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PORTUGUÊS

SUMÁRIO

PORTUGUÊS

O QUE VOCÊ ENCONTRARÁ NESTE MATERIAL?

ACENTUAÇÃO GRÁFICA

ORTOGRAFIA

USO DO HÍFEN
NOÇÕES DE FONOLOGIA
Fonologia é estudar os FONEMAS, que nada mais são do que os SONS que formam nossas
palavras. consiste em diagnosticar numa palavra quantas são suas letras e quantos são seus
fonemas.

QUANTAS LETRAS E QUANTOS FONEMAS COMPÕEM A PALAVRA?

REGRA GERAL: NUMA SITUAÇÃO NORMAL, O NÚMERO DE LETRAS COINCIDIRÁ COM O


NÚMERO DE FONEMAS.

É isso que ocorre em palavras como CASA (são 4 letras e 4 fonemas); COPO (são 4 letras e 4
fonemas), por exemplo.

CASA COPO

C A S A C O P O
Em algumas situações diferentes, essa paridade de uma letra e um fonema não vai ocorrer.
Vejamos os seguintes exemplos:

HOJE

O J E
Perceba que o "H" não emite som algum, não sendo contabilizado como fonema. Ou seja, são 4
letras e 3 fonemas.
CH A V E

X A V E
Perceba que o "CH" emite som de "X", não sendo contabilizado como fonema. Ou seja, são 5
letras e 4 fonemas. É Justamente isso que chamamos de DÍGRAFO.

DÍGRAFO
O DÍGRAFO ocorre quando 2(DUAS) LETRAS equivalem a apenas 1(UM) FONEMA.

Exemplo: ch = /x/; nh = /nh/; lh = /lh/; rr = /R/; ss = /s/...

Há combinações que ocasionalmente podem ser dígrafos. São eles:

sc = /s/; xc = /s/; gu = /g/; qu = /k/; ...

São dígrafos sempre: CH, NH, LH, RR, SS


São dígrafos ocasionais: SC = /S/; XC = /S/; QU = /K/; GU = /G/; AM/AN = /Ã/; OM/ON = /
Õ/, etc.

QUANTAS LETRAS E QUANTOS FONEMAS COMPÕEM A PALAVRA???

Regra Geral: O número de letras é igual ao de fonemas.

No entanto,
a) se houver “H” iniciando a palavra, contabiliza-se 1(um) fonema a menos;
b) se houver dígrafos, contabiliza-se 1(um) fonema a menos para cada dígrafo presente;
c) se houver dífono (x = /k//s/), contabiliza-se 1(um) fonema a mais para cada dígrafo presente;

SÍLABA
QUAIS OS PRÉ-REQUISITOS PARA FORMAR SÍLABA?

O primeiro pré-requisito é que haja vogal! Não existe sílaba apenas com consoante.

Suponhamos que se queira separar a palavra BÍCEPS.

Geralmente, a primeira escolha é separar assim: BÍ – CE – PS. Está correto? NÃO, pois o PS
não pode vir sozinho, por ausência de uma vogal.
Dessa forma, a palavra BÍCEPS é dissílaba e assim se separa: BÍ – CEPS.

O segundo pré-requisito é que a separação silábica deve ser resultado direto da pronúncia!

Por exemplo, quando pensamos em realizar a divisão silábica da palavra PNEU, à primeira vista
para correto P-NEU.

NO ENTANTO, ESTÁ ERRADO.

A palavra PNEU, diferentemente do que pensamos, É UM MONOSSÍLABO, ou seja, possui


apenas 1 sílaba!

A pronúncia correta é PNEU e não PNEÚ. Portanto, temos uma vogal + Semivogal!

Nenhuma sílaba pode conter semivogal sozinha na sílaba!

neGÓcio (substantivo) x negoCIo (flexão do verbo negociar)


secreTÁria (profissional) x secretaRIa (setor)
negliGÊNcia (substantivo) x negligenCIa (flexão do verbo negligenciar)
proviDÊNcia (substantivo) x providenCIa (flexão do verbo providenciar)

Para identificar a sílaba tônica, "VENDA" A


PALAVRA:
Olha o negóooooocio.
Hoje eu negociiiiiiiiiiiio.

A diferença está no final. Sem acento, separamos as duas letras vogais; com acento, juntamos
as duas vogais.

ne-GÓ-cio x ne-go-CI-o
se-cre-TÁ-ria x se-cre-ta-RI-a
ne-gli-GÊN-cia x ne-gli-gen-CI-a
pro-vi-DÊN-cia x pro-vi-den-CI-a

Sendo a separação silábica resultado direto da pronúncia, deve-se atentar para a separação
dos prefixos. No caso de o final do prefixo coincidir com o final da sílaba, não há problemas; no
entanto, se a sílaba findar antes de findado o prefixo, este será separado.

Exemplos: Trans-por-te vs. Tran – sa – tlân – ti – co; Bis – ne – to vs. Bi – sa – vô

Os dígrafos rr, ss, sc, xc são separados no ato da divisão silábica.

Exemplos: Car-ro; as-som-bra-ção; cres-cer; ex-ce-ção.

Já os dígrafos ch, nh, lh, gu, qu e os dígrafos vocálicos permanecem na mesma sílaba.

Exemplos: An-tô-nio; chu-vei-ro; guer-ra, quei – xa


Ainda há um terceiro pré-requisito para formar sílaba. É o seguinte: na sílaba, só cabe UMA
vogal, apenas UMA, somente UMA.

Na palavra PNEU, quem é pronunciado de forma mais intensa: a letra E ou a letra U? A letra E,
confere? Logo, a letra E, que é a mais fortemente pronunciada, corresponde ao fonema
VOGAL. E a letra U, que perde a disputa, corresponde ao fonema SEMIVOGAL.

Semivogal, por ser de pronúncia mais fraca, muitas vezes, é omitida na pronúncia do dia a dia.
No cotidiano da fala, a palavra “ EIxe” vira “pExe”; a palavra “negócIO” vira “negoçO”

Vale ressaltar que a única certeza é de que a letra A sempre corresponderá ao fonema
VOGAL. As demais letras – E, I, O e U – ocasionalmente podem funcionar como vogal;
ocasionalmente como semivogal.

Será sempre
uma vogal

Encontros Consonantais e Vocálicos

No caso dos encontros consonantais, o “PR” presente na palavra “PRATO” forma encontro
consonantal na mesma sílaba (PRA - TO). Algumas bancas denominam esse encontro de
consonantal puro ou próprio. Já o “SC” presente na palavra “ESCADA” forma encontro
consonantal em sílabas distintas (ES – CA - DA). Algumas bancas denominam esse encontro
de consonantal impuro ou impróprio.

No caso dos encontros vocálicos, temos três possibilidades: ditongos, tritongos e hiatos.

DITONGOS

Os DITONGOS consistem no encontro na mesma sílaba de vogal e semivogal (V-SV ou SV-V).

Vejamos exemplos de ditongo: pnEU, cAI – xa; se-cre-tá-rIA, ne-gó-cIO, ma-mÃE, ir-mÃO,
etc.

O ditongo pode ser classificado como ORAL ou NASAL. Neste último, a vogal estará nasalizada
pelo til, que pode aparecer explícito na palavra ou oculto.

Nos exemplos apresentados, tem-se ditongos orais em pnEU, cAI – xa; se-cre-tá-rIA, ne-gó-
cIO. Já ditongos nasais estão presentes em ma-mÃE, ir-mÃO.

Outro critério de classificação do ditongo diz respeito ao fato de ele ser CRESCENTE ou
DECRESCENTE.

O CRESCENTE parte da semivogal (de intensidade mais fraca) e termina com a vogal (de
intensidade mais forte), ou seja, ele sai do mais fraco e termina com o mais forte, ou seja, ele
cresce. Já o DECRESCENTE parte da vogal (de intensidade mais forte) e termina com a
semivogal (de intensidade mais fraca), ou seja, ele sai do mais forte e termina com o mais fraco,
ou seja, ele decresce.

CRESCENTE DECRESCENTE
DA SEMIVOGAL DA VOGAL
PARA A VOGAL PARA A
SEMIVOGAL

Á-GUA CHA-PÉU

SEMIVOGAL VOGAL VOGAL SEMIVOGAL

Nos exemplos apresentados, temos ditongos decrescentes em CHA-PÉU. Já ditongos


crescentes, temos em Á-GUA.

TRITONGOS
Os TRITONGOS consistem no encontro na mesma sílaba de semivogal, vogal e semivogal
nesta ordem (SV-V-SV).

Exemplos de tritongo: Pa – ra - gUAI, i - gUAIs; U-ru-gUAI.

Aqui vale um alerta para não confundir o encontro de três letras vogais com o
encontro de três sons vocálicos. Na palavra qUEIjo, há três letras vogais lado a
lado na mesma sílaba, mas não há três sons vocálicos, haja vista que o U não é
pronunciado, pois forma com a letra Q o dígrafo QU.

HIATOS
Por fim, o HIATO, importante encontro vocálico que será alvo de uma bastante cobrada
regrinha de acentuação que mais à frente detalharemos.

Os HIATOS consistem no encontro de duas vogais (V-V). Como duas vogais não cabem numa
única sílaba, as vogais do hiato serão vizinhas, porém em sílabas diferentes.
É o que ocorre em se – cre – ta – rI – A; pa – da – rI – A; vI – Ú – va; fA – Ís – ca, etc.

Existe peculiaridade na fonética, chamada de falso hiato ou ditongo duplo.

Em palavras como PRAIA, temos a vogal /A/, a semivogal /I/ e novamente a vogal /A/. Na
separação silábica, convencionou-se que a semivogal fica com a primeira vogal, resultando em:
PRAI - A

Muitas gramáticas denominam esse fato como um “falso hiato” e o tratam, para efeito de
acentuação gráfica, da mesma forma que um hiato tradicional
Vale ressaltar que falsos hiatos sofreram mudança de acentuação, o que detalharemos na seção
seguinte. Só para antecipar, a palavra “feiura” antes tinha acento, e agora não mais. Mas “Piauí”,
que já tinha, continua com acento.

ACENTUAÇÃO GRÁFICA
Primeiramente, temos que distinguir entre acento tônico e acento gráfico. O primeiro serve
para indicar onde incide a sílaba tônica na palavra. O segundo se aplica na sílaba tônica,
podendo ser de dois tipos: acento agudo (´) e circunflexo (^).

Porém, nem sempre o acento tônico corresponde a um acento gráfico. Praticamente toda
palavra possui acento tônico (Exceção: monossílabos átonos), ou seja, toda palavra possui uma
sílaba tônica, mas nem toda palavra possui acento gráfico. É necessário, portanto, estabelecer
critérios para acentuar graficamente as palavras.

Trata-se de classificar as palavras em três


O princípio da grupos: as que
exclusividade possuem o acento tônico na última
tem status
constitucional
sílaba (oxítonas); as que possuem o acento tônico na penúltima sílaba (paroxítonas); por fim, as
que possuem o acento tônico na antepenúltima sílaba (proparoxítonas).

Temos na língua muitas paroxítonas, são a maioria: série, júri, influência, repórter, hífen, item,
homens, etc. SÃO ACENTUADAS TODAS, MENOS AS TERMINADAS EM A - E- O - EM -
ENS.

Depois vêm as oxítonas: café, caju, Itu, português, freguês, etc. Mais uma vez, nem todas são
acentuadas graficamente. SÃO ACENTUADAS TODAS AS TERMINADAS AS TERMINADAS
EM A - E - O - EM - ENS.

As mais raras são as proparoxítonas: lâmpada, límpido, repórteres, cárcere, vértice, etc. Note
que todas são acentuadas graficamente.

NÃO MISTURE, PORTANTO, NO MESMO GRUPO, OXÍTONAS E MONOSSÍLABAS

Atenção!
Incluem-se na regra residual geral as paroxítonas terminadas em “ão(s), ã(s)”. Elas serão
acentuadas, como se observa em órgão, órfão, órfã, ímã, bênção, etc.
Não se incluem nessa regra residual geral as formas verbais de final “am”. Elas não serão
acentuadas, como se observa em cantam, amam, fizeram, amaram, etc.
Não se incluem nessa regra residual geral prefixos, como super, hiper, inter, semi, mini, etc.

Acentuam-se as paroxítonas terminadas em ditongos orais, sejam eles crescentes ou


decrescentes, estejam eles acompanhados ou não de s. É o caso de horário, memória, história,
série, cárie, superfícies, indústrias, etc.

Vejo muitos acentuando “ítem”. Está errado. Veja bem, “item” (grafia correta) é palavra
paroxítona dissílaba (i - tem). São as oxítonas terminadas em -em que são acentuadas,
não as paroxítonas.
Da mesma forma “itens” não é acentuado. São as oxítonas terminadas em -ens que são
acentuadas, não as paroxítonas.
Uma palavra que causa muita confusão é “hífen”, que leva acento por ser uma
paroxítona terminada em “EN”. Não é EM nem ENS, portanto leva acento!
No entanto, quando a passamos para o plural, ela perde o acento, pois, de acordo com a
grande regra residual geral de acentuação das paroxítonas, não se acentuam as
terminadas em EM e ENS. Cuidado, pois “hifens” não tem acento!
Resumindo:
item >> sem acento hífen >> com acento
itens >> sem acento hifens >> sem acento

ATENÇÃO!!!

tionam ia, a
áticos ques te majoritár
Alguns gram es em final Pela corren de ss as
cresce nt lábi ca
os ditongos separação si ló-ria”,
propondo o e- m ó- ria ”, “g
de palavra, palavras é “m
to Elas
desf imen
az “his-tó-ria”.
o em hiato. ente por
nver sã as graf am
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destes e a co
tiva de são acentuad inadas
a a ju ca
st ifi xítonas term
Isso impact como serem paro
em pa la vr as em ditongo.
acentuação ”,
“glória
“memória”,
c.
“história”, et

Note, no entanto, que os ditongos que encerram tais


palavras são crescentes. De acordo com uma corrente
minoritária, esses ditongos crescentes em final de
palavra devem ser desfeitos e transformados em hiatos,
resultando nas seguintes separações silábicas: “me-mó-
ri-a”, “gló-ri-a”, “his-tó-ri-a”. Tais palavras seriam
acentuadas graficamente por serem proparoxítonas. É o
que a Gramática chama de PROPAROXÍTONAS
ACIDENTAIS, EVENTUAIS OU APARENTES.
Recentemente, em 2017, no concurso do TRF – 1ª Região para o cargo de Analista Judiciário,
organizado pela banca CESPE, houve uma questão versando sobre proparoxítonas aparentes:
“O emprego de acento na palavra “memória” pode ser justificado por duas regras de
acentuação distintas.”. O gabarito oficial assinalou CERTO, tendo em vista que se pode
considerar “memória” paroxítona terminada em ditongo – corrente majoritária – ou
proparoxítona aparente – corrente minoritária.

Traduzindo: os créditos adicionais especiais e extraordinários autorizados nos últimos quatro


meses do exercício podem ser reabertos no exercício seguinte pelos seus saldos e viger até o
término desse exercício financeiro.

Regras Especiais

Regra do Hiato

Coloca-se acento nas vogais i e u, tônicas, que formam hiato com a VOGAL ANTERIOR.
Detalhe: essas vogais precisam estar isoladas na sílaba ou acompanhadas de “s”.

Exemplos:

sa-í-da,
sa-ís-te,
sa-ú-de,
ba-la-ús-tre,
ba-ú,
ra-í-zes,
ju-í-zes,
Lu-ís,
pa-ís,
He-lo-í-sa,
Ja-ú.

Se as vogais “i” e “u” não estiverem isoladas ou acompanhadas do “s”, não incidirá o acento.
Observe:

Ra-ul,
ru-im,
ju-iz.

A palavra juiz não tem acento, mas juízes sim. O mesmo acontece com raiz (sem acento) e
raízes (com acento).

Não se acentua o hiato seguido do dígrafo nh: ra-i-nha, ven-to-i-nha, ba-i-nha.


Veja bem, em “rainha”, o “i” forma hiato, está isolado na sílaba, mas a palavra não
possui acento, pois, na sílaba seguinte, encontramos o “nh”.
Regra do Hiato:
Acentuam-se o “i” e “u” tônicos, quando estes formam hiato com a
VOGAL ANTERIOR e estão sozinhos numa sílaba ou acompanhados de
“s”, desde que, na sílaba seguinte, não haja o dígrafo “nh”.

os hiatos I e U, mesmo que atendam todas as condições (sozinhos na


sílaba ou acompanhados de “S” e sem NH na sílaba seguinte), precisam
ser tônicos.
Os hiatos I e U, para serem acentuados, precisam formar hiato com a VOGAL ANTERIOR.

IMPORTANTE!

Somente se acentuam os falsos hiatos em oxítonas, e não mais em paroxítonas. Para ficar mais
claro, eis dois exemplos: Piauí e Feiura.

PI-AU-Í FEI-U-RA

V SV V V SV V
Em ambas ocorre o falso hiato, que consiste no encontro V-SV-V. Veja que as condições para
aplicação da regra do hiato estão todas satisfeitas: hiatos i e u tônicos, sozinhos formando
sílaba, sem nh na sílaba seguinte. Por que, então, uma permaneceu com acento e a outra o
perdeu?

Com o advento do Novo Acordo, não mais acentuaremos falsos hiatos tônicos em paroxítonas.
Somente o faremos nas oxítonas. Exemplos:

Pi – AU – Í >> continua com acento (falso hiato em oxítona)!


fEI – U – ra >> sem acento (falso hiato em paroxítona)!
Tui – UI – Ú >> continua com acento (falso hiato em oxítona)!
Bo – cAI – U – va >> sem acento (falso hiato em paroxítona)!

Outra maneira de decorar é a seguinte: NÃO se acentuam hiatos I e U tônicos após ditongos
decrescentes em paroxítonas. É o caso de fEI – U – ra, Bo – cAI – U – va, SAU – I – pe, etc.
Justamente, são os casos de falsos hiatos em paroxítonas.

Regra dos Ditongos Abertos


O que são ditongos abertos? Temos três: éi, ói e éu. Eles são pronunciados abertos, daí o
nome. Para distinguir, experimente pronunciar “seu” e “céu”; “seita” e “assembleia”; “coisa” e
“jiboia”. Notou agora a diferença entre um ditongo aberto e um fechado?

Acentuam-se os ditongos de pronúncia aberta éu, éi, ói APENAS em palavras oxítonas ou


monossilábicas: chapéu, céu, anéis, pastéis, coronéis, herói, etc.

Não se acentuam os ditongos abertos de palavras paroxítonas: jiboia, plateia, estreia,


paranoia, heroico, ideia, etc.

Os ditongos abertos ÉI, ÉU e ÓI


permanecem acentuados SOMENTE em
OXÍTONAS e em MONOSSÍLABOS
TÔNICOS.
É o caso de céu, réu, anzóis, pastéis,
troféu e HERÓI.

Acento Diferencial

O Novo Acordo Ortográfico acabou com alguns acentos diferenciais. E os acentos que
sumiram eram acentos que ninguém mais usava, como pára (verbo)/para (preposição); pera
(contração arcaica)/pêra (fruta); polo/pólo; pêlo/pélo/pelo, etc

Dessa forma, grafa-se hoje “para” (sem acento) tanto para indicar a preposição como a flexão
do verbo parar; “pera” (sem acento), para se referir à fruta; “polo” sem acento; e “pelo” sem
acento.

Os verbos ter e vir levam acento circunflexo na 3ª pessoa do plural do presente do


indicativo: ele tem/eles têm; ele vem/eles vêm
Cuidado para não dobrar o “e” nessas formas verbais. Escrever teem nem pensar!
Fique atento em relação aos verbos que dobram a letra:
> crer e derivados >> eles creem, descreem
> ver e derivados >> eles veem, reveem, preveem
> ler e derivados >> eles leem, releem
> dar >> que eles deem
Outro detalhe importante é que não há mais acento no EE e OO, presente em palavras como
voo, sobrevoo, enjoo, veem, leem, creem.

Os verbos derivados de ter e vir levam acento agudo na 3ª pessoa do singular e


acento circunflexo na 3ª pessoa do plural do presente do indicativo: ele
retém/eles retêm; ele intervém/eles intervêm.

Recebem acento diferencial as seguintes palavras: pôr (verbo), para diferenciar


de por (preposição); pôde (3ª pessoa do singular do pretérito perfeito), para
diferenciar de pode (3ª pessoa do singular do presente do indicativo)

A diferença entre “tem” e “têm” é amplamente explorada em questões de concordância. Muito


importante ficar atento, pois as provas não trazem a oração na ordem direta justamente para
dificultar.

Monossílabos Tônicos

Os monossílabos podem ser classificados como átonos ou tônicos.

Os primeiros não têm autonomia para serem usados sozinhos, estando ligados a uma outra
palavra. É o que ocorre com os pronomes oblíquos átonos - me, te, lhe, o, a ... -, preposições e
conjunções – mas, de, com, por, ...

Já os tônicos têm autonomia como palavra, possuindo significado próprio ou sendo solicitados
por preposição. É o caso de substantivos, adjetivos, advérbios, verbos, pronomes oblíquos
tônicos - sol, más, mim, ti, pé, pó, lá, pôr, ...

Quanto à acentuação dos monossílabos tônicos, a regra é bem simples: acentuam-se os


monossílabos terminados em a(s), e(s) e o(s). É o caso de “má”, “lá”, “pés”, “pó”, ...

Ortoepia e Prosódia

Duas seções da Gramática, relacionadas ao tópico Acentuação Gráfica, que são cobrados de
forma indireta nas provas: Ortoepia e Prosódia.

A primeira estuda a pronúncia correta das palavras, ao passo que a segunda identifica a correta
posição da sílaba tônica.
Algumas palavras precisam ser decoradas:

São oxítonas: Nobel, cateter, ureter, mister (É mister = É necessário), ruim, sutil, etc.
São paroxítonas: látex, gratuito, filantropo, pudico, fluido, rubrica, etc.
São proparoxítonas: aerólito, ínterim, âmago, ímprobo, etc.

Cuidado com algumas palavras que admitem dupla prosódia!

palavras de dupla prosódia são palavras que admitem mais de uma posição para sílaba tônica! A
principal é a palavra “xérox”, que admite a pronúncia “xerox”. Tanto pode ser paroxítona, como
oxítona. Outras palavras que se destacam: acróbata ou acrobata; hieróglifo ou hieroglifo; zangão
ou zângão; Oceânia ou Oceania; ambrósia ou ambrosia, réptil ou reptil, projétil ou projetil, etc.

Interessante o plural das formas réptil ou reptil; projétil ou projetil: répteis ou reptis; projéteis
ou projetis.

A terceira exceção é a destinação de recursos para as ações e serviços públicos de saúde.


Essa nós encontramos no artigo 198, § 2º, da CF/88:

Ortografia

Uso do s, ss, ç

Uma das intenções da casa de detenção é levar o que cometeu graves infrações a alcançar a
introspecção, por intermédio da reeducação.

Usa-se ç em palavras derivadas de vocábulos terminados em TO.


Exemplos: intento = intenção; canto = canção; exceto = exceção; junto = junção;

Cuidado com a palavra EXCEÇÃO! Como eu disse, é aquela palavra cadeira cativa em qualquer
prova de concurso. Não são poucos que a erram, muito provavelmente induzidos por uma
aparente semelhança com EXCESSO.

Por que “detenção” se grafa com “ç”?


Usa-se ç em palavras terminadas em TENÇÃO referentes a verbos derivados de
TER.
Exemplos: deter = detenção; reter = retenção; conter = contenção; manter =
manutenção

Por que “infrações” se grafa com “ç”?


Usa-se ç em palavras derivadas de vocábulos terminados em TOR.
Exemplos: infrator = infração; trator = tração; redator = redação; setor = seção

Por que “introspecção” se grafa com “ç”?


Usa-se ç em palavras derivadas de vocábulos terminados em TIVO.
Exemplos: introspectivo = introspecção; relativo = relação; ativo = ação; intuitivo
– intuição
Por que “reeducação” se grafa com “ç”?
A regra é a seguinte: usa-se ç em palavras derivadas de verbos dos quais se
retira a desinência R.

Vale ainda citar o emprego do “ç” quando houver som de “s” após ditongo.
Exemplos: eleição, traição, feição.

Por que “pretensiosa” se grafa com “s”?


Usa-se s em palavras derivadas de verbos terminados em NDER ou NDIR.
Exemplos:
pretender = pretensão, pretensa, pretensioso
defender = defesa, defensivo
compreender = compreensão, compreensivo
repreender = repreensão
expandir = expansão
fundir = fusão

Regra importantíssima e muito explorada pelos concursos!

Por que “Luísa” se grafa com “s”?


Usa-se s em substantivos femininos terminadas em ISA.
Exemplos: Luísa; Heloísa; poetisa (feminino de poeta); profetisa (feminino de
profeta)

Só tome cuidado, meu amigo, com “juíza”, grafada com “z” por ser feminino de
“juiz”.

Por que “deusa” se grafa com “s”?


Usa-se s após ditongo quando houver som de z.
Exemplos: Creusa; coisa; maisena; deusa

Por que “inversão” se grafa com “s”?


Usa-se s em palavras derivadas de verbos terminados em ERTER ou ERTIR.
Exemplos: inverter = inversão; converter = conversão; perverter = perversão;
divertir = diversão

Por que “análise” se escreve com “s”?


exceções: deslize
Usa-se s em palavras terminadas em ASE, ESE, ISE, OSE. e gaze.
Exemplos: frase; tese; crise; osmose; análise
Por que “horrorosa” se escreve com “s”?
Usa-se s em palavras terminadas em OSO, OSA. exceção: gozo
Exemplos: horrorosa; gostoso; carinhoso; bondoso

Por que “expulsão” se escreve com “s”?


Usa-se s em palavras derivadas de verbos terminados em CORRER ou PELIR.
Exemplos: concorrer = concurso; discorrer = discurso; expelir = expulso, expulsão;
compelir = compulsão;
compulsório

IMPORTANTE
Além dessas regras, destaco uma importantíssima, bastante
presente no dia a dia. Usa-se s na conjugação dos
verbos PÔR, QUERER, USAR.
Quantas vezes você já viu grafias como “quiz”, “quizesse”, etc.!
pôs, pusesse, puser quis, quisesse, quiser, usou, usava, usasse

Observe as duas próximas frases:

I - Teresinha, a esposa do camponês inglês, avisou que cantaria de improviso.

II - Aterrorizada pela embriaguez do marido, a mulherzinha não fez a limpeza.

São 2 regras importantes. Vamos a elas!


Qual o critério para grafar “Teresinha” com “s” e “mulherzinha” com “z”? Quando se
deve empregar o diminutivo “-sinha” ou “-zinha”?

Usa-se o sufixo indicador de diminutivo "INHO" com s quando esta letra fizer parte do radical
da palavra de origem; com z quando a palavra de origem não tiver o radical terminado em s:

Exemplos:
“Teresa” tem “s”, logo “Teresinha” se grafa com “s”.
“casa” tem “s”, logo “casinha” se grafa com “s”.
“mulher” não tem “s”, logo “mulherzinha” se grafa com “z”.
“pão” não tem “s”, logo “pãozinho” se grafa com “z”.

Qual o critério para grafar “improvisar” com “s” e “aterrorizar” com “z”? Quando se
deve empregar a terminação verbal “-isar” ou “-izar”?
Os verbos terminados em ISAR serão escritos com s quando esta letra fizer parte do
radical da palavra de origem; os terminados em IZAR serão escritos com z quando a
palavra de origem não tiver o radical terminado em s.
Exemplos:
“improviso” tem “s”, logo “improvisar” se grafa com “s”.
“análise” tem “s”, logo “analisar” se grafa com “s”.
“pesquisa” tem “s”, logo “pesquisar” se grafa com “s”.
“terror” não tem “s”, logo “aterrorizar” se grafa com “z”.
“útil” não tem “s”, logo “utilizar” se grafa com “z”.
“economia” não tem “s”, logo “economizar” se grafa com “z”.

Cuidado com catequese e catequizar, que não seguem esse modelo.

Qual o critério para grafar “camponês” e “inglês” com “s” e “embriaguez” com “z”?
Quando se deve empregar a terminação “-ês” e “esa” ou “-ez” e “-eza”?

As palavras terminadas em ÊS e ESA serão escritas com s quando indicarem origem, estado
social, nacionalidade, títulos.

Exemplos: camponês; inglês; marquês; burguês; freguês

As terminadas em EZ e EZA serão escritas com z quando forem substantivos abstratos


provindos de adjetivos, ou seja, quando indicarem qualidade ou estado:

Exemplos:
embriaguez – estado de que está embriagado;
limpeza – qualidade daquilo que é limpo;
riqueza – qualidade de quem é rico
beleza – qualidade de quem é belo

Verbos terminados em – CEDER terão palavras derivadas escritas com – CESS


Exemplos: exceder = excesso, excessivo; conceder = concessão; proceder =
processo

Verbos terminados em - PRIMIR terão palavras derivadas escritas com – PRESS


Exemplos: imprimir = impressão; deprimir = depressão; reprimir = repressão

Verbos terminados em - GREDIR terão palavras derivadas escritas com – GRESS

Exemplos: progredir = progresso; agredir = agressor, agressão, agressivo;


transgredir = transgressão, transgressor

Verbos terminados em - METER terão palavras derivadas escritas com – MISS ou


– MESS
Exemplos: comprometer = compromisso; prometer = promessa; intrometer =
intromissão; remeter = remessa

EMPREGO DO “J” OU DO “G”


Por que “encorajem” se escreve com “j”?
Escreve-se com j a conjugação dos verbos terminados em JAR.

Exemplos:
viajar = espero que eles viajem
encorajar = para que eles se encorajem
enferrujar = que não se enferrujem as portas

Cuidado com a diferença entre “viagem” e “viajem”.


O primeiro é o substantivo; já o segundo, a flexão do verbo “viajar”

Por que “lojista” se escreve com “j”?


Escrevem-se com j as palavras derivadas de vocábulos terminados em JA
Exemplos: loja = lojista; canja = canjica; sarja = sarjeta; gorja = gorjeta

Por que “jiló” e “canjica” são grafadas com “j”?


Escrevem com j as palavras de origem tupi-guarani.
Exemplos: jiló; jiboia; jirau; jenipapo.

Resume-se o emprego do “g” da seguinte forma:

Escrevem-se com g as palavras terminadas em ÁGIO, ÉGIO, ÍGIO, ÓGIO, ÚGIO.


Exemplos: pedágio; sacrilégio; prestígio; relógio; refúgio

Escrevem-se com g os substantivos terminados em GEM:


Exemplos: a viagem; a coragem; a ferrugem
Cuidado com as exceções: pajem, lambujem.

EMPREGO DO “X” OU DO “CH”

O emprego do “x” e do “ch” pode ser sintetizado facilmente. Aqui precisamos ficar mais atentos
com as exceções do que propriamente com as regras. Vejamos:

Palavras iniciadas por ME serão escritas com x.


Exemplos: mexerica; México; mexilhão; mexer.

Exceção: mecha de cabelos.

As palavras iniciadas por EN serão escritas com x.


Exemplos: enxada; enxerto; enxurrada

Exceções: encher – provém de cheio; enchumaçar – provém de chumaço; e encharcar –


provém de “charco”.

Usa-se x após ditongo.

Exceções: recauchutar, guache


POR QUE, POR QUÊ, PORQUE E PORQUÊ

POR QUE – separado e sem acento

Emprega-se em orações interrogativas diretas e indiretas, equivalendo a “por qual motivo”.


Observe:

Por que (= por que motivo) ele saiu tão cedo?


Não sabemos por que (= por qual motivo) ele saiu tão cedo
Anotou a dica?
Por que = Por qual motivo

Emprega-se quando o “que” for pronome relativo antecedido da preposição “por”,


equivalendo a “pelo(a) qual”, “pelos(as) quais”. Observe:

O caminho por que (pelo qual) passei era difícil.


A cidade por que (pela qual) passeei é muito bonita.

POR QUÊ – separado e com acento

Emprega-se no fim de frases interrogativas (equivale a por que motivo). Observe: Ele saiu
cedo, por quê?
Você não aceitou minha sugestão. Por quê?

Muitos associam o uso do "por quê" apenas ao final de frases interrogativas.


Cuidado! Essa forma é empregada em interrogativas, quando aparece no final de
frases ou de ORAÇÕES.
Observe a frase:
Muitas vezes sem saber por quê, os eleitores escolhem políticos despreparados
para o cargo.
Nela temos duas orações "Muitas vezes sem saber por quê" e "os eleitores
escolhem políticos despreparados para o cargo.".
Veja que o "por quê" não está no final da frase, mas está no FINAL DA PRIMEIRA
ORAÇÃO, o que justifica o emprego da forma "separado e com acento".

PORQUE – junto e sem acento

Emprega-se como conjunção, geralmente causal ou explicativa. Neste caso pode ser
substituído pela conjunção pois. É a resposta da pergunta. Observe:

Saí cedo, porque tinha um sério compromisso.

PORQUÊ – junto e com acento

Emprega-se como substantivo, equivalendo “o motivo”, “a razão”. Uma dica para se identificar
melhor o emprego dessa forma é verificar se há algum determinante acompanhando o porquê.
Como assim? Um artigo, um pronome adjetivo, um numeral, enfim, qualquer palavra que seja
empregada para acompanhar substantivos.
Observe:

Não sei o porquê de sua revolta.


>> veja o artigo antecedendo o porquê
O meu porquê é mais forte que o seu.
>> veja o pronome possessivo “meu” antecedendo o porquê

GRAFIA CORRETA DE ALGUNS VERBOS

Vale a pena ressaltar alguns detalhes de grafia relativos a verbos. Primeiramente, enfatizo os
verbos que são derivados de TER, VER, VIR e PÔR.

VERBOS DERIVADOS DE TER, VER, VIR E PÔR

Como se flexiona o verbo COMPOR? Segue a mesma forma de conjugação do verbo PÔR:

Por exemplo,
Eu pus, Ele pôs, Se ele puser >> Eu compus, Ele compôs, Se ele compuser
Da mesma forma, se você sabe conjugar o verbo TER, você saberá conjugar o verbo DETER.
Assim, Eu tenho, Ele teve, Se ele tiver >> Eu detenho, Ele deteve, Se ele detiver

O verbo OBTER é derivado de TER, portanto aquele (OBTER) segue a conjugação deste (TER).
Assim, Eles tiveram >> Eles obtiveram
Dessa forma, não existe a forma obteram. O correto é obtiveram.

O verbo INTERVIR é derivado de VIR, portanto aquele (INTERVIR) segue a conjugação deste
(VIR). Assim, Ele veio >> Ele interveio
Dessa forma, não existe a forma interviu. O correto é interveio.

VERBOS REAVER E REQUERER

Alguém pode dizer que REAVER é derivado de VER e que REQUERER é derivado de QUERER.
É razoável esse raciocínio, correto? Partindo-se dele, constroem-se frases do tipo:

Eu reavi meus bens roubados.


>> eu vi >> eu reavi
(ERRADO)
Eu requis minha participação na comissão.
>> eu quis >> eu requis
(ERRADO)

REAVER não é derivado do VER. REAVER é derivado de HAVER (REAVER = RE + HAVER).


Portanto, segue a conjugação deste.

Eu houve >> Eu reouve (re + houve)


O verbo REQUERER não é derivado do verbo QUERER. Ele é conjugado como um verbo
regular.
Eu requeri, Você requereu, Se eu requerer, etc

GRAFIA DE VERBOS TERMINADOS EM – UIR

Trata-se de outra grafia amplamente cobrada nas provas de concurso. Verbos que possuem a
terminação – UIR (distribuir, construir, atribuir, constituir, etc.) tem a 3ª pessoa do singular do
presente do indicativo grafada com “i”.

Ele constitui (cuidado para não escrever “constitue”)


Ele atribui (cuidado para não escrever “atribue”)
Ele distribui (cuidado para não escrever “distribue”)

HOMÔNIMOS E PARÔNIMOS

Os homônimos são palavras que possuem mesma grafia e/ou mesma pronúncia, porém
sentidos diferentes. É importante frisar que alguma coisa tem que ser igual para que ocorram
homônimos: ou a grafia ou a pronúncia ou os dois. As palavras homônimas podem ser:

HOMÔNIMAS HOMÓGRAFAS (OU HOMÔNIMAS HETEROFÔNICAS)

São as palavras iguais na escrita e diferentes na pronúncia.


Exemplos:
gosto (substantivo) - gosto (flexão do verbo gostar)
conserto (substantivo) - conserto (flexão verbo consertar)

HOMÔNIMAS HOMÓFONAS (OU HOMÔNIMAS HETEROGRÁFICAS)

São as palavras iguais na pronúncia e diferentes na escrita.


Exemplos:
cela (pequeno compartimento) - sela (arreio)
cessão (ato de ceder) - sessão (reunião) – seção (departamento, setor)

HOMÔNIMOS PERFEITOS

São as palavras iguais na pronúncia e na escrita.


Exemplos:
cura (flexão do verbo curar) - cura (substantivo)
verão (flexão do verbo ver) - verão (substantivo)
cedo (flexão do verbo ceder) - cedo (advérbio)

PARÔNIMOS

Os parônimos são palavras que possuem grafia e pronúncia parecidas, porém sentidos
diferentes. Tanto grafia como pronúncia são parecidas, e não iguais. Se algo for igual, teremos
homônimos, e não parônimos. >> descrição: ato de descrever; discrição: qualidade de quem é
discreto >> infringir: violar; infligir: aplicar pena
Dúvidas Comuns
Além de todas as regras de ortografia, necessário complementar o assunto com algumas
expressões problemáticas, que geram dúvidas recorrentes. Eis uma lista das principais:
Substituição
EM VEZ DE / AO INVÉS DE
oposição
A expressão “em vez de” significa no “no lugar de”, ao passo que “ao invés de” significa “ao
contrário de”. A diferença entre “em vez de” e “ao invés de” é que a última expressa oposição,
ao passo que a primeira expressa apenas substituição de uma coisa por outra diferente, e não
contrária.

Ao invés de acordar cedo e ir trabalhar, ele fica dormindo até tarde!


(= Ao contrário de acordar cedo e ir trabalhar, ele fica dormindo até tarde!)
Note que acordar cedo e ir trabalhar se opõe a ficar dormindo até tarde.

Em vez de ir à praia no domingo ensolarado, ele foi ao cinema.


(= No lugar de ir à praia no domingo, ele foi ao cinema.)
Note que ir à praia não se opõe a ir ao cinema.

SE NÃO / SENÃO

A forma “se não” consiste na união de duas palavras: um “se” – pronome ou conjunção – e um
“não” – advérbio de negação.

Como se trata de duas palavras independentes, uma dica para se ter certeza do emprego da
forma “se não” é retirar o advérbio “não” e checar se a frase resultante permanece correta,
coesa.

SE NÃO ESTUDAR, FICA MUITO DIFÍCIL PASSAR!


(SE ESTUDAR, FICA DIFÍCIL PASSAR!)

VOCÊ PODERIA NOS DEIXAR A SÓS, SE NÃO FOR INCÔMODO.


(VOCÊ PODERIA NOS DEIXAR A SÓS, SE FOR INCÔMODO.)

JOSÉ PERGUNTOU A ARTHUR SE NÃO HAVERIA PROBLEMA.


(JOSÉ PERGUNTOU A ARTHUR SE HAVERIA PROBLEMA.)

Já a forma “senão” possui várias significações. É possível trocá-la por “do contrário”, “exceto”,
“mas”, “a não ser”, etc. Aqui não se consegue retirar o “não”, sob pena de a frase resultante ficar
sem coesão, incorreta.

Todos, senão você, compareceram ao evento.


(= Todos, exceto você, compareceram ao evento.)

Retirando o “não”, teremos “Todos, se você, compareceram ao evento.”. Note que falta coesão
na frase resultante.
Estude, senão fica difícil!
(= Estude, do contrário fica difícil!)
Retirando o “não”, teremos “Estude, se fica difícil!”. Note que falta coesão na frase resultante,
certo?

IMPORTANTE!
É possível empregar as formas SENÃO e SE NÃO quando houver uma ideia de alternância (=
ou) ou incerteza (= se não for).

Exemplos:

A maioria dos cidadãos, senão todos, aplaudiram o policial.


= A maioria dos cidadãos, ou todos, aplaudiram o policial.

ou

A maioria dos cidadãos, se não todos, aplaudiram o policial.


= A maioria dos cidadãos, se não forem todos, aplaudiram o policial.

Ele é o melhor profissional com essas qualidades, senão o único.


= Ele é o melhor profissional com essas qualidades, ou o único.

ou

Ele é o melhor profissional com essas qualidades, se não o único.


= Ele é o melhor profissional com essas qualidades, se não for o único.

MAL VS. MAU

A palavra “mau” é adjetivo e se opõe a “bom”. Já a palavra “mal” pode ser substantivo ou
advérbio e se opõe a “bem”. Para checar qual das duas formas empregar, faça a troca pelo
antônimo: se o antônimo pertinente for o “bom”, empregue o “mau”; se o antônimo pertinente
for o “bem”, empregue o “mal”;

A X HÁ

A forma “há”, correspondente ao verbo “haver”, assume o significado de “existe” ou faz menção
à ideia de tempo decorrido (passado).
A primeira significação (= existe) não gera tantos erros não

A segunda significação (= tempo decorrido), no entanto, causa uma série de confusões. O que
devemos ter em mente é que a forma “há”, nesse sentido, sempre estará ligada a uma ideia de
tempo passado, decorrido.
De encontro a vs. Ao encontro de

A expressão “ao encontro de” transmite a ideia de “a favor”, ao passo que “de encontro a”
transmite a ideia de “contrário”.
Na frase “Minha opinião vai ao encontro da sua.”, dá-se a entender uma concordância, um
alinhamento de opiniões.
Já na frase “Minha opinião vai de encontro à sua.”, dá-se a entender uma discordância, um
confronto de opiniões.

Onde x Aonde x Donde

Tanto a forma “onde”, como “aonde” e “donde”, são empregadas unicamente para se referir à
ideia de lugar! Podem atuar como pronomes relativos ou interrogativos. No dia a dia,
empregamos equivocadamente a forma “onde” para quaisquer situações.

O projeto onde atuamos foi premiado mundialmente.


(ERRADO, pois “projeto” não é lugar, é atividade, tarefa.)

Como corrigir? Substitua “onde” pela forma “em que” ou “no qual”.
O projeto em que atuamos foi premiado mundialmente.
O projeto no qual atuamos foi premiado mundialmente.

A época onde nascemos foi marcada por tensões políticas.


(ERRADO, pois “época” não é lugar, é tempo.)

Como corrigir? Substitua “onde” pela forma “em que” ou “na qual”.
A época em que nascemos foi marcada por tensões políticas.
A época na qual nascemos foi marcada por tensões políticas.

O bairro (onde/aonde/donde) você nasceu é muito violento.


O bairro (onde/aonde/donde) você me levou é muito violento.
O bairro (onde/aonde/donde) você veio é muito violento.

ACERCA DE VS. A CERCA DE VS. HÁ CERCA DE

A expressão “cerca de” significa “aproximadamente”. Empregaremos antes dessa expressão a


forma “há” se houver menção à ideia de tempo passado (decorrido); caso não haja essa ideia,
empregaremos a forma “a”.

Falei há cerca de trinta minutos com o diretor.


= Falei há aproximadamente trinta minutos com o diretor.
 Note que a forma “há” está ligada a “trinta minutos”, que corresponde à ideia de tempo que se
passou (tempo decorrido).
Estarei daqui a cerca de trinta minutos com o diretor.
= Estarei daqui a aproximadamente trinta minutos com o diretor.
 Note que a forma “a” está ligada a “trinta minutos”, que não corresponde à ideia de tempo que
se passou (tempo decorrido), mas sim à ideia de tempo que está por vir.

Já a forma “acerca de” é uma locução com sentido de assunto, equivalendo a “sobre”, “a
respeito de”.
Falamos acerca de você na reunião.
= Falamos sobre você na reunião.
Discutimos longamente acerca de pontos polêmicos.
= Discutimos longamente sobre pontos polêmicos

ESTÁ / ESTAR; DÁ / DAR; LÊ / LER; ETC.

as formas DÁ, ESTÁ, VÊ, etc. são flexões de 3ª pessoa do singular, ao passo que DAR, ESTAR,
VER, etc. são formas de Infinitivo.

USO DO HÍFEN
O Novo Acordo Ortográfico trouxe várias modificações quanto ao emprego do hífen.

Deve-se dividir o problema em dois grandes casos: o primeiro diz respeito às palavras
derivadas, formadas por prefixação; o segundo, às palavras compostas, formadas pela união de
uma ou mais palavras.

PALAVRAS DERIVADAS POR PREFIXAÇÃO

É importante entender que os prefixos se somam no início da palavra, agregando algum


sentido. São variados os exemplos de prefixos. Entre eles, podem ser citados auto, infra, intra,
inter, aero, mini, pré, pós, pseudo, super, hiper, ultra, contra, semi, extra, etc.

Estamos falando de palavras como autoescola, super-resistente, minissaia, micro-organismo,


etc.

“Os iguais se repelem! Os diferentes se atraem!”

Observe a palavra “escola”. Ela começa com “e”. O final do prefixo é diferente do início da
palavra. O que isso significa? Significa que os diferentes se atraem, ou seja, não haverá hífen
em AUTOESCOLA!

Observe o prefixo “contra”. Ele termina com “a”. Observe a palavra “ataque”. Ela começa com
“a”. O final do prefixo é igual ao início da palavra. O que isso significa? Significa que os iguais se
repelem, ou seja, haverá hífen em CONTRA-ATAQUE!
Observe o prefixo “infra”. Ele termina com “a”. Observe a palavra “estrutura”. Ela começa com
“e”. O final do prefixo é diferente do início da palavra. O que isso significa? Significa que os
diferentes se atraem, ou seja, não haverá hífen em INFRAESTRUTURA!

Observe o prefixo “micro”. Ele termina com “o”. Observe a palavra “organismo”. Ela começa
com “o”. O final do prefixo é igual ao início da palavra. O que isso significa? Significa que os
iguais se repelem, ou seja, haverá hífen em MICRO-ORGANISMO!

Observe o prefixo “hiper”. Ele termina com “r”. Observe a palavra “ativo”. Ela começa com “a”. O
final do prefixo é diferente do início da palavra. O que isso significa? Significa que os diferentes
se atraem, ou seja, não haverá hífen em HIPERATIVO!

Observe o prefixo “super”. Ele termina com “r”. Observe a palavra “resistente”. Ela começa com
“r”. O final do prefixo é igual ao início da palavra. O que isso significa? Significa que os iguais se
repelem, ou seja, haverá hífen em SUPER-RESISTENTE!

Cuidado com os prefixos de final R ou S e as palavras de início R ou S!

Observe o prefixo “mini”. Ele termina com “i”. Observe a palavra “saia”. Ela começa com “s”. O
final do prefixo é diferente do início da palavra. O que isso significa? Se simplesmente unirmos,
teremos MINISAIA. Observe que o S entre vogais possui som de Z (MINIZAIA). Queremos
manter o som de S. Para que esse som seja preservado, é necessário dobrar o S. Logo,
devemos escrever MINISSAIA.

Observe o prefixo “anti”. Ele termina com “i”. Observe a palavra “rugas”. Ela começa com “r”. O
final do prefixo é diferente do início da palavra. Se simplesmente unir, teremos ANTIRUGAS.
Observe que o R entre vogais possui o mesmo som do R presente em ARARA. Queremos
manter o som de R forte, presente em RATO, certo?
Para que esse som seja preservado, é necessário dobrar o R. Logo, devemos escrever
ANTIRRUGAS.

Tal regra não se aplica aos prefixos “-co”, “-re”, mesmo que a segunda palavra
comece com a mesma vogal que termina o prefixo.
Exemplos: coobrigar, coadquirido, coordenar, reeditar, reescrever, reeditar,
coabitar, etc.

Emprega-se o hífen diante de palavras iniciadas com “h”.


Exemplos: anti-higiênico, anti-histórico, extra-humano, super-homem, etc.

Com o prefixo “-sub”, diante de palavras iniciadas por “r”, usa-se o hífen.
Exemplos: sub-regional, sub-raça, sub-reino...
Diante dos prefixos “além-, aquém-, bem-, ex-, pós-, recém-, sem-, vice-”, usa-
se o hífen.
Exemplos: além-mar, aquém-mar, recém-nascido, sem-terra, vice-diretor...

Usa-se hífen com “circum-“ e “pan-“ quando seguidos de elemento que começa
por vogal, m, n, além do já citado h:
Exemplos: circum-navegador, pan-americano, circum-hospitalar, pan-helenismo...

Com sufixos de origem tupi-guarani, representados por “-açu”, “-guaçu”, “-


mirim”, usa-se o hífen.
Exemplos: jacaré-açu – cajá-mirim – amoré-guaçu...

Diante do advérbio “mal”, quando a segunda palavra começar por vogal ou “h”, o
hífen está presente.
Exemplos: mal-humorado; mal-intencionado; mal-educado...

Com o prefixo “bem-”, só não se usa hífen quando este se liga a palavras
derivadas de “fazer” e “querer”.
Exemplos: benfeito, benfeitor, benquisto, benquerer, etc.

Palavras Compostas
Não se usa mais o hífen em determinadas palavras que perderam a noção de composição.

Exemplos: mandachuva, paraquedas, passatempo, girassol, vaivém, pontapé, aguardente, etc.

Cuidado com “sul-americano” e “norte-americano”, pois o hífen nestes permanece.

O hífen ainda permanece em palavras compostas desprovidas de elemento de ligação, como


também naquelas que designam espécies botânicas e zoológicas.
Exemplos: azul-escuro, bem-te-vi, couve-flor, guarda-chuva, erva-doce, pimenta-de-cheiro...

Não se emprega mais o hífen em palavras compostas unidas por elemento de ligação.
Exemplos: fim de semana, café com leite, dia a dia, pé de moleque, mula sem cabeça, etc.
As exceções ficam a cargo de água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-
perfeito, pé-demeia.
Segundo a Nova Ortografia, essas palavras permanecem com hífen devido à tradição de uso.
São as chamadas expressões consagradas.
PORTUGUÊS
MORFOLOGIA
SUMÁRIO

PORTUGUÊS

O QUE VOCÊ ENCONTRARÁ NESTE MATERIAL?

MORFOLOGIA: CONCEITUAÇÃO

CLASSES DE PALAVRAS

SUBSTANTIVO

ARTIGO

NUMERAL

ADJETIVO VS. ADVÉRBIO

PRONOME

CONECTIVOS – PREPOSIÇÕES E CONJUNÇÕES

INTERJEIÇÃO
MORFOLOGIA: CONCEITUAÇÃO
Está preocupada com a palavra, no que se refere à sua formação e à sua classificação. Veja
bem, não estamos ainda preocupados com a construção de uma frase (alvo de estudo da
Sintaxe) nem com o sentido ou significado (alvo de estudo da Semântica). Quando for
solicitada de você uma análise morfológica, o seu objetivo deve ser o de identificar os
componentes da palavra e a classificação desta em substantivo, adjetivo, numeral, verbo,
pronome.

São ao todo 10 (dez) classes gramaticais: substantivo, artigo, adjetivo, numeral, pronome, verbo, advérbio,
conjunção, preposição e interjeição.

Classes de Palavras

A Gramática da Língua Portuguesa divide as palavras do idioma em dez classes: substantivos,


artigos, adjetivos, numerais, pronomes, verbos, advérbios, preposições, conjunções e
interjeições

Dentre as dez, há duas que podemos chamar de básicas ou nucleares: o substantivo e o verbo
Com apenas essas duas classes de palavras, podem-se construir frases.

Substantivo

Pertencem a essa classe todas as palavras que designam os seres em geral, as entidades reais
ou imagináveis.

Exemplos: mesa, lua, luz, fada, centauro, ilusão, tristeza.

O substantivo dificilmente aparecerá sozinho na frase, pois ele possui várias palavras que
orbitam a seu redor. São os chamados satélites do substantivo: artigos, pronomes, numerais,
adjetivos.

Uma maneira fácil de transformar qualquer palavra em substantivo é determiná-la por alguns
desses satélites.

O meu amar é imenso!

TORNAM AS PALAVRAS
"SUBSTANTIVOS"

Classificação dos Substantivos

Simples x Composto
O substantivo simples é formado por apenas um radical (pedra, plano, guarda, água, etc.), ao
passo que o substantivo composto é formado por mais de um radical (petróleo = pedra + óleo;
planalto = plano + alto; guardachuva = guarda + chuva; aguardente = água + ardente).

Primitivos x Derivados
O primitivo dá origem ao derivado. O primeiro não possui afixos (pedra), ao passo que o
segundo sim (pedreiro).
Comum x Próprio x Coletivo

O substantivo comum designa uma classe de seres. O próprio designa um ser específico da
classe. E o coletivo designa uma coleção de seres da mesma espécie.

O substantivo “aluno” é comum, pois designa uma classe de seres; “Paulo” é um substantivo
próprio, pois designa um ser específico da classe de seres; já “turma” é um coletivo, pois reúne
“um monte” de seres da mesma classe.

Concreto x Abstrato

Os concretos são, na verdade, aqueles que existem por si sós, no mundo real ou fictício, ou
seja, não dependem de outros seres. Já os abstratos não possuem uma existência autônoma,
pois dependem de outros seres para continuar existindo.

Flexões dos Substantivos

Gênero

Os substantivos podem ser classificados em uniformes e biformes. Os primeiros apresentam


uma só forma para o masculino e para o feminino. É o caso de “dentista”, “atleta”, “vítima”, etc.
Já os biformes apresentam uma forma para o masculino e outra para o feminino. A
identificação do gênero se dá pela desinência.

Número

Aqui vale destacar o plural dos substantivos compostos.

Variam substantivos, adjetivos, numerais e pronomes e não variam verbos, advérbios,


preposições, conjunções e interjeições. Vejamos:

O plural de guarda-noturno é guardas – noturnos. Note que “guarda” é substantivo e “noturno”,


adjetivo. Como ambos são variáveis, variam os dois.

Já o plural de guarda-roupa é guarda – roupas. Note que “guarda” é flexão do verbo “guardar”
e “roupa”, substantivo. Somente o substantivo varia. O plural de meio-fio é meios – fios.

Já o plural de beija-flor é beija – flores. Note que “beija” é flexão do verbo “beijar” e “flor”,
substantivo. Somente o substantivo varia.

O plural de cartão-resposta é cartões – respostas. Note que “cartão” e “resposta” são


substantivos. Como ambos são variáveis, variam os dois.
A diferença está no final. Sem acento, separamos as duas letras vogais; com acento, juntamos
as duas vogais.

Algumas observações merecem destaque:

Quando o substantivo composto é formado por dois substantivos e o segundo delimita o


primeiro, conferindo a ele uma ideia de tipo, finalidade ou semelhança, ADMITE-SE a flexão
apenas do primeiro substantivo. O plural de pombo-correio pode ser pombos – correios ou
pombos – correio. Note que “pombo” e “correio” são substantivos e o segundo delimita o
primeiro. Dessa forma, admite-se a flexão somente do primeiro substantivo. O plural de palavra-
chave pode ser palavras – chaves ou palavras – chave. Note que “palavra” e “chave” são
substantivos e o segundo delimita o primeiro. Dessa forma, admite-se a flexão somente do
primeiro substantivo.

Quando o substantivo composto é formado por palavras repetidas ou onomatopeias (imitação de


sons), flexiona-se apenas o último elemento. É o caso de corre-corres, pula-pulas, bem-te-vis,
pingue-pongues, tique-taques.

Quando o substantivo composto é formado por substantivo + preposição + substantivo, flexiona-


se apenas o primeiro elemento. É o caso de pores do sol, fins de semana, pés de moleque, mulas
sem cabeça, etc.

Artigo
Trata-se de uma classe que serve, basicamente, para indicar se o substantivo é concebido
como algo já definido e conhecido previamente, ou como algo indefinido e ainda não nomeado.

IMPORTANTE!
Não se deve empregar artigo definido após o pronome relativo “cujo” e variações!

O numeral “ambos”, quando acompanhado de substantivo, exige artigo definido após.

A presença do artigo definido após o pronome indefinido “todo” dá uma ideia de “completo”,
“inteiro”. A ausência, por sua vez, dá uma ideia de “qualquer”, “indefinido”.

Exemplos: Todo o país comemorou a vitória na Copa do Mundo (= O país inteiro comemorou).
Todo país deve valorizar a cultura nativa (= Qualquer país deve valorizar).

Numeral
Trata-se da classe que, em princípio, serve para indicar a quantidade dos substantivos, quantos
são eles. É o caso dos numerais cardinais (um, dois, três, etc), multiplicativos (dobro, triplo,
quíntuplo, etc) e fracionários (um terço, um quarto, um décimo, etc.). Já o numeral ordinal indica
em que posição se localiza certo substantivo numa escala de números dispostos em série
(décimo, trigésimo, centésimo).
Uma dúvida que pode surgir aqui é relativa à palavra “um”. Ela pode assumir a função de
numeral cardinal, artigo indefinido ou pronome indefinido.
Vejamos como diferenciar essas funções, observando as frases a seguir:
I – Vi um amigo seu no shopping. Artigo indefinido

II – Você pode esperar apenas um minuto? Numeral

III – A crítica de um não haverá de abalar sua confiança.


Pronome Indefinido

ADJETIVO VS. ADVÉRBIO

ADJETIVO ADVÉRBIO

Modifica VERBOS, ADJETIVOS


Modifica SUBSTANTIVOS
e outros ADVÉRBIOS.

Expressa qualidade, tipo, Expressa modo, tempo, lugar,


estado, etc. intensidade, etc.

NÃO POSSUI VARIAÇÃO em


POSSUI VARIAÇÃO de gênero
gênero e número.
e número
Exceção: todo(a)(s).

É importante frisar que o adjetivo e advérbio guardam diferenças significativas entre si. O
primeiro, como vimos, modifica substantivos, variando com este em gênero e número. Já o
segundo modifica verbos, adjetivos ou outros advérbios, sendo uma forma invariável.

IMPORTANTE
Algumas palavras merecem destaque, por assumirem mais de uma classe
gramatical.
A palavra MEIO pode ser substantivo, numeral fracionário e advérbio. Somente
como advérbio, é que essa palavra será invariável.
Exemplos: Não encontramos um meio eficaz de combater a criminalidade.
(A palavra “meio” está determinada por artigo “um” e por adjetivo “eficaz”. Trata-se
de SUBSTANTIVO.)
Tomei meio (meia) copo (xícara) da bebida.
(A palavra “meio” expressa a ideia de fração, correspondendo à metade. Trata-se
de NUMERAL FRACIONÁRIO.)
Estamos meio decepcionados(as) com você.
(A palavra “meio” está modificando o adjetivo “decepcionado(as)”. Trata-se de
ADVÉRBIO. Note que, independentemente de o adjetivo ser masculino ou feminino,
singular ou plural, o advérbio fica invariável. )
A palavra BASTANTE pode ser adjetivo (sinônimo de “suficiente”), pronome
indefinido (indicando quantidade e modificando substantivo) ou advérbio
(expressando intensidade e modificando verbo, adjetivo ou advérbio). Somente
como advérbio, é que essa palavra será invariável.

Exemplos:
Temos bastante trabalho para fazer.
(A palavra “bastante” está modificando o substantivo “trabalho”, expressando a
ideia de quantidade imprecisa, indefinida. Trata-se de PRONOME INDEFINIDO)
A banca não considerou bastante o meu argumento e indeferiu meu recurso.
(A palavra “bastante” está modificando o substantivo “argumento”, sendo
sinônima de “suficiente”. Trata-se de ADJETIVO)
Estou estudando bastante para o concurso.
(A palavra “bastante” modifica o verbo “estudar”, expressando a ideia de
intensidade. Trata-se de ADVÉRBIO.)

Causa dúvida o emprego da forma plural BASTANTES, que soa bem estranha
aos nossos ouvidos. Uma dica fácil é substituir pelos sinônimos “muito” ou
“suficiente”. Se nessa substituição aparecer uma forma plural, é sinal de que
devemos empregar a forma BASTANTES.

Exemplos:
Os alunos ficaram (bastante/bastantes) confusos com as notícias
desencontradas.
(Substituindo por “muito”, teremos “Os alunos ficaram MUITO confusos com as
notícias desencontradas.”. Como “muito” não variou em número, devemos
empregar a forma singular BASTANTE.)
Tivemos (bastante/bastantes) desilusões com a nova versão do aplicativo.
(Substituindo por “muito”, teremos “Tivemos MUITAS desilusões com a nova
versão do aplicativo.”. Como “muito” variou em número, devemos empregar a
forma plural BASTANTES.)
Não julgamos (bastante/bastantes) essas medidas adotadas pelo Governo para
combater a insegurança.
(Substituindo por “suficiente”, teremos “Não julgamos SUFICIENTES essas
medidas adotadas pelo Governo...”.
Como “suficiente” variou em número, devemos empregar a forma plural
BASTANTES.)

A palavra TODO pode funcionar como advérbio, modificando adjetivos. Pode-se


empregá-la na forma invariável, haja vista se tratar de advérbio. Admite-se, no
entanto, sua flexão no gênero e número do adjetivo que modifica. Trata-se de
uma excepcionalidade de advérbio variável.
Exemplo:
Ela(s) se sente(m) todo-poderosa(s). (CERTO)
Ela(s) se sente(m) toda(s)-poderosa(s). (CERTO)
O QUE SÃO ADJETIVOS DE RELAÇÃO?

Um conceito cobrado em algumas provas de concurso são os chamados adjetivos de relação.

Quem adota essa classificação é o gramático Celso Cunha. Ele assim denomina os adjetivos
derivados de substantivos. Eles não estabelecem sentidos de qualidade, mas sim estabelecem
com o substantivo que modificam uma relação de matéria, assunto, finalidade, etc. Daí o nome
“adjetivo de relação”.

Além de serem derivados de substantivos, tais adjetivos não admitem graus de intensidade. São
objetivos.

Ex: “clima frio”. Note ser possível estabelecer graus de intensidade para o adjetivo “frio”: “clima
muito frio”. “clima bastante frio”, “clima mais ou menos frio”, etc.

A ORDEM DAS PALAVRAS EM UM SINTAGMA NOMINAL

A estrutura que tem como núcleo um substantivo é denominada de sintagma nominal. Dentre
as combinações de sintagmas nominais, aquele que mais nos interessa e que é alvo de grande
parte das questões é o par “substantivo + adjetivo”. A troca na ordem de disposição desses
elementos pode produzir mudanças na classe gramatical e no sentido original.

Os exemplos são variados. Vejamos:


Ajudamos o aluno pobre a vencer as adversidades.
Note que o adjetivo “pobre” posicionado após o substantivo “aluno” dá a entender que o aluno
é carente de recursos financeiros.
O princípio da exclusividade tem status
Ajudamos o pobre aluno a vencer as adversidades.
constitucional
Note que o adjetivo “pobre” posicionado antes do substantivo “aluno” dá a entender que o
aluno é tratado com piedade, como um coitado.

FLEXÕES DE ADJETIVOS E ADVÉRBIOS

O adjetivo varia em gênero e número conforme o substantivo a que se refere. No entanto, é


necessário atentar para alguns detalhes, em especial quando se trata de adjetivos compostos.

Quando o adjetivo composto é formado por dois ou mais adjetivos, variamos


apenas o último elemento, fazendo-o concordar em gênero e número com o
substantivo a que se refere.
Note que somente o último
acordo(s) afro-luso-brasileiro(s) adjetivo varia em gênero e
comunidade(s) afro-luso-brasileira(s) número.

Quando o adjetivo composto possuir na sua formação algum substantivo,


teremos uma forma composta invariável.

Vejamos alguns exemplos:


camisa verde-piscina > camisas verde-piscina
terno amarelo-ouro > ternos amarelo-ouro
São invariáveis: azul-marinho, azul-celeste. Mas é variável azul-claro(a)(s).

Acentuam-se as paroxítonas terminadas em ditongos orais, sejam eles crescentes ou


decrescentes, estejam eles acompanhados ou não de s. É o caso de horário, memória, história,
série, cárie, superfícies, indústrias, etc.

Os substantivos, ao serem adjetivados, permanecerão invariáveis. É o caso de


“terno(s) rosa”, “camisa(s) laranja”, “tinta(s) gelo”, “tom(ns) pastel”, resolução(ões)
monstro, etc. No caso de cores, isso se justifica pela identificação da expressão
oculta “cor de” – terno(s) (cor de) rosa, camisa(s) (cor de) abacate, etc.

Circunstâncias Adverbiais

Os advérbios carregam consigo valores semânticos, denominados de circunstâncias verbais.


As mais tradicionais são as de afirmação, negação, dúvida, modo, intensidade, lugar e tempo.
Mas há muitas além destas, não há um limite para as circunstâncias.

- Afirmação: sim, certamente, deveras, decerto, indubitavelmente, seguramente,


com efeito, etc.
- Negação: não, tampouco, sequer, nem, de modo algum, absolutamente, etc.
- Dúvida: talvez, quiçá, porventura, possivelmente, por acaso, etc.
- Intensidade: muito, pouco, demais, bastante, assaz, quão, sobremodo,
demasiadamente, meio, tão, etc.
- Modo: assim, bem, mal, tal, depressa, devagar, adrede (intencionalmente),
debalde (em vão), etc.
-Tempo: hoje, amanhã, agora, amiúde (frequentemente), antes, depois, outrora
(em tempo passado), entrementes (enquanto isso), doravante (de agora em
diante), etc.
- Lugar: aqui, lá, acolá, aí, abaixo, acima, afora, algures (e algum lugar), alhures (em
outro lugar), nenhures (em nenhum lugar), defronte, longe, perto, etc.
As demais circunstâncias se apresentam frequentemente no formato de locução.
Veja:
- Causa: Devido à chuva escassa, muitas plantas morreram.
- Finalidade: Convidei meus amigos para um passeio.
- Meio: Viajarei de ônibus.
- Companhia: Fui ao museu com meus amigos.
- Instrumento: Redações devem ser escritas a lápis.
- Assunto: Falarei com ele sobre o ocorrido.
- Concessão: Ele tira notas boas, apesar da preguiça.
Palavras e Expressões Denotativas

Trata-se de uma classificação à parte e grande parte das questões está mais interessada no
sentido nelas expresso do que propriamente numa classificação formal.

Exemplifiquemos:
Ele somente estuda Português.
Somente ele estuda Português.
Na primeira frase, a palavra “somente” modifica o verbo “estuda”, atuando, portanto, como
advérbio.
Já na segunda frase, “somente” realça “ele”, atuando, portanto, como palavra denotativa.
Listemos a seguir os principais sentidos:
- Inclusão: Até Fulano esteve aqui.
- Exclusão: Todos, exceto Fulano, compareceram.
- Designação: Eis-me aqui, professor!
- Explicação: Só é problema porque há solução, ou seja, não se desespere.
- Realce: Foi ele que quebrou o vaso, mãe!
- Retificação: Precisamos muito da sua ajuda, aliás, precisamos urgentemente.

Pronome Extremamente importante

Sem dúvida é uma das classes de palavras mais importantes. Não adianta aqui apenas saber. É
preciso dominá-los!

Entenda os pronomes como representantes dos nomes. Eles servem para indicar uma das três
pessoas do discurso ou situar alguma coisa em relação a essas três pessoas.
Por convenção, considera-se:
o 1ª pessoa: a que fala;
o 2ª pessoa: aquela com quem se fala;
o 3ª pessoa: aquela de quem se fala.
Podemos identificar duas categorias de pronomes: os substantivos e os adjetivos.

PRONOME ADJETIVO - Vem sempre associado a um substantivo da frase, ou seja, esse tipo
de pronome acompanha um substantivo, determinando-o.
Exemplo: Chegou a sua encomenda. (pronome adjetivo + substantivo > sua: pronome adjetivo)

PRONOME SUBSTANTIVO - Vem sempre num lugar que é próprio de substantivo, ou seja,
esse tipo de pronome substitui um substantivo.
Exemplo: Chegou notícia sobre o governador. Ele não quis dar entrevistas. (Ele = governador >
Ele: pronome substantivo).

Pronomes Pessoais – Emprego e Colocação


Os pronomes pessoais referem-se às pessoas do discurso e podem ser de dois tipos: os do
caso reto e os do caso oblíquo.
Os pronomes retos são em pequeno número: EU, TU, ELE, ELA, NÓS, VÓS, ELES/ELAS.

Já os pronomes oblíquos são em grande número: ME, MIM, COMIGO, TE, TI, CONTIGO, SE, SI,
O(S), A(S), LHE(S), CONSIGO, NOS, CONOSCO, VOS, CONVOSCO.

Os pronomes pessoais oblíquos subdividem-se em átonos e tônicos.

Os tônicos sempre são solicitados por preposição. Já os átonos estão ligados diretamente a
verbos.

Agora analisemos as seguintes frases:


Você (me/mim) telefonou ontem?

Observe que há necessidade de emprego de uma forma átona, haja vista que o pronome
oblíquo está ligado diretamente ao verbo.

Você telefonou para (me/mim) ontem?

Observe que há necessidade de emprego de uma forma tônica, haja vista que o pronome
oblíquo está sendo solicitado pela preposição “para” (... telefonou para quem?).

Eu (te/ti) pedi uma ajuda.

Observe que há necessidade de emprego de uma forma átona, haja vista que o pronome
oblíquo está ligado diretamente ao verbo.

Eu pedi a (te/ti) uma ajuda.

Observe que há necessidade de emprego de uma forma tônica, haja vista que o pronome
oblíquo está sendo solicitado pela preposição “a” (... pedi a quem?).

OBSERVAÇÃO
 Os pronomes ele, ela, nós, vós, eles, elas, quando solicitados por preposição,
funcionam como OBLÍQUOS TÔNICOS.
Exemplos:
Tome a sua riqueza e fique com ela.
(O pronome “ele” está funcionando como oblíquo tônico, pois é solicitado pela preposição
“com” - ficar com quem?).
Pediram para nós uma ajuda financeira.
(O pronome “nós” está funcionando como oblíquo tônico, pois é solicitado pela preposição
“para” - pediram para quem?).
Muita atenção, portanto! Os pronomes “ele” e “nós” nos exemplos anteriores não são pronomes
retos, e sim oblíquos tônicos.
Utilizam-se as formas “com nós” e “com vós” em vez de conosco ou convosco quando
vierem reforçadas por numeral, pronome ou substantivo:
Exemplos:
Eles conversaram muito tempo conosco.
Paulo irá ao evento conosco.

Acentuam-se os ditongos de pronúncia aberta éu, éi, ói APENAS em palavras oxítonas ou


monossilábicas: chapéu, céu, anéis, pastéis, coronéis, herói, etc.

Não se acentuam os ditongos abertos de palavras paroxítonas: jiboia, plateia, estreia,


paranoia, heroico, ideia, etc.

Emprego dos Pronomes Pessoais

Os pronomes pessoais do caso reto exercem a função de sujeito da oração. Já os pronomes


pessoais do caso oblíquo exercem a função de complemento verbal.

Os pronomes retos devem atuar como sujeito e os oblíquos, tipicamente como complementos
verbais (OD ou OI).

Vejamos alguns exemplos:


Eu vou para casa.
o A pergunta “Quem vai para casa?” nos dá como resposta “EU”, pronome reto, sujeito da
oração.
Entregaram o relatório para mim.
o O verbo “entregar” não é “completo”. Ele necessita de complementos (Quem entrega entrega
algo para alguém), que devem ser representados por pronomes oblíquos.
o O pronome oblíquo “mim” é tônico, pois é solicitado pela preposição “para” (entregar para
quem?).
o O pronome “mim” exerce a função de objeto indireto.
Mamãe mandou me chamar.
o O verbo “chamar” não é completo. Ele necessita de complemento (Quem chama chama
alguém), que deve ser representado por pronome oblíquo.
o O pronome oblíquo “me” é átono, pois está ligado diretamente ao verbo.
o O pronome “me” exerce a função de objeto direto.
Atenção! No dia a dia, no contexto informal da linguagem, são muito comuns as seguintes
construções:
Deixei ele à vontade durante o encontro. (ERRADO)
Cumprimentei eles hoje pela manhã. (ERRADO)

Para adequar essas frases à norma culta, devemos empregar o pronome oblíquo átono para
substituir os complementos.
Assim:
Deixei-o à vontade durante o encontro. (CERTO)
Cumprimentei-o hoje pela manhã. (CERTO)

Os pronomes oblíquos o(s), a(s) exercem função de objeto direto. Já os


pronomes lhe(s) funcionam como objeto indireto. Os demais oblíquos átonos –
me, te, se, ... - podem atuar como objeto direto ou indireto, a depender da
“vontade” do verbo.

Exemplos:
Entreguei-lhe o envelope. (Quem entrega entrega algo a alguém)
o O objeto indireto do verbo “entregar” – “a alguém” – está representado pelo pronome
oblíquo átono “lhe”.
Convidei-o para minha casa. (Quem convida convida alguém)

o O objeto direto do verbo “convidar” – “alguém” – está representado pelo pronome oblíquo
átono “o”.
Enviei-te o email. (Quem envia envia algo a alguém)
o O objeto indireto do verbo “enviar” – “a alguém” – está representado pelo pronome oblíquo
átono “te”.

Os pronomes oblíquos átonos me, te, lhe, nos, vos, lhes podem ter valor de
possessivo.
Exemplos:
Beijei-lhe as mãos. = Beijei as suas mãos.
“Tua nobre presença à lembrança / A grandeza da pátria nos traz” = Tua nobre presença traz a
grandeza da pátria à nossa lembrança
Visitou-nos os pais. = Visitou os nossos pais.

O "lhe" também pode funcionar sintaticamente como COMPLEMENTO NOMINAL e como


ADJUNTO ADNOMINAL.

Quando o LHE estiver associado a um verbo que peça OD, e não OI, como é o caso dos verbos
BEIJAR e ABRAÇAR, desconfiemos de que o LHE possui valor possessivo e funciona como
ADJUNTO ADNOMINAL.
Os pronomes retos EU e TU não admitem ser solicitados por preposição. No lugar, utilizam-se
sempre os pronomes oblíquos tônicos MIM e TI.

Exemplos:
O mundo caiu sobre mim. (Caiu sobre quem?)
Esse assunto deve ficar entre mim e você. (Deve ficar entre quem e quem? Seria ERRADO: ...
entre eu e você.)
Esse assunto deve ficar entre você e mim. (Deve ficar entre quem e quem? Seria ERRADO: ...
entre você e eu.)
Esse assunto dede ficar entre mim e ti. (Deve ficar entre quem e quem? Seria ERRADO: ...
entre eu e tu.)

Devemos ficar atentos às seguintes construções:


Este livro é para eu ler. (Seria ERRADA a forma: Este livro é para mim ler.)
Essa tarefa é para eu desenvolver. (Seria ERRADA a forma: Essa tarefa é para mim
desenvolver.)

Cuidado quando a frase estiver invertida!


Foi bom para mim ler este livro. (Está CORRETO, pois “Ler este livro é bom para mim.”. Foi
bom para quem?)
É essencial para mim assistir às aulas. (Está CORRETO, pois “Assistir às aulas é essencial para
mim.”. É essencial para quem?)

Observações:
Os pronomes o(s), a(s) adquirem a forma lo(s), la(s) depois de
verbos terminados em -r, -s ou -z.
Exemplos:
mandar + o = mandá-lo; fiz + os = fi-los; pedimos + os = pedimo-
los
Os pronomes o(s), a(s) adquirem a forma no(s), na(s) depois
de verbos terminados em som nasal.
Exemplos:
mandaram + o = mandaram-no; fizeram + as = fizeram-nas; põe
+ as = põe-nas

Colocação Pronominal
A Colocação Pronominal diz respeito ao posicionamento dos pronomes oblíquos átonos (me,
nos, te, vos, o, a, os, as, lhe, lhes, se) diante dos verbos. É nesse estudo que vamos nos
concentrar.

Os pronomes oblíquos átonos podem aparecer em três posições distintas: antes do verbo –
PRÓCLISE; no meio do verbo – MESÓCLISE; depois do verbo – ÊNCLISE.
Próclise

Para haver o emprego da próclise, é necessária a presença de palavras ou expressões que


atraiam o pronome para antes do verbo. São os chamados FATORES DE PRÓCLISE.

Palavras ou expressões de sentido negativo:

Nunca te prometi nada.

atrai o pronome

De modo algum o abandonarei hoje.


atrai o pronome
Advérbios e Locuções Adverbiais:

Aqui se estuda demais.


Hoje lhe contaram vários segredos.

atrai o pronome
Pronomes Relativos

Saio com pessoas que me agradam.


Convocamos os voluntários os quais se alistaram.

atrai o pronome

O “QUE” SEMPRE atrairá pronome oblíquo para perto de si! SEMPRE!


Pronomes Indefinidos

Todos me deram apoio.

atrai o pronome
Pronomes Interrogativos

Como se faz isso?


Quem lhe deu o caderno?

atrai o pronome
Conjunções Subordinativas

Embora me interesse pelo carro, não posso comprá-lo. atrai o pronome


Soube que se evadiu do domicílio.
É necessário negociar com o Congresso para que se chegue a um acordo.
frases exclamativas e optativas (que expressam desejo);

Isso me deixou feliz!


Deus o ilumine!
Bons ventos te levem!

frases com a preposição em + verbo no gerúndio

Em se tratando de educação, ele é realista.


No Brasil, em se plantando, tudo nasce.

frases com preposição + infinitivo flexionado

A situação levou-os a se posicionarem contra a greve.


Não estavam dispostos a se engajarem no serviço militar.

De forma alguma é permitido iniciar frase ou oração com pronome oblíquo!

Exemplos:
Me perdoe! (ERRADO)
Perdoe-me! (CERTO)
Me traga a conta, garçom! (ERRADO)
Traga-me a conta, garçom! (CERTO)
Havendo pausa entre fator de próclise e o verbo, não se emprega próclise.

Exemplos:
Aqui, defende-se a pátria. (Observe a vírgula entre advérbio – fator de próclise – e verbo.)

Grande parte dos gramáticos entende que, em orações subordinadas, deve-se empregar
a próclise, até mesmo se houver algum termo – não isolado por vírgulas - entre a
conjunção subordinativa e o verbo. É o entendimento que se observa em grande parte
das bancas. Seria uma espécie de atração distante.

Exemplos:
Embora os médicos se disponibilizassem a atendê-lo, ele não quis saber de ser internado mais
uma vez.
(A conjunção subordinativa “embora” atrai o pronome obliquo “se”, mesmo com o termo “os
médicos” posicionado entre ela e o pronome.)
Quando os alunos se dedicam aos estudos, é questão de tempo o resultado.
(A conjunção subordinativa “quando” atrai o pronome obliquo “se”, mesmo com o termo “os
alunos” posicionado entre ela e o pronome.)

Com infinitivo não flexionado precedido de palavra negativa ou preposição, pode-se


empregar tanto a próclise quanto a ênclise.

Exemplos:
Vim para te apoiar. (próclise)
Vim para apoiar-te. (ênclise)
Mesóclise

Essa colocação pronominal é usada apenas com verbos no futuro do presente ou futuro do
pretérito, desde que não haja uma palavra que exija a próclise.

Exemplo:
Contar- te - ei um grande segredo.

Observe a presença de futuro do presente “Contarei”. Precisamos posicionar o pronome “te”.


Não é possível posicionar o pronome antes do verbo, pois é proibitivo pronome oblíquo átono
iniciando frase ou oração.
Também não é permitido posicionar pronome oblíquo após verbo no futuro do presente ou do
pretérito – como veremos a seguir.

Para construir uma construção mesoclítica, separamos o verbo “Contar” da terminação “ei” e
posicionamos o oblíquo átono nesse meio.

Ênclise

Podemos interpretar a ênclise como o caso subsidiário. Não havendo motivação para o
emprego da próclise nem da mesóclise, opta-se pela ênclise.

Nunca ocorrerá a ênclise quando a oração estiver no futuro do presente ou no futuro do


pretérito.

Entregarei-lhe o bilhete. (ERRADO)


Entregar-lhe-ei o bilhete (CERTO)

VERBO AUXILIAR + INFINITIVO OU GERÚNDIO:

Sem fator de próclise, o pronome pode ficar antes do auxiliar (sem hífen), depois do verbo
auxiliar (com hífen), antes do principal (sem hífen) ou depois do principal (com hífen).
Resumindo: Você escolhe onde posicionar o pronome.
Exemplos:
Devo-lhe entregar a carta.
Vou-me arrastando pelos becos escuros.
Devo entregar-lhe a carta.
Vou arrastando-me pelos becos escuros.
Devo lhe entregar a carta.
VERBO AUXILIAR + PARTICÍPIO:

Sem fator de próclise, pode-se colocar o pronome oblíquo em duas posições: antes do verbo
auxiliar ou entre os dois verbos. Não se coloca o pronome oblíquo após o particípio.
Exemplos:
Eles me haviam ofertado um alto cargo executivo.
Eles haviam-me ofertado um alto cargo executivo.
Eles haviam me ofertado um alto cargo executivo.

Havendo fator de próclise, só resta ao pronome ser posicionado antes do auxiliar, pois não é
possível colocar o pronome oblíquo após o particípio.
Exemplos:
Não me haviam ofertado nada de bom. (CERTO)
Não haviam ofertado-me nada de bom. (ERRADO)
Não haviam me ofertado nada de bom. (ERRADO)
Não haviam-me ofertado nada de bom. (ERRADO)

Os pronomes de tratamento podem ser considerados uma subclasse dos pronomes pessoais.
São empregados para tratamentos específicos, que exigem, em sua maioria, algum tipo de
formalidade.

sempre se flexionam em terceira pessoa.

Exemplos:
Você vai estudar?
Vossa Alteza tem algum problema?
(O emprego de “Vossa” faz do pronome uma flexão de 2ª pessoa, ou seja, fala-
se COM um príncipe)
Sua Alteza está preocupada.
(O emprego de “Sua” faz do pronome uma flexão de 3ª pessoa, ou seja, fala-se
DE um príncipe)

Cuidado com as construções!


Vossa Alteza, por favor, cumprimente vossos súditos.
(ERRADO, pois “vossos” é pronome possessivo de 2ª pessoa)
Vossa Alteza, por favor, cumprimente seus súditos.
(CORRETO, pois “seus” é pronome possessivo de 3ª pessoa)
Pronomes Possessivos

Os pronomes possessivos, como o próprio nome diz, associam a ideia de posse às pessoas
do discurso.

Observações:
 Para evitar ambiguidades, podemos utilizar as formas dele, dela, deles, delas.
Exemplos:
João e Maria gritaram quando a bala atingiu sua perna.
João e Maria gritaram quando a bala atingiu a perna dele.
Os pronomes possessivos podem gerar outros sentidos que não os de posse.
Exemplos:
Ele deve ter seus dez anos de profissão. (sentido de aproximação)
O nosso mestre sempre está torcendo por seus alunos. (sentido de afetividade)
O seu Antônio esteve aqui. (forma coloquial de senhor)

Pronomes Demonstrativos

O pronome demonstrativo é aquele que indica a posição de um ser em relação às pessoas do


discurso, situando-o no tempo ou no espaço.

Observações:
As palavras o, a, os, as podem desempenhar o papel de pronomes demonstrativos. É
possível a substituição pela forma pronominal “aquele(a)(s), aquilo”. Uma evidência é a
presença na sequência do pronome relativo “que”.
Exemplos:
Vai e faz o que deves fazer. (= Vai e faz aquilo que deve fazer)
(O pronome “o” é demonstrativo e o “que” atua como pronome relativo)
Leve esse dinheiro – é tudo o que tenho (= é tudo aquilo que tenho)
(O pronome “o” é demonstrativo e o “que” atua como pronome relativo)

As palavras semelhante(s), próprio(a)(s), mesmo(a)(s) também podem desempenhar o


papel de pronomes demonstrativos.

Exemplos:
Estivemos reunidos naquela mesma noite
Os próprios diretores se enganaram.

Pronomes Relativos

O pronome relativo tem por função substituir no restante do período um termo expresso
anteriormente no texto. Por essa utilidade, funciona como importante elemento de coesão
sequencial. Alguns são variáveis: o qual, a qual, os quais, as quais, cujo, cuja, cujos, cujas; outros
são invariáveis: que, quem, onde.

QUE

Chamado de pronome relativo universal, é o mais usado, podendo referir-se a pessoa ou coisa,
no singular ou no plural.
Exemplos:
Esta é a criança que estava chorando ontem. (que = criança)
Encontrei a pessoa que havia falado sobre você. (que = pessoa)

O QUAL, A QUAL, OS QUAIS, AS QUAIS


São utilizados depois de pessoa ou coisa. Muitas vezes, servem para desfazer possíveis dúvidas
de clareza ou evitar repetições excessivas do relativo “que”.

REAVER não é derivado do VER. REAVER é derivado de HAVER (REAVER = RE + HAVER).


Portanto, segue a conjugação deste.

QUEM

Refere-se unicamente a pessoa ou a coisa personificada e vem sempre regido de preposição.


Exemplos:
Nunca mais vi o cachorro a quem eu amava tanto. (quem = cachorro)
Confirmou-se a culpa do profissional de quem eu suspeitava. (quem = profissional)

ONDE
Utiliza-se unicamente na indicação de lugar, equivalendo a “em que” ou “no(a)(s) qual(is)”.
Exemplos:
Aquela é uma cidade onde o ensino é valorizado. (= em que, na qual)
Visitei a vila onde minha avó nasceu. (=em que, na qual)

Observação:
Como o pronome relativo onde só é utilizado na indicação de lugares, são erradas as seguintes
construções:
Na época onde ele viveu, tudo era diferente. (ERRADO, pois “época” expressa tempo, não
lugar)
Aquele é o cavalo onde apostei todo meu dinheiro. (ERRADO, pois “cavalo” expressa o alvo da
aposta, não lugar)
Nesses casos, no lugar de “onde”, devemos utilizar “em que” ou “no(a) qual”:
Na época em que ele viveu, tudo era diferente. (CERTO)
Aquele é o cavalo no qual apostei todo meu dinheiro. (CERTO)

CUJO (E FLEXÕES)

Trata-se de pronome relativo que estabelece uma relação de posse entre o antecedente e o
termo que especifica.

Exemplos:
O convidado cujo filho não se comportar será advertido.
(convidado cujo filho = filho do convidado)
Os meninos cujas unhas estavam limpas foram elogiados.
(meninos cujas unhas = unhas dos meninos)

Nunca devemos usar artigo definido depois de cujo e suas flexões.


Este é o pai cujo o filho é o infrator. (ERRADO)

EMPREGO DE PREPOSIÇÕES ANTES DE PRONOMES RELATIVOS

Se, na segunda oração, for necessária uma preposição antes do termo substituído pelo
pronome relativo, essa preposição deverá ser colocada antes do pronome.

Observe as duas frases a seguir:


Este é o livro. Eu falei do livro.
Se desejamos unir essas duas frases em uma só, devemos nos atentar para a preposição “de”,
requerida pelo verbo “falar”. Na linguagem coloquial, é muito comum omitirmos essa preposição,
resultando na frase:
Este é o livro que falei.
O correto seria a construção: Este é o livro de que eu falei.
A regra também é válida para o pronome relativo cujo(a)(s):
O professor a cuja aula faltei esclareceu muitas dúvidas. (faltei à aula do professor)
O técnico de cuja ajuda necessito está aqui. (necessito da ajuda do técnico)
O estagiário com cujo irmão falei acaba de chegar. (falei com o irmão do estagiário)
O presidente sobre cuja vida escrevi faleceu. (escrevi sobre a vida do presidente)

PRONOMES INDEFINIDOS

Pronomes indefinidos têm por função se referir aos seres de modo impreciso, indeterminado,
genérico.
Exemplos:
Alguém estava me seguindo.
Recebemos muitos elogios.
São várias as explicações que tenho.

PRONOMES INTERROGATIVOS
Os pronomes interrogativos são aqueles utilizados para formular uma pergunta. Os principais
são: quem, que, qual, quanto, onde, como. As perguntas podem ser diretas – com sinal de
interrogação – ou indiretas – feitas dentro de uma frase declarativa.

Exemplos:
Quantos anos você tem? (Trata-se de uma interrogativa direta.)
Qual o seu nome? (Trata-se de uma interrogativa direta.)
Gostaria de saber quem pintou essa obra. (Trata-se de uma interrogativa indireta.)

CONECTIVOS – PREPOSIÇÕES E CONJUNÇÕES


Duas classes de palavras possuem a função específica de conectar elementos da frase: a
preposição e a conjunção. Além dessas classes, também atuam como elementos de coesão os
pronomes, em especial os pessoais, demonstrativos e relativos.

PREPOSIÇÃO
Classe de palavras que serve para estabelecer conexão entre uma palavra e outra.
Exemplo: Um homem de chapéu me olhou com desconfiança. (com = preposição)
As preposições mais usuais são: a, ante, após, até, com, contra, de, desde, em, entre, para,
perante, per, por, sem, sob, sobre, trás.
CONJUNÇÃO

Classe de palavras que estabelece conexão entre uma oração e outra.


Exemplo:
Só me declararam que o tempo estava bom.

Note que o “que” conecta a oração “Só me declararam” com a oração “O tempo estava bom”.
Chegou atrasado, pois seu carro estava no conserto.
Note que o “pois” conecta a oração “Chegou atrasado” com a oração “Seu carro estava no
conserto”).
É importante frisar a diferença entre “preposição” e “conjunção”. Mais uma vez, a primeira
conecta palavras,
enquanto que a segunda conecta orações. Observe as frases a seguir:
Paramos diante do prédio.
À medida que pesquisávamos mais sobre o assunto, adquiríamos mais segurança.
A expressão “diante de”, na frase I, é uma locução prepositiva, pois conecta as palavras
“Paramos” e “prédio”.
Já a expressão “À medida que”, na frase II, é uma locução conjuntiva, pois conecta duas
orações:
“Pesquisávamos mais sobre o assunto” e “Adquiríamos mais segurança”.
PORTUGUÊS
VERBOS
SUMÁRIO

PORTUGUÊS 3

O QUE VOCÊ ENCONTRARÁ NESTE MATERIAL?

VERBOS

CLASSIFICAÇÃO DOS VERBOS

FORMAS NOMINAIS

LOCUÇÕES VERBAIS

FLEXÕES VERBAIS

NÚMERO E PESSOA

MODOS VERBAIS

TEMPOS VERBAIS

EMPREGO DOS MODOS E TEMPOS VERBAIS

CORRELAÇÃO DOS TEMPOS VERBAIS

VERBOS NOTÁVEIS

VOZES VERBAIS
VERBOS
Um dos principais assuntos está aqui, em especial dos tópicos referentes à conjugação verbal e
às vozes verbais, frequentemente cobrados em provas de concurso. Os verbos são uma das
mais importantes classes de palavras, pois, a partir deles, estrutura-se toda a análise sintática.

CLASSIFICAÇÃO DOS VERBOS


VERBOS QUANTO À TERMINAÇÃO
1ª conjugação

Assim são classificados os verbos com terminação –AR. Exemplos: amar, falar, pular, etc.

2ª conjugação

Assim são classificados os verbos com terminação –ER e –OR (pôr e derivados). Exemplos:
fazer, vender, comer, pôr, repor, dispor, etc.

3ª conjugação

Assim são classificados os verbos com terminação –IR. Exemplos: proibir, permitir, imprimir, etc.

VERBOS QUANTO À CONJUGAÇÃO


VERBOS REGULARES
São aqueles que mantém o mesmo radical em toda a sua conjugação.
Ex: Verbo "Falar":

Eu falo
Tu falas
Ele Fala
Nós Falamos
Vós Falais
Eles Falam
VERBOS IRREGULARES

Assim são chamados os verbos que se afastam do modelo geral, por apresentarem alterações
no radical em algumas flexões.

Exemplos: dizer (eu digo), caber (eu caibo), fazer (eu faço), medir (eu meço)

IMPORTANTE!
Deve-se tomar o devido cuidado com as conjugações de alguns verbos
irregulares, principalmente os derivados de
ter, ver, vir e pôr
Exemplos:
tenho(ter) – detenho (deter) – retenho (reter) – obtenho (obter)
tive(ter) – detive (deter) – retive (reter) – obtive (obter)
pus(pôr) – compus (pôr) – repus (repor)
viu(ver) – reviu (rever) – previu (prever)
veio(vir) – interveio (intervir) – adveio (advir)

CUIDADO COM AS CONTRUÇÕES "ELE INTERVIU


OU ELES INTERVIRAM"!
ISSO ESTÁ INCORRETO!
ELE INTERVEIO
ELES INTERVIERAM

CORRETO

Vejamos uma recentíssima questão da banca FGV acerca do tema:

Ano: 2023 Banca: FGV Órgão: SEFAZ- MT Prova: FGV - 2023 - SEFAZ- MT - Fiscal de
Tributos Estaduais (FTE) - Manhã

Todas as frases a seguir foram escritas em segunda pessoa do singular.

Assinale a opção que indica a frase que está corretamente modificada para a terceira pessoa.

A) Tu te entretiveste toda a manhã com as crianças. Você se entreteu toda a manhã com as
crianças.
B) Faz de conta que o dinheiro é teu e gasta-o como queiras. / Faça de conta que o dinheiro é
seu e gasta-o como queira.
C) Tu intervieste no momento certo. /Você interviu no momento certo.
D) Ri livremente porque o riso é sinal de felicidade. / Rias livremente porque o riso é sinal de
felicidade.
E) Sê feliz com os teus. / Seja feliz com os seus.

Perceba que as construções grifadas em vermelho estão inadequadas, pois não respeitaram as
regras de derivação.
Na letra "A", o correto seria "entreteve" e na letra "C", "interveio".

VERBOS DEFECTIVOS:

Assim são chamados os verbos que não possuem conjugação completa, ou seja, são
defeituosos.
Exemplos:
A flexão de “colorir” na 1ª pessoa do singular do Presente do Indicativo é “Eu ...”. Se você
pensou “coloro”, essa forma não existe! O verbo “colorir” é, portanto, defectivo!
A flexão de “falir” na 1ª pessoa do singular do Presente do Indicativo é “Eu ...”. Se você pensou
“falo”, aí é verbo “falar”; se você falou “falho”, aí é verbo “falhar”. Essa flexão não existe! O
verbo “falir” é, portanto, defectivo!
VERBOS ANÔMALOS:

Assim são chamados os verbos anormais, pois não possuem radical fixo. Os exemplos mais
citados de verbos anômalos são “ser” e “ir”, pois apresentam alterações profundas no radical

SER: eu sou, tu és, ele é, eu fui, tu foste, ele foi, eu era, tu eras, ele era, eu serei,
tu serás, ele será...
IR: eu vou, tu vais, ele vai, eu fui, tu foste, ele foi, eu ia, tu ias, ele ia, eu irei, tu
irás, ele irá...

VERBOS ABUNDANTES:

Assim são chamados os verbos que apresentam duas ou mais formas para uma mesma
conjugação, normalmente no particípio. Para efeito de concurso, interessa saber quais verbos
possuem mais de um particípio e quando usamos uma ou outra forma.

O particípio é uma das três formas nominais – infinitivo, gerúndio e particípio – e caracteriza-se
pela terminação “-ado” e “-ido” na forma regular.

ADO IDO
os particípios podem se apresentar na forma regular, caracterizada pelas terminações “ado” e
“ido”; ou na forma irregular, também chamada de reduzida, com terminações diversas. Há
verbos que só possuem a forma regular de particípio – é o caso dos verbos CHEGAR
(CHEGADO) e TRAZER (TRAZIDO); há verbos que só possuem a forma irregular de particípio
– é o caso dos verbos FAZER (FEITO) e ESCREVER (ESCRITO); e há os verbos abundantes,
que admitem tanto a forma regular como a irregular.

IMPORTANTE
Equivocadamente se utilizam as formas “chego” e “trago” como particípios,
acompanhadas geralmente pelos verbos auxiliares ter e haver. Muito cuidado! Os
particípios de “chegar” e “trazer” são “chegado” e “trazido”, respectivamente!

Exemplos:
Eu tinha chego atrasado. (ERRADO)
Eu tinha chegado atrasado. (CERTO)
Eu havia trago muitos presentes da viagem. (ERRADO)
Eu havia trazido muitos presentes da viagem. (CERTO)
Principais verbos abundantes: aceitar (aceitado e aceito); acender (acendido e aceso); eleger
(elegido e eleito); entregar (entregado e entregue); expulsar (expulsado e expulso); extinguir
(extinguido e extinto); imprimir (imprimido e impresso); limpar (limpado e limpo); pagar (pagado
e pago); pegar (pegado e pego); prender (prendido e preso); salvar (salvado e salvo); soltar
(soltado e solto); suspender (suspendido e suspenso).

Principais verbos que possuem apenas um particípio: abrir (aberto); beber (bebido); chegar
(chegado); cobrir (coberto); escrever (escrito); fazer (feito); trazer (trazido).

ATENÇÃO
COMBINAÇÕES DOS VERBOS

FORMA COM OS AUXILIARES


REGULAR TER OU HAVER

FORMA AUXILIARES SER,


IRREGULAR ESTAR OU FICAR.

Exemplos:
Corri atrás de Paulo, mas ele já tinha pegado o ônibus.
(Forma regular de particípio, com a presença do auxiliar TER)
O ladrão foi pego em flagrante.
(Forma irregular de particípio, com a presença do auxiliar SER)

VERBOS PRONOMINAIS
Assim são chamados os verbos empregados acompanhados de pronome oblíquo átono, que
pode exercer função reflexiva (= a mim mesmo; a ti mesmo; a si mesmo...), recíproca (um ao
outro, um para o outro, um com o outro, etc.) ou simplesmente ser uma parte integrante do
verbo.

Há verbos que sempre serão pronominais, como é o caso de “suicidar-se”, “queixar-se,


“(in)dignar-se”, “arrepender-se”, “esforçar-se”.
Há verbos que ocasionalmente serão pronominais, como é o caso de “enganar-se”, “orgulhar-
se”, “alegrar-se”, “lembrar-se” e “esquecer-se”.
TODO CUIDADO COM AS FORMAS LEMBRAR-SE E ESQUECER-SE!
QUEM LEMBRA, ALGO OU
LEMBRA... ALGUÉM

QUEM SE LEMBRA, DE ALGO OU DE


LEMBRA-SE... ALGUÉM
VERBOS QUANTO À FUNÇÃO
VERBOS AUXILIARES:
Assim são chamados os verbos que se juntam às formas nominais (infinitivo, gerúndio ou
particípio) de um verbo principal, flexionando-se em número, pessoa, tempo e modo.
Exemplos:
Tenho corrido muito. Há de haver outro modo de chegar.
Principais verbos auxiliares: ter, haver, ser, estar, ir.
VERBOS PRINCIPAIS:
Assim são chamados aqueles verbos que conservam seu significado pleno nas frases em são
empregados.
Quando acompanhados de auxiliares, apresentam-se numa das três formas nominais –
infinitivo, gerúndio ou particípio.
Os auxiliares sempre vêm antes e o principal vem por último, moçada, numa das três formas
nominais.
Os principais verbos auxiliares são ter, haver, ser, estar. Há outros que são ocasionalmente
auxiliares, como ir, vir, andar, tornar, ficar, dever, acabar, começar e outros.
VERBOS VICÁRIOS
Assim são chamados os verbos que substituem outros verbos, com o intuito de evitar
repetições desnecessárias.
Não consigo jogar futebol hoje como conseguia jogar no passado.
Note que a forma verbal “conseguir jogar” está repetida na frase. Podemos evitar essa
incômoda repetição, substituindo-a pelo verbo “fazer”, acompanhado do pronome
demonstrativo “o”.
Perceba: Não consigo jogar futebol hoje como o fazia no passado.
VERBOS CAUSATIVOS E SENSITIVOS
Os verbos causativos são assim chamados porque exprimem uma relação de causa. São eles:
"fazer", "mandar" e "deixar".
Já os verbos sensitivos são assim chamados porque indicam a existência de um dos sentidos.
São eles: “ver", "sentir", "ouvir", “imaginar”, etc.

FORMAS NOMINAIS
São três as formas nominais: Infinitivo, Gerúndio e Particípio. Elas assim são chamadas, pois
podem exercer funções sintáticas próprias de nomes – substantivos, adjetivos e advérbios.
Exemplos: SUJEITO
Estudar faz bem para a alma.
ADVÉRBIO
Saiu correndo da sala de aula.
É uma pessoa iluminada por Deus.
ADJETIVO
INFINITIVO
O Infinitivo pode se apresentar na forma impessoal, ou seja, na forma não flexionada, com as
terminações AR (verbos de 1ª conjugação), ER (verbos de 2ª conjugação) ou IR (verbos de 3ª
conjugação).
Além de serem derivados de substantivos, tais adjetivos não admitem graus de intensidade. São
objetivos.
Pode também se apresentar na forma pessoal, ou seja, na forma flexionada, concordando com
a pessoa gramatical. Veja a seguir as formas flexionadas de infinitivo e fique atento às
desinências de número e pessoa:
Esse assunto é para eu estudar
Esse assunto é para tu estudares
Esse assunto é para ele estudar
Esse assunto é para nós estudarmos
Esse assunto é para vós estudardes
Esse assunto é para eles estudarem

Quando inserido numa locução verbal como um dos auxiliares ou como verbo
principal, o infinitivo não admite a forma flexionada.

GERÚNDIO

O Gerúndio apresenta como desinência característica a terminação NDO (lendo, fazendo,


trabalhando, estudando, etc.).
Essa forma nominal expressa uma ideia de continuidade da ação
Ex: O jogador está correndo atrás da bola.

PARTICÍPIO

Como já mencionado, o particípio pode se apresentar na forma regular, com as terminações


ADO (para verbos de 1ª conjugação) e IDO (para verbos de 2ª e 3ª conjugações); e na forma
irregular, também chamada de reduzida.

LOCUÇÕES VERBAIS

As locuções verbais (ou perífrases verbais) são formadas por verbos auxiliares ligados a um
verbo principal no infinitivo, gerúndio ou particípio. Constituem uma única unidade de sentido,
como se equivalessem a um único verbo.

As locuções são formadas por dois ou mais verbos, mas se


comportam como algo único, indissociável, inseparável.
Ex: Eu estava estudando ontem!
Ex2: Eu iria ser aprovado se estivesse estudando bastante.

LOCUÇÕES VERBAIS
FLEXÕES VERBAIS
Os verbos são palavras variáveis, que se flexionam em número, pessoa, tempo, modo e voz.

NÚMERO E PESSOA
1ª pessoa – a que fala; 2ª pessoa – a com quem se fala; a 3ª pessoa – a de quem se fala.

MODOS VERBAIS
Os modos verbais indicam as diversas maneiras como um fato pode realizar-se. São três os
modos verbais: Indicativo, Subjuntivo e Imperativo.

INDICATIVO

Apresenta o fato como certo ou real no momento da fala.

Ex: Eu passarei no concurso dos meus sonhos.

SUBJUNTIVO

Apresenta o fato como duvidoso, provável, incerto no momento da fala. Expressa, assim, uma
hipótese, condição ou um desejo do ponto de vista de quem fala ou escreve.

Ex: Se eu estudar bem, passarei no concurso.

ATENÇÃO! O SUBJUNTIVO GERALMENTE SE APRESENTA COM


PALAVRAS CARACTERÍSTICAS QUE O IDENTIFICAM COMO: se
(condicional, equivalendo a “caso”), caso, talvez, é possível, é provável, pode
ser, quem sabe, etc.

IMPERATIVO

O modo Imperativo indica ordem, pedido, conselho. são verbos que se dirigem a um falante,
expressando uma solicitação, uma sugestão ou um mandamento.

Ex: Pague a conta. Estude para o concurso. Acorde cedo.

TEMPOS VERBAIS
A flexão de tempo serve para situar a ocorrência do fato em relação ao momento em que se
fala.
MODO TEMPO

Presente
Pretérito (Perfeito –
Simples/Composto, Imperfeito, Mais-
INDICATIVO que-Perfeito – Simples/Composto),
Futuro (do Presente –
Simples/Composto, do Pretérito -
Simples/Composto)

Presente
Pretérito (Imperfeito, Perfeito –
SUBJUNTIVO Composto, Mais que Perfeito –
Composto)
Futuro – Simples/Composto.

Imperativo Afirmativo, Imperativo


IMPERATIVO
Negativo

DICA: A MELHOR FORMA DE SE


APRENDER VERBOS É
TREINANDO, CONJUGANDO.
NÃO É PRODUTIVO TENTAR
DECORAR AS TERMINAÇÕES
PRESENTES NAS GRAMÁTICAS.

Portanto, mostrarei a conjugação do ver amar em todos os tempo e modos,


aconselhando você a realmente treinar:
PRESENTE DO INDICATIVO PRETÉRITO PERFEITO PRETÉRITO IMPERFEITO
EU AMO EU AMEI EU AMAVA
TU AMAS TU AMASTE TU AMAVAS
ELE AMA ELE AMOU ELE AMAVA
NÓS AMAMOS NÓS AMAMOS NÓS AMÁVAMOS
VÓS AMAIS VÓS AMASTES VÓS AMÁVEIS
ELES AMAM ELES AMARAM ELES AMAVAM
NO FUNDO, VOCÊ
ESTÁ ACABADO. VOCÊ
AINDA AMA. ESTÁ
NÃO AMA MAIS
INACABO, IMPERFEITO
PRETÉRITO MAIS QUE FUTURO DO PRESENTE FUTURO DO PRETÉRITO
PERFEITO EU AMAREI EU AMARIA
EU AMARA TU AMARÁS TU AMARIAS
TU AMARAS ELE AMARÁ ELE AMARIA
ELE AMARA NÓS AMAREMOS NÓS AMARÍAMOS
NÓS AMÁRAMOS VÓS AMAREIS VÓS AMARÍEIS
VÓS AMÁREIS ELES AMARÃO ELES AMARIAM
ELES AMARAM
MODO SUBJUNTIVO

PRESENTE PRETÉRITO IMPERFEITO FUTURO


QUE EU AME SE EU AMASSE QUANDO EU AMAR
QUE TU AMES SE TU AMASSES QUANDO TU AMARES
QUE ELE AME SE ELE AMASSE QUANDO ELE AMAR
QUE NÓS AMEMOS SE NÓS AMÁSSEMOS QUANDO NÓS AMARMOS
QUE VÓS AMEIS SE VÓS AMÁSSEIS QUANDO VÓS AMARDES
QUE ELES AMEM SE ELES AMASSEM QUANDO ELES AMAREM

ATENÇÃO! CUIDADO PARA NÃO


CONFUNDIR COM A INTERJEIÇÃO
"AMÉM", PRINCIPALMENTE EM
QUESTÕES DE ACENTUAÇÃO
GRÁFICA. OLHE O CONTEXTO!

MODO IMPERATIVO

AFIRMATIVO NEGATIVO
---------- -------
AMA TU NÃO AMES TU
AME VOCÊ NÃO AME VOCÊ
AMEMOS NÓS NÃO AMEMOS NÓS
AMAI VÓS NÃO AMEIS VÓS
AMEM VOCÊS NÃO AMEM VOCÊS
OBSERVAÇÃO
CUIDADO COM A CONJUNGAÇÃO DO VERBO "PÔR" NO PRETÉRITO
IMPERFEITO DO SUBJUNTIVO: O CORRETO É "SE ELE PUSESSE"!
CORRELAÇÃO ENTRE TEMPOS E MODOS VERBAIS

Atenção! Este assunto é bastante cobrado em provas!

Para não perder tempo, vamos ao que interessa. Sempre se correlacionam:

Futuro do Subjuntivo – Futuro do Presente do Indicativo

Ex: Se você estudar, passará no concurso


FUTURO DO PRESENTE DO INDICATIVO
FUTURO DO SUBJUNTIVO

Ex: Quando você for nomeado, comemoraremos a semana toda.


FUTURO DO PRESENTE DO INDICATIVO
FUTURO DO SUBJUNTIVO

Pretérito Imperfeito do Subjuntivo – Futuro do Pretérito do


Indicativo

Ex: Se você estudasse, passaria no concurso


PRETÉRITO IMPERFEITODO SUBJUNTIVO FUTURO DO PRETÉRITO DO INDICATIVO

Ex: Se você dormisse cedo, não estaria com sono.


PRETÉRITO IMPERFEITODO SUBJUNTIVO FUTURO DO PRETÉRITO DO INDICATIVO

VERBOS NOTÁVEIS

Alguns verbos merecem especial atenção. É o caso dos verbos TER, VER, VIR, PÔR e
derivados, amplamente cobrados em provas.
É muito importante que você saiba conjugação do SER e IR, por serem auxiliares de frequente
uso e pelo fato de serem anômalos. Além disso, ganham destaque os falsos cognatos QUERER
e REQUERER; VER e REAVER; VER e PROVER. Por fim, você deve tomar cuidado com verbos
terminados em UAR, EAR e IAR .

VERBOS SER E IR

SER

PRETÉRITO PRETÉRITO PRETÉRITO MAIS FUTURO DO FUTURO DO


PRESENTE
PERFEITO IMPERFEITO QUE PERFEITO PRESENTE PRETÉRITO

EU SOU EU FUI EU ERA EU FORA EU SEREI EU SERIA


TU ÉS TU FOSTE TU ERAS TU FORAS TU SERÁS TU SERIAS

ELE É ELE FOI ELE ERA ELE FORA ELE SERÁ ELE SERIA

NÓS SOMOS NÓS FOMOS NÓS ÉRAMOS NÓS FÔRAMOS NÓS SEREMOS NÓS SERÍAMOS

VÓS
VÓS SOIS VÓS ÉREIS VÓS FÔREIS VÓS SEREIS VÓS SERÍEIS
FOSTES

ELES
ELES SÃO ELES ERAM ELES FORAM ELES SERÃO ELES SERIAM
FORAM

MODO SUBJUNTIVO MODO IMPERATIVO

PRETÉRITO
PRESENTE FUTURO AFIRMATIVO NEGATIVO
IMPERFEITO

SE EU QUANDO EU
QUE EU SEJA SÊ TU NÃO SEJAS TU
FOSSE FOR

SE TU QUANDO TU
QUE TU SEJAS SEJA VOCÊ NÃO SEJA VOCÊ
FOSSES FORES

SE ELE QUANDO ELE NÃO SEJAMOS


QUE ELE SEJA SEJAMOS NÓS
FOSSE FOR NÓS

QUE NÓS SE NÓS QUANDO NÓS


SEJAI VÓS NÃO SEJAIS VÓS
SEJAMOS FÔSSEMOS FORMOS

SE ELES QUANDO ELES NÃO SEJAM


QUE ELES SEJAM SEJAM VOCÊS
FOSSEM FOREM VOCÊS

IR

PRETÉRITO PRETÉRITO PRETÉRITO MAIS FUTURO DO FUTURO DO


PRESENTE
PERFEITO IMPERFEITO QUE PERFEITO PRESENTE PRETÉRITO

EU VOU EU FUI EU IA EU FORA EU IREI EU IRIA

TU VAIS TU FOSTE TU IAS TU FORAS TU IRÁS TU IRIAS

ELE VAI ELE FOI ELE IA ELE FORA ELE IRÁ ELE IRIA

NÓS
NÓS VAMOS NÓS ÍAMOS NÓS FÔRAMOS NÓS IREMOS NÓS IRÍAMOS
FOMOS

VÓS
VÓS IDES VÓS ÍEIS VÓS FÔREIS VÓS IREIS VÓS IRÍEIS
FOSTES
ELES VÃO ELES FORAM ELES IAM ELES FORAM ELES IRÃO ELES IRIAM

SUBJUNTIVO IMPERATIVO

PRETÉRITO
PRESENTE FUTURO AFIRMATIVO NEGATIVO
IMPERFEITO

SE EU QUANDO EU
QUE EU VÁ VAI TU NÃO VÁS TU
FOSSE FOR

SEU TU QUANDO TU
QUE TU VÁS VÁ VOCÊ NÃO VÁ VOCÊ
FOSSES FORES

SE ELE QUANDO ELE NÃO VAMOS


QUE ELE VÁ VAMOS NÓS
FOSSE FOR NÓS

SE NÓS QUANDO NÓS


QUE NÓS VAMOS IDE VÓS NÃO VADES VÓS
FÔSSEMOS FORMOS

SE ELES QUANDO
QUE ELES VÃO VÃO VOCÊS NÃO VÃO VOCÊS
FOSSEM ELES FOREM

NÃO É DERIVADO DO VERBO QUERER! CUIDADO!


QUERER e REQUERER; VER e REAVER; VER e PROVER
Atenção! O verbo REAVER
NÃO DERIVA DO VERBO
VER! Eles não têm nada a ver
um com outro! O verbo
REAVER deriva de HAVER

EU HOUVE -> EU REOUVE (CERTO)

SÃO VERBOS MUITO COBRADOS NAS PROVAS! NÃO SE ESQUEÇA DE QUE O


VERBO HAVER NO SENTIDO DE EXISTIR É IMPESSOAL!
ABAIXO, SEGUIMOS COM A CONJUGAÇÃO:
Cuidado com os falsos cognatos VER e PROVER! As provas
costumam afirmar que o verbo PROVER como derivado de
VER. Eles não têm nada a ver um com outro, embora em
algumas conjugações sejam similares.

VERBOS TERMINADOS EM -EAR

VERBOS TERMINADOS EM -IAR

VERBOS TERMINADOS EM -UAR

VOZES VERBAIS
Há três tipos de vozes: a VOZ ATIVA (sujeito = agente); a VOZ PASSIVA (sujeito = paciente);
e a VOZ REFLEXIVA (sujeito = agente + paciente)

SINTÉTICA: VENDEM-SE CASAS.


SUJEITO

VOZ PASSIVA PARTÍCULA APASSIVADORA


VTD

ANALÍTICA: CASAS SÃO VENDIDAS.

SUJEITO

MUITO IMPORTANTE:

SE VOCÊ TIVER 1 VERBO NA VOZ PASSIVA SINTÉTICA, DEVERÁ TER 2 NA VOZ PASSIVA
ANALÍTICA, COMO NO EXEMPLO ACIMA.
SE TIVER 2 VERBOS NA SINTÉTICA, SERÃO 3 NA ANALÍTICA.

TRANSPOSIÇÃO DAS VOZES DO VERBO


EU CONSTRUÍ A CASA

VOZ ATIVA

CASA FOI CONSTRUÍDA POR MIM

VOZ PASSIVA ANALÍTICA

PRECISA-SE DE FUNCIONÁRIOS.
ATENÇÃO. NESTE CASO, O "SE" FUNCIONA COMO
ÍNDICE DE INDETERMINAÇÃO DO SUJEITO.
JAMAIS AFIRME QUE SE TRATA DE VOZ PASSIVA

QUEM PRECISA, PRECISA DE ALGO!


VTI.
SÓ EXISTE VOZ PASSIVA COM VTD

Vejamos esta questão da banca FGV, do concurso para o Senado Federal realizado em 2022:
Em todas as frases abaixo foi feita a transformação da voz passiva pronominal (+ se) pela voz
passiva com auxiliar (+ ser). Assinale a frase em que essa transformação foi feita de forma
adequada.

A) O tempo perdido não se encontra nunca mais / O tempo perdido nunca mais foi
encontrado.
B) Se odeia com excesso quando se odeia um irmão / Odeia-se com excesso quando um
irmão é odiado.
C) Desse modo, nunca se faria um bom trabalho / Desse modo, um bom trabalho nunca era
feito.
D) Espero que se elabore um bom plano / Espero que um bom plano fosse elaborado.
E) O desejo era construir-se uma casa nova / O desejo era que uma casa nova fosse
construída.
Perceba que em todas as alternativas houve mudança do verbo, entre tempos e modos, menos
na letra "B"
PORTUGUÊS
SINTAXE
SUMÁRIO

PORTUGUÊS 4

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SINTAXE – CONCEITOS INICIAIS


FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO
Frase

SINTAXE DA ORAÇÃO
SUJEITO
Sujeito Determinado
Sujeito Indeterminado
Sujeito Inexistente

TERMOS ASSOCIADOS AO VERBO


Verbos de Ligação
Verbos Nocionais
Complementos Verbais (OD e OI)
Adjuntos Adverbiais
Passo a Passo da Análise Sintática da Oração
Agente da Passiva

TERMOS ASSOCIADOS AO NOME

Adjunto Adnominal
Predicativo
Adjunto Adnominal vs. Predicativo
Complemento Nominal
Adjunto Adnominal vs. Complemento Nominal
Aposto

TIPOS DE PREDICADO

Predicado Verbal
Predicado Nominal
Predicado Verbo-Nominal

VOCATIVO
SINTAXE – CONCEITOS INICIAIS
FRASE, ORAÇÃO E PERÍODO
Essa seção da Gramática está preocupada com a frase, no que se refere à sua construção
Sem delongas, fundamental diferenciar: Frase, oração e período.

FRASE
A frase é um enunciado de sentido completo, podendo ser verbal ou nominal.

Que beleza! (Frase Nominal) Simples (1 verbo)


Chegaram tarde ao encontro. (Frase Verbal) Período
Composto (2 ou + Verbos

A oração é toda estrutura em torno de um verbo ou locução verbal.


Para contar o número de orações dentro de um período, contabilizam-se quantas estruturas
verbais - verbos e locuções verbais – nele possuímos.

1(uma) estrutura verbal 1(uma) oração no período

2(duas) estruturas verbais 2(duas)orações


1ª oração 2ª oração 3ª oração
Exemplo:
O jogador pediu encarecidamente|que seus companheiros passassem a bola,| pois estão sendo
muito fominhas. Muitos, no entanto, não deram ouvidos. Uma pena!

Quantas frases temos acima: 3 frases.


Quantos períodos: 2 períodos, pois precisa ter verbo. APENAS AS 2 PRIMEIRAS POSSUEM.

A período laranja é composto, pois há mais de uma oração.

SINTAXE DA ORAÇÃO

PERÍODO SIMPLES: É aquele que possui uma oração.


Dentro da oração temos: Sujeito + predicado.

SUJEITO

TERMOS
ESSENCIAIS
DA ORAÇÃO

PREDICADO
I. Sujeito
II. Termos Associados ao Verbo
 Complementos Verbais – OD e OI
 Adjuntos Adverbiais
 Agente da Passiva) FUNÇÕES
III. Termos Associados ao Nome
 Adjunto Adnominal SINTÁTICAS
 Predicativo
 Complemento Nominal
 Aposto
IV. Vocativo

SUJEITO VOCÊ PRECISA SABER ACHAR O SUJEITO DA ORAÇÃO!

A definição mais usada para o sujeito é aquele em que diz ser o agente que pratica a ação do
verbo.

Ex: O menino estudo tanto, que passou no concurso.

O obviamente o sujeito é menino. Pergunte ao verbo: Quem estudo tanto?

VOCÊ JÁ DEVE SABER QUE NAS PROVAS


NÃO VEM FÁCIL DESSA FORMA.
GERALMENTE AS ORAÇÕES APARECEM NA
ORDEM INVERSA, CONFORME ABAIXO:

Desde cedo, chegou feliz em casa, cheia de compras, minha esposa.

QUEM É O SUJEITO?
Quem chegou feliz em casa? MINHA ESPOSA.

Antes, vamos estudar os tipos de sujeito, pois impactará principalmente em concordância


verbal.

Sujeito Determinado

Sujeito Simples

Ex: O menino estudo tanto, que passou no concurso.

Atenção: Sujeito simples - O menino (núcleo do sujeito: MENINO)


Exemplos:
A oferta de novos postos de trabalhos nas principais capitais brasileiras sofreram queda
acentuada nos primeiros meses do ano. SOFREU

CUIDADO COM ESSAS ARMADILHAS: O NÚCLEO DO SUJEITO É "OFERTA"

Sujeito Composto

Ex: O menino e seu amigo estudaram tanto, que passaram no concurso.

Atenção: Sujeito composto - O menino e seu amigo (núcleos do sujeito:


MENINO E AMIGO)

Sujeito Oculto

Ex: Acertamos a questão mais difícil da prova.

SUJEITO: NÓS

ATENÇÃO: Esqueceram de apagar a luz.

SUJEITO INDETERMINADO! NÃO "INVENTE" QUE O SUJEITO SÃO "ELES"!

ATENÇÃO: Precisam-se de funcionários

SUJEITO INDETERMINADO! VTI + SE!

ATENÇÃO: Vive-se em ambientes frios!

SUJEITO INDETERMINADO! VI + SE!

Sujeito Inexistente

A oração sem sujeito ocorre a partir de um verbo impessoal, em que a flexão de pessoa é
ausente.

Sua flexão será sempre na 3ª pessoa do singular!

Verbos que denotam fenômenos da natureza

Verbos HAVER, no sentido de EXISTIR, OCORRER, ACONTECER

Verbos FAZER e HAVER associado à ideia de TEMPO DECORRIDO


Verbos SER, ESTAR, PARECER, FICAR, FAZER, “PASSAR DE” indicando tempo
meteorológico, cronológico ou condições naturais

Verbos “BASTAR DE” e “CHEGAR DE” em imperativos.

Verbos Auxiliares Impessoais “POR TABELA”.

O sujeito pode se apresentar na forma de oração. É o chamado sujeito oracional.


Ex: É necessário estudar bastante.
Quem é o sujeito? Estudar bastante.
ISSO MESMO! Quem ou o que é necessário? ESTUDAR BASTANTE!

PERCEBA O VERBO
Se tem verbo, É ORAÇÃO! Portanto, é uma Oração Subordinada Substantiva Subjetiva
Reduzida do Infinitivo.
Oração que exerce a função de sujeito! E reduzida porque é curta, possuindo apenas 1 verno
justamente no infinitivo.

TERMOS ASSOCIADOS AO VERBO

COMPLEMENTOS VERBAIS (OBJETO DIRETO E INDIRETO), ADJUNTOS ADVERBIAIS


E AGENTE DA PASSIVA.
Apesar do nome estranho, já foi objeto de prova!
VERBOS NOCIONAIS e NÃO NOCIONAIS
Os verbos NOCIONAIS são verbos que apresentam um sentido próprio, ou seja, possuem uma
noção de sentido associada.
Os verbos que denotam ação e fenômenos são nocionais. Ex: andar, amanhecer, cantar.
Já os NÃO NOCIONAIS, conhecidos também pelo nome de VERBOS DE LIGAÇÃO, são
verbos sem um sentido próprio, que carregam a ideia de ESTADO do ser.
Verbos de Ligação

Vamos listar os verbos de ligação tradicionais: SER (estado permanente), ESTAR (estado
momentâneo), FICAR (mudança de estado), PARECER (estado aparente), TORNAR-SE
(mudança de estado), CONTINUAR (continuidade de estado), PERMANECER (estado
permanente), etc.
Note que os verbos de ligação são assim chamados, pois fazem uma ponte entre o nome e um
atributo.
Esse atributo recebe um nome especial: trata-se da função sintática do PREDICATIVO.
Alguns verbos ora podem fazer menção a ações, ou seja, serão nocionais; ora podem fazer
menção a estado, ou seja, serão de ligação.
Exemplos: nocional
Ele anda muito depressa.
Ele anda meio irritado com a situação.

Não nocional
O verbo ANDAR é nocional na primeira frase, pois está associado a uma ação (troque “andar”
por “caminhar”). Já na segunda frase é de ligação, pois está associado à ideia de estado (troque
“andar” por “estar”).
Verbos Nocionais
Os verbos nocionais se dividem em INTRANSITIVOS (VI) e TRANSITIVOS (VT). Os verbos
intransitivos se apresentam nas orações completos, ou seja, eles não precisam de
complemento. Já os transitivos não são completos, necessitando dos tais complementos.
TRANSITIVOS DIRETOS (VTD)

VERBOS TRANSITIVOS TRANSITIVOS DIRETOS E INDIRETOS ou BITRANSITIVOS (VTDI)

TRANSITIVOS INDIRETOS (VTI)


Os OBJETOS DIRETOS são complementos que se ligam ao verbo SEM preposição.
Já os INDIRETOS se ligam ao verbo COM preposição.
COMPLEMENTOS VERBAIS (OD E OI)
É fundamental ficar atento para o contexto em que os verbos estão inseridos, pois um mesmo
verbo pode assumir diversas facetas, a exemplo do verbo falar.
VERBO INTRANSITIVO
I – Aquele senhor fala demais.
VERBO TRANSITIVO INDIRETO
II – Aquele senhor fala diariamente com os filhos.
III – Aquele senhor fala muitas histórias interessantes durante as aulas. VERBO TRANSITIVO DIRETO
IV – Aquele senhor fala muitas histórias interessantes para os demais alunos durante as aulas.
VERBO TRANSITIVO DIRETO E INDIRETO
O primeiro passo da análise sintática é sempre identificar o verbo. Na sequência você deve ir
em busca do sujeito.
Modifica o verbo
ADJUNTOS ADVERBIAIS

O adjunto adverbial apenas modifica o verbo, agregando-lhe uma circunstância.

Eu comprei ontem, às pressas, durante o intervalo do trabalho, as canetas.

ONTEM

3 adjuntos adverbiais DURANTE O INTERVALO DO TRABALHO

ÀS PRESSAS
Outra maneira de identificar os adjuntos adverbais é por meio do reconhecimento das
chamadas noções adverbiais ou circunstâncias verbais. Há várias delas. A seguir, uma lista
exemplificativa, e não exaustiva, das circunstâncias verbais:
- Tempo: Amanhã eu falarei com ele.
- Modo: Marina pediu-me gentilmente que fosse vê-la.
- Lugar: Estão todos aqui?
- Intensidade: Ele falou muito.
- Causa: Devido à chuva escassa, muitas plantas morreram.
- Afirmação: Certamente atenderei ao pedido.
- Negação: Não podemos esquecer de nossas responsabilidades.
- Dúvida: Talvez haja alguns problemas.
- Finalidade: Convidei meus amigos para um passeio.
- Meio: Viajarei de ônibus.
- Companhia: Fui ao museu com meus amigos.
- Instrumento: Redações devem ser escritas a lápis.
- Assunto: Falarei com ele sobre o ocorrido.
Vamos analisar sintaticamente uma oração:
Ainda resta esperança ao oponente.
Pergunta: Quem é o sujeito?
NÃO RESPONDA QUE É O OPONENTE. Pare de achar que o sujeito sempre é alguém ou o
nome de alguém.
Você precisa encontrar o sujeito de forma técnica. Vamos analisar:
Qual o verbo? Restar.
SUJEITO
Quem ou o que resta? ESPERANÇA.
Resta esperança A QUEM? AO OPONENTE. OBJETO INDIRETO

E o ainda? ADJUNTO ADVERBIAL DE TEMPO

AGENTE DA PASSIVA

É o termo da oração que complementa o sentido de um verbo na voz passiva, indicando-lhe o


ser que praticou a ação verbal.
O agente da passiva aparece muito na transposição das vozes do verbo. De maneira objetiva
vamos ver:
SUJEITO DA VOZ ATIVA
Ex: Eu construí a casa.
AGENTE DA PASSIVA
A casa foi construída por mim.

GRAVE ESTA DICA: O SUJEITO NA


VOZ ATIVA SERÁ O AGENTE DA
PASSIVA NA VOZ PASSIVA
TERMOS ASSOCIADOS AO NOME

As funções sintáticas associadas ao nome são: ADJUNTO ADNOMINAL, PREDICATIVO,


COMPLEMENTO NOMINAL e APOSTO.
ADJUNTO ADNOMINAL
O Adjunto Adnominal é o termo que modifica um substantivo de forma direta, SEM
INTERMEDIAÇÃO DE UM VERBO. Trata-se de uma função adjetiva, desempenhada por
adjetivos e locuções adjetivas, artigos, pronomes adjetivos e numerais adjetivos

Os meus queridos alunos do Danilo Concursos conquistaram cem mil aprovações nos mais
disputados concursos públicos do Brasil.

Todos os termos circulados em vermelho são adjuntos adnominais.

IMPORTANTE!
Não confunda o adjunto adverbial com o adjunto adnominal. O primeiro está
associado a verbo, adjetivo ou outro advérbio, ao passo que o último só tem
olhos para substantivo.

Exemplos:
Praticamos dança de salão.
 O termo “de salão” modifica o substantivo “dança”
 Trata-se de um adjunto adnominal.
Praticamos dança no salão.
 O termo “no salão” modifica o verbo “praticar” (praticar ONDE?)
 Trata-se de um adjunto adverbial.
PREDICATIVO
O predicativo pode ser do sujeito ou do objeto. Dizer de quem é o predicativo não é tão
complicado, pois basta verificar quem é modificado por ele, se o sujeito ou o objeto.
O fato de haver intermediação por parte de um verbo na ligação do nome ao predicativo é o
que diferencia este do adjunto adnominal.

DICA IMPORTANTE!
O verbo é de ligação
somente se ele estiver
ligado a um predicativo.
Predicativo do Sujeito
Eu fiquei em casa, durante esta manhã.
O verbo “ficar” não é de ligação, pois não está ligado a um predicativo. Ele é INTRANSITIVO.
Note que “em casa” é um adjunto adverbial de lugar e “durante esta manhã”, um adjunto
adverbial de tempo.
Eu fiquei em casa, durante esta manhã, pensativo.
Agora sim, o verbo “ficar” é de ligação. Ele está ligado ao predicativo do sujeito “pensativo”. Os
termos “em casa” e “durante esta manhã” são adjuntos adverbiais, respectivamente de lugar e
de tempo.
O recurso foi julgado improcedente pela comissão
Observe que “improcedente” é atributo de “recurso”, tendo a forma verbal “ser julgado” como
intermediário. O termo “improcedente” é, portanto, um predicativo do sujeito “O recurso”.
Predicativo do Objeto
O Predicativo do Objeto ocorre geralmente com os chamados verbos transobjetivos,
responsáveis por indicar julgamento, opinião ou designação.
Entre os principais verbos transobjetivos, destacamos julgar, achar, considerar, deixar, nomear,
etc.
A população o considerou um salvador da Pátria.
Deixei minhas alunas revoltadas.
Julguei impossível a classificação do time para a série A.
Achei bem organizado seu projeto.
Chamaram-lhe de impostor.

ADJUNTO ADNOMINAL X PREDICATIVO

O adjunto adnominal modifica diretamente o


nome, sem intermediação de verbo. Trata-se de
uma característica intrínseca do nome.
Já o predicativo modifica o nome com
intermédio de um verbo – ligação ou
transobjetivo. Trata-se de uma qualidade
momentânea, circunstancial, atribuída ao nome.

Complemento Nominal
Os nomes também podem pedir complemento. Os Complementos Nominais preenchem
lacunas de sentido deixadas por substantivos, adjetivos ou advérbios
Ex: Nós temos amor por nossa família.
Note que o substantivo “amor” pede complemento (Amor por quê/quem?) ;
O termo “por nossa família” é, portanto, complemento nominal.

Ex: Seja sempre fiel a seus princípios.


Note que o adjetivo “fiel” pede complemento (Fiel a quê/quem?) ;
O termo “a seus princípios” é, portanto, complemento nominal.
Aposto
O aposto é uma função sintática cujo núcleo é um substantivo ou pronome substantivo e tem
por função explicar, esclarecer, resumir, desenvolver ou especificar outro termo da oração.
Possui várias classificações, entre as quais se destacam o especificador, o enumerativo, o
resumidor ou recapitulativo, o distributivo e, o mais famoso deles, o explicativo.

Aposto Especificador
Esse aposto particulariza um termo, especificando-o. Veja as frases a seguir:
O professor Danilo acredita no potencial dos seus alunos.
Dentre tantos professores, está-se especificando qual deles: Danilo.
Trata-se de um aposto especificador, portanto.
IMPORTANTE
Não confunda o aposto especificador com o adjunto adnominal. O primeiro guarda
uma relação de equivalência com o nome; o segundo, não!
A cidade de Brasília está em festa.
(cidade = A; Brasília = B; A = B, o que faz de “de Brasília” um aposto especificador)
O clima de Brasília é muito maluco.
(clima = A; Brasília = B; A ≠ B, o que faz de “de Brasília” um adjunto adnominal)

Aposto Enumerativo

Como o próprio nome diz, expressa enumerações, introduzidas geralmente por dois pontos ou
expressões de enumeração – como, tais como, a saber, entre os quais, etc.

Ex: Várias foram as razões do acidente aéreo: o mau tempo, a imperícia do piloto, a falta de
manutenção da aeronave, o desleixo dos operadores de voo, etc.

Aposto Resumidor ou resumitivo


O aposto resumidor cumpre uma função oposta à do enumerativo. Enquanto este detalha os
termos componentes da enumeração, aquele aglutina todos os elementos da enumeração
geralmente num pronome indefinido. Observe:
Ex: O mau tempo, a imperícia do piloto, a falta de manutenção da aeronave, o desleixo dos
operadores de voo, tudo isso causou o acidente aéreo.

Aposto Distributivo
Como o próprio nome diz, esse aposto distribui informações relativas a termos já citados.
Observe:
Ex: Direito Constitucional e Direito Civil são disciplinas que me dão nos nervos: a primeira, com
suas infindáveis mandamentos; a segunda, com suas regras repletas de exceções.

Aposto Explicativo
O aposto explicativo consiste numa informação adicional referente a um nome. Caracteriza-se
por ser isolado por vírgulas, travessões ou parênteses.
Observe:
Língua Portuguesa, uma das mais fascinantes disciplinas, é matéria chave em qualquer
concurso.

TIPOS DE PREDICADO

Predicado Verbal
O predicado verbal é aquele cujo núcleo significativo é um verbo nocional. Não há verbos de
ligação nem predicativos nesse tipo de predicado.
Exemplos:
Os homens trabalhavam muito. (Núcleo do Predicado: trabalhavam)
Chove muito nesta época do ano. (Núcleo do Predicado: chove)

Predicado Nominal
O predicado nominal é aquele cujo núcleo significativo é um predicativo. Nele há presença de
verbo de ligação.
Exemplos:
Ela é muito bonita. (Verbo de Ligação + Predicativo Núcleo do Predicado)
Antônio é um bom aluno. (Verbo de Ligação + Predicativo Núcleo do Predicado)
Ele estava triste. (Verbo de Ligação + Predicativo Núcleo do Predicado)

Predicado Verbo-Nominal
O predicado verbo-nominal é aquele que tem como núcleos significativos um verbo que não
seja de ligação e um predicativo.
Exemplos:
O dia amanheceu ensolarado.
 Núcleo verbal: amanheceu
 Núcleo nominal: ensolarado (predicativo do sujeito)

VOCATIVO
O vocativo é o termo utilizado para invocar alguém ou algo. É um chamamento, direcionado a
um interlocutor. Vem sempre isolado por vírgulas, esteja onde estiver na oração.
Exemplos:
Professor, o senhor poderia nos tirar uma dúvida?
Ajude-me, meu Deus, a entender Português!
“Meu caro amigo, me perdoe por favor / Se eu não lhe faço uma visita” (Chico Buarque)

BONS ESTUDOS! CONTINUE FIRME!


PORTUGUÊS
SINTAXE DE PERÍODO
COMPOSTO
SUMÁRIO

PORTUGUÊS 5

O QUE VOCÊ ENCONTRARÁ NESTE MATERIAL?

SINTAXE DO PERÍODO COMPOSTO


RELAÇÕES DE COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO
PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO
Orações Subordinadas Substantivas
Orações Subordinadas Adjetivas
Conjunção Integrante vs. Pronome Relativo
Funções Sintáticas dos Pronomes Relativos
Orações Subordinadas Adverbiais
Orações Subordinadas Reduzidas
Orações Subordinadas Justapostas e Orações Interferentes

PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO


Orações Coordenadas Assindéticas
Orações Coordenadas Sindéticas
FUNÇÕES DO QUE, SE E COMO
SINTAXE DO PERÍODO COMPOSTO
Aqui as conjunções e os pronomes relativos desempenham fundamental função e é presença
quase certa na sua prova.

RELAÇÕES DE COORDENAÇÃO E SUBORDINAÇÃO

Quando uma oração carece de alguma função sintática em sua composição, ela pode
necessitar de outra oração para desempenhar essa função que lhe falta – um sujeito, um objeto,
um adjunto. Quem necessita é a ORAÇÃO PRINCIPAL; Quem complementa é a ORAÇÃO
SUBORDINADA. Vamos a um exemplo?

O aluno avisou à Diretoria que iria faltar à aula..

PARA ENTENDER E NÃO FICAR DECORANDO:


QUEM AVISA, AVISA ALGO A ALGUÉM!!!!!

Avisou a QUEM? À Diretoria. (Objeto indireto)

Avisou o quê? Que iria faltar à aula. (Objeto Direto)-> Mas temos um verbo nesse objeto
direito.
E, se tem verbo, é uma ORAÇÃO!
Uma oração que sozinha não tem sentido próprio. Portanto, ORAÇÃO SUBORDINADA.

Essa oração desempenha função própria de substantivo. Portanto: ORAÇÃO SUBORDINADA


SUBSTANTIVA.
Conforme visto, essa oração funcionou como OBJETO DIRETO. Portanto:
ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA OBJETIVA DIRETA

Lado outro, se as orações que compõem o período são ambas completas do ponto de vista
sintático, não havendo lacuna qualquer a ser preenchida, dizemos que cada uma delas é
COORDENADA ou que as orações que formam o período são coordenadas entre si.
Ex João é um excelente aluno, mas é preguiçoso às vezes.

AMBAS AS ORAÇÕES POSSUEM SENTIDO COMPLETO, SENDO, PORTANTO, COORDENADAS

PERÍODO COMPOSTO POR SUBORDINAÇÃO


SUBSTANTIVAS
SÃO 3 GRANDES ESPÉCIES ADJETIVAS
ADVERBIAIS
Orações Subordinadas Substantivas

Exercem funções sintáticas típicas de substantivos: sujeito, objeto direto, objeto indireto,
predicativo, complemento nominal e aposto.

Uma dica consagrada para identificar orações do tipo substantivas é substituí-las por uma
forma pronominal substantiva. A mais comum substituição é pela forma demonstrativa ISTO.

As substantivas possuem 7 tipos, a saber:

SUBJETIVAS FUNÇÃO DE SUJEITO

OBJETIVA DIRETA FUNÇÃO DE OBJETO DIRETO


OBJETIVA INDIRETA FUNÇÃO DE OBJETO INDIRETO

COMPLETIVA NOMINAL FUNÇÃO DE COMPLEMENTO NOMINAL

PREDICATIVA FUNÇÃO DE PREDICATIVO DO SUJEITO


APOSITIVA FUNÇÃO DE APOSTO

Vejamos uma a uma. Se você nunca aprendeu isso, vai aprender agora!

Orações Subordinadas Substantivas SUBJETIVAS


Exercem a função de sujeito da oração principal.

Ex: É fundamental que comecemos a estudar o quanto antes.

É possível reescrever o período da seguinte forma: É fundamental ISTO.


Logo, a oração “que comecemos a estudar o quanto antes” é subordinada do tipo
SUBSTANTIVA.
O pronome ISTO exerce a função sintática de SUJEITO na oração resultante “É
fundamental ISTO”.
Logo, a subordinada substantiva “que comecemos a estudar o quanto antes” desempenha
função de SUJEITO. Sua classificação é ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA
SUBJETIVA.

Existem padrões de construção dessas orações:

CONSTRUÇÃO 1: Verbo de Ligação + Predicativo + Oração Subordinada Substantiva Subjetiva

Ex2: Foi resolvido que a reunião ocorrerá amanhã.


É possível reescrever o período da seguinte forma: Foi resolvido ISTO.
Logo, a oração “que a reunião ocorrerá amanhã” é subordinada do tipo SUBSTANTIVA.
O pronome ISTO exerce a função sintática de SUJEITO na oração resultante “Foi resolvido
ISTO”. O verbo da oração principal está na VOZ PASSIVA ANALÍTICA.
Logo, a subordinada substantiva “que a reunião ocorrerá amanhã” desempenha função de
SUJEITO. Sua classificação é ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA SUBJETIVA.
CONSTRUÇÃO 2: Voz Passiva Analítica ou Sintética + Oração Subordinada Substantiva
Subjetiva

Orações Subordinadas Substantivas OBJETIVAS DIRETAS

Exercem a função de objeto direto da oração principal.

Ex: Informaram aos alunos que a prova seria realizada à tarde.

É possível reescrever o período da seguinte forma: Informaram aos alunos ISTO.


Logo, a oração “que a prova seria realizada à tarde” é subordinada do tipo SUBSTANTIVA.
O pronome ISTO exerce a função sintática de OBJETO DIRETO na oração resultante
“Informaram aos alunos ISTO”.
Logo, a subordinada substantiva “que a prova seria realizada à tarde” desempenha função
de OBJETO DIRETO. Sua classificação é ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA
OBJETIVA DIRETA.

Orações Subordinadas Substantivas OBJETIVAS INDIRETAS

Exercem a função de objeto indireto da oração principal.

Ex: Não me convenci de que ele viria.

É possível reescrever o período da seguinte forma: Não me convenci DISTO.


Logo, a oração “de que ele viria” é subordinada do tipo SUBSTANTIVA.
O pronome ISTO exerce a função sintática de OBJETO DIRETO na oração resultante “Não
me convenci”.
Logo, a subordinada substantiva “de que ele viria” desempenha função de OBJETO
INDIRETO. Sua classificação é ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA OBJETIVA
INDIRETA.

IMPORTANTE
 Nas orações objetivas indiretas e completivas
nominais, é normal a elipse (omissão) da preposição.

Eu preciso (de) que você esteja aqui amanhã.


Não me convenci (de) que a proposta do Governo seria aceita pela sociedade.

Orações Subordinadas Substantivas PREDICATIVAS

Recebem esse nome as orações subordinadas que exercem a função de predicativo do


sujeito da oração principal. Esse caso de substantiva é de em fácil identificação, pois na oração
principal aparecerá o verbo de ligação SER ou PARECER.
De modo bem objetivo:
Ex1: Meu receio era que ele estudasse pouco.

PERCEBA O VERBO DE LIGAÇÃO

É possível reescrever o período da seguinte forma: Meu receio era ISTO.


Logo, a oração “que ele estudasse pouco” é subordinada do tipo SUBSTANTIVA.
O pronome ISTO exerce a função sintática de PREDICATIVO DO SUJEITO na oração
resultante “Meu receio era ISTO”.
Logo, a subordinada substantiva “que ele estudasse pouco” desempenha função de
PREDICATIVO DO SUJEITO. Sua classificação é ORAÇÃO SUBORDINADA
SUBSTANTIVA PREDICATIVA.

IMPORTANTE
Cuidado para não confundir a oração subjetiva com a
predicativa.

I - É crucial que ele tome a decisão. = É crucial ISTO


Sujeito = ISTO; VL = É; Predicativo = crucial.
Logo, a oração “que ele tome a decisão” é substantiva subjetiva.
II - Os alunos parecem que não vão aderir ao protesto. = Os alunos parecem ISTO.
Sujeito = Os alunos; VL = parecem; Predicativo = ISTO.

Orações Subordinadas Substantivas COMPLETIVAS NOMINAIS


Recebem esse nome as orações subordinadas que exercem a função de complemento
nominal da oração principal.
Ex: Tinha certeza de que ele passaria no concurso.

Quem tem certeza, tem certeza DE algo.


Certeza é um "nome" e não um verbo, portanto exige um COMPLEMENTO NOMINAL.
"de que ele passaria no concurso" está exercendo a função de complemento nominal, mas
possui um verbo, sendo, portanto, UMA ORAÇÃO!
Conclusão: ORAÇÃO SUBORDINADA SUBSTANTIVA COMPLETIVA NOMINAL.

Orações Subordinadas Substantivas APOSITIVAS

Recebem esse nome as orações subordinadas que exercem a função de aposto da oração
principal. Sua característica principal está na separação por dois-pontos, vírgulas ou
travessões.
Tenho uma grande meta para o próximo ano: que seja aprovado no concurso.

É possível reescrever o período da seguinte forma: Tenho uma grande meta para o
próximo ano: ISTO.
Logo, a oração “que nosso PDF seja um dos melhores do Brasil” é subordinada do tipo
SUBSTANTIVA.
O pronome ISTO exerce a função sintática de APOSTO na oração “Tenho uma grande
meta para o próximo ano: ISTO”.
Logo, a subordinada substantiva “que nosso PDF seja um dos melhores do Brasil”
desempenha função de APOSTO. Sua classificação é ORAÇÃO SUBORDINADA
SUBSTANTIVA APOSITIVA

IMPORTANTE!!!
O “QUE” e o “SE” que introduzem ORAÇÕES
SUBORDINADAS SUBSTANTIVAS são
tipicamente identificados como
CONJUNÇÕES SUBORDINATIVAS
INTEGRANTES.

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADJETIVAS

Elas modificam um substantivo, delimitando-o, restringindo-o, ou acrescentando a ele alguma


informação acessória.
O conector típico das orações adjetivas é o PRONOME RELATIVO.
Destaca-se como relativo o pronome QUE e as formas O(A)(S) QUAL(IS), QUEM, ONDE,
CUJO, COMO, QUANDO, etc.
Diferentemente das substantivas, aqui só temos 2 tipos:
RESTRITIVAS NÃO ISOLADA POR VÍRGULAS,
TRAVESSÕES OU PARÊNTESES.
ORAÇÕES ADJETIVAS
EXPLICATIVAS ISOLADA POR VÍRGULAS

Exemplos: ORAÇÃO SUBORDINADA ADJETIVA EXPLICATIVA

Os alunos, que estudaram, passaram no concurso.


Perceba que na oração acima apenas se está citando uma característica dos alunos. Ou seja,
todos os alunos estudaram e passaram no concurso. (ESTÁ EXPLICANDO)
ORAÇÃO SUBORDINADA ADJETIVA RESTRITIVA
Os alunos que estudaram passaram no concurso.

Perceba que na oração acima nem todos os alunos estudaram e apenas os que estudaram
passaram no concurso. (ESTÁ RESTRINGINDO)
ATENÇÃO: Questão clássica de prova é colocar no enunciado esses dois tipos de oração
adjetiva e afirmar que se retirar as vírgulas ou colocá-las serão mantidas a correção e a
semântica.
ESSA AFIRMATIVA É FALSA. A correção é mantida, MAS A SEMÂNTICA MUDA!

CONJUNÇÃO INTEGRANTE VS. PRONOME RELATIVO

O pronome relativo introduz orações do tipo adjetivas e uma das formas de identificá-lo é
substitui-lo pelas formas O(S) QUAL(IS), A(S) QUAL(IS).
Já a conjunção integrante introduz orações do tipo substantivas. Para identificar uma oração
substantiva, uma estratégia é aglutinar o conteúdo da oração numa forma pronominal
substantiva. A que usamos costumeiramente é a forma ISTO.

FUNÇÕES SINTÁTICAS DOS PRONOMES RELATIVOS

PRONOMES EXERCE
FUNÇÃO
RELATIVOS
SINTÁTICA

NÃO EXERCE
CONJUNÇÕES
FUNÇÃO
INTEGRANTES
SINTÁTICA

Conectam a oração principal à subordinada adjetiva, substituem o termo anterior na oração


adjetiva, assumindo uma função sintática.

Apenas conectam a oração principal à subordinada substantiva, não sendo sua atribuição
substituir nenhum termo.

E para descobrir a função sintática do pronome relativo?


SUJEITO
Ex: Cumprimentei o aluno que conquistou o 1º lugar.
Essa oração quer dizer o seguinte: Cumprimentei o aluno. O ALUNO conquistou o 1º lugar.

Mas, para não ficar repetitiva, utiliza-se o pronome relativo.


OBJETO DIRETO
Ex: Adorei o livro que o professor indicou.
OD
Quem indica, indica ALGO: VTD
Quem adora, adora ALGO: VTD

Ex: Foram vários os riscos a que o paciente se expôs.

OI
Quem se expõe, se expõe A ALGO: VTI
Ex: Os riscos de que temos receio estão sob controle.

Quem tem receio, tem receio DE ALGO: Perceba que a palavra


receio é um "NOME" que pede complemento.

Ex: Tenho saudades da cidade em que nasci.


Quem nasce, nasce em ALGUM LUGAR. Tudo que dá ideia de
Adjunto Adverbial de lugar lugar é adjunto adverbial.

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS

Assim são chamadas as subordinadas que exercem a função de adjuntos adverbiais da oração
principal.
São ao todo 9(nove) tipos de orações subordinadas adverbiais: CAUSAIS, CONSECUTIVAS,
COMPARATIVAS, CONFORMATIVAS, CONDICIONAIS, CONCESSIVAS, TEMPORAIS,
PROPORCIONAIS e FINAIS.
Para um excelente desempenho neste assunto, aconselho sempre procurar o sentido das
orações. Não busque decorar apenas as conjunções que encabeçam os períodos.

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS CAUSAIS

Vejamos a lista das principais conjunções e locuções conjuntivas responsáveis por introduzir a
ideia de CAUSA:

PORQUE, POIS, JÁ QUE, VISTO QUE, UMA VEZ


QUE, DADO QUE, DEVIDO A, COMO,
PORQUANTO, NA MEDIDA EM QUE, TENDO EM
VISTA QUE, HAJA VISTA

Ex: Como estudei bem, fui aprovado no concurso.

Preste atenção na semântica: Eu fui aprovado PORQUE ESTUDEI.

Relação de causa

IMPORTANTE
A conjunção COMO nem sempre terá valor semântico CAUSAL. Como veremos a seguir,
poderá assumir valores de COMPARAÇÃO, CONFORMIDADE e ADIÇÃO.
Cuidado com a conjunção PORQUANTO, de uso raro no cotidiano, porém bastante
presente nas provas.
Cuidado com a locução conjuntiva NA MEDIDA EM QUE! Não confunda com À MEDIDA
QUE, de valor proporcional! Vale ressaltar que À MEDIDA EM QUE não existe!
Cuidado com a locução HAJA VISTA. Ela é INVARIÁVEL!
ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS CONSECUTIVAS
Esse é o nome dado às orações adverbiais que expressam a ideia de CONSEQUÊNCIA.
Principais conjunções e locuções conjuntivas responsáveis por introduzir a ideia de
CONSEQUÊNCIA:

TÃO... QUE, TANTO... QUE, TAMANHO... QUE,


TAL... QUE, DE TAL MANEIRA..., DE MODO QUE,
DE SORTE QUE, DE FORMA QUE, ...

Ex: Estudou tanto, que passou no concurso.


Consequência do estudo

IMPORTANTE!!!

 As ideias de CAUSA e CONSEQUÊNCIA estão


sempre presentes num mesmo período. A razão
para isso não é gramatical, e sim lógica: não
existe causa sem efeito (consequência); não
existe efeito sem causa.

São muito comuns questões de reescrita solicitando a transformação de um período com


subordinada consecutiva em um novo período com subordinada causal e vice-versa.

Observe: Ele se desentendeu com o técnico, porque tinha uma personalidade muito forte.
= Ele tinha uma personalidade tão forte, que se desentendeu com o técnico.

Cuidado com enunciados que pedem para você identificar a causa e a consequência. Vale a
pena, se for o caso, reescrever a frase, para buscar uma ou outra ideia. Se, na reescrita,
aparecer um “porque”, a informação introduzida por este será de causa; já, se na reescrita,
aparecer um “consequentemente”, a informação introduzida por este será de consequência.

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS COMPARATIVAS

A ideia de comparação é facilmente identificável. Vejamos as principais conjunções e locuções


conjuntivas responsáveis por introduzir a ideia de COMPARAÇÃO:

TAL... QUAL, TANTO... QUANTO, TAL ... COMO,


QUAL, COMO, ASSIM COMO, COMO SE, MAIS...
DO QUE, MENOS... DO QUE, MELHOR... DO QUE,
PIOR ... DO QUE
Ex: Professor, eu queria gostar de Português como o senhor.
= Professor, eu queria gostar de Português tanto quanto o senhor.

IMPORTANTE
É bastante comum o verbo na oração adverbial comparativa aparecer implícito.

IMPORTANTE!!!
As expressões “TANTO... QUANTO”, “TANTO... COMO”, “ASSIM
... COMO” também podem expressar a ideia de ADIÇÃO.
Devemos ler a frase e entender se há uma soma de ideias ou uma
comparação entre quantidades ou intensidades.

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS CONFORMATIVAS


A ideia de conformidade corresponde à ideia de concordância. Estar em conformidade significa
estar de acordo.
Principais conjunções e locuções conjuntivas responsáveis por introduzir a ideia de
CONFORMIDADE:

CONFORME, SEGUNDO, DE ACORDO COM,


COMO, CONSOANTE, EM CONSONÂNCIA COM ...

Muito se empregam os conectores de conformidade em citações que embasem argumentos


de autoridade – De acordo com o jurista Fulano da Silva, ...; Conforme decisão do STF, ...;
Consoante o artigo V da Carta Magna, ...

Perceba que a conjunção COMO aparece pela terceira vez. É preciso distinguir o calor
semântico do COMO, que pode ser CAUSAL, COMPARATIVO e CONFORMATIVO. Observe
as frases a seguir:
I – Como ainda não tinha estudado o assunto, não consegui resolver o exercício.
CAUSA
II – Aquele goleiro é ágil como um gato!
COMPARAÇÃO
III – Resolvi aquela questão como o professor havia ensinado em sala.
CONFORMATIVA
ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS CONDICIONAIS
A ideia de condição traduz uma hipótese, algo ainda não concretizado, ou seja, anterior ao fato.
Principais conjunções e locuções conjuntivas responsáveis por introduzir a ideia de CONDIÇÃO

SE, CASO, DESDE QUE, CONTANTO QUE, SALVO


SE, EXCETO SE, UMA VEZ QUE, A NÃO SER QUE,
A MENOS QUE, ...

Note a presença do SE, agora expressando condição. Nessa acepção, sua identificação se torna
facilitada, fazendo-se a reescrita com o conector CASO.
Exemplos:
Poderia fazer silêncio se não for incômodo?
Poderia fazer silêncio CASO não seja incômodo?

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS CONCESSIVAS


A ideia de concessão faz referência a um tipo de oposição. Trata-se de uma oposição que
NÃO IMPEDE ou INVALIDA a concretização de algo
Vejamos as conjunções responsáveis por introduzir a ideia de CONCESSÃO:

EMBORA, APESAR DE, MESMO QUE, AINDA QUE,


SE BEM QUE, NEM QUE, QUANDO, CONQUANTO,
A DESPEITO DE, EM QUE PESE, POR MAIS QUE,
POR PIOR QUE, POR MELHOR QUE, POSTO QUE,
MALGRADO, ...

Exemplos:
Mesmo sendo seu primeiro concurso público, ele obteve uma excelente classificação.

IMPORTANTE!!!
Cuidado para não confundir
PORQUANTO com CONQUANTO. São
muitas as questões que tentam induzir o
aluno a essa confusão. Note que
PORQUANTO lembra PORQUE, logo
expressa CAUSA; já CONQUANTO
lembra CONCESSÃO.

PORQUANTO POIS, PORQUE


CONQUANTO EMBORA
ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS TEMPORAIS
A ideia de tempo é sinalizada por várias expressões, entre elas:

QUANDO, LOGO QUE, DESDE QUE, SEMPRE QUE,


MAL, BEM, ASSIM QUE, CADA VEZ QUE, ATÉ QUE,
DEPOIS QUE, ANTES QUE, ENQUANTO, ...

IMPORTANTE!
 O conector QUANDO pode expressar TEMPO, CONDIÇÃO ou
CONCESSÃO. A torcida vaiou o técnico quando anunciaram a
substituição. = A torcida vaiou o técnico no momento em que
anunciaram a substituição.

A palavra “mal”, tipicamente um advérbio de modo, quando


expressa tempo - equivale a “assim que”, “logo que”, funciona
como CONJUNÇÂO SUBORDINATIVA TEMPORAL.

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS PROPORCIONAIS


A ideia de proporcionalidade é a ideia de razão.

A informação constante na oração principal se processa numa razão, numa taxa, numa
proporção, em relação à informação constante na oração subordinada.
Conjunções responsáveis por introduzir a ideia de PROPORÇÃO:

QUANTO MAIS ... MAIS, QUANTO MAIS ... MENOS,


À PROPORÇÃO QUE, AO PASSO QUE,
ENQUANTO, À MEDIDA QUE,...

Ex: Enquanto a renda do trabalhador cai devido ao desemprego, o preço dos alimentos
continua subindo.
IMPORTANTE!
Não confunda À MEDIDA QUE com NA MEDIDA EM QUE. O
primeiro é PROPORCIONAL e equivale a QUANTO MAIS ...
MAIS; já o segundo é CAUSAL e equivale a PORQUE.

Ex: O Brasil está longe de ser considerado um país desenvolvido, na medida em que possui
péssimos indicadores de IDH.
= O Brasil está longe de ser considerado um país desenvolvido, porque possui péssimos
indicadores de IDH.
Ex: Torno-me fã incondicional deste escritor à medida que leio suas obras.
= Quanto mais leio suas obras, mais fã incondicional deste autor fico.

ORAÇÕES SUBORDINADAS ADVERBIAIS FINAIS

São assim denominadas as orações que expressam a ideia de finalidade, que significa objetivo,
meta, propósito.

Conjunções responsáveis por introduzir a ideia de FINALIDADE:

PARA QUE, A FIM DE QUE, COM O PROPÓSITO


DE, COM O OBJETIVO DE, COM O FITO DE,
PORQUE ...

Ex: Estamos estudando dia e noite para melhorar de vida.


ORAÇÕES SUBORDINADAS REDUZIDAS

Para melhor conceituar, vejamos as 2 principais características dessas orações:

Ela não é introduzida por conjunção subordinativa nem por pronome relativo – no máximo
ela é iniciada por preposição;
A forma verbal nela presente está numa das três formas nominais – infinitivo, gerúndio e
particípio.
Ex: Estudando com bastante foco para o concurso, conseguirá sua tão sonhada aprovação.
A oração em destaque não está introduzida por conjunção e sua forma verbal se encontra
no gerúndio.
Reescrevendo a frase, é possível identificar nela um sentido de causa: Obteve sua tão
sonhada aprovação, porque estudava com bastante foco para o concurso.
Trata-se, assim, de uma oração subordinada adverbial causal reduzida de gerúndio.

Ex2: É preciso estudar um pouquinho todo dia, sempre!


A oração em destaque não está introduzida por conjunção e sua forma verbal se encontra
no infinitivo.
Desenvolvendo-se a oração, obtém-se: É preciso que se estude um pouquinho todo dia,
sempre!
Reescrevendo a frase, é possível identificar nela um valor substantivo: É preciso ISTO.
O pronome ISTO desempenha a função sintática de sujeito.
Trata-se, assim, de uma oração subordinada substantiva subjetiva reduzida de infinitivo.

Ex3: Terminada a aula, compareça à coordenação.


A oração em destaque não está introduzida por conjunção e sua forma verbal se encontra
no particípio.
Reescrevendo a frase, é possível identificar nela um sentido de tempo: Quando terminar a
aula, compareça à coordenação.
Trata-se, assim, de uma oração subordinada adverbial temporal reduzida de particípio.

PERÍODO COMPOSTO POR COORDENAÇÃO

Não há entre as orações coordenadas uma relação de dependência.


Isso significa que uma oração não é função sintática de outra, como ocorria no Período
Composto por Subordinação. ASSINDÉTICAS

Há dois tipos de oração coordenada:


SINDÉTICAS

ORAÇÕES COORDENADAS ASSINDÉTICAS


As orações assindéticas não possuem síndeto(CONECTOR). Já as sindéticas, sim!
Simplesmente não há a figura da conjunção introduzindo a oração coordenada.
Ex: O aluno chegou cedo, sentou, fez todas as perguntas, tirou todas as dúvidas e retornou
para sua casa.

Temos ao todo 5(cinco) orações. Note que não dependência sintática entre elas.
As 4(quatro) primeiras orações não são introduzidas por conjunção. São ASSINDÉTICAS.
Já a última oração – “e retornou para a sua casa” – é introduzida pela conjunção coordenativa
(pois agora a oração é coordenada) aditiva “E”. Trata-se de uma ORAÇÃO COORDENADA
SINDÉTICA.

Vejamos agora os tipos de oração coordenadas sindéticas.

ORAÇÕES COORDENADAS SINDÉTICAS

Subdividem-se em ADITIVAS, ADVERSATIVAS, ALTERNATIVAS, EXPLICATIVAS e


CONCLUSIVAS.

ORAÇÕES COORDENADAS SINDÉTICAS ADITIVAS


Conjunções responsáveis por introduzir a ideia de ADIÇÃO:

E, NEM (= E NÃO), TAMPOUCO (= E NÃO), NÃO


SÓ... MAS (TAMBÉM), NÃO SÓ... COMO (TAMBÉM),
NEM... NEM, TANTO...QUANTO, BEM COMO,
OUTROSSIM, ALÉM DE, ADEMAIS, ...

Ex: Ele estuda pela manhã e trabalha à tarde.

IMPORTANTE!!!
 As conjunções NEM e TAMPOUCO equivalem a “E NÃO”.

CUIDADO COM A CONJUNÇÃO "NEM". ELA PODE APARECER COM SENTIDO DE


ADIÇÃO!

Ex: Ele não estuda nem está disposto a trabalhar

Ainda sobre a palavra NEM, ela pode


expressar intensidade e ênfase, Ainda sobre a palavra TAMPOUCO (= E
equivalendo a SEQUER, atuando como NÃO), cuidado para não confundi-la com
ADVÉRBIO. E pode expressar soma, como TÃO POUCO (= MUITO POUCO).
vimos, atuando como CONJUNÇÃO,
equivalendo a E NÃO.
Muito cuidado com a expressão NÃO SÓ ... MAS
(TAMBÉM). As questões tentarão empurrar que
essa locução estabelece entre as orações uma
ideia de oposição, tentando induzir você a
associar o MAS a um conector adversativo.
Cuidado! O MAS não está sozinho. Ele compõe
uma expressão que transmite ideia de ADIÇÃO.

Cuidado com E! Além do valor típico de adição, ele pode


introduzir um contraste (oposição) ou uma
consequência/conclusão.

Ex: Cometeu um crime grave e foi punido exemplarmente. (Note que o E possui valor
consecutivo)
Ex2: Jogou os noventa minutos como titular, e não deu um chute a gol sequer. (Note que o E
introduz um contraste, uma oposição)

ORAÇÕES COORDENADAS SINDÉTICAS ADVERSATIVAS

Introduzem ideia de oposição, contraste, ressalva, compensação. Os conetores responsáveis


por introduzir essas ideias são bem típicos.

MAS, PORÉM, CONTUDO, ENTRETANTO, NO


ENTANTO, TODAVIA, SENÃO (= MAS SIM), NÃO
OBSTANTE, ...

Introduzem ideia de oposição, contraste, ressalva, compensação. Os conetores responsáveis


por introduzir essas ideias são bem típicos.

Ex: Ele é um excelente aluno, mas é preguiçoso às vezes.


IMPORTANTE!!!
A oposição do tipo adversativa realça, enfatiza, destaca o conteúdo oracional, ao passo
que a oposição concessiva o minimiza, suaviza, relativiza.
Veja um exemplo:
I – Seu namorado é feio, mas é gente boa.
II – Seu namorado é feio, embora seja gente boa.

Em I, temos a presença do MAS adversativo. Em II, do EMBORA concessivo.


Em I, destaca-se o fato de o namorado ser gente boa. Não se nega que ele é feio, mas a
ênfase está no fato de ele ser gente boa.
Já em II, minimiza-se o fato de o namorado ser gente boa. Não se nega que ele é gente
boa, mas a ênfase está no fato de ele ser feio.

IMPORTANTE!!!
A locução NÃO OBSTANTE tem valor concessivo quando acompanhada de verbo no
subjuntivo; tem valor adversativo, acompanhada de verbo no indicativo.

Ex: Ele agradou ao público, não obstante fosse desprestigiado por seus superiores.
(CONCESSIVO)
Tente trocar por "muito embora" Subjuntivo
Ex2: Ele agradou ao público, não obstante foi desprestigiado por seus superiores.
(ADVERSATIVO)
Tente trocar por "porém, no entanto, mas"
Indicativo

ORAÇÕES COORDENADAS SINDÉTICAS ALTERNATIVAS


Transmitem a ideia de escolha (exclusiva ou não exclusiva) ou de alternância (revezamento).
Principais conjunções e locuções conjuntivas que introduzem essas ideias:

OU, OU...OU, ORA...ORA, QUER... QUER, SEJA...


SEJA, ...

Ex: Ora ele está estudando, ora descansado.


Ex2: Seja dia útil, seja dia não útil, estude.

ORAÇÕES COORDENADAS SINDÉTICAS EXPLICATIVAS


ATENÇÃO! Causa e Explicação muitas vezes se confundirão.

PORQUE, POIS, JÁ QUE, VISTO QUE, UMA VEZ


QUE, DADO QUE, DEVIDO A, COMO, PORQUANTO,
NA MEDIDA EM QUE, TENDO EM VISTA QUE,
HAJA VISTA...
Vejamos com exemplos como diferenciar EXPLICAÇÃO e CAUSA:
Ex1: As ruas estão molhadas porque choveu.

Suponhamos que “porque choveu” seja uma causa.

É coerente considerar a oração “As ruas estão molhadas” como


consequência? A resposta é sim!

Portanto, a oração “porque choveu” é SUBORDINADA ADVERBIAL


CAUSAL.

Ex2: Choveu, porque as ruas estão molhadas.

Suponhamos que “porque as ruas estão molhadas” seja uma causa.

É coerente considerar a oração “Choveu” como consequência? A


resposta é não!

Portanto, a oração “Choveu” não expressa causa, e sim explicação.

A oração “porque as ruas estão molhadas” é COORDENADA


SINDÉTICA EXPLICATIVA.

ORAÇÕES COORDENADAS SINDÉTICAS CONCLUSIVAS


Introduzem uma ideia de conclusão em relação à oração anterior.

Principais conjunções responsáveis por introduzir a ideia de CONCLUSÃO:

PORTANTO, LOGO, POR ISSO, ENTÃO, ASSIM,


POIS, POR CONSEGUINTE, DESTARTE, ...

CUIDADO para não fazer confusão entre


consequência e conclusão.

A principal dica para não confundir é de que a conclusão expressa na oração coordenada não
depende de uma quantificação ou intensificação da ideia presente na oração coordenada
anterior.

Já a consequência expressa na oração subordinada está associada a uma quantificação ou


intensificação expressas na oração principal.
Vejamos também com exemplos como diferenciar CONSEQUÊNCIA E CONCLUSÃO:
Ex1: Ele se dedicou de tal forma aos estudos, que foi aprovado no concurso.

Perceba que a aprovação está associada ao grau de dedicação aos


estudos. A oração em destaque expressa uma CONSEQUÊNCIA).

Ex2: Eu e minha esposa vamos mudar de cidade, por isso vamos ter que pedir demissão.

Note que o pedido de demissão NÃO está associado a uma


quantificação ou intensificação expressas na oração anterior. Não é
possível graduar “mudar de cidade”. A oração em destaque expressa
uma CONCLUSÃO.

Esse é o posicionamento adotado pela maioria das bancas.

IMPORTANTE!!!
O conector POIS pode ser explicativo ou conclusivo. No primeiro caso,
equivale a PORQUE e antecede a forma verbal na oração em que se
encontra. No segundo caso, equivale a PORTANTO e se posiciona
após a forma verbal na oração em que se encontra.

Exemplos:
Chegou atrasado ao trabalho, pois ficou preso no congestionamento.
= Chegou atrasado ao trabalho, porque ficou preso no congestionamento.
(Note que o POIS se posiciona antes da forma verbal FICOU)

Ex2: Ficou preso no congestionamento. Chegou, pois, atrasado ao trabalho.


= Ficou preso no congestionamento. Chegou, portanto, atrasado ao trabalho.
(Note que o POIS se posiciona após a forma verbal CHEGOU)

Bons estudos!!!!
PORTUGUÊS
SINTAXE DE CONCORDÂNCIA
SUMÁRIO

PORTUGUÊS 6

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SINTAXE DE CONCORDÂNCIA – CONCEITOS GERAIS


PRINCIPAIS CASOS DE CONCORDÂNCIA VERBAL

1.SUJEITO SIMPLES
Concordância com PRONOMES DE TRATAMENTO
Concordância com NÚCLEO DO SUJEITO COLETIVO
Concordância com a expressão MAIS DE UM
Concordância com EXPRESSÕES PARTITIVAS
Concordância com UM (A) DOS (AS) + SUBSTANTIVO/PRONOME + QUE
Concordância com PALAVRAS PLURAIS
Concordância com PRONOME DEMONSTRATIVO/INTERROGATIVO/INDEFINIDO + DE NÓS/VÓS
Concordância com PRONOMES RELATIVOS QUE e QUEM

SUJEITO COMPOSTO
Concordância com Sujeito Composto – Núcleos ligados por E
Concordância com Sujeito Composto – Núcleos ligados por OU
Concordância com Sujeito Composto – NEM...NEM, UM E OUTRO
Concordância com Sujeito Composto – Núcleos ligados por COM

CASOS ESPECIAIS
Concordância envolvendo o SE
Concordância com VERBOS IMPESSOAIS
Concordância com HORAS e DATAS
Concordância com o verbo PARECER
Concordância com o SUJEITO ORACIONAL
Concordância do INFINITIVO
Concordância do verbo SER

2. PRINCIPAIS CASOS DE CONCORDÂNCIA NOMINAL


Concordância com ADJETIVOS
Concordância com as expressões É BOM, É NECESSÁRIO, É PERMITIDO, É PROIBIDO
Concordância com PALAVRAS DE VALOR ADJETIVO E ADVERBIAL
Concordância com a locução O/A MAIS ... POSSÍVEL
Concordância com MIL, MILHAR, MILHÃO, BILHÃO,
SINTAXE DE CONCORDÂNCIA – CONCEITOS GERAIS
Concordância significa acordo. No caso da concordância verbal, sujeito e verbo têm que entrar
em acordo. No caso da nominal, a concordância deve se dar entre substantivo e adjetivo.

SUJEITO E VERBO DEVEM


CONCORDÂNCIA
CONCORDAM EM NÚMERO E
VERBAL: PESSOA.

SUBSTANTIVO E ADJETIVO
CONCORDÂNCIA
DEVEM CONCORDAM EM
NOMINAL: GÊNERO E NÚMERO.

O grande segredo para se sair bem nas questões sobre concordância verbal está em saber
identificar o sujeito da oração.
Vejamos 2 orações como exemplo:
I - "As denúncias não suficientemente esclarecidas quanto ao comportamento do Ministro da
Fazenda nos deixou ainda mais constrangidos, não só a mim, mas a companheiros do governo.

sujeito

concordância verbal equivocada

II – “Permaneceu fechado durante o feriado grande parte das agências bancárias na capital e
no interior.”

sujeito
concordância nominal equivocada

Na frase I, quebra-se a concordância entre a forma verbal “nos deixou” – no singular – e o


núcleo do sujeito “denúncias” – no plural. Esse erro ocorre devido ao distanciamento na frase
entre os dois termos. Além disso, a proximidade com o termo “comportamento” induz o leitor a
uma concordância equivocada no singular.
Já na frase II, veremos que o verbo tanto pode concordar no singular – permaneceu - quanto
no plural - permaneceram. Trata-se da concordância com sujeito formado por expressões
partitivas, importante acaso a ser estudado nesta aula. Independentemente se o verbo fica no
singular ou no plural, é necessário acertar a flexão do adjetivo “fechado”. Este não pode ser
flexionado no masculino, pois os substantivos aos quais pode se referir – “parte” ou “agências”
– estão no feminino.
Principais Casos de Concordância Verbal

SUJEITO SIMPLES

Concordância com PRONOMES DE TRATAMENTO

I. Vossa Senhoria preocupou-se (se preocupou) com meu estado de saúde.

Pronome de Tratamento (3ª pessoa)

Trata-se da concordância com pronomes de tratamento. Independentemente se o pronome de


tratamento é de 2a pessoa (Vossa Senhoria, Vossa Excelência, Vossa Santidade, etc.), ou de 3ª
pessoa (Sua Senhoria, Sua Excelência, Sua Santidade, etc.), a flexão verbal se dará sempre em
3ª pessoa.

Concordância com NÚCLEO DO SUJEITO COLETIVO

II. O batalhão perfilou-se diante do comandante.

Sujeito Coletivo

III. O batalhão de soldados perfilou-se/perfilaram-se diante do comandante.


Sujeito Coletivo Adjunto adnominal especificando o sujeito coletivo

Quando o núcleo sujeito é um substantivo coletivo, o verbo concorda com este no singular. É
o caso da frase II.

Se o coletivo vier especificado, ou seja, se vierem explicitados os integrantes do coletivo, o


verbo pode ficar no singular – concordando com o substantivo coletivo - ou ir para o plural –
concordando com os integrantes do coletivo (núcleo do adjunto adnominal). É o caso da frase
III.

Importante
Sendo o núcleo do sujeito os numerais milhão, bilhão, etc., a concordância segue a mesma
lógica: pode-se concordar com o núcleo numeral ou com os integrantes do numeral (núcleo do
adjunto adnominal).

1 milhão de internautas está conectado/estão conectados na live sobre concursos.


(CORRETO).
Concordância com a expressão MAIS DE UM

IV. Mais de um reservou lugar na primeira fila.


V. Mais de um político cumprimentaram-se. (RECIPROCIDADE)

Trata-se da concordância com a expressão “Mais de...”, “Menos de...”, “Cerca de”, “Perto de”,
etc.

Com essas expressões, o verbo concorda com o numeral que as acompanha.

IMPORTANTE
A expressão “Mais de um” exige que a forma verbal
fique no singular. Havendo, no entanto, a ideia de
reciprocidade, o verbo irá para o plural.

Se a expressão “Mais de um” vier acompanhada de um coletivo especificado, a


concordância do verbo.
Exemplos:
Mais de uma turma de alunos protestou/protestaram contra a demissão da funcionária.
Mais de um batalhão de recrutas apoiou/apoiaram a insubordinação.
Se a expressão “Mais de um” aparecer repetida, o verbo fatalmente concordará no plural.

Concordância com EXPRESSÕES PARTITIVAS


expressões que indicam a ideia de parte.
VI. A maioria votou contra.
concordância se dá via regra geral.

VII. A maioria das lojas está fechada/estão fechadas.

Trata-se da concordância com expressões partitivas, caso bastante explorado em provas.

Podemos listar as principais:


A maioria de..., Grande parte
de..., Boa parte de..., A maior
parte de..., Boa porção de...,
Grande número de...,
Pequena monta de..., etc.
A maioria dos laboratórios acredita que o acúmulo de trabalho é o maior problema que
enfrentam, e boa parte dos pedidos de aumento no orçamento baseia-se na dificuldade de dar
conta de tanto serviço.
Seria mantida a correção gramatical do texto caso a forma verbal “acredita” (R.21) fosse
flexionada no plural: acreditam.
( ) CERTO ( ) ERRADO

O sujeito da forma verbal “acredita” é formado


pela expressão partitiva “A maioria de”. Dessa
forma, duas concordâncias são possíveis: a
primeira com a expressão “A maioria de”,
resultando na forma singular “acredita”; a
segunda com os componentes da expressão
partitiva “laboratórios”, resultando na forma
plural “acreditam”.

A mesma lógica aplicada ao caso de


concordância com expressões partitivas
se aplica ao sujeito formado por
numerais fracionários e porcentagens.
Frações e porcentagens são
expressões partitivas, pois representam
partes de um todo.

ao concordar com a fração ou


percentual, o verbo concorda com o
numerador da fração ou com o número
antes da vírgula.

10% da turma aderiram/aderiu à greve.


1% dos alunos aderiu/aderiram à greve.
1,5% dos alunos aderiu/aderiram à greve.

Se a porcentagem ou fração vier determinada por um artigo ou pronome, o verbo


concordará com o numeral.
Os 10% do eleitorado apoiaram o candidato.
Aqueles 5% de aumento fizeram bastante diferença no nosso bolso.

Concordância com UM (A) DOS (AS) + SUBSTANTIVO/PRONOME + QUE


Ex: Ele foi um dos colegas que mais me apoiou/apoiaram.

Trata-se de um caso particular da concordância com expressões partitivas.

No caso, a ideia de parte é dada pelo numeral “um”. Dessa forma, o verbo tanto pode ficar no
singular – concordando com o numeral “um”- como pode concordar com o substantivo plural
ou pronome que antecede o pronome relativo que.

Observação:
Atente para o caso particular da expressão “UM DOS
QUE”, equivalente a “UM DAQUELES QUE”.
Exemplos:
Foi um dos que se voluntariou.
Foi um dos que se voluntariaram.

Concordância com PALAVRAS PLURAIS

Os Estados Unidos investem bastante em tecnologia.

Minas Gerais produz muita soja no cerrado.

Esse caso ocorre com palavras plurais que designam singular. É o caso de alguns topônimos
(nomes de lugar) e títulos de obras.

No caso de topônimos, há duas possibilidades:

substantivo não vier precedido de artigo, o verbo fica no singular

se o substantivo for precedido de artigo, verbo vai para o plural

No caso de nomes de obras, estando o título determinado por artigo, entende-se ser opcional
a concordância no singular ou plural.

Exemplos:
Os Intocáveis marcou uma geração. (CORRETO)
Os Intocáveis marcaram uma geração. (CORRETO)

Concordância com PRONOME DEMONSTRATIVO/INTERROGATIVO/INDEFINIDO + DE NÓS/VÓS

Quais de nós agiram/agimos com justiça?

Qual de vós deseja um táxi?


Quando o sujeito é formado pelas expressões “Quais de nós/vós”, “Quantos de nós/vós”,
“Alguns de nós/vós”:

ou com os
pronomes
“nós” ou “vós”
verbo
concordará ou com os
pronomes
indefinidos “Quais”,
“Quantos”, “Alguns

na 3ª pessoa
do plural.

No entanto, se o pronome demonstrativo, indefinido ou interrogativo estiver no singular:

3ª pessoa do
verbo ficará
singular.

Fique atento à expressão CADA UM DE...


Não importa quantos termos estejam a ela
subordinados, o verbo SEMPRE ficará no singular.
Trata-se de um caso de concordância bastante
presente nas provas!

Cada um dos professores compareceu à assembleia.


Cada um dos professores e alunos compareceu à assembleia.
Cada um dos professores, alunos e diretores compareceu à assembleia.

Concordância com PRONOMES RELATIVOS QUE e QUEM

Na verdade sou eu que pago as despesas.

Fomos nós quem apresentamos/apresentou as propostas


Sou eu que pago a conta.

Sou eu quem pago/paga a conta.

Trata-se da concordância com os pronomes relativos QUE e QUEM.

Se o sujeito for o pronome relativo QUE, o verbo concordará em número e pessoa com o
antecedente deste pronome.

Se o sujeito for o pronome QUEM, o verbo poderá concordar com este na 3ª pessoa do
singular ou com o seu antecedente.

Isso ocorre, pois o pronome “QUE” não possui pessoa, forçando o verbo a concordar com o
antecedente.
Já o pronome “QUEM” possui pessoa – 3ª do singular -, dando ao verbo as duas opções de
concordância.

IMPORTANTE!!!
Havendo antes do relativo QUE um substantivo
com elemento preposicionado, o QUE pode tanto
retomar o substantivo como o núcleo do elemento
preposicionado. Isso permite que a concordância
do verbo que tem o relativo QUE como sujeito se
dê com essas duas opções de antecedente. Há de
se julgar, no entanto, se a escolha de uma ou outra
concordância implica alguma alteração de sentido!

IMPORTANTE
Caiu em prova!
Séculos mais tarde, Portugal fundou-se como nação, ao mesmo tempo em que o
português ganhou seu estatuto de língua, da seguinte forma: enquanto Portugal estabelecia
as suas fronteiras no século XIII, o galego-português patenteava-se em forma literária.

A correção gramatical e a coerência do texto seriam preservadas caso a forma verbal


“levou” (R.23) fosse substituída por levaram.
( ) CERTO ( ) ERRADO

... uma expansão de conquistas que, à imagem do que Roma fizera, levou a língua portuguesa a
remotas regiões...
Fazendo as alterações sugeridas, teríamos a oração adjetiva “que... levaram a língua portuguesa
a remotas regiões”. Nela se observa a concordância da forma verbal plural “levaram,” com o
termo antecedente “conquistas”, retomado pelo pronome relativo “que”.
SUJEITO COMPOSTO

Concordância com Sujeito Composto – Núcleos ligados por E

Frase na Ordem DIRETA


Os jogadores e a torcida se abraçaram no campo.
Medo e temor nos acompanham/acompanha sempre.
(núcleos sinônimos)
Uma brisa, um vento, o maior furação não os inquietam/inquieta.
(núcleos em gradação)
O horário, o clima, o local, nada nos favorece.

(núcleos resumidos por aposto resumidor)

É fundamental entender a lógica da concordância do sujeito composto.

Note que o primeiro conjunto de frases está na ordem direta (primeiro o sujeito, depois o
verbo)! Nessa situação, temos as seguintes possibilidades:

O verbo fica no plural.

O verbo também pode ficar no singular se os núcleos do sujeito composto forem quase
sinônimos ou estiverem em gradação.

Quando os núcleos do sujeito composto forem resumidos por um aposto (geralmente um


pronome indefinido: tudo, nada, etc.), o verbo deverá ficar obrigatoriamente concordar
com este.

Frase na Ordem INVERSA


Voltou/Voltaram ao hotel o turista e a polícia.

Quando o sujeito composto se posiciona após o verbo, ou este concorda no plural ou com o
núcleo mais próximo.

Se houver ideia de reciprocidade, o verbo


deve obrigatoriamente ser flexionado no
plural.

SUJEITO COMPOSTO formado por PESSOAS DIFERENTES

Eu, tu e ele faremos a pesquisa amanhã.


Tanto ele como eu nos saímos bem no exame.
Trata-se da concordância com sujeito composto de pessoas diferentes. Quando houver
núcleos na 1ª pessoa, esta prevalece sobre as demais, fazendo com que o verbo seja nela
flexionado. IMPORTANTE!!!

Se o sujeito for formado de segunda e terceira pessoas


do singular, o verbo pode ir para a 2ª ou 3ª pessoa do
plural.

Ex: Tu e ele ficareis atentos. (CORRETO)


Ex2: Tu e ele ficarão atentos. (CORRETO)

Na ordem inversa, é possível a concordância com o


núcleo mais próximo.

Ex: Atuaremos no projeto eu e meu fiel escudeiro.


Ex 2: Atuarei no projeto eu e meu fiel escudeiro.

Na ordem inversa, ocorrendo a ideia de reciprocidade, o


verbo é obrigado a se flexionar no plural.

Ex: Abraçamo-nos eu e minha esposa.


Ex2: Cumprimentaram-se o aluno e os professores.
Bastante cobrado nas
Concordância com Sujeito Composto – Núcleos ligados por OU
provas de concurso.
Matemática ou Português decidem um concurso.
(não ocorre exclusão)
Hugo ou Carlos será eleito orador da turma.
(ocorre exclusão)
Um ou outro aluno pôde comparecer à aula.
A ideia de condição traduz uma hipótese, algo ainda não concretizado, ou seja, anterior ao fato.
Trata-se da concordância com os núcleos conectados pela conjunção OU.
Se houver ideia de exclusão ou retificação, o verbo fica no singular ou concorda com o núcleo
do sujeito mais próximo.
Se NÃO houver ideia de exclusão o verbo vai para o plural.
E quando o sujeito é representado pela expressão um ou outro, o verbo concorda no singular.

Concordância com Sujeito Composto – NEM...NEM, UM E OUTRO

Nem eu nem você conseguiu/conseguimos o empréstimo.


Nem um nem outro fez/fizeram o gol da vitória.
Nem eu nem você será escolhido síndico.
(ocorre exclusão)
Uma e outra coisa me atrai/atraem.
Com as expressões “um e outro”, “nem um nem outro”, “nem... nem...”, o verbo se flexiona no
singular ou concorda com o núcleo do sujeito mais próximo.
Também se admite a concordância no plural, a não ser quando a ideia presente é de exclusão.

Se houver ideia de reciprocidade, o verbo deve


obrigatoriamente ser flexionado no plural.
Nem ele nem eu nos cumprimentamos.
Nem um nem outro se abraçaram.

Concordância com Sujeito Composto – Núcleos ligados por COM

O professor com seus alunos visitaram o museu.


O professor, com seus alunos, visitou o museu.

Se a expressão introduzida pelo COM NÃO estiver isolada por vírgulas, entende-se que ela faz
parte do sujeito. Sendo assim, o verbo fica no PLURAL.

Se a expressão introduzida pelo COM estiver isolada por vírgulas, entende-se que ela não faz
parte do sujeito. Trata-se de um adjunto adverbial de companhia. Sendo assim, o verbo fica no
SINGULAR. Note que, na frase, o SE está ladeado do verbo “verificar”.
Como se trata de um verbo VTD (Quem verifica verifica
ALGO), o SE assume papel de PARTÍCULA
CASOS ESPECIAIS APASSIVADORA, tendo como missão transformar o
objeto direto – no caso “erros graves” – em sujeito
paciente. Como o sujeito paciente “erros graves” possui
Concordância envolvendo o SE núcleo plural, faz-se necessário flexionar o verbo na forma
PA plural “se verificaram”.
Não se verificaram, durante a auditoria, erros graves.
Não se acreditou, mesmo com todos os depoimentos de testemunhas de defesa, na sua
versão. IIS
IMPORTANTE RELEMBRAR:
Partícula Apassivadora
>> ladeada de verbos VTD ou VTDI
>> missão: transformar o OD em Sujeito Paciente.

SE
Índice de Indeterminação do Sujeito
>> ladeado de verbos VI, VTI ou VL
>> missão: indeterminar o sujeito e fixar o verbo na 3ª pessoa do
singular.

Concordância com VERBOS IMPESSOAIS

Não haverá outras oportunidades.


Não existirão outras oportunidades.
Deve haver soluções para o país.
Devem existir soluções para o país.
Faz anos que não nos falamos.
O verbo “haver”, no sentido de “existir”, é flexionado apenas na 3ª pessoa do singular. Isso se
dá pelo fato de ele ser impessoal.
O verbo “existir” sempre possuirá sujeito, concordando em número e pessoa com este.

Verbo “fazer”, quando faz menção à ideia de tempo decorrido. Ele também será flexionado
unicamente na 3ª pessoa do singular.

Quando um verbo é impessoal, ele transforma o seu auxiliar em verbo impessoal também (o
auxiliar seria, em linguagem popular, um impessoal “por tabela”). Tornando-se impessoal, o
auxiliar passa a ser flexionado unicamente na 3ª pessoa do singular.

A locução verbal “dever existir” possui sujeito plural “soluções para o país”, o que justiça a
flexão do verbo no plural.

Concordância com HORAS e DATAS

É 1h30min.
Bateu 1h30min.
São 13h30min
Deu o relógio 13h30min.
Hoje é/são 18 de dezembro.

Os verbos SER, BATER, SOAR e DAR concordam com o numeral que indica horas.

Quando houver sujeito representado por “relógio”, “sino”, etc., o verbo concordará com estes, e
não com o numeral.
No caso de datas, há duas opções:
Hoje é (dia) 18 de dezembro.
JAMAIS FLEXIONE OS
Hoje são 18 (dias) de dezembro. DOIS:
PARECEM ESTAREM
Concordância com o verbo PARECER

Os turistas parecem estar/parece estarem encantados com a cidade romana.


Os jogadores parecem driblar/parece driblarem os adversários com dificuldade.
São duas as possibilidades de concordância com o verbo auxiliar “parecer”: ou ele se flexiona e
o infinitivo não varia; ou ele não varia e o infinitivo é flexionado.
O verbo parecer concorda com o sujeito oracional e, portanto, fica no singular (ainda
estudaremos concordância com sujeito oracional).
= Parece que os turistas estão encantados com a cidade romana.
(Oração Subordinada Substantiva Subjetiva Desenvolvida)
= Parece ISTO.

Concordância com o SUJEITO ORACIONAL

Ainda falta COMPRAR OS CARTÕES.


(Sujeito Oracional)
Estas são realidades que não adianta ESCONDER.
(Sujeito Oracional)
VIAJAR E PASSEAR constitui seu ideal de vida.
(Sujeito Oracional)
GANHAR E PERDER faz/fazem parte de nossas vidas.
(Infinitivos Antônimos)
O ganhar e o perder fazem parte de nossas vidas.
(Sujeito Composto)
Quando o sujeito for representado por uma oração, o verbo fica sempre na 3ª pessoa do
singular. O verbo se flexiona nessa pessoa, pois ele indiretamente concorda com o pronome
substantivo ISTO, que substitui a oração substantiva que funciona como sujeito.
Observe que “ganhar” e “perder” são substantivos, pois são antecedidos de artigo.
Formam, assim, núcleos de um sujeito composto, o que força o verbo a se flexionar no plural.
Atenção para o detalhe! Se o sujeito for formado de infinitivos antônimos, o verbo pode ir para
o plural.

Concordância do INFINITIVO

Caso 1) O sujeito de infinitivo está expresso, ou seja, explícito.

É o que ocorre nas seguintes frases:


Entreguei o texto para eles lerem durante a semana.
Entregaram o texto para nós lermos durante a semana.

Na primeira, empregamos a forma “lerem”, para estabelecer a concordância com o sujeito


explícito “eles”. Já na segunda, a forma “lermos” está concordando com o sujeito explícito “nós”.

Caso 2) O sujeito de infinitivo está oculto

Quando o sujeito da oração de infinitivo está oculto, pode-se optar pela forma flexionada ou
não flexionada do infinitivo.

Deixei os alunos conversar/conversarem enquanto eu preparava o quadro.


O professor proibiu os alunos de conversar/conversarem em aula.
Em ambas, o sujeito da forma de infinitivo está oculto.
Perceba que “os alunos” pertence à primeira oração em ambas as frases: “Deixei os alunos” e
“O professor proibiu os alunos”. O termo “alunos” está expresso na primeira oração,mas oculto
na segunda!

Para considerar, portanto, o sujeito expresso, ele precisa estar explícito na oração em que se
encontra o infinitivo. É o que ocorre nas frases do caso 1.
Torna-se opcional o emprego da forma flexionada ou não flexionada. Empregar a forma não
flexionada – “conversar” – enfatiza a ação e si; empregar a forma flexionada – “conversarem” –
destaca o agente da ação. É uma opção de estilo, portanto!

Caso o sujeito implícito for um pronome oblíquo oculto, DEVE-SE EMPREGAR A


FORMA NÃO FLEXIONADA.

Deixei-os conversar enquanto eu preparava o quadro.


O professor proibiu-os de conversar em aula.
Veja que o sujeito de infinitivo é representado pelo pronome oblíquo “os”. Nessa situação,
“amarramos” o verbo infinitivo na forma não flexionada.
Caso 3) O infinitivo é complemento de substantivo ou adjetivo

Quando o verbo infinitivo for complemento nominal de substantivo ou adjetivo, deve-se


empregar a forma não flexionada.
Nós seremos capazes de gabaritar Português.
Temos muita vontade de aprender Português.
A razão dessa concordância é baseada no bom som, a chamada eufonia.

Caso 4) O infinitivo compõe uma locução verbal Caso mais presente nas provas!

Numa locução verbal, não se flexiona, de forma alguma, verbo no infinitivo.


Muitos alunos devem comparecer ao evento.
JAMAIS FALE: DEVERÃO SE INSCREVEREM
Vocês deverão se inscrever até amanhã.
Mais uma vez, a razão para tal concordância é a eufonia, o bom som.

Concordância do verbo SER

O professor sou eu.


Nós somos um rascunho de Deus.
O aluno é seus sonhos.
As esperanças do time era ele.
Tua vida é/são essas ilusões.
Seus problemas maiores são/é a dívida com o pai.
Dez reais é pouco para irmos ao cinema.
Vinte mil reais é muito para um profissional recém-formado.
O verbo SER se comporta diferentemente dos outros verbos. Trata-se de um verbo anômalo,
sem padrão algum de radical. As regras de concordância do verbo SER lhe são peculiares e
seguem uma lógica bem diferente, pois ora o verbo SER concorda com o sujeito, ora concorda
com o predicativo.

Caso 1) Se o verbo SER estiver entre pronome reto e qualquer coisa, a concordância se dará com o
pronome reto.

o verbo SER sempre


concordará com o pronome reto,
esteja ele no sujeito ou no predicativo.

O professor sou eu.

Nós somos um rascunho de Deus.

Caso 2) Se o verbo SER estiver entre pessoa e coisa, a concordância se dará com a pessoa.

O aluno é seus sonhos.

As esperanças do time era Ronaldo.


Na primeira frase, o verbo SER está entre pessoa – O aluno – e coisa – seus sonhos. O verbo
SER, portanto, irá concordar com pessoa, sujeito da oração.
Na segunda, o verbo SER está entre coisa - “As esperanças” - e pessoa - Ronaldo. O verbo
SER, portanto, irá concordar com pessoa, predicativo do sujeito.

Caso 3) Se o verbo SER estiver entre duas coisas, dá-se preferência à coisa plural, esteja ela no
sujeito ou no predicativo.

Tua vida é/são essas ilusões.


Seus problemas maiores são/é a dívida com o pai.
i) Se o verbo SER estiver posicionado entre dois pronomes retos, ele concordará com o
primeiro.
Nós não somos tu.
Tu não és nós.

ii) Se o sujeito for um pronome interrogativo, o verbo SER concordará necessariamente com o
predicativo.
Quem são vocês?
Que são palavras?

Caso 4) Quando aparece nas expressões é muito, é pouco, é bastante o verbo SER fica no singular,
quando indicar quantidade, distância, medida, valor, custo.
Dez reais é pouco para irmos ao cinema.
Vinte mil reais é muito para um profissional recém-formado.

Principais Casos de Concordância Nominal

A concordância nominal, muitas vezes, é regida pela eufonia, que significa “bom som”, “som
agradável”. Mesmo que você desconheça a regra, pelo lembrete do som você consiga acertar
as questões.

CONCORDÂNCIA COM ADJETIVOS

Há três casos a se considerar: O primeiro é na situação de o adjetivo se posicionar após os


substantivos. Já o segundo caso é na situação de o adjetivo se antepor aos substantivos. Por
fim, o terceiro caso ocorre quando dois ou mais adjetivos se referem ao mesmo substantivo

Caso 1) ADJETIVO APÓS OS SUBSTANTIVOS

Quando o adjetivo se refere a mais de um substantivo e vem depois destes, a concordância


pode se dar de duas formas:
O adjetivo se flexiona no plural, prevalecendo o masculino, se os gêneros dos
substantivos forem diferentes. Observe:
Ex:Tratava-se de vaidade e orgulho excessivos.
O adjetivo concorda em gênero e número com o substantivo mais próximo.
Ex:Tratava-se de vaidade e orgulho excessivo.
Ex:Tratava-se de orgulho e vaidade excessiva.
Havendo verbo de ligação, o adjetivo se flexiona no plural, prevalecendo o masculino, se
os gêneros dos substantivos forem diferentes.
Ex:A vaidade e o orgulho são excessivos.

Observação!
Cuidado com as pegadinhas!
As bancas vão afirmar que as seguintes
construções estão corretas:
Houve um aumento do consumo de
frango e carne bovinos.
Houve um aumento do consumo de
frango e carne bovina.

A primeira construção é impossível, pelo simples fato


de não existir um frango bovino! o adjetivo “bovina”
se refere apenas a “carne”.

Caso 2) ADJETIVO ANTES DOS SUBSTANTIVOS

Quando o adjetivo se refere a mais de um substantivo e vem antes destes, a concordância


pode se dar das seguintes formas:
O adjetivo concorda obrigatoriamente com o substantivo mais próximo.
Ex:Era dotado de extraordinária coragem e talento.
Ex2: Era dotado de extraordinário talento e coragem.

Se houver verbo de ligação, o adjetivo acompanha o verbo.


Se este ficar no singular, o adjetivo fica no singular também, concordando com o
substantivo mais próximo;
Se este ficar no plural, o adjetivo fica no plural, prevalecendo o masculino se os gêneros
dos substantivos forem diferentes.

Estava deserta a vila e o templo.


Estavam desertos a vila e o templo.
Estava deserto o templo e a vila.
Estavam desertos o tempo e a vila.
Caso 3) DOIS OU MAIS ADJETIVOS MODIFICAM UM MESMO SUBSTANTIVO
Quando dois ou mais adjetivos se referem ao mesmo substantivo, é este que varia. Há duas
possibilidades: o substantivo fica no plural; ou fica no singular, desde que se posicione um
determinante (geralmente artigo) antes do 2º adjetivo.
O produto conquistou os mercados europeu e americano.
O produto conquistou o mercado europeu e o americano.
Na primeira construção, levou-se o substantivo para o plural.
Na segunda, o substantivo ficou no singular e um artigo foi posicionado antes do segundo
adjetivo.

CONCORDÂNCIA COM ADJETIVOS

As expressões é bom, é necessário, é proibido, é permitido são invariáveis, caso o sujeito


dessas expressões não seja determinado por artigos ou pronomes.

Ex: É necessário organização.


Ex2: Pizza é bom. No entanto, como estou de dieta, pizza é proibido lá em casa. Domingo à
noite, porém, abro uma exceção e pizza é permitido.

Se os substantivos dessas expressões estiverem determinados por artigos ou pronomes, as


referidas expressões irão variar.

Ex: É necessária a organização.


Ex2: A pizza que você preparou é muito boa.
(É) Proibido entrada de estranhos
ou (É) Proibida a entrada de estranhos.

CONCORDÂNCIA COM PALAVRAS DE VALOR ADJETIVO E ADVERBIAL...

Algumas palavras podem possuir valor adjetivo ou adverbial. Quando adjetivas, variam em
gênero e número, conforme o substantivo. Quando adverbais, não variam.

Essas roupas custaram caro (advérbio).


Ela gosta de usar roupas caras (adjetivo).
Pedi para elas mesmas me acompanharem (pronome demonstrativo adjetivo).
Elas acreditam mesmo que conseguirei (advérbio).
Participamos de bastantes trabalhos voluntários na faculdade. (pronome indefinido adjetivo).
Vamos trabalhar bastante por um serviço público melhor. (advérbio)

ANEXO EM ANEXO
ADJETIVO

Seguem em anexo as listas de preços. Tomem cuidado com


Seguem anexas as listas de preços. textos longos, em que
o adjetivo se encontra
Seguem em anexo os planos de aula. muito distanciado do
Seguem anexos os planos de aula. substantivo.
___________ à ficha de inscrição do candidato, seguem, para registro no banco de dados da
Secretaria Acadêmica, realizado anualmente pelo setor competente, informações referentes ao
histórico escolar.
COMPORTA EM ANEXO OU ANEXAS

SÓ SÓS A SÓS

Só eles não concordaram (Somente).


Eles saíram sós (sozinhos).
Gostaria de ficar a sós por uns momentos (locução invariável)

i) Não variam os substantivos que se tornam adjetivos. É


o caso testes relâmpago, festas surpresa, funcionários
fantasma, etc.

ii) Algumas palavras, mesmo quando funcionam como


adjetivos, são invariáveis. É o caso de pseudo, menos,
exceto, salvo, etc.

A palavra “alerta”, embora considerada variável por alguns


gramáticos, é considerada ainda pela gramática normativa um
advérbio e, portanto, invariável. Em provas, deve-se analisar se a
banca adota a corrente tradicionalíssima que considera essa palavra
invariável ou se adota a corrente mais atual que a julga ter função
adjetiva.
CONCORDÂNCIA COM A LOCUÇÃO O/A MAIS ... POSSÍVEL

“Possível” permanecerá no singular quando estiver inserido em locuções adverbiais superlativas


como “o/a mais possível”, “o/a menos possível”, “o/a melhor possível” etc., mesmo se o
substantivo estiver no plural.
A justificativa é que a
locução adverbial “o mais
Procuro tornar meu trabalho o mais objetivo possível. possível” equivale a “na
medida do possível”.
Procuro tornar meus trabalhos o mais objetivos possível.

Outra possibilidade é a expressão “o mais... possível” concordar com a palavra que está sendo
intensificada, no caso o adjetivo.

Procurava respostas as mais objetivas possíveis.


Procurava tornar meus trabalhos os mais objetivos possíveis.

CONCORDÂNCIA COM MIL, MILHAR, MILHÃO, BILHÃO, ...

Os vocábulos milhar, milhão e bilhão são substantivos masculinos. Isso significa que os artigos
ou os numerais que os acompanham deverão concordar com eles.

Os milhares de mulheres protestaram em frente à delegacia.


Os duzentos milhões de pessoas votaram naquele candidato esperando mudanças drásticas.
O técnico foi vaiado pelos milhares de pessoas presentes ao estádio.

Já o vocábulo “mil” tem um comportamento diferente. O artigo ou o numeral que o acompanha,


quando maior do que “um”, concorda em gênero e número com o substantivo.

Os dois mil planfletos foram distribuídos na porta do hospital.


As duzentas mil senhoras que perderam suas casas serão assistidas pelo Estado.

Bons estudos!!!!
PORTUGUÊS
SINTAXE DE REGÊNCIA E
EMPREGO DA CRASE
SUMÁRIO

PORTUGUÊS 7

O QUE VOCÊ ENCONTRARÁ NESTE MATERIAL?

SINTAXE DE REGÊNCIA – CONCEITOS GERAIS


EMPREGO DAS PREPOSIÇÕES ANTES DE PRONOMES RELATIVOS
PRINCIPAIS REGÊNCIAS
Casos de Regência Verbal
Casos de Regência Nominal

CRASE
NÃO OCORRE A CRASE
... antes de verbo
... antes de palavras masculinas
... antes de pronomes de tratamento, exceção feita a SENHORA, SENHORITA, DONA, MADAME
... antes de pronomes em geral:
... em locuções formadas por palavras repetidas:
... quando o "a" vem antes de uma palavra no plural:

CASOS FACULTATIVOS DE CRASE


... antes de antropônimo (nome de pessoa) feminino:
... antes de pronome possessivo feminino:

CASOS ESPECIAIS DE CRASE


Crase nas locuções de base feminina (introduzidas por palavras femininas)
Crase antes de TOPÔNIMOS (nomes de lugar)
Crase em ÀQUELE (S), ÀQUELA (S), ÀQUILO
Crase diante de PRONOMES RELATIVOS
Crase em CONSTRUÇÕES PARALELAS
SINTAXE DE REGÊNCIA – CONCEITOS GERAIS
Na Sintaxe de Regência, verbo e nome vão requisitar algo para complementar e ideia a ser
passada. É necessário, então, fornecer ao verbo ou ao nome exatamente o que eles querem, do
jeito que eles querem.

TERMO REGENTE PREPOSIÇÃO TERMO REGIDO

necessitar de algo

precisar de algo

assistir (sentido de
ajudar, prestar --- alguém
socorro)

assistir (sentido de
a algo
ver)

necessidade de algo

TERMO REGENTE é o que rege, ou seja, é aquele que comanda, que tem uma necessidade e
precisa que esta seja suprida. Os termos regentes, como podemos ver na tabela, são VERBOS
– no caso, NECESSITAR, PRECISAR, e ASSISTIR - ou NOMES (substantivos, adjetivos ou
advérbios) – no caso, NECESSIDADE.

O TERMO REGIDO é aquele que se subordina ao regente, exercendo função de complemento


– verbal ou nominal -, adjunto – adverbial ou adnominal -, ou agente da passiva. A Sintaxe de
Regência estuda, dessa forma, a relação existente entre os termos regentes e regidos. Os
primeiros mandam; os segundos obedecem.

Quando se quer saber a regência correta, deve-se "perguntar ao verbo, conforme exemplos
abaixo:

QUEM NECESSITA NECESSITA DE ALGO/ALGUÉM.


QUEM CONFIA CONFIA EM ALGO/ALGUÉM.
QUEM SE PREOCUPA SE PREOCUPA COM ALGO/ALGUÉM.
QUEM ELOGIA ELOGIA ALGO/ALGUÉM.
QUEM ESTÁ PREOCUPADO ESTÁ PREOCUPADO COM ALGO/ALGUÉM.
Uma vez que o verbo “necessitar” pede complemento regido pela preposição DE, não
se pode a ele ofertar outra preposição que não seja esta, sob pena de se contrariar a
vontade do verbo; uma vez que o verbo “elogiar” pode objeto direto como
complemento, estamos desautorizados a empregar preposição sob pena de se
contrariar a vontade do verbo; e assim sucessivamente.

Existem alguns termos regentes que admitem mais de uma regência, mantendo seu sentido
original. É, por exemplo, o caso do verbo ATENDER, que tanto pode ser TRANSITIVO DIRETO
ou TRANSITIVO INDIRETO com objeto indireto introduzido pela preposição A.

Além disso, há termos regentes que admitem regências distintas para sinalizar significados
distintos. É o caso do verbo ASPIRAR – no sentido de INALAR, ABSORVER, é um verbo
TRANSITIVO DIRETO (Nós aspiramos o perfume das flores); já no sentido de ALMEJAR,
DESEJAR, é um verbo TRANSITIVO INDIRETO com objeto indireto introduzido pela preposição
A (Nós aspiramos ao cargo público).

EMPREGO DAS PREPOSIÇÕES ANTES DE PRONOMES RELATIVOS

Sempre que verbo ou nome presentes numa oração adjetiva solicitarem preposição para se
ligar ao termo antecedente substituído pelo relativo, a preposição deve ser posicionada ANTES
do pronome relativo!

Ex: Eu preciso destes livros. / Estes são os livros QUE PRECISO.

ESTA CONSTRUÇÃO ESTÁ ERRADA


QUEM PRECISA PRECISA DE ALGO
O CORRETO É: DE QUE PRECISO

Façamos um teste:

GOSTAMOS DO PROFESSOR
DE que gostamos pediu dispensa médica.
O professor ____ TIRAMOS DÚVIDAS COM O PROFESSOR
COM que costumamos tirar dúvidas está de férias.
____
TEMOS CARINHO PELO PROFESSOR
POR que temos grande carinho está adoentado.
____
EM que confiamos divergiu do gabarito oficial divulgado. CONFIAMOS NO PROFESSOR
____
A que nos referimos ministra aulas no nosso curso.
____
REFERIMO-NOS AO PROFESSOR
____ que admiramos pediu para se aposentar.
ADMIRAMOS O PROFESSOR

NÃO EXIGE
PRONOMES PREPOSIÇÃ
RELATIVOS O

Observação:
Alguns verbos podem ou não ser
pronominais, o que impacta a
regência.
Exemplos:
COMUNICAR – comunicar alguém/comunicar-se COM alguém;
ABORRECER – aborrecer alguém/aborrecer-se COM alguém;
ENTREGAR – entregar algo/entregar-se A algo;
DEFENDER – defender alguém/defender-se DE alguém.

Alguns verbos, usados sempre como


pronominais, exigem em suas
regências preposição.

Exemplos:
ARREPENDER-SE: arrepender-se DE algo;
INDIGNAR-SE: indignar-se COM algo;
QUEIXAR-SE: queixar-se DE algo/alguém;
ATREVER-SE: atrever-se A algo;

CUIDADO!
Alguns verbos são equivocadamente empregados no dia a dia como pronominais.
É o caso dos verbos SIMPATIZAR, ANTIPATIZAR, SILENCIAR, SOBRESSAIR, PROLIFERAR, ...
O funcionário se sobressaiu no projeto. (ERRADO)
O funcionário sobressaiu no projeto. (CERTO)
O candidato se silenciou diante da pergunta invasiva do repórter. (ERRADO)
O candidato silenciou diante da pergunta invasiva do repórter (CERTO)
Muitos se simpatizam com minhas ideias. (ERRADO)
Muitos simpatizam com minhas ideias. (CERTO)
É bastante comum a exploração desse tipo de erro com os verbos acima listados, em especial
SIMPATIZAR e SOBRESSAIR. Tomem cuidado! Eles não são pronominais!

PRINCIPAIS REGÊNCIAS

Vejamos agora as principais regências verbo-nominais: ASPIRAR, ASSISTIR, OBEDECER,


VISAR, PREFERIR, LEMBRAR/ESQUECER, PERDOAR/PAGAR, AGRADAR, QUERER, etc.

CASOS DE REGÊNCIA VERBAL

AGRADAR

= no sentido de ACARICIAR, FAZER CARINHO, emprega-se como TRANSITIVO DIRETO.

Exemplo: O rapaz agradou sua namorada no colo.

= no sentido de SATISFAZER, GERAR CONTENTAMENTO, emprega-se como


TRANSITIVO INDIRETO, com objeto introduzido pela preposição A
Exemplo: O discurso do candidato não agradou ao mercado, que reagiu ferozmente.

AGRADECER

= TRANSITIVO DIRETO, com OBJETO DIRETO nome de “COISA”

Exemplos:
Agradeci sua ajuda. (= Agradeci-a)
Agradecemos as doações. (= Agradecemo-las)

TRANSITIVO INDIRETO com OBJETO INDIRETO nome de “PESSOA”

Exemplos:
Os internautas agradeceram ao apresentador. (= Os internautas lhe agradeceram).
O cliente agradeceu ao gerente pelo atendimento. (= O cliente lhe agradeceu)

TRANSITIVO DIRETO E INDIRETO, sendo o OBJETO DIRETO nome de “COISA” e o


INDIRETO nome de “PESSOA”, introduzido pela preposição A.

Exemplos:
Agradeci ao apresentador o apoio.
Agradeci aos internautas as doações.

ASPIRAR

= no sentido de SORVER, INALAR, TRAGAR, constrói-se com OBJETO DIRETO.

Exemplo:
Marta aspirava o perfume das rosas.

= no sentido de DESEJAR, PRETENDER, constrói-se com OBJETO INDIRETO, com a


preposição A.
Exemplo:
Ela aspirava a altos cargos.

ATENÇÃO!!!
O verbo ASPIRAR não admite o emprego do pronome LHE
para substituir seu OBJETO INDIRETO. Seremos obrigados
a empregar as formas oblíquas tônicas A ELE, A ELA.
Todos nós aspiramos ao cargo.
= Todos nós lhe aspiramos. (ERRADO)
= Todos nós aspiramos A ELE. (CERTO)
ASSISTIR

= no sentido de PRESTAR ASSISTÊNCIA, PROTEGER, SERVIR, constrói-se com OBJETO


DIRETO.
Exemplo:
O enfermeiro assiste o paciente.

= no sentido de PRESENCIAR, ESTAR PRESENTE constrói-se com OBJETO INDIRETO,


COM A PREPOSIÇÃO A.
Exemplo:
Assisti ao jogo (e não “Assisti o jogo”, como se fala no cotidiano)

= no sentido de CABER, PERTENCER DIREITO OU RAZÃO A ALGUÉM, constrói-se com


OBJETO INDIRETO, COM A PREPOSIÇÃO A.
Exemplo:
Não assiste ao Judiciário legislar em prol dos indefesos.

= no sentido de MORAR, RESIDIR, constrói-se com ADJUNTO ADVERBIAL DE LUGAR,


COM A PREPOSIÇÃO EM.
Exemplo:
Ele assistia num sítio muito distante da cidade.

ATENÇÃO!!!
O verbo ASSISTIR, no sentido
de VER, PRESENCIAR, não
admite o emprego do pronome
LHE para substituir seu
OBJETO INDIRETO. Seremos
obrigados a empregar as
formas oblíquas tônicas A ELE,
A ELA.

Exemplo:
Nós assistimos AO FILME.
= Nós LHE assistimos. (ERRADO)
= Nós assistimos A ELE. (CERTO)

Lista de verbos que recusam o emprego


do LHE como objeto indireto:
ASPIRAR (=ALMEJAR), ASSISTIR
(=VER), ALUDIR, PROCEDER,
RECORRER, REFERIR-SE, VISAR
(=ALMEJAR), etc.
CHAMAR

= no sentido de CONVOCAR, CONVIDAR, emprega-se como TRANSITIVO DIRETO.

Exemplo:
Chamei o professor em minha sala para uma reunião urgente.

= no sentido de INVOCAR, PEDIR AUXÍLIO, emprega-se como TRANSITIVO DIRETO ou


como INDIRETO, COM OBJETO INTRODUZIDO PELA PREPOSIÇÃO POR.

Exemplo:
Chamei (por) meu pai no momento de maior aflição.

= no sentido de NOMEAR, QUALIFICAR, ROTULAR, apresenta diversas possibilidades de


construção.
Exemplos:
Chamei o Ministro idiota. (Chamei-o idiota.)
Chamei o Ministro de idiota. (Chamei-o de idiota.)
Chamei ao Ministro idiota. (Chamei-lhe idiota.)
Chamei ao Ministro de idiota. (Chamei-lhe de idiota)

O verbo CHAMAR é TRANSOBJETIVO nesse caso.


Além disso, o PREDICATIVO DO OBJETO pode ou não
ser introduzido pela preposição DE.

CUSTAR

= no sentido de “VALER UM PREÇO”, “TER UM VALOR”, é INTRANSITIVO, acompanhado


de ADJUNTO ADVERBIAL DE PREÇO.
Exemplo:
O terno custou 10 mil reais.
Aquele carro custou seu salário anual.

= no sentido de “SER DIFÍCIL, PENOSO, CUSTOSO”, é TRANSITIVO INDIRETO, com


OBJETO INTRODUZIDO PELA PREPOSIÇÃO A.
Exemplos:
Custamos a acreditar no que estava ocorrendo.
Custamos a aprender com nossos erros.

= = no sentido de “CAUSAR”, “ACARRETAR”, é TRANSITIVO DIRETO E INDIRETO, com


INDIRETO INTRODUZIDO PELA PREPOSIÇÃO A.

Exemplos:
A derrota no clássico custou o emprego ao técnico.
A prepotência custou-lhe (a ele) muitas amizades perdidas.

HAVER

= no sentido clássico de “EXISTIR”, “OCORRER”, “ACONTECER”, é IMPESSOAL E


TRANSITIVO DIRETO.

Exemplos:
Havia problemas sérios na empresa.
Reclamações houve durante a operação.

JAMAIS AFIRME QUE "RECLAMAÇÕES É O SUJEITO

= no sentido de “COMPORTAR-SE”, “DEPARAR-SE”, “CONFRONTAR-SE”, é


PRONOMINAL.

Exemplos:
Eles se houve bem na cerimônia, não criando polêmicas. (= se comportou)
Eles se houveram com uma multidão furiosa. (se depararam)

= no sentido de “OBTER”, “CONSEGUIR”, é TRANSITIVO DIRETO E INDIRETO, com


INDIRETO INTRODUZIDO PELA PREPOSIÇÃO DE.

Exemplos:
O Estado houve uma infinidade de recursos dos contribuintes.
Muitas instituições houveram doações de internautas promovidas nas redes sociais.

IMPLICAR

= TRANSITIVO DIRETO, no sentido de RESULTAR, ACARRETAR, TER COMO


CONSEQUÊNCIA

Exemplos:
A despesa com elementos supérfluos implicará gastos desnecessários.
Maior consumo implica mais despesas por parte da empresa.
= TRANSITIVO INDIRETO, no sentido de EMBIRRAR, TER IMPLICÂNCIA COM ALGUÉM

Exemplo:
Os alunos implicaram com o professor.

LEMBRAR/ESQUECER

= como VERBOS NÃO PRONOMINAIS, são construídos com OBJETO DIRETO.

Exemplo:
Esqueci o nome dela.
Lembrei o nome dela.

= como VERBOS PRONOMINAIS (ACOMPANHADOS DE PRONOME OBLÍQUO ÁTONO),


são construídos com OBJETO INDIRETO, INTRODUZIDOS PELA PREPOSIÇÃO DE.

Exemplo:
Esqueci-me do nome dela.
Lembrei-me do nome dela.

= verbo TRANSITIVO INDIRETO, com OBJETO INDIRETO INTRODUZIDO PELA


PREPOSIÇÃO A

Exemplo:
Esqueceu-me a pauta da reunião.
Esqueceu a você o nome dele.

= no caso do verbo LEMBRAR, também é possível empregá-lo como TRANSITIVO DIRETO


E INDIRETO, com OBJETO INDIRETO INTRODUZIDO PELA PREPOSIÇÃO A OU DE.

Exemplo:
Lembrei meu chefe da reunião de logo mais.
O assessor lembrou vários números relevantes ao seu chefe durante a reunião.

ATENÇÃO!!!
Diante de uma oração subordinada substantiva objetiva
indireta, é possível omitir a preposição DE exigida pela
forma pronominal “ESQUECER-SE” ou “LEMBRAR-SE”.
Exemplo:
Nós nos esquecemos (de) que não haveria aula.
OBEDECER/DESOBEDECER

= Trata-se de verbos TRANSITIVOS INDIRETOS, regidos pela preposição A.

Exemplos:
Obedecia ao mestre.
Obedecia à sinalização de trânsito.
Eles desobedeceram À sinalização de trânsito.

ATENÇÃO!!!
O verbo OBEDECER, embora seja TRANSITIVO INDIRETO, admite
construção em voz passiva.
O agente público não obedeceu à decisão da Justiça. (VOZ ATIVA)
= A decisão da Justiça não foi obedecida pelo agente público. (VOZ
PASSIVA)

PAGAR/PERDOAR

= TRANSITIVO DIRETO com OBJETO DIRETO DE “COISA”

Exemplos:
Perdoei suas dívidas (= Perdoei-as)
Paguei minhas constas (= Paguei-as)

= TRANSITIVO INDIRETO com OBJETO INDIRETO DE “PESSOA”

Exemplos:
O pai não perdoou ao filho (= O pai não lhe perdoou).
O cliente não pagou ao lojista (O cliente não lhe pagou).

= TRANSITIVO DIRETO E INDIRETO, com o OBJETO DIRETO “COISA” e o OBJETO


INDIRETO “PESSOA”, introduzido pela preposição A.
Exemplos:
Perdoei ao jogador a ofensa.
Paguei ao funcionário a dívida.

PREFERIR

Trata-se de verbo TRANSITIVO DIRETO E INDIRETO.

Diferentemente da linguagem coloquial, este verbo não se constrói com a locução DO QUE, e
sim com a preposição A.

É errado dizer “preferir mais”, pois é um pleonasmo


(redundância).

Exemplo:
Prefiro MAIS café DO QUE chá (ERRADO)
Prefiro café A chá (CERTO)

Vou estudar DAS 8h


ÀS 12h. (com artigo
para 8h; com artigo
para 12h; ocorre
encontro da
preposição A com o
artigo AS; há crase)

PROCEDER

= no sentido clássico de “TER CABIMENTO”, “PORTAR-SE”, é INTRANSITIVO.

Exemplos:
Seus argumentos não procedem.
Ele procede com elegância diante de tantos insultos agressivos.
= no sentido de “ORIGINAR-SE”, é INTRANSITIVO e é acompanhado de ADJUNTO
ADVERBIAL INTRODUZIDO PLEA PREPOSIÇÃO DE.

Exemplos:
Tais informações procedem das mais diversas fontes.
O material apreendido procede da China.

= no sentido de “INICIAR”, “REALIZAR”, “EXECUTAR”, é TRANSITIVO INDIRETO, com


INDIRETO INTRODUZIDO PELA PREPOSIÇÃO A.

Exemplos:
O relator do caso procedeu à leitura dos autos.
A comissão procedeu ao exame dos recursos impetrados.

ATENÇÃO!!!
O verbo “PROCEDER” é outro verbo que não admite o pronome LHE como objeto indireto.
Deve-se empregar
no lugar a forma oblíqua tônica A ELE(S), A ELA(S).
O relator procedeu à leitura dos autos.
= O relator lhe procedeu. (ERRADO)
= O relator procedeu a ela. (CERTO)

QUERER

= é TRANSITIVO DIRETO no sentido de DESEJAR


Exemplos:
Eu quero meu quarto limpo imediatamente. (= Eu o quero limpo imediatamente)

= é TRANSITIVO INDIRETO no sentido de AMAR, QUERER BEM, pedindo OBJETO


INDIRETO INTRODUZIDO PELA PREPOSIÇÃO A

Exemplo:
Juro que quero muito a você. (= Juro que lhe quero muito)

VISAR

= é TRANSITIVO DIRETO no sentido de MIRAR, APONTAR, PÔR VISTO EM.


Exemplo:
O caçador visou o alvo.
JAMAIS FLEXIONE OS
O inspetor visou todas as páginas do laudo técnico. DOIS:
PARECEM ESTAREM
= é TRANSITIVO INDIRETO no sentido de TER EM VISTA, OBJETIVAR, EXIGINDO A
PREPOSIÇÃO A.

Exemplo:
O pai trabalhava visando ao conforto dos filhos.

ATENÇÃO!
O pronome oblíquo LHE não é usado como objeto indireto do verbo VISAR. No lugar, deve-se
empregar a forma oblíqua tônica A ELE, A ELA.
Esta ação visa ao bem-estar social.
= Esta ação lhe visa. (ERRADO)
= Esta ação visa a ele. (CERTO)
Admite-se a omissão da preposição A antes de verbo no infinitivo.
Este relatório visa (a) esclarecer as causas do acidente aéreo.

ALGUNS VERBOS ADMITEM MAIS


DE UMA REGÊNCIA MANTENDO O
SENTIDO ORIGINAL.

Vejam a seguir exemplos dos principais casos:

ABDICAR DESFRUTAR
O rei abdicou o trono Desfrutemos a vida.
O rei abdicou do trono Desfrutemos da vida.

ATENTAR
GOZAR
Atente o que estiver escrito.
Gozou a vida com intensidade.
Atente ao que estiver escrito.
Atente para o que estiver escrito. Gozou da vida com intensidade.

ANSIAR DEPARAR
Deparei com um gigantesco problema.
Anseio um mundo justo.
Deparei um gigantesco problema.
Anseio por um mundo justo.. Deparei-me com um gigantesco problema.
CASOS DE REGÊNCIA NOMINAL

A seguir, estão listadas as principais regências de nome.

Admiração a, por Devoção a, para, com, por Medo de

Aversão a, para, por Doutor em Obediência a

Dúvida acerca de, em,


Atentado a, contra Ojeriza a, por
sobre

Bacharel em Horror a Proeminência sobre

Capacidade de, para Impaciência com Respeito a, com, para com, por

Acessível a Entendido em Necessário a

Acostumado a, com Equivalente a Nocivo a

Agradável a Escasso de Paralelo a

Alheio a, de Essencial a, para Passível de

Análogo a Fácil de Preferível a

Ansioso de, para, por Fanático por Prejudicial a

Apto a, para Favorável a Prestes a

Ávido de Generoso com Propício a

Benéfico a Grato a, por Próximo a

Compatível com Habituado a Relativo a


CRASE

CASO GERAL

À = A (preposição) + A (artigo)
ÀS = A (preposição) + AS (artigo)

Para se haver crase, é necessário se fazer uma soma: soma-se a preposição A - solicitada pela regência
de um verbo ou de um nome - com o artigo definido A ou AS - solicitado por uma palavra feminina.

Se um desses elementos estiver ausente, não haverá crase.


Fomos à praia
QUEM VAI VAI A ALGUM LUGAR COMECE UMA FRASE COM A PALAVRA
PEDE PREPOSIÇÃO A PRAIA: A PRAIA... (PEDIU ARTIGO A)

DICAS:

Substituir a palavra feminina por uma masculina.


Respondi ÀS perguntas.
(= Respondi AOS
questionamentos.)

Se aparecer a forma AO ou AOS antes


da palavra masculina, é sinal de que
haverá crase antes da feminina.

Substituir a preposição A por PARA.

Fiz uma homenagem À professora.


(= Fiz uma homenagem PARA A professora)

Se aparecer a forma PARA A, é sinal de


que haverá crase.
NÃO OCORRE A CRASE

Se não houver a preposição “a” ou o artigo “a”, não ocorrerá crase.

... antes de verbo

Exemplos:
Voltamos a contemplar a lua.
Estou disposto a estudar.

... antes de palavras masculinas

Exemplos
Gosto muito de andar a pé.
Passeamos a cavalo.

... antes de pronomes de tratamento, exceção feita a SENHORA, SENHORITA, DONA, MADAME,
...:

Exemplos:
Dirigiu-se a V.Sa. com aspereza
Dirigiu-se à Sra. com aspereza.

Atenção!
Por que senhora, senhorita e dona aceitam
crase?
Se substituirmos “senhora” por “senhor”,
teremos “Entregaram o convite ao senhor”.
Dessa forma, se “senhor” solicita artigo
definido, “senhora” também o deverá
solicitar.

... antes de pronomes em geral:

Exemplos:
Não vou a qualquer parte.
Fiz alusão a esta aluna.

Tente iniciar com frase com os pronomes ELA, ESTA, ESSA, MESMA...
Ela é bonita. Perca que você não consegue iniciar com (A ela é bonita)

SE NÃO HÁ ARTIGO, NÃO HAVERÁ CRASE.

... em locuções formadas por palavras repetidas:

Estamos frente a frente.


Estamos cara a cara.
... quando o "a" vem antes de uma palavra no plural:

Não falo a pessoas estranhas.


Restrição ao crédito causa o temor a empresários.

CASOS FACULTATIVOS DE CRASE

A crase é facultativa, pois é facultativa a presença de artigo definido.

... antes de antropônimo (nome de pessoa) feminino:

Refiro-me à (a) Maria.

... antes de pronome possessivo feminino:

Dirija-se à (a) sua fazenda.


Além dos dois casos anteriores, existe o caso da preposição “até”, que pode ou não ser
acompanhada de preposição A, o que também torna facultativo o emprego do acento
indicador de crase.
Exemplo:
Dirija-se até à (a) porta.

ATENÇÃO!!!
Tenha cuidado também com a pegadinha da crase
facultativa no “às”. Cuidado! Uma vez presente o acento
na forma plural “às”, não há como omitir esse acento sem
que se façam outras alterações.

Refiro-me às suas desculpas.

CRASE OBRIGATÓRIA

CASOS ESPECIAIS DE CRASE

Exemplos:
Chegou à tarde.
Falou à vontade.
O prédio estava às moscas.
Ele saiu à francesa.
À medida que o tempo avança, ele se torna mais habilidoso.
Posicionai-me à frente do palco.
Aqui se trata de uma LOCUÇÃO, seja de que tipo for – adjetiva, adverbial, prepositiva,
conjuntiva, ... -, com o acento indicador de CRASE.

Locuções formadas pelas palavras CASA, TERRA e DISTÂNCIA


Quando a palavra “casa” é empregada no sentido de “lar” e não vem especificada, não pede
artigo. Se, por sua vez, houver especificação da casa, haverá artigo.

sem crase
CASA

com crase
CASA DA VOVÓ
Regressaram a casa para almoçar. (SEM crase, haja vista que CASA não foi especificada)
Regressaram à casa da vovó. (COM crase, haja vista que CASA foi especificada)

Locuções indicadoras de HORAS

Chegamos às nove horas.


Chegamos à 1h.
Chegamos à meia noite.
Atenção!!!
Observe o comparativo!
Chegamos às nove horas.
Chegamos após as nove horas.
Na segunda frase, não há crase, pois já ocorre a presença da preposição “após”, o que impede a
presença de uma outra preposição (no caso, a preposição “a”).

Locução À MODA (DE)

Cuidado com a locução À MODA (DE).


Ela significa “EM IMITAÇÃO A PESSOA OU A LUGAR”.
Trata-se de imitar o jeito de fazer de uma pessoa ou de um lugar.

Ex: Fiz um gol no racha à CR7.


CUIDADO, POIS, MESMO IMPLÍCITO, HAVERÁ CRASE.
= Fiz um gol à (moda) CR7.

Atenção!!!
Cuidado com FRANGO A PASSARINHO e BIFE A CAVALO!
!
Não é possível subentender MODA, pois PASSARINHO e CAVALO nem são gente, nem lugar!
Portanto, não há crase em FRANGO A PASSARINHO e BIFE A CAVALO.
Crase antes de TOPÔNIMOS (nomes de lugar)

Existe uma forma muito simples de identificar se há ou não crase.

Quem volta DE VAI A

Quem volta DA VAI ÀS

Dessa forma, “Vou a Brasília” SEM CRASE, porque “Voltei de Brasília SEM ARTIGO”.
“Vou à Bahia” COM CRASE, porque “Voltei da Bahia COM ARTIGO”.

Atenção!!!
O topônimo será necessariamente antecedido de artigo, caso venha
especificado ou qualificado.
Vou a Paris (sem crase).
Vou à Paris, Cidade Luz. (com crase)
Vou a Fortaleza.(sem crase)
Vou à Fortaleza da minha infância. (com crase)

Crase em ÀQUELE (S), ÀQUELA (S), ÀQUILO

ÀQUELE (S) = A (preposição) + AQUELE (S)


ÀQUELA (S) = A (preposição) + AQUELA (S)
ÀQUILO = A (preposição) + AQUILO

TROQUE A FORMA
AQUELE(S),
AQUELA(S), AQUILO POR
ESTE(S), ESTA(S), ISTO
Se aparecer a forma A ESTE(S), A ESTA(S), A Se aparecer somente o demonstrativo
ISTO, é sinal de que temos preposição A ESTE(S), ESTA(S), ISTO, é sinal de que NÃO
acompanhando pronome demonstrativo. temos preposição A acompanhando o
O resultado é o emprego de crase em demonstrativo.
ÀQUELE(S), ÀQUELA(S), ÀQUILO. O resultado é o emprego das formas
AQUELE(S), AQUELA(S), AQUILO sem crase.

Exemplos:
Perguntaram, após a aula, ÀQUELE PROFESSOR Exemplos:
seu parecer sobre a polêmica questão. Homenagearam, ao final do curso, AQUELE
(= Perguntaram, após a aula, A ESTE DEDICADO FUNCIONÁRIO.
PROFESSOR seu parecer sobre a polêmica (= Homenagearam, ao final do curso, ESTE
questão. DEDICADO FUNCIONÁRIO.)

Crase diante de PRONOMES RELATIVOS

Esta é a nação A QUE me refiro.


Não há crase antes do pronome relativo QUE, pois antes dele, há somente preposição A –
requerida pela forma verbal “me refiro”.
Para se certificar disso, substituam “nação” por “país”. Teremos a construção “Este é o país
A QUE me refiro”.
Vejam que não houve alteração na forma A QUE.
É sinal de que não há crase.
Esta é a nação À QUAL me refiro.

Há crase antes do pronome relativo, pois ocorre a fusão da preposição A – requerida pela
forma verbal “me refiro” – com o relativo A QUAL.
Para se certificar disso, substituam “nação” por “país”. Teremos a construção “Este é o
país AO QUAL me refiro”.
O fato de aparecer a forma AO QUAL é sinal de que ocorre crase, resultado da fusão da
preposição A com relativo A QUAL.
Houve uma sugestão anterior À QUE você me deu.

Substituindo “sugestão” por “palpite”, teremos: “Houve um palpite anterior AO QUAL você
me deu”.
O fato de aparecer a forma AO QUE é sinal de que ocorre crase, resultado da fusão da
preposição A com o demonstrativo A (= aquela).

Bons estudos!!!!

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