Você está na página 1de 11

Produtividade: um estudo de caso de um sistema de gestão de

produção em uma indústria brasileira


Ricardo Borgatti Neto
Doutorando da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (POLI-USP) / Professor e pesquisador da Universidade Tancredo
Neves , borgatti@uol.com.br

Manuel Meireles
Doutorando da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (POLI-USP) / Professor da Universidade Paulista (UNIP) e
pesquisados da Universidade Tancredo Neves, profmeireles@profmeireles.com.br

Orlando Roque da Silva


Doutor pela Universidade Metodista de Piracicaba (UNIMEP) / Professor e pesquisador da UNINOVE, oroque@uninove.br

Marisa Regina Paixão


Mestre, professora e pesquisadora da Universidade Paulista (UNIP), paixaomr@uol.com.br

BORGATTI NETO, Ricardo; MEIRELES,Manuel. SILVA, Orlando Roque; PAIXÃO, Marisa Regina.
Productivity: production management system implementation in a brazilian industry – case study. In:
Proceedings of 17th International Congress of Mechanical Engineering (COBEM2003). São Paulo, 2003,
(CD).

1- Introdução
A idéia de se produzir bens ou serviços que gerem mais valor do que o custo do trabalho necessário para
produzí-los, é o motor básico que movimenta a economia capitalista. Por definição, quanto mais gerarmos valor
(resultados) com menos custos (recursos), mais produtivos seremos. Assim, a produtividade é um conceito chave para
o alcance de um desempenho econômico satisfatório.

A produtividade sempre esteve associada à relação entre resultados e recursos utilizados. Contudo, no
ambiente fabril o foco inicial estava voltado para a produção de peças e a utilização dos recursos humanos,
especificamente a utilização do tempo da mão de obra direta no processo de produção. Conforme Zarifian (apud Soares,
1990), Taylor definiu o incremento da produtividade como o encurtamento do tempo necessário à execução das
operações de trabalho humano inseridas no processo real de produção.

Apesar do seu berço industrial, a preocupação com a produtividade estendeu-se, praticamente, a todos os
setores da economia. E cada vez mais, a abordagem gerencial da produtividade passa a ser aplicada a diversos tipos de
trabalho de natureza não fabril.

É importante observar que o gerenciamento da produtividade vem se modificando ao longo do tempo e dos
contextos competitivos. Por exemplo, a produtividade industrial vem incorporando diversas idéias e conceitos de
diferentes modelos de gestão, tais como: da “Teoria das Restrições” (TOC – Theory of Constraints), da “teoria de
Sistemas” (Theory of Systems) da “Qualidade Total” (Total Quality Management), da “TPM” (Total Productive
Maintenance), da “Aprendizagem Organizacional” (Learning Organization), de “Administração de Projetos” (Project
Management) e de “Sistemas Adaptativos Complexos” (Adaptive Complex System). Assim, o objetivo deste trabalho é
apresentar como diferentes contribuições de gestão podem ser consideradas e aplicadas no desenvolvimento de sistemas
de gerenciamento de produtividade, utilizando inclusive um estudo de caso para ilustração.

2- Mudança de abordagem da produtividade

O crescimento inicial da indústria manufatureira foi baseado no uso intensivo da mão de obra. Isto explica o
foco, ainda muito presente, na medição da produtividade exclusivamente com base no recurso de mão de obra. Da
mesma forma, em função da predominante visão “cartesiana” a qual induzia que o “todo” para ser entendido, bastaria
ser tratado apenas através da decomposição de suas “partes”, concluía-se, precipitadamente, que bastava o aumento da
produtividade de toda e qualquer parte, individual e independentemente, que aumentaríamos a produtividade do todo.

O aumento de complexidade gerado pela utilização de sistemas integrados de equipamentos, pela crescente
automatização, pela pressão da concorrência na rentabilidade, pela exigência de qualidade, pela necessidade de
flexibilidade e maior velocidade de produção, fizeram com que alguns dogmas fossem questionados, tais como: será
que a medição da produtividade através da produção/homem-hora é a melhor forma de medir a produtividade?; o
aumento de produtividade na área a industrial depende dos esforços exclusivos dessa área?; será que a melhoria da

1
produtividade em todo e qualquer centro produtivo resulta em maior quantidade de produtos finais e melhores
resultados financeiros?; será que tempos improdutivos de uma máquina devem ser aceitos incondicionalmente como
algo inerente ao processo produtivo? será que apenas a pressão sobre a mão de obra operacional é suficiente para o
aumento da produtividade?

Antigas idéias são combinadas com novos conceitos para encontrar melhores respostas na interação com a
realidade concreta das indústrias, transformando o desenvolvimento de sistemas gerenciais de produtividade como algo
adaptativo, que deve estar em permanente construção. Assim, sob a ótica da complexidade, deve-se considerar a
contínua integração de conhecimentos oriundos de diferentes áreas e perspectivas, a fim de estabelecer soluções que
melhor interajam com a complexa realidade.

3- Conceitos Fundamentais

O presente trabalho utiliza, à frente, um estudo de caso que trata da implantação e dos resultados alcançados de
um sistema gerencial de produtividade numa planta industrial. Para tanto, faz-se necessário o conhecimento de alguns
conceitos fundamentais que foram utilizados na concepção e implantação do sistema.

Definição de produtividade

Como foi dito a produtividade é estabelecida por uma relação entre resultados / recursos. Entretanto, em
relação à um sistema, ela pode ser considerada sob uma perspectiva mais abrangente (denominada global) ou mais
localizada (denominada parcial), tanto em relação aos resultados quanto aos recursos. Nas empresas a perspectiva
global, normalmente é tratada pela linguagem financeira (faturamento/custos), e a perspectiva parcial varia conforme a
área. Na área industrial, utiliza-se “produção/recursos de produção” (sendo os recursos mais utilizados: hora-homem,
hora-máquina e peso de material).Também é possível considerar a produtividade tanto de forma absoluta (ex: peças/
hora-homem trabalhada) como de forma relativa (em %), neste caso é necessário que haja uma medida padrão de
produtividade previamente estabelecida, a qual será utilizada como denominador (ex: produtividade realizada /
produtividade máxima teórica).

Produtividade e visão sistêmica

Nas empresas, independente da forma como a produtividade industrial é medida, deve-se ter consciência que,
por trás do indicador, existe um conjunto de fatores inter-relacionados que afetam o resultado obtido.

A experiência na área industrial nos mostra que a melhoria da produtividade envolve uma complexa rede de
causas que devem ser consideradas, tais como:

Projeto do produto e do processo Comunicação entre gerência e áreas operacionais

Programação da produção Identificação e manuseio de materiais

Mix de produtos Engenharia de manutenção

Organização da área de trabalho Engenharia de processo (para racionalização)

Entendimento e domínio dos processos Política comercial

Qualidade do fornecedor e da matéria prima Política de suprimentos (compras e estoques)

Etc.

Tempo Padrão e Conjunto Produtivo

Tempo padrão é o tempo considerado necessário para um conjunto produtivo executar uma determinada
atividade, em condições normais de trabalho, necessária para obter uma unidade de produção. Essa atividade pode,
normalmente, ser decomposta em uma seqüência de operações para análise e determinação do tempo padrão. A
principal base dos sistemas de gerenciamento da produtividade de atividades repetitivas é a definição dos tempos
padrões.

2
Um conjunto produtivo pode ser entendido com um conjunto integrado de recursos de transformadores
utilizados para realização de um processo, que transforma entradas (input) em saídas (output). Pode ser uma
combinação de homem-máquina, de equipe de homens, de um sistema integrado de equipamentos ou outra forma
qualquer de combinação de recursos transformadores para realização de um processo produtivo, desde que definido
claramente o início e fim do processo, e suas entradas e saídas.

Fluxo de Produção e Gargalo

Todo produto é elaborado através de uma seqüência de transformações encadeadas, ou seja, ao longo de um
fluxo de produção (ou seqüência de processos). Quando existem centros produtivos dedicados exclusivamente para a
produção de determinados produtos, isto é, para realização apenas de fluxos de produção específicos, este conjunto de
centros produtivos é chamado de linha de produção.

A teoria das restrições (TOC – Theory Of Constraints), nos lembra que a capacidade de produção dos produtos
finais é igual a capacidade do centro produtivo de menor capacidade ao longo do fluxo (chamado de restrição ou
gargalo). Qualquer produção nos demais centros produtivos anteriores ao gargalo, que seja excedente à capacidade do
gargalo, apenas gera estoques intermediários, pois nenhum produto final a mais é produzido, pois isto está restrito à
capacidade do gargalo. Assim, através do conceito de gargalo, podemos perceber que não adianta melhorar a
capacidade produtiva de todo e qualquer centro produtivo indistintamente, pois só haverá maior capacidade de produzir
produtos finais se aumentarmos a capacidade do gargalo. Por isso, ao se projetar uma linha de produção, uma das
preocupações é o equilíbrio entre as capacidades dos centros produtivos envolvidos no fluxo, o que é chamado de
balanceamento de linha. Este balanceamento na prática nem sempre é possível ou viável, mas a noção de gargalo é
fundamental para o gerenciamento adequado do sistema. Para aprofundamento dos conhecimentos sobre a teoria das
restrições, sugere-se a leitura dos livros de Eliyahu M.Goldratt, o pai da matéria.

Indicadores da TPM (Total Productive Maintenance)

Com o desenvolvimento de processos produtivos baseados no uso de equipamentos cada vez mais
automatizados, percebeu-se que, mais importante que o controle do tempo da mão de obra, era manter equipamentos em
produção, no máximo tempo possível. Nesta situação, a produtividade passa a focar um recurso que se tornou
fundamental: o tempo-máquina, e a proposta do TPM envolve a definição de indicadores para gerenciamento da
produtividade segundo esta perspectiva. Esta questão tem-se tornado tão fundamental que muitos entendem o
significado atual da sigla TPM como: Manutenção Total da Produção (Total Production Maintenance).

O primeiro passo foi classificar os tempos relacionados ao desempenho efetivo do equipamento e identificar as
principais causas de baixo desempenho (inicialmente agrupadas em 6 grandes perdas), a figura 1 ilustra essa
abordagem.

Conceito de Perdas de Desempenho


Tempo disponível
T1

Tempo parado
% Desempenho

Tempo trabalhado
T2 % Utilização
Tempo trabalhado de forma
Tempo Produtivo 1-Quebras e
ineficiente
interrupções
T3 % Eficiência Operacional
2-Preparação
Tempo produtivo Tempo Perdido por falta 3-Redução de e regulagens
de valor agregado qualidade velocidade ou
T4 % Conformidade carga

5-Produção com defeito ou 4-Pequenas


retrabalho paradas ou
operação em
6-Início instável de operação vazio

DESEMPENHO PERDAS

Figura 1

3
(T1)Tempo disponível: é o tempo total da jornada de trabalho, incluindo as extensões por horas
extras (pode-se, ou não, incluir as horas de almoço e café – depende da perspectiva de aproveitamento
máximo dos gargalos).

(T2)Tempo trabalhado: é o tempo de jornada de trabalho subtraído das horas paradas do centro
produtivo, equivale ao tempo real gasto para determinada produção .

(T3)Tempo produtivo: é o tempo padrão no qual a produção realizada poderia ter sido feita.

(T4)Tempo produtivo de valor agregado: é o tempo produtivo subtraído dos tempos padrão da
produção reprovado por falta de qualidade.

O desempenho final da máquina (T4/T1) é comumente denominado, pela ótica do TPM, de OEE (Overall
Equipament Effectiveness), e é calculado como um índice relativo, resultado da multiplicação dos índices parciais:
%utilização (T2/T1), % eficiência operacional (T3/T2) e % conformidade (T4/T3), tal como demonstrado na figura 2.

Podemos considerar a perspectiva de desempenho diretamente através da produção ou da produtividade


relativa do recurso tempo-máquina, basta considerarmos as produções relacionadas aos tempos estabelecidos, e no caso
da perspectiva da produtividade, divide-se cada produção, sempre pelo tempo total disponível. Conforme apresentado
na figura 3.

Conceito de Perdas de Desempenho Desempenho – Perspectiva da Produtividade

Tempo disponível Produção máxima teórica no tempo disponível


T1 P1

Tempo parado Produção perdida por


% Desempenho

Tempo trabalhado
% Desempenho

Produção máxima no tempo trabalhado tempo parado


T2 % Utilização P2 % Utilização
Tempo trabalhado de forma Produção perdida por
Tempo Produtivo ineficiente Produção efetiva ineficiência operacional
T3 %Eficiência Operacional T2 / T1
P3 % Eficiência Operacional Considerar
Tempo produtivo Tempo Perdido por falta Produção Perdida por para o cálculo da
Produção
de valor agregado qualidade falta qualidade PRODUTIVIDADE:
aprovada
T4 %Conformidade T3 / T2 Produção.../
P4 % Conformidade
T4 / T1 Tempo disponível
%DESEMPENHO = %Produtividade Final
T4 / T3
%Produtividade Final = Produtividade de valor / Produtividade máxima teórica
%DESEMPENHO = % Utilização x % Eficiência Operacional x % Conformidade
%DESEMPENHO = % Utilização x % Eficiência Operacional x % Conformidade

Figura 2 Figura 3

(P1)Produtividade máxima teórica: é estabelecida pela relação: produção máxima teórica / tempo
disponível. Como a produção máxima teórica é calculada por: tempo total disponível / tempo padrão,
percebemos que a produtividade máxima teórica é: = 1 / Tempo Padrão.

(P2)Produtividade teórica no tempo trabalhado: é estabelecida dividindo a produção máxima


teórica no tempo trabalhado (= tempo trabalhado / tempo padrão) pelo tempo disponível.

(P3)Produtividade efetiva aparente: é estabelecida dividindo a produção realizada (com e sem


qualidade) pelo tempo total disponível.

(P4)Produtividade de valor: é estabelecida dividindo a produção aprovada, ou seja, com qualidade,


pelo tempo disponível.

Os indicadores são calculados de forma equivalente à anterior: % utilização = P2/P1; % eficiência operacional
= P3/P2; % conformidade = P4/P3 e o desempenho (que seria a produtividade final, calculada de forma relativa) seria
resultado da multiplicação desses três indicadores anteriores (equivalente à P4/P1).

4
Método PDCA

Uma das grandes contribuições do movimento da Qualidade Total, apresentado por Deming e disseminado
pelos japoneses, foi o ciclo PDCA. (Plan: planejar; Do: fazer; Check: verificar e analisar, ou seja, estudar, e Action: agir
posteriormente em função dos resultados).

Através das figuras 4 e 5, podemos perceber o ciclo do PDCA aplicado à um sistema produtivo, na figura 4
apresentando sua representação geral e na figura 5 incluindo o sistema produtivo, o qual aparece representado como
elemento transformador, o qual transforma entradas em saídas e gera dados para o ciclo informacional do PDCA
(adaptado do modelo de sistema gerencial de Sink e Tutle, 1993).

 Gerenciamento da Produtividade  O PDCA (SDCA) aplicado ao


através do PDCA (SDCA) em Síntese Gerenciamento da Produtividade
Ações de ajuste: Plano:
•Definição das ações •Definição Tempos
Plan
de ajuste, registradas Padrões •Definição dos tempos
em Ata de reunião e •Definição de indicadores e padrão, indicadores, metas, Dados
Intervenções
•Ou Continuidade do Action Plan metas
•Definição Medição, Coleta
métodos de medição,coleta
e tratamento de dados
Revisão Planejados
ciclo, sem intervenção
(Standard) e Tratamento dados

Action Check
Definição Decisão
•Elaboração de Relatórios
•Definição e Ações de
ajuste •Análise

Check Do Intervenção
Dados
Check (verificação): Ação de Apontamento:
•Elaboração de Relatórios •Registro de dados •Ação de produção com Realizados
•Reuniões para Análise e
DO Medição e Registro de
decisão dados

- Gerenciamento voltado para a melhoria Sistema a Montante Entradas Sistema Produtivo Saídas Sistema a jusante
- Cíclico e sem Fim

Figura 4 Figura 5

É importante ressaltar que, à medida que os ciclos produtivos se repetem, e por conseqüência os ciclos de
PDCA para controle, passa-se a ter um histórico do processo que possibilita análises mais profundas. Assim, é
interessante a criação de momentos que permitam uma reflexão mais ampla do sistema produtivo. Considerando que ele
é um sistema dinâmico, deve-se avaliar periodicamente as premissas e as referências contextuais (internas e externas) as
quais serviram de base para sua concepção, assim como estudar com mais profundidade os inter-relacionamentos mais
complexos, distantes no tempo e espaço, que possam estar afetando o sistema produtivo em análise. Desta forma,
propõe-se utilizar os ciclos PDCA de reflexão, sobrepostos aos ciclos PDCA de controle, formando um duplo loop
conforme figura 6 e 7.

AMPLIAÇAO DA PERSPECTIVA DE ADMINISTRAÇÃO  GERENCIAMENTO DA


PRODUTIVIDADE ATRAVÉS DO PDCA
Planejamento P D Desenvolvi-
•Metas mento da
•Medidas Execução P D

Ciclo de Reunião Mensal C A

Nível estratégico
Controle

A C
Ação Check para P D

Posterior Comparação Reunião Semanal C A

Ciclo de com o Nível tático


Reflexão Padrão
P D

Reunião Diária %Desem. %Desem. %Desem.

A C
C A %... %... %...

Ação de Check para


Nível operacional

melhoria/ CP CP CP
Avaliação/ Projetos de
Inovação Reflexão
P D

Melhoria C A

Figura 6 Figura 7

. Na implantação de sistemas gerenciais de produtividade é comum se estabelecer reuniões de análise (check)


para o ciclo de controle, com consolidação e periodicidade diferenciadas de dados para os diferentes níveis
hierárquicos. Espera-se que já haja reflexão nesses momentos, sendo que poderiam ser criadas outras situações
específicas para incentivo à reflexões pessoais e grupais, envolvendo diferentes níveis, pois diferentemente do controle

5
a reflexão não requer tanta estruturação.Veja na figura 7 um exemplo de periodicidade diferenciada para reuniões de
controle, em diferentes níveis hierárquicos, para análise dos indicadores de produtividade.

Teoria da variação

Outra grande contribuição de Deming, dentro do movimento da Qualidade Total, foi a disseminação da teoria
da variação, que está baseada na utilização de estatística. Conforme Deming (1997) “a vida é uma variação”, isto
significa que qualquer processo produtivo irá apresentar variabilidade em função dos diversos fatores que o afetam.
Assim, podemos esperar variação ao longo do tempo quanto aos resultados da medição de produtividade.

A questão é saber interpretar esta variação, a fim de gerar o aprendizado sobre o processo e a atuação gerencial
adequada. Isto seria equivalente a afirmação de Deming de que devemos saber “o que a variação está nos tentando dizer
sobre os processos”. Para tanto as causas podem ser divididas em dois grupos: causas comuns e causas especiais.

As causas comuns propiciam uma condição esperada, ou seja, previsibilidade, em função de uma “variação
estável”, considerada normal do ponto de vista estatístico. Isso se deve à atuação permanente de diferentes fatores
comuns ao processo, cuja combinação final provê uma variação estabilizada (ver figura 8 a variação de uma quantidade
defeitos). Pode-se melhorar uma situação estabilizada alterando seu nível de desempenho atual, e/ou reduzindo o
espectro da sua variação, em ambos os casos trata-se de uma ação sobre o sistema, que requer necessariamente uma
atuação dos níveis gerenciais (tático e/ou estratégico). Já as causas especiais provocam um resultado fora da variação
considerada normal, é quase sempre ocasionada por uma causa específica, mais facilmente identificada. Sua eliminação
pode necessitar apenas de uma atuação no nível operacional, podendo ou não envolver os níveis gerenciais.

 Quantidades de Defeitos  Equilíbrio Dinâmico

Desempenho / Semana (%)


Turno 1
75

Causa 72
Variação em torno de taxa estabilizada de crescimento
Especial 69
do desempenho, por Causas Comuns
66

63

60

57
Variação em torno de
54
um nível de
Melhor

Melhor

desempenho por 51

Causas Comuns 48
Atuação nas causas comuns 45

42
Novo nível de 39 Causa
desempenho Especial
36

33

30
2

10

11

12

13

14

15

16

17

18

19

20

21

22

23

Figura 8 Figura 9

A estabilização em torno de um “padrão médio” (conforme figura 8), relativamente fixo, é típico de um
sistema “sob controle estatístico”, sobre o qual se estabelece (naturalmente ou através de atuação gerencial) um ciclo de
controle voltado para circuito de equilíbrio, dentro do qual ocorre o tipo de feedback negativo. Entretanto, existem
situações onde a busca da melhoria constante, envolvendo alteração do nível de desempenho, ocorre tão integrada ao
controle (devido à reflexão permanente) que se estabelece um equilíbrio dinâmico, caracterizado por um circuito de
informação e de ação voltado para o reforço (crescimento ou decrescimento), típico de um feedback positivo. Neste
último caso, podemos visualizar o equilíbrio dinâmico através da variação apresentada na figura 9. Neste caso a
variação considerada normal tem suas causas comuns relacionadas a um circuito de reforço constante, ou seja, de
feedback positivo, isto até a semana 20, quando algo especial aconteceu. O impacto dessa causa especial parece ter
criado dificuldades para retomar aos patamares anteriores, o que seria um indício que a atuação na causa especial ou foi
inadequada ou houve uma alteração no sistema, que poderá passar a ter uma nova característica de evolução de
desempenho.

4- Estudo de caso

Com o intuito de demonstrar a aplicação dos conceitos apresentados anteriormente, será apresentado um estudo
de caso de implantação de um sistema de produtividade em uma fábrica de ração altamente automatizada e

6
caracterizada por linhas de produção. A fábrica está instalada no Brasil e faz parte de um grupo empresarial
agropecuário, que além de possuir outras fábricas, atua também em outros negócios relacionados.

O início do projeto ocorreu em novembro de 2001, sendo que a utilização dos indicadores e relatórios
gerenciais se deu a partir de março de 2002, e os motivos que levaram a busca de um sistema gerencial foram:
necessidade de atender um crescimento esperado de demanda; existência de um potencial produtivo que poderia ser
melhor explorado (tal crença se devia a capacidade nominal dos equipamentos); necessidades de minimizar paradas por
falhas operacionais de equipamentos e por fim, a importância da produtividade no mercado em que a empresa atua.

Quanto ao gerenciamento da produtividade, a situação existente era a seguinte:

A empresa utilizava os seguintes indicadores: Produção (ton)/ por turno-mês (para análise mensal),
produção (ton)/hora-homem de produção (que também era analisado apenas mensalmente) e
quantidade de mistura errada (ton)/ quantidade total produzida (ton) (%,também analisado apenas
mensalmente). A base dos parâmetros quantitativos utilizados como referência para avaliação
posterior das melhorias proporcionadas pelo projeto estão apresentados na fig. 10.

Não estava claramente estabelecida e divulgada a definição operacional de como era medido o
denominador do indicador produção/hora-homem (havia certa variação causada pelo critério de
apuração)

A sistemática de medição dos indicadores produção(ton)/hora-homem e quantidade de mistura errada


(ton)/ quantidade total produzida não estavam confiáveis.

Os indicadores produção(ton)/ por turno-mês e produção/hora-homem podiam ser afetados pela falta
de demanda, podendo apresentar queda, independente de qualquer empenho ou competência gerencial
Fabril

 LEVANTAMENTO PRELIMINAR
PROCESSOS CRÍTICOS
SITUAÇÃO INICIAL
Ensaque
PARÂMETROS QUANTITATIVOS
Peletização
PRODUÇÃO PRODUTIVIDADE MISTURA
ERRADA
________________ _________________ _______________
máxima alcançada média mês média mês
2001 (julho) 2001 (jan - ago) 2001 (jan - ago)
________________ _________________ _______________
Mistura
7.947 t 0.56 t / hh (de 0.67 %
em 3 turnos produção)
________________
2.649 t / turno GARGALO!!!

Figura 10 Figura 11

Observou-se que a utilização de indicadores medidos apenas mensalmente, não propiciava uma atuação
gerencial adequada. Da mesma forma, por haver automatização dos principais equipamentos, a ausência de indicadores
relacionados à hora-máquina também não permitia uma orientação para atuação gerencial, a qual acabava se
preocupando com redução de mão-de-obra nos processos secundários e de apoio (com a intenção de melhorar o
indicador tonelada/hora-homem), o que desviava o foco de melhorar a desempenho dos equipamentos “gargalo”.

O projeto iniciou-se com a avaliação do ambiente organizacional de “chão de fábrica” (materiais e pessoal) e
dos principais fluxos de informação relativos à programação e controle da produção (PCP) do estoque (de insumos e
produtos acabados). Através do levantamento de fatores relacionados ao sistema produtivo foram elaborados vários
planos de ação para melhorar as condições de organização da produção.

Enquanto determinadas melhorias eram implementadas, foram identificados os grupos principais de produtos
(curva ABC), definida a seqüência de produção destes e determinados os processos considerados críticos. Através dos
tempos padrões (estabelecidos por cronoanálise), identificou-se o gargalo atual com sendo o processo realizado no

7
conjunto produtivo denominado “mistura” (figura 11). Assim, optou-se por estruturar inicialmente o sistema de
gerenciamento de produtividade sobre este conjunto produtivo.

Portanto o PDCA (com duplo Loop de aprendizagem) foi estruturado conforme figura 12. Sendo o ciclo de
controle composto de: (P) definição de tempos padrão, de indicadores (%utilização, %eficiência, %conformidade e
%desempenho) e da sistemática de medição e de geração de relatórios; (D) apontamento de produção, motivos de
parada e lotes rejeitados; (C) sistematização de reuniões diárias, semanais e mensais, utilizando relatórios de
indicadores para análise; (A) ata de reuniões para definir as ações de ajuste e garantir a implementação das mesmas.

A M P L IA Ç Ã O D A P E R S P E C T IV A D E A D M IN IS T R A Ç Ã O
A p lic a d a à G e s tã o d a P ro d u tiv id a d e
Data: Hora Início: Hora Fim:

P la n e ja m e n to P •T e m p o s P a d rõ e s
•In d ic a d o re s OF
Cód
Produto Destino Linha
Quant/Ba Bat
t Padrão D
•C o le ta e
T ra ta m e n to d a
in fo rm a ç ã o

A p o n ta m e n to
C ic lo d e
C o n tro le
A A ta d e R e u n iã o R e la tó rio C
OQUE QUEM QUANDO COMO Hora Tempo Trab %Utiliz %Efic %Conf
Comunicação do Painel Adriana / Dionísio Até 12/07 Passar requisição do
de Comando comárea
Parada
aparelho e serviço de
de Abastecimento (Silos instalação para 3,35 5,73 63,11 80,72 100,00
de Alvenaria Farelados) Dionísio .(URGENTE) 1,79 7,21 80,11 96,73 100,00
MEDIDADAVAZÃODE ABASTECIMENTODE MP.
C ic lo d e OQUE QUEM QUANDO COMO
3,24
2,30
5,76
6,77
64,00
74,64
83,56
70,90
100,00
100,00
Medir vazão do Eduardo / Júlio Até 12/07 Fazer levantamento
R e fle x ã o Sistema: Silo Farelado, dimensional dos 2,90 6,35 68,65 69,18 100,00
Silos de Grãos. equipamentos 13,58 31,82 70,09 80,22 100,00

D e s e m p e n h o F a b ril C o n s o lid a d o / S e m a n a

70 ,00

A C
65 ,00

Ação de
60 ,00
55 ,00

C h e c k p a ra
%

50 ,00
45 ,00

m e lh o ria /
Horas Paradas
Acumulado de Mar-Jul/02
40 ,00 Caf é/Ginástica/Almoço

A v a lia ç ã o /
Manutenção
35 ,00 250 Falta de abastecimento
225 Falta de silo destino
Set Up
30 ,00 200
175 Reprocesso

In o va ç ã o
Material Agarrado
2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16
1501 7 18 19 20 21 22 23
Horas 125
Falta de OF
Falta de matéria prima
100 Reunião/Treinamento

R e fle x ã o
75
S e man as 50
Falta de Energia
Manutenção Externa
25 Falta de Operador
0
Motivos

Figura 12

Também na figura 12 está presente o ciclo de reflexão, cujo objetivo está em realizar análise da evolução dos
indicadores e reavaliar as premissas do sistema (tempos-padrão, gargalo atual, etc.).

O sistema gerencial utilizando novosos indicadores voltados para hora-máquina (% utilização, % eficiência
operacional, % conformidade e % de desempenho), com reuniões para análise de intervalos curtos de tempo (a partir de
relatórios diários por turno), gerou um aumento significativo sobre os indicadores anteriormente existentes de
Produção(ton)/turno-mês e Ton/hora Homem, a partir de sua implantação em março de 2002. Sendo que a melhora do
desempenho já vinha sendo observada pelas ações que estavam sendo realizadas a partir das orientações decorrentes da
análise inicial (ver figuras 13 e 14).

 RESULTADOS QUANTITATIVOS  RESULTADOS QUANTITATIVOS


 RESULTADOS QUANTITATIVOS
Produção Média (ton) / Turno Produtividade t / hora-homem
5000 Mistura Errada (%)
4700 0.85
4400
4100 0.80 2.00
3800
3500 0.75
1.50
3200 0.70
2900 0.65 1.00
2600
2300 0.60
2000 0.50
0.55
Jan-02

Jul-02
Feb-02

Jun-02
May-02
Apr-02
Mar-02
Média Jan-Ago/01

0.50 0.00
Ago/01

Ago/01

Feb-02

Jun-02
Apr-02
Feb-02

Jun-02
Apr-02

Média
Média

Jan-
Jan-

Mistura Errada (%)


Produção Média (ton) / Turno Produtividade (t / hh)

Figura 13 Figura 14 Figura 15

Com relação ao indicador de mistura errada (ver fig 15), foi confirmada a suspeita de que as medições
anteriores não eram confiáveis. Pois, apesar de haver grande quantidade de mistura errada nos depósitos, os registros
utilizados para medição não correspondiam, tal que, ao se implementar o sistema gerencial a produção da quantidade de
mistura errada aparentemente subiu (na realidade passaram a ser registradas), apresentando posteriormente uma queda
real pelas ações tomadas.

8
A utilização do novo conjunto de indicadores voltados para hora-máquina resultou numa melhoria significativa
dos parâmetros utilizados como referência no início do projeto. E ainda, o foco gerencial voltado para a melhoria no
desempenho do gargalo refletiu na melhoria do desempenho da fábrica como um todo (ver fig. 16 e 17). Entretanto,
uma analise mais depurada, que utiliza uma evolução por semana, indica que ainda existe instabilidade no sistema, mas
o aprendizado tem permitido a retomada do crescimento do desempenho.

 RESULTADOS QUANTITATIVOS AVALIAÇÃO DOS RESULTADOS - AGOSTO / 02

PARÂMETROS QUANTITATIVOS
Desempenho Fabril Consolidado / Semana
67.50
65.00
PRODUÇÃO PRODUTIVIDADE MISTURA
62.50 ERRADA
60.00 ________________ _________________ _______________
57.50
55.00 máxima 2002 média mês média mês
52.50 (julho) 2002 (1 semestre) 2002 (1 semestre)
%

50.00
47.50
________________ _________________ _______________
45.00 7.516 t 0.713 t / hh (de 0.88%
42.50 em 2 turnos produção)
40.00 - 31%
37.50 ________________
35.00 3.758 t / turno + 27%
2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23
Semanas + 42% Melhorou
Piorou

Figura 16 Figura 17

5- Conclusão e contribuição final

Pelo estudo de caso apresentado, pode-se perceber que as empresas industriais em situações gerenciais
semelhantes ao caso poderão obter ganhos significativos ao adotar sistemas gerenciais de produtividade com base nas
condições apresentadas.

A fim de sintetizar as principais idéias apresentadas e apresentar alguns cuidados que devem ser tomados em
relação ao gerenciamento da produtividade, apresentamos alguns princípios genéricos que julgamos importantes de
serem compreendidos para estruturar quaisquer sistemas de gerenciamento da produtividade, sendo que muitos deles
estão inter-relacionados:

1. A produtividade de um sistema produtivo é equivalente à produtividade de sua restrição (ou gargalo).

Qualquer sistema produtivo possui restrição (ões), que limita (m) a capacidade produtiva total, isto faz
com que a produtividade do sistema seja equivalente a produtividade da (s) restrição (ões). Ou seja, todos
os recursos produtivos que não são uma restrição possuem naturalmente capacidade ociosa, e uma
produção maior que capacidade da restrição irá apenas gerar estoques intermediários, e não produtos
finais.

2. É importante ter uma definição clara da produtividade.

A produtividade de um sistema é sempre estabelecida pela relação entre: resultados gerados (output) pelo
sistema e recursos utilizados (Input) pelo sistema (resultado/recurso ou output/input), mas deve haver uma
definição operacional clara do que se compõe o numerador e o denominador do (s) índice (s) de
produtividade.

3. Apresentar a produtividade como um indicador numérico, e entendê-la como resultado de um


sistema.

A produtividade é, normalmente, representada por um índice, que apresenta um indicador numérico do


nível de produtividade. Mas, cuidado, como disse Deming: a medição da produtividade não leva,
necessariamente a melhoria da produtividade. A produtividade é fruto dos processos de trabalho e de
gerenciamento. Apenas através da participação das pessoas envolvidas no sistema, e do aumento do
conhecimento dos processos, é que se promove a melhoria da produtividade.. Lembrar que as causas e
efeitos da variação da produtividade podem estar distantes no tempo e espaço, e da relação direta com o
próprio recurso focado. Por exemplo, Craig e Harris (apud Sumanth,1984), citam o caso em que uma
melhoria de qualidade na matéria prima poderia gerar uma interpretação equivocada de melhor

9
desempenho das pessoas, quando se está utilizando um indicador de produtividade relacionado à mão de
obra. Como exemplo de conseqüências relacionadas, um exemplo seria quando se alcança um aumento de
produtividade industrial gerando um aumento de estoque de produtos de baixo giro.

4. A sistemática para calcular os indicadores é tão importante quanto os próprios indicadores.

Tão importante quanto definir os indicadores de produtividade, é a definição da sistemática para coleta e
tratamento dos mesmos: a definição operacional dos indicadores, a forma de estabelecer padrões ou metas,
a forma de medição das variáveis, o processamento dos dados, a geração de informação gerencial, a
análise e a intervenção no sistema. Os índices de produtividade apresentados de forma relativa (%) têm
sido mais utilizados para motivar ações gerenciais, pois relaciona a produtividade efetiva com uma
produtividade teórica padrão (uma meta implícita do que é possível).

5. O gerenciamento da produtividade exige raciocínio sistêmico.

Para gerenciar o desempenho de um sistema adequadamente, as medições de produtividade devem possuir


um enfoque amplo, sendo importante a utilização de diversos indicadores combinados, a fim de garantir
um enfoque sistêmico. Para gerenciar o desempenho fabril, poderia se considerar a utilização da
produtividade baseada no recurso máquina combinada com outras medidas de produtividade baseadas nos
recursos materiais e mão de obra, assim como, a relação com indicadores econômicos globais.

6. Indicadores de produtividade devem motivar o aprendizado, e não a punição.

Um sistema de gerenciamento de produtividade deve propiciar melhoria de desempenho, através do


incentivo à aprendizagem permanente (girando o PDCA), e conseqüentemente à melhoria contínua, e não
se tornar um instrumento de punição.

7. Indicadores dependem de pessoas para se tornarem um instrumento gerencial.

Um sistema de gerenciamento da produtividade não substitui a necessidade de possuir pessoas com


capacidade de solucionar problemas e de se aprofundar o conhecimento nos processos de trabalho.
Indicadores de produtividade podem não passar de números, e gráficos, se não houver pessoas capacitadas
para interpretá-los e tomar ações gerenciais. Devendo-se, principalmente, preparar as pessoas para
interpretar a evolução dos indicadores através da “teoria da variação”, proposta por Deming.

8. A utilização de pessoal especializado para suporte em conjunto com a equipe operacional pode gerar
ganho significativo.

Pode-se comprovar pelos indicadores, que o aumento de produtividade do trabalho operacional direto,
normalmente, compensa certo investimento no trabalho indireto, tais como: de engenharia, de informática
e da maior atuação da chefia no controle e análise.

9. A implantação de um sistema de gerenciamento da produtividade deve ser conduzida como um


projeto.

O desenvolvimento e implantação de um sistema de gerenciamento de produtividade envolvem uma


mudança significativa nas rotinas gerenciais. Isto implica, em considerar um aumento significativo de
complexidade nos aspectos técnicos e comportamentais no ambiente de trabalho, o que não significa
aumento de complicação, pelo contrário, significa aumento da capacidade de interagir com a realidade
empresarial e prover soluções de maior qualidade. E, por sua complexidade, deve ser tratado como um
projeto, e gerenciado com os cuidados exigidos como tal.

10. Existem diferentes modos de se melhorar a produtividade.

A produtividade pode ser melhorada através de 5 modos básicos, conforme Sink e Tutle (1993)
apresentam através do Quadro 1. Mas, sempre que possível considere primeiramente as possibilidades de
aumento dos resultados, pois, como diria Goldratt, o pai da teoria das restrições, uma empresa existe para
gerar ganhos e não para gerar redução de custos.

10
Resultado (Output) Recurso (Input) Melhoria da produtividade

Aumenta Diminui

1 ------------------------

Aumenta Permanece constante

2 ------------------------

Aumenta Aumenta, mas com menor


intensidade
3 ------------------------

Permanece constante Diminui =

4 ------------------------

Diminui Diminui, mas com maior


intensidade
5 ------------------------

Quadro 1. Modos básicos de aumentar a produtividade (Sink e Tutle,1993)

6- Bibliografia
Bititci, U.S., Carrie, A. S.. McDevitt, L., 1997. “Integrated performance measurement systems: a development guide”.
International Journal of Operations & Production Management, v.17, n.5, p.522-534.
Correa, H. and Slack, N., 1994. “Flexibilidade Estratégica na Manufatura: Incertezas e Variabilidade de Saídas”,
Revista de Administração, v.29. n.1, jan./mar.
Crowe, T.J. and Nuño, J.P., 1991.”Deciding manufacturing priorities: flexibility, cost, quality and service”, Long Range
Planning, v.24, p. 88-95.
Deming, W. E., 1990. “Qualidade a revolução da administração”, Rio de Janeiro: Marques-Saraiva.
Deming, W. E., 1997. “A nova economia”, Rio de Janeiro: Qualitymark.
Fry , T.D. and Cox, J.F., 1989.”Manufacturing performance: local versus global measures”, Production and Inventory
Management Journal, v. 30, n.2, p.52-57, 2th quarter
Ginsberg, A., 1998.” Measuring and modelling changes in strategy: theoretical foundations and empirical directions”,
Strategic Management Journal, v. 9.
GOLDRAT, E. M., 1990. “What is the thing called TOC”, Great Barrington (USA): The North River Press.
GOLDRAT, E. M., 1990. “The theory of constraints” . Croton-on-Hudson, N. Y.: North River Press
GOLDRAT, E. M., 1992.” A corrida pela vantagem competitiva”, São Paulo: Educator
GOLDRAT, E. M., 1994. “Mais que sorte , um processo de raciocínio”. São Paulo: Educator
Johnson, H. and Kaplan, R.S. 1993.”Relevance lost - the rise and fall of management accounting”, Boston: Harvard
Business School Press.
Ostrenga, M.R. et alli, 1993. “Guia da Ernest & Young para gestão total dos custos”, Rio de Janeiro: Record
Sashkin, M. and Kiser, K., 1994. “Gestão da qualidade total na prática”, Rio De Janeiro: Campus
Sink,D. S. and Tutle, T. C., 1993.”Planejamento e medição para performance”, Rio de Janeiro: Qualitymark.
Soares, R. M. S. M., 1990.”Gestão da empresa, automação e competitividade”, Brasília: IPEA/IPLAN.

11

Você também pode gostar