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Sumário

PORTUGUÊS 4

INFORMÁTICA 12
RACIOCÍNIO LÓGICO 16

CRIMINOLOGIA 18

VITIMOLOGIA 22

DIREITO CONSTITUCIONAL 27

DIREITOS HUMANOS 38

LEG. ESPECIAL - CRIMES HEDIONDOS 40

DIREITO PENAL 45

DIREITO PROCESSUAL PENAL 54

DIREITO ADMINISTRATIVO 66
ORTOGRAFIA E ACENTUAÇÃO

Noções iniciais:
- Ortoépia: estudo da pronúncia correta das palavras.
- Prosódia: estudo da sílaba e da acentuação correta das palavras.

Antes de falar sobre a sílaba tônica, é importante entender o que é tônico e, por exclusão, átono.
- Sílaba tônica: sílaba que é pronunciada com mais força. Ex: a palavra “casa” tem o acento tônico na
penúltima sílaba (casa), mas não possui acento gráfico. Por sua vez, a palavra “troféu” possui tanto o acento
tônico como o acento gráfico (troféu) em sua sílaba final.

Embora o acento tônico e o acento gráfico geralmente sejam associados, são conceitos distintos.
Acento tônico: ocorre na fala. / Acento gráfico: ocorre na escrita.

BIZU: A banca gosta de cobrar a finalidade da acentuação, que é diferenciar palavras, pois o acento pode
mudar a classe gramatical:
Ex.: Sabia (verbo), Sabiá (substantivo), Sábia (adjetivo)
Ele sabia disso. / O sabiá cantou esta manhã. / A mulher era muito sábia.
Ex.: Acumulo (verbo), Acúmulo (substantivo).
Eu acumulo dinheiro para comprar uma casa. / O acúmulo de lixo tem gerado ratos na vizinhança.

É importante ter em mente que os acentos agudos indicam um timbre aberto (ex: avó) e os acentos
circunflexos, um timbre fechado (ex: avô).

- Fonema: unidade sonora que forma palavras e as distingue de outras.


- Letra: é a representação gráfica de um som.
 Dígrafos: Dígrafos são pares de letras que, quando combinadas, representam um único som ou fonema.
Existem diferentes tipos de dígrafos, como os dígrafos consonantais, que são pares de consoantes que
juntas produzem um som específico. Alguns exemplos comuns incluem:

Dígrafo Exemplos Dígrafo Exemplos


nh banho, sonho qu quando, questão
lh alho, ilha gu guerra, guia
rr carro, perro ch chave, chamar
ss passo, massa lh malha, batalha
sc / sç descer, nasça lh alho, olho

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 Encontros consonantais: são sequências de duas ou mais consoantes que ocorrem juntas em uma
palavra, sem a presença de vogais intermediárias. Enquanto os dígrafos representam um único som, os
encontros consonantais representam a combinação de sons individuais de cada consoante. Ex: prato; clube;
grito; planta; criança.
 Ditongos: é a sequência de uma vogal e uma semivogal (também conhecida como semiconsoante) ou
vice-versa, em uma mesma sílaba. Ex.:Glória, Sai, Meu, Céu, Imóveis, Gíria.
 Tritongos: é a sequência de três vogais que ocorrem juntas em uma mesma sílaba. Ex: Uruguai.

 Hiatos: é o encontro de duas vogais em sílabas diferentes. Ex: Saúde; Países; Caótico.

As palavras também podem ser classificadas quanto ao número de sílabas.

Número de Sílabas Classificação Exemplos


1 Monossílabas sol, céu, flor
2 Dissílabas ca-sa, ca-no
3 Trissílabas a-mi-go, ca-ne-ta
4 ou mais Polissílabas a-ti-vi-da-de, me-di-ci-na

Regras gerais de acentuação


Há três posições para uma sílaba tônica.

 Oxítona: ÚLTIMA sílaba tônica. Ex: sofá; café; avó; devagar; carrossel.
REGRA: acentuam-se as oxítonas terminadas em A(s), E(s), O(s), EM(ens) e também em ditongos
abertos: éu, éi, ói. Ex: gambá; papéis; destrói; herói; parabéns.

 Paroxítona: PENÚLTIMA sílaba tônica. Ex: fácil; órgão; hífen; escola; secretária.
REGRA: acentuam-se as paroxítonas não terminadas em A(s), E(s), O(s), EM(ens), ou seja, é o
contrário da regra das oxítonas. Além disso, são acentuadas as paroxítonas terminadas em ditongo.
Ex: fácil; tórax; júri; bromélia; próprio.
IMPORTANTE: pelo novo acordo ortográfico, as paroxítonas que tragam ditongo aberto na penúltima
sílaba não são acentuadas. Ex: heroico, assembleia, ideia, androide, debiloide, colmeia, boia.

 Proparoxítona: ANTEPENÚLTIMA sílaba tônica. Ex: médico; máquina; lâmpada; específico.


REGRA: todas as palavras cuja sílaba tônica for a antepenúltima são acentuadas. Ex: átomo; caótico;
relâmpago; página; antônimo.
OBS: a questão das Proparoxítonas “aparentes ou eventuais”: algumas paroxítonas terminadas em
ditongo crescente podem ser consideradas, alternativamente, uma proparoxítona. Acontece com
paroxítonas terminadas em ea, eo, ia, ie, io, oa, ua, uo. Ex: sé-rie; his-tó-ria  sé-ri-e; his-tó-ri-a
No entanto, a regra dominante é a da paroxítona terminada em ditongo. Logo, somente em último
caso, se não houver resposta melhor, aí deve-se considerar a “possibilidade” de a palavra ser
classificada segundo essa regra.

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Monossílabos tônicos: são acentuados os terminados em A, E, O e também em ditongos abertos éu, éi,
ói (seguidos ou não de S, visto que o plural não afeta a regra). Ex: pá; pó; nós; céu; dói.

BIZU: A banca gosta de cobrar se as palavras são acentuadas segundo a mesma regra.
Ex: As palavras “parabéns” e “lúmen” são acentuadas pela mesma regra?
Resposta: Não, visto que parabéns é acentuada pela regra das oxítonas terminadas em “ens”, enquanto
que lúmen recebe acentuação pela regra das paroxítonas não terminadas em A(s), E(s), O(s), EM(ens).
Ex: História, série e água são acentuadas segundo a mesma regra?
Resposta: Sim, uma vez que são paroxítonas terminadas em ditongo.

 Acentuação do Hiato: O hiato é o encontro de duas vogais em sílabas diferentes.


REGRA: Deve-se acentuar o I e o U tônicos, em hiato com vogal ou ditongo anterior, formando sílaba
sozinhos ou com S: ca-í, fa-ís-ca, Pa-ra-í-ba, e-go-ís-ta, ru-í-do, sa-ú-de, ba-la-ús-tre.
NÃO SÃO ACENTUADOS:

 Os I ou U tônicos nos hiatos quando formam sílaba com letra que não seja S. Ex: ca-ir; sa-in-do; ju-iz.
 O hiato seguido de NH na próxima sílaba. Ex: Ra-i-nha, Ba-i-nha, Mo-i-nho.

 Acentos Diferenciais: é utilizado para permitir a identificação mais fácil de palavras homófonas, ou seja,
que têm a mesma pronúncia.

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- TER, VIR e DERIVADOS: o acento é utilizado para indicar o PLURAL.
Ex: eles têm, retêm, vêm, intervêm (somente o acento circunflexo que indica o diferencial, pois o agudo
remete à regra das oxítonas).
- DE INTENSIDADE:
Pôr (verbo – Ex: Vou pôr a mesa para o jantar em família.) x Por (preposição – Ex: A saída é por aqui.).
- DE TIMBRE:
Pôde - 3ª pessoa do singular do pretérito perfeito do indicativo do verbo PODER. Ex: Ele não pôde vir.
Pode - 3ª pessoa do singular do presente do indicativo do verbo PODER. Ex: Ela não pode trabalhar.

BIZU: algumas observações importantes cobradas em prova:

 Não se acentua o primeiro “o” de palavras paroxítonas terminadas em “oo”. Ex: voo, abençoo.
 Também, de acordo com o novo acordo, não se acentua o “E” do “CREDELEVE” (verbos CRER, DAR,
LER, VER e derivados), ou seja, o primeiro E das formas verbais terminadas em EEM.
Ex: eles veem, leem, releem, creem, deem.
 A fruta “pera’ perdeu o acento, assim como esporte “polo”.
 O trema não é mais utilizado (exceto em nomes pessoais, ex: Müller).

Emprego do Hífen

O hífen é um sinal usado basicamente para:

 Formar palavras compostas (união de radicais: homem-bomba);


 Separar sílabas (hí-fen);
 Separar pronomes oblíquos átonos (comprei-a).

REGRA DA UNIÃO DE PREFIXOS: “os diferentes se atraem”. Vogais e consoantes diferentes se unem
diretamente, não podendo ser “separadas” por hífen. Ex: autoescola; infraestrutura; hipermercado.
Exceção: o prefixo “CO” não tem hífen, mesmo que a próxima letra seja igual. Ex.: cooperativa, coobrigado.
 Logo, o hífen é usado na união de “prefixos + palavra” para SEPARAR LETRAS IGUAIS. Ex: micro-ondas;
anti-inflamatório; contra-ataque; super-resistente.

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BIZU: regra do aRRoSS - após uma vogal, temos RR ou SS, ou seja, se a consoante após a vogal que
termina o prefixo for S ou R, esta deve ser duplicada. Ex: minissaia; contrarregra; contrarrazões.

Casos especiais:
- Não se usa hífen após “não” e “quase”. Ex: não agressão; não fumante; quase delito; quase morte.
- Não se usa hífen entre palavras compostas com elemento de ligação. Ex: mão de obra; dia a dia; café
com leite; cão de guarda; pé de moleque.
- Não se usa hífen em locuções com palavras repetidas. Ex: dia a dia; corpo a corpo; face a face.
- Há hífen antes de palavra com H. Ex: anti-higiênico, pré-história, super-homem.
- Há hífen com os prefixos bem e mal + palavra iniciada por vogal (ou H). Ex: mal-estar; bem-aventurado.
- Há hífen nos prefixos recém, além, aquém, sem, ex, vice. Ex: recém-nascido, vice-presidente, sem-terra.
- Há hífen com os prefixos tônicos “pré”, “pró” e “pós”. Ex: pré-escolar, pró-americano, pós-graduação.
- Há hífen com os prefixos “Sub” e “sob” + R/B. Ex: sub-região, sub-raça, sub-reitor.

Processos de formação de palavras


São mecanismos linguísticos pelos quais novas palavras são criadas a partir de elementos existentes na
língua. Os principais cobrados em prova são:

COMPOSIÇÃO: Justaposição: não há perda fonética. Ex: pombo-correio; girassol


formação de palavras
Aglutinação: há perda de fonema ou tonicidade.
novas, combinando dois
Ex: plano + alto = planalto.
ou mais vocábulos
DERIVAÇÃO: agregação de afixos a um radical, podendo ser PREFIXAL, SUFIXAL, PARASSINTÉTICA,
REGRESSIVA e IMPRÓPRIA. Ex: deslealdade, alaranjado, amoroso, etc.
HIBRIDISMO: união de elementos de línguas diferentes. Ex: sócio (latim) + logia (grego).
ABREVIATURA: reduções na escrita de certas palavras. Ex: foto (fotografia), pág. (página), etc.

Expressões problemáticas cobradas com frequência


 MAL X MAU
- Mal: oposto de “bem”. Pertence à classe dos advérbios. Geralmente acompanha um verbo ou adjetivo.
Ex.: Não passou porque estava mal preparado. Há, ainda, outros usos:
 “Mal” como conjunção temporal, com sentido de “logo que”. Ex.: Mal cheguei, fui interrogado.
 Como sinônimo de “doença, coisa ruim”, mal é substantivo. Ex.: Morreu de um mal súbito.

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- Mau: oposto de “bom”. Assume a função de adjetivo. Acompanha um substantivo, dando a ele a
qualidade de “maligno”. Ex.: Não passou porque era um mau candidato.

 HÁ x A

- Há: Verbo impessoal haver, com sentido de existir; tempo passado. Ex.: Há dias em que sinto falta de
fumar. / Há dez anos não fumo.
- A: é uma preposição, com sentido de limite, distância ou futuro. Ex.: O cinema fica a 2km daqui. /
Chegaremos daqui a 15 minutos.

 PORQUE x POR QUE x POR QUÊ x PORQUÊ

Conjunção explicativa ou causal, ou seja, introduz uma


Estude, porque as provas
PORQUE explicação ou causa da oração anterior. Pode ser substituída
serão na próxima semana.
por “pois”, “uma vez que” ou “para que”.
É um substantivo, podendo ser acompanhado de artigo, Não sabia o porquê de tanta
PORQUÊ
pronome, adjetivo ou numeral. ansiedade.
É a junção da preposição por + pronome interrogativo ou
Quero saber por que (por qual
indefinido e inicia perguntas diretas ou está presente no
razão) você não atende meus
interior de perguntas indiretas, podendo ser substituído
POR QUE telefonemas.
por “por qual razão” ou “por qual motivo”. Também é a
Os lugares por que (pelos
junção da preposição por + pronome relativo e terá o
quais) viajei são inesquecíveis.
significado de “pelo qual” e suas flexões.
É a junção da preposição por + pronome interrogativo.
Você parece triste, por quê?
Aparecerá geralmente no final de uma frase (antes de um
POR QUÊ Ela está chorando sem saber
sinal de pontuação), podendo ser substituído por “por qual
por quê (por qual razão).
motivo”, “por qual razão”.

 ONDE x AONDE
- Onde: Usado para verbos que pedem a preposição “em”. Indica ideia de posição fixa, lugar.
Ex.: Onde você mora? Moro em Caxias.

- Aonde: Usado para verbos que pedem a preposição “a”. Indica ideia de movimento.
Ex.: Aonde quer que eu vá, eu levo você no olhar.

 MAS x MAIS
- MAS: indica ideia contrária, pois é uma conjunção adversativa. Ex: Ele corre muito, mas não emagrece.
- MAIS: sentido de adição, oposto de menos. Ex: Quanto mais estuda, mais aprende.

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 A FIM x AFIM
- A FIM: sentido de propósito, finalidade, pode ser substituído por “para”. Ex: Estudei a fim de ser aprovado.

- AFIM: ideia de ser semelhante, correlato. Ex: Português e Literatura são disciplinas afins.

 A PAR x AO PAR
- A PAR: equivale a “estar informado”. Ex: Não estou a par da reunião.
- AO PAR: refere-se a valor. Ex: O Dólar estar ao par do Euro.

 ACERCA x A CERCA
- ACERCA: equivale a “sobre”, quando se está falando de algo. Ex: Discutimos acerca do aumento salarial.
- A CERCA: indica ideia de futuro ou distância física. Ex: Estamos a cerca de 500 metros do local.

 TAMPOUCO x TÃO POUCO

- TAMPOUCO: possui o sentido de “também não”. Ex: Não fiz o dever.


- TÃO POUCO: refere-se à fusão do advérbio de intensidade (tão) + advérbio de intensidade/pronome
indefinido (pouco), com sentido de quantidade, intensidade. Ex: Ela come tão pouco.

 TRÁS x TRAZ
- TRÁS: função de advérbio, indicando lugar, direção. Ex: Chegue para trás para não se machucar!
- TRAZ: verbo relacionado à ação de trazer. Ex: O marido traz flores para a esposa todas as semanas.

 DE ENCONTRO A x AO ENCONTRO DE
- DE ENCONTRO A: significado de ideia contrária, “contra”, “em oposição a”, “para chocar-se com”. Ex:
Minha opinião vai de encontro à sua (é contrária).
- AO ENCONTRO DE: significado de conformidade, “estar de acordo com”, “em direção a”, “favorável a”.
Ex: Fomos ao encontro um do outro (na mesma direção).

 AO INVÉS DE x EM VEZ DE
- AO INVÉS DE: o termo “invés” é substantivo e variante de “inverso” e significa “lado oposto”, “avesso".
Ex: Ao invés de brigar, tentem fazer as pazes.

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- EM VEZ DE: é mais empregada com o significado de “em lugar de”, porém pode significar “ao invés de”,
“ao contrário de. Ex: "A menina assistiu à TV em vez de filme."

BIZU: na dúvida, nas redações use sempre “em vez de”, pois a expressão serve para qualquer caso.

 DE MAIS x DEMAIS
- DE MAIS: expressão que é o oposto de “menos”. Ex: Não vi nada de mais naquele livro.
- DEMAIS: advérbio com sentido de muito. Ex: Ela comeu demais no jantar.

 SENÃO x SE NÃO
- SENÃO: é usada como sinônimo de “exceto”, “do contrário”, “a não ser”, “porém” ou “problema”. Ex:
Dançamos tudo, senão a valsa.
- SE NÃO: é utilizada no início de orações subordinadas adverbiais condicionais, causais ou temporais. Ex:
Se não estudar, não passará. / Se não há perguntas, a aula está terminada.

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Conceitos básicos de Informática

Hardware - componentes físicos de um computador. Teclado, mouse,


drives de DVD, placa-mãe, processador, discos rígidos...

Software - componentes lógicos de um computador. Programas e


aplicativos.

Placa-mãe - conjunto de circuitos integrados, organizados em uma


placa, que permite a integração entre a CPU e todos os componentes.

BIOS (Basic Input/ Output System – Sistema Básico de Entrada e


Saída): é um programa (software) pré-gravado pelo fabricante da placa-mãe e
colocado em uma memória ROM (permanente), na placa-mãe do computador. A
BIOS que inicializa a máquina.

CPU) - processador - “cérebro” de um computador. Responsável por todos


os cálculos do computador.

Memórias e dispositivos de armazenamento


Memória Velocidade Volatil Custo Local Ordem de Grandeza
idade

Registrador absurdamente sim muito alto processador Bits/Bytes


alta

Cache muito alta sim alto dentro ou fora do Kilobytes/ Megabytes


processador

RAM (principal) alta sim médio placa-mãe GigaBytes

Secundária média/baixa não baixo conectado Gigabytes/Terabytes


(HD, DVD) externamente

DISCOS SSD x Disco Rígido

1) SSD - o tempo de acesso à memória é muito menor do que o


tempo de acesso a meios magnéticos ou óticos.
2) Não existem partes móveis ou eletromecânicas no SSD, reduzindo
vibrações e ruídos. Justamente por isso, os SSDs são muito mais
resistentes que os HDs comuns contra choques físicos;
3) Menor peso em relação aos discos rígidos convencionais, mesmo os
mais portáteis;
4) Consumo reduzido de energia;

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5) Possibilidade de trabalhar em temperaturas maiores que os HDs
comuns - cerca de 70° C;
6) Taxa de transmissão de dados mais elevada do que os HDs.

1 byte (“b” Maiúsculo) 8 bits (“b” minúsculo)

1 Kilobyte (KB) 2¹º bytes = 1024 bytes

1 Megabyte (MB) 2²º bytes = 1024 Kilobytes = 1048576 bytes

1 Gigabyte (GB) 2³º bytes = 1024 Megabytes

1 Terabyte (TB) 2⁴º bytes = 1024 Gigabytes

1 Petabyte (PB) 2⁵º bytes = 1024 Terabytes

USB (Universal Serial Bus – Barramento Serial


Universal)

Conectar de forma Hot Plug and Play uma vasta


gama de dispositivos - mouse, multifuncionais,
smartphones.

Hot Plug and Play - permite que um dispositivo seja conectado sem
precisar reiniciar o computador.

USB 2.0 USB 3.0

Até 60 MB/s Até 600 MB/s (4,8Gbps)


(480Mbps)

DISPOSITIVOS DE ENTRADA – Mouse,Teclado,Scanner,Web cams.

DISPOSITIVOS DE SAÍDA - Monitor (sem função touch), placa de


vídeo,Impressora,Caixas de som.

DISPOSITIVOS DE ENTRADA e SAÍDA - Monitores sensíveis ao toque,


Multifuncionais (que acumulam impressora e scanner, por exemplo), Drives
leitores e gravadores de mídias óticas (DVD, Blu-Ray),Pendrives.

Drivers - softwares utilizados para permitir ao Sistema Operacional


desfrutar dos recursos de um determinado hardware. “Manual de
instruções” do hardware.

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Fundamentos básicos da Internet

Internet - rede mundial de computadores, composta por todos os


computadores do mundo ligados em rede.

Intranet - Conjunto de computadores da Internet com as mesmas


características da Internet, isoladas da rede mundial. Comum em empresas e
órgãos públicos.

Extranet - Acesso a serviços de Intranet por meio da Internet. Acesso por


Login e senha, ou Rede Privada Virtual.

HTTP: HyperText Transfer Protocol, ou Protocolo de Transferência


de Hipertexto, protocolo base para a comunicação na World Wide Web (www).
É ele que transfere o conteúdo das páginas web para os navegadores
(Browsers). Utiliza a porta 80.

HTTPS: O HyperText Transfer Protocol Secure é a implementação do


HTTP aliado a uma camada de segurança, por meio da utilização do protocolo
SSL/TLS (Secure Sockets Layer/Transport Layer Security – Segurança
da Camada de Transporte). O HTTPS, invariavelmente, é utilizado em
endereços web que trafegam informações sensíveis, como senhas, dados
bancários, dentre outros. Utiliza a porta 443.

FTP: O File Transfer Protocol, ou Protocolo de Transferência de Arquivos,


é um protocolo voltado exclusivamente para a transferência de dados pela web.
Utiliza duas portas: a 20, para a transferência propriamente dita dos arquivos, e
a 21, para controle da sessão.

SMTP: O Simple Mail Transfer Protocol, ou Protocolo Simples de


Transferência de Correio, é responsável apenas pelo envio de email. Utiliza a
porta 25.

POP3: O Post Office Protocol Version 3, utilizado para o recebimento


de mensagens de email, transferindo a mensagem armazenada no servidor de
email para a máquina do usuário. Utiliza a porta 110. Foi o principal protocolo
de email da era da internet discada, ainda é utilizado nos dias de hoje, mas tem
perdido espaço para o protocolo seguinte.

IMAP: O Internet Message Access Protocol, ou Protocolo de Acesso à


Mensagem da Internet, é o protocolo mais utilizado dentre os webmails
modernos, que permitem que a mensagem seja lida sem transferi-la do servidor
na qual se encontra.

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DNS (Domain Name System - Sistema de Nomes de Domínios): converte
nomes de endereços em endereços IP

NAVEGADORES DE INTERNET

Principais Teclas de Atalhos para Navegadores


CTRL + D Favoritos
CTRL + H Histórico
CTRL + J Downloads
CTRL + T Nova aba ou guia
CTRL + N Nova janela
CTRL + SHIFT + T Reabrir última aba fechada
CTRL + SHIFT + P Navegação InPrivate ou Privativa
CTRL + Shift + N Navegação anônima (Chrome)

Internet Explorer - diferenciais

FILTRO SMARTSCREEN - Defende o computador de ameaças, com um


conjunto de ferramentas:

Proteção antiphishing — para filtrar ameaças de sites impostores


destinados a adquirir informações pessoais, como nomes de usuários, senhas e
dados de cobrança.

Reputação de aplicativo — para remover todos os avisos desnecessários


de arquivos conhecidos e mostrar avisos importantes para downloads de alto
risco.

Proteção antimalware — para ajudar a impedir que softwares


potencialmente perigosos se infiltrem no computador.

PROTEÇÃO CONTRA RASTREAMENTO - permite que o usuário proteja


sua privacidade ao limitar as informações que podem ser coletadas por terceiros
a partir de sua navegação, e que expresse suas preferências de privacidade para
os sítios que visite.

Ainda, o navegador, por definição, envia solicitações Do Not Track aos


sites visitados. É como se fosse um “pedido” para evitar rastreamento, mas cabe
ao site de destino a opção por atender esse pedido (ou não).

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RACIOCÍNIO LÓGICO E MATEMÁTICO - PROPOSIÇÕES E TABELA VERDADE

- Uma proposição é uma sentença declarativa (p: a bola é azul) representada por palavras ou símbolos
(q: 1+1=2; r: 2>3), podendo assumir valor VERDADEIRO ou FALSO.

- Sempre preste atenção na SENTENÇA!


- Nem sempre uma proposição tem haver com a realidade.
- Sempre veja o contexto

Sentenças abertas não são proposições pois você não pode dizer se elas são verdadeiras ou falsas.
Sem verbo
Interrogativa (?)
Exclamativa (!)
Imperativa (“coma”, “levante”, “ande”) Não são proposições!
Equações (x - 1 = 6)
Sentenças abertas

Tabela Verdade
- Se você tiver 2 proposições, você montará a tabela verdade com um ‘p’ e um ‘q’, cada letra
representando uma proposição e assim por diante.
Você começa a tabela verdade com metade V e metade F e depois alterna (VV / FF e depois VF/VF).
- Se forem 3 proposições, sua tabela terá 8 linhas, a lógica é a mesma, metade V e metade F.
p (VVVV FFFF)
q (VV FF VV FF)
r (VF VF VF VF)

Abaixo você verá uma tabela verdade com 2 proposições, mas antes entenda os símbolos.

Palavra Símbolo Nome Bizu


Verdadeiro
e Conjunção
v Para V, os dois devem ser V

Dica: Para lembrar do ou, veja o V


ou v Disjunção (inclusiva) Para V, pelo menos 1 devem ser V e lembra do U de oU

não ~ Negação
Vera Fisher é Falsa
se, então... Condicional Apenas quando tiver V F a prop. é Falsa

se e somente se... Bicondicional Dois termos iguais é V

ou... ou... v Disjunção exclusiva Para ser V,


apenas 1 termo pode ser V
o
te

ri
n

á
s
ie

e ou
e
c

c

q pvq pvq p q p q
e

p q
u

p
n
s

v
V V V V F V V
V F F V V F F
F V F V V V F
F F F F F V V

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Tabela Verdade
Quantidade de linhas
n
A tabela verdade de uma proposição formada por n proposições simples terá 2 linhas.
Por exemplo, a tabela verdade da proposição "x é um número real e maior que 5 e menor que 10" terá 8
linhas, pois a sentença é formada por 3 proposições (n = 3).
3
2 = 2*2*2 = 8 linhas

te

o
ri
n

á
ie

s
s
c

e
e ou

c
u

e
p q p q pvq pvq p q p q

n
s
v
V V V V F V V
V F F V V F F
F V F V V V F
F F F F F V V
p q
v
- Isso E aquilo
pvq - Isso OU aquilo
pvq - OU Isso OU aquilo
p q - Se p então q // quando p então q // toda vez que...
p q - Se e somente se... // Apenas... // Assim como...

Tautologia, Contradição, Contingência e Equivalência


• Tautologia -> O resultado da proposição é sempre Verdade
• Contradição -> resultado é Falso
• Contingência -> Resultado V ou F
• Equivalência lógica -> Uma proposição é igual a outra

SUFICIENTE - NECESSÁRIO SUFICIENTE e NECESSÁRIO


p q p q
• Exemplo: Se vai fazer a prova, então está inscrito • p é suficiente E necessário para q
• p = vai fazer a prova • q é suficiente E necessário para p
• q = está inscrito

Fazer a prova é condição SUFICIENTE para estar inscrito


Estar inscrito é condição NECESSÁRIA para fazer a prova

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CRIMINOLOGIA
CONCEITO, MÉTODO, OBJETOS E FINALIDADE

Conceito: a Criminologia é uma ciência autônoma e interdisciplinar, que se utiliza dos métodos indutivo,
empírico/experimental, biológico e sociológico, e que tem por objetos de estudo o crime (delito), o
criminoso (delinquente), a vítima e os controles sociais (formais e informais), tendo por finalidade a
explicação e prevenção do crime, a intervenção na pessoa do infrator (para evitar a reincidência e
promover a ressocialização) e a valoração dos modelos de resposta ao delito.
Bizu: conceito, método, objetos e finalidade da Criminologia são tópicos extremamente
cobrados em provas, portanto é necessário DECORÁ-LOS! A Criminologia integra a “tríade das
Ciências Criminais”, a qual também é composta pelo Direito Penal e pela Política Criminal.

 Ciência autônoma: a Criminologia é entendida como ciência autônoma e independente por possuir
função, métodos e objetos próprios. Logo, é incorreto afirmar que a Criminologia é um ramo, sub-ramo,
“braço”, complemento ou extensão de outro ramo do saber, como, por exemplo, do Direito Penal.
Obs: quando se busca a origem do crime, a Criminologia se vale da Etiologia Criminal (ou Criminogênese),
que é uma ciência que se concentra em estudar as origens e causas do crime.

 Métodos: o Empirismo trata-se de todo conhecimento proveniente da experiência, captado pelo mundo
externo, físico, por meio dos sentidos. Assim, após a observação de casos concretos e particulares, a
Criminologia pode chegar a conclusões gerais (método indutivo). Por sua vez, os métodos biológicos
ocupam-se em analisar aspectos orgânicos da pessoa do criminoso e do comportamento individual da
vítima, ao passo que a análise de fatores sociais (métodos sociológicos) é fundamental para diagnosticar
padrões, valores, costumes e posicionamentos predominantes em determinados grupos sociais.

 Interdisciplinaridade: a Criminologia reúne e leva em consideração os resultados de outros ramos do


saber, tais como a sociologia, biologia, psicologia, medicina legal, etc.
Bizu: interdisciplinaridade NÃO SE CONFUNDE com multidisciplinaridade.
 Interdisciplinaridade: é mais profunda, reunindo conhecimento de outros ramos
do saber que convergem entre si, chegando a conclusões harmônicas, uniformes.
 Multidisciplinaridade: é mais esparsa, na medida em que apresenta diversas
conclusões de vários ramos do saber, cada qual chegando a resultados de modo
independente, sem a preocupação de considerar as demais visões.

A Criminologia difere do Direito Penal e da Política Criminal em diversos aspectos, a saber:


CRIMINOLOGIA DIREITO PENAL POLÍTICA CRIMINAL
Ciência social, humana e empírica Ciência normativa/jurídica do Conjunto sistemático de
do "ser" que se utiliza do método "dever ser” que se utiliza do princípios e regras, buscando
indutivo. método dedutivo. adequar os meios aos fins.
Vê o crime enquanto fato. Vê o crime enquanto lei. Vê o crime enquanto valor.
Ocupa-se do estudo do crime, da Analisa fatos humanos que
pessoa do infrator, da vítima e do repercutem na sociedade, Trabalha as estratégias, táticas e
controle social, buscando estabelecendo o comportamento meios de controle social da
programas de prevenção eficazes e adequado por meio de lei. A criminalidade, representando
técnicos de intervenção positiva no violação desse comportamento uma "ponte" entre a criminologia
homem delinquente, conforme os causa uma consequência, que é e o direito penal.
modelos de resposta ao delito. uma penalidade.

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Principais características da Criminologia MODERNA:
 Caracterização do crime como problema social;
 Ampliação do objeto do estudo (inclusão da vítima e dos controles sociais);
 Enfoque na prevenção e não exclusivamente na repressão do delito;
 Intervenção positiva no infrator;
 Mudança do paradigma etiológico para as estruturas sociais como causa do delito.

Além disso, a Criminologia Moderna divide-se em dois ramos:


 Criminologia Geral: consiste na sistematização, comparação e classificação dos resultados obtidos no
âmbito das ciências criminais acerca do seu objeto, ou seja, reúne todos os resultados e conclusões
teóricas da criminologia.
 Criminologia Clínica: também chamada de microcriminologia, trata-se da aplicação concreta dos
conhecimentos teóricos para o tratamento dos criminosos, em busca de sua ressocialização.
Bizu: Criminologia NÃO SE CONFUNDE com Criminalística, a qual é uma ciência
utilizada para determinar a dinâmica de um local de crime através da análise de
evidências. Essas evidências, obtidas a partir de vestígios físicos, são necessárias para
entender como o crime ocorreu, quem foram os envolvidos e qual sua motivação.

OBJETOS da Criminologia
Atualmente, possui quatro objetos de estudo: o crime, o criminoso, a vítima e o controle social.
Bizu: inicialmente, a Criminologia apenas se ocupava do estudo do crime (Escola
Clássica - Beccaria), passando, posteriormente, pela verificação do delinquente
(Escola Positiva - Lombroso). Após a década de 1950, alcançou projeção o estudo
das vítimas e também os mecanismos de controle social, havendo uma ampliação de seu
objeto, que assumiu, portanto, uma feição pluridimensional e interacionista, em razão do
surgimento de novas correntes teóricas (Criminologia Crítica e Teoria do Etiquetamento).

 Crime: trata-o como um fenômeno humano, cultural e complexo, sendo um problema comunitário e
social. O conceito de crime para a Criminologia é muito diferente da definição apresentada pelo Direito Penal
(que o considera como um fato típico, antijurídico e culpável). Para a Criminologia, o delito possui as seguintes
características:
1) Incidência massiva na sociedade, não se tratando de fatos isolados;
2) Capaz de causar dor, aflição e angústia (incidência aflitiva) tanto à vítima como à comunidade;
3) Persistência espaço-temporal, não se tratando de um problema meramente local ou de curta duração;
4) Inequívoco consenso a respeito de suas causas e suas possíveis punições, além das técnicas de
intervenção para seu enfrentamento eficaz.

 Criminoso: o conceito de criminoso varia conforme as escolas e teorias criminológicas. Inicialmente era
tratado como um ser “pecador”, que posteriormente passou a ser atávico, fruto do determinismo biológico,
sendo atualmente considerado um produto das estruturas sociais existentes (cada definição será explorada
no material de Teorias da Criminologia).

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Bizu: a Frenologia é uma teoria que reivindica ser capaz de
determinar o caráter, características da personalidade e o grau de
criminalidade de um indivíduo pelo formato de sua caixa craniana.

Alguns autores brasileiros classificam os criminosos como:


 Cândido Mota
- Fronteiriço: Semi-imputáveis. Estão entre a doença mental e a normalidade. Distúrbios de personalidade.
- Impetuoso: Movidos por impulsos emotivos, sem premeditar. Ex: Crimes passionais, brigas de trânsito.
- Louco: Inimputáveis. Possuem doença mental que compromete sua autodeterminação.
- Habitual: Profissionais do crime. Iniciam sua “carreira” geralmente na adolescência. Reincidentes.
- Ocasional: Devido a alguma circunstância do meio, acabam por realizar o delito. Arrependimento.

 Hilário Veiga de Carvalho


- Biocriminoso puro: motivado por fatores unicamente internos e biológicos. Inimputáveis. Sem
capacidade de discernir acerca do ato ilícito. Ex: Psicopatas.
- Biocriminoso preponderante: sofre pouca influência externa, mas fortes tendências internas. Neurótico.
- Mesocriminoso puro: unicamente impulsionado pelo meio exterior (cultural, social). Recuperáveis.
- Mesocriminoso preponderante: pela sua própria vontade, não cometeria um crime, mas a influência
externa se torna superior.
- Biomesocriminoso: recebem influência de fatores internos e externos.

 Odon Maranhão
- Ocasional: tem a personalidade normal. É influenciado por uma situação do meio.
- Sintomático: sua personalidade sofre de uma perturbação transitória ou permanente.
- Caracterológico: possui a personalidade com defeito constitucional ou formativo do caráter.

 Vítima: é a pessoa, física ou jurídica, que sofreu, direta ou indiretamente, os efeitos da ação danosa do
delinquente. A vítima é entendida como um sujeito capaz de influir significativamente no fato delituoso, em
sua estrutura, dinâmica e prevenção. Passou a integrar os objetos de estudo da Criminologia a partir do fim
da Segunda Guerra Mundial. Ao longo da história, divide-se o estudo da vítima em três momentos.
- Idade de Ouro: a vítima era titular do jus puniendi. Apoiada no exercício das próprias razoes, revidava a ofensa
sofrida. Ex: Lei de Talião. Compreende desde os primórdios da civilização até a Alta Idade Média.
- Neutralização: com o surgimento do Inquérito Penal Inquisitório, a vítima perdeu seu espaço na persecução
penal, sendo “esquecida” pelo Estado.
- Redescobrimento: após a Segunda Guerra (holocausto), a vítima passou novamente a ser valorizada, sendo
reconhecida como sujeita de direitos. Esse período marca o surgimento da Vitimologia, que tem como expoente
Benjamim Mendelsohn.
(Outros conceitos referentes à vítima serão tratados no material de Vitimologia)

 Controle Social: trata-se do conjunto de instituições, estratégias e sanções sociais que pretendem
promover e garantir a submissão do indivíduo da sociedade aos modelos e normas aceitos, visando à
convivência pacífica entre os sujeitos. O controle social divide-se em:
 Formal: é exercido por instituições, leis, regulamentos e estruturas organizacionais com autoridade
legalmente estabelecida. Ele envolve sistemas formais de punição e recompensa para incentivar o

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cumprimento das normas e dissuadir comportamentos considerados inadequados ou ilegais. Ex: Polícia,
Ministério Público, Poder Judiciário e demais agentes do Sistema de Justiça Criminal.
Bizu: a banca gosta de classificar o controle social formal em níveis, a saber:
 Primeira Seleção / instância / primário: apresenta-se com o início da persecução penal,
visando esclarecer a autoria, materialidade e circunstâncias do crime. Caracteriza-se pela
atuação da Polícia Judiciária (seja a Polícia Civil ou a Federal).
 Segunda Seleção / instância / secundário: caracterizado pela atuação do Ministério Público, com a
oferta da denúncia em face do delinquente ou outros instrumentais de sua alçada, como o inquérito
civil, a ação civil pública e o termo de ajustamento de conduta.
 Terceira Seleção / instância / terciário: caracteriza-se com a participação do Poder Judiciário no
processo criminal, culminando com a sentença condenatória transitada em julgado.
Obs: alguns autores incluem na terceira seleção as Forças Armadas e a Administração Penitenciária.

 Informal: é baseado em normas sociais, valores, costumes e expectativas compartilhadas pelos


membros de um grupo ou comunidade. São responsáveis pela formação da base humana fundamental
e do caráter pessoal do indivíduo, possuindo finalidade tanto preventiva como educacional. Ex: família,
escola, igreja, círculo de amizades e profissional, opinião pública, clubes de serviço, etc.

Bizu: existe um controle social HÍBRIDO, que é o Policiamento Comunitário. Trata-se de


um tipo de policiamento que utiliza estratégias de aproximação, ação de presença,
permanência, envolvimento e comprometimento com a comunidade na preservação da
ordem púbica, da vida e do patrimônio das pessoas. A confiança mútua estabelece o
vínculo de ligação entre cidadão e policial. Ex: PROERD, UPPs, CONSEGs, etc.

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VITIMOLOGIA

A Vitimologia é definida, normalmente, como o campo de estudo e análise do papel das vítimas no cenário
de um delito. Algumas correntes de estudiosos a concebem como um ramo da criminologia, outros como
uma ciência autônoma (não havendo, portanto, um consenso na doutrina).

 Principais expoentes: Benjamin Mendelsohn (considerado o pai da Vitimologia) e Hans Von Hentig.
Obs: o autor Hans Gross também colaborou para o reconhecimento da Vitimologia.

Etapas evolutivas do papel da vítima


Fase em que a vítima era protagonista, ostentando o direito de punir.
Idade de OURO Período: até a alta Idade Média.
Marco: Lei de Talião (olho por olho, dente por dente).
A vítima perdeu seu poder de punir, o qual foi transferido para o Estado.
Fase de
Período: surgimento do Estado e da Justiça Criminal, por volta do século 17
Neutralização
Marco: a pena passa a ter também o caráter de prevenção geral.
Conhecido como período humanista, a vítima passou novamente a ser valorizada,
Fase de sendo reconhecida como merecedora de proteção sobre seus direitos e garantias.
redescobrimento Período: a partir do século XX, após a Segunda Guerra Mundial (holocausto).
Marco: criação da ONU e a relacionada aos direitos das vítimas.

Bizu: No Brasil, diante da enorme influência da chamada Justiça Restaurativa, é possível


destacar alguns institutos jurídicos que evidenciam a participação ativa da vítima no
sentido de se buscar o fim da persecução penal ante a restauração do conflito, bem como
visam proteger ou compensar o sofrimento suportado pela vítima.
Alguns já cobrados em prova são:
 A Lei dos Juizados Especial Criminais (Lei nº 9.099/95);
 Lei nº 9.807/99, criando instrumentos de proteção às testemunhas e vítimas;
 Lei nº 11.340/06 (Lei Maria da Penha).

Classificação das vítimas

Segundo Hans Von Henting, as vítimas podem ser classificadas da seguinte forma:

 Vítima isolada: é a vítima que, em razão de viver na solidão, não se relacionando com outras pessoas,
coloca-se em situações de risco.

 Vítima por proximidade: este grupo de vítimas subdivide-se em:


a) Vítima por proximidade espacial, que se torna vítima pelo fato de estar em proximidade excessiva do
autor do delito em um determinado local, como ocorre nos casos de furto no interior de um ônibus;
b) Vítima por proximidade familiar, a qual ocorre no núcleo familiar, como pode ser visto no caso do
parricídio, em que o filho mata seu próprio genitor;
c) Vítima por proximidade profissional, que geralmente ocorre no caso de atividades profissionais que
requerem um estreitamento maior no relacionamento profissional, como no caso do Médico.

 Vítima com ânimo de lucro: são taxadas dessa forma as vítimas que pela cobiça, pelo anseio de se
enriquecer de maneira rápida ou fácil, acabam sendo ludibriadas por estelionatários ou vigaristas.

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 Vítima com ânsia de viver: ocorre com o indivíduo que, com o fundamento de não ter aproveitado sua
vida até o presente momento de uma forma mais eficaz, passa a experimentar situações de aventura até
então não vividas, que o colocam em situações de risco ou perigo.

 Vítima agressiva: ocorre nos casos em que a vítima se torna agressiva em decorrência da agressão que
sofre do autor da violência, chegando a um nível de não suportar mais a agressão sofrida, razão pela qual
irá rebater tal ato de modo hostil.

 Vítima sem valor: trata-se da vítima que, em decorrência de seus atos, acaba sendo indesejada ou
repudiada no meio em que vive. Um exemplo clássico desse tipo de vítima é o caso do estuprador ou
assassino que é morto pela comunidade, pela polícia, ou por sua própria vítima.

 Vítima pelo estado emocional: são assim denominadas em decorrência de seus sentimentos de
obsessão, medo, ódio ou vingança que vem a sentir por outras pessoas.

 Vítima por mudança da fase de existência: refere-se ao indivíduo que passa por várias fases em sua
vida, de modo que, ao mudar para certa fase de sua existência, poderá se tornar vítima em consequência
de alguma mudança comportamental relacionada com alguma das fases.

 Vítima perversa: enquadram-se nesta modalidade de vítimas os psicopatas, pessoas que não possuem
limite algum de respeito em relação às outras, tratando-as como se fossem objetos que podem ser
manipulados.

 Vítima depressiva: ao atingir um determinado nível, a depressão poderá ocasionar a vitimização do


indivíduo, pois poderá levar a pessoa à autodestruição.

 Vítima voluntária: são as pessoas que, por não oporem resistência à violência sofrida, acabam
permitindo que o autor do delito o realize sem qualquer tipo de obstáculo.

 Vítima indefesa: são aquelas que, sob o pretexto de que a persecução judicial lhes causaria maiores
danos do que o próprio sofrimento resultante da ação criminosa, acabam deixando de processar o autor
do delito.

 Vítima falsa: são as pessoas que, por sua livre e espontânea vontade, se auto vitimam para que possam
se valer de benefícios.

 Vítima imune: são as pessoas que, em decorrência de seu cargo, função, ou algum tipo de prestígio na
sociedade em que vive, acham que não estão sujeitas a qualquer tipo de ação delituosa que possa
transformá-las em vítimas.

 Vítima reincidente: refere-se aos casos em que o sujeito, mesmo já tendo sido vítima de um
determinado delito, não toma qualquer tipo de precaução para evitar a se tornar vítima novamente.

 Vítima que se converte em autor: trata-se dos casos em que há uma mudança de polo da violência, ou
seja, a vítima que era atacada pelo autor da agressão passa a atacá-lo.

 Vítima propensa: ocorre com as pessoas que possuem uma tendência natural de se tornarem vítimas,
seja por características físicas ou pela personalidade.

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 Vítima resistente: por não aceitar ser agredida pelo autor, a vítima reage e passa a agredi-lo da mesma
forma, sempre em sua defesa ou em defesa de outrem, ou também no caso de cumprimento do dever.

 Vítima da natureza: são pessoas que se tornam vítimas em decorrência de fenômenos da natureza,
como no caso de uma enchente ou um terremoto.

Por sua vez, Benjamín Mendelsohn realiza uma classificação que se fundamenta na correlação da
culpabilidade entre a vítima e o infrator.

a) Vítima completamente inocente ou ideal: trata-se da vítima completamente estranha à ação do


criminoso, não provocando nem colaborando de alguma forma para a realização do delito. Como exemplo,
uma senhora que tem sua bolsa arrancada pelo bandido na rua.

b) Vítima de culpabilidade menor ou por ignorância: ocorre quando há um impulso não voluntário ao
delito, mas de certa forma existe um certo grau de culpa que leva a pessoa à vitimização. Exemplo: indivíduo
anda na rua expondo objetos de valor, de modo a facilitar a ação de um ladrão.

c) Vítima voluntária ou tão culpada quanto o infrator: sem a participação ativa da vítima, o crime não teria
ocorrido. Ex: estelionato por torpeza bilateral; aborto consentido.

d) Vítima mais culpada que o infrator: são as vítimas provocadoras, que incitam o autor do crime, ou as
vítimas por imprudência, que ocasionam o acidente por não se controlarem, ainda que haja uma parcela
de culpa do autor.

e) Vítima unicamente culpada: trata-se da vítima infratora, ou seja, a pessoa comete um delito e no fim se
torna vítima, como ocorre no caso do homicídio por legítima defesa. Também é o caso da Vítima
Simuladora, que, por meio de uma premeditação irresponsável, induz um indivíduo a ser acusado de um
delito, gerando, dessa forma, um erro judiciário; ou, ainda, a Vítima Imaginária, que se trata de uma pessoa
portadora de um grave transtorno mental.

 Meldelsohn conclui que as vítimas podem ser classificadas em três grandes grupos para efeitos de
aplicação da pena ao infrator:
1º grupo A culpa é atribuída unicamente ao delinquente
2º grupo A pena do infrator é reduzida, pois a vítima contribuiu para a ocorrência do delito
3º grupo Não há penalidade, pois a própria vítima foi quem provocou o crime

Bizu: em se tratando da aplicação da pena, um conceito importante é o da


“Vitimodogmática”, diz se refere ao estudo da contribuição da vítima na ocorrência de um
crime, e a influência dessa participação na dosimetria da pena.

Além de Henting e Mendelsohn, um outro autor explorado em provas é Guaracy Moreira Filho. Para ele,
as vítimas podem ser classificadas em:
I) Vítimas inocentes: são aquelas que não contribuem para a ocorrência do fato delituoso, não colaborando
de nenhuma forma para a consumação do crime.
II) Vítimas natas: são as que contribuem para a consumação da infração penal em razão de seu
comportamento agressivo ou inadequado.

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III) Vítimas omissas: são as que recusam integrar-se na sociedade em que vivem, por atos como, por
exemplo, deixar de fazer as devidas denúncias à autoridade pública quando sofrem algum dano.
IV) Vítimas da Política Social: também chamadas de vítimas da negligência do Poder Público, ou crime
branco, tornam-se vítimas em razão da má prestação de serviços públicos.
V) Vítimas inconformadas ou atuantes: buscam incansavelmente a reparação judicial pelos danos sofridos,
bem como a punição dos infratores.

Ao lado do conceito mais amplo de vítima, surgiu também o de vitimização, que examina tanto a
propensão para ser vítima quanto os mecanismos de produção de danos diretos e indiretos sobre esta.
Bizu: quanto ao comportamento da vítima, um conceito bastante cobrado em prova diz
respeito à perigosidade vitimal (ou periculosidade vitimal), o qual é um estado psíquico e
comportamental em que a vítima se coloca que acaba por estimular a sua vitimização. Ex:
uma pessoa que anda sozinha à noite em uma rua bastante perigosa.
 Vítimas potenciais: refere-se a grupos de indivíduos que, por características pessoais, de profissão ou
personalidade, estão propensas a se tornarem vítimas de crimes. Ex: menores de idade, pessoas
marginalizadas, idosos, policiais, prostitutas, etc.

Processos de vitimização

- Vitimização primária: refere-se ao dano direto causado pelo cometimento do crime, isto é, os danos
materiais, físicos e psicológicos infligidos à vítima de um delito, o que irá ocasionar mudanças de hábitos e
alterações de conduta;

- Vitimização secundária (Sobrevitimização/ Revitimização): diz respeito à forma como a Polícia e demais
órgãos estatais de repressão ao crime tratam a vítima de um delito. Conceituada pela doutrina como o
sofrimento suportado pela vítima nas fases do inquérito e do processo, em que muitas vezes deverá reviver
o fato criminoso por meio de interrogatórios, declarações e exames de corpo de delito, além de submeter-
se a situações vexatórias e constrangedoras, como presenciar a argumentação dos defensores do autor, os
quais podem sugerir que foi a vítima quem deu causa ao fato; o reencontro com o delinquente; etc.

- Vitimização terciária: encontra sua face no meio social, este que, ao invés de acolher a vítima, julga-a,
ao ponto de considerá-la culpada pelo delito sofrido.

Bizu: dentro do processo de vitimização, há alguns outros conceitos também importantes:


 Heterovitimização: consiste em um sentimento de culpa, de autorrecriminação,
suportado pela vítima de um crime, por acreditar que, com algum comportamento
negligente, acabou por dar causa à ocorrência do crime.
 Vitimização difusa: crimes que não apresentam vítimas certas e determinadas. Ex: crimes contra o
meio ambiente, relações de consumo, economia popular, etc.
 Criminalização da vítima: tendência de atribuir à vítima a responsabilidade pelo cometimento de um
crime. Ex: vítimas de estupro ou de violência doméstica.

Síndromes com enfoque nas vítimas

 Síndrome da Mulher de Potifar: trata-se do caso em que uma pessoa, geralmente uma mulher, após
um ato de rejeição ou desafeto por parte de seu companheiro, realiza uma denúncia caluniosa ou um falso
testemunho com a intenção de lhe causar prejuízos, motivada por um sentimento de vingança e ódio.

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 Síndrome de Estocolmo: refere-se a um estado psicológico de autopreservação desenvolvido por
algumas pessoas vitimadas em sequestros ou em qualquer outro crime limitador do direito de ir e vir capaz
de gerar um ambiente de extremo estresse, passando a criar até mesmo laços de afeto e apreço com seu
algoz.

 Síndrome de Londres: a vítima passa a desenvolver um sentimento de ódio, repulsa, extremo


desconforto com a presença do criminoso, gerando uma antipatia que lhe poderá ser fatal. É uma situação
contrária ao que ocorre na Síndrome de Estocolmo.

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DIREITO CONSTITUCIONAL – DOS PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS
APLICABILIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS

A interpretação da CF/88 depende de sabermos a aplicabilidade e os efeitos das normas descritas na


constituição, por esse motivo, importante é relembrarmos como se dá essa classificação.

NORMAS AUTOAPLICÁVEIS → são aquelas que, estando descritas na CF/88, não dependem de nenhuma
outra complementação. As duas espécies são as normas de eficácia PLENA e a de eficácia CONTIDA,
quando se trata do EFEITO SOCIAL (aplicabilidade das normas na vida, no cotidiano da sociedade).
Um exemplo de norma de eficácia PLENA é a vedação à tortura. Um exemplo de norma de eficácia
CONTIDA é o livre exercício de qualquer trabalho, ofício, profissão, podendo ter limitação em lei, quando
se exige qualificação específica.

NORMAS NÃO AUTOAPLICÁVEIS → são aquelas que, estando na CF/88, têm sua aplicabilidade
condicionada a uma outra norma que regule aquele objetivo. Falando em termos mais simplistas, as não
autoaplicáveis significam que apenas com o que está descrito na magna carta não se pode exigir
cumprimento daquele direito. A espécie principal de norma não autoaplicável é a de eficácia LIMITADA.
Um exemplo disso é a defesa do consumidor e do mercado de trabalho da mulher mediante incentivos
específicos, tudo com base em lei posterior, dando um comando para o legislador infraconstitucional.
As normas de eficácia limitada podem ser de princípios programáticos e organizacionais.

➔ AS NORMAS DE EFICÁCIA LIMITADA TÊM EFEITO NEGATIVO (EFICÁCIA JURÍDICA), ou seja, faz
parte da base objetiva do ordenamento, revogando todas as normas que sejam contrárias à norma e
EFEITO VINCULATIVO, ou seja, como possuem eficácia mínima, obrigam o legislador (principal
destinatário da norma) a regulamentar aquele assunto, sob pena de OMISSÃO CONSTITUCIONAL.

BIZU: todas as normas constitucionais possuem EFICÁCIA JURÍDICA (até mesmo as de eficácia limitada),
mas nem todas possuem EFICÁCIA SOCIAL.

PLENA CONTIDA LIMITADA

• aplicabilidade direta, • aplicabilidade direta, • aplicabilidade


imediata, integral. imediata, podendo indireta, mediata e
não ser integral. reduzida.

PIRÂMIDE DE KELSEN.
Nesse ponto, é importante destacar que as normas têm uma hierarquia.
No topo da pirâmide, encontramos a CF/88 e suas emendas, que subordinam todos os demais atos
legislativos pelo CONTROLE DE CONSTITUCIONALIDADE.

Logo abaixo da CF/88, tem-se as NORMAS SUPRALEGAIS, ou seja, os tratados internacionais sobre direitos
humanos que NÃO PASSARAM pelo quórum das EMENDAS CONSTITUCIONAIS (Emenda Constitucional
nº 45/2004*).

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Abaixo, tem-se as normas primárias (capazes de criar direitos e obrigações) e as normas secundárias
(incapazes de criar direitos e obrigações).

CF, emendas e tratados de direitos humanos aprovados


pelo quórum de emendas.

SUPRALEGAL: tratados de direitos humanos aprovados pelo


rito ordinário, sem passar pelo rito das emendas.

NORMAS PRIMÁRIAS: leis, medidas provisórias, decretos e


resoluções legislativas.decretos autônomos, tratados
internacionais em geral.

NORMAS INFRALEGAIS: decretos executivos, portarias,


instruções.

BIZU*: “Os tratados e convenções internacionais sobre direitos humanos que forem aprovados, em
cada Casa do Congresso Nacional, em dois turnos, por três quintos dos votos dos respectivos membros,
serão equivalentes às emendas constitucionais.”

PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

Os princípios fundamentais são aqueles escolhidos para orientação o poder constituinte originário, bem
como as decisões políticas fundamentais. Na CF/88, os princípios fundamentais estão dispostos nos
artigos 1°,2°,3° e 4°. Cada um desses artigos traz um TIPO DE PRINCIPIO FUNDAMENTAL.

ARTIGO 1° FUNDAMENTOS – MNEMÔNICO: SO.CI.DI.VA.PLU


ARTIGO 2° SEPARAÇÃO DOS PODERES
ARTIGO 3° OBJETIVOS FUNDAMENTAIS – MNEMÔNICO: CON.GA.ERRA.PRO.
ARTIGO 4° PRINCÍPIOS NAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS.
MNEMÔNICO: CONDE PRESO NÃO REINA, COOPERA IGUAL.

DECISÕES POLÍTICAS FUNDAMENTAIS

Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do
Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos:

A forma de Estado e a forma de governo fazem parte das decisões políticas fundamentais. Logo no
primeiro artigo da CF, tem-se que a FORMA DE ESTADO é a FEDERAÇÃO, e a FORMA DE GOVERNO é
REPUBLICANA. Além disso, temos o SISTEMA DE GOVERNO como PRESIDENCIALISMO e o REGIME DE
GOVERNO é o DEMOCRÁTICO.

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FEDERALISMO:
O poder político está territorialmente descentralizado. Por esse motivo, há diferentes ENTES
FEDERATIVOS (União, Estados, Municípios e Distrito Federal). Todos são AUTÔNOMOS, com GOVERNO
PRÓPRIO.

BIZU: TODOS OS ENTES TÊM AUTONOMIA, MAS APENAS QUEM TEM SOBERANIA É A REPÚBLICA
FEDERATIVA DO BRASIL, formada pela UNIÃO INDISSOLÚVEL dos ENTES FEDERADOS. Os entes federativos
são PESSOAS JURIDICAS DE DIREITO PÚBLICO INTERNO.

BIZU: Há, numa federação, o princípio da indissolubilidade do vínculo federativo, não cabendo direito de
secessão.

A União representa o Estado no plano internacional. Cada ente federado tem suas atribuições definidas
na CF/88 e NÃO HÁ HIERARQUIA ENTRE ELES.

REPÚBLICA:
O Brasil é uma república, adotando-a como forma de governo. As CARACTERISTICAS DA REPÚBLICA
FEDERATIVA DO BRASIL são: caráter ELETIVO, caráter REPRESENTATIVO e caráter TRANSITÓRIO, além
de haver RESPONSABILIDADE DOS GOVERNANTES.

A república é vinculada à DEMOCRACIA, já que quem elege os representantes é o POVO e todo poder
emana dele, exercendo, o povo, diretamente (plebiscito e referendo) ou indiretamente por
representantes eleitos (DEMOCRACIA SEMIDIRETA). → tem-se, aqui, o PRINCÍPIO DEMOCRÁTICO.

Tem-se que o ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO é aquele em que há uma limitação do poder dos
administradores, que devem se pautar sempre na LEI (princípio da legalidade ESTRITA), que são
elaboradas PELO POVO e PARA O POVO, além do respeito aos direitos fundamentais. Nos dizeres de
Dirley da Cunha Jr, “o Estado Democrático de Direito, portanto, é o Estado Constitucional submetido à
Constituição e aos valores humanos nela consagrados.”
TEORIA GERAL DO ESTADO

FORMA DE ESTADO:
FEDERALISMO

FORMA DE GOVERNO:
REPÚBLICA

SISTEMA DE GOVERNO:
PRESIDENCIALISMO

REGIME DE GOVERNO:
DEMOCRACIA

SEPARAÇÃO DOS PODERES

29
Art. 2º São Poderes da União, independentes e harmônicos entre si, o Legislativo, o Executivo e o
Judiciário.

O princípio da SEPARAÇÃO DOS PODERES vem, em nosso ordenamento, como LIMITAÇÃO DO PODER
ESTATAL, tendo em vista evitar arbitrariedades, coibindo o ABUSO DE PODER.

BIZU: O PODER POLÍTICO É UNO E INDIVISÍVEL, O QUE O ARTIGO 2° NOS TRAZ É A DIVISÃO DAS FUNÇÕES
DESSE MESMO PODER.

A independência significa que um dos poderes não está subordinado ao outro, não podendo intervir em
outra esfera a seu bel-prazer. A independência, por sua vez, se limite ao SISTEMA DE FREIOS E
CONTRAPESOS, ou seja, um poder fiscaliza o que o outro está fazendo. Uma aplicação desse sistema
ocorre quando, por exemplo, o LEGISLATIVO fiscaliza atos do poder EXECUTIVO, exercendo o CONTROLE
EXTERNO.

A harmonia se relaciona com a ideia de que os poderes se unem para manifestar a vontade da União
conjuntamente, há uma cooperação entre eles.

A nossa repartição de poderes é FLEXÍVEL, ou seja, enquanto cada poder tem sua atribuição TÍPICA, ainda
existem as funções ATÍPICAS exercidas por cada um deles.

FUNDAMENTOS DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

DISPOSTOS NO ARTIGO 1° CFB/88, são eles: SOBERANIA, CIDADANIA, DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA,
VALORES SOCIAIS DO TRABALHO E DA LIVRE INICIATIVA, PLURALISMO POLÍTICO.

SOBERANIA:
A vontade do Estado não se subordina a nenhuma outra vontade, sendo ele um Estado SUPREMO
(internamente) e INDEPENDENTE (externamente).

CIDADANIA:
Esse fundamento tem como explicação o DIREITO FUNDAMENTAL de participação na vida política do
Estado de que se é membro, estando intimamente ligada à DEMOCRACIA.

DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA:


É um valor constitucional SUPREMO e MULTIFACETADO, surgindo desse fundamento a base para todos
os direitos fundamentais. A proteção das pessoas é um fim em si mesmo.

VALORES SOCIAIS DO TRABALHO E DA LIVRE INICIATIVA:

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Esse fundamento reforça que nosso país é um país CAPITALISTA, trazendo a livre iniciativa como
fundamento. Traz, também, o valor social do trabalho, como forma digna de melhoria de vida da
população.

PLURALISMO POLÍTICO:
Esse fundamento diz respeito à variedade de ideias, incluindo diversos grupos sociais no processo político
nacional.
Não se fala apenas em pluripartidarismo, mas na valorização de muitas culturas e ideologias, tendo em
vista que somos um país muito amplo não apenas em extensão, mas nas diferentes ideias. Há liberdade
de convicção filosófica e política. Esse fundamento, entretanto, EXCLUI OS DISCURSOS DE ÓDIO
(discursos que visam inferiorizar alguém por sua raça, cor, nacionalidade, religião).

OBJETIVOS FUNDAMENTAIS DA RFB

Os objetivos são as FINALIDADES que devem ser perseguidas pelo Estado. Essas finalidades apontam para
onde o Estado deve olhar, são OBJETIVOS a serem alcançados.

Art. 3º Constituem objetivos fundamentais da República Federativa do Brasil:


I - Construir uma sociedade livre, justa e solidária;
II - Garantir o desenvolvimento nacional;
III - erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais;
IV - Promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras
formas de discriminação.

BIZU: Para a memorização desse rol, lembre-se que os objetivos sempre estão com verbos no
infinitivo: CONSTRUIR, GARANTIR, ERRADICAR, PROMOVER.

IGUALDADE MATERIAL: nesse artigo, a banca sempre gosta de cobrar sobre a igualdade NÃO EM SEU
SENTIDO FORMAL, mas em seu sentido material. A IGUALDADE MATERIAL está descrita no inciso IV, com
a promoção do bem de todos independentes de qualquer discriminação.
Além disso, os objetivos são muitas vezes normas limitadas programáticas que são efetivadas por
POLÍTICAS PÚBLICAS DE AÇÕES AFIRMATIVAS (como é o caso da cota para egressos de escolas públicas
em universidades), reduzindo a desigualdade e não se pautando apenas na igualdade formal. Há, assim,
uma DISCRIMINAÇÃO POSITIVA.

PRINCÍPIOS NAS RELAÇÕES INTERNACIONAIS

Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes
princípios:

I - Independência nacional;

II - Prevalência dos direitos humanos;

III - autodeterminação dos povos;

IV - Não-intervenção;

31
V - Igualdade entre os Estados;

VI - Defesa da paz;

VII - solução pacífica dos conflitos;

VIII - repúdio ao terrorismo e ao racismo;

IX - Cooperação entre os povos para o progresso da humanidade;

X - Concessão de asilo político.

Parágrafo único. A República Federativa do Brasil buscará a integração econômica, política, social e
cultural dos povos da América Latina, visando à formação de uma comunidade latino-americana de
nações.

BIZU: normalmente, a banca tenta confundir os princípios nas relações internacionais com os objetivos
da RFB e os fundamentos. Por isso, é importante gravar os mnemônicos e do que se trata cada um deles.

No artigo 4°, houve muito de inspiração da CARTA DA ONU, e, com o fim da segunda guerra, o Brasil
buscou respeitar de maneira extrema a soberania de cada país (autodeterminação dos povos, defesa da
paz, solução pacífica dos conflitos, cooperação entre os povos)

No parágrafo único, há a vontade expressa do Brasil em suas relações internacionais em formar uma
COMUNIDADE LATINO-AMERICANA DE NAÇÕES, por meio de INTEGRAÇÃO POLÍTICA, ECONÔMICA,
SOCIAL E CULTURAL. Lembre-se: OS POVOS DA AMÉRICA LATINA.

32
DIREITO CONSTITUCIONAL – NACIONALIDADE.

INTRODUÇÃO
Primeiramente, vamos relembrar os elementos cons琀椀tu琀椀vos de um Estado:

POVO TERRITÓRIO GOVERNO SOBERANO

O povo, diferente da população, é aquele que compõe o elemento subje琀椀vo de um Estado, ou seja, aquele
elemento pessoal, composto pelos NACIONAIS.
CONCEITO DE NACIONALIDADE: VÍNCULO JURÍDICO-POLÍTICO que liga o indivíduo ao Estado.

ESPÉCIES DE NACIONALIDADE
NACIONALIDADE ORIGINÁRIA
Independe de vontade do indivíduo, é aquela que advém do NASCIMENTO (fato natural)
Há dois critérios: um de cunho territorial (jus soli) e outro de cunho sanguíneo (jus sanguinis).
Aqueles brasileiros que fazem parte desse grupo são chamados de BRASILEIROS NATOS.
NACIONALIDADE DERIVADA
Depende de ato de VONTADE do indivíduo, pois NÃO OCORRE COM O NASCIMENTO.
Aqueles brasileiros que fazem parte desse grupo são chamados de BRASILEIROS NATURALIZADOS.
Agora, daremos início ao estudo, segundo a CF/88, daqueles que são considerados NATOS ou
NATURALIZADOS.

os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda


que de pais estrangeiros, desde que estes não estejam
NATOS

a serviço de seu país;

os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe


brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço
da República Federativa do Brasil;

os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde


que sejam registrados em repartição brasileira competente ou venham a
residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo,
depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira;

33
NATURALIZADOS os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira,
exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas
residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;

os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na


República Federativa do Brasil há mais de quinze anos
ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a
nacionalidade brasileira.

A banca cobra tais incisos do ar琀椀go 12 CF/88 em casos concretos. Por isso, vamos contextualizar.

BRASILEITO NATO

ALÍNEA A, ARTIGO 12/CF, I

NASCIDOS NO BRASIL → nossa CF adota o critério JUS SOLI. Em regra, BRASILEIRO NATO. Mesmo com pais
estrangeiros.

Exceção: pais estrangeiros e um ou ambos estão a serviço de SEU PAÍS. Para que seja excluída a condição
de brasileiro nato, devem ser cumpridos DOIS CRITÉRIOS de maneira cumula琀椀va: o primeiro deles é que
AMBOS OS PAIS SEJAM ESTRANGEIROS. O segundo é que um dos pais (ou ambos) ESTEJAM A SERVIÇO DE
SEU PAÍS.

ALÍNEA B, ARTIGO 12/CF, I

NASCIDOS NO ESTRANGEIRO, COM PAI OU MÃE BRASILEIRA QUE ESTEJAM A SERVIÇO DO BRASIL → nessa
alínea, foi adotado o critério do JUS SANGUINIS. BRASILEIRO NATO.

Portanto, para adquirir a condição de brasileiro nato por essa regra, o individuo deve ser 昀椀lho de PAI
BRASILEIRO ou MÃE BRASILEIRA ou AMBOS, que estejam (um deles ou ambos) a serviço da República
Federa琀椀va do Brasil no exterior.

ALÍNEA C, ARTIGO 12/CF, I

NASCIDOS NO ESTRANGEIRO, FILHO DE PAI OU MÃE BRASILEIRA, COM REGISTRO NO ÓRGÃO


COMPETENTE OU QUE VENHA A RESIDIR NO BRASIL E OPTE PELA NACIONALIDADE A QUALQUER TEMPO
DEPOIS DE ATINGIDA A MAIORIDADE → nessa alínea, há a possibilidade de o 昀椀lho de pais brasileiros que
nasça no estrangeiro e nenhum dos dois pais estão a serviço do Brasil ser brasileiro nato. Uma das opções
é o registro, no nascimento, em repar琀椀ção brasileira competente. A segunda opção (NACIONALIDADE

34
POTESTATIVA), o indivíduo precisa residir no Brasil e manifestar sua vontade de adquirir a nacionalidade
brasileira, depois que a琀椀ngir a maioridade.

BRASILEIRO NATURALIZADO

Primeiramente, a AQUISIÇÃO DA NACIONALIDADE SECUNDÁRIA ou DERIVADA deve ser mediante a


MANIFESTAÇÃO DE VONTADE DO INTERESSADO, sempre de maneira EXPRESSA.

ALÍNEA A, ART. 12/CF, II

NATURALIZAÇÃO ORDINÁRIA → adquirida através de estrangeiros que cumpram o estabelecido por LEI
(LEI DE MIGRAÇÃO).

Estrangeiros de países de LÍNGUA PORTUGUESA → têm seu processo de naturalização FACILITADO,


exigindo DOIS REQUISITOS: 1) residência no Brasil por UM ANO ininterrupto; 2) idoneidade moral.

Essa modalidade de naturalização é por ATO DISCRICIONÁRIO do Chefe do Poder Execu琀椀vo.

ALÍNEA B, ART. 12/CF, II

NATURALIZAÇÃO EXTRAORDINÁRIA → são três os requisitos: 1) residência ininterrupta por mais de 15


anos; 2) ausência de condenação penal; 3) pedido do interessado.

Essa modalidade de naturalização é um DIREITO SUBJETIVO, tratando-se de ATO VINCULADO que,


cumpridos os requisitos, NÃO PODE ser negada.

BIZU: nossa CF não traz a possibilidade de ser adquirida a nacionalidade pelo casamento civil.

QUASE NACIONALIDADE
Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de brasileiros,
serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Cons琀椀tuição.
Os portugueses podem receber o mesmo tratamento de brasileiros NATURALIZADOS, desde que: 1)
tenham residência permanente no Brasil; 2) haja reciprocidade de tratamento aos brasileiros que residem
em Portugal.

ISONOMIA ENTRE BRASILEIROS NATOS E NATURALIZADOS


A lei não poderá estabelecer dis琀椀nção entre brasileiros natos e naturalizados, salvo nos casos previstos
nesta Cons琀椀tuição.
A isonomia prevista na CF torna incons琀椀tucional as leis que, de algum modo, façam discriminação entre
brasileiros considerados natos e aqueles considerados naturalizados.
BIZU: A CF/88 pode (e traz) diferenciações entre os brasileiros natos e naturalizados. Uma das principais
(e que, de fato, tem maior incidência em prova) é uma LISTA TAXATIVA de cargos que SÓ PODERÃO SER
OCUPADOS PELOS BRASILEIROS NATOS.

35
CARGOS PRIVATIVOS DE BRASILEIROS NATOS
Ministro do
Supremo
Tribunal
Federal
Presidente e
Ministro de
Vice-
Estado da
Defesa Presidente
da República

MP3.COM
Presidente
oficial das
da Câmara
Forças
Armadas. dos
Deputados

Presidente
carreira
do Senado
diplomática
Federal

EXTRADIÇÃO
Outra diferença que a banca adora cobrar, aluno, é com relação à extradição, por isso, vejamos:

BRASILEIRO NATO → Não será extraditado.

BRASILEITO NATURALIZADO → crime comum, pra琀椀cado antes da naturalização, ou de comprovado


envolvimento em trá昀椀co ilícito de entorpecentes e drogas a昀椀ns, a qualquer tempo.

PERDA DA NACIONALIDADE
Há duas hipóteses de perda da nacionalidade.

1) CANCELAMENTO DA NATURALIZAÇÃO: aplicado apenas ao NATURALIZADO.


O cancelamento ocorre por SENTENÇA JUDICIAL por ATIVIDADE NOCIVA AO INTERESSE NACIONAL.
2) AQUISIÇÃO DE OUTRA NACIONALIDADE: aplica-se tanto a natos quanto a naturalizados.

Há duas exceções a essa hipótese de perda:


a. Reconhecimento por outro país de nacionalidade originária.
b. Imposição de naturalização ao brasileiro que reside no estrangeiro para que
ele permaneça naquele território ou exerça os direitos civis.

36
LÍNGUA E SÍMBOLOS OFICIAIS
BIZU: Para os SÍMBOLOS da República Federa琀椀va do Brasil, grave o mnemônico BAHIAS → BANDEIRA,
ARMAS, HINO E SELO NACIONAL.

A língua portuguesa é o idioma o昀椀cial da República Federa琀椀va do Brasil.


São símbolos da República Federa琀椀va do Brasil a bandeira, o hino, as armas e o selo nacionais.
Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter símbolos próprios.

37
Direitos Humanos - Conceitos Iniciais
Conceito de Direitos Humanos:
 "Direitos Humanos é uma forma sintética de se referir a direitos fundamentais da pessoa humana, aqueles que
são essenciais à pessoa humana, que precisa ser respeitada pela dignidade que lhe é inerente" *.
* VUNESP - 2014 - Atendente de Necrotério Policial - PC SP.

 "Os Direitos Humanos são o conjunto de faculdades e instituições que, em cada momento histórico,
concretizam as exigências de dignidade, liberdade e igualdade humanas, as quais devem ser reconhecidas
positivamente pelos ordenamentos jurídicos em nível nacional e internacional" - Antônio Peres Luño.

Direitos Humanos X Direitos Fundamentais:


Ambos tratam de conjuntos de valores e direitos referentes à pessoa humana. A diferença é que os Direitos Humanos
são no âmbito internacional e os direitos fundamentais estão positivados na ordem interna de cada país.

 A Dignidade da Pessoa Humana é a base dos Direitos Humanos e também princípio norteador da CF.

Principais Características:

 SUPERIORIDADE NORMATIVA (JUS COGENS)

 Algumas normas de Direitos Humanos são hierarquicamente superiores no ordenamento internacional. Em regra, as normas, as
convenções e os tratados de Direitos Humanos possuem superioridade normativa em relação aos Estados signatários delas,
podendo ser, conforme a doutrina majoritária, direitos de todas as dimensões;

 Superioridade tanto material (conteúdo), quanto formal (causada pela imperatividade);

 ATENÇÃO: Quando ocorrerem violações sistemáticas/massivas de Direitos Humanos que podem abalar a segurança e a paz
internacionais, os organismos internacionais podem impor medidas coercitivas em razão dessas violações, INDEPENDENTEMENTE
do Estado violador ser signatário ou não de tratado internacional.

 UNIVERSALISMO

 Proteção a todos pela condição humana, com respeito em relação às particularidades;

 Independe de sexo, cor, religião, língua ou condições econômicas e sociais;

 Os Direitos Humanos são aplicados a todas as pessoas e alcançam todos os territórios.

 HISTORICIDADE
 Os Direitos Humanos foram construídos no decorrer da história, conforme a evolução da sociedade. As conquistas foram efetivadas
progressivamente, com a luta por direitos e as revoluções ao longo da história.

 RELATIVISMO

 As concepções morais mudam dependendo da sociedade/cultura;

 As diferenças também residem conforme o contexto social, no qual a pessoa está inserida.

38
 RELATIVIDADE

 Os Direitos Humanos podem sofrer limitações para se adequar a outros valores presentes na ordem jurídica.

 Exceções (não podem ser flexibilizados): Vedação à tortura e à escravidão.

Os Direitos Humanos também são:

 Inalienáveis: não podem ser comercializados pela pessoa tutelada por esse direito.
 Imprescritíveis: não se esgotam com o passar do tempo.
 Irrenunciáveis (ou indisponíveis): os titulares do direito não podem dispor dele.

 Interdependentes (ou complementares): relação mútua entre os Direitos Humanos protegidos pelos diversos
diplomas internacionais.

 Indivisíveis: todos os direitos humanos possuem o mesmo valor, pois, independente da natureza (civil, política,
econômica, social ou cultural), são todos inerentes à dignidade da pessoa humana.

OUTROS ASPECTOS DOS DIREITOS HUMANOS:

ABERTURA:
É o processo de alargamento do rol de Direitos Humanos. É sempre possível reconhecer novos direitos para integrar esse
rol, desde que relacionados com a dignidade da pessoa humana.

CF - Art. 5º, § 2º Os direitos e garantias expressos nesta Constituição não excluem outros decorrentes do regime e dos
princípios por ela adotados, ou dos tratados internacionais em que a República Federativa do Brasil seja parte.

 ERGA OMNES: Os Direitos Humanos são oponíveis contra todos.

 EXIGIBILIDADE: Trata da preocupação com a implementação dos Direitos Humanos e a efetividade de


responsabilização dos organismos internacionais que os violarem.

 PROIBIÇÃO AO RETROCESSO: Depois de reconhecido o direto, ele não poderá ser suprimido.

 APLICABILIDADE IMEDIATA: Princípios e regras que disciplinam os direitos humanos possuem aplicabilidade
imediata e direta, isto é, eles não precisam de outras normas para que sejam aplicados.

 DIMENSÃO OBJETIVA:

 Os Direitos Humanos podem impor uma atuação estatal voltada para proteção deles;

 Objetivo de criar mecanismos para a promoção desses direitos em toda a sociedade;

 Não exclui a dimensão subjetiva, a qual protege os sujeitos. Ambas dimensões devem existir.

39
CRIMES HEDIONDOS
LEI Nº 8.072/1990

→ O que são crimes hediondos?


São crimes que o legislador considerou especialmente repulsivos e que, por essa razão, recebem
tratamento penal e processual penal mais gravoso que os demais delitos (critério legal ou
legislativo).
São considerados crimes hediondos apenas os descritos em Lei, em um rol exaustivo, não
abrindo margem para nenhuma decisão judicial determinar a hediondez de um crime.

→ São considerados hediondos, todos tipificados no Código Penal, consumados ou tentados:

I - Homicídio (art. 121), quando praticado em


atividade típica de grupo de extermínio, ainda
que cometido por um só agente e
Homicídio qualificado

40
I-A – lesão corporal dolosa de natureza gravíssima (art. 129, § 2o) e lesão corporal seguida de
morte (art. 129, § 3o), quando praticadas contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e
144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança
Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro
ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição;

II - roubo:
a) circunstanciado pela restrição de liberdade da vítima (art. 157, § 2º, inciso V);
b) circunstanciado pelo emprego de arma de fogo (art. 157, § 2º-A, inciso I) ou
pelo emprego de arma de fogo de uso proibido ou restrito (art. 157, § 2º-B);
c) qualificado pelo resultado lesão corporal grave ou morte (art. 157, § 3º);

III - extorsão qualificada pela restrição da liberdade da vítima, ocorrência de lesão


corporal ou morte (art. 158, § 3º);

IV - extorsão mediante seqüestro e na forma qualificada


(art. 159, caput, e §§ lo, 2o e 3o);

V - estupro (art. 213, caput e §§ 1o e 2o);

VI - estupro de vulnerável (art. 217-A, caput e §§ 1o, 2o, 3o e 4o);

VII - epidemia com resultado morte (art. 267, § 1o).

VII-B - falsificação, corrupção, adulteração ou alteração de produto destinado a fins


terapêuticos ou medicinais (art. 273, caput e § 1o, § 1o-A e § 1o-B,).

41
VIII - favorecimento da prostituição ou de outra forma de exploração sexual de
criança ou adolescente ou de vulnerável (art. 218-B, caput, e §§ 1º e 2º).

IX - furto qualificado pelo emprego de explosivo ou de artefato análogo que cause


perigo comum (art. 155, § 4º-A).

Consideram-se também hediondos, tentados ou consumados:


I - o crime de genocídio;
II - o crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso proibido;
III - o crime de comércio ilegal de armas de fogo;
IV - o crime de tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou munição;
V - o crime de organização criminosa, quando direcionado à prática de crime
hediondo ou equiparado.

Pergunta: Quais são os crimes equiparados a


hediondos?

Bizu: 3T

➔ Tráfico Ilícito de Drogas


➔ Tortura
➔ Terrorismo

* TRÁFICO DE DROGAS PRIVILEGIADO NÃO É HEDIONDO.

%Os crimes hediondos, a prática da tortura, o tráfico


ilícito de entorpecentes e drogas afins e o terrorismo
são INSUSCETÍVEIS de: (Bizu: GAFI)

Graça Anistia Fiança Indulto

42
PRAZO DA PRISÃO TEMPORÁRIA

→Terá o prazo de 30 dias ➪ prorrogável por + 30 dias ➪ em caso de extrema e comprovada


necessidade.

REGIME INICIAL DA PENA

Consta no § 1o, do artigo 2º, que a pena será cumprida inicialmente em regime fechado.

IMPORTANTE!!

O Plenário do STF, em controle incidental de constitucionalidade,


declarou inconstitucional tal dispositivo, por contrariar o princípio da individualização
da pena.
Portanto, o regime inicial nas condenações por crimes hediondos ou equiparados não
tem que ser obrigatoriamente o fechado, podendo ser também o regime semiaberto
ou aberto.

PROGRESSÃO DE REGIME

→ Ocorrerá após o cumprimento de (de acordo com a Lei de Execuções Penais):

40% da pena - se for primário;


60% da pena - se reincidente
Obs.: não é necessária reincidência específica.
** Crime ocorreu SEM RESULTADO MORTE.

43
PROGRESSÃO DE REGIME MAIS GRAVE

50% da pena - se for primário; ou condenado por exercer o comando, individual ou coletivo,
de organização criminosa estruturada para a prática de crime hediondo ou equiparado; ou
condenado pela prática do crime de constituição de milícia privada;
70% da pena - se for reincidente
** Crime ocorreu COM RESULTADO MORTE
*** FICA VEDADO O LIVRAMENTO CONDICIONAL.

SAÍDA TEMPORÁRIA

NÃO terá direito à saída temporária o condenado que cumpre pena por praticar crime hediondo
com resultado morte.
** Mudanças previstas na LEP (Lei de Execução Penal).

→ A União manterá estabelecimentos penais, de segurança máxima, destinados ao


cumprimento de penas impostas a condenados de alta periculosidade, cuja permanência em
presídios estaduais ponha em risco a ordem ou incolumidade pública.

44
CÓDIGO PENAL

CONCURSO DE PESSOAS (Art. 29)

→ É a colaboração de duas ou mais pessoas que planejam ou praticam atos buscando


atingir um resultado penalmente relevante (crime ou contravenção).

REQUISITOS DO CONCURSO DE PESSOAS


São necessárias duas ou mais pessoas
PLURALIDADE DE AGENTES realizando a conduta típica ou concorrendo
de algum modo para que outro a realize.

Relação de causa e efeito entre cada conduta


RELEVÂNCIA CAUSAL DAS CONDUTAS e o resultado.

Vontade de colaborar para o crime.


LIAME SUBJETIVO ENTRE OS AGENTES Não é necessário o acordo prévio entre os
agentes, bastando que um venha a aderir à
vontade do outro.

Todos devem responder pelo mesmo crime


IDENTIDADE DE INFRAÇÃO PENAL (teoria monista).

TEORIA MONISTA

1º Momento - Sistema Unitário Clássico:


→ Todos os indivíduos que participavam do crime seriam autores;
→ Não havia distinção entre aqueles que praticavam o núcleo do tipo penal daqueles
que participavam de outra maneira para o crime;
→ Não diferenciava o autor do partícipe.

2º Momento - Sistema Diferenciador:


→ Autor e Partícipe são responsabilizados de forma diferente;
→ Concorrem de forma distinta na execução do crime.

45
ATENÇÃO!
Mesmo havendo essa diferenciação, o crime, o tipo penal pelo qual os
agentes responderão é sempre o mesmo, pois o sistema diferenciador está contido na
Teoria Monista, que é válida no Brasil.

Dessa forma, verifica-se que no concurso de pessoas, é possível atribuir o crime próprio a
quem não possui as características especiais exigidas no tipo penal, por aplicação da teoria
monista.

Pergunta que já caiu em prova: Um funcionário público foi flagrado furtando


uma CPU e um indivíduo, que não é funcionário público, o auxilia. Qual crime
o funcionário público praticou? E o outro indivíduo? Qual é a teoria que
forma este concurso de pessoas?

O funcionário público praticou o crime de peculato, na modalidade de furto. Já o outro


indivíduo responde também por peculato, como se funcionário público fosse, pois nos
crimes funcionais, por ser a condição de funcionário público elementar do tipo penal, ela
se comunica ao particular que, de qualquer modo, tenha concorrido para a prática do
delito. É a teoria monista, que diz que todos aqueles que participam do delito (executor,
coautor ou partícipe) são responsáveis e devem responder pelo mesmo crime.

ESPÉCIES DE CRIMES QUANTO AO CONCURSO DE PESSOAS

↳ Unissubjetivo, monossubjetivo ou de concurso eventual: quando o crime pode ser


praticado por uma ou mais pessoas, não exigindo o concurso.

↳ Plurissubjetivo ou de concurso necessário: em algumas hipóteses, o tipo exige para sua


configuração a colaboração de mais de um agente, como ocorre no crime de Associação
Criminosa (art. 288, CP), que exige a participação de 3 pessoas ou mais.

AUTORIA E PARTICIPAÇÃO

AUTORIA
Para conceituação do que seja autor de um ilícito penal há as seguintes teorias:

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TEORIA FORMAL-OBJETIVA TEORIA SUBJETIVA TEORIA DO DOMÍNIO DO FATO
(Conceito restritivo) (EXTENSIVA) (OBJETIVA-SUBJETIVA)

Autor é aquele que executa o Autor é aquele que quer o fato Autor é quem tem o domínio
verbo do tipo penal. para si, e se interessa pelo funcional final do fato em suas
Os demais colaboradores são resultado, e o partícipe quer o mãos, podendo modificar ou
partícipes, assim, uma pessoa fato para o autor ou para mesmo impedir a ocorrência do
(mentora do crime) que se vale terceiros e tem um interesse resultado, independentemente
de outra como instrumento para reduzido no resultado. da realização ou não do verbo
a conduta típica (autoria Essa teoria afastou totalmente o núcleo do tipo penal (é a posição
mediata), seria apenas partícipe critério objetivo de sua majoritária do STF).
dele. apreciação, assim, o assassino A teoria agrega critérios
mercenário que recebesse objetivos e subjetivos para
quantia em dinheiro para matar definir as categorias de autor e
o marido da mandante, que partícipe.
deseja sua fortuna, seria
considerado mero partícipe, e a
mandante seria a autora.

Autoria direta: quem realiza pessoalmente a conduta típica, ainda que utilize outro, que não
realiza a conduta, como instrumento físico (coação física absoluta);

↳ Autor-executor: é aquele que executa a ação.


↳ Autor-intelectual: é aquele que tem o domínio do fato sem executar a ação.

COAUTORIA

Verifica-se a coautoria nas seguintes hipóteses:


Autor-executor + autor-executor
Autor-intelectual + autor-executor

Autoria indireta ou mediata: que se vale de outro, que não possui domínio dos fatos, para
realizar a conduta. Então, o outro age sem dolo, atipicamente, justificadamente ou sem
culpabilidade (inimputabilidade, coação moral irresistível, obediência hierárquica de ordem
não manifestamente ilegal, erro de proibição).

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Autoria colateral ou paralela: Ocorre quando duas ou mais pessoas, uma ignorando a
intenção da outra, realizam condutas convergentes à execução de um crime. Assim, não
havendo liame subjetivo, eles não são coautores e respondem cada um pelo que fez (um por
consumação e o outro por tentativa).

PARTICIPAÇÃO
Partícipe não tem o domínio do fato e não realiza diretamente a conduta típica, mas
concorre induzindo, instigando ou auxiliando o autor.
Assim, quem, de qualquer modo, concorre para o crime incide nas penas a este cominadas,
na medida de sua culpabilidade.
Se a participação for de menor importância a pena pode ser diminuída de um sexto a um
terço.

O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em


contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado.

ESPÉCIES DE PARTICIPAÇÃO

Induzimento (determinação) - o partícipe cria a ideia


AUXÍLIO MORAL criminosa na cabeça do agente.

Instigação - ocorre quando o partícipe incita o agente ao


crime, reforçando uma ideia já existente.

AUXÍLIO MATERIAL Fornecer os meios materiais para a prática do crime.


(Cumplicidade)

ACESSORIEDADE NA PARTICIPAÇÃO
Toda participação está em sua essência relacionada com um fato principal.

Acessoriedade mínima O fato principal ser somente típico

Acessoriedade limitada O fato principal deve ser típico e antijurídico

Acessoriedade extrema O fato principal deve ser típico, antijurídico e culpável

Hiperacessoriedade O fato principal deve ser típico, antijurídico, culpável e punível.

48
IMPORTANTE!
Prevalece na doutrina majoritária o sistema de acessoriedade
limitada.
Para se punir o partícipe, o fato realizado pelo autor deve ser típico e ilícito. Assim, se
ele estiver diante de uma situação de excludente de ilicitude, nenhum deles responde
pelo fato.

PUNIBILIDADE NO CONCURSO DE PESSOAS

TEORIA MONISTA COOPERAÇÃO PARTICIPAÇÃO DE MENOR


DOLOSAMENTE DISTINTA IMPORTÂNCIA

Pune-se igualmente os vários Aplica-se tanto aos coautores, Aplica-se exclusivamente ao


agentes que, de alguma quanto aos partícipes. Ocorre titular da conduta acessória
forma, contribuíram para o quando um dos agentes (partícipe). Assim, a conduta
crime, na medida de sua pretendia ação criminosa que contribui de forma menos
culpabilidade. Assim, os menos grave do que aquela enfática deve ser encarada
coautores e partícipes efetivamente praticada com menos rigor. Redução da
respondem pelo mesmo (desvio subjetivo de condutas pena de 1/6 a 1/3.
crime. entre os agentes). Nesse caso,
aplica-se a pena do crime que
pretendia cometer.
> Se o resultado mais grave
era previsível, a pena pode ser
maior.

COMUNICABILIDADE DE ELEMENTARES E CIRCUNSTÂNCIAS


→ Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando
elementares do crime.

ELEMENTARES: são dados essenciais do crime, sem os quais ele desaparece ou se


transforma.

49
CIRCUNSTÂNCIAS: são dados acessórios Objetivas ou reais: Aspecto externo do
que se agregam à figura típica, possuindo a crime. Exemplo: fogo, emboscada.
função de aumentar ou diminuir a pena.

Subjetivas ou pessoais: Aspecto interno do


crime. Exemplo: motivo torpe,
reincidência.

Pergunta que já caiu em prova: O que se entende por circunstâncias


incomunicáveis no concurso de pessoas?

Resposta: De acordo com o CP, art. 30, circunstâncias incomunicáveis são as


que não se estendem aos coautores e partícipes de uma infração penal, pois se referem a
determinado agente, incidindo apenas em relação a ele. Sendo que não se transmite as
circunstâncias de caráter pessoal (situação que envolve o agente, mas não constitui
elemento inerente à sua pessoa. ex.: motivo fútil) e condições de caráter pessoal
(representa uma qualidade inerente à pessoa. Ex.: menoridade ou reincidência).

50
CÓDIGO PENAL

CONCURSO DE CRIMES
→ Dá-se o concurso de crimes quando o agente ou grupo de agentes comete DOIS OU
MAIS CRIMES, mediante a prática de UMA OU MAIS CONDUTAS (ação ou omissão). Dentro
de uma mesma dinâmica, há a prática de vários crimes.

ATENÇÃO!

O concurso pode ocorrer entre infrações penais de qualquer espécie, seja


entre crime comissivo e crime omissivo, entre doloso e crime culposo, entre crime
tentado e crime consumado, concurso de crime simples ou crime qualificado, é possível
ainda, o concurso entre crime e contravenção.

CONCURSO MATERIAL (Art. 69)


→ O concurso material é também denominado de concurso real de crimes, e ocorre
quando o agente, mediante duas ou mais condutas (ação ou omissão), pratica dois ou mais
crimes, idênticos ou não.
Exemplo: o agente atira em uma pessoa e depois atira em outra pessoa, causando a morte
dos dois.

REQUISITOS
✔✔ Pluralidade
Pluralidade de condutas;
de crimes.

ESPÉCIES

CONCURSO MATERIAL HOMOGÊNEO Pluralidade de crimes da mesma espécie

CONCURSO MATERIAL HETEROGÊNEO Pluralidade de crimes diferentes

FIXAÇÃO DA PENA: SISTEMA DE CÚMULO MATERIAL (SOMAM-SE AS PENAS)

51
REGRAS DE FIXAÇÃO DA PENA
O juiz, no concurso material, observará o sistema do cúmulo material.

Pergunta: No caso de aplicação cumulativa de penas, se houver crime punido com


reclusão e outro com detenção?
Executa-se primeiro a reclusão e depois a de detenção, é o que dispõe o artigo 69, 2ª
parte, do Código Penal.

CONDENAÇÃO A PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE E RESTRITIVA DE DIREITOS (Art. 69, §


1º)
Quando ao agente tiver sido aplicada pena privativa de liberdade, não suspensa, por um dos
crimes, para os demais será incabível a substituição por restritivas de direitos.

CONCURSO MATERIAL E PENAS RESTRITIVAS DE DIREITO (Art. 69, § 2º)


Quando forem aplicadas duas penas restritivas de direitos, é possível que o condenado cumpra
ambas simultaneamente, desde que compatíveis entre si. Por outro lado, se não forem
compatíveis, primeiro se cumpre uma e depois se cumpre a(s) outra(s).

CONCURSO FORMAL (Art. 70)


→O concurso formal é também conhecido como concurso “ideal” de crimes, e ocorre
quando o agente, mediante uma só conduta (ação ou omissão), pratica dois ou mais crimes,
idênticos ou não.

Exemplo: O agente atropela 3 pessoas e as 3 morrem.

REQUISITOS
✔✔ Unidade de conduta;
Pluralidade de crimes.

ESPÉCIES

CONCURSO FORMAL HOMOGÊNEO Os crimes são da mesma espécie

CONCURSO FORMAL HETEROGÊNEO Os crimes são de espécies distintas

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SISTEMA DE APLICAÇÃO DA PENA

Se o concurso for:

FORMAL PERFEITO OU O agente não atua com desígnios autônomos. Desejava apenas
PRÓPRIO/PERFEITO/ um resultado.
NORMAL
Adota-se o sistema de exasperação (aplica-se a pena do crime
mais grave, exasperando a pena em ⅙ a ½ da pena), SALVO
quando prejudicial ao agente, hipótese em que deverá ser
aplicado o sistema do cúmulo material.

FORMAL IMPERFEITO OU O agente atua com desígnios autônomos. Desejava, com uma só
IMPRÓPRIO/IMPERFEITO/ conduta, gerar diversos crimes.
ANORMAL
Adota-se o sistema de cúmulo material.

CRIME CONTINUADO (Art. 71)


→O crime continuado ocorre quando o agente, mediante mais de uma conduta (ação ou
omissão), pratica dois ou mais crimes da mesma espécie e, pelas condições de tempo,
lugar, maneira de execução e outras semelhantes, devem os subsequentes ser havidos
como continuação do primeiro.

Exemplo: Caixa de um mercado, furta todo dia R$10,00.


Quais as condições de tempo? Todo dia. Ação? Furto. Lugar? Caixa registradora.

REQUISITOS
✔ Pluralidade de crimes de mesma espécie.

✔ Condições objetivas semelhantes de tempo, lugar e modo de execução


- conexão temporal.
- conexão local.
- conexão modal.

✔ Unidade de desígnio.

Adota-se o sistema de exasperação (aumento de ⅙ a ⅔) , SALVO quando


prejudicial ao agente, hipótese em que deverá ser aplicado o sistema do
cúmulo material.

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INQUÉRITO POLICIAL

→ Inquérito policial é um conjunto de diligências (atos investigatórios) realizado pela Polícia


Judiciária com a FINALIDADE de apurar:

MATERIALIDADE + INDÍCIO DE AUTORIA

● CARACTERÍSTICAS DO INQUÉRITO POLICIAL


O Inquérito Policial é um procedimento administrativo:
➡ ESCRITO As peças são reduzidas a escrito.

➡ INQUISITIVO Sem contraditório ou ampla defesa.

➡ DISPENSÁVEL Ação penal não precisa ser precedida da instauração de IP.

➡ SIGILOSO Necessário à elucidação dos fatos.

➡ OFICIOSO O Delegado deve instaurar de ofício nos crimes de ação penal


pública incondicionada.

➡ OFICIAL Deverá ser conduzido pela autoridade policial.

➡ INDISPONÍVEL Após a instauração, o delegado não tem competência para


arquivar IP.

➡ DISCRICIONÁRIO Delegado de polícia conduz as investigações da forma que melhor


se apresenta e mostra-se necessária.

➡ TEMPORÁRIO Há prazo determinado para o encerramento do inquérito policial.

ALGUMAS QUESTÕES | ESCLARECIMENTOS SOBRE O INQUÉRITO POLICIAL

Pergunta: O sigilo é absoluto no inquérito policial?


NÃO! Segundo o CPP, a autoridade assegurará no inquérito o sigilo necessário à
elucidação do fato ou exigido pelo interesse da sociedade. Porém, o sigilo não é
absoluto, pois o acesso do advogado, ao inquérito policial em curso, é permitido no caso
de atos já documentados, assim, as diligências em andamento devem permanecer em
sigilo.

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Pergunta: As provas produzidas no inquérito policial podem ser utilizadas para
o juiz fundamentar a decisão?

Sim, o juiz pode utilizá-las, porém, o artigo 155, caput, do CPP, PROÍBE o
magistrado sentenciante fundamentar sua decisão exclusivamente nos elementos
informativos colhidos na investigação, ressalvadas as provas cautelares, não repetíveis e
antecipadas.

Pergunta: A autoridade policial pode instaurar inquérito policial nos crimes de


ação penal privada?

NÃO! A autoridade policial não pode instaurar inquérito policial nos crimes de
ação penal privada. Nos casos de ação penal privada, é necessária a iniciativa do
próprio ofendido ou de seu representante legal para dar início ao processo criminal,
mediante a apresentação de queixa-crime perante o juiz competente.

Pergunta: Como o delegado de polícia pode conduzir as investigações da forma


que melhor se apresenta e mostra-se necessária, ele pode deixar de realizar
alguma diligência?

Sim, o delegado pode verificar quais diligências serão necessárias e quais serão
dispensadas, bem como, poderá também realizar alguma que não esteja prevista. Porém,
há uma exceção à essa regra de não obrigatoriedade, qual seja, a indispensabilidade da
realização do exame de corpo de delito nos crimes que deixam vestígios.

Pergunta: O delegado de polícia pode determinar o arquivamento de um


inquérito policial?

Delegado NÃO pode arquivar os autos do inquérito policial, pois ele não é o
titular da ação penal! De acordo com o Código de Processo Penal, apenas o
Ministério Público pode requerer o arquivamento de um inquérito policial. Esse pedido é
feito ao juiz, que é quem decide sobre o arquivamento.

Mas o inquérito pode ser arquivado? Sim!


Quem tem competência para arquivar o inquérito policial? Somente o juiz, mediante
requerimento do Ministério Público. (Obs.: Essa é a antiga redação do art. 28, CPP)

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O juiz pode discordar do requerimento de arquivamento do inquérito policial? Sim, de
acordo com a redação anterior do artigo 28, CPP.

Atenção!!! Por conta da concessão de liminar na ADI 6305/DF, pelo Ministro Luiz Fux,
está suspensa sine die a alteração constante da lei nº 13.964/2019, no que tange o
procedimento de arquivamento de inquérito policial.
Então, por enquanto, a sistemática antiga está válida.
Portanto, é necessário estudar a redação antiga, que é como ainda está sendo realizado
na prática, e também é necessário estudar a redação atualizada trazida pelo Pacote
Anticrime (atualmente suspensa), porque também pode ser cobrada em prova.

Pergunta: Uma vez arquivado o inquérito policial, é possível desarquivá-lo?


Sim! A regra é que o inquérito policial arquivado pode ser desarquivado.
Entretanto, dependendo da fundamentação do arquivamento, entende a
jurisprudência que o IP não pode ser desarquivado.
Vejamos:
Motivo do arquivamento do IP É possível desarquivar o IP?

Insuficiência de provas Sim

Ausência de justa causa (materialidade ou Sim


indícios de autoria)

Atipicidade do fato Não

Causa extintiva da punibilidade Não. Todavia, há uma exceção: certidão de


óbito falsa. Neste caso é possível desarquivar.

Causa extintiva de culpabilidade Não

Causa excludente de ilicitude STJ: Não


STF: Sim.

Nas hipóteses em que não pode haver desarquivamento, o fundamento da jurisprudência


é de que a decisão judicial que arquivou o inquérito policial fez coisa julgada formal e
material. Ou seja, houve uma decisão de mérito sobre o assunto.

Atenção! Reforça-se a ideia de que isso é possível pela sistemática antiga, em que o juiz
ainda homologa o inquérito policial (tem prevalecido o entendimento de que as regras de
desarquivamento permanecem válidas).

Na nova sistemática (Pacote Anticrime), o juiz não decide a respeito do arquivamento do


inquérito policial, é uma determinação do Ministério Público e da instância de revisão
ministerial. Então, a decisão do Ministério Público não gerará uma coisa julgada material.

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● PRAZO PARA A CONCLUSÃO DO INQUÉRITO POLICIAL

PRESO SOLTO

ART. 10, DO CPP PARA PRISÃO EM 10 DIAS 30 DIAS


FLAGRANTE E PRISÃO PREVENTIVA IMPRORROGÁVEL *** PRORROGÁVEL 1x

CRIMES DE COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA 15 DIAS 30 DIAS


FEDERAL PRORROGÁVEL 1x PRORROGÁVEL 1x

CRIMES DA LEI DE DROGAS 30 DIAS 90 DIAS


DUPLICÁVEL 1x DUPLICÁVEL 1x

CRIMES CONTRA A ECONOMIA POPULAR 10 DIAS 10 DIAS


IMPRORROGÁVEL IMPRORROGÁVEL

CRIMES MILITARES 20 DIAS 40 DIAS


IMPRORROGÁVEL PRORROGÁVEL
POR + 20 DIAS

IMPORTANTE!
↳ No caso de indiciado PRESO: O prazo é MATERIAL, inclui o dia de
começo, o prazo é penal.
↳ No caso de indiciado SOLTO: O prazo é PROCESSUAL, não conta o dia do começo,
só a partir do dia útil seguinte.

*** Pacote Anticrime e a possibilidade de prorrogação


Importante destacar que com o Pacote Anticrime, há possibilidade de o juiz das garantias
prorrogar, uma única vez, o inquérito policial por até 15 dias. Após a conclusão do referido
prazo, se a investigação não for concluída, haverá o relaxamento da prisão. Esta nova
sistemática legislativa altera a regra do Código de Processo Penal, que não previa a
possibilidade de prorrogação do prazo para a conclusão do inquérito policial, quando o
investigado se encontrar preso.

Artigo 10 c/c Art. 3º-B, §2º, do CPP:


Indiciado preso: 10 dias + 15 dias* Indiciado solto: 30 dias.

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● FORMAS DE INSTAURAÇÃO DO INQUÉRITO POLICIAL
As formas pelas quais o Inquérito Policial pode ser instaurado variam de acordo com a
natureza da Ação Penal para a qual ele pretende angariar informações. Sendo que a ação
penal pode ser pública incondicionada, condicionada à requisição e à representação e ação
penal privada.

Crimes de ação penal pública incondicionada:


Instauração de ofício por portaria (art. 5º, CPP);
Instauração mediante requisição do juiz ou do Ministério Público (art. 5º, CPP);
Instauração mediante requerimento do ofendido (art. 5º, CPP);

Crimes de ação penal pública condicionada:


À requisição do Ministro da Justiça (art. 24, CPP);
À representação da vítima (art. 5º, §4º, CPP);

Crimes de ação penal de iniciativa privada:


Instauração mediante requerimento da vítima (art. 5º, §5º, CPP).

ATENÇÃO! O inquérito policial, nos crimes em que a ação pública depender de


representação, não pode sem ela ser iniciado. Já nos crimes de ação privada, a autoridade
policial somente poderá proceder ao inquérito a requerimento de quem tenha qualidade
para intentá-la.
O § 2º do Art. 5º ainda traz a possibilidade de recurso para o despacho que indeferir o
requerimento de abertura do inquérito. Exemplo. Se o requerimento foi feito para o
delegado e este indeferir, caberá o recurso para o chefe de polícia.

● DA NOTITIA CRIMINIS
Notitia Criminis é o conhecimento, pela própria autoridade policial, de um fato delituoso
subdividindo-se em:
- Notitia criminis de cognição imediata (espontânea): Quando o delegado por meio de
atividades rotineiras toma conhecimento do crime de forma direta, podendo ser por meio de
investigações por ela mesma realizadas, por notícia veiculada na imprensa, por meio de
serviços de Disque-Denúncia (denúncias anônimas ou não).
- Notitia criminis de cognição mediata ou provocada: Quando o delegado recebe um
expediente escrito informando do crime. Este ato pode ser o requerimento da vítima ou de
qualquer pessoa do povo, a requisição do juiz ou do Ministério Público, a requisição do
Ministro da Justiça e a representação do ofendido.
- Notitia criminis de cognição coercitiva: Quando o delegado toma conhecimento do fato
criminoso ao realizar uma prisão em flagrante. Veja-se que o auto de prisão em flagrante é
forma de início do inquérito policial, independentemente da natureza da ação penal.
Entretanto, nos crimes de ação penal pública condicionada e de ação penal privada sua

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lavratura apenas poderá ocorrer se for acompanhado, respectivamente, da representação ou
do requerimento do ofendido (art. 5., §§ 4. e 5, do CPP).
- Notitia criminis inqualificada: ocorre quando o delegado de polícia toma conhecimento do
fato delituoso por meio de denúncia anônima.

ATENÇÃO! O delegado de polícia, em razão de uma denúncia anônima, não


pode instaurar um inquérito policial imediatamente. Antes de instaurar um
inquérito policial, o delegado deverá fazer a Verificação da Procedência das
Informações – VPI;
Então, as etapas, em caso de denúncia anônima, são:
1º - Recebimento da notitia criminis inqualificada;
2º - Verificação de procedência das informações (VPI) – análise da verossimilhança dos
fatos denunciados – art. 5º, § 3º, CPP;
3º - Instauração de Inquérito Policial;
4º - Representação por medidas cautelares.

Observa-se que a denúncia anônima pode oportunizar a instauração de inquérito policial,


desde que haja a verificação de procedência das informações.

● INDICIAMENTO
É um ato formal que se caracteriza quando a autoridade policial se convence de que
determinada pessoa é a autora da infração penal.
Destaca-se a diferenciação de algumas expressões:
Investigado ou suspeito: Tem se Indiciado: Aquele suspeito Acusado: Expressão utilizada
a ideia que aquele pode ter sido que já foi indiciado nos para momento após ao
o provável autor do crime, mas termos da Lei 12.830/13. recebimento da denúncia ou
que ainda não foi formalmente queixa.
indiciado. (Juízo de
probabilidade de autoria).

O fundamento central do indiciamento é a autoria, mas como não se pode imputar a alguém
nenhum fato vago, terá de imputar um crime, portanto materialidade e circunstância. Antes
da Lei 12.830 não era necessário indiciar fundamentando, após ela o indiciamento precisa
ser fundamentado, que diz respeito a análise técnico-jurídica do fato.
Quanto ao momento, poderá ocorrer o indiciamento, desde o auto de prisão em flagrante
até o relatório final. O ato de indiciamento é exclusivo da fase investigatória.
Se o processo criminal já teve início, sem que tenha tido o indiciamento formalmente, não é
mais possível o indiciamento, constituindo-se em constrangimento ilegal. Nesse sentido, é o
entendimento do STJ.

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● RELATÓRIO
No relatório, a autoridade policial (Delegado de Polícia) irá narrar todos os fatos,
procedimentos e diligências que ocorreram durante o inquérito policial, sem juízo de valor,
não devendo informar se está comprovado ou não a autoria e materialidade.
Não necessariamente o relatório irá encerrar o inquérito, tendo em vista que o MP pode
solicitar novas diligências, não sendo obrigatório que a autoridade policial faça um novo
relatório, nessa fase apenas cumpre uma diligência que o MP solicitou.

● CONCLUSÃO DAS INVESTIGAÇÕES


Ao final do inquérito, abrem-se três possibilidades, a primeira delas é que o inquérito policial
poderá retornar do MP para a autoridade policial, no entanto, apenas para novas diligências.
A segunda possibilidade é o promotor oferecer a denúncia para dar início a ação penal.
Enquanto a terceira opção é pedir o arquivamento do inquérito.

↪ PEDIDO DE ARQUIVAMENTO
(não existem provas suficientes para o ajuizamento da ação)
REGRA: COISA JULGADA FORMAL (ser desarquivado, se houver novas provas)
EXCEÇÃO: COISA JULGADA MATERIAL:
Atipicidade do fato
Extinção da punibilidade
Excludente de ilicitude

● ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO POLICIAL


ANTES DO PACOTE ANTICRIME

MP ⇨ JUIZ ⇨ HOMOLOGA ⇨ IP ARQUIVADO


MP ⇨ JUIZ ⇨ NÃO CONCORDA ⇨ REMESSA AO CHEFE DO MP:
✳ DENÚNCIA DIRETA
✳ DESIGNAR A DENÚNCIA
✳INSISTIR NO ARQUIVAMENTO

Pedido de arquivamento (pelo MP) ⇨ será levado para o Juiz apreciar ⇨ Se Juiz aceita ⇨
homologa o arquivamento.

Pedido de arquivamento (pelo MP) ⇨ será levado para o Juiz apreciar ⇨ Se Juiz não aceita ⇨
remete a questão ao Procurador Geral de Justiça, que decide entre:
➤Requisitar novas diligências;
➤ Prosseguir com o arquivamento. Neste caso o juiz é obrigado a acolher a decisão.

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DEPOIS DO PACOTE ANTICRIME (SUSPENSO PELO STF!)

MP ⇨ COMUNICA ARQUIVAMENTO ⇨ ✳ VÍTIMA (*)


⇩ ✳ INVESTIGADO
⇩ ✳ AUTORIDADE POLICIAL
INSTÂNCIA DE REVISÃO MINISTERIAL ⇨ HOMOLOGAÇÃO

(*) Se a vítima, ou seu representante legal, não concordar com o arquivamento do


inquérito policial, poderá, no prazo de 30 (trinta) dias do recebimento da comunicação,
submeter a matéria à revisão da instância competente do órgão ministerial, conforme
dispuser a respectiva lei orgânica.

Ante o cenário proposto pelo Pacote Anticrime, analisa-se que quem arquiva o inquérito é o
próprio promotor, no entanto, precisaria ser confirmado tal arquivamento por uma instância
de revisão.
A instância de revisão ministerial será um colegiado que irá decidir sobre a homologação ou
não do arquivamento. (A instância de revisão está suspensa).
A figura do juiz não aparece no processo de arquivamento, a não ser no final, apenas para
finalizar o procedimento, sem informar se concorda ou não.

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JUIZ DAS GARANTIAS

OBSERVAÇÃO IMPORTANTE!!
Esse tema foi alvo de Ações Diretas de Inconstitucionalidade, ao que o
Ministro Luiz Fux decidiu por suspender a implantação do juiz das garantias.
Não há previsão de julgamento das ADIs, por enquanto o instituto do juiz das
garantias não se aplica na prática processual.
Porém, como consta no edital para o cargo de Escrivão de Polícia, vamos
estudá-lo neste material!

ESTRUTURA ACUSATÓRIA DO PROCESSO PENAL


→ O processo penal terá estrutura acusatória, VEDADAS a iniciativa do juiz na fase de
investigação e a substituição da atuação probatória do órgão de acusação (Ministério
Público).

CONSEQUÊNCIA:
↳ Aquele que julga não deve ter iniciativa probatória, garantindo sua imparcialidade.
↳ Vedada a determinação de produção antecipada de provas sem provocação.

→ JUIZ DAS GARANTIAS é responsável:


- pelo controle da legalidade da investigação criminal
- pela salvaguarda dos direitos individuais cuja franquia tenha sido reservada à
autorização prévia do Poder Judiciário.

PAPEL DO JUIZ DAS GARANTIAS: cuidar da fase investigatória de um crime bem como para
garantir a imparcialidade do juiz que ficará encarregado de processar e julgar o réu.

ATUAÇÃO: Desde o início da investigação até o recebimento da denúncia ou queixa.


Exceto em infrações de menor potencial ofensivo.

APÓS O RECEBIMENTO DA DENÚNCIA / QUEIXA:


- Questões pendentes serão decididas pelo Juiz da Instrução e Julgamento;
- O Juiz da Instrução não fica vinculado às decisões do Juiz das Garantias e deverá reexaminar as
medidas cautelares em curso, no prazo de 10 dias.

62
COMPETÊNCIAS DO JUIZ DAS GARANTIAS
I - receber a comunicação imediata da prisão;

II - receber o auto da prisão em flagrante para o controle da legalidade da prisão;

III - zelar pela observância dos direitos do preso, podendo determinar que este seja conduzido à
sua presença, a qualquer tempo;

IV - ser informado sobre a instauração de qualquer investigação criminal;

V - decidir sobre o requerimento de prisão provisória ou outra medida cautelar;

VI - prorrogar a prisão provisória ou outra medida cautelar, bem como substituí-las ou


revogá-las, assegurado, no primeiro caso, o exercício do contraditório em audiência pública e
oral;

VII - decidir sobre o requerimento de produção antecipada de provas consideradas urgentes e


não repetíveis, assegurados o contraditório e a ampla defesa em audiência pública e oral;

VIII - prorrogar o prazo de duração do inquérito, estando o investigado preso, em vista das
razões apresentadas pela autoridade policial e observado o disposto no § 2º deste artigo;

IX - determinar o trancamento do inquérito policial quando não houver fundamento razoável


para sua instauração ou prosseguimento;

X - requisitar documentos, laudos e informações ao delegado de polícia sobre o andamento da


investigação;

XI - decidir sobre os requerimentos de:


a) interceptação telefônica, do fluxo de comunicações em sistemas de informática e
telemática ou de outras formas de comunicação;
b) afastamento dos sigilos fiscal, bancário, de dados e telefônico;
c) busca e apreensão domiciliar;
d) acesso a informações sigilosas;
e) outros meios de obtenção da prova que restrinjam direitos fundamentais do investigado;

XII - julgar o habeas corpus impetrado antes do oferecimento da denúncia;

XIII - determinar a instauração de incidente de insanidade mental;

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XIV - decidir sobre o recebimento da denúncia ou queixa;

XV - assegurar prontamente, quando se fizer necessário, o direito outorgado ao investigado e ao


seu defensor de acesso a todos os elementos informativos e provas produzidos no âmbito da
investigação criminal, salvo no que concerne, estritamente, às diligências em andamento;

XVI - deferir pedido de admissão de assistente técnico para acompanhar a produção da perícia;

XVII - decidir sobre a homologação de acordo de não persecução penal ou os de colaboração


premiada, quando formalizados durante a investigação;

XVIII - outras matérias inerentes às atribuições definidas no caput deste artigo.

RESUMO DE JUIZ DAS GARANTIAS

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Os autos que compõem as matérias de competência do juiz das garantias ficarão
acautelados na secretaria deste juízo, à disposição do Ministério Público e da defesa, e
não serão apensados aos autos do processo enviados ao juiz da instrução e julgamento,
ressalvados os documentos relativos às provas irrepetíveis, medidas de obtenção de
provas ou de antecipação de provas, que deverão ser remetidos para apensamento em
apartado.
Fica assegurado às partes o amplo acesso aos autos acautelados na secretaria do juízo
das garantias.

65
Princípios da Administração Pública
Princípios Expressos na Constituição Federal:

CF - Art. 37, Caput. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios obedecerá aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência [...]

L.I.M.P.E
 LEGALIDADE: A Administração Pública só pode fazer o que está previsto em lei*, de modo expresso ou implícito. É o oposto do
particular que pode fazer tudo que a lei não proíbe.
* Lei em sentido amplo.

Súmula 636 - STF: "Não cabe recurso extraordinário por contrariedade ao princípio constitucional da legalidade, quando a sua verificação
pressuponha rever a interpretação dada a normas infraconstitucionais pela decisão recorrida".

 IMPESSOALIDADE: Relacionado à finalidade, à isonomia e ao interesse público.


 Princípio da Isonomia e Finalidade: Tratamento em igualdade, sem subjetividade/favoritismo para atingir o fim que é o
interesse público. Ex.: Licitações e Concursos Públicos.

 Vedação à promoção pessoal dos agentes: Publicidade oficial NÃO pode constar nomes, símbolos ou imagens que caracterizem
promoção pessoal.

 Relação direta com a suspeição e o impedimento.

 ATENÇÃO: altura e idade mínima como requisito em concurso público não ferem a isonomia, desde que esteja previsto em lei e
que a restrição seja compatível com a natureza das atribuições do cargo.

 Os atos praticados pelo agente público em serviço serão imputados a entidade pública a qual ele faz parte.

STF (ADI 4.259/2016): A simples fixação de condições formais para a concessão de benefício fiscal não exime o instrumento normativo de resguardar
o tratamento isonômico no que se refere aos concidadãos.

STF (RE 589.998): Em atenção aos princípios da impessoalidade e isonomia, que regem a admissão por concurso público, a dispensa do empregado
de empresas públicas e sociedades de economia mista que prestam serviços públicos deve ser motivada.

 MORALIDADE: Pautado na ética, honestidade, probidade, lealdade e boa-fé.

H.E.L.P.B
 Abrange toda administração pública direta e indireta de todos os poderes da União, Estados, DF e Municípios.

Súmula Vinculante 13: "A nomeação de cônjuge, companheiro, ou parente, em linha reta, colateral ou por afinidade, até
o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica, investido em cargo de direção,
chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança, ou, ainda, de função gratificada na adm.
pública direta e indireta,em qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios,
compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a CF".

 ATENÇÃO: Para que seja caracterizado o nepotismo, exige-se a existência de SUBORDINAÇÃO, parentesco até 3º grau e não
exige edição de lei formal.

66
 É vedado também o “nepotismo cruzado”, o qual ocorre quando dois agentes públicos empregam familiares, um do outro,
como troca de favores.

 Exceção à vedação: cargo político, como o de secretário ou ministro (desde que não tenha se baseado apenas no parentesco).

 PUBLICIDADE: os atos devem ser transparentes. É condição de EFICÁCIA dos atos administrativos.
Exceções: Interesse social, defesa da intimidade, segurança da sociedade e do Estado.

 EFICIÊNCIA: trata-se de presteza, perfeição e rendimento funcional.

 É a busca de produtividade e de resultados com redução de desperdícios.


 Qualidade e celeridade na prestação dos serviços.

Princípios Implícitos da Adiministração Pública:

 Autotutela: "A administração pública pode ANULAR seus próprios atos, quando eivados de vícios que os tornem atos ILEGAIS,
porque deles não se originam direitos; ou REVOGÁ-LOS por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitando os
direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação judicial". (Súmula 473 - STF)

OBS.: A autotutela é um dever do gestor público.

 Tutela: É o controle exercido pela administração direta sobre a administração indireta, também chamado de controle
finalístico ou supervisão ministerial.
ATENÇÃO: Não existe hierarquia entre a administração direta e a indireta, apenas vinculação.

 Especialidade: É a criação de pessoas jurídicas para executar determinadas atividades. Em resumo, é a DESCENTRALIZAÇÃO
administrativa.

 Sindicabilidade: TODO ato administrativo pode ser submetido a algum tipo de controle.

 Continuidade dos Serviços Públicos: Os serviços públicos não devem ser interrompidos, em razão da sua natureza e
relevância, pois eles visam ao atendimento de necessidades da coletividade.

ATENÇÃO: A interrupção do fornecimento de energia elétrica, enquanto serviço público, é considerada lícita se, após aviso-prévio, o
consumidor permanecer inadimplente no pagamento da respectiva conta. Portanto, a interrupção do fornecimento não configura
descontinuidade da prestação do serviço público.

 Supremacia do Interesse Público: É conhecido também por princípio da finalidade pública ou do interesse público. Esse
princípio confere prerrogativas à adm. pública, as quais resultam na superioridade dela em relação aos particulares.O motivo
é que essa superioridade é dada para que se alcance a finalidade legalmente atribuída ao Estrado: o bem-estar da coletividade.

 Razoabilidade e Proporcionalidade: são princípios implícitos na CF, relacionados ao princípio do devido processo legal (CF, art.
5º, LIV).
 Proporcionalidade: Impede o excesso de poder.
 Razoabilidade: Compatibiliza os meios ao fim. Melhor forma de atender ao interesse público, descabendo utilização de critérios
subjetivos.

 Segurança Jurídica: Possui dois aspectos:


 Aspecto Objetivo: Trata da limitação da retroatividade, da estabilidade das relações no tempo. É VEDADA aplicação retroativa
de nova interpretação (art. 2º, XIII, Lei nº 9.784/99).
 Aspecto Subjetivo: Trata da PROTEÇÃO À CONFIANÇA, isto é, o administrado acredita que os atos da administração são lícitos e
seus efeitos mantidos e respeitados.

 Motivação: Exigência que a Administração motive seus atos, ou seja, que ela indique os pressupostos de FATO e de DIREITO
para a realização de atos vinculados e discricionários. Exemplos de exceções: Exoneração de cargo em comissão e homologação
de licitação.

67
DIREITO ADMINISTRATIVO – PODERES ADMINISTRATIVOS.
INTRODUÇÃO
➢ Os poderes administra琀椀vos são uma série de PRERROGATIVAS conferidas à Administração
Pública que a coloca em um patamar de superioridade com relação ao Estado.
➢ Decorre do princípio implícito da SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO.
➢ Os poderes administra琀椀vos se diferenciam dos poderes polí琀椀cos (legisla琀椀vo, execu琀椀vo,
judiciário). Os poderes administra琀椀vos são INSTRUMENTAIS, enquanto os polí琀椀cos são ESTRUTURAIS.
➢ Os agentes públicos têm PODERES (decorrentes da SUPREMACIA), mas também têm DEVERES
(decorrentes da INDISPONIBILIDADE DO INTERESSE PÚBLICO).
BIZU: o regime jurídico-administra琀椀vo decorre da SUPREMACIA e da INDISPONIBILIDADE do interesse
público.

ESPÉCIES DE PODERES ADMINISTRATIVOS

•SEM liberdade de escolha para o administrador.


•Segue estritamente a legalidade, a lei estabelece, assim, condições para realização de determinado ato. Cumpridos
os requisitos, deve ser praticado.
PODER •LICENÇA, LANÇAMENTO DE CRÉDITOS TRIBUTÁRIOS, APOSENTADORIA.
VINCULADO

•COM liberdade de escolha para o administrador.


•Baseados na CONVENIÊNCIA E OPORTUNIDADE (MÉRITO ADMINISTRATIVO), desde que obedecidos os LIMITES
dados em lei (razoabilidade e proporcionalidade). ATOS DISCRICIONÁRIOS PODEM SER REVOGADOS.
PODER •ATOS DISCRICIONÁRIOS PODEM SER REVOGADOS.
DISCRICIONÁRIO

BIZU: quando se fala em ELEMENTOS DO ATO ADMINISTRATIVO, apenas o MOTIVO e OBJETO podem ser
discricionários. A competência, 昀椀nalidade e forma sempre serão VINCULADOS.
BIZU: os atos discricionários também podem ser anulados, pois podem apresentar vício de legalidade
normalmente. Caso haja um abuso de poder “disfarçado” de discricionariedade, ele pode ser controlado
e anulado pelos controles administra琀椀vos.
Por essa razão, o judiciário poderá controlar a LEGALIDADE desses atos. O que ele não poderá fazer é
analisar o MÉRITO ADMINISTRATIVO.

•ESCALONAR, REVER, DISTRIBUIR FUNÇÕES. É um poder que se baseia na SUBORDINAÇÃO.


•PODER INTERNO e PERMANENTE.
PODER •DAR ORDENS A SUBORDINADOS, AVOCAR OU DELEGAR COMPETÊNCIAS.
HIERÁRQUICO

•Apuração de infrações e aplicação de sanções àqueles que estão sujeitos à disciplina interna da
administração pública.
PODER •Se aplica aos servidores públicos e aos particulares COM VÍNCULO.
DISCIPLINAR •PODER INTERNO e TEMPORÁRIO.

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BIZU: O poder HIERÁRQUICO ocorre DENTRO DA MESMA PESSOA JURÍDICA. Não há subordinação entre
diferentes pessoas jurídicas. A administração DIRETA não exerce subordinação com relação à
Administração INDIRETA, havendo VINCULAÇÃO, CONTROLE FINALÍSTICO ou SUPERVISÃO MINISTERIAL.
BIZU: O poder DISCIPLINAR decorre do PODER HIERÁRQUICO e ambos são INTERNOS. O par琀椀cular só
poderá ser responsabilizado com base no poder DISCIPLINAR se houver vínculo com a Administração.
Caso não haja vínculo, ele será penalizado com base no PODER DE POLÍCIA.
BIZU: Dentro do poder DISCIPLINAR há uma fase vinculada (instauração de processo administra琀椀vo
disciplinar ou sindicância) e outra discricionária (dosimetria da pena de acordo com a proporcionalidade
e razoabilidade). A discricionariedade, nesse caso, É SEMPRE LIMITADA.

•Se manifesta em forma de DECRETOS elaborados pelo CHEFE DO PODER EXECUTIVO. Expressa
competência normativa da Administração.
•Esses decretos NÃO INOVAM O ORDENAMENTO JURÍDICO, apenas dão diretrizes para FIEL EXECUÇÃO
PODER DA LEI.
REGULAMENTAR •DECRETOS REGUMENTARES ou de EXECUÇÃO.

BIZU: Dentro do poder regulamentar, embora eles não inovem no ordenamento jurídico, podem criar
OBRIGAÇÕES SECUNDÁRIAS. O poder regulamentar tem como limite a interpretação dos atos primários.
BIZU: Há autores que fazem a diferenciação de poder norma琀椀vo e regulamentar. Nessa diferenciação, o
poder norma琀椀vo é mais amplo (não apenas o Chefe do Poder Execu琀椀vo, como por exemplo instruções
norma琀椀vas, resoluções, regimentos) e o regulamentar é mais estrito.
ATENÇÃO: Caso haja extrapolação do poder regulamentar, o ato norma琀椀vo pode ser SUSTADO pelo
Congresso Nacional.
ATENÇÃO ÀS DIFERENÇAS ENTRE DECRETOS REGULAMENTARES E DECRETOS AUTÔNOMOS.
DECRETO REGULAMENTAR DECRETO AUTÔNOMO
Não inovam no ordenamento jurídico. Inovam no ordenamento jurídico.
Ato norma琀椀vo secundário. Ato norma琀椀vo primário.
Depende de lei anterior. Não depende de lei, sendo possível nas hipóteses do art.
84, VI da CF/88.
INDELEGÁVEL. DELEGÁVEL.

•CONCEITO: faculdade da administração de CONDICIONAR ou RESTRINGIR o USO e GOZO de


BENS, ATIVIDADES ou DIREITOS em benefício da coletividade ou do Estado.
PODER DE •O Estado usa de seu poder de IMPÉRIO.
POLÍCIA •GERA EFEITOS EXTERNOS.

➢ O poder de polícia administra琀椀va é exercido por diversos órgãos com base na PREDOMINÂNCIA
DO INTERESSE.
Não se pode confundir o poder de polícia administra琀椀va com a polícia judiciária:

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•CARÁTER PREVENTIVO.
POLICIA •EXERCIDA POR VÁRIOS ÓRGÃOS.
•BENS, ATIVIDADES E DIREITOS. (B.A.D.)
ADMINISTRATIVA
•CARÁTER REPRESSIVO.
POLÍCIA •EXERCIDA PRINCIPALMENTE PELA POLÍCIA CIVIL E
FEDERAL.
JUDICIÁRIA •PESSOAS.

Além disso, não se pode confundir poder de polícia com a琀椀vidade de fomento, serviços públicos
tampouco com poder puni琀椀vo do Estado.

MODALIDADES DE PODER DE POLÍCIA


➢ PREVENTIVO: ocorre quando a Administração Pública traz a norma que estabelece que o
par琀椀cular necessita da anuência da administração para determinado ato, como, por exemplo, alvarás.
➢ REPRESSIVO: ocorre na aplicação de sanções. Como exemplo, temos as multas de trânsito, a
interdição de estabelecimentos, demolição de construções.

ATRIBUTOS DO PODER DE POLÍCIA

DISCRICIONARIEDADE

AUTOEXECUTORIEDADE

COERCIBILIDADE

Em alguns casos, nem todos estarão presentes.


DISCRICIONARIEDADE: liberdade que os órgãos têm de de昀椀nir como será exercido o poder.
AUTOEXECUTORIEDADE: não há necessidade de autorização judicial, exercendo o poder pelos próprios
meios. ATENÇÃO: nem todo ato de polícia administra琀椀va é autoexecutável, como, por exemplo, as
MULTAS DE TRÂNSITO. O ato apenas terá a autoexecutoriedade em casos URGENTES ou COM PREVISÃO
LEGAL. Com relação ao contraditório e ampla defesa, em casos de urgência, eles serão diferidos.
Ainda, há um desdobramento dentro desse atributo:
➢ EXECUTORIEDADE: meios diretos de coerção pelo uso da força.
➢ EXIGIBILIDADE: meios indiretos de coerção.
COERCIBILIDADE: é o atributo que consiste na IMPERATIVIDADE. Independe da vontade do agente que
sofre o poder de polícia, não necessita de seu consen琀椀mento.

LIMITES DO PODER DE POLÍCIA

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O poder de polícia deve obedecer aos princípios da razoabilidade e da proporcionalidade, sendo NULO o
ato que seja desarrazoado.

NECESSIDADE

EFICÁCIA PROPORCIONALIDADE

CICLO DE POLÍCIA
•Atividade normativa que condiciona ou restringe.
•SEMPRE ESTÁ PRESENTE. CARÁTER PREVENTIVO.
LEGISLAÇÃO
ou ORDEM •exemplo: regra na legislação que diz que o motorista deve possuir a CNH para dirigir.

•Aprovação da Administração para determinada atividade.


•NEM SEMPRE ESTÁ PRESENTE. CARÁTER PREVENTIVO.
CONSENTIME
NTO •exemplo: licenças e autorizações.

•Verificação se o particular está cumprindo a ordem de polícia e o consentimento.


•SEMPRE ESTÁ PRESENTE. CARÁTER PREVENTIVO e REPRESSIVO.
FISCALIZAÇÃO •exemplo: blitz de trânsito, fiscalização sanitária.

•Havendo infrações à ordem de polícia e quando for o caso ao consentimento, haverá aplicação
de sanções. NEM SEMPRE ESTÁ PRESENTE. CARÁTER REPRESSIVO.
SANÇÃO •exemplo: multa de trânsito.

➢ É POSSÍVEL A COBRANÇA DE TAXA PARA O EFETIVO EXERCÍCIO DO PODER DE POLÍCIA.

PODER DE POLÍCIA ORIGINÁRIO E DELEGADO


➢ ORIGINÁRIO: exercido pelos próprios órgãos da Administração DIRETA (UNIÃO, ESTADOS,
DISTRITO FEDERAL E MUNICÍPIOS). No poder de polícia originário, o órgão integra as pessoas polí琀椀cas.
➢ DELEGADO: exercido pelas pessoas jurídicas da administração INDIRETA (por exemplo, a Anatel,
que é uma AUTARQUIA). A lei delega o poder de polícia para essas pessoas.

DELEGAÇÃO DO PODER DE POLÍCIA


➢ Há sempre a possibilidade de delegação para pessoas jurídicas de DIREITO PÚBLICO (autarquias
e fundações públicas de direito público).
➢ A inicia琀椀va PRIVADA não pode exercer poder de polícia. Entretanto, podem ser delegadas as
a琀椀vidades de MERA EXECUÇÃO apenas.
➢ Quanto às pessoas jurídicas de direito privado QUE INTEGRAM A ADMINISTRAÇÃO INDIRETA
(SOCIEDADES DE ECONOMIA MISTA E EMPRESAS PÚBLICAS) há divergência. O entendimento do STF (2020)
é de que é delegável a fase de CONSENTIMENTO, FISCALIZAÇÃO E SANÇÃO. O posicionamento do STJ
(2016) entende que apenas o CONSENTIMENTO E FISCALIZAÇÃO podem ser delegados. A delegação para

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essas pessoas de direito privado que integrem a administração direta deve ser feita MEDIANTE LEI e
devem ser PRESTADORAS DE SERVIÇO PÚBLICO em REGIME NÃO CONCORRENCIAL.

PRESCRIÇÃO DO PODER DE POLÍCIA


➢ Regra geral: 05 anos a contar da prá琀椀ca do ato ou de sua cessação em caso de infração
permanente ou con琀椀nuada.
➢ Prescrição intercorrente: 03 anos.
➢ Caso seja ilícito penal, os prazos deixam de valer, valendo o que a legislação penal estabelece.

ABUSO DE PODER
O abuso de poder ocorre quando o agente público EXCEDE sua competência ou DESVIA a 昀椀nalidade do
ato administra琀椀vo, fazendo mau uso dos poderes administra琀椀vos.

• gênero, comportando duas espécies:


ABUSO DE
PODER
excesso de poder e desvio de poder.

EXCESSO DE
• atuação fora dos limites de competência.
PODER

• atuação com finalidade diversa daquela


DESVIO DE
PODER
prevista em lei.

BIZU: para decorar as espécies de abuso de poder, lembre-se da seguinte frase: “excedeu a competência,
desviou 昀椀nalidade.”
➢ O abuso de poder não pode ser confundido com o abuso de autoridade. O abuso de autoridade
é crime, previsto na legislação penal. O abuso de poder consiste em uma ILEGALIDADE ADMINISTRATIVA,
que torna o ato NULO.
➢ Poderá haver abuso de poder por omissão administra琀椀va.
➢ O abuso de poder pode ocorrer de maneira DOLOSA ou CULPOSA.

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