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UNIVERSIDADE LUEJI A'NKONDE

LUNDA NORTE ◊ LUNDA SUL ◊ MALANJE


ESCOLA SUPERIOR POLITECNICA DA LUNDA SUL

ADMINISTRAÇÃO DE PRODUÇÃO II

PROFESSOR: ARÃO MBONGUE

AMO LECTIVO 2020/2021


ADMINISTRAÇÃO DE PRODUÇÃO II

Curso: Lic. Administração e Gestão


4º Ano

Prof. Arão Mbongue*

*Arão Manuel Mbongue, Licenciado em Administração e Gestão de Empresas, pela ESPLS – ULAN, professor do 6º grau do ensino primário e secundário,
é docente Universitário na ESPLS. Formador do INAPEM nos módulos: Como Iniciar e Como Administrar Sua Empresa, na Província da Lunda-Sul.
Formado no Curso de Agregação Pedagógica (CAP), pela ULAN. Exerceu funções de Director Geral do Complexo Escolar John Pestalozzi - Instituto Médio
de Economia e Saúde do Iº e IIº Ciclo de Saurimo, é Técnico de Materiais na empresa Sociedade Mineira de Catoca.
APRESENTAÇÃO DA CADEIRA. FUNDAMENTOS DO PROGRAMA

1. INTRODUÇÃO A ADMINISTRAÇÃO DE PRODUÇÃO II.


1.2 Conceito de Produção
1.3 Objectivos.

2. FUNÇÃO DA PRODUÇÃO
2.1 Processo Produtivo
2.1.1 Tipos de processo produtivo
APRESENTAÇÃO DA CADEIRA. FUNDAMENTOS DO PROGRAMA

3. ESTRATÉGIA DE PRODUÇÃO

3.1Planeamento da Capacidade de Produção


 Conceito da capacidade de produção
 Tipos de capacidade de produção

3.2 Cálculo da Capacidade de produção


APRESENTAÇÃO DA CADEIRA. FUNDAMENTOS DO PROGRAMA

3.2.1 Planeamento de Lotes mínimo de Produção


 Calculo de Lote mínimo de fabricação

 Redução do lote mínima por meio da redução do tempo de set-up

 Considerações finais sobre o lote mínimo de produção


APRESENTAÇÃO DA CADEIRA. FUNDAMENTOS DO PROGRAMA

4. PLANEAMENTO E CONTROLO DE PRODUÇÃO

4.1Sistemas de administração de produção


 Produção Enxuta
APRESENTAÇÃO DA CADEIRA. FUNDAMENTOS DO PROGRAMA

 SISTEMA DE AVALIAÇÃO

Serão aplicadas duas avaliações escritas atingindo um total de 60% incluindo exercícios
práticos (cálculos matemáticos), reflexão, debate na sala de aulas e trabalho de pesquias
(participação individual ou em grupo); sem descorar a assiduidade/pontualidade. O ciclo
normal de avaliações termina com a realização do exame final tendo o peso de 40%.
TEMA1. INTRODUÇÃO

Na maioria das vezes a designação de Administração da Produção é confundida com a


atividade fabril. Ao ouvi-la, as pessoas logo imaginam um local cheio de máquinas,
pessoas andando de um lado para o outro, produtos sendo fabricados, vagões ferrovi­ários
ou caminhões sendo carregados e descarregados e assim por diante. Não resta dúvida que
tudo isso tem a ver com a Gestão da Produção, mas a imagem é incompleta. Bancos,
hospitais, escolas, aeroportos, que são todas atividades classificadas como serviços, têm
também a ver com os conceitos e técnicas que iremos explorar.
I. INTRODUÇÃO A ADMINISTRAÇÃO DE PRODUÇÃO

1.1Conceito de Produção

Como todos os sectores da administração, a produção também possui diversos conceitos, sendo a mais
utilizada do Nigel Slack, que diz a “produção é a área responsável por desenvolver produtos ou serviços a
partir de insumos (matérias-primas, informações, consumidores, etc.) através de um sistema lógico, criado
racionalmente para realizar essa transformação.

Podemos assim dizer que a administração de produção é a actividade de gerenciar os recursos escassos e
processos que produzem e entregam bens e serviços, visando a atender as necessidades e/ou desejos de
qualidade, tempo e custo de seus clientes.
I. INTRODUÇÃO A ADMINISTRAÇÃO DE PRODUÇÃO

1.2 Objectivo de Administração de Produção


O objectivo central de administração de produção é organizar o processo o produtivo de
bens e serviços de maneira eficaz e eficientemente.
TEMA 2. FUNÇÃO DE PRODUÇÃO

A função da produção numa organização é de reunir recursos destinados à produção de


seus bens e serviços.

A sua existência tem a ver com os factores estratégicos da organização, que são:

a) Operacionalizar as estratégias empresariais;

b) Apoio as estratégias;

c) Impulsionar as estratégias.
2.1 PROCESSO PRODUTIVO

Na Produção I, vimos que o processo produtivo ou de produção, sob o ponto de vista


operacional, envolve recursos a serem transformados e recursos transformadores que,
submetidos ao processo produtivo, dão origem ao produto final, ou seja, aos bens e
serviços criados pela organização. É o desenrolar da actividade no seu dia-a-dia. É o
passo-a-passo do funcionamento de uma empresa industrial, comercial ou prestadora de
serviço. Apare disso vamos agora ver os tipos de processo produtivo
2.1.1 OS TIPOS DE PROCESSO PRODUTIVO

São cinco (5) tipos de processo produtivo, a saber:


1- Processos de projecto/grandes projectos;
2- Processos de jobbing/processamento por tarefas;
3- Processamento por lotes;
4- Processos de produção em massa/processamento repetitivo;
5- Processos contínuos.
2.1.1 OS TIPOS DE PROCESSO PRODUTIVO

1- Processos de projecto/grandes projectos

Processos do tipo “projeto” são aqueles que lidam com


produtos discretos e bastante customizados. As
características do projeto são: período e tempo para sua
realização é relativamente longo, volume baixo e
variedade alta. As atividades envolvidas na execução do
produto podem ser mal definidas e incertas (algumas
vezes modificam-se durante o próprio processo de
produção).
Exemplo: Construção de navios.
2.1.1 OS TIPOS DE PROCESSO PRODUTIVO

2- Processos de jobbing/processamento por tarefas

Processos do tipo “jobbing” são aqueles que lidam com


produtos customizados feitos sob encomenda. Ao contrário
dos grandes projetos, o lead time de fabricação é mais
curto. O preço dos produtos, geralmente, é definido a partir
de um orçamento.

Exemplo: Restauradores de móveis e alfaiates que faz ternos sob encomenda


2.1.1 OS TIPOS DE PROCESSO PRODUTIVO

3- Processamento por lotes

Os produtos são fabricados em lotes. Possuem como característica


volume e variedade moderados. Este tipo de processo utiliza
equipamentos multifuncionais agrupados por processo, operados
por trabalhadores semi-especializados.

Ex: produção de componentes que alimentam uma linha de montagem; produção de alguns alimentos congelados especiais;
produção da maior parte das roupas. Como uma fábrica de camisas ou móveis que produz o mesmo modelo de cor e tamanhos
diferentes.
2.1.1 OS TIPOS DE PROCESSO PRODUTIVO

4- Processos de produção em massa/processamento repetitivo

Possuem como característica alto volume e baixa variedade,


apresentando um volume ainda maior que o processamento em lotes
os volumes são elevados e os produtos ou serviços são padronizados,
permitindo que os recursos sejam organizados conforme o fluxo de
produção. Tradicionalmente, estes sistemas produtivos demandam
muita mão de obra.

Exemplo: Fabricação de automóveis, eletrodomésticos; a maior parte


dos processos de alimentos, bebidas alcólicas (caso cerveja), etc.
2.1.1 OS TIPOS DE PROCESSO PRODUTIVO

5- Processos contínuos

Lidam com altos volumes e baixa variedade. Trabalham em


um processo ininterrupto: volumes maiores e variedade
muito baixas. É um processo do extremo da produção em
grande volume e padronizada com fluxos de linha rígidos,
onde um material (como um líquido, um gás, um pó) move-
se sem interrupção pelas instalações.

Exemplo: Refinarias de petróleo, indústrias químicas e siderúrgicas; usinas geradoras de electricidade, etc.
TEMA 3. ESTRATÉGIA DE PRODUÇÃO

Antes de tratarmos da estratégia de produção propriamente dita, conheçamos alguns


conceitos de estratégias organizacional.

Em linhas gerais as estratégias são modelos de decisão, determinam e


revelam seus objectivos e propósitos, produzem as principais políticas
e planos para a prossecução de objectivos. Definem metas dos
negócios ou interesses das entidades organizacionais.
ESTRATÉGIAS ORGANIZACIONAIS

As estratégias devem ser:

Claras Objectivas Tangíveis


• Definir o • Define • Materializar
rumo da acções as acções
empresa sem concretas, o
ambiguidade desejado.

Elas (as estratégias organizacionais) auxiliam manter a liberdade de acção reforçando o compromisso com
os objetivos estratégicos; adequando-as ao poder decisório;
ESTRATÉGIAS DE PRODUÇÃO

A estratégia de produção tem como objetivo principal o aumento da


competitividade da organização e, para tal, busca conformar um padrão
coerente de decisões e organizar os recursos da produção, para que
eles possam prover um composto adequado de características de
desempenho que possibilite à organização competir eficazmente no
mercado.
ESTRATÉGIAS DE PRODUÇÃO

A partir do final da década de 60 e início da de 70, empresas japonesas


começaram a ganhar mercados antes dominados por empresas ocidentais,
forjando as suas vantagens competitivas na função produção e verificando
que outros critérios competitivos poderiam ser valorizados além dos
custos. Tais critérios resumem-se:
TEMA 3. PLANEAMENTO DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO

Este tema tem por objetivo introduzir os conceitos elementares sobre o planeamento da
capacidade de produção e sua avaliação econômica, permitindo a compreensão e utilização
de técnica para apoio à tomada de decisões, no contexto da administração geral de empresas.
Após a aula, espera-se que o estudante esteja apto a:
 Compreender o que é e identificar as várias formas de se mensurar a capacidade de
produção de uma organização.
 Planear e calcular os lotes mínimos de produção para que uma organização possa reduzir
seus estoques e, ao mesmo tempo, atender melhor seus clientes, levando em consideração
os tempos de setup incorridos no seu processo produtivo.
3. PLANEAMENTO DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO

3.1 Conceito de capacidade de produção


A capacidade de produção é entendida como a capacidade máxima de produção a que se
pode submeter uma unidade produtiva em um determinado intervalo de tempo fixo.

Portanto, quanto menor o tempo necessário para a realização de cada set-up, mais set-ups
poderão ser feitos, diminuindo o tamanho dos lotes mínimos de fabricação, o que implica
na redução do estoque médio do produto na empresa, sem prejuízo à qualidade do
atendimento.
3. PLANEAMENTO DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO

Algumas formas de medir capacidade de produção para vários exemplos de organização


Organização Capacidade estática Capacidade de produção
Faculdade Quantidade d salas, carteiras, enfim, numero de Quantidade de alunos formados por ano
vagas disponíveis
Teatro ou cinema Quantidades de assentos por sala de espetáculo ou Números de frequentadores por semana
na sal de exibição
Supermercado Áreas de venda m² Facturamento mensal por m²
Transportadora Soma da capacidade em quilos ou m³ dos caminhões Volume ou peso transportado por mês
rodoviária de carga disponíveis
Hospital Numero de leitos disponíveis Quantidade de pacientes atendidos por mês.
Hidroelétrica Tamanho de gerador Megawatts gerados por mês.
Confecção de roupas Numero de costureiras e de máquinas de costura Produtos produzidos por semana
Fábrica de fogões Numero de homens e máquinas Fogões produzidos por mês
Fazenda Área cultivada Toneladas de grãos por safra
3. PLANEAMENTO DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO

3.2 Tipos de capacidade de produção

Os tipos de capacidade de produção podem ser:


a) Instalada;
b) Disponível;
c) Efetiva;
d) Realizada.
3. PLANEAMENTO DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO

a) Capacidade instalada: consiste no volume máximo que uma unidade produtora pode
alcançar, sem nenhuma perda, trabalhando em regime full time. É uma medida
hipotética, a ser utilizada para definições estratégicas.
Ex: uma empresa do ramo alimentício tem capacidade de produzir, em um forno
contínuo, duas toneladas de biscoitos por hora. Qual é a capacidade mensal instalada
desta empresa? Cmi = Ci x t x q
Resposta: Capacidade instalada =30 dias x 24 horas x 2 toneladas por hora = 1.440
toneladas de biscoitos por mês.
Neste caso, a unidade de medida da capacidade pode ser em tempo (horas de forno disponíveis) ou em quantidade (toneladas de biscoito produzidas).
3. PLANEAMENTO DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO

b) Capacidade disponível ou de projecto: corresponde ao volume produzido em uma


unidade produtiva no período correspondente à jornada de trabalho, sem considerar
nenhuma perda.
Ex: O fabricante de biscoitos do exemplo anterior, com 720 horas mensais de capacidade
instalada, pode trabalhar:
 Um turno: um turno diário, com oito horas de duração, cinco dias por semana. Cd = t x d x s
Neste caso, a capacidade de disponível será de 8 x 5 x 4 = 160 horas mensais;
3. PLANEAMENTO DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO

 Dois turnos: dois turnos diários, com oito horas de duração cada um, cinco dias por

semana. Neste caso, a capacidade disponível será de 2 x (8 x 5 x 4) = 320 horas


mensais;

 Três turnos: três turnos diários, com oito horas de duração cada um, cinco dias por

semana. Neste caso, a capacidade disponível será de 3x (8 x 5 x 4) = 480 horas


mensais;
3. PLANEAMENTO DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO

 Quatro turnos: três turnos diários, com oito horas de duração cada um, sete dias por

semana (há quatro equipes que se intercalam para garantir o funcionamento


ininterrupto, respeitando o descanso semanal de todos os funcionários). Neste caso a
capacidade disponível será de 3 x (8 x 7 x 4) = 672 horas mensais. Observe que o valor
não atingiu 720 horas, pois estamos considerando um mês composto por quatro
semanas o que representa 28 dias, por facilidade de cálculo;

 Realização de horas-extras: qualquer hora trabalhada além da jornada normal de

trabalho, considerada hora-extra é somada à capacidade disponível.


3. PLANEAMENTO DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO

Existem duas formas de aumentar a capacidade disponível:


 Aumento da capacidade instalada: consiste em aumentar a quantidade de máquinas, em
adquirir máquinas com maior capacidade de produção, enfim, na expansão da planta
industrial. Desta forma, com a mesma jornada de trabalho, a empresa pode produzir mais.
O custo da mão-de-obra, em apenas um turno de trabalho, é menor, porém investimentos
na planta industrial representam custos fixos geralmente elevados;
 Aumento de turnos de trabalho: O custo da mão-de-obra aumenta quando se aumentam os
turnos de trabalho em função da necessidade de pagamento de “adicional noturno”,
necessidade de transporte durante a madrugada para os funcionários, necessidade de mão-
de-obra indireta para supervisão dos turnos e assim por diante. Porém, trata-se de um custo
variável.
Capacidade disponível
Grau de disponibil idade 
Capacidade instalador
3. PLANEAMENTO DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO

c) Capacidade efetiva ou de carga: corresponde à capacidade disponível considerando-


se as perdas planeadas e não planeadas.
Perdas de capacidade planeadas: são aquelas perdas que se sabe de antemão que irão
acontecer, por exemplo: necessidade de set-ups para alterações no mix de produtos;
manutenções preventivas periódicas; tempos perdidos em trocas de turnos; amostragens
da qualidade etc.
Perdas de capacidade não planeadas: são perdas que não se consegue antever, como
por exemplo: falta de matéria-prima; falta de energia elétrica; falta de funcionários;
paradas para manutenção corretiva; investigações de problemas da qualidade etc.
Capacidade efetiva
Grau de utilização 
Capacidade disponível
3. PLANEAMENTO DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO

d) Capacidade realizada: A capacidade realizada é obtida subtraindo-se as perdas não


planejadas da capacidade efetiva, em outras palavras, é a capacidade que realmente
aconteceu em determinado período.

Índice de eficiência: a capacidade realizada, quando comparada à capacidade efetiva,


fornece a percentagem de eficiência da unidade produtora em realizar o trabalho
programado, conforme a fórmula:
Capacidade realizada
Índice de eficiência 
capacidade efetiva
3. PLANEAMENTO DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO

Exemplo: o setor de tingimento de uma tecelagem tem uma barca de tingimento16 com
capacidade para tingir 300 quilos de determinado tecido por hora. O setor trabalha em dois
turnos de oito horas, cinco dias por semana. Durante a última semana, os registros de
produção apresentaram os seguintes apontamentos de tempos perdidos:
Nº Ocorrência Tempo parado
01 Mudança de cor (set- up) 4,5 horas
02 Amostragens da qualidade 3 horas
03 Falta de pessoal 4 horas
04 Tempos de troca de turnos 50 minutos
05 Falta de tecido 2 horas
06 Manutenção preventiva regular 4 horas
07 Nenhum trabalho programado 2 horas
08 Investigações de falha de qualidade 40 minutos
09 Acidente de trabalho 25 minutos
10 Falta de energia elétrica 4.15 horas
3. PLANEAMENTO DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO

Calcular a capacidade instalada, a capacidade disponível, a capacidade efetiva, a


capacidade realizada, o grau de disponibilidade, o grau de utilização e o índice de
eficiência do setor de tingimento da empresa de tecelagem na semana.

 Capacidade instalada: 7 dias por semana x 24 horas por dia = 168 horas por semana

ou 168 x 300 = 50.400 quilos de tecido tingido por semana. Capacidade disponível: 16
horas por dia x 5 dias por semana = 80 horas por semana ou 80 x 300 = 24.000 quilos
de tecido tingido por semana.
3. PLANEAMENTO DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO

 Capacidade efetiva: perdas planeadas (ocorrências: 1, 2, 4, 6 e 7) = 14,33 horas,

portanto, a capacidade efetiva será: 80 -14,33 = 65,67 horas ou 65,67 x 300 = 19.700
quilos de tecido tingido por semana.

 Capacidade realizada: Perdas não planeadas (ocorrências: 3, 5, 8, 9 e 10) = 9,23

horas, portanto a capacidade realizada foi de 65,67 – 9,23 = 56,44 horas ou 56,44 x 300
= 16.932 quilos de tecido tingidos por semana.
3. PLANEAMENTO DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO

Capacidade disponível 24.000


Grau de disponibil idade    47,61%
Capacidade instalador 50.400

Capacidade efetiva 17.700


Grau de utilização    73,75%
. Capacidade disponível 24.000

Capacidade realizada 16.7932


Índice de eficiência    85,94%
Capacidade efetiva 19.700
3. PLANEAMENTO DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO

3.3 Planeamento de lotes mínimos de produção

Lote mínimo de fabricação corresponde ao menor lote possível de ser produzido pela
empresa de forma que o aumento do tempo dos set-ups não ultrapasse a capacidade
disponível. O número de ciclos representa a quantidade de vezes que uma “rodada” de
peças é feita no período (mensal neste caso), por exemplo, se forem produzidos lotes de
200 peças cada, teremos cinco ciclos, ou seja, cinco “rodadas” de fabricação.
3. PLANEAMENTO DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO

3.3.1 Calculo do lote mínimo fabricação


Os lotes mínimos de fabricação são calculados por meio da fórmula:
Di
LMi  sendo :
Nº de ciclos
Capacidade disponível - capacidade efetiva
Nº de ciclos 
 set ups
Onde:
LMi = lote mínimo de fabricação do produto i
Di = demanda do produto i no período
Nº de ciclos = quantidade de “rodadas” completas de fabricação .
3. PLANEAMENTO DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO

3.3.1 Calculo do lote mínimo fabricação

Ex: Uma empresa é produtora de peças plásticas injetadas. Uma programação de produção
deve ser feita para quatro peças plásticas que são produzidas em uma única máquina
injetora. A empresa pretende fazer seu plano de produção, em função de suas capacidades,
para um mês de 24 dias úteis. Se a empresa trabalha um turno de oito horas por dia e
considera um fator de tolerância de tempo de espera de 97% (perda de 3%), calcular o lote
mínimo de fabricação de cada uma das peças.
3. PLANEAMENTO DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO

3.3.1 Calculo do lote mínimo fabricação


As demandas por peça para o período são:
Peça Demanda mensal Tempo padrão/peça Tempo de set-up

A 4.000 0,56 min 30 min


B 6.000 0,38 min 35 min
C 5.000 0,60 min 20 min
D 4.500 0.58 min 45 min
3. PLANEAMENTO DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO

3.3.1 Calculo do lote mínimo fabricação


Resolução:
 Capacidade disponível = 24 x 8 x 0,97 = 186,24 horas no mês.
 Carga = (4.000 x 0,56) + (6.000 x 0,38) + (5.000 x 0,60) + (4.500 x 0,58) = 168,83 horas no
mês.
 Tempo para realização de set-ups = 186,24 – 168,83 = 17,41 horas livres não utilizadas para
 produção que podem, e devem, serem utilizadas para set-up.
3. PLANEAMENTO DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO

3.3.1 Calculo do lote mínimo fabricação


Capacidade disponível - capacidade efetiva 17,41
Nº de ciclos    8,03
 set ups 2,167
DA 4.000 DC 5.000
LM A    498 peças LM C    622 peças
Nº de ciclos 8,03 Nº de ciclos 8,03

DB 6.000 DD 4.500
LM B    747 peças LM D    560 peças
Nº de ciclos 8,03 Nº de ciclos 8,03

Obs. Isto significa que a empres pode dividir a demanda mensal de cada peça, e, ao invés de produzir todas as 4.000 peças A, por exemplo, de uma única
vez, a empresa fará oito lotes de 498 peças A em cada lote.
3. PLANEAMENTO DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO

3.3.2 Redução do lote mínimo por meio da redução do tempo de set-up


Quanto menor for o tempo necessário para a realização de cada set-up individual, mais ciclos
poderão ser feitos, o que significa a diminuição do lote mínimo de fabricação. Supondo que,
no exemplo acima, um trabalho de melhoria tenha sido realizado para diminuir o tempo gasto
nas operações de set-up, com os novos tempos de set-up para as peças A, B, C e D reduzidos
para 15, 18, 10 e 25 minutos, respectivamente, qual o impacto sobre o lote mínimo de
produção de cada peça?
3. PLANEAMENTO DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO

3.3.2 Redução do lote mínimo por meio da redução do tempo de set-up


O tempo total de set-ups passa a ser de 68 minutos ou 1,133 horas. Assim o número de ciclos de
set-up possível sobe para:
Capacidade disponível - capacidade efetiva 17,41
Nº de ciclos    15.36
 set ups 1,133
DA 4.000 DC 5.000
LM A    260 peças LM C    325 peças
Nº de ciclos 15,37 Nº de ciclos 15,37

DB 6.000 DD 4.500
LM B    390 peças LM D    292 peças
Nº de ciclos 15,37 Nº de ciclos 15,37
3. PLANEAMENTO DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO

3.3.3 Considerações finais sobre o lote mínimo de produção.

Quanto mais set-ups puderem ser feitos, menores serão os lotes mínimos dos produtos. Isto
representa uma considerável vantagem para a redução dos níveis de estoque. No caso empresa em
análise o impacto no estoque médio da peça A, por exemplo, pode ser avaliado da seguinte forma:

1º- se apenas um lote de cada produto for feito no mês, isto representa um estoque médio
do componente A de 4.000 ÷ 2 = 2.000 peças.
3. PLANEAMENTO DA CAPACIDADE DE PRODUÇÃO

3.3.3 Considerações finais sobre o lote mínimo de produção.

2º- se a demanda mensal do componente A for produzida em 8,03 vezes, tem-se o estoque
médio de (4.000 ÷ 8,03) ÷ 2 = 498 ÷ 2 = 249 peças.

3º- se a demanda mensal do componente A for produzida em 15,37 vezes, tem-se o estoque
médio de (4.000 ÷ 15,37) ÷ 2 = 260 ÷ 2 = 130 peças.
Apesar do menor nível de estoque, o atendimento ao cliente melhora, pois agora se produz sempre o item em
lotes menores, porém repetidas vezes. A nova forma de produção permite que se tenha um pouco de tudo, o
que é muito mais compatível com a demanda.

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