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Prezado(a) aluno(a), se você está lendo isso é por que certamente se interes-
sou pelo curso e pela disciplina de administração da produção. Parabenizo
você pela iniciativa e pelo grande passo tomado em sua vida. Nesta disciplina
iremos aprender sobre a história da administração da produção, funções geren-
ciais da administração da produção, arranjo físico na empresa e os tempos na
produção.
Para finalizar nossa matéria, na apostila IV, encerraremos com estudo acerca
dos tempos na produção. Essa apostila trata assuntos que nos farão entender
a respeito da importância do estudo do tempo. Tempos cronometrados, pro-
cessos e operações, aspectos ergonômicos, melhoria de processo, redução do
tempo de produção e técnicas importantes como Just In Time, Kanban, Kaizen,
MRP e GRD.
Espero poder contar com você nesta jornada, para que seu comprometimento
junto conosco possa alcançar os objetivos esperados no crescimento pessoal e
profissional.
UNIDADE l
05 | CONCEITOS E HISTÓRICO DA ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO
UNIDADE ll
31 | FUNÇÕES GERENCIAS DA ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO
UNIDADE lll
49 | ARRANJO FÍSICO NA EMPRESA
UNIDADE lV
80 | ESTUDO DOS TEMPOS NA PRODUÇÃO
UNIDADE l
CONCEITOS E HISTÓRICO
DA ADMINISTRAÇÃO DA
PRODUÇÃO
Professor Mestre Felipe Delapria
Plano de Estudo:
• Breve histórico e introdução da administração da produção;
• Definição formal de administração da produção;
• Conceitos a respeito das funções gerenciais de nível estratégico (planeja-
mento estratégico e estratégia produtiva) além de critérios estratégicos da
produção;
• Tipos de sistema de produção;
• Planejamento estratégico da produção.
Objetivos de Aprendizagem:
• Conceituar a administração da produção com o decorrer do tempo;
• Entender as funções gerencias e suas derivações;
• Compreender os tipos de sistema de produção;
• Estabelecer a importância do planejamento estratégico da produção.
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 5
5
INTRODUÇÃO
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 6
TÓPICO 1 - EVOLUÇÃO DA ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 7
Na década de 1910, Henry Ford cria a linha de montagem seriada, revolucio-
nando os métodos e processos produtivos. Com isso, surge o conceito de pro-
dução em massa, cujo sua principal característica é possuir grandes volumes
de produtos extremamente padronizados, ou seja, seu produto final possui
pouca variação (ARGENTON 2009). O autor cita ainda que novos conceitos fo-
ram introduzidos, tais como: linha de montagem, posto de trabalho, estoques
intermediários, monotonia do trabalho, arranjo físico, balanceamento de linha,
produtos em processo, motivação, sindicados, manutenção preventiva, controle
estatístico da qualidade e fluxogramas de processos.
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 8
TÓPICO 2 - DEFINIÇÃO FORMAL DA ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 9
TÓPICO 3 - FUNÇÕES GERENCIAIS: NÍVEL ESTRATÉGICO (PLANEJA-
MENTO ESTRATÉGICO E ESTRATÉGIA PRODUTIVA) E CRITÉRIOS ES-
TRATÉGICOS DA PRODUÇÃO (NÍVEL TÁTICO E NÍVEL OPERACIONAL)
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 10
a) Nível Estratégico: neste nível, planejamento e tomada de decisões são mais
amplos em escopo, envolvendo políticas corporativas (grandes políticas da or-
ganização), escolha de linhas de produtos, localização de novas fábricas, ar-
mazéns ou unidades de atendimento, projeto de processos de manufatura etc.
Os níveis estratégicos envolvem, necessariamente, horizontes de longo prazo
e, consequentemente, altos graus de riscos e incerteza (DE SOUZA 2012).
b) Nível Tático: este nível é mais estreito em escopo que o anterior e envolve
basicamente a alocação e a utilização de recursos. Em indústrias, o planeja-
mento tático ocorre em nível de fábrica, envolve médio prazo e moderado grau
de risco (DE SOUZA 2012).
O autor Casa Nova traz em sua obra que para a alta gerência, o planejamento
eficaz é crítico. As decisões e os planos vindos da alta gerência especificam os
objetivos que a média gerência (por exemplo, o gerente de fábrica) deve cum-
prir. Ele diz ainda que o planejamento da média gerência é feito, pois, sobre
horizontes de tempos mais curtos, e mais tempo deve ser alocado às ativida-
des de direção, devido ao maior número de funcionários diretos sob esse nível
de gerência.
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 11
TÓPICO 4 - SISTEMA DE PRODUÇÃO
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 12
Para Petrônio (2005), há diversos fatores exercem influência externa sobre a
empresa. Ainda segundo o pesquisador, quatro dos mais importantes são: as
condições econômicas gerais do país, as políticas e regulações governamen-
tais, a competição e a tecnologia. No fator economia, estão inclusas taxas de
juros, inflação, maior ou menor disponibilidade de crédito e assim por diante.
Dentre as políticas do governo, o autor diz que pode tanto estimular quanto de-
sestimular a produção, conforme o caso, a política fiscal e a política monetária.
Já na competição, envolve fatia de mercado que a empresa abrange e como
ela reage às estratégias competitivas dos concorrentes. Por fim, no que se re-
fere à novas tecnologias, processos de manufatura, equipamentos e materiais
podem afetar drasticamente projetos de produtos e métodos de produção.
• Volume;
• Variedade;
• Variação da demanda;
• Grau de contato com o consumidor envolvido na produção.
DIMENSÃO VOLUME
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 13
Se compararmos um pequeno restaurante, servindo pouca variedade de pra-
tos, com uma cadeia multinacional de hambúrgueres, é provável que a varie-
dade de itens do cardápio seja semelhante, no entanto o volume de venda do
restaurante será bem menor. No restaurante pequeno, o grau de repetição será
muito baixo em função do pequeno volume. Além disso, o número de funcioná-
rios será menor e, assim, o volume total do trabalho de preparar e servir o ali-
mento, que cada funcionário realiza, será maior. Isso pode ser mais gratificante
para o funcionário, mas é prejudicial a sistematização. Por todas essas razões,
o custo de cada hambúrguer servido é, provavelmente, maior (mesmo se o pre-
ço for comparável).
DIMENSÃO VARIEDADE
DIMENSÃO VARIAÇÃO
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 14
DIMENSÃO CONTATO COM O CONSUMIDOR
Quando há contato com o cliente, o custo muitas vezes será maior, pois isso
exigirá do funcionário habilidades de comunicação e dinâmica, habilidades das
quais um funcionário de vendas online não precisa desenvolver. Na figura 1 há
uma esquematização que resumo as quatro dimensões.
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 15
OPERAÇÕES MISTAS DE ALTO E DE BAIXO CONTATO
Figura 2 - Operação envolvendo contato misto (alto e baixo), separada por li-
nha de frente e retaguarda.
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 16
TÓPICO 6 - PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DA PRODUÇÃO
Existem três possíveis níveis dentro de uma empresa onde se encontram es-
tratégias de planejamento: o nível corporativo, o nível da unidade de negócios
e o nível funcional. Argenton (2009), explica que o nível corporativo tem como
função a definição das estratégias globais, indicando as possíveis áreas de
negócios nas quais a empresa poderá participar além de organizar e distribuir
recursos para cada uma dessas áreas ao longo do tempo. O nível da unidade
de negócios é uma subdivisão do nível corporativo (caso a empresa atue com
unidades de negócios semiautônomas). Neste nível, cada unidade de negócios
terá uma estratégia de negócios (estratégia corporativa), este nível define como
o seu negócio compete no comercio, define o desempenho esperado, e as es-
tratégias que serão tomadas para que a meta se alcançada. O terceiro nível é
o da estratégia funcional. Nesse nível, estarão associadas as políticas de ope-
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 17
ração das diversas áreas funcionais da empresa, consolidando as estratégias
corporativas e competitiva. Esta relação pode ser visualizada na figura 3.
Viana (2006) diz que a missão e a visão são as bases sobre as quais a empre-
sa está constituída, é basicamente a razão de sua existência. A definição clara
de qual é o seu negócio atual faz parte da missão. Já o planejamento do negó-
cio no futuro é a visão, assim como a filosofia que a empresa irá adotar para
administra-la e expandi-la no futuro. Uma vez definidas a missão e a visão da
empresa, os gerentes poderão priorizar suas ações e criar um padrão de deci-
sões para todos os níveis hierárquicos da empresa (Slack 2006).
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 18
Para Tubino (2007), ao se definirem a missão e a visão corporativa, algumas
questões devem ser levantadas, entre elas:
Estratégia corporativa:
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 19
Como a competição pelo mercado ocorre no nível das unidades de negócios, é
neste nível que as estratégias serão abertas e detalhadas, ficando à cargo da
estratégia corporativa apenas consolidas as várias estratégias competitivas na
direção que a empresa se propõe a seguir.
Estratégia Competitiva
Tubino (2007) em sua literatura diz que “A escolha por uma estratégia compe-
titiva define a alocação de recursos e as habilidades organizacionais necessá-
rias para a produção dos bens e/ou serviços oferecidos ao mercado”. Santos
(2007) explica que há uma gama de custos relacionados à produção deve ge-
rar um conjunto de benefícios bens e/ou serviços para os clientes. A autora ex-
plica ainda que a opção custo/benefício tomada pela empresa irá competir com
as demais opções dos concorrentes no mercado, explica o autor. Desta forma,
para o cliente, melhor relação margem de lucro e volume vendido definirá a es-
colha por determinada estratégia competitiva. Geralmente, a margem de lucro
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 20
é inversamente proporcional ao volume vendido.
Petronio (2005) diz que na liderança de custos, uma possível estratégia para
a empresa é buscar a produção ao menor custo possível para que se possa
conquistar os menores preços do mercado e como consequência, aumentar o
volume de vendas. Para competir dentro desta estratégia, é necessário pos-
suir as seguintes características: produção em grande escala com redução de
custos fixos, padronização dos produtos, métodos que permita certa automati-
zação e facilidade de acesso aos mercados fornecedores e compradores. Nor-
malmente essa estratégia é aplicada em sistemas produtivos do tipo continuo e
em massa.
Na prática, este sistema pode não acontecer de forma tão simples assim, dado
que um sistema produtivo muitas vezes atende diferentes consumidores e mer-
cados ao mesmo tempo.
Estratégia de produção
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 21
A definição de uma estratégia produtiva baseia-se em dois pontos chave: as
prioridades relativas dos critérios de desempenho e a política para as diferen-
tes áreas de decisões da produção (TUBINO, 2007). Portanto uma estratégia
de produção objetiva estabelecer o nível de importância relativa entre os crité-
rios de desempenho (de acordo a necessidade da empresa) e formular políti-
cas consistentes com esta priorização para as diversas áreas de decisão.
Para o autor, o ponto de partida para que isso ocorra é estabelecer as priori-
dades (critérios de desempenho) que são de importância da empresa. Tubino
divide os critérios cinco grupos: custo, qualidade, desempenho de entrega, fle-
xibilidade e ética social. Na tabela 1 é apresentado uma breve descrição de
cada um.
Critérios Descrição
Produzir bens/serviços a um custo mais baixo do que a
Custo
concorrência
Produzir bens/serviços com desempenho de qualidade mais
Qualidade
alto do que a concorrência
Desempenho Ter confiabilidade e velocidade nos prazos de entrega dos
de Entrega bens/serviços melhores que a concorrência
Ser capaz de reagir de forma rápida a eventos repentinos e
Flexibilidade
inesperados
Produzir bens/serviços respeitando a ética nos negócios e a
Ético-Social
sociedade em geral
Uma vez que a empresa definiu sua prioridade de critérios, o próximo passo
irá consistir em estabelecer as políticas de ação a serem tomadas dentro de
cada uma das áreas. Na tabela 2, estão descritas as principais áreas de deci-
são nos sistemas de produção.
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 22
Tabela 2 – Área de decisão e descrição
Área de
Descrição
decisão
Qual a localização geográfica, tamanho, volume e mix de
Instalações produção, que grau de especialização, arranjo físico e forma
de manutenção
Capacidade de
Qual seu nível, como obtê-la e como incrementá-la
produção
Quais equipamentos e sistemas, com que grau de
Tecnologia
automação e flexibilidade, como atualizá-la e disseminá-la
Integração O que a empresa produzirá internamente, o que comprará
vertical de terceiros e qual política implementar com fornecedores
Qual a estrutura organizacional, nível de centralização,
Organização
formas de comunicação e controle das atividades
Recursos Como recrutar, selecionar, contratar, desenvolver, avaliar,
humanos motivar e remunerar a mão-de-obra
Atribuições de responsabilidade, que controles, normas
Qualidade e ferramentas de decisões empregar, quais os padrões e
formas de comparação
Planejamento Que sistema de PCP empregar, que política de compras e
e controle da estoques, que nível de informatização das informações, que
produção ritmo de produção manter e formas de controles
Com que frequência lançar e desenvolver produtos e qual a
Novos produtos
relação entre produtos e processos
Não se pode negar que existe uma relação entre o meio (fábrica) e seu am-
biente externo, as decisões de políticas da empresa precisam ser dinâmicas,
para que possam acompanhar a política do mundo, o clima e a demanda
(exemplos de fatores externos que podem influenciar na política interna).
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 23
Plano de produção
Tubino (2007) e Slack (2006) explicam que como resultado das decisões estra-
tégicas no âmbito da produção, é criado um plano de longo prazo, conhecido
como plano de produção, que tem como objetivo direcionar os recursos produ-
tivos para as estratégias escolhidas. Os autores explanam que o planejamento
estratégico da produção e o plano de produção resultante, é firmado em con-
senso com os outros setores envolvidos (finanças e marketing), uma vez que
envolve negociação com relação aos recursos financeiros e requer esforços de
marketing na implementação.
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 24
Na tabela 3, é mostrado uma área de atuação dos sistemas produtivos mais
eficaz para cada nível de demanda. Por exemplo, para atender a um supermer-
cado de bairro com demanda mediana (volume e variedade), o ideal é equipa-
mentos pequenos e flexíveis. Caso contrário, (grandes equipamentos), acarre-
tará em custos fixos altos uma vez que esse recurso não será 100% utilizado.
Sistemas de produção
Demanda Contínuos/ Repetitivo
Sob encomenda
Em massa em Lotes
Grande Volume Custos
Eficaz variáveis Custos variáveis altos
Baixa Variedade
altos
Médio volume Custos
fixos/
Eficaz Custos variáveis altos
Média variedade Estoques
altos
Pequeno Volume Custos Custos
fixos/ fixos/
Grande Eficaz
estoques estoques
Variedade
altos alto
Com relação as ações que atuam sobre a demanda, pode-se atuar na redução
de preços, promoções ou outras estratégias para impulsionar a compra em pe-
ríodos baixos (claro que tudo pensado juntamente com o marketing e o contá-
bil-financeiro). Outra medida a ser avaliada, é a inclusão de novos produtos ou
a execução de produtos especiais. Deve-se ter em mente que o aumento do
preço não é uma boa opção, pois com a alta competitividade, sempre haverá
alguém com um preço menor.
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 25
Já para ações e estratégias que atuam diretamente na capacidade de produ-
ção, há aquelas que são usadas para aumentar/diminuir apenas a capacidade
atual (já instalada), como inserir um terceiro turno ou trabalhar aos finais de
semana, ou até mesmo a redução de um turno ou antecipação das férias. No
entanto, há também as estratégias usadas para aumentar a capacidade futura,
que consistem em adquirir de novos equipamentos, terceirizar serviços ou até
mesmo expandir a fábrica.
SAIBA MAIS
REFLITA
“Não siga o caminho de ninguém, a menos que você esteja perdido em uma
floresta”
Ellen DeGeneres
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 26
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 27
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 28
MATERIAL COMPLEMENTAR
FILME/VÍDEO
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 29
REFERÊNCIAS
Nigel Slack; Stuart Chambers; Christine Harland; Alan Harrison e Robert John-
ston. Administração da Produção. São Paulo. Editora Atlas, 2006.
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 30
UNIDADE ll
FUNÇÕES GERENCIAS DA
ADMINISTRAÇÃO DA
PRODUÇÃO
Professor Mestre Felipe Delapria
Plano de Estudo:
• Definição do papel da função produção;
• Interação da produção com as funções: marketing, contábil-financeira,
desenvolvimento de produtos e serviços e função de apoio (recursos
humanos, comprar, engenharia/suporte técnico).
Objetivos de Aprendizagem:
• Esclarecer o papel da função produção;
• Compreender a ligação que a função produção apresenta com as outras
áreas de uma empresa.
31
INTRODUÇÃO
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 32
TÓPICO - O PAPEL DA FUNÇÃO PRODUÇÃO
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 33
a) Implementação da estratégia empresarial: a maioria das empresas
possui algum tipo de estratégia, no entanto, na maioria das vezes, cabe à
produção coloca-la para rodar. Exemplo: Se uma empresa de aviação possui
uma estratégia competitiva de aumentar o número de seus voos atraindo
mais passageiros que viajam a negócio (público específico), é o “setor de
produção” cada função que tem a tarefa de operacionalizar a estratégia.
Mais precisamente, é a produção da equipe de marketing que deve organizar
atividades de promoção e estabelecer preço apropriado. Cabe à produção de
recursos humanos fornecer o treinamento para a tripulação e também a equipe
de terra para atingir níveis elevados de serviços aos consumidores. A função
produção deverá (I) supervisionar a manutenção das aeronaves, (II) organizar
todos os serviços de atendimento ao cliente (bilheteria, bagagens, fila de
espera entre outros), (III) fornecer orientações para a preparação de alimentos
e bebidas além de fornecer o entretenimento durante os voos.
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 34
CINCO OBJETIVOS DE DESEMEPNHEO
Slack (2006) diz que a contribuição de sua função produção é vital para toda e
qualquer organização que deseja ser bem-sucedida a longo prazo. Isso por que
essa contribuição dá à organização uma vantagem baseada em produção. Isso
é possível através de cinco “objetivos de desempenho” básicos.
• Você irá desejar fazer certo as coisas. Isto é, não desejaria cometer er-
ros. Se a produção for bem-sucedida, estará dando uma vantagem de
qualidade para a empresa.
• Você desejaria estar preparado para mudar o que faz, aprendendo coi-
sas novas para crescer na empresa e junto com a empresa. É neces-
sário possuir a habilidade de adaptação para enfrentar circunstancias
inesperadas. Estar em condições de mudar rapidamente da empresa a
vantagem de flexibilidade.
• Você desejaria produzir seu produto com o menor custo possível, isto
é, produzir bens e serviços a custo que possibilite uma elevada concor-
rência no mercado, e ainda assim, permiter uma boa margem de lucro
para a empresa. Quando a organização procura fazer isso, está propor-
cionando vantagem de custo a seus consumidores.
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 35
A figura 1 a seguir ilustra melhor os cinco objetivos.
Objetivo qualidade
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 36
Objetivos rapidez
Objetivo confiabilidade
Objetivo flexibilidade
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 37
Flexibilidade agiliza a resposta, maximiza tempo e mantém confiabilidade.
Objetivo Custo
Custo é o último objetivo a ser tratado aqui. Para muitos autores, o custo é o
objetivo mais importante. Slack (2006) afirma que para as empresas que con-
correm diretamente em preço, o custo será seu principal objetivo de produção.
Pela lógica, quanto menor o custo de produção, menor poderá ser o preço final.
Até mesmo as empresas que não tem o custo como objetivo de competição
principal, desejam diminuir seus custos. Isso por que quanto menor o valor de
produção, maior a margem de lucro para o empresário.
Slack (2006) e Casa Nova dizem que a forma que o gerente de produção tra-
balha, influência nos custos, havendo algumas variáveis que cabe ao gerente,
manipula-las. Em outras palavras, a produção gastará dinheiro em:
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 38
TÓPICO 2 – A INTERAÇÃO DA PRODUÇÃO COM AS OUTRAS FUNÇÕES
DA EMPRESA
• A função marketing;
• A função contábil-financeira;
• A função desenvolvimento de produto/serviço.
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 39
Abaixo segue a definição das funções citadas.
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 40
Por fim, a função Suporte técnico é um serviço que objetiva a prestação de assistência
intelectual (conhecimentos), tecnológica (manutenção: revisões, regulagens, calibra-
ções, reparos/consertos, atualizações de software etc.) e material (peças de reposi-
ção) a um cliente ou grupo de clientes (uma ou mais pessoas, físicas e/ou jurídicas),
com o fim de solucionar problemas técnicos, portanto relacionados a produtos tecnoló-
gicos. De forma geral, o foco do serviço é ajudar o cliente a resolver problemas espe-
cíficos de um determinado produto, ao invés de fornecer treinamento, personalização
ou qualquer outro serviço de suporte (SUPORTI, 2019).
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 41
Desenvol- Busca do Desenvolvimen- Desenvolvi- Design de
vimento de significado to de hambúr- mento de novos novos mó-
produto/ da existên- gueres. pizzas cursos Desen- veis Coorde-
serviço cia Interpre- etc. Design dos volvimento de nação com
tação das restaurantes programas de cores da
escrituras pesquisa moda
sagradas
Produção Celebração Preparação Transmissão de Fabricação
de casa- de hambúr- conhecimento de compo-
mentos, gueres. Pizza, Condução de nentes Mon-
Ceri mônias atendimento de pesquisas Ad- tagem de
fúnebres. consumidores ministração de móveis
Celebração limpeza de me- cursos
de missas sas. lavagem de
Salvação de louça, Manuten-
almas ção de equipa-
mentos
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 42
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 43
LEITURA COMPLEMENTAR
Com o intuito de instigar a busca pelo conhecimento, no final deste tópico,
segue o link de um artigo intitulado: “ESTRATÉGIAS COMPETITIVAS E
OBJETIVOS DE DESEMPENHO DA PRODUÇÃO: UMA ABORDAGEM
CONCEITUAL”.
INTRODUÇÃO
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 44
da organização (CORRÊA, 1992). Desta forma, a estratégia de produção visa
a obter uma vantagem competitiva ao longo do tempo sobre a concorrência
(CORRÊA, 1994) e (CORRÊA e CAON, 2002). Considerando atual ambiente
competitivo, para CORRÊA e CORRÊA (2009), o objetivo da estratégia de
operações é garantir que os processos de produção e entrega de valor ao
cliente sejam alinhados com a intenção estratégica da empresa quanto aos
resultados financeiros esperados e aos mercados a que pretende servir e
adaptados ao ambiente em que se insere, evidenciando a complexidade no
tratamento de processos decisórios em operações. Para o estudo e reflexão
desta temática, este trabalho procura desenvolver uma perspectiva teórica a
respeito da visão integrada entre a estratégia organizacional, em especial a
estratégia competitiva e os objetivos de desempenho da função produção, a fim
de fornecer uma contribuição a análise do relevante problema no contexto da
gestão da produção e operações
Link: http://www.inovarse.org/sites/default/files/T16_M_013.pdf
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 45
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
• Título: O Príncipe;
• Autor: Nicolau Maquiavel;
• Editora: EIJ – Editora Ideias Jurídicas;
• Sinopse: Escrito no período do Renascimento, por Nicolau Maquiavel,
filósofo italiano, O Príncipe é um guia de como chegar ao poder e
manter-se nele, buscando não apenas o ideal, mas o real. Escrito
em 26 capítulos, o livro assume a forma de manual de um bom
governante, ensinando as estratégias políticas necessárias, nem
sempre corretas e aprovadas majoritariamente, de como chegar ao
poder e mantê-lo, garantindo a unificação e a estabilidade do Estado.
Com objetivo de garantir uma Itália poderosa e unificada, Maquiavel
tornou-se o Pai da moderna ciência política, criando a noção de
Estado como forma de organização de uma sociedade. O Príncipe
é uma obra atemporal, que deve, no entanto, ser contextualizada
ao momento de cada sociedade e não seguida de forma arbitrária.
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 46
MATERIAL COMPLEMENTAR
FILME/VÍDEO
• Título: Invictus;
• Ano: 2009;
• Sinopse: Após o fim do apartheid, o recém-eleito presidente Nelson
Mandela lidera uma África do Sul que continua racial e economicamente
dividida. Ele acredita que pode unificar a nação através da linguagem
universal do esporte. Para isso, Mandela junta forças com Francois Pienaar,
capitão do time de rúgbi, promovendo a união dos sul-africanos em favor do
time do país na Copa Mundial de Rúgbi de 1995.
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 47
REFERÊNCIAS
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 48
UNIDADE lll
ARRANJO FÍSICO
NA EMPRESA
Professor Mestre Felipe Delapria
Plano de Estudo:
• Definições de layout e como definir a localização de instalações de manufa-
tura;
• Localização de operações de serviço;
• Etapas para a elaboração de um layout;
• Tipos de layout mais conhecidos e usados.
Objetivos de Aprendizagem:
• Conceituar e contextualizar os diferentes tipos de arranjos físicos existentes;
• Compreender os critérios para a escolha de um arranjo físico;
• Estabelecer a importância do layout para a indústria.
49
INTRODUÇÃO
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 50
TÓPICO 1 - LOCALIZAÇÃO DE INSTALAÇÕES DE MANUFATURA
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 51
ção dos produtos, com a intenção de adequá-los aos clientes de cada país.
Diante deste cenário, segundo os autores Petrônio (2005) e Silvia (2018), surge
o conceito de globalização para buscar a competitividade, para tal, o desenvol-
vimento dos produtos e das fabricas são dimensionadas e projetadas em cen-
tros de excelência, e esses modelos são exportados para os países em desen-
volvimento e para países já desenvolvidos. Para os autores, os produtos po-
dem ser importados ou fabricados no próprio país, ficando dependente do fator
competitividade para a empresa. Acontece também a regionalização do produto
que não necessariamente é realizada no país consumidor, mas no centro de
excelência mais adequado. A visão mercadológica da empresa não é mais o
Brasil ou um conjunto de países, mas o mundo (PETRÔNIO, 2005).
O cenário da localização
Medida da capacidade
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 52
a) capacidade do projeto, também denominada capacidade teórica: aquela
que o fornecedor ou fabricante dos equipamentos apresentam para o produto
(MARTINS, 2013).
A capacidade pode ser medida como toneladas de alumínio por dia ou ano,
de acordo Martins (2013). Já Petrônio (2005) diz que a capacidade está rela-
cionada à dimensão tempo, ele cita ainda que outro aspecto importante é não
confundir capacidade com volume. O volume de produção é o que se produz
atualmente já capacidade é o máximo que se pode ser produzido.
Desta forma, a definição do que deve ser tomado por base para a medida de
capacidade vai depender se é uma empresa de produtos ou uma empresa de
serviços. Nas empresas de serviços, a capacidade é medida em função do in-
sumo que é entendido como o insumo mais crítico ou mais restritivo (PETRO-
NIO, 2005). Nas empresas industriais, a capacidade é definida em função do
volume da produção que é desejada. A tabela 1 a seguir apresenta exemplos
dos tipos de empresas.
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 53
Tabela 1 - Medida da capacidade em empresas industriais e de serviço
Medidas de Capacidade
Empresa Insumos
de volume de produção
Fábrica de refrige-
Horas máquinas disponíveis Número de unidade/ano
radores
Hotel Leitos disponíveis Número de hóspedes/dia
Número de espectadores/
Cinema Números de assentos
semana
Escola Número de alunos Número de formados/ano
Fábrica de cimento Volume de forno do clinquer Toneladas/dias
Empresa de trans- Número de passageiro/
Número de poltronas
porte ano
Usina hidroelétrica Tamanho das turbinas Potencia gerada
Loja Área da loja Vendas/mês
Determinação da demanda
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 54
Vamos imaginar que a demanda projetada para todo o mercado esteja ilustrado
na tabela 2:
Ano 1 2 3 4 5
PRODUTO
100.000 110.000 123.000 138.000 155.000
(UNIDADE)
Ano 1 2 3 4 5
Capacidade
38.500 42.350 51.660 57.960 65.100
máxima
Capacidade
31.500 34.650 34.440 38.640 43.400
mínima
O segundo passo, após identificar a capacidade com que a empresa vai operar,
é identificar os fatores que influem na localização e elaborados diferentes mo-
delos de avaliação que permitam comparar as diversas localizações alternati-
vas.
Para que o modelo de decisão seja validado, é necessário que sejam identi-
ficados e estudados os objetivos obrigatórios e os objetivos desejáveis a que
cada alternativa deve obedecer (PETRONIO, 2005). O aturo continua sua obra
dizendo que todas as alternativas necessitam atender aos objetivos obrigatório
além de ser necessário montar um modelo para avaliação dos objetivos dese-
jáveis para uma melhor comparação das alternativas sempre levando em conta
modelos quantificáveis que englobam variáveis de custo, de mercado e de dis-
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 55
tância de transporte, entre outras variáveis quantitativas.
Esses modelos, segundo Petrônio (2005), precisam ser compostos por outras
considerações estratégicas e táticas para que se tenha um modelo de decisão
adequada. Fatores subjetivos ou de difícil quantificação devem ser buscados e
incorporados ao modelo decisório. A decisão tomada deve estar de acordo com
a visão que a empresa tem de seu negócio.
Para Alves (2013), que um requisito seja considerado um fator importante para
a localização de um empreendimento, ele deve:
- Ser importante para os objetivos da empresa. Para Alvez (2013) como os fato-
res de pessoal, podendo ser citado a disponibilidade de mão de obra compatí-
vel com as necessidades da empresa, outra fato é a importância da localização
dos mercados consumidores e fornecedores de insumos, qualidade da rede de
transportes e as facilidades oferecidas, como isenção de impostos e a oferta
de serviços específicos existente no local, como água tratada, energia elétrica,
estação coletiva para tratamento de esgotos industriais, linhas digitais de te-
lecomunicação, escolas técnicas especializadas, hospitais e o comportamento
sindical. O autor cita ainda outros fatores que são importantes serem levados
em conta: qualidade de vida, aspectos culturais da região, clima, proximidade
de empresas da mesma indústria, custo do terreno e da construção, os regula-
mentos ambientais e o comportamento da comunidade.
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 56
Cluster como fator competitivo
Petronio (2015) define cluster é um nome dado para caracterizar um grupo na-
tural de empresas de porte e objetivos similares em uma dada região geográfi-
ca, essas empresas devem apresentar as mesmas características econômicas.
Podemos citar diversos exemplos como a região da Barra Funda, em São Pau-
lo, como um cluster de oficinas mecânicas e rua Santa Efigênia, também em
São Paulo, como um cluster de lojas de produtos eletrônicos. Na área de servi-
ços, podemos citar os clusters de restaurante do bairro Bexiga em São Paulo.
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 57
Tópico 2 - Localização de operações de serviço
A figura 1 mostra de forma esquemática uma rede logística genérica, onde es-
tão representados seus vários elos: fornecedores, fábricas, centros de distribui-
ção primários, centros de distribuição secundários (ou terminais) e as zonas de
demanda.
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 58
Figura 1 – Rede logística genérica
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 59
É importante não tratar de cada questão individualmente, uma vez que elas
estão ligadas entre si, afirma Lacerda (1998). O autor diz ainda que o que se
pretende é obter uma solução ótima, que satisfaça o nível de serviço desejado,
com um menor gasto, portanto, na sua análise, é preciso considerar os trade-o-
ff’s existentes entre as decisões relacionadas ao transporte, ao posicionamento
do estoque na rede e ao número e localização das instalações (figura 2).
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 60
FERRAMENTAS PARA ANÁLISE
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 61
Figura 3 – Visualização dos resultados através de mapas (Software Supply
Chain Designer)
Lacerda (1998) afirma que existem 3 métodos de solução mais utilizados: heu-
rísticos; simulação e a otimização (mais especificamente a programação intei-
ra mista (MIP)). Dentre as três técnicas citadas, a última é predominante na
grande maioria dos softwares, isso se deve principalmente pelo fato de possuir
capacidade de modelar de tal forma que seja possível adequar os custos fixos
e variáveis de uma rede logística. Além disto, garante que seja a melhor opção
possível por ser uma técnica de otimização. No entanto, sua principal desvan-
tagem é que, dependendo do tamanho do problema, são necessários longos
tempos de processamento, podendo até tornar inviável sua resolução. Os mé-
todos heurísticos, ao contrário, exigem menos recursos computacionais, mas
também são menos rigorosos na identificação das melhores alternativas.
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 62
TÓPICO 3 - ETAPAS PARA ELABORAÇÃO DO LAYOUT
Vaz (2014) em sua dissertação diz que na elaboração do layout, algumas con-
siderações práticas devem ser feitas inicialmente como o planejamento do todo
e depois das partes e planejar o ideal e depois o prático. Assim, após dado o
primeiro passo da determinação do local que será estudado, inicia-se o segun-
do passo com uma visão global do layout. Após a implantação do layout, este
deve ser reformulado sempre que necessário seguindo a regra descrita acima.
Petrônio (2005) descreve que o primeiro fator a ser levado em conta na ela-
boração de um layout é a quantidade que será produzida. A quantidade será
de extrema importância para o cálculo do número de máquinas e da área de
estoque. Com o cálculo do número de máquinas realizado, se estabelece o tipo
de layout. O edifício deverá ser planejado somente após a conclusão das eta-
pas anteriores, permitindo o planejamento de um layout ótimo para as opera-
ções da empresa.
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 63
Determinação do número de equipamentos
Exemplo:
Solução:
Determinação da quantidade de rodas que cada prensa pode produzir por ano:
Número de prensa:
Conclusão:
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 64
Procedimento de arranjo físico
Souza (2007) explica que há algumas razões práticas pelas quais as decisões
de arranjo físico são importantes na maioria dos tipos de produção:
Para Slack (2006), a primeira decisão a ser tomada trata-se da escolha do tipo
de processo. Na maioria das vezes o que define o tipo de processo é o volume-
-variedade. No entanto, em casos em que há mais do que um tipo de proces-
so possível, a importância relativa dos objetivos de desempenho da operação
pode influenciar na decisão. Góes (2011) diz que em geral, quanto mais impor-
tante for o objetivo custo para a empresa, maior a chance de adotar um tipo de
processo próximo ao extremo alto volume-baixo variedade do espectro de tipos
de processo.
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 65
Figura 4 – A decisão de arranjo físico.
Slack (2006) diz que depois que o tipo de processo foi selecionado, o tipo bási-
co de arranjo físico deve ser definido, o autor define que tipo básico de arranjo
físico nada mais é que a forma geral do arranjo de recursos produtivos da ope-
ração.
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 66
Apesar disso, a maioria dos arranjos físicos na pratica deriva de apenas quatro
tipos básicos de arranjo físico. São eles:
Rabelatto (2004) diz que a relação entre tipos de processo e tipos básicos de
arranjo físico não é totalmente determinística em outras palavras, um tipo de
processo não necessariamente implica um tipo básico de arranjo físico em par-
ticular. Como a tabela 4 indica, cada tipo de processo pode adotar diferentes
tipos básicos de arranjo físico.
Embora a escolha do tipo básico de arranjo físico governe a maneira geral se-
gundo a qual os recursos vão ser arranjados uns em relação aos outros, ela
não define precisamente a posição exata de cada elemento da operação (SLA-
CK 2006). Para o aturo, o estágio final na atividade de definição do arranjo físi-
co vem da definição do projeto detalhado de arranjo físico dos recursos e para
essa definição, há muitas técnicas que podem ajudar neste estágio.
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 67
TÓPICO 4 - TIPOS DE LEIAUTE: LEIAUTE DE PROCESSO, LEIAUTE DE
PRODUTO E LEIAUTE CELULAR E CONSIDERAÇÕES A RESPEITO.
Segundo Ribeiro (2007), O layout por processo possui este nome pois as ne-
cessidades e conveniências dos recursos transformadores que constituem o
processo na operação dominam a decisão sobre o arranjo físico. Neste arranjo,
processos similares ou processos com necessidades similares são arranjados
um ao lado do outro (ou próximos). Ainda segundo a autora, essa estratégia é
conveniente para a operação mantê-los juntos, ou seja, dessa forma a utiliza-
ção dos recursos transformadores será beneficiada. Isso significa que, quando
produzidos, informações ou clientes irão fluir através da operação, eles percor-
rerão um roteiro de processo a processo, de acordo com suas necessidades
(SLACK, 2006). Para Ribeiro (2007), como haverá produtos e/ou clientes com
necessidades diferentes, haverá produtos percorrendo diferentes roteiros atra-
vés da operação. Por essa razão, o padrão de fluxo na operação será bastante
complexo, como mostra a figura 5.
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 68
Slack em sua obra traz alguns exemplos de arranjos físicos:
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 69
Exemplos de layout por produto descritos por Slack (2006):
Layout celular
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 70
Depois do recurso transformado ser processados na célula, ele pode prosse-
guir para uma próxima célula ou ir para a fase final de acabamento. De forma
geral, este arranjo é uma tentativa de organização embutida no arranjo físico
por processo.
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 71
Figura 8 – Layout por posição fixo
- Cirurgia de coração aberto: paciente em estado muito delicado para ser movi-
do;
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 72
SELECIONANDO UM TIPO DE ARRANJO FÍSICO
Rodrigues (2007) relata que a decisão de qual tipo de arranjo físico adotar ra-
ramente envolve uma escolha entre os quatro tipos básicos. De acordo o aturo,
as características de volume e variedade são suficientes para reduzir a esco-
lha, sobrando no final apenas uma escolha ou duas, dependo da situação. A
decisão sobre qual arranjo especifico escolher é influenciada por um entendi-
mento correto das vantagens e desvantagens de cada um.
Slack (2006) afirma que é preciso enfatizado que o tipo de operação vai in-
fluenciar sua importância relativa. Por exemplo, em uma operação de
manufatura de TV’s, pode-se considerar interessante as características de bai-
xo custo do layout por produto, já em um parque de diversões pode-se adotar o
mesmo tipo de arranjo predominantemente pela maneira com que ele controla
o fluxo de clientes. Pode também haver outros meios de atingir objetivos rela-
cionados a fluxo.
Entretanto, na vida real a análise para a definição do layout, muitas vezes não
é tão simples e clara assim. O custo exato de operar o arranjo físico é difícil de
prever e provavelmente dependerá de fatores numerosos e difíceis de quanti-
ficar. Mais do que usar linhas para representar os custos que variam conforme
aumentam os volumes produzidos, o uso de bandas largas, dentro das quais,
com maior probabilidade, os custos reais vão cair, é provavelmente a aborda-
gem mais adequada (SLACK 2006).
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 73
SAIBA MAIS
https://periodicos.utfpr.edu.br/revistagi/article/download/8546/5980
REFLITA
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 74
CONSIDERAÇÕES FINAIS
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 75
MATERIAL COMPLEMENTAR
LIVRO
• Título: Em frente! Como a Starbucks lutou por sua vida sem perder a alma
• Autor: Howard Schultz
• Editora: Campus
• Sinopse: Em 2008, Howard Schultz tomou a decisão de reassumir a posi-
ção de CEO da Starbucks, oito anos depois de deixar o cargo e ter assumi-
do a função de presidente do Conselho. Neste livro, ele compartilha a his-
tória de seu retorno e da transformação contínua da empresa, mostrando
como, durante um período tumultuado da história econômica, a Starbucks
conseguiu aliar rentabilidade e sustentabilidade sem sacrificar seu lado hu-
mano. O autor documenta o amadurecimento de uma marca, assim como o
de um empresário, além de representar sua filosofia de liderança
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 76
MATERIAL COMPLEMENTAR
FILME/VÍDEO
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 77
REFERÊNCIAS
Nigel Slack; Stuart Chambers; Christine Harland; Alan Harrison e Robert John-
ston. Administração da Produção. São Paulo. Editora Atlas, 2006.
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 78
REBELATTO, Daisy. Projeto de Investimento. São Paulo. Editora Manoele
Ltda. 2004.
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 79
UNIDADE lV
ESTUDO DOS TEMPOS
NA PRODUÇÃO
Professor Mestre Felipe Delapria
Plano de Estudo:
• Tempos cronometrados;
• Finalidade do estudo de tempo;
• Metodologia e equipamento para o estudo do tempo;
• Processos e operações;
• Projeto dos pontos de trabalho (aspecto ergonômico)
• Melhoria de processos em serviços e na organização (bioengenharia e
empowerment);
• Redução do Lead Time;
• Definição de Just In Time; Kanban e Kaizen
• Conceito de MRP e GRD
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 80
80
Objetivos de Aprendizagem:
• Conceituar tempo cronometrado, contextualizando e definindo a finalidade
do estudo do tempo, além de metodologias e equipamentos utilizados para
estudar o tempo;
• Compreender os tipos de processos e operações;
• Estabelecer a importância da dos pontos de trabalho se tratando de
ergonomia;
• Introduzir conceitos importantes de bioengenharia e empowerment;
• Por fim, finalizar a apostila com a compreensão tópicos fundamentais para
a redução do lead time e ferramentas utilizadas (JIT, kanban e kaizen) além
do MRP e GRD;
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 81
INTRODUÇÃO
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 82
TÓPICO 1 – TEMPO CRONOMETRADO E FINALIDADE DO ESTUDO DO
TEMPO
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 83
TÓPICO 2 – METODOLOGIA
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 84
Etapas para a determinação do tempo padrão de uma operadora
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 85
TÓPICO 3 – PROCESSOS E OPERAÇÕES
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 86
MELHORIA DE PROCESSOS INDUSTRIAIS
Estágio 2: conceitos básicos para as melhorias. Como melhorar? Para que haja
uma melhoria em processo é importante entender do processo e para isso há
recursos e modelos conceituais. Um dos modelos conceituais é o 5W1H, que
significa:
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 87
Estágio 4: implementação das melhorias. Toda mudança (mesmo que seja para
melhor) tende a causar problemas. Portanto, devemos:
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 88
TÓPICO 4 – PROJETO DOS POSTOS DE TRABALHO (ASPECTOS
ERGONÔMICOS)
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 89
10. Os materiais, as ferramentas e demais objetos devem ser dispostos
obedecendo aos aspectos antropométricos do operador;
11. Deve ser utilizada a alimentação de peças por gravidade;
12. Devem ser utilizados alimentadores de peças que possibilitem retiradas fácil
da peça pelo operador;
13. Os objetos devem ser posicionados de maneira a permitir uma sequência
adequada de utilização;
14. Deve haver boas condições ambientais (luz, ruído, temperatura e umidade);
15. O assento deve seguir os conceitos ergonômicos;
16. O conjunto mesa-assento deve permitir que o operador possa trabalhar
alternadamente sentado e em pé;
A ÁREA DE TRABALHO
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 90
Figura 3 – Espaços de trabalho recomendadas para algumas posições típicas.
ASSENTOS
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 91
Figura 4 – Dimensões básicas de assento para postura ereta e postura relaxada.
AMBIENTE DE TRABALHO
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 92
POSTO DE TRABALHO EM ESCRITÓRIO
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 93
TÓPICO 5 – MELHORIA DE PROCESSOS EM SERVIÇOS E NA
ORGANIZAÇÃO (BIORRENGENHARIA E EMPOWERMENT);
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 94
A BIORREENGENHARIA
O EMPOWERMENT
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 95
1- Estabelecer metas com os trabalhadores, dentro da estratégia traçada pela
empresa.
2- Estabelecer padrões de desempenho claros junto com os trabalhadores;
3- Alocar os recursos necessários para que a empresa funcione
adequadamente;
4- Delegar atribuições fazendo com que os trabalhadores assumam a
responsabilidade pelos objetivos traçados;
5- Encorajar a liberdade para tomar decisões e para dar sugestões em todos os
níveis da hierarquia;
6- Enfatizar o trabalho em equipe e formar times;
7- Analisar os resultados e fornecer feedback a todos, mesmo que seja
negativo;
8- Desenvolver as pessoas e fazer com que elas se preocupem com seu
próprio desenvolvimento;
9- Montar um sistema de avaliação e avaliar de maneira clara e transparente;
10- Reconhecer os esforços e as vitórias obtidas e recompensá-los.
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 96
TÓPICO 6 – REDUÇÃO DO LEAD TIME;
O lead time de produção nada mais é que o período entre o início e fim de uma ativi-
dade. Para garantir a redução do tempo de produção, é importante buscar a padroni-
zação e estabilidade dos processos (SLACK 2006). O lead time é ligado de forma dire-
ta à produção, podendo ser modificado e adequado conforme o ritmo da fábrica. Logo,
se houver algum tipo de falha ou atraso tanto as vendas quanto a eficiência irão sentir
as consequências (TUBINO 2007). Para realizar o calcular do lead time é necessário
conhecer o intervalo entre o momento de um pedido e a sua entrega ao cliente.
É importante ter em mente que não existe uma fórmula certa. O ideal é observar o
período necessário para a produção de cada item, bem como o prazo de entrega ao
cliente. O autor do Blog Onclick estabelece um passo a passo que pode ser utilizado.
• Etapa 01: Criar uma lista com os pedidos dos clientes e, a partir da lista,
identificar os recursos que serão utilizados no processo produtivo;
• Etapa 02: Estabelecer o tempo de espera para obter os itens da lista
(compra e recebimento de material).
• Etapa 03: Defina o período para a fabricação das mercadorias em dias
ou horas.
• Etapa 04: Disponibilidade da equipe de produção. Ao receber a compra
da matéria-prima, o trabalho começa de imediato ou há um prazo para o
trabalho começar?
• Etapa 05: Contabilize os finais de semana, férias, feriados e set up que
podem ocorrer.
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 97
De modo geral, o lead time de produção será o resultado da soma do tempo de aquisi-
ção da matéria-prima com o período gasto para produção e a entrega do produto (Blog
Onclick).
Em suma, a contabilidade do lead time, bem como sua redução, devem levar
em conta o processamento do pedido, a resposta do fornecedor de matéria
prima, o deslocamento que o insumo faz, a logística e a linha de produção. A
redução do lead time por meio da observação de todos esses processos citado
garante redução de custos e gaps, aumenta a competitividade e gera maior
satisfação ao cliente (VIANA 2006).
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 98
TÓPICO 7 – DEFINIÇÃO DE JUST IN TIME; KANBAN E KAIZEN;
O SISTEMA KANBAN
ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO 99
O objetivo do Kanban, de acordo Alves (2007), é assinalar a necessidade de
mais material, garantindo que peças sejam produzidas e entregues a tempo da
fabricação ou montagem subsequentes. Isso é obtido puxando-se as partes na
direção da linha de montagem final.
Alves (2007) afirma ainda que somente a linha de montagem final deve
recebe o programa de expedição, que deve ser aproximadamente o mesmo
todos os dias, logo, todos o resto (operadores de máquinas e fornecedores)
apenas recebe a ordem de fabricação, que são os cartões kanban, dos postos
de trabalho subsequentes. O autor diz que se a produção parar por um certo
tempo, o posto parado não enviará mais cartões kaban para o posto que
precede, e como consequência o posto sequencial também acabará parando
assim que os contêineres que estava enchendo, ficarem cheios, e assim
sucessivamente.
KAIZEN
A sigla MRP é bastante comum entre o pessoal que direta ou indiretamente lida
com os processos produtivos. MRP é a siga de material requirement planning,
que pode ser traduzido por planejamento das necessidades de materiais. A
necessidade da existência de um planejamento da demanda dependente fez
com que o MRP surgisse. Demanda dependente nada mais que aquela que
decorre da demanda independente. A demanda independente decorre das
necessidades do mercado e se refere basicamente aos produtos acabados,
ou seja, àqueles que são efetivamente entregues ao consumidor. Assim, para
uma montadora de automóveis, o número de pneus que irá utilizar depende do
número de automóveis que irá montar (PETRONIO, 2005).
Ainda segundo Petrônio (2005), com isso, surge o MRP, que só foi
popularizado com a popularização do computador. No início do advento
do computador, o MRP demorava horas, as vezes dias, para rodar todos os
dados, isso por que o produto é explodido aos mínimos detalhes de sua lista
de material. A lista de material é conhecida como a espinha dorsal do MRP,
o programa verifica se há disponibilidade nos estoques e, quando for o caso,
emitindo a lista de itens faltantes.
• Compras: É a relação dos itens que precisam ser comprados. A partir desta
lista, o departamento de compras, pode atuar junto aos seus fornecedores.
Existem empresas que fecham parcerias, interligados seus sistemas com os
dos fornecedores fazendo com que os pedidos de reabastecimento sejam
feitos diretamente pelo computador em tempo real.
O termo GRD, segundo Para James e Michael (2018), tem sido utilizado para
descrever a aplicação da TOC. A TOC nada mais é que o princípio de que
existe uma causa comum para muitos efeitos. Esse princípio leva a uma visão
sistêmica da empresa. Restrição é qualquer empecilho que impede, dificulta
ou limita um sistema em conseguir maior desempenho em relação a sua meta.
Analogamente podemos comparar com um elo. “Todo sistema possui pelo
menos uma restrição ou que toda corrente possui sempre um elo mais fraco”.
SAIBA MAIS
REFLITA
James F. Cox III; Michael S. Spencer. Manual da Teoria das Restrições. São
Paulo. Editora Bookman, 2018.