAÇÃO DO
PROCESSO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
A cada tema de aprendizagem desta unidade, você encontrará autoativida-
des com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
SISTEMAS DE
PRODUÇÃO E
OTIMIZAÇÃO DO
PROCESSO
1 INTRODUÇÃO
Na atualidade, é muito importante executar uma produção constante e in-
tensa de bens e serviços para atender às necessidades básicas das pessoas, como
alimentação, vestuário, educação e saúde, que são essenciais para uma vida digna.
A demanda crescente e complexa desse mercado requer uma abordagem de pro-
dução que garanta o suprimento adequado.
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No tema de aprendizagem 1, estudaremos as origens do processo de pro-
dução e da industrialização que, de certa forma, compõem a base para o processo
de produção que conhecemos nos dias de hoje. Conhecer os grandes pensadores
da Administração e suas contribuições é importante para entendermos os processo
produtivos e suas implicações. Vamos lá? Bons estudos.
Conforme definido por Groover (2011), a palavra “manufatura” tem sua origem
em duas palavras latinas: “manus” (mão) e “factus” (fazer), gerando a combinação:
“fazer com as mãos”. Era desta forma que a produção ocorria quando a palavra surgiu
na língua inglesa, por volta de 1567. Em sua grande maioria, os produtos industriais
produzidos neste momento eram feitos utilizando-se as mãos como ferramenta.
8
Os métodos utilizados eram mais rudimentares e artesanais, feitos em pe-
quenas lojas e estabelecimentos, sendo confeccionados de maneiras mais simples
quando comparados aos que são produzidos atualmente.
Fonte: https://br.freepik.com/fotos-gratis/criando-um-pote-ou-vaso-de-argila-branca-
-close-up-mestre-pote_8327156.htm#query=artesanato&position=11&from_view=sear-
ch&track=sph. Acesso em: 22 ago. 2023.
Com o tempo e com o advento das fábricas, podemos perceber uma grande
mudança em relação ao processo produtivo. Houve um grande aumento na força
de trabalho, e a inserção de máquinas e equipamentos foram gradualmente toman-
do o lugar das produções manuais. Produtos e processos ficaram mais complexos,
gerando a necessidade de especialização da mão de obra. Os trabalhadores deixa-
ram de supervisionar a produção e passaram a ter como responsabilidade apenas
uma parte específica do trabalho.
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2.1 ORIGENS DA INDUSTRIALIZAÇÃO
Atualmente, no campo da administração da produção, dispomos de várias
ferramentas que desempenham um papel crucial no aprimoramento dos processos
de gestão. Nesse contexto, é inevitável considerar a importância das máquinas, que
facilitam as atividades de fabricação, bem como das pessoas, cujas múltiplas com-
petências contribuem significativamente para otimizar a condução dos negócios.
No entanto, ao retrocedermos na história da produção, podemos discernir que sua
evolução ocorreu em várias fases distintas, algumas das quais ainda encontram
reflexos em várias instalações fabris.
INTERESSANTE
O termo “Enterprise Resource Planning” (ERP) se refere a um tipo de software
corporativo que centraliza informações de todas as áreas de uma empresa e
auxilia na condução dos processos operacionais e de gestão do negócio.
10
Figura 2 – Ferreiro medieval
Fonte: https://br.freepik.com/vetores-gratis/ferreiro-medieval-fazendo-espadas-e-escu-
dos-em-desenho-de-bigorna_17232730.htm#query=ferreiro&position=37&from_view=-
search&track=sph Aceso em: 22 ago 2023.
Conforme definido por Netto (2010), no ano de 1764, James Watt introdu-
ziu uma descoberta de magnitude considerável à humanidade, marcando um novo
capítulo no processo de industrialização. Ele criou a máquina a vapor, um feito que
desencadearia a modernização das fábricas e marcaria o início da tão aclamada Re-
volução Industrial. Essa inovação simplesmente revolucionou todos os paradigmas
relacionados à produção que até então prevaleciam na sociedade. Os artesãos, por
sua vez, começaram a se unir e a formar as primeiras instalações industriais.
De acordo com Laugeni e Martins (2015), muitos dos conceitos que agora nos
parecem evidentes eram, na época, inovadores, como a ideia de padronização de
componentes, apresentada por Eli Whitney em 1790. Ele liderou a produção de mos-
11
quetes com peças intercambiáveis, conferindo uma significativa vantagem operacio-
nal aos exércitos. Esse marco também deu origem ao registro detalhado por meio de
desenhos e esboços dos produtos e dos processos de fabricação, o que deu origem à
disciplina de projeto de produtos, processos, instalações, equipamentos, entre outros.
Laugeni e Martins (2015) definem, ainda, que durante os anos 1910, Henry Ford
revolucionou os métodos e processos de produção ao criar a linha de montagem em
série. Isso deu origem ao conceito de produção em massa, caracterizado pela pro-
12
dução de grandes volumes de produtos altamente padronizados, resultando em uma
mínima variação nos tipos de produtos finais. Essa busca pela otimização da produ-
tividade por meio de novas técnicas estabeleceu o campo da engenharia industrial.
Megginson, Mosley e Pietri (1998) apud Netto (2010), relatam que outro pon-
to crucial para a revolução da época ocorreu em 1776, quando o economista esco-
cês Adam Smith lançou o livro “A Riqueza das Nações”, introduzindo os conceitos de
divisão do trabalho e sua especialização. Nesse período, proprietários de empresas
buscavam intensificar a eficiência e o controle dos processos de produção, enquanto
os trabalhadores aceitavam uma rotina de trabalho rigorosa e exaustiva nas fábricas.
Além dos eventos apresentados Netto (2010), informa outros eventos que
marcaram essa fase de industrialização:
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É importante para o entendimento do processo de produção conhecermos
um pouco mais sobre a evolução da era industrial. Vamos examinar com atenção
as diferentes fases desse processo e destacar os momentos mais importantes que
moldaram nossa sociedade, economia e tecnologia ao longo dos anos.
14
Taylor também defendeu o emprego do estudo de tempos e movimentos
como um método para analisar e padronizar as atividades laborais. Sua abordagem
científica demandava a observação e medição rigorosa do trabalho, visando desco-
brir as maneiras mais eficazes de realizar as tarefas.
Fonte: https://br.freepik.com/psd-premium/jovem-trabalhador-preocupado-com-o-tem-
po-no-fundo-branco_3411401.htm#query=marcar%20tempo%20do%20trabalho%20ope-
rario&position=22&from_view=search&track=ais Acesso em: 23 ago. 2023.
No sistema proposto por Taylor, até as atividades mais simples, como ma-
nusear barras de ferro e realizar escavações, passaram a ser tratadas como objetos
de estudo científico.
15
Figura 5 – Autoridade
Fonte: https://br.freepik.com/fotos-premium/as-maos-de-um-homem-de-negocios-que-
-esta-empilhando-blocos-de-madeira-conceito-de-negocios_18568219.htm#query=hierar-
quia%20na%20empresa&position=6&from_view=search&track=ais. Acesso em: 23 ago. 2023.
Silva (2013) e Souza (2015 apud Affonso e Ferrari, 2018) definem os 14 prin-
cípios gerais da Administração que foram desenvolvidos por Fayol a partir de sua
experiência de gestão, conforme a seguir:
16
• Subordinação dos interesses individuais aos interesses gerais:
os interesses coletivos devem prevalecer sobre os interesses individuais
de cada empregado.
• Remuneração: o pagamento deve ser justo para o trabalhador e para
a organização.
• Centralização: a autoridade deve estar direcionada para o topo da
hierarquia de comando da organização.
• Hierarquia de cadeia escalar: a ordem da autoridade na hierarquia
deve se originar no patamar mais elevado da estrutura organizacional,
prosseguindo em direção aos níveis inferiores.
• Ordem: é importante que tanto as pessoas quanto os materiais estejam
devidamente posicionados e disponíveis no momento apropriado,
visando alcançar a máxima eficácia possível.
• Equidade: todos devem ser tratados com justiça e igualdade.
• Estabilidade e manutenção do empregado no cargo: A redução
da rotatividade de pessoal deve ser buscada, pois essa flutuação tem
implicações desfavoráveis nos resultados e na eficiência global da
organização.
• Iniciativa: os administradores devem promover o estímulo à iniciativa
dos colaboradores, colaborando assim com a gestão da empresa. Nesse
contexto, a iniciativa do funcionário se refere a ações inovadoras ou
complementares, realizadas por escolha pessoal.
• Espírito de equipe: os gestores devem fomentar a concordância, o
comprometimento, a coesão e a colaboração, reconhecendo-os como
poderosos impulsionadores para a empresa.
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impressionante equipe de 70 mil funcionários, o que a consolidava como a maior
instalação fabril do mundo.
Fonte: https://br.freepik.com/fotos-premium/ha-um-carro-velho-estacionado-na-frente-
-de-um-celeiro-generative-ai_56049610.htm#query=automovel%20ford%20antigo&posi-
tion=31&from_view=search&track=ais. Acesso em: 23 ago. 2023.
18
• Adoção da linha de montagem;
• Intercambialidade de peças e de partes;
• Montagem simplificada;
• Redução do ciclo de tarefas executadas por um operário;
• Divisão das tarefas (trabalho físico / mental);
• Gestão de processos de produção;
• Criação da figura do engenheiro industrial (Planejamento e Controle da
• Produção - PCP);
• Uma tarefa para cada trabalhador;
• Trabalho para redução do esforço humano;
• Foco no aumento de produtividade;
• Diminuição dos custos, barateando os produtos;
• Aumento do volume produzido.
Simplificação de peças
Peças e máquinas no posto de trabalho
Simplificação do processo produtivo
19
INTERESSANTE
Peças intercambiáveis são componentes que são, em termos práticos, idên-
ticos entre si. Elas são fabricadas conforme especificações que assegurem
sua semelhança quase perfeita, permitindo que se encaixam facilmente em
qualquer montagem do mesmo padrão.
2.1.5 Toyotismo
Depois da Segunda Guerra Mundial no Japão, Taiichi Ohno introduziu uma
abordagem inovadora para orientar e otimizar o processo de produção, introdu-
zindo conceitos revolucionários. Esse método ficou conhecido como Toyotismo, ou
também como o modelo Toyota de produção. Foi elaborado com base na ideia de
produzir somente o essencial, em lotes reduzidos, mantendo estoques mínimos
(promovendo a flexibilidade da produção) e assegurando a busca incessante pela
qualidade absoluta.
20
quatro categorias de desperdício: excesso de recursos de produção,
superprodução, excesso de estoque e investimento desnecessário
de capital.
Fonte: https://br.freepik.com/fotos-gratis/producao-da-linha-de-montagem-do-carro-
-novo-soldagem-automatizada-do-corpo-do-carro-na-linha-de-producao-o-braco-ro-
botico-na-linha-de-producao-do-carro-esta-funcionando_26150931.htm#query=fabri-
ca%20da%20toyota&position=1&from_view=search&track=ais. Acesso em: 23 ago. 2023.
21
• Just-in-time e Autonomação: o Sistema Toyota de Produção é
sustentado por dois conceitos fundamentais: just-in-time (produção
no momento certo) e autonomização. O just-in-time envolve produzir
unidades necessárias nas quantidades adequadas e no momento
preciso, enquanto a autonomização assegura o controle autônomo de
defeitos, impedindo a produção de unidades defeituosas que possam
afetar processos subsequentes. Esses conceitos formam a base para
um fluxo contínuo de produção e adaptação à demanda.
• Mão de obra flexível e originalidade e engenhosidade: o Sistema
Toyota de Produção também incorpora dois conceitos fundamentais:
mão de obra flexível (Stotinka em japonês), que envolve ter um número
variável de trabalhadores para se adaptar às mudanças na demanda,
e o pensamento criativo ou geração de ideias (Seiko), que implica em
aproveitar as sugestões dos trabalhadores para melhorias contínuas.
• Produção JIT: No contexto da montagem de peças de carros, o just-in-
time (JIT) requer que as submontagens essenciais cheguem à linha de
produção no momento e quantidade necessários. Implementar o JIT em
toda a empresa leva à eliminação de estoques desnecessários, reduzindo
custos e aumentando a eficiência do capital. No entanto, aplicar o JIT em
todos os processos de fabricação de um produto complexo, como um carro,
pode ser desafiador, especialmente com uma abordagem centralizada de
planejamento simultâneo para todos os estágios de produção.
3 SISTEMAS DE PRODUÇÃO
Podemos dizer que o sistema de produção é formado por um conjunto de
pessoas, equipamentos e procedimentos que são organizados para realizar as ope-
rações de produção de outra empresa. Eles são divididos em duas categorias, con-
forme Groover (2011):
22
pela empresa no gerenciamento da produção e na solução de problemas
técnicos e logísticos encontrados na encomenda de materiais, na movimen-
tação de trabalho pela fábrica e na garantia de que os produtos atenderão
aos requisitos de qualidade. O projeto de produtos e determinadas funções
de negócios estão incluídos nos sistemas nos sistemas de apoio à produção.
INTERESSANTE
“Colarinho azul” refere-se a trabalhadores manuais “blue-collar workers”, nos
processos de trabalho, como os da indústria. Contrastam com “white-collar
workers” ou “colarinhos brancos” que são os intelectuais, ligados aos servi-
ços. A expressão destaca a divisão entre esses grupos.
23
Um sistema de produção é uma estrutura abrangente que coordena recur-
sos, processos e tecnologias para transformar matérias-primas em produtos ou
serviços, desde o planejamento até a entrega ao cliente. Por sua vez, um sistema de
apoio é uma estrutura complementar que fornece suporte e recursos para facilitar
as operações do sistema principal, como o sistema de produção, incluindo ferra-
mentas de gestão, sistemas de informação e análise de dados, visando aprimorar a
gestão, tomada de decisões e otimização dos processos centrais.
3.1 AS INSTALAÇÕES
Em um sistema produtivo as instalações são representadas pelas fábricas,
máquinas e equipamentos para o tratamento dos materiais, equipamentos de ins-
peção e os sistemas e tecnologias que controlam as operações da produção. De
acordo com Grover (2011) as instalações incluem ainda o layout da fábrica, onde
podemos encontrar a organização física dos equipamentos.
Figura 9 – Instalações
Fonte: https://br.freepik.com/vetores-gratis/computador-de-uso-humano-para-contro-
lar-os-bracos-do-robo-trabalhando-na-producao-transportados-na-industria-de-fabri-
ca-inteligente-4_14244751.htm#page=2&query=sistemas%20de%20produ%C3%A7%-
C3%A3o&position=43&from_view=search&track=ais. Acesso em: 22 ago. 2023.
24
de produção podemos dividir o sistema em três categorias conforme abaixo:
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RESUMO DO TÓPICO 1
26
AUTOATIVIDADE
27
AUTOATIVIDADE
a. ( ) V – F – F.
b. ( ) F – V – V.
c. ( ) F – V – F.
d. ( ) F – F – V.
28
TÓPICO 2
CRONOANÁLISE E
COLETA DE DADOS
1 INTRODUÇÃO
Para realizar qualquer tipo de tarefa, é essencial utilizar uma diversidade de
recursos, que estão ligados à natureza da atividade em questão, podemos citar, por
exemplo, o uso de máquinas e ferramentas que são diferentes quando relaciona-
mos o processo do trabalho. Além disso, o tempo desempenha um papel crucial,
com o método escolhido, o qual ditará a duração necessária.
29
por recursos humanos, nos quais as competências, habilidades e satisfação de-
sempenham um papel crucial na eficiência das unidades produtivas.
2 CAPACIDADES PRODUTIVAS
Quando pensamos em capacidade, logo vêm à nossa mente a ideia de um vo-
lume máximo relacionado a alguma coisa ou processo. Uma organização utiliza esta
informação para denominar a quantidade máxima de produtos ou serviços que a ela
ou um determinado posto de trabalho, em um espaço de tempo, conseguem produzir.
Fonte: https://br.freepik.com/fotos-gratis/conceito-de-resolucao-de-problemas-com-
-grafico_34200667.htm#query=capacidade%20produtiva&position=19&from_view=sear-
ch&track=ais Acesso em: 23 ago. 2023.
30
Milnitz (2018), define da seguinte forma a incidência da capacidade da empresa:
Conforme definido por Roldão e Ribeiro (2004), apud Milnitz (2018) existem
as seguintes definições de capacidade:
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A capacidade nominal, também conhecida como capacidade de projeto,
é direcionada através do sistema desenvolvido e serve como suporte de
funcionamento normal dos subsistemas e do uso integral dos elementos
de produção.
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A avaliação da capacidade é influenciada pelos procedimentos e tecnologias
utilizadas. Em outras palavras, após a determinação dos procedimentos de manu-
fatura, a capacidade é afetada pelos tempos padrão das operações, os intervalos
de preparação, os períodos de transferência (incluindo estoques e períodos de es-
pera) e os tamanhos dos lotes de produção. Dessa forma, a medição da capacidade
reflete a eficácia da equipe nos respectivos postos de trabalho e a competência na
administração dos processos.
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• Implementação de métodos de trabalho sem análise prévia para otimização.
• Ambiente de trabalho com condições impróprias, como temperatura,
iluminação e disposição inadequada de bancadas.
Figura 12 – Improdutividade
Fonte: https://br.freepik.com/fotos-premium/trabalhador-de-escritorio-cansado-frustra-
do-apoiando-se-em-uma-pilha-de-papelada-e-pensando_60786521.htm#query=impro-
dutividade&position=28&from_view=search&track=sph. Acesso em: 23 ago. 2023.
Conforme definido por Roldão e Ribeiro (2004) apud Millnitz (2018), a defi-
nição do conteúdo do trabalho em relação ao tempo é embasada na suposição de
que o trabalho é realizado através da aplicação de um procedimento que é definido
com um ritmo adequado e constante. Os tempos suplementares são de certa forma
considerados improdutivos quando consideramos os tempos padrão.
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Quadro 3 – Possibilidades de melhorias nos elementos de produção
Fluxo e Sequenciamento
Movimentação de Materiais
Ferramental
Controles e automação
Sistema de Armazenagem
Operações Sequenciamento
Ritmo de Trabalho
Treinamentos
Seleção
Formação de Equipes
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3 OS TEMPOS NO PROCESSO PRODUTIVO
Nos sistemas de produção, uma variedade de conceitos de tempo são em-
pregadas, sendo esses conceitos associados a variáveis de diferentes naturezas,
e utilizados conforme a exigência para avaliar o desempenho do sistema. Embora
o tempo padrão seja uma das métricas temporais mais frequentes na produção,
apenas essa medida não é suficiente para esclarecer as flutuações no desempenho
dos sistemas produtivos. Essas flutuações são normalmente influenciadas por uma
gama de elementos interligados aos aspectos temporais.
Fonte: https://br.freepik.com/vetores-gratis/empresarios-com-tempo-de-relo-
gio_5596547.htm#query=tempo%20e%20produ%C3%A7%C3%A3o&position=6&from_
view=search&track=ais. Acesso em: 24 ago. 2023.
36
Oliverio (1997) apud Mintz (2018) apresenta uma figura que representa a es-
trutura geral de construção dos vários tempos produtivos. Deve ser considerado o
tempo de observação, que é definido como tempo total de observação do sistema
produtivo, onde ocorrerão as variações conforme a necessidade do estudo, poden-
do por isto durar uma ou mais horas, ou até o dia inteiro.
37
Por outro lado, as paradas não planejadas referem-se a:
• interrupções imprevistas;
• manutenções não programadas;
• esperas por material.
38
INTERESSANTE
De origem japonesa, o termo “Kanban” se traduz como “sinalização” ou “car-
tão”, e introduz a prática de utilizar cartões (post-its) para assinalar e monito-
rar o progresso da produção na indústria. Este é um sistema visual que visa
administrar o fluxo de trabalho à medida que percorre o processo.
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• Tempo de Transformação (TP) é quando ocorre a conversão dos
materiais em produtos, abrangendo as interrupções técnicas para
inspeções, limpezas, ajustes e ocorrências de falhas na máquina.
• Tempo de Posicionamento (TC) corresponde ao período de colocação
dos materiais em posição para realizar cada etapa do processo de produção.
Também é conhecido como tempo de carregamento da máquina.
• Tempo de Retirada (TD) é o intervalo durante o qual os produtos ou
componentes são retirados e posicionados após a conclusão de cada
etapa do processo produtivo. É também designado por “tempo de
descarregamento da máquina”.
• Tempo de Espera (TE) é o período em que o material ou produto
permanece no processo produtivo devido à formação de lotes, sendo
necessário aguardar o processamento antes do transporte.
• Tempo de Deslocamento (TT) engloba o intervalo de movimentação
dos materiais e/ou produtos (lotes) entre o término do processamento
em um posto de trabalho até a sua estocagem no posto seguinte.
Por essa razão, o cálculo do takt time só se torna viável quando a demanda
está presente, não sendo uma variável predefinida, mas sim determinada conforme
as flutuações da procura. Ele não está vinculado ao tempo de ciclo de produção. Em
termos matemáticos, o takt time é a relação entre o número de unidades a serem
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fabricadas e o tempo disponível para essa fabricação, com o intuito de alinhar-se às
exigências da demanda. Em outras palavras, trata-se do intervalo temporal disponí-
vel para produzir cada unidade, considerando o conjunto total de unidades a serem
confeccionadas no período estipulado pela demanda. De modo geral, essa medida
de tempo é calculada conforme a equação abaixo:
Em uma célula de montagem de roupas com uma demanda diária de 450 pe-
ças (unidades) e tempo disponível de 15 horas (900 minutos), qual seria o takt time?
41
Figura 17 – Cálculo do Takt Time
42
• Tempo padrão, que corresponde ao tempo unitário de processamento
em cada posto ou máquina.
• Número de operadores na célula ou linha.
Lozada (2018) define ainda que é importante ainda destacar que existem de
dois conceitos vinculados ao tempo que são:
O tempo padrão, que é utilizado para calcular o tempo de ciclo, pode ser de-
finido como o tempo normal acrescido das tolerâncias e como o tempo correspon-
dente à meta da fábrica para cada atividade. Ele serve como base para mensurar
a produção nos prazos estabelecidos. Se essas pausas programadas não fossem
consideradas no cálculo do tempo de produção, os operadores seriam penalizados
ao avaliar a produtividade de suas atividades.
43
Figura 18 – Etapas para definição do tempo padrão
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• Melhoramento do planejamento, programação e no controle da produção.
• Bom emprego da mão de obra disponível.
• Cálculo de prêmios de produção.
• Controle do desempenho e eficiência do efetivo.
• Cálculo do custo da mão de obra.
• Cálculo do custo de operações mecanizadas.
• Estudos e melhoria do fluxo de materiais nas áreas de trabalho.
• Mudanças na distribuição do layout de fábrica.
• Otimização do uso dos recursos máquinas e equipamentos.
Por outro lado, há métodos mais simples que não exigem conhecimento
especializado e permitem a coleta rápida de tempos para várias atividades. No
entanto, essas medições podem apresentar menor precisão (com margens de erro
mais amplas) e são empregadas apenas para finalidades específicas, sob determi-
nadas condições.
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RESUMO DO TÓPICO 2
46
AUTOATIVIDADE
47
AUTOATIVIDADE
a. ( ) V – F – F.
b. ( ) V – F – V.
c. ( ) F – V – F.
d. ( ) F – F – V.
48
TÓPICO 3
ANÁLISE DE
MODOS DE
FALHAS E
EFEITOS
1 INTRODUÇÃO
A busca constante por processos mais confiáveis, produtos de alta quali-
dade e a garantia da segurança são diretrizes essenciais para qualquer empreen-
dimento. Nesse contexto, a metodologia de Análise de Modos de Falhas e Efeitos
(FMEA) surge como uma ferramenta indispensável para a identificação, avaliação e
solução de potenciais falhas em sistemas, processos e produtos.
Desde sua origem no Sistema Toyota de Produção, a FMEA tem sido ampla-
mente adotada em diversos setores, desempenhando um papel crucial na garantia
da qualidade, confiabilidade e eficiência.
49
produto. Dentre as diversas variantes da FMEA, aquela direcionada ao estágio de
projeto se destaca como a mais pertinentemente aplicável.
Fonte: https://br.freepik.com/fotos-premium/projeto-dificil_34517570.htm#query=meto-
dos%20e%20falhas&position=6&from_view=search&track=ais. Acesso em: 24 ago. 2023.
50
A FMEA constitui um método voltado para a avaliação de riscos decorrentes
de falhas individuais. Esses riscos são avaliados de forma ponderada, permitindo a
identificação das prioridades.
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A Análise de Modo e Efeito de Falha (FMEA) surge, assim, como um instru-
mento essencial para garantir a qualidade, a segurança e a eficácia dos processos
e produtos ao longo de sua trajetória de desenvolvimento. Seu valor reside na pre-
venção e solução de falhas, na maximização da satisfação do cliente e na otimiza-
ção dos recursos empregados.
Entre os citados iremos dar foco para o FMEA do Produto e o FMEA de processo,
os quais também são conhecidos como D-FMEA e P-FMEA respectivamente, mas é
importante ressaltar que a utilização dos FMAs já são bem comuns no meio industrial.
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• Identificação de potenciais causas no projeto do produto que demandam
controle para redução da ocorrência ou aprimoramento na detecção.
• Determinação das necessidades de teste.
• Elaboração de uma lista hierarquizada dos modos de falha potenciais,
criando assim uma sistemática de prioridades para a implementação
de medidas corretivas.
• Consideração dos requisitos de fabricação e montagem durante a fase
inicial do projeto.
Figura 20 – Processos
Fonte: https://br.freepik.com/fotos-premium/pasta-de-toque-de-mao-de-empresa-
ria-do-sistema-de-gerenciamento-de-documentos-banco-de-dados-de-documen-
tacao-on-line-e-automacao-de-processos-para-gerenciar-com-eficiencia-arqui-
vos-conhecimento-de-trabalho-tecnologia-de-negocios-corporativos_26080590.
htm#query=processo&position=8&from_view=search&track=sph. Acesso em: 24 ago. 2023.
53
Conforme Souza (2010) os pontos-chave da FMEA de processo incluem:
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frequência ou a probabilidade de ocorrência.
• Atribuição de Detecção: avalie quão eficaz é o sistema atual em
detectar o modo de falha antes que ele afete o cliente ou o processo.
Atribua uma pontuação para a capacidade de detecção.
• Cálculo do Índice de Prioridade de Risco (RPN): calcule o RPN para cada
modo de falha multiplicando os valores de gravidade, ocorrência e detecção.
Isso ajuda a priorizar os modos de falha com maior potencial de risco.
• Desenvolvimento de Ações Corretivas: com base nos RPNs,
identifique ações que possam mitigar ou eliminar as causas das falhas.
Estas podem incluir alterações no projeto, melhorias nos processos,
implementação de controles, entre outros.
• Implementação das Ações Corretivas: coloque em prática as ações
corretivas definidas pela equipe.
• Acompanhamento e Avaliação: monitore a eficácia das ações
corretivas implementadas e verifique se os RPNs foram reduzidos.
• Atualização Periódica: periodicamente, revise e atualize a análise
FMEA para refletir mudanças no processo, produto ou sistema, bem
como para incorporar novos aprendizados e feedbacks.
INTERESSANTE
O RPN (Risk Priority Number), ou Número de Prioridade de Risco, é um valor
calculado durante a análise de FMEA (Análise de Modo de Falha e Efeitos) para
ajudar a priorizar os modos de falha identificados. Ele é obtido multiplicando
três fatores: a gravidade (G) dos efeitos da falha, a ocorrência (O) dessa falha
e a detecção (D) da falha antes que ela alcance o cliente ou afete o processo.
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• o cliente não é apenas um usuário final. Na verdade, o cliente pode cons-
tituir-se também, em uma operação subseqüente, em regulamentações
governamentais, ou mesmo em uma operação de assistência técnica;
• o trabalho em equipe é de fundamental importância, sendo que esta
equipe deve ser, fundamentalmente multidisciplinar, composta por es-
pecialistas, pessoas com experiência em projetos, processos, análises,
ensaios, montagem, reciclagem, etc.
56
• Efeito da Falha: a equipe deve determinar quais seriam as
consequências e impactos imagináveis decorrentes das falhas.
• Gravidade (G): preenchido usando valores da tabela, esse campo indica
o nível de gravidade associado à falha.
• Causa da Falha: a equipe deve apontar as causas potenciais que
podem resultar no tipo de falha identificado.
• Controles Atuais na Prevenção: aqui, a equipe deve descrever as
medidas de prevenção existentes para mitigar as causas de falha.
• Ocorrência (O): preenchido com valores tabelados, este campo indica
a probabilidade de ocorrência da causa.
• Controles Atuais na Detecção: a equipe deve listar as medidas em
vigor para detectar falhas, se houverem.
• Detecção (D): preenchido com valores tabelados, este campo indica a
eficácia do método de detecção.
• Resultado (R): o resultado é calculado multiplicando os índices de
Gravidade (G), Ocorrência (O) e Detecção (D).
• Ações Recomendadas: neste campo, as ações a serem tomadas para
reduzir o índice “R” devem ser delineadas.
• Ações Tomadas: este campo é preenchido com as ações efetivamente
implementadas para diminuir o índice “R”.
57
Após nossas discussões, que tal saber mais sobre a gestão da produção
e suas operações estratégicas? Na sequência, apresentamos uma pesquisa como
leitura complementar para entender mais sobre a importância das empresas inves-
tirem em tecnologia, material humano, qualificação e na redução de desperdícios
como solução dos principais problemas de uma organização.
58
LEITURA COMPLEMENTAR
1. Introdução
A busca da excelência tanto na eficiência como nos resultados da eficácia ao
se trabalhar com matérias-primas capazes de serem transformadas em produtos para
o mercado global tem sido a máxima de grandes indústrias as quais no atual mercado
competitivo, são lhes cobradas estratégias comerciais aliadas a grandes investimento na
produção esses produtos em sua comercialização tenha a aceitação devida e fidelíssima
para o consumidor final configurando-se também, num bom retorno comercial e financei-
ro esperado pela empresa, e que o produto seja sustentável durante e após sua divulga-
ção e apreciação como produto de excelente qualidade. Este trabalho apresenta de forma
reduzida como novas visões e estratégias de gestão da produção devem ser constatadas
nos diversos campos da manufatura de produtos até que cheguem aos clientes de uma
maneira fácil, com boa qualidade e custos baixos, utilizando métodos e ferramentas ad-
ministrativas avançadas no processo do produto para que o mesmo chegue às prateleiras
e saia a contento das necessidades individuais ou de grupos consumidores em potencial.
59
A Administração da Produção é o ato de produzir produtos para lançar no
mercado, constituída por um bem econômico e por todas as operações que lhe
agreguem valor (RITZMAN et al., 2004). Pode ser dito também que Administração da
Produção é a arte e a ciência que combina os insumos e os recursos organizacio-
nais existentes para a produção de bens e serviços de forma racional. É a produção
de bens materiais com valor ou sem valor econômico, podendo esses bens ser clas-
sificados de diversas formas, a depender de seu destino específico.
Esta parte da ciência administrativa tem uma importância ímpar já que foi nes-
te setor que os mais conhecidos administradores na tradição ocidental deram início
à chamada revolução científica de Administração. As obras de Taylor, Ford e Gilbreth,
por exemplo, eram por excelência estudos de Administração da Produção. A impor-
tância de se desenvolver a cultura de gerenciamento da produção, deve-se também,
segundo Cleto (2002), ao fato do sistema produtivo estar em constante transforma-
ção e à evolução da gestão de recursos humanos. O sistema produtivo nos últimos
50 anos vem passando por mudanças, transformações principalmente no grupo da
tecnologia de máquinas, SI, automação robótica, telecomunicações tornando o pla-
nejamento e controle das operações mais eficientes. A gestão de recursos humanos é
outro grupo que significativamente emoldura esse quadro de desenvolvimento atra-
vés de novos conceitos e métodos sendo ambos motivo de vantagem competitiva
elevando as empresas a patamares de desenvolvimento e crescimento significativos.
• produtividade,
• benchmarking,
• PCP - planejamento das atividades e do processo produtivo, dos incentivos
ao material humano,
• processo de fabricação;
• inovações derivadas do avanço tecnológico (just in time, MRP, inovações
computadorizadas e lay-out) e
• respeito ao meio ambiente.
60
RESUMO DO TÓPICO 3
• A sigla FMEA tem origem inglesa e significa: Failure Mode and Effect Analysis ou
em sua tradução Análise dos Modos e de Falha e Efeitos.
• Existem cinco ou mais tipos de FMEA, cada um com um enfoque distinto para
abordar os riscos em diferentes estágios e aspectos.
61
AUTOATIVIDADE
62
AUTOATIVIDADE
a. ( ) V – F – F.
b. ( ) V – F – V.
c. ( ) F – V – F.
d. ( ) F – F – V.
63
REFERÊNCIAS
NEUMANN, C. Projeto de fábrica e layout. Rio de Janeiro: Grupo Editorial Nacional, 2021.
64
UNIDADE 2
METODOLOGIAS
DE MELHORIA NA
PRODUÇÃO
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
A cada tema de aprendizagem desta unidade, você encontrará autoativida-
des com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
LEAN
MANUFACTURING
1 INTRODUÇÃO
O Lean Manufacturing, também conhecido como Sistema Toyota de Pro-
dução, é uma abordagem de gestão de produção que se concentra na redução de
desperdícios e no aumento da eficiência em processos industriais. Essa filosofia,
desenvolvida pela Toyota na década de 1950, tornou-se um modelo amplamente
adotado em todo o mundo em diversos setores.
É importante ressaltar que apesar desta técnica ter sido criada pela indústria
automobilística, ela não se limita apenas a esta área, sendo aplicada com sucesso
em uma variedade de setores, incluindo manufatura, serviços de saúde, tecnologia
e muito mais. Ao longo de nossos estudos, você descobrirá como o Lean Manufac-
66
turing pode ser aplicado em diversos setores e aprenderá a implementar suas práti-
cas para obter os melhores resultados nos processos produtivos e organizacionais.
Preparados? Bons estudos.
Dennis (2008, p. 23) define que entre os desafios enfrentados pela Toyota,
podemos citar:
Este era um cenário desafiador e muitas vezes intransponível para uma em-
presa instalada em um país que estava em ruínas. O Japão encontrava-se em uma
depressão econômica, os americanos ocupavam o território e decidiram restringir
67
o crédito para atacar diretamente a inflação, o que além de não funcionar gerou
uma retração nas vendas de automóveis e na disponibilidade de crédito. A Toyota
enfrentava uma quase falência.
Fonte: https://br.freepik.com/fotos-gratis/minsk-bielorrussia-15-de-dezembro-de-
-2021-carrocerias-estao-na-linha-de-montagem-fabrica-para-producao-de-carros-in-
dustria-automotiva-moderna-um-carro-sendo-verificado-antes-de-ser-pintado-em-u-
ma-empresa-de-alta-tecnologia_26151428.htm#query=FABRICA%20NO%20JAPAO%20
CARRO&position=44&from_view=search&track=ais. Acesso em: 28 ago. 2023.
68
1. Um quarto da mão-de-obra foi dispensado, como proposto originalmente.
Este acordo permanece vigente até os dias de hoje, mas ele gerou também compli-
cações em relação aos processos trabalhistas, conforme definido por Dennis (20018, p. 25):
2. Fazia Sentido para os trabalhadores (ou gerentes cobertos pelo acordo) per-
manecer na empresa. Um indivíduo com quarenta anos de idade na Toyota,
cumprindo a mesma função de um de vinte anos, recebia um salário signifi-
cativamente mais alto. Se aquele de quarenta anos se demitisse e passasse
para outra empresa, teria que recomeçar de baixo em termos salariais.
69
Taiichi Ohno já tinha plena consciência de que o seu recurso mais valioso era
o trabalhador. O hábito de reter informações ou ideias, algo recorrente nas fábricas
de produção em massa, teria consequências desastrosas no recém-estabelecido
sistema da Toyota. Nos anos subsequentes, Ohno e sua equipe empreenderam es-
forços para engajar os membros da equipe em aprimoramentos de maneira abran-
gente – uma abordagem que, na época, era completamente revolucionária.
Esse livro foi resultado de um estudo de cinco anos realizado pelo Instituto
de Tecnologia de Massachusetts (MIT) sobre a história e o futuro da indústria au-
tomobilística. Posteriormente, Womack e Jones publicaram o livro “A Mentalidade
Enxuta nas Empresas: Elimine o Desperdício e Crie Riqueza”, o qual contribuiu
significativamente para a popularização dos conceitos de produção da Toyota e
da filosofia Lean.
70
2.2 O PENSAMENTO LEAN
O engenheiro Taiichi Ohno, liderou e coordenou vários estudos, o que originou
posteriormente o Sistema Toyota de produção ou também chamada produção enxu-
ta, entre eles podemos citar o Just in Time, 5S, kanban, entre outros. Além de focar no
combate ao desperdício, também conhecido como “muda”, no idioma japonês.
Denis (2008) define que o sistema Toyota é caracterizado por fazer mais com
menos, ou seja, menos tempo, menos espaço, menos esforço do homem, menos
equipamento e menos material e, ao mesmo tempo, proporcionando ao cliente o
que ele deseja.
Todas as empresas visam o lucro, desta forma a estratégia utilizada para isto
acaba sempre sendo aumentar o preço de vendas e reduzir os custos. Na atualidade
as empresas estão inseridas em um mercado altamente competitivo, e consumido-
res mais críticos, principalmente no que se refere a custo e qualidade do produto ou
serviço, sendo o preço uma muitas vezes uma atribuição do próprio mercado.
71
Figura 3 – Fórmula do Lucro
Dennis (2008, p.30) define que reduzir o custo é necessário, mas deve ser
feito sem:
72
Figura 4 – Meta de redução de custos
É importante ressaltar que a redução de custos deve ser realizada sem enfra-
quecer a empresa, no longo prazo, com eliminação de postos de trabalho que pos-
sam comprometer a qualidade e afetar o processo de produção. Até este momento
podemos entender que a obtenção de lucros nas organizações é primordial , mas é
necessário também aliar a lucratividade a um preço de venda o qual o cliente esteja
realmente disposto a pagar, entregando para isto o valor , conforme veremos a seguir.
73
Figura 5 – Cinco Princípios Lean
Conforme definido por Womack e Jones (2004) apud Galvão (2021) O fluxo
contínuo na cadeia de valor guia todos os componentes do processo, promovendo
74
a criação de valor entre eles. O foco é a integração do produto em todas as etapas,
eliminando obstáculos e barreiras organizacionais. O mapeamento do fluxo visuali-
za cada etapa, identificando desperdícios e ineficiências. O objetivo é eliminar inter-
rupções em todo o processo de produção.
75
alta qualidade e praticamente sem defeitos. Isso é alcançado reduzindo esforços hu-
manos, espaço, investimentos e tempo desde o pedido até a entrega final. Seu obje-
tivo é aumentar a produção usando menos recursos e processos, sendo atrativa para
empresas que buscam redução de custos e maior eficiência na produção.
Fonte: https://br.freepik.com/fotos-premium/grodno-bielorrussia-outubro-2018-tra-
balhadores-perto-da-prensa-de-lixo-na-moderna-fabrica-de-processamento-de-
-reciclagem-de-residuos-coleta-de-lixo-separada-reciclagem-e-armazenamento-de
-residuos-para-posterior-descarte_28651948.htm#query=desperdicios%20produ%-
C3%A7%C3%A3o&position=27&from_view=search&track=ais. Acesso em: 30 ago. de 2023.
76
relacionados à produção, incluindo matérias-primas, equipamentos, mão de obra e
energia elétrica. Ohno também lutou pela melhoria simultânea em todas as etapas,
considerando toda a fábrica, o que resultaria em maior produção com a mesma
ou menor força de trabalho, atingindo uma eficiência total com zero desperdício. A
essência dessa filosofia é a eliminação de desperdícios que aumentam o custo do
produto sem agregar valor final ao cliente.
77
• Desperdício por superprodução: ocorre a partir do momento em
que a produção antecipa a demanda e gerando muitos estoques
desnecessários. As maiores causas da superprodução estão ligadas
diretamente às grandes áreas que são disponibilizadas para a
armazenagem de matérias-primas e produtos acabados, os transportes
desnecessários e o grande tempo de preparação e os problemas de
planejamento e controle do processo produtivo.
Este processo se chama programação empurrada e é gerado pelo
excesso de inventário de matérias-primas e produtos acabados, já que
não existe uma coordenação entre a demanda e a produção, devido
a instruções pouco claras e muitas vezes incorretas. Este tipo de
desperdício é considerado o maior de todos e consequentemente se
torna a fonte dos restantes, pois tende a omitir problemas em toda a
cadeia do processo produtivo.
• Desperdício por tempo de espera: ocorre quando o material fica parado
esperando para ser processado, seja por imprevisto no sistema de produção
ou quando a planta operacional não possui um layout funcional, o que
pode dificultar a movimentação interna dos materiais. Este atraso pode
ocorrer, por exemplo, devido ao fato dos operadores estarem aguardando
algum equipamento para realizar uma operação ou instruções para dar
prosseguimento ao trabalho, ou ainda aguardando peças para iniciar a
produção. Podemos ainda citar como motivo para este atraso a espera ou
paralisação de máquinas para realização de troca de peças, ou reparos.
O desperdício por tempo de espera pode ser dividido em espera do lote e
espera do processo, pois ambos os casos tendem a trazer desperdícios.
• Desperdício relacionado ao transporte: ocorre devido ao movimento
excessivo de materiais dentro de instalações, muitas vezes causado
por um layout inadequado que dispersa as máquinas de acordo com as
funções. Esse arranjo pode levar a grandes deslocamentos de materiais
entre máquinas, desperdiçando tempo e não agregando valor ao produto.
Para melhorar, equipes de trabalho e suporte devem estar próximas, e
o layout pode ser otimizado usando células de trabalho, agrupando
máquinas em unidades de produção menores. Isso reduz trajetos, permite
a fabricação sequencial de peças e organiza as células conforme o fluxo
do produto, resultando em eficiência e menos desperdício.
• Desperdício por processamento: decorre principalmente de
procedimentos e atividades não essenciais ou excessivamente
ampliados. Isso engloba a alocação inadequada de mão de obra e o uso
incorreto de equipamentos, resultando em custos sem valor agregado ao
78
produto. A análise desse desperdício permite identificar recursos sendo
empregados no processo sem benefícios tangíveis para o produto final.
• Desperdício por movimento: diz respeito à interação entre operador,
ferramenta, máquina e material em processo. Isso engloba os movimentos
das pessoas que não contribuem para o valor do produto ou serviço final
entregue ao consumidor. Está ligado aos deslocamentos internos dos
operadores nas estações de trabalho enquanto executam suas tarefas,
devido à disposição das ferramentas, layout, posicionamento dos
equipamentos e fatores ergonômicos tanto dos equipamentos quanto
do ambiente produtivo.
• Desperdício por defeitos: ocorre quando há produção fora
das especificações e das necessidades dos clientes internos ou
externos, gerando desperdícios de materiais, de mão de obra, no uso
de equipamentos, na movimentação e armazenagem de materiais
defeituosos e na inspeção de produtos, bem como retrabalho,
refugo, entre outros, acarretando elevados custos e desperdícios
para a empresa.
• Desperdício por estoque: surge devido ao acúmulo excessivo de
matérias-primas, resultando em níveis elevados de estoque que
impactam o capital da organização ao manter recursos financeiros
parados. Isso é frequentemente causado por atrasos de fornecedores
ou discrepâncias entre o sistema de estoque e o estoque real
da empresa. Esse tipo de desperdício envolve o armazenamento
excessivo de peças ou produtos semiacabados além do necessário.
Além de reter o capital da organização, o desperdício por estoque
acarreta custos adicionais, incluindo uso ineficiente de espaço,
falhas não identificadas no fluxo do processo e custos relacionados
ao armazenamento.
Esse desperdício está conectado aos outros seis tipos, todos levando à for-
mação de estoques em vários pontos do processo produtivo. Reduzir estoques re-
vela problemas como refugos, falhas e falta de preparo. Diminuir estoques em pro-
cesso permite identificar causas de produtos defeituosos, problemas de máquinas
e desalinhamentos na produção. A adição de valor ocorre quando o material entra
no produto final; produção com peças intermediárias gera perdas.
79
Quadro 1 – Causas dos sete desperdícios e soluções
80
Excesso de produtos e Estoque • Reduzir o tamanho dos
materiais não sendo pro- lotes.
cessados, geralmente por • Implantar fluxo contínuo
segurança contra impre- onde for possível.
vistos internos e externos. • Reduzir as interrupções e
melhorar a confiabilidade
da operação e de tercei-
ros.
Além das sete formas de desperdício abordadas pelo sistema Lean, há ou-
tros modelos de gestão de perdas que podem ajudar as empresas a alcançar maior
qualidade em seus processos de produção.
INTERESSANTE
Temos ainda o oitavo desperdício que é o desperdício de criatividade ou
má utilização de pessoal, ele está relacionado ao pouco aproveitamento do
potencial e conhecimento dos colaboradores, não permitindo que contribu-
am de maneira plena para a melhoria dos processos.
81
2.4.1 Muda
Conforme definido por Slack Brandon-Jones e Burgess (2023), “Muda” se
refere a atividades dentro de um processo que não acrescentam valor à operação
ou ao cliente, como discutido em detalhes nos tipos de desperdício anteriormente.
As principais origens dessas atividades não vantajosas geralmente incluem metas
mal comunicadas (abrangendo a não compreensão das necessidades do cliente)
ou o uso ineficaz de recursos, negligenciando uma abordagem sistemática para a
redução constante do desperdício. Isso implica que, para uma atividade ser verda-
deiramente eficaz, é crucial que seja claramente documentada e comunicada a to-
dos os envolvidos nela. O estabelecimento de um padrão de trabalho e a implemen-
tação de elementos visuais são meios efetivos para transmitir objetivos e garantir
uma utilização eficaz dos recursos disponíveis.
2.4.2 Muri
Para Slack Brandon-Jones e Burgess (2023), “Mura” aponta para a fal-
ta de consistência e irregularidades originadas das flutuações na demanda do
cliente ou na execução de um processo. Isso pode levar ao esgotamento de
alguns recursos enquanto outros ficam subutilizados. A adaptação precisa às
necessidades dos clientes requer flexibilidade no processo, embora mudanças
frequentes sejam evitadas devido aos custos associados. O trabalho-padrão é
vital para reduzir variações, e a redução do tempo de preparação e o nivelamen-
to do agendamento podem suavizar a produção, facilitando a correspondência
entre capacidade e demanda.
2.4.3 Mura
Slack Brandon-Jones e Burgess (2023) definem que “Mura” significa desi-
gualdades causadas por variações nas necessidades dos clientes e na execução
de processos. Isso leva a recursos sobrecarregados ou subutilizados. Adaptar-se às
demandas dos clientes exige flexibilidade, enquanto padronizar o trabalho e otimi-
zar programações suavizam a produção.
82
Variação excessiva na distribuição das atividades, em comparação com a
flutuação na demanda do cliente: caso a distribuição das atividades ao longo do
tempo varie mais do que a própria demanda dos clientes, isso sugere a presença de
algum processo de agrupamento de atividades em lotes.
3 FERRAMENTAS LEAN
O Lean manufacturing é um princípio que busca uma transformação na
mentalidade e nas ações, com o objetivo de facilitar o trabalho e acrescentar valor
aos processos de produção. Isso exige uma equipe de colaboradores motivados,
contentes e comprometidos, visto que são considerados pilares fundamentais des-
se processo de transformação. Para incorporar os princípios do Lean manufactu-
ring nos processos de produção, é essencial empregar diversas ferramentas. Para
isso, é primordial adotar a abordagem de produção puxada, que implica na produ-
ção somente do que é demandado pelo cliente, evitando o acúmulo de estoques
que acarreta custos excessivos.
83
8 – Just in Time (em cima da hora)
Fonte: https://br.freepik.com/fotos-premium/homem-de-icone-de-relogio-tocando-na-
-tela_25867804.htm#query=just%20in%20time&position=21&from_view=search&tra-
ck=ais. Acesso em: 29 ago. 2023.
INTERESSANTE
O termo “lead time” refere-se ao período de tempo que se estende desde o início
de uma tarefa ou processo até a sua conclusão. Trata-se do intervalo necessário
para que um produto seja projetado, produzido e entregue aos clientes.
O Just in Time, cujo significado é “no momento certo” ou “na hora certa”,
responde a diferentes quantidades e tipos de produtos, atendendo às preferências
dos clientes. Além disso, essa abordagem conduz a uma notável redução nos cus-
tos associados a estoques. Essa ideia também foi desenvolvida por engenheiros da
Toyota, que reconheceram que a lucratividade aumenta quando se fabrica aquilo
que os consumidores realmente desejam.
84
3.2 KANBAN
O kanban é uma ferramenta empregada para alcançar a produção Just-in-
-Time (JIT). Ele consiste em um cartão geralmente inserido em um envelope retan-
gular feito de vinil. Existem dois principais tipos de kanban utilizados: o kanban de
retirada e o kanban de produção. O kanban de retirada indica o tipo e a quantidade
de produto que o processo seguinte deve retirar do processo anterior, enquanto o
kanban de produção estabelece o tipo e a quantidade de produto que o processo
subsequente deve fabricar.
Figura 9 – Kanban
Fonte: https://br.freepik.com/fotos-gratis/colegas-de-tiro-medio-pensando-com-post-
-it_24957807.htm#query=kanban&from_query=kanbam&position=19&from_view=sear-
ch&track=sph. Acesso em: 30 ago. 2023.
85
Monden (2015) destaca a existência de diversos tipos de kanban. O kanban
de fornecedor, por exemplo, é empregado quando se deseja retirar peças ou mate-
riais de um fornecedor. Este contém instruções que guiam o responsável a realizar
a entrega das peças solicitadas.
Sensos Características
Seiri ou senso de utilização. Tem como objetivo analisar os materiais,
equipamentos, móveis e espaços presen-
tes no ambiente de trabalho. Com base
nesse senso, deve-se separar o que é ne-
cessário e descartar o que não tem mais
utilidade, além de um layout propício para
o desempenho eficaz das atividades.
86
Shitsuke ou senso de disciplina Tem por objetivo a autodisciplina do
colaborador, com vistas a adquirir um
comportamento motivado à melhoria
contínua e trabalhando com sinergia e
respeito mútuo. Reforça a necessidade
da manutenção do programa 5S, em que
todos fazem parte de um elo da mesma
corrente, que é a organização, e este elo
não pode ser rompido, para que a estru-
tura não seja abalada.
Figura 10 – Aplicação do 5S
Fonte: https://br.freepik.com/fotos-gratis/sala-vazia-com-cadeiras-e-mesas_15501155.htm#-
query=escritorio%20limpo&position=10&from_view=search&track=ais. Acesso em: 01 set. 2023.
87
INTERESSANTE
Hoje já contamos com 10 Sensos que são aplicáveis as organizações, acres-
centam-se aos já existentes o SHIKARI YARO – Senso de Determinação e
União, o SHIDO – Senso de Treinamento, o SETSUYAKU – Senso de Economia
e Combate aos Desperdícios, o SHISEI RINRI – Senso dos Princípios Morais e
Éticos e o SEKININ SHAKAI – Senso de Responsabilidade Social.
3.4 POKA-YOKE
Conforme informado por Galvão (2021), o poka-yoke é uma técnica que visa
criar dispositivos à prova de erros, evitando falhas ao utilizar equipamentos de ma-
neira incorreta. Desenvolvido por Sakichi Toyoda no início do século XX em uma
máquina de tear, originalmente era chamado de “baka-yoke”, que significa “à prova
de tolos”. No entanto, nos anos 1960, Shigeo Shingo renomeou-o devido ao cons-
trangimento causado aos funcionários. “Poka” refere-se a erros causados por falta
de atenção ou ações inadequadas do operador, enquanto “yoke” se refere à preven-
ção desses erros.
Fonte: https://br.freepik.com/fotos-gratis/trabalhador-usa-painel-de-controle-na-fa-
brica_7546217.htm#query=apertando%20botao%20da%20maquina&position=5&from_
view=search&track=ais. Acesso em: 01 set. 2023.
88
As falhas podem ser categorizadas em três tipos: falhas por descuido, que
podem ser imprevisíveis ou insignificantes; falhas técnicas, resultantes de conhe-
cimento insuficiente; e falhas intencionais, que podem ser propositais. O poka-yoke
pode ser aplicado em várias indústrias e contextos, incluindo manufatura, cuidados
de saúde e desenvolvimento de software. Alguns exemplos comuns de dispositivos
ou técnicas de poka-yoke incluem:
89
RESUMO DO TÓPICO 1
• Que o Sistema Toyota de Produção (STP), tornou-se uma referência global em efi-
ciência operacional e qualidade.
• Que os termos “muda”, “mura” e “muri” são expressões japonesas que apontam
para as três principais fontes de desperdício.
• Que o Just in Time (JIT) é uma filosofia de gestão de produção que se concentra
na entrega de materiais, produtos e informações no momento exato em que são
necessários, eliminando o desperdício de estoque e recursos.
• Que o poka-yoke é uma técnica que visa criar dispositivos à prova de erros, evi-
tando falhas ao utilizar equipamentos de maneira incorreta.
90
AUTOATIVIDADE
91
AUTOATIVIDADE
a. ( ) V – F – F.
b. ( ) V – F – V.
c. ( ) F – V – F.
d. ( ) F – F – V.
92
TÓPICO 2
MANUTENÇÃO
PREVENTIVA
TOTAL (TPM)
1 INTRODUÇÃO
Neste tema de aprendizagem iremos conhecer a Manutenção Preventiva To-
tal, mais conhecida como TPM (Total Productive Maintenance). Nele iremos explorar
profundamente os conceitos, os princípios e as práticas que compõem a abordagem
da gestão da manutenção industrial. A TPM não é apenas uma estratégia de manu-
tenção, mas sim uma filosofia que visa a melhoria do desempenho dos equipamentos,
a redução de falhas, a redução de custos e o aumento da eficiência operacional.
Ao longo de nossos estudos você descobrirá como a TPM pode ser implemen-
tada com sucesso em diversos setores, incluindo manufatura, produção, logística e
muito mais. A TPM coloca o foco na participação ativa de todos os colaboradores,
incentivando a cultura de prevenção de problemas e a busca contínua por melhorias.
93
2 ORIGENS DA TPM - MANUTENÇÃO PRODUTIVA TOTAL
A importância da manutenção tem crescido significativamente para as orga-
nizações que almejam maximizar seus resultados. Atualmente, a manutenção está
entrelaçada ao planejamento estratégico da empresa, não mais sendo subestimada
como costumava ser em tempos passados. Ela deixou de ser considerada apenas
um centro de custos para evoluir para uma filosofia que contribui para a obtenção
de resultados, desempenhando um papel crucial nessa perspectiva.
Ribeiro (2016) informa ainda que a TPM surge do comprometimento das empresas
japonesas em elevar a manutenção preventiva, conceito originado nos Estados Unidos
na década de 1950. Em um período de dez anos, o Japão progrediu para adotar o siste-
ma de manutenção da produção. Aproximadamente em 1971, a TPM assumiu uma forma
própria no estilo japonês, consolidando técnicas de manutenção preventiva, manutenção
do sistema de produção, prevenção da manutenção e engenharia de confiabilidade.
Fonte: https://br.freepik.com/fotos-gratis/funcionario-industrial-vestindo-uniforme-e-capacete
-amarelo-verificando-a-producao-na-fabrica_11034424.htm#query=manuten%C3%A7%C3%A
3o%20produtiva%20total&position=22&from_view=search&track=ais. Acesso em: 29 ago. 2023.
94
A TPM está estreitamente vinculada às filosofias de gestão japonesas e repre-
sentou um marco fundamental em sua evolução e integração ao sistema industrial.
O foco da Manutenção Produtiva Total reside na otimização da eficiência da manu-
tenção industrial, ancorada no envolvimento individual e na participação plena dos
colaboradores, que desempenham um papel integral na operação e conservação dos
equipamentos de produção. Isso, por sua vez, impulsiona melhorias no desempenho
operacional global da fábrica. Conforme observado pelo autor Xenos (1998), a manu-
tenção produtiva é, acima de tudo, uma “forma de pensamento”, uma filosofia que as
fábricas devem abraçar, em vez de ser apenas mais um método de manutenção rígida.
Slack et al. (2006), apud Netto (2018) informa que a Manutenção Produtiva
Total (TPM), trabalha visando:
3 CONCEITOS DA TPM
De acordo com Ribeiro (2016) o termo TPM, abreviação de Manutenção Produtiva
Total, possui diversas traduções utilizadas com frequência, entre as quais se destacam:
95
Essas variações de tradução ressaltam as várias dimensões do conceito,
que engloba não apenas a manutenção eficaz, mas também a busca pela otimiza-
ção produtiva e o aprimoramento geral da gestão. Já a primeira tradução frequen-
temente conduz a interpretações equivocadas, sugerindo que sua aplicação está
limitada apenas às atividades de manutenção do estado físico dos equipamentos.
Conforme definido por Ribeiro (2016, p.16), a TPM possui as seguintes características:
Ribeiro (2016) define ainda que a letra “T” é originada da palavra “total” e en-
globa os seguintes significados:
Para Ribeiro (2016) a letra A letra “M” reflete uma mudança e expansão do
conceito de manutenção conforme descrito a seguir:
96
• Conceito da TPM - Fase 2: manutenção é a preservação do ritmo das
melhorias, das mudanças e das transformações.
Ribeiro (2016, p. 17) informa ainda que a TPM quebra com as convenções
habituais de como máquinas e equipamentos são tratados, ao introduzir uma mu-
dança de atitude por parte dos três principais envolvidos:
4 OS PILARES DA TPM
A Manutenção Produtiva Total (TPM) surgiu no Japão por volta da década
de 1970, em conjunto com a filosofia japonesa de produção e suas diversas ferra-
mentas, como o Kanban, Just in Time (JIT), 5S, entre outras. No início, o TPM estava
fundamentado em cinco pilares principais: eficiência, autorreparo, planejamento,
treinamento e ciclo de vida. Conforme Takahashi e Osada (2010) apud Netto (2018,
p. 77) explicam que estes cinco pilares foram desenvolvidos com base nos princí-
pios fundamentais da filosofia japonesa:
97
Com o progresso do TPM, das indústrias e das ferramentas de gestão, assim
como a influência da norma ISO 9000, os cinco pilares iniciais passaram por modi-
ficações e incorporaram traços mais contemporâneos. Essa evolução resultou na
ampliação para 8 pilares fundamentais que sustentam a metodologia, os quais são
detalhados na figura abaixo
98
• Controle Inicial: envolve uma análise abrangente do equipamento para
ajustá-lo aos processos sob os conceitos de Prevenção da Manutenção
(PM), visando alcançar máquinas com zero quebra/falhas.
• Manutenção da Qualidade: foca na eliminação das perdas relacionadas
à qualidade do equipamento.
• Administração (TPM Office): visa aprimorar a eficiência e reduzir
perdas nas áreas administrativas e indiretas.
• Segurança, Saúde e Meio Ambiente (TPM Eco): visa alcançar “zero
acidentes” e processos produtivos de baixo impacto ambiental.
Os oito pilares do TPM têm suas raízes na filosofia de trabalho japonesa que
se desenvolveu nas décadas de 1950, 1960 e 1970, sendo embasada em fontes
americanas como Deming, Juran, entre outros. Esses princípios foram adaptados
para refletir o cenário contemporâneo da evolução industrial.
IMPORTANTE
Conforme definido por Ribeiro (2016) o TPM busca a falha zero e quebra zero
das máquinas e equipamentos, ao lado do defeito zero nos produtos e perda
zero no processo. Isto representa um incremento da produtividade e, por con-
sequência, uma maior competitividade para a empresa.
99
RESUMO DO TÓPICO 2
100
AUTOATIVIDADE
101
AUTOATIVIDADE
a. ( ) V – V – F.
b. ( ) V – F – V.
c. ( ) F – V – F.
d. ( ) F – F – V.
102
TÓPICO 3
TOMADA
DE DECISÃO
MULTICRITÉRIO
1 INTRODUÇÃO
A Tomada de Decisão Multicritério (TDM) é uma abordagem estruturada e
poderosa para lidar com situações complexas que envolvem a avaliação de múl-
tiplos critérios e alternativas. Em cenários onde as escolhas não são óbvias e os
critérios podem entrar em conflito, a TDM oferece métodos que visam ajudar indiví-
duos e organizações a tomar decisões mais corretas e eficazes.
103
Iremos ao longo de nossos estudos explorar os fundamentos da Tomada
de Decisão Multicritério, seus métodos e ferramentas essenciais, devemos tam-
bém ressaltar que a TDM não se limita a uma única área de aplicação, sendo va-
liosa em uma ampla gama de setores, desde negócios e engenharia até saúde e
meio ambiente.
2 CONCEITO DE DECISÃO
Gomes e Gomes (2019) definem que o termo decisão é composto por “de”,
que em latim tem o significado de interromper ou extrair, e “caedere”, que remete
a cortar ou dividir. Se considerarmos o sentido literal, a palavra decisão pode ser
interpretada como “cessar o corte” ou “permitir o fluxo”.
Para Gross (2010) todos almejamos tomar as decisões mais acertadas, tanto
em benefício próprio quanto em representação de terceiros. Decisões bem funda-
mentadas elevam nossos recursos, impulsionam nossas trajetórias profissionais e
embelezam nossa reputação. No contexto empresarial, a habilidade de tomar de-
cisões nítidas, determinadas e pontuais pode nos conferir a distinção de sermos
vistos como alguém digno de confiança, a pessoa na qual os outros se apoiam para
inaugurar um projeto ou lançar um produto.
104
Figura 14 – Decisão
Fonte: https://br.freepik.com/fotos-premium/conceito-de-direcao-diferente-com-empresario_375
13513.htm#query=decisao&position=6&from_view=search&track=sph. Acesso em: 30 ago. 2023.
Gomes e Gomes (2019) afirma que uma decisão se torna necessária sempre
que nos deparamos com um desafio que oferece mais de uma opção para sua reso-
lução. Mesmo quando existe apenas uma única ação para solucionar um problema,
ainda há a escolha de realizar ou não essa ação. Focar no problema adequado nos
permite orientar todo o processo de forma precisa e eficaz.
Cada vez que nos deparamos com um desafio que apresenta várias opções
para ser superado, surge a necessidade de tomar uma decisão. Mesmo quando
uma única ação é a solução para um problema, ainda há a decisão de executá-la
ou não. Concentrar-se no problema apropriado possibilita guiar o processo com
precisão e eficácia.
105
As decisões podem ser classificadas de várias formas, entre elas podemos
citar as simples ou complexas e específicas ou estratégicas, e apresenta algumas
consequências tais como imediata, curto prazo, longo prazo e combinação das for-
mas anteriores (impacto multidimensional).
106
Figura 15 – Análise de cenários
Fonte: https://br.freepik.com/fotos-gratis/jovem-equipe-de-colegas-de-trabalho-traba-
lhando-no-projeto_10421436.htm#query=analise%20de%20cenarios&position=35&from_
view=search&track=ais. Acesso em: 30 ago. 2023.
Gomes e Gomes (2019) informam que existem autores que argumentam que
a origem da prática de cenários pode ser rastreada até os jogos de guerra. A partir
dos anos 1960, essa metodologia ganhou notoriedade no contexto empresarial. En-
tretanto, ao final dos anos 1970, as limitações dessa abordagem já eram amplamente
reconhecidas. Desde então, tem ocorrido uma mudança gradual dos cenários basea-
dos em probabilidades para uma abordagem mais centrada em causas e qualitativas.
107
nas relações que estabelecem. Essas relações são fluidas e sujeitas a
mudanças ao longo do processo decisório, devido à incorporação de
novas informações e à influência dos facilitadores.
O decisor pode ser um indivíduo ou um coletivo representando quem a
decisão é tomada conforme Vanderpooten (1995) apud Gomes e Gomes
(2019), o decisor não está diretamente envolvido no processo de tomada
de decisão, mas exercerá influência caso detenha o poder de veto. Em
tal cenário, existe um grupo encarregado de tomar a decisão, e ela é
formalizada por meio da “aprovação” do decisor.
Conforme Bana e Costa (1993) apud Gomes e Gomes (2019) nem todos os
decisores possuem autoridade decisória. Portanto, é relevante também
diferenciar o nível de influência dos decisores no processo decisório. Esse
nível de influência estabelece a distinção entre os decisores diretamente
envolvidos no processo de tomada de decisão, categorizados em dois
grupos conhecidos como “agidos” e “intervenientes”.
IMPORTANTE
“Os agidos são pessoas às quais o programa é imposto, ou são as pessoas
que são afetadas por ele de maneira direta ou indireta. Os agidos não tomam
decisão sobre o programa, apenas participam. São aqueles que, apesar de
sofrerem consequências das decisões, têm limitadas ou nenhuma capacida-
de de, por vontade própria, ver seus valores e preferências contemplados nos
modelos de avaliação” (Gomes; Gomes, 2019, p. 6).
108
se abster de manifestar seus próprios valores pessoais, a fim de evitar
influenciar os outros envolvidos no processo decisório.
Figura 16 – Facilitadores
Fonte: https://br.freepik.com/fotos-gratis/jovens-trabalhando-juntos-em-uma-empre-
sa-iniciante_18843721.htm#query=TREINANDO%20NA%20EMPRESA&position=4&from_
view=search&track=ais. Acesso em: 28 ago. 2023
109
Compreender a distinção e a interação entre os decisores, facilitadores
e analistas é fundamental para um processo de tomada de decisão eficaz. Cada
um desses papéis desempenha funções específicas, contribuindo para uma
abordagem mais abrangente e bem-sucedida na resolução de problemas e na
formulação de decisões informadas. A clareza na definição desses papéis e a
conscientização sobre o grau de influência de cada parte no processo podem
aprimorar significativamente a qualidade das decisões tomadas e sua imple-
mentação bem-sucedida.
110
Figura 17 – Cultura
Fonte: https://br.freepik.com/vetores-gratis/conjunto-de-doodle-de-africa_2873049.ht-
m#query=cultura&position=40&from_view=search&track=sph. Acesso em: 28 ago. 2023.
IMPORTANTE
“A ‘cultura do observador (ou do analista)’, formada por meio do conjunto de
informações que ele acumulou em sua experiência administrativa científica e
da própria experiência de vida, associa-se a um modelo conceitual, no qual
a percepção da realidade, por meio de analogias com situações científicas,
permite definir um modelo conceitual” (Gross, 2010. p. 18).
111
2.4 PROCESSOS DECISÓRIOS
De acordo com Gomes e Gomes (2019) a Teoria da Decisão não tem a intenção de
ser uma teoria descritiva ou explicativa, pois não está voltada para descrever ou explicar os
motivos pelos quais as pessoas ou instituições tomam certas decisões. Em vez disso, ela se
apresenta como uma teoria de caráter prescritivo ou normativo, visando orientar as pessoas a
fazerem escolhas mais acertadas, considerando suas preferências fundamentais. Ao adotar
essa abordagem, a Teoria da Decisão parte do princípio de que os indivíduos são capazes de
expressar suas preferências básicas e possuem racionalidade ao enfrentar decisões simples.
O quadro abaixo definido por Useem (2007) apud Gross (2010) descreve os
passos para se tomar decisões:
PRINCÍPIO FERRAMENTA
1. Esclareça o que sua decisão requer Peça esclarecimento das suposições sub-
antes de tentar tomá-la. jacentes e do propósito de uma decisão.
3. Assuma uma posição em que você Identifique onde você será capaz tanto de
possa ter consciência otimizada da situ- apreciar o contexto de uma decisão quanto
ação e clareza de visão. avaliar escolhas boas e tempestivas.
4. Novas decisões devem ser claramente Assim como no caso de análises posterio-
baseadas em situações anteriores. res de combates, análises de rotina depois
da implementação de decisões ajudam a
refinar o que deveria fazer parte das próxi-
mas escolhas.
112
• Análise e identificação da situação e do problema: para chegar
a uma decisão segura e precisa, é essencial identificar claramente a
situação e o ambiente em que o problema está inserido. Isso requer um
rigoroso levantamento de informações, a fim de obter todos os dados
necessários para a tomada de decisão.
• Desenvolvimento de alternativas: aqueles encarregados de tomar
decisões, juntamente com os facilitadores e analistas, devem aproveitar
sua experiência pessoal e a expertise de suas equipes, além dos dados
previamente coletados, para identificar possíveis alternativas visando à
resolução do problema em questão.
• Comparação entre alternativas: nesta etapa, é fundamental
relacionar as vantagens e desvantagens de cada alternativa, bem
como considerar os custos envolvidos. Além disso, é possível empregar
algoritmos de apoio à decisão para auxiliar nesse processo.
Fonte: https://br.freepik.com/fotos-gratis/painel-grafico-de-sobreposicao-de-conexao-
-de-rede-na-mesa_16442075.htm#query=comparar%20alternativas&position=31&from_
view=search&track=ais. Acesso em: 01 set. 2023.
113
• Classificação dos riscos de cada alternativa: para tomar decisões eficazes,
é fundamental avaliar as alternativas com base em vantagens, desvantagens e
custos, bem como considerar a incerteza, a complexidade e o risco associados a
cada opção. A complexidade pode surgir devido ao grande número de alternativas
e à importância relativa dos critérios envolvidos. Todas as decisões envolvem
algum grau de risco, que deve ser avaliado em relação aos objetivos a serem
alcançados. Às vezes, escolher uma alternativa mais arriscada pode resultar em
benefícios significativos, ressaltando a natureza subjetiva do processo decisório.
• Escolha da melhor alternativa: após a identificação das vantagens,
desvantagens e riscos, os decisores devem ser capazes de identificar
as alternativas que oferecem a melhor solução para o problema em
questão. Além disso, é importante fazer previsões de metas e submetas,
incluindo estimativas de tempo para alcançá-las, a fim de possibilitar
avaliações futuras do processo decisório e de seus resultados.
• Execução e avaliação: uma vez selecionada(s) a(s) alternativa(s), é
essencial que ela(s) seja(m) implantada(s) com determinação e controle
sobre a situação. A comparação dos resultados obtidos com as previsões
estabelecidas é fundamental para determinar se a linha de ação escolhida
deve ser mantida ou modificada. A análise e comparação dos resultados
do processo decisório têm o propósito de validar ou corrigir o processo,
assegurando que os erros identificados não se repitam em futuras decisões.
1. Geração do problema;
2. Formulação do problema;
3. Identificação da solução para o problema;
4. Implementação da solução do problema.
Outros autores identificam outros seis estágios conforme citados por Sham-
blin e Stevens Jr. (1989) apud Gomes e Gomes (2019):
1. Formulação do problema;
2. Construção de um modelo de estudo;
3. Sugestão de solução com base no estudo;
4. Teste da solução do modelo;
5. Estabelecimento de controles sobre a solução;
6. Implementação da solução.
114
Essas diferentes abordagens mostram que o processo decisório pode ser
desmembrado em fases distintas, variando de acordo com os autores e as neces-
sidades específicas de cada situação. Cada modelo pode ser aplicado conforme o
contexto e os objetivos da tomada de decisão.
3 ENFOQUE MULTICRITÉRIO
Com frequência, tanto em contextos profissionais quanto pessoais, as pes-
soas se deparam com problemas que requerem a resolução de tomadas de decisão
complexas. De maneira geral, esses problemas apresentam pelo menos algumas
das características a seguir, definidas por Gomes e Gomes (2019, p. 57):
115
c) os critérios e as alternativas podem estar interligados, de tal forma que
um critério parece refletir parcialmente outro critério, ao passo que a efi-
cácia da escolha de uma alternativa depende de outra alternativa ter sido
ou não também escolhida, no caso em que as alternativas não são mutu-
amente exclusivas;
f) alguns dos critérios são quantificáveis, ao passo que outros só o são por
meio de julgamentos de valor efetuados sobre uma escala;
g) a escala para dado critério pode ser cardinal, verbal ou ordinal, depen-
dendo dos dados disponíveis e da própria natureza dos critérios;
116
Figura 19 – Multicritérios
Fonte: https://br.freepik.com/vetores-premium/benchmarking-analise-multicriterio-de-
senvolvimento-de-negocios-e-conceito-de-melhoria-pequenos-personagens-masculi-
nos-e-femininos_40179889.htm#query=multicriterio&position=1&from_view=search&tra-
ck=sph. Acesso em: 02 set. 2023.
Conforme definido por Gomes e Gomes (2019), na década de 70, surgiram os pri-
meiros métodos direcionados para lidar com questões discretas na tomada de decisões,
especialmente no contexto multicritério ou multiobjetivo. Estes métodos começaram a
desempenhar um papel crucial como ferramentas de auxílio à decisão, não apenas ao se
concentrar na representação multidimensional dos problemas, mas também ao incorpo-
rar uma série de características bem definidas em sua metodologia, como, por exemplo:
117
De acordo com Gross (2010) um dos primeiros métodos dedicados à toma-
da de decisão multicritério, que hoje é amplamente utilizado em todo o mundo, é
o método AHP clássico. Este método foi desenvolvido pelo Prof. Thomas L. Saaty
na década de 70 e propõe que problemas de decisão possam geralmente ser de-
compostos em níveis hierárquicos, tornando assim mais fácil a compreensão e a
avaliação. Em contraposição a esse método e à teoria da utilidade multiatributo,
frequentemente considerados como os métodos multicritério mais representativos
da chamada escola americana, uma série de métodos distintos foi desenvolvida na
Europa, sendo às vezes chamados, em conjunto, de escola francesa de Apoio Mul-
ticritério à Decisão.
Fonte: https://br.freepik.com/fotos-gratis/mao-parando-pedacos-de-madeira-cain-
do_25629275.htm#query=tomada%20de%20decis%C3%A3o&position=38&from_view=-
search&track=ais. Acesso em: 01 set. 2023.
Conforme definido por Malczewski (1999) apud Gomes e Gomes (2019, p. 59)
os problemas multicritério envolvem seis componentes:
a) Objetivo;
b) Decisor(es);
c) Conjunto de critérios de decisão;
d) Conjunto de alternativas;
e) Conjunto de estados da natureza;
f) Consequências das decisões.
118
A história da tomada de decisão multicritério é marcada pela influência sig-
nificativa do método AHP clássico desenvolvido por Thomas L. Saaty na década de
70. Este método, amplamente adotado em todo o mundo, propõe uma abordagem
hierárquica que simplifica a compreensão e avaliação de problemas complexos. No
entanto, é importante notar que, além desse método, a escola europeia de Apoio
Multicritério à Decisão também desempenhou um papel crucial, apresentando uma
série de métodos distintos. Independentemente do enfoque escolhido, os proble-
mas multicritério, como definidos por Malczewski (1999) e destacados por Gomes e
Gomes (2019), envolvem componentes fundamentais que devem ser considerados
ao abordar decisões complexas.
Ao final deste tema, que tal ampliar os seus conhecimentos sobre a aplica-
ção do Lean Manufacturing? A seguir você terá acesso a um estudo que tem como
objetivo trazer informações sobre a aplicação do Lean Manufacturing para a redu-
ção de tempos improdutivos. Boa leitura!
119
LEITURA COMPLEMENTAR
1 INTRODUÇÃO
120
RESUMO DO TÓPICO 3
• Que o termo decisão é composto por “de”, que em latim tem o significado de in-
terromper ou extrair, e “caedere”, que remete a cortar ou dividir.
• Que a Teoria da Decisão não tem a intenção de ser uma teoria descritiva ou ex-
plicativa, pois não está voltada para descrever ou explicar os motivos pelos quais
as pessoas ou instituições tomam certas decisões.
• Que na década de 70, surgiram os primeiros métodos direcionados para lidar com
questões discretas na tomada de decisões, especialmente no contexto multicri-
tério ou multiobjetivo.
121
AUTOATIVIDADE
122
AUTOATIVIDADE
a. ( ) V – F – F.
b. ( ) V – F – F.
c. ( ) F – V – F.
d. ( ) F – F – V.
123
REFERÊNCIAS
RIBEIRO, H. TPM: Os cinco passos para uma implantação de sucesso. São Caetano
do Sul: PDCA Editora, 2016.
124
UNIDADE 3
GESTÃO EM AMBIENTE
DE SERVIÇOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
A cada tema de aprendizagem desta unidade, você encontrará autoativida-
des com o objetivo de reforçar o conteúdo apresentado.
GESTÃO DE
OPERAÇÕES EM
SERVIÇOS
1 INTRODUÇÃO
A gestão de operações desempenha um papel fundamental na eficiência e
no sucesso de organizações em uma ampla variedade de setores. No contexto dos
serviços, essa gestão adquire características distintas e desafiadoras. Este tema de
aprendizagem explora o campo da Gestão de Operações em Serviços, fornecendo
uma visão abrangente das estratégias, práticas e considerações essenciais para
alcançar a excelência operacional em serviços.
126
2 O SETOR DE SERVIÇOS E SUAS CARACTERÍSTICAS
Melo (1998) apud Vasconcelos (2020), define que ao longo da história, ob-
servam-se períodos intercalados de declínio e expansão no setor de serviços. Por
exemplo, durante a Revolução Industrial, houve uma ênfase exclusiva na indústria,
enquanto o setor de serviços ficou em segundo plano. Somente no século XX é que
o setor de serviços começou a crescer de forma contínua, assumindo atualmente
uma posição de destaque nas economias em todo o mundo.
Fonte: https://br.freepik.com/fotos-gratis/homem-de-reparos-fazendo-servico-de-car-
ro_14921072.htm#query=servi%C3%A7os%20automotivos&position=22&from_view=sear-
ch&track=ais Acesso em: 05 set. 2023.
127
De acordo com pesquisas conduzidas pelo Sebrae (2023), em períodos de
recessão econômica, é notável que o setor de serviços desempenha um papel fun-
damental na promoção da geração de emprego informal e no surgimento de pe-
quenas empresas com potencial de crescimento ao longo de suas operações. No
entanto, a falta de qualificação dos empreendedores durante essas crises pode re-
presentar um grande obstáculo para o sucesso desses empreendimentos. Muitos
deles não conseguem se manter ativos por um período superior a cinco anos.
INTERESSANTE
O conceito de “wellness” refere-se a programas de bem-estar direcionados
a indivíduos, com ênfase na prevenção e controle de doenças, avaliações de
saúde e outras iniciativas que visam promover a segurança no ambiente de
trabalho e reduzir ocorrências de acidentes em uma organização.
128
pelo contrário, ele desempenha um papel de parceiro no seu desenvolvimento. Esse
relacionamento é especialmente notável em áreas com vantagens competitivas, ofe-
recendo suporte às operações internas e contribuindo como gerador de lucros. Na re-
alidade, quase todas as atividades econômicas, de forma mais ou menos intensa, en-
volvem a produção ou fornecimento de um conjunto de bens e serviços aos clientes.
129
no back office, com baixo contato com o cliente, proporcionando maior
previsibilidade, padronização e controle.
• Participação do Cliente no Processo: a participação do cliente varia em
diferentes serviços, podendo ser classificados como quase manufatura,
onde o cliente desempenha um papel ativo, ou cliente como produto,
onde o cliente é mais passivo e sujeito à ação do prestador de serviço.
• Perecibilidade: os serviços são altamente perecíveis, o que significa
que, se não forem consumidos imediatamente, podem ser perdidos.
• Não Estocável: da mesma forma, os serviços não podem ser
armazenados, devendo ser consumidos assim que são fornecidos.
• Mão de Obra Intensiva: a mão de obra é um componente fundamental
nos serviços, embora a automação esteja em crescimento. No entanto,
os custos de mão de obra ainda são predominantes.
• Lead Times Curtos: o tempo de atendimento em serviços deve ser
rápido para evitar a impaciência dos clientes, exceto em casos de
procedimentos demorados, como cirurgias complexas.
• Output Variável e Não Padronizável: a variabilidade é comum em serviços,
pois o mesmo serviço prestado por diferentes pessoas pode ter resultados
diferentes, ao contrário de produtos fabricados por máquinas padronizadas.
• Intangibilidade: os serviços são intangíveis, ou seja, não têm uma
forma física palpável.
• Dificuldade de Medir Produtividade: medir a produtividade em
serviços é desafiador devido à complexidade de avaliar inputs e outputs
dos sistemas envolvidos.
• Dificuldade em Medir Qualidade: a qualidade em serviços é subjetiva e
difícil de quantificar. Abordagens como a análise dos cinco gaps buscam
comparar a percepção do cliente com as expectativas do fornecedor
para avaliar a qualidade.
130
Este é, de fato, o significado essencial da palavra “produção” nos dias de
hoje. A produção não se limita apenas à fabricação de produtos tangíveis, como
carros ou eletrônicos, mas também engloba a prestação de serviços em uma ampla
gama de setores, como saúde, educação, alimentação, entretenimento e muitos
outros. Conforme podemos observar na figura abaixo:
131
Os principais protagonistas desse processo são o cliente, aquele que busca
atender às suas necessidades, e o produtor ou prestador de serviços, que utiliza recur-
sos e processos para satisfazer as demandas do cliente. É essencial compreender os
elementos envolvidos nesse processo para garantir uma entrega eficaz e satisfatória.
O primeiro elemento que vem à mente tende a ser materiais, insumos e ob-
jetos tangíveis. Isso pode estar relacionado à associação histórica entre produção
e transformação de materiais, muitas vezes ligada à Revolução Industrial. Essa as-
sociação tradicionalmente vincula o termo “produção” aos setores primário e se-
cundário da economia, como ilustrado na figura acima. No entanto, é importante
observar que atualmente participamos de inúmeros sistemas nos quais a produção
não envolve apenas os materiais físicos.
132
3.1 INPUT (ENTRADA) - TRANSFORMAÇÃO- OUTPUT
(SAÍDA)
De alguma forma, todas as operações funcionam gerando e fornecendo ser-
viços ou produtos por meio de um processo de transformação que envolve entradas
e saídas. Este modelo é conhecido como “input - transformação - output” e serve
como base para todas as atividades operacionais. Mesmo que todas as operações
sigam este modelo, elas podem variar em termos de natureza que são específicas
de suas entradas e saídas.
Figura 3 – Hospital
Fonte: https://br.freepik.com/fotos-premium/cama-do-paciente-em-um-hospital-moder-
no_55687822.htm#&position=7&from_view=search&track=ais Acesso em: 05 set. 2023.
133
Da mesma forma, as operações e os processos que ocorrem no interior de
cada empresa também diferem consideravelmente. Um hospital inclui diagnósti-
cos, cuidados de saúde e procedimentos terapêuticos em suas atividades internas,
enquanto uma fábrica de automóveis envolve processos de moldagem de metal e
linhas de montagem.
Fonte: https://br.freepik.com/fotos-gratis/planta-para-a-producao-de-carros-indus-
tria-automotiva-moderna-fabrica-de-carros-eletricos-transportador_26150254.htm#-
query=hospital%20e%20fabrica%20de%20automovis&position=8&from_view=search&tra-
ck=ais Aceso em: 05 set. 2023.
134
Figura 5 – Todas as operações são processos de input – transformação – output
135
Essa categorização auxilia na compreensão da diversidade de operações e
como elas interagem com diferentes tipos de recursos transformados ao longo do
processo de entrada-transformação-saída.
Figura 6 – Transformação
Fonte: https://br.freepik.com/fotos-premium/agile-software-de-desenvolvimento-empre-
sarial-web-computador-agilidade-agil-rapido-rapido-conceito-de-inicializacao_21621125.
htm#page=2&query=processo%20de%20transforma%C3%A7%C3%A3o%20itens%20de%20
maior%20valor&position=24&from_view=search&track=ais Acesso em: 04 de set. de 2023.
136
2. Comercialização de Itens: esta operação se concentra na promo-
ção, venda e marketing de produtos ou serviços. Envolve estratégias
de marketing, vendas e branding para atrair clientes e gerar demanda
pelos produtos ou serviços da organização.
3. Distribuição entre Pontos de Suprimento, Produção e Venda
ou Consumo: a distribuição eficiente é essencial para garantir que
os produtos cheguem aos pontos de suprimento, produção, venda
ou consumo de forma adequada e oportuna. Isso abrange logística,
transporte e gerenciamento da cadeia de suprimentos.
4. Armazenagem de Itens e Valores para Posterior, Distribuição e
Venda: a armazenagem é crucial para garantir a disponibilidade con-
tínua de produtos e a gestão adequada de estoques. Itens e valores
são armazenados de forma segura até serem necessários para distri-
buição ou venda.
137
Figura 7 – Distribuição e comercialização
Fonte: https://br.freepik.com/fotos-premium/sistema-de-gerenciamento-de-armazem-in-
teligente-com-tecnologia-inovadora-de-internet-das-coisas_17704127.htm#query=distri-
bui%C3%A7%C3%A3o%20e%20comercializa%C3%A7%C3%A3o&position=9&from_view=-
search&track=ais Acesso em: 04 set. 2023.
No quadro abaixo, Costa e Jardim (2017), apresentam uma matriz que ca-
tegoriza os diferentes tipos de operações de acordo com o elemento processado,
demonstrando como praticamente todos os sistemas de produção e serviços con-
temporâneos podem ser classificados nessa estrutura:
138
Quadro 1 – Tipos de operação e itens processados
Itens processados
Tipo de
operação
Materiais Informações Consumidores
139
• Elemento Processado: componentes eletrônicos, como processadores,
telas, baterias, etc.
• Operação de Transformação: o processo predominante envolve a
montagem dos componentes eletrônicos para criar o smartphone final. Isso
implica a conversão física dos componentes individuais em um produto
acabado, ou seja, a montagem dos elementos em um dispositivo funcional.
• Operação de Comercialização: a venda dos smartphones ocorre em
diversos canais, incluindo lojas físicas e vendas online, onde os produtos
são promovidos, publicitados e disponibilizados para os clientes.
• Operação de Distribuição: os smartphones são distribuídos para
diversos pontos de venda, tais como lojas, centros de distribuição e
parceiros de varejo. Isso inclui o transporte dos produtos para garantir
que estejam disponíveis quando os clientes fizerem pedidos.
• Operação de Armazenagem: antes da distribuição e venda, os
smartphones são armazenados em centros de distribuição para
garantir que estejam prontos para entrega quando os pedidos forem
feitos. A operação de armazenagem envolve o controle do estoque e a
manutenção dos dispositivos em condições adequadas até que sejam
enviados aos clientes.
Figura 8 – Celular
Fonte: https://br.freepik.com/psd-gratuitas/design-de-maquete-de-tela-cheia-de-smar-
tphone_3384923.htm#&position=4&from_view=search&track=ais Acesso em: 04 set. 2023.
140
No exemplo dado, a operação de transformação é o processo dominante,
pois é onde ocorre a montagem dos componentes para criar o produto final, ou seja,
o smartphone. No entanto, também é importante reconhecer que há elementos
de comercialização, distribuição e armazenagem envolvidos no sistema global de
produção e venda de smartphones. Essa complexidade demonstra como os siste-
mas do mundo real frequentemente não se encaixam estritamente em uma única
categoria na matriz de operações. A perspectiva e o contexto podem influenciar
como classificamos as operações, e a interconexão entre essas operações é uma
característica comum em sistemas complexos.
141
RESUMO DO TÓPICO 1
142
AUTOATIVIDADE
143
AUTOATIVIDADE
a. ( ) V – F – F.
b. ( ) V – F – V.
c. ( ) F – V – F.
d. ( ) F – F – V.
144
TÓPICO 2
GESTÃO DA
QUALIDADE EM
SERVIÇOS
1 INTRODUÇÃO
A qualidade é um fator crítico de sucesso em todos os setores, e nos servi-
ços não é diferente. Na verdade, a Gestão da Qualidade em Serviços desempenha
um papel ainda mais crucial, uma vez que a qualidade muitas vezes é percebida
pelos clientes por meio de interações diretas e experiências pessoais. Este tema de
aprendizagem explora a Gestão da Qualidade em Serviços, fornecendo uma visão
abrangente das estratégias, ferramentas e práticas necessárias para elevar os pa-
drões de qualidade em organizações de serviços.
145
2 NOÇÕES DE PRODUTO
Paladini e Bridi (2013) definem que o termo “produto” é amplamente utilizado
em várias áreas e até na linguagem informal. Em geral, refere-se à consequência
de causas específicas ou ações habituais em determinados contextos. Por exem-
plo, uma doença é considerada o produto de certas causas, como uma infecção
resultante da exposição a agentes específicos. Da mesma forma, diz-se que uma
história bem elaborada é o produto de uma mente criativa, e um dispositivo prático
é concebido por um engenheiro criativo.
Figura 9 – Produto
Fonte: https://br.freepik.com/vetores-gratis/ilustracao-do-conceito-de-visao-geral-dos-
-recursos_7171478.htm#page=2&query=produto&position=5&from_view=search&tra-
ck=sph Acesso em: 08 set. 2023.
146
O termo “produto” na matemática refere-se ao resultado de uma operação
matemática específica, como a multiplicação. Essa definição abrange áreas como
aritmética e geometria analítica, além de campos teóricos, como a teoria dos con-
juntos e álgebra linear. Portanto, “produto” é uma expressão fundamental que des-
creve o resultado de processos matemáticos em diferentes contextos e disciplinas.
Neste contexto, o conceito mais adequado para “produto” é aquilo que re-
sulta das operações produtivas, ou seja, o que é produzido ou fabricado, como no
caso de produtos industriais, produtos agrícolas, ou ainda, o que resulta da presta-
ção de um serviço.
Observa-se que o termo “produto” vai além da ideia de um bem físico. Ele
representa mais um resultado obtido a partir de decisões, operações, análises, pes-
quisas e esforços que têm como objetivo criar uma orientação claramente definida.
147
ações complementares, como a criação de um manual em várias línguas. Em todos
esses casos, ocorrem alterações reais no processo produtivo, em parte dele ou em
operações relacionadas a ele.
148
Figura 10 – Bem tangível
Fonte: https://br.freepik.com/fotos-gratis/retrato-de-mulher-comprando-produtos-orga-
nicos_10143040.htm#query=produto%20tangivel&position=1&from_view=search&tra-
ck=ais Acesso em: 08 set. 2023.
149
2.1.2 Serviços e métodos
Conforme Paladini e Bridi (2013) os serviços representam ações finais que
refletem o atendimento completo a solicitações específicas. Eles são um objetivo
em si mesmos, e sua execução encerra a demanda inicial.
Por outro lado, os métodos são ações intermediárias fornecidas por pessoas
ou instituições que não entregam ações finalizadas, mas, pelo contrário, fornecem
os meios para realizá-las. Os métodos podem ser compostos por procedimentos,
informações ou estratégias organizadas por indivíduos, ou empresas em resposta a
solicitações relacionadas aos “métodos” de execução de uma atividade (know-how)
como ressaltado por Paladini e Bridi (2013).
INTERESSANTE
Um exemplo simples ilustra a diferença entre os bens, serviços e métodos.
Se você deseja comer um bolo, existem três maneiras de fazer isso: (a) Você
compra o bolo pronto (um bem tangível), (b) Você fornece os ingredientes e
alguém faz o bolo para você (um serviço) ou (c) Você compra a receita de al-
guém para fazer o bolo por conta própria (um método).
Kotler e Keller (2006) apud Silva (2017) também afirmam que a variabilidade
dos serviços depende não apenas de quem os presta, mas também de quando,
onde e como são oferecidos, o que resulta em um alto grau de variação na qualida-
de dos serviços.
150
Figura 11 – Serviços
Fonte: https://br.freepik.com/fotos-gratis/servimos-os-melhores-bolos_26401517.htm#-
query=gar%C3%A7om&position=0&from_view=search&track=sph Acesso em: 08 set. 2023.
Por outro lado, Fitzsimmons e Fitzsimmons (2014) apud Silva (2017) apon-
tam que os serviços são perecíveis, o que significa que não podem ser armazena-
dos, revendidos ou devolvidos. Isso é ilustrado, por exemplo, pela perda de receita
quando há uma poltrona vazia em um voo ou um quarto de hotel desocupado, pois
as horas não utilizadas não podem ser recuperadas.
151
2.3 O QUE SIGNIFICA QUALIDADE EM SERVIÇOS
Conforme definido por Carpinetti (2016), o conceito de qualidade é ampla-
mente utilizado, mas muitas vezes gera confusão devido à sua natureza subjetiva
e à diversidade de interpretações. Pode ser associado aos atributos intrínsecos de
um produto, à satisfação do cliente, à conformidade com especificações de projeto
ou ao valor relativo em relação ao preço e custo interno. A qualidade é multiface-
tada e sua definição varia conforme o contexto e as prioridades individuais ou em-
presariais. Compreender essas diferentes perspectivas é essencial para abordar e
gerenciar eficazmente a qualidade em diversas situações. A qualidade desempenha
um papel fundamental na satisfação do cliente e na competitividade das empresas.
Fonte: https://br.freepik.com/fotos-gratis/colagem-de-controle-de-qualidade-pa-
drao_31278273.htm#query=qualidade%20em%20servi%C3%A7os&position=1&from_
view=search&track=ais Acesso em: 08 set. 2023.
152
sempenhos, destaca-se a parte intangível que pode acompanhar ou não um bem.
Isso resulta em uma experiência emocional como resultado de um serviço, onde a
satisfação do cliente depende de quão bem suas expectativas são atendidas ou
superadas. A qualidade dos serviços é, portanto, altamente subjetiva, variando de
acordo com as percepções individuais de cada cliente.
153
IMPORTANTE
É fundamental destacar que os serviços envolvem dois componentes essen-
ciais de qualidade que demandam consideração: o próprio serviço, em sua
execução e entrega, e a percepção que o cliente tem desse serviço.
2.4 PERCEPÇÃO
Os clientes percebem os serviços de maneira diferenciada, como mencionado
anteriormente, uma vez que a qualidade do serviço é variável de acordo com o indi-
víduo. A percepção é influenciada por diversas fontes de estímulos físicos, além de
fatores como necessidades e estado de ânimo. Alguns dos principais aspectos físicos
que influenciam a percepção incluem a similaridade, a proximidade e a continuidade.
2.4.1 Similaridade
De acordo com Las Casas (2019), o princípio da similaridade indica que coi-
sas semelhantes são percebidas como parte de um conjunto. Isso se aplica na
prestação de serviços, onde uma experiência negativa com um profissional, como
um corretor de seguros, pode levar os clientes a generalizar essa experiência para
outros profissionais do mesmo setor. Portanto, a adoção de códigos de ética rigoro-
sos é essencial em diversas profissões, pois as ações de alguns indivíduos podem
impactar negativamente a reputação de toda a categoria.
154
Figura 13 – Percepção
Fonte: https://br.freepik.com/fotos-premium/conceito-de-satisfacao-do-servico-ao-
-cliente_8659219.htm#query=cliente&position=15&from_view=search&track=sph Acesso
em: 09 de set. de 2023.
2.4.2 Proximidade
O princípio da proximidade na percepção humana é verificado, por exemplo,
onde as coisas próximas tendem a ser agrupadas e percebidas como parte de um
conjunto. Conforme exemplificado por Las Casas (2019) um caso icônico que ilustra
esta situação ocorreu em Nova Iorque, quando um homem morreu de botulismo
após consumir uma lata de vichyssoise da marca Bon Vivant. Os consumidores as-
sociaram a tragédia a todos os produtos da mesma marca, levando a empresa à
falência. A Campbell enfrentou um problema semelhante, quando todas as suas so-
pas foram consideradas suspeitas devido a um incidente, resultando em estimadas
perdas de US$10.000.000 em vendas.
2.4.3 Continuidade
Las Casas (2019) define que o princípio da continuidade é amplamente em-
pregado em comerciais. Por exemplo, em anúncios de televisão, quando você ouve
a frase “Tomou Doril…”, é natural que sua mente complete automaticamente com “a
dor sumiu”. Com o tempo, não é mais necessário apresentar a frase completa, pois os
próprios consumidores a complementam. Os profissionais de marketing acreditam
que isso pode impulsionar as vendas, pois os consumidores internalizam a associa-
ção entre a marca da empresa e o benefício principal do produto oferecido. Isso realça
a importância da qualidade na construção da imagem de uma prestadora de serviços.
155
Compreender tanto as características gerais quanto às necessidades indivi-
duais dos clientes facilita a superação de suas expectativas. No entanto, a percep-
ção de qualidade é personalizada, o que cria um desafio na construção da imagem
de marca. Ações de marketing de alta qualidade contribuem para essa imagem, e a
satisfação do cliente deve ser avaliada continuamente. Portanto, a qualidade deve
ser integrada em todos os aspectos da organização.
IMPORTANTE
Tanto em restaurantes quanto em bancos, a integração entre serviço (atendimento)
e produto (refeições ou cartões de crédito) é essencial para a satisfação do cliente.
Apenas boa comida ou bom atendimento individualmente não são suficientes.
156
peça está faltando, detectar problemas no motor pelos ruídos ou pela vibração e
identificar imperfeições no acabamento pelo tato.
Fonte: https://br.freepik.com/fotos-premium/cliente-empresarial-pressionando-o-emoti-
con-de-rosto-sorridente-online-classificacao-de-servico-conceito-de-satisfacao_6926494.
htm#query=avaliando&position=15&from_view=search&track=sph Acesso em: 08 set. 2023.
A avaliação dos serviços não se baseia em algo concreto, como no caso dos
bens tangíveis. Em vez disso, ela depende da sensação de ter sido bem atendida,
da percepção de ter tido uma necessidade satisfeita ou da impressão de que as ex-
pectativas foram atingidas ou superadas. Muitas dessas avaliações acabam sendo
subjetivas, o que torna o processo ainda mais complexo.
De forma mais ampla, a avaliação dos serviços pode ser definida como a
análise do valor que o serviço proporciona ao usuário. Esse valor sempre é moldado
157
pela perspectiva do usuário e depende dos critérios que ele estabelece. A avaliação
dos serviços não envolve a transferência de um bem material ou uma transação
definida pela troca de benefícios materiais concretos. É, antes de tudo, uma transa-
ção associada a uma necessidade, desejo, preferência ou solicitação específica do
usuário. Essa transação resulta em uma mudança para o usuário, e é através dela
que o serviço como um todo é avaliado.
158
em etapas que demonstram a capacidade de expandir o alcance de
atuação da empresa, sem necessariamente alterar o foco do negócio.
3. Itens do processo de avaliação: uma vez que as etapas que compõem
a avaliação da qualidade dos serviços tenham sido definidas, é relevante
considerar os principais elementos que fazem parte dessa avaliação. Esses
elementos estão relacionados a cada modelo de gestão da qualidade em
serviços.
4. Elaboração do modelo estrutural: para estabelecer a estrutura que
viabiliza a Avaliação da Qualidade em empresas prestadoras de serviços,
são considerados cinco elementos fundamentais que orientam as ações
do processo de avaliação. Esses elementos são: consumidores e clien-
tes, objetivos da organização, processo produtivo, recursos humanos,
suporte ao processo. É importante observar que todo o processo de ava-
liação está centrado nos clientes e consumidores, enquanto os demais
elementos desempenham um papel relevante ao direcionar suas ações
em relação a eles.
3 QUALIDADE NA PRODUÇÃO
Ballesteros-Alvarez (2019) define que a linha que separa o sucesso do fra-
casso é extremamente tênue; podemos transitar de um para o outro com uma
surpreendente facilidade. Um único passo em falso, uma decisão tomada pre-
cipitadamente, pode resultar no sacrifício de todo um projeto. Nunca antes as
pessoas tiveram tanta relevância e foram tão cruciais para o êxito das empresas
e de seus objetivos.
159
1. Foco no padrão: a qualidade buscava fazer com que o produto final
seguisse o padrão estabelecido no projeto. Surgem as padronizações,
as normas, que atendem aos interesses do produtor. A ênfase está no
controle do produto.
2. Foco no uso: a qualidade buscava satisfazer ao uso que o consumi-
dor desejava fazer do produto. Surgem as pesquisas de mercado, de
opinião, que mapeiam os interesses do consumidor. A ênfase segue no
controle do produto.
160
RESUMO DO TÓPICO 2
• Que o conceito mais adequado para “produto” é aquilo que resulta das operações
produtivas, ou seja, o que é produzido ou fabricado, como no caso de produtos
industriais, produtos agrícolas, ou ainda, o que resulta da prestação de um serviço.
• Que os bens tangíveis são aqueles que podem ser fisicamente vistos, tocados, e
segurados.
• Que os bens intangíveis não possuem essa propriedade física, o que torna espe-
cialmente desafiante sua avaliação.
161
AUTOATIVIDADE
1. Bens intangíveis são ativos que não têm uma presença física ou substan-
cial. Em vez disso, eles representam valor em termos de direitos legais,
acordos contratuais, conhecimento, reputação, propriedade intelectual
ou outros ativos não físicos. Em relação aos bens intangíveis, assinale a
alternativa CORRETA:
162
AUTOATIVIDADE
a. ( ) V – F – F.
b. ( ) V – F – V.
c. ( ) F – V – F.
d. ( ) F – F – V.
163
TÓPICO 3
TEORIA
DAS FILAS
1 INTRODUÇÃO
A Teoria das Filas é uma disciplina fascinante que pode ser aplicada em uma
ampla gama de cenários do mundo real, desde sistemas de atendimento ao cliente
até redes de computadores e logística. Este tema de aprendizagem visa explorar a
Teoria das Filas, fornecendo uma compreensão abrangente dos princípios, modelos
e aplicações dessa disciplina.
164
2 DEFINIÇÃO DO ESTUDO DAS FILAS
As filas, principalmente as de espera, fazem parte do dia-a-dia de nossa vida.
Com certeza todos nós já esperamos, por exemplo, para comprar um ingresso para
o cinema, em compras de supermercado, comprar um lanche em um fast food, para
comprar ingresso para um parque de diversões, além de outros infinitos exemplos. Com
o tempo acabamos nos acostumando com este volume de espera, mas o certo é que
quase sempre nos irritamos caso tenhamos de aguardar por muito tempo em uma fila.
Fonte: https://br.freepik.com/fotos-premium/vista-lateral-de-individuos-multirraciais-es-
perando-em-um-saguao-do-aeroporto-para-fazer-o-check-in-generative-ai_40422677.
htm#query=filas&position=5&from_view=search&track=sph. Acesso em: 07 set. 2023.
Mas devemos destacar que ter que esperar não é apenas um transtorno
pessoal, mas também tem implicações significativas na qualidade de vida de uma
população e na eficiência econômica de um país. As filas longas e demoradas po-
dem ter várias consequências negativas, tais como:
165
forma mais produtiva em atividades que contribuam para o crescimento
econômico ou para o desenvolvimento pessoal.
• Impacto na Produtividade: filas longas podem afetar a produtividade
de uma nação. Se as pessoas estão gastando uma quantidade
significativa de tempo em filas, isso significa menos tempo disponível
para trabalhar, aprender ou se dedicar a outras atividades produtivas.
• Ineficiência Econômica: quando as filas são longas e demoradas,
isso muitas vezes indica ineficiências no sistema. Empresas e governos
podem desperdiçar recursos valiosos em processos ineficazes de
atendimento ao cliente ou na prestação de serviços públicos.
• Desigualdade: filas frequentemente afetam de forma desproporcional
os grupos socioeconômicos mais vulneráveis. Pessoas com recursos
limitados podem não ter a opção de pagar por serviços mais rápidos ou
privados, tornando-as mais suscetíveis aos efeitos negativos das filas.
Melhorar a gestão das filas e reduzir o tempo que as pessoas passam nelas é
importante para melhorar a qualidade de vida das pessoas e a eficiência econômica
de um país. Isso pode ser alcançado por meio de investimentos em tecnologia, me-
lhoria nos processos de atendimento ao cliente, políticas públicas eficazes e outras
medidas que visem minimizar as esperas desnecessárias.
IMPORTANTE
“Nos Estados Unidos, estima-se que os norte-americanos gastem 37.000.000.000
horas por ano esperando em filas. Se, no entanto, esse tempo fosse gasto produ-
tivamente, resultaria em aproximadamente 20 milhões de pessoas-ano de traba-
lho útil!” (Lieberman, Hillier, 2006, p. 746).
Quando pensamos em números podemos ficar assustados, mas nem eles po-
dem representar todo o impacto de se causar uma espera excessiva. Grandes ineficiên-
cias também ocorrem por causa de outros tipos de espera, além daquelas de pessoas
esperando em uma fila. Por exemplo, deixar máquinas esperando para serem reparadas
pode resultar em perdas na produção. Veículos (inclusive navios e caminhões) que pre-
cisam aguardar para serem descarregados podem atrasar embarques seguintes.
166
podem provocar problemas técnicos com os dados. Fazer que ordens de produção
fiquem esperando para serem realizadas pode afetar a produção de lotes seguintes.
Realizar serviços após a data combinada pode resultar na perda de futuros negócios.
Neste contexto surgiu a teoria das filas, que é uma área da pesquisa ope-
racional que se concentra em analisar e otimizar sistemas de filas. Ela fornece fer-
ramentas matemáticas e modelos para entender como as filas se comportam e
como os sistemas de atendimento podem ser projetados e gerenciados de forma
eficiente. Alguns conceitos-chave da teoria das filas incluem modelos de filas para
representar os diversos tipos de sistemas de filas (sistemas que envolvem filas do
mesmo tipo) que surgem na prática. As fórmulas para cada modelo indicam como o
sistema de filas correspondente deve funcionar, inclusive o tempo de espera médio
que ocorre, em uma série de circunstâncias.
167
Figura 16 - Processo de fila básico
168
Isso implica que, de acordo com esse modelo, as chegadas de clientes ocor-
rem de forma aleatória, mas com uma taxa média fixa. Isso significa que a taxa de
chegada é constante ao longo do tempo e não depende do número de clientes já
presentes no sistema de filas, desde que o tamanho da fonte de entradas seja con-
siderado infinito.
Fonte: https://br.freepik.com/vetores-premium/o-publico-esta-apontando-o-suspeito-
-para-a-policia_11591141.htm#page=4&query=chegando%20para%20entrar%20numa%20
fila&position=11&from_view=search&track=ais Acesso em: 09 set. 2023.
169
frequentemente atingido, é necessário considerar filas finitas, devido
ao impacto significativo que a interação entre o número de clientes
no sistema e o limite superior pode ter no desempenho do sistema.
Essa escolha depende do tamanho relativo da população de clientes
potenciais e assegura que os modelos de filas sejam apropriados para
o contexto específico em análise.
• Disciplina da fila: chamamos de disciplina da fila a ordem na qual os
membros que fazem parte dela são selecionados para atendimento, a
ordem pode ser, por exemplo, ser os primeiros a ser atendidos ou de
forma aleatória, utilizando procedimentos de prioridades ou outro tipo
de ordem. Normalmente para os modelos de fila adotam-se critérios
tais como os primeiros que chegam são os que devem ser atendidos
primeiro, a menos que tenha sido definido de outra forma.
• Mecanismos de atendimento: o mecanismo de atendimento em
sistemas de filas pode consistir em uma ou várias instalações de
atendimento, cada uma com múltiplos canais de atendimento paralelos,
geralmente representados por atendentes. Modelos de filas devem
especificar a disposição das instalações e o número de atendentes nelas.
O tempo de atendimento, que é o período desde o início até o término do
atendimento para um cliente em uma instalação, é uma parte essencial
da modelagem. Geralmente, assume-se uma distribuição probabilística
para os tempos de atendimento, sendo a distribuição exponencial a mais
comum, na prática, embora outras distribuições, como a degenerada
(tempo constante) e a de Erlang (gamma), também sejam relevantes em
diferentes contextos de sistemas de filas.
170
“primeiro a chegar, primeiro a ser atendido” (FIFO - First In First Out).
Isso significa que o cliente que chega primeiro à fila é o próximo a ser
atendido. No entanto, existem outras disciplinas possíveis, como “último
a chegar, primeiro a ser atendido” (LIFO - Last In First Out), onde o último
cliente a entrar na fila é atendido primeiro, ou sistemas baseados em
prioridade, onde clientes com prioridades mais altas são atendidos
primeiro. A escolha da disciplina depende do tipo de serviço e das
necessidades do sistema.
• Tamanho Médio da Fila: o tamanho médio da fila é uma característica
crítica ao escolher uma fila para entrar. O ideal é uma situação em que
você chega e é imediatamente atendido, ou seja, uma fila com zero
pessoas. Quando a fila tem um tamanho razoável, como 10 pessoas, é
intuitivo entender que o tempo de espera na fila será longo. O tamanho
da fila não é constante e pode variar, mas quando as taxas médias de
chegada e atendimento são constantes, o tamanho médio da fila oscila
em torno de um valor médio.
• Tamanho Máximo da Fila: em sistemas da vida real, é importante
definir um tamanho máximo para a fila de espera. Isso significa
que o sistema é dimensionado para acomodar até um certo
número máximo de clientes em espera. Esse dimensionamento
é frequentemente baseado em experiência prática e considera
fatores como espaço físico disponível e capacidade do sistema.
Quando a demanda excede esse tamanho máximo, podem ocorrer
situações em que novos clientes são recebidos e orientados a tentar
novamente mais tarde.
• Tempo Médio de Espera na Fila: o tempo médio de espera na fila é
uma característica crítica para a satisfação dos clientes. Idealmente,
não haveria tempo de espera, mas essa situação nem sempre é
economicamente viável. Quando você entra em uma fila com várias
pessoas à sua frente, o tempo de espera é determinado pelo tempo de
atendimento de cada cliente na sua frente. Isso pode resultar em um
tempo de espera significativo, igual à soma dos tempos de atendimento
de todos os clientes à sua frente.
171
3 DISTRIBUIÇÃO DE POISSON
A Distribuição de Poisson é uma distribuição de probabilidade discreta que
descreve o número de eventos que ocorrem em um intervalo de tempo ou espaço
específico, quando esses eventos acontecem de forma aleatória e rara, com uma
taxa média conhecida. Ela é frequentemente usada em problemas relacionados à
contagem de eventos, como o número de clientes que chegam a uma fila em um
determinado período de tempo.
Onde:
172
• x é o número de eventos que desejamos calcular a probabilidade.
• x! é o fatorial de x.
173
Figura 20 – Desenvolvendo a fórmula de Poisson
174
um limite especificado e avaliar o uso de caixas especiais, como “caixas
rápidos”. Também é considerada a implementação de “fila única” para
otimizar o atendimento aos clientes.
Fonte: https://br.freepik.com/fotos-gratis/vista-frontal-do-conceito-de-distanciamento-
-social_9459859.htm#query=fila%20em%20supermercado&position=0&from_view=sear-
ch&track=ais Acesso em: 08 set. 2023.
175
LEITURA COMPLEMENTAR
1. Introdução
176
ços, os sete pecados de um prestador de serviços, marketing de serviço ao cliente,
e pesquisa do consumidor.
177
RESUMO DO TÓPICO 3
• Que melhorar a gestão das filas e reduzir o tempo que as pessoas passam nelas
é importante para melhorar a qualidade de vida das pessoas e a eficiência eco-
nômica de um país.
• Que os modelos de filas, usados na teoria das filas, geralmente seguem uma es-
trutura básica consistindo em componentes essenciais que descrevem o com-
portamento do sistema de filas.
178
AUTOATIVIDADE
179
AUTOATIVIDADE
a. ( ) V – F – F.
b. ( ) V – F – V.
c. ( ) F – V – F.
d. ( ) F – F – V.
180
REFERÊNCIAS
181
SLACK, N. Vantagem competitiva em manufatura. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2002.
182