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Semana 1
Gestão da Produção: Conceitos e histórico. Papel estratégico e
objetivos da produção.

Objetivos da Semana

1. Conceitos utilizadas na Gestão da Produção: O discente deverá aprender os conceitos principais

usados na Gestão da Produção.

2. Histórico da Gestão da Produção: O discente deverá aprender como surgiu a Gestão da Produção
e como ela foi se desenvolvendo ao longo do tempo.

3. Papel estratégico: O discente deverá aprender como a Gestão da Produção exerce um papel
estratégico nas empresas.

4. Objetivos da produção: O discente deverá aprender os principais objetivos da produção.

Material Didático

Apostila do Professor:

1. Gestão da produção: conceitos e histórico

Prezado (a) aluno (a),
Na Semana 1 da disciplina de “Gestão da Produção e Qualidade” estudaremos sobre os principais
conceitos da Gestão da Produção, analisando como surgiu a produção e como ela foi se desenvolvendo ao
longo do tempo. Além disso, estudaremos também sobre seu papel estratégico nas empresas e seus
principais objetivos. Recomendo que participem das atividades propostas, anotando todas as dúvidas.
Deixarei também um conteúdo extra para quem se interessar sobre o assunto! Bons estudos!

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1.1 Conceitos

A gestão da produção trata da forma como as organizações produzem seus produtos e oferecem
seus serviços. Pensando em produtos, todos os itens que você está usando neste momento, como por
exemplo, seu computador, seu caderno, sua mesa, dentre outros tipos de produtos, foram produzidos por
alguma organização. Para que fossem produzidos, os gerentes de produção fizeram inicialmente o
planejamento da produção para definir o que seria necessário para a produção deste item e para determinar
as quantidades que iriam ser produzidas.

PESQUISAR: Você sabe a diferença de bens e serviços? Uma diferença entre os dois é em
relação à tangibilidade. Os bens (produtos) são tangíveis, ou seja, podemos pegá-los e senti-
los, como, por exemplo, um carro. Já os serviços são intangíveis, como, por exemplo, um
serviço de cabeleireiro ou uma consulta médica. Para aumentar seus conhecimentos, pesquise
na internet outras características e diferenças dos bens e serviços.

A parte da organização responsável pela produção, que chamamos de função produção, é uma das
três funções centrais de qualquer organização, sendo estas:

1. Função de marketing (incluindo a parte de vendas): responsável por comunicar os produtos e

serviços ao mercado, gerando as demandas para a organização.
2. Função de desenvolvimento de produtos e serviços: responsável pela criação e/ou modificação
de produtos e serviços que serão vendidos pela organização.
3. Função produção: responsável por produzir os produtos e serviços de acordo com as demandas
dos clientes.

Além das funções citadas, temos o que chamamos de funções de apoio, como, por exemplo, o
setor de contabilidade e finanças, a função técnica, a função de recursos humanos e a função sistemas de
informação. Todas estas funções dão suporte às atividades das funções centrais. É preciso enfatizar que
organizações diferentes podem ter diferentes funções de apoio ou utilizar outras nomenclaturas.

Podemos considerar que a administração da produção utiliza “recursos para criar

apropriadamente outputs que atendam às exigências do mercado”, como podemos observar na Figura 1.
Aqui, o termo “outputs” indica a saída do processo de produção, por exemplo, um carro, um computador,
um relatório gerencial, dentre outros.

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Figura 1. A administração da produção utiliza recursos para criar apropriadamente outputs que atendam
exigências definidas do mercado. Fonte: Slack et al. (2018).

1.2 Histórico da produção

Agora que já estudamos sobre o significado da gestão da produção, vamos estudar sobre as origens
e evolução da produção ao longo do tempo. Desde a pré-história, quando o homem polia a pedra com o
objetivo de transformá-la em um utensílio e/ou ferramenta, ele já estava realizando a atividade de produção.
Nesta época o comércio ainda não existia. Logo, o homem produzia este objeto para sua própria utilização.

À medida que o tempo foi passando, algumas pessoas começaram a produzir seus produtos de
acordo com a solicitação e especificações de outras pessoas, assim surgiram os primeiros artesãos e a
primeira forma de produção organizada. Nesta etapa, os artesãos já tinham que lidar com prazos
prometidos, com demandas especificadas pelos clientes, além de ter que determinar os preços que seriam
cobrados. Essa produção artesanal evoluiu ao ponto de os artesãos terem que contratar ajudantes para
produção dos itens. Inicialmente, estes ajudantes realizavam atividades mais grosseiras e de menor
responsabilidade. Porém, à medida que aprendiam novas habilidades, se tornavam novos artesãos.

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Figura 2. Início da produção nas fábricas. Fonte:

https://oficinadohistoriador.blogspot.com/2013/08/evolucao-das-oficinas-artesanais.html.

Com a Revolução Industrial, a produção artesanal começou a cair. A criação da máquina a vapor
em 1764 por James Watt fez com que o trabalho de muitas pessoas fosse substituído pela máquina. O local
em que a produção era realizada também mudou. Em vez dos produtos continuarem a ser produzidos nas
casas dos artesãos, a produção começou a acontecer nas fábricas.

Ao final do século XIX, Frederick W. Taylor iniciou os trabalhos nos Estados Unidos do que é
chamado Administração Científica. Os estudos de Taylor buscavam encontrar os melhores métodos de
produção e formas de processar os produtos visando melhoria da produtividade com o menor custo
possível.

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Figura 3. Estudos dos métodos de trabalho sugeridos por Taylor. Fonte:

https://www.todamateria.com.br/taylorismo/.

SAIBA MAIS: Você conhece o conceito de produtividade? Segundo Martins e Laugeni

(2014), a produtividade é medida pela relação entre as saídas do processo (outputs) e as
entradas (inputs).
medida do 𝑜𝑢𝑡𝑝𝑢𝑡
Produtividade =
medida do 𝑖𝑛𝑝𝑢𝑡

Por exemplo, se estivermos produzindo carros, a medida do output poderia ser a quantidade
total de carros produzidos ou o valor total das receitas obtidas com a venda destes carros,
enquanto que a medida do input poderia ser a quantidade ou valor total das matérias-primas,
mão-de-obra, energia, dentre outros recursos utilizados para a produção dos carros.

Na década de 1910, Henry Ford introduziu a linha de montagem na produção dos automóveis,
surgindo um conceito muito importante desde então, que se trata da produção em massa. Na produção em
massa, grandes quantidades (volumes) de itens extremamente padronizados são produzidas. Com a
produção em massa, a produtividade aumentou muito, bem como a qualidade dos produtos, já que os
produtos eram padronizados e produzidos de acordo com as especificações definidas.

SAIBA MAIS: Uma curiosidade interessante em relação à produção em massa é que, no

Brasil, ao final de 1996, já existiam fábricas que conseguiam produzir 1.800 automóveis por
dia, ou seja, em média 1,25 automóvel por minuto!

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A produção em massa, bem como as técnicas utilizadas neste tipo de produção predominaram nas
fábricas até meados da década de 1960, quando surgiram novas técnicas produtivas, o que acabou
resultando no que é chamado de produção enxuta. Novos conceitos foram surgindo, como, por exemplo,
o just-in-time (JIT), células de produção, sistemas flexíveis de manufatura, dentre outros. Na Semana 4 de
nossa disciplina iremos estudar mais sobre este tipo de produção e suas características.

Nos dias atuais, notamos um crescimento da produção de produtos customizados pelos clientes,
porém produzidos em grandes fábricas. Na Semana 5 de nossa disciplina iremos discutir sobre a forma de
produção atual, introduzindo conceitos da Indústria 4.0.

DICAS DE LINKS: Para complementação do que estudamos até o momento, recomendo a

leitura da reportagem “A evolução das linhas de montagem de automóveis ao longo do século”,
disponível no link https://quatrorodas.abril.com.br/noticias/a-evolucao-das-linhas-de-
montagem-de-automoveis/.

2. Papel estratégico e objetivos da produção

Com a crescente demanda por produtos customizados com baixos tempos de entrega, as empresas
hoje necessitam de distribuições rápidas e eficientes, com depósitos de produtos acabados próximos aos
consumidores ou entregas extremamente ágeis, dado que o tempo de entrega é atualmente um fator
determinante na escolha feita pelo cliente. Desse modo, a administração da produção impulsiona a
habilidade de competir da empresa frente aos seus concorrentes ao possibilitar a entrega dos produtos
demandados no tempo certo e a baixo custo.

PENSAR: Ao escolher um determinado produto pela internet, você já desistiu de comprar este
produto porque o tempo de entrega era muito longo e acabou comprando um produto
concorrente porque, apesar de ter um custo um pouquinho maior, tinha uma entrega mais
rápida? Isso é bem comum nos dias de hoje, leia mais na reportagem
https://www.cnnbrasil.com.br/business/magalu-b2w-mercado-livre-quem-vai-vencer-a-
corrida-da-entrega-mais-rapida/.

O termo “estratégia de produção” indica o conjunto de decisões e ações que definem o papel, os
objetivos e as atividades da produção. Espera-se que, com a estratégia de produção, as empresas melhorem
o desempenho de suas operações ao longo do tempo. O alto desempenho da área de produção vai contribuir
para que as outras áreas da empresa possam desempenhar bem seu papel. Por exemplo, para que a área de
marketing faça a divulgação e venda dos produtos produzidos por uma determinada empresa, a área de

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produção deve produzir as quantidades certas dos produtos com alta qualidade e reduzindo-se os custos,
além de considerar as datas combinadas para entrega dos produtos aos consumidores.

Para que a empresa se torne mais competitiva, o gerente de produção ou pessoa responsável por
esta área na empresa deve levar em consideração os cinco objetivos de desempenho da produção, que são:

Qualidade Produzir bens e/ou serviços sem defeitos, de acordo com as especificações.
Minimizar o tempo decorrido entre o pedido feito pelo cliente até a entrega do
Rapidez
produto e/ou oferta do serviço.

Confiabilidade Cumprir com o prazo de entrega prometido ao cliente.

Flexibilidade Capacidade de mudar rapidamente para alterar o produto e/ou serviço de acordo
com a demanda.

Custos Minimizar os custos incorridos com a produção de um bem e/ou oferta de um

serviço.

O objetivo da gestão da produção (também chamada nos dias atuais de gestão de operações,
incluindo bens e serviços) é administrar de forma eficaz todos os recursos utilizados para produção e/ou
oferta de um serviço (por exemplo, matéria-prima, mão-de-obra, recursos financeiros, dentre outros)
visando entregar produtos e/ou serviços que atendam às necessidades dos clientes. Desse modo, a área de
produção visa fornecer produtos e/ou serviços cada vez melhores a custos cada vez mais baixos. Na
vídeoaula gravada com o conteúdo desta semana, iremos discutir mais sobre o papel estratégico da gestão
da produção, bem como sobre seus objetivos.

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Videoaula(s) da Semana

 Link: https://youtu.be/LwrP647i4UA.

Saiba Mais
Como conteúdo extra desta semana, separei dois vídeos muito interessantes sobre dois
processos de produção bem diferentes, o de um avião e de um automóvel:
1. “Como é construıd
́ o um avião na fábrica da Embraer?” Link:
https://www.youtube.com/watch?v=eljlbewmAUE.
2. “Automóvel, saiba como se faz um carro: produção e estratégia”. Link:
https://www.youtube.com/watch?v=E75kHTrEeWo.

Resumo do conteúdo apresentado na semana

Você aprendeu neste capítulo que ao longo do tempo o processo de produção foi se desenvolvendo,
partindo de um cenário totalmente manual e individualizado, passando pela produção em massa até
chegar nos dias atuais em que a produção voltou a ser customizada, porém feita de forma
automatizada. Aprendemos também sobre o conceito de gestão de produção, bem como seu papel
estratégico e objetivos. Na próxima semana, iremos estudar sobre como ocorre o processo de
transformação de produtos e/ou serviços até sua entrega ao cliente final.

Bibliografia da semana
Para elaboração dos materiais utilizados nesta semana, utilizei as seguintes bibliografias:

MARTINS, P. G; LAUGENI, F. P. Administração da produção. 3.ed. São Paulo Saraiva, 2014.

SLACK, Nigel; BRANDON-JONES, Alistair; JOHNSTON, Robert. Administração da Produção. 8. ed.

São Paulo: Atlas, 2018.

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