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Os seres humanos precisam organizar-se em sociedade para sobreviver. Não foram dotados pela natureza
com a aptidão física necessária para obter, por si mesmos, as condições materiais de vida. Vivendo sempre em
grupos, aprenderam a subdividir tarefas e a utilizar instrumentos de trabalho, e enquanto a produtividade era baixa,
todos viviam próximos onde a troca de objetos ou serviços movia uma economia de subsistência. Contudo, a
distribuição sempre mais aperfeiçoada das tarefas combinada com instrumentos de trabalho mais sofisticados,
propiciou maior produtividade. A história econômica assim mostra que a maior parte das organizações humanas se
estruturou para fornecer um produto a algum grupo definido de pessoas. Assim se estruturou o núcleo da teoria
econômica: o de mercados competitivos. Uma característica marcante dos mercados desta época era a completa
ausência das comparações de qualidade. Deste modo, a única espécie de concorrência que podia então ocorrer,
era a de preço.
O advento da Revolução Industrial reforçou a homogeneização do produto. O desenvolvimento das técnicas
de produção em massa fez com que os produtores focalizassem mais a quantidade do que a qualidade. A
possibilidade de escolha de produto pelo consumidor foi desconsiderada, já que os produtores estavam orientados
para a produção. Concomitantemente, os níveis mais altos de emprego, mais renda disponível e o progresso
paralelo em saúde pública, produziram uma sociedade em rápida expansão e faminta por bens e serviços básicos.
A concentração da oferta em relativamente poucos produtores em muitos mercados, mostrou que a
concorrência em base de preço poderia fracassar. Esta situação de poucos produtores fornecendo artigos
homogêneos a muitos mercados, numa concorrência baseada no preço, tornava certo o declínio para a estagnação
devido a menores lucros e investimentos mais baixos. Foi então que produtores oligopolistas optaram por uma
política de diferenciação de produto. Passou-se a reconhecer, a partir do início do século XX, uma mudança na base
de concorrência: a de diferenciação do produto em lugar do preço.
Depois dessa rápida vista da evolução histórica do produto, passa se fundamental que este termo, apesar
de tão básico, fique bem compreendido. Numa forma prática pode ser definido como qualquer objeto ou serviço
oferecido à venda por seu produtor. Há quem defina o produto como o “objeto de escolha econômica e consumo”.
Nestes termos, o produto é entendido como um objeto, um processo ou serviço. Em geral, diz-se que o primeiro é
um produto tangível, e os dois últimos intangíveis. Então, resumidamente tem-se:
- produtos tangíveis: objetos físicos;
- produtos intangíveis: processos, serviços.
A amplitude de interesse deste estudo vai desde a concepção até eliminação do produto do mercado. A
eliminação aqui é vista como desuso do produto pelo consumidor ou interesse de retirada do produto pelo
fabricante. Não se preocupa apenas com novos produtos, mas também com aqueles que já estão firmados no
mercado dando lucro. Sua administração é tão importante quanto o sucesso do lançamento de novos produtos,
assim como o aperfeiçoamento de processos e serviços.
Um produto inclui as satisfações e utilidades que o consumidor obtenha ao comprá-lo. Essas satisfações e
utilidades, que configuram a necessidade, mudam com o tempo e o administrador de produto precisa acompanhá-
las para alcançar o objetivo econômico total de maximizar a satisfação. Verifica-se que as necessidades tendem a
permanecer constantes no percurso do tempo, e os meios de satisfazê-las é que estão sujeitos a mudança continua.
Alguns autores citam que ”(...) o que as pessoas realmente desejam não são os produtos, mas as experiências que
causam satisfação”; e ainda comentam que “na fábrica faz-se cosméticos e nas drogarias vende-se esperança”.
Os produtos que se constituem como objetos físicos às vezes têm como elemento de diferenciação suas
embalagens e rótulos; por exemplo, um desodorante da mesma fragrância em frasco spray é diferente do mesmo
em lata aerosol. A embalagem diferencia radicalmente na conveniência para uso, nos custos e métodos de
produção, configurando produtos completamente diferentes.
A oportunidade de um produto pode surgir por uma demanda de mercado ou por uma posição técnica, e
esta última devido a um aumento de capacitação técnica interna ou externa a empresa. Contudo, nem toda
oportunidade pode corresponder a uma necessidade real de consumo. E ai está o requisito de sucesso de qualquer
produto. Recomenda-se que se acompanhe a natureza das necessidades do consumidor, empregando-se os
recursos de modo que melhor as satisfaçam em coerência com a maximização do rendimento sobre os bens
empregados. É através do produto que a organização procura maximizar este objetivo dual: satisfação do
consumidor e do empresário.
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Assim, a organização para manter sua viabilidade econômica deve estar num esforço constante de
acompanhar as mudanças. Como foi visto o ambiente é altamente dinâmico. As mudanças na tecnologia acabam
por interagir com as mudanças no consumidor, porque aumentam suas expectativas tornando-o mais exigente. Por
outro lado existe o selo pela credibilidade que a empresa deseja levar a seu consumidor. O produto transmite a
imagem da empresa ao mercado, porque a natureza do processo de produção reflete o estágio de sua tecnologia
e os tipos de produtos que fabrica. As mudanças nessas áreas têm passo rápido: novas técnicas de produção e
novos produtos estão sendo continuamente criados com o objetivo de atingir um mercado. Torna-se portanto
necessário rever pontos de marketing e inovação tecnológica para o planejamento do produto.
1. AS ORGANIZAÇÕES (2)
Os homens, nos tempos antigos, percebem em primeiro lugar a necessidade do esforço de grupo. E, para
atingirem seus objetivos, criaram estrutura de organização muito simples. Mas, à medida que a sociedade humana
s desenvolvia e cresciam as necessidades e os desejos da humanidade, a organização tornou-se ainda mais essencial
para a satisfação de tais necessidades e desejos; e, obrigatoriamente, tornou-se mais complexa. Hoje em dia, em
face da evolução da tecnologia industrial e comercial, do amplo crescimento dos mercados para produtos e serviços
e da necessidade de desenvolvimento integral dos recursos de todas as nações, a boa organização converteu-se no
ingrediente principal para o êxito da direção no governo, nos serviços sociais, no comercio e na indústria.
A família primitiva é provavelmente a mais antiga forma de organização humana. Dividindo o trabalho e
assinalando a cada membro deveres específicos – providenciar comida, proteção, chefia, ensino aos jovens – a
família tornou-se um instrumento perfeito para a sobrevivência dos seus membros.
Um artesão que faz vasilhame de cobre para vender no mercado local não tem problema de estrutura de
organização enquanto trabalha sozinho. Isto não quer dizer que não precise organizar suas próprias atividades.
Deve arquitetar um plano, de modo que possa obter o melhor aproveitamento dos seus modestos recursos. A
possibilidade de formar uma organização começa ao empregar o primeiro ajudante, seja um membro da família ou
um operário contratado. Neste momento, deve fazer-se algum arranjo, a fim de ordenar os esforços do patrão e
seus ajudantes de modo que possa auxiliar-se mutuamente e obter resultados produtivos. Isto requer um novo
estudo das necessidades da empresa em desenvolvimento. A designação de tarefas e responsabilidades deve ser
estabelecida após a enumeração minuciosa das atividades que serão realizadas na empresa.
Para que a estrutura da organização possa funcionar é necessário o estabelecimento dos canais de
comunicação que liguem as distintas partes, seja através de canais funcionais de autoridade e responsabilidade,
seja interligando esses canais.
A palavra “organização” não é unívoca: tem pelo menos dois sentidos. É comum ouvirmos frases como
estas: “a organização onde trabalho é excelente”; “a Igreja Católica é uma organização muito antiga”, ou então
afirmações como estas: “a organização de minha empresa é funcional”; “precisamos modificar a organização do
departamento de recursos humanos”. Colocando estas quatro frases lado a lado, torna-se evidente que o sentido
de “organização” nas duas primeiras não é o mesmo que nas duas últimas. Em sua primeira acepção, organização
é um tipo de sistema social, é uma instituição objetivamente existente, enquanto que, no segundo sentido,
organização é uma forma pela qual determinada “coisa” se estrutura, é inclusive o modo pelo qual as organizações
em seu primeiro sentido se ordenam. Tanto assim que, não fosse a deselegância da linguagem, poderíamos dizer:
“a organização da organização em que trabalho é excelente”. Seria o mesmo que afirmar que a “estrutura
organizacional e a forma pela qual se organiza a organização em que trabalho é muito boa”.
A estrutura orgânica deste conjunto de encargos está condicionada pela natureza do ramo de atividades,
pelos meios de trabalho, pelas circunstâncias socioeconômicas da comunidade e pela maneira de conceber a
atividade empresarial.
CARACTERÍSTICAS
Suas características fundamentais são:
a) Divisão do trabalho;
b) Especialização – funções específicas;
c) Hierarquia;
d) Distribuição da autoridade e da responsabilidade.
Assim cada empresa tem a sua própria organização em função dos seus objetivos, do seu tamanho, da
conjuntura que atravessa e da natureza dos produtos que fabrica ou dos serviços que presta. Não há duas empresas
idênticas, muito embora existam certos princípios e tipos básicos que são utilizados como diretrizes no estudo da
organização empresarial.
Deste modo, todas as empresas que se dedicam à produção de bens ou à prestação de serviços possuem
uma organização própria, específica e individual.
ORGANOGRAMA
É o gráfico que representa a estrutura formal da empresa. No organograma aparecem claramente:
• Estrutura hierárquica, definindo os diversos níveis da organização;
• Os órgãos componentes da estrutura;
• Os canais de comunicação que ligam os órgãos.
O organograma deve permitir a visualização de sua estrutura de forma simples e direta. Por ser estático, é
uma espécie de retrato do esqueleto organizacional da empresa. Não contém qualquer descrição de funções ou
atribuições dos ocupantes dos cargos. É constituído de retângulos, quadrados ou círculos, ligados por linha
horizontais e verticais.
Os retângulos representam os órgão ou cargos da organização, enquanto que as linhas representam os
canais de comunicação.
Organização linha-staff
É o resultado da combinação dos dois tipos de organização linear e funcional, buscando-se incrementar as
vantagens destes dois tipos, resultando um tipo de organização mais completo e complexo. O conceito de
organização linha-staff baseia-se no fato de que entre as linhas têm-se os órgãos de execução e de staff (assessoria),
sendo este último o órgão de apoio e consultoria.
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TIPOS DE ORGANOGRAMA
Há vários tipos de organograma, cada qual com características próprias.
Organograma Clássico
Gráfico comumente usado para representar um resumo das informações estruturais. Neste tipo de gráfico,
as unidades organizacionais são representadas por retângulos, onde se indica seus títulos, que devem refletir suas
metas de trabalhos particulares.
DEPARTAMENTO DIVISÃO
DE SISTEMAS DE
A altura de colocação dos retângulos é estabelecida em função da posição hierárquica de cada unidade na
organização. Em uma empresa, pode-se encontrar a seguinte padronização:
Presidência
Vice-Presidência
Diretoria
Departamento ESCALA DECRESCENTE
Divisão
Seção
Setor
No organograma as relações de autoridade podem ser apresentadas através de três maneiras diferentes.
a) LINHA: Confere ao superior hierárquico o direito de dar ordens diretas a seus subordinados
e de delegar parte de sua autoridade diretamente.
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b) ASSESSORIA (ou de “STAFF”): quando uma pessoa recebe poderes para fazer pesquisas,
levantamentos e trabalhos em áreas específicas; ou ainda, quando tem a atribuição de
prestar aconselhamento sobre determinados assuntos.
antagônicas, uma necessidade. É frequentemente através delas que passamos a compreender um problema “por
dentro”.
Podemos ainda dizer que organização é o estabelecimento de relações entre as atividades a serem
desempenhadas, o pessoal que vai desempenhá-las e os fatores físicos necessários. Para coordenar os recursos
disponíveis, o administrador desenha uma estrutura formal de relações de responsabilidade e autoridade que
propiciará uma forma eficaz e eficiente de atingir objetivos. A principal preocupação na organização é a divisão das
tarefas a serem feitas, formação dos grupos de trabalho, estabelecimento de graus de autoridade e equalização da
autoridade e responsabilidade.
Já há pelo menos 2.300 anos foi reconhecida a possibilidade de aumento dramático de produção através
da divisão de trabalho. Platão, na sua República, escreveu: “Todas as coisas tornam-se mais abundantes, melhores
e fáceis quando um homem, isento de outras tarefas, faz uma só coisa de acordo com a natureza e no momento
crucial”.
Organização apresenta diversos significados em administração:
• Organização sob o ponto de vista das ciências comportamentais - é um sistema de
comportamentos de todos os participantes, ou seja, todas as relações formais e informais que
se referem aos comportamentos dos indivíduos que dela participam.
• Organização no sentido de empresa - envolve a noção de um empreendimento moldado para
atingir objetivos.
• Organização como função administrativa - envolve a noção de organização como uma parte
do processo administrativo. Nesse sentido é o agrupamento de atividades necessárias para
atingir os objetivos da empresa e a atribuição de casa agrupamento a um executivo com devida
autoridade para atingir tais objetivos.
2. AS EMPRESAS
As empresas também são organizações. Na realidade, são organizações sociais porque são constituídas de
pessoas que trabalham em conjunto. Uma melhor definição diria que as empresas são organizações sociais que
utilizam determinados recursos para atingir determinados objetivos. As empresas são organizações sociais que
exploram um determinado negócio visando a determinado objetivo. O objetivo pode ser o lucro ou simplesmente
o atendimento de determinadas necessidades da sociedade sem a preocupação com o lucro.
As empresas nascem, crescem e até podem morrer, como qualquer organismo vivo. Na medida em que são
bem-sucedidas em relação a seus objetivos, as empresas tendem a sobreviver se o sucesso é maior, elas tendem a
crescer. Sobrevivência e principalmente crescimento são sinais de sucesso empresarial.
As empresas podem ser classificadas de acordo com alguns atributos, a saber: propriedades, tamanho e
tipo de produção. Vejamos cada uma dessas classificações de empresas.
As três classificações apresentadas não se excluem. Ao contrário, elas sem completam e se interpenetram.
Assim, pode haver uma empresa pública, grande e terciária, como a Eletrobrás. Ou uma empresa privada, grande
e secundária, como a Ford. Ou uma empresa mista, grande e que é primária (extrativa e prospectiva), secundária
(refinadora) e terciária (distribuidora), como a Petrobrás.
No fim do século XlX, a administração de empresas foi solidificada, fixando-se em princípios mais rígidos e
convencionais. O patrão era o senhor absoluto em todas as decisões. O organograma estabelecia que todos os
setores da empresa estavam ligados diretamente ao dono. A autoridade partia de cima para baixo e todas as
atividades eram controladas pelo proprietário.
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Não resta dúvida de que a disciplina também é um fator de êxito empresarial, mas atualmente, com o
advento de novos conceitos, a administração tornou-se mais flexível. Não deixou, entretanto, de ser uma técnica,
na qual os processos fundamentais são: Análise, planejamento, implantação e controle.
Pela análise se determinam os meios de ação necessários para iniciar um processo administrativo.
Planejamento é o estudo prévio que tem por finalidade subordinas determinados elementos a um plano
pretendido.
Implantação é a forma de executar, de maneira objetiva e racional, os planos que foram elaborados.
Considera-se controle a fiscalização exercida sobre qualquer atividade da administração de empresas.
Notas de REFERÊNCIAS:
Do ponto indicado até a próxima referência, o texto é uma adaptação de:
(1) CARDOSO, Olga Regina. Abordagem sistêmica para o planejamento do produto. Florianópolis: UFSC/PPGEP,
dissertação de mestrado, 1985.
(2) BORGES, Américo Aguiar. Introdução à administração de empresas. São Paulo: Editora Ática, 1998.
(3) CHIAVENATO, Idalberto. Iniciação à administração da produção. São Paulo: Makron, McGraw-Hill, 1991.