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Marcas
Prof.ª Heloisa Rosa
Indaial – 2019
2a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2019
Elaboração:
Prof.ª Heloisa Rosa
R788g
Rosa, Heloisa
ISBN 978-85-515-0368-3
CDD 658.8
Impresso por:
Apresentação
Acadêmico, seja bem-vindo à disciplina de Gestão de Produtos e
Marcas! Nesta disciplina você verá importantes conceitos sobre criação e
gestão dos produtos e das marcas nas organizações. De forma geral, você
compreenderá este contexto por meio de três importantes cenários, divididos
nos capítulos deste livro: A realidade atual do Marketing; Criação e Gestão
de Produtos; Criação e Gestão de Marcas.
III
marca precisa definir de maneira estratégia suas submarcas, como marcas
de produtos ou outras marcas que detém e, para que consiga fazer isso com
sucesso, deverá ser amparada pela Arquitetura de Marca.
Como você pode ver, este cenário atual de criação e gestão de novos
produtos e novas marcas exige um conhecimento de diversos elementos e,
principalmente, uma atenção especial às mudanças constantes. Acadêmico,
ao final deste livro, você deverá compreender que não existem fórmulas de
sucesso que possam ser replicadas aos negócios, pois o ambiente de negócios
é altamente complexo. Existem, sim, modelos que podem ser considerados.
No entanto, cabe aos profissionais de Marketing terem conhecimentos
das ferramentas e capacidades analíticas para aplicá-las em momentos
adequados.
Assim, esperamos que a leitura deste livro seja leve e consiga fazer
você refletir sobre este cenário de mudanças. Aproveite as dicas, leia os
conteúdos complementares e conte conosco em nossos canais de atendimento
para tirar as dúvidas que surgirem ao longo do seu caminho de compreensão
de Gestão de Produtos e Marcas.
Boa leitura!
Prof.ª Heloisa Rosa
IV
NOTA
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
UNI
V
VI
Sumário
UNIDADE 1 – A REALIDADE ATUAL DO MARKETING............................................................. 1
VII
LEITURA COMPLEMENTAR................................................................................................................ 74
RESUMO DO TÓPICO 1........................................................................................................................ 79
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 80
VIII
TÓPICO 3 – GESTÃO DE MARCAS.................................................................................................... 147
1 INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 147
2 PORTFÓLIO DE MARCAS ............................................................................................................... 147
2.1 MARCA MESTRE ............................................................................................................................ 151
2.2 MARCA ENDOSSANTE ............................................................................................................... 152
2.3 SUBMARCA .................................................................................................................................... 153
2.4 NOVA MARCA . .............................................................................................................................. 154
2.5 ESTRATÉGIAS HÍBRIDAS ............................................................................................................. 155
3 FATORES ESSENCIAIS NA GESTÃO DE MARCAS .................................................................. 156
LEITURA COMPLEMENTAR................................................................................................................ 163
RESUMO DO TÓPICO 3........................................................................................................................ 169
AUTOATIVIDADE.................................................................................................................................. 170
REFERÊNCIAS.......................................................................................................................................... 171
IX
X
UNIDADE 1
A REALIDADE ATUAL DO
MARKETING
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
1
2
UNIDADE 1
TÓPICO 1
ECONOMIA DE NICHO
1 INTRODUÇÃO
Compreender a sociedade em que vivemos é fundamental para a
construção e gestão de produtos e marcas que atendam às necessidades dos
consumidores. Por isso, neste tópico inicial, entenderemos como as mudanças
econômicas impactaram nas lógicas de consumo e como é importante estarmos
atentos às próximas mudanças que estão por vir nesta era extremamente
tecnológica e conectada. Assim, abordaremos três pontos principais para esta
compreensão: O poder nas mãos do consumidor, A cauda longa e Movimento
Maker.
De maneira geral, este tópico tem como intuito apresentar a você que
a sociedade em que vivemos e trabalhamos está muito mais democrática e
possibilita que as marcas e produtos sejam criados independentemente de
barreiras financeiras. A internet proporcionou que os pequenos negócios
pudessem competir nos grandes mercados.
5
UNIDADE 1 | A REALIDADE ATUAL DO MARKETING
6
TÓPICO 1 | ECONOMIA DE NICHO
DICAS
7
UNIDADE 1 | A REALIDADE ATUAL DO MARKETING
9
UNIDADE 1 | A REALIDADE ATUAL DO MARKETING
3 A CAUDA LONGA
Como você viu na seção anterior, passamos por mudanças constantes
que alteraram o papel do consumidor, deixando de ser uma audiência
massiva para uma audiência específica que deve ser compreendida para a
construção de diálogos com as marcas. Neste contexto, também falamos sobre
como os negócios precisam entregar valores específicos às necessidades dos
consumidores. Agora pare para pensar: se os negócios precisam atender às
necessidades cada vez mais específicas de uma gama imensa de consumidores,
passamos a ter diversas necessidades diferentes para atender, certo? Se antes,
os negócios precisavam atender somente às necessidades de produto, hoje,
precisam atender a necessidades para além do produto, como posicionamento,
impacto social e presença digital constante.
10
TÓPICO 1 | ECONOMIA DE NICHO
11
UNIDADE 1 | A REALIDADE ATUAL DO MARKETING
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TÓPICO 1 | ECONOMIA DE NICHO
FONTE: <https://www.cocacolabrasil.com.br/historias/seremos-uma-companhia-de-bebidas-
completa-diz-james-quincey-presidente-da-the-coca-cola-company> Acesso em: 1º fev. 2019
13
UNIDADE 1 | A REALIDADE ATUAL DO MARKETING
o poder. O que Anderson (2006) aponta de novo é que devemos olhar para a força
dos muitos negócios que vendem pouco, pois a sua força, somada, é considerável.
Vamos analisar o gráfico?
• Ligação entre oferta e procura: esta última força diz respeito às possibilidades
que ferramentas de busca, como Google, trouxeram aos negócios de nicho. A
inteligência dos dados considerando padrões comportamentais dos usuários
possibilitou que os consumidores chegassem aos negócios de nicho de
maneira mais rápida e com menores investimentos destes negócios. Além
da busca, possibilidades de anúncios com baixo alcance e alta segmentação
proporcionado pelo Google gerou a ascensão dos negócios de nicho.
Considerando estes três impulsionadores da economia de nicho, vemos
uma diversificação de produtos presente. A democratização das ferramentas
de produção tem possibilitado o surgimento de uma quantidade de produtores
até antes não vista, que conseguem distribuir seu conteúdo com um alcance até
então não visto e, podem alcançar o consumidor certo com facilidades até então
14
TÓPICO 1 | ECONOMIA DE NICHO
4 MOVIMENTO MAKER
Compreender a evolução tecnológica contribui significativa-
mente para a compreensão das lógicas comportamentais, culturais e econômicas de
uma sociedade. Até aqui, você já percebeu que a evolução tecnológica trouxe uma
nova relação entre marcas e consumidores e criou alternativas para os pequenos
negócios. Atrelado à expansão da economia de nicho, que possibilita que pequenos
produtores possam ter sua fatia significativa no mercado, temos novas possibili-
dades de produção industrial. O fácil acesso a ferramentas tecnológicas, como a
impressora 3D e cortadoras a laser, por exemplo, torna a produção em grande es-
cala possível sem grandes investimentos. Ou seja, partimos para um momento em
que pequenas industrias podem ser criadas e podem atender os consumidores de
maneira tão assertiva quanto às grandes indústrias.
15
UNIDADE 1 | A REALIDADE ATUAL DO MARKETING
DICAS
16
TÓPICO 1 | ECONOMIA DE NICHO
FONTE: <https://trends.google.com/trends/explore?date=2009-08-01%20
2019-02-08&geo=BR&q=kit%20cerveja%20artesanal> Acesso em: 8 fev. 2019.
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UNIDADE 1 | A REALIDADE ATUAL DO MARKETING
FONTE: G1 (2018)
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TÓPICO 1 | ECONOMIA DE NICHO
DICAS
Se você nasceu antes dos anos 2000 com certeza deve lembrar da Blockbuster.
Essa empresa americana, criada no ano de 1985, foi um marco na vida do brasileiro. Ela
era uma das gigantes no setor de entretenimento, queridinha dos investidores. Provedora
de serviços de aluguel de filmes e games, essa empresa teve seu pico de crescimento em
2004 com 9.094 lojas no mundo e seu valor em bilhões. No entanto, apesar do sucesso, a
Blockbuster foi rapidamente da ascensão à queda, sem nem respirar.
A empresa, que era considerada a maior no seu mercado, foi derrubada principalmente
pela inovação. Leia o artigo disponível neste link: https://inteligencia.rockcontent.com/
blockbuster-e-netflix/ e confira dicas e exemplos que ajudarão a não deixar o mesmo
acontecer com seu negócio.
19
RESUMO DO TÓPICO 1
20
• A facilidade na busca de informações, bem como a disponibilização de
instrumentos industriais para pequenos produtores, garantiu o crescimento
destes pequenos produtores.
21
AUTOATIVIDADE
1 Você viu que o Marketing passou por diversas mudanças ao longo dos anos,
impulsionadas pelos avanços tecnológicos. Nestes diferentes contextos, o
Marketing 1.0, 2.0, 3.0 e 4.0 explica muito bem estas mudanças. Considerando
esta realidade, descreva as características do Marketing 1.0, Marketing 2.0,
Marketing 3.0 e Marketing 4.0.
22
UNIDADE 1
TÓPICO 2
IMPACTO SOCIAL
1 INTRODUÇÃO
Como você viu no tópico anterior, temos muitas particularidades no
mercado de negócios atual, caracterizado pela necessidade de diferenciação dos
negócios considerando os valores, forte presença dos negócios de nicho e mercado
industrial potencializado pela cultura Maker. Neste contexto, os valores, cada
vez mais essenciais para as organizações, são resultado de uma conscientização
das organizações acerca do mundo. O fato é que o consumidor atual valoriza
marcas que tenham impacto social positivo na sociedade em que estão inseridas,
trazendo à tona discussões a respeito dos paradoxos causados pela globalização,
o Marketing pela redução da pobreza e criação de negócios de impacto social.
23
UNIDADE 1 | A REALIDADE ATUAL DO MARKETING
Todo este contexto social tem ganhado muita força na criação de negócios,
produtos e serviços que, tem por finalidade contribuir para redução de problemas
e, como consequência, contribui para a geração de valor às marcas. Assim, é
fundamental que, ao abordarmos criação de produtos e serviços, tenhamos em
mente que os produtos e serviços criados precisam estar alinhados aos anseios do
consumidor crítico, trazendo impacto positivo à sociedade.
2 PARADOXO DA GLOBALIZAÇÃO
Como já visto, o Marketing 3.0 explica a necessidade das empresas em
dialogarem com seus consumidores, considerando seus anseios e o impacto
social. Esta necessidade, relacionada a outros fatores que vimos, contribuem
para termos uma sociedade de consumo cada vez mais segmentada e complexa.
O que temos no momento é uma necessidade cada vez maior de conhecer as
especificidades do consumidor, muito além de suas preferências relacionadas ao
produto. Precisamos, sim, entregar bons produtos; mas precisamos, ainda mais,
entregar boas marcas ao consumidor. Kotler, Kartajaya e Setiawan (2010), no ano
de 2010, já falavam sobre como as marcas necessitam conhecer as necessidades
de consumo do consumidor, mas também precisam conhecer seus anseios mais
individuais, relacionados à mente, coração e espírito. O que os autores (KOTLER;
KARTAJAYA; SETIAWAN, 2010) discutem ao falar “mente, coração e espírito” é
que o consumidor de hoje não compra produtos e serviços considerando apenas
sua entrega funcional, mas compra produtos com baixo impacto.
24
TÓPICO 2 | IMPACTO SOCIAL
25
UNIDADE 1 | A REALIDADE ATUAL DO MARKETING
E
IMPORTANT
Philip Kotler, no lançamento de seu livro “Marketing 3.0”, concedeu uma pequena
entrevista à Revista Exame (REVISTA EXAME, 2010) sobre o tema, apresentando alguns bons
exemplos de negócios que consideram o impacto social em suas estratégias. Leia a seguir:
O Marketing 3.0 prega que as empresas devem ter preocupações ambientais e sociais.
Isso não é uma visão romântica dos negócios?
A Home Depot, uma grande cadeia de material de construção e bricolagem, fez um
experimento em que oferecia dois tipos de madeira semelhantes. Uma das opções era
madeira certificada como sustentável e a outra era madeira comum. Com preços iguais, a
maioria absoluta dos consumidores comprou a madeira certificada. Em uma segunda etapa,
a madeira certificada foi oferecida por um preço um pouco mais alto do que a comum. Ainda
assim, 35% dos consumidores se dispuseram a comprá-la. O experimento mostra que, pelo
mesmo preço, um produto ou uma marca verde será o escolhido.
Mesmo gastando com causas sociais, é possível ter lucratividade acima da média?
Sim. Uma empresa tem de decidir se quer olhar o curto ou o longo prazo. Com frequência,
empresas que se fixam em lucrar no curto prazo são perdedoras em um horizonte mais
longo. Você pode tentar ganhar dinheiro pagando o menor salário que puder, escolhendo
fornecedores baratos e espremendo todos os demais custos. Mas essa estratégia não vai
durar muito, porque acabará gerando uma força de trabalho, fornecedores e produtos de
baixa qualidade. As firmas vencedoras e mais lucrativas são aquelas que se aproximam do
Marketing 3.0, o que significa também mirar o longo prazo. Suas marcas são mais valiosas
e seus consumidores são mais fiéis. Evidências recentes mostram que o valor das ações de
negócios 3.0 cresceu 45%, ante 12% dos outros.
26
TÓPICO 2 | IMPACTO SOCIAL
DICAS
Além desta breve entrevista de Phillip Kotler, assista a este vídeo que
apresenta outra entrevista do autor, realizada pela HSM. Acesse: https://www.youtube.com/
watch?v=m7KJyxNt-y8.
27
UNIDADE 1 | A REALIDADE ATUAL DO MARKETING
Como é possível ver no quadro das três forças propulsoras, duas são
promovidas por organizações. Partimos, neste contexto, para as organizações
assumindo a responsabilidade de resolver problemas sociais que até então seriam
de responsabilidade de governos. Neste cenário, empresas podem desenvolver
produtos que possibilitem maior acesso da população pobre à informação e
podem também oferecer serviços a baixo custo, acessíveis, que promovam o
28
TÓPICO 2 | IMPACTO SOCIAL
29
UNIDADE 1 | A REALIDADE ATUAL DO MARKETING
Como você pode ver no caso da Grameen Danone Foods, esta é uma
empresa com produtos dirigidos a resolver um problema social. Assim, a Grameen
Danone se coloca como um exemplo de organização que contribuiu para resolver
um problema social e ampliar o poder da base da pirâmide, atendendo a uma
população até então não considerada. Assim, este negócio pode ser inserido no
contexto que Kotler, Kartajaya e Setiawan (2010) explicam como “Busca de novos
Mercados não atendidos”.
30
TÓPICO 2 | IMPACTO SOCIAL
NOTA
Este modelo de negócio se difere das ONGs, pois tem objetivo financeiro
em seu escopo, não dependendo que doações de terceiros para sobreviver. Ainda,
não podem ser definidas como ações de responsabilidade social, pois o impacto
social é o motivador da empresa e não uma externalidade positiva (BARKI, 2015).
Você pode ver a seguir, as diferenças entre este modelo de negócio e outros
existentes.
Negócios
ONGs Negócios Sociais
Tradicionais
Maximização do Maximização do Maximização dos
Objetivo
Impacto Social Impacto Social Lucros
Meios Doações Autossustentável Autossustentável
FONTE: Adaptado de <https://www.yunusnegociossociais.com/o-que-so-negcios-sociais>.
Acesso em: 19 jul. 2019.
31
UNIDADE 1 | A REALIDADE ATUAL DO MARKETING
32
TÓPICO 2 | IMPACTO SOCIAL
BASE DA PIRÂMIDE
Produtos ou Qualquer produto ou serviços para venda direta a população
serviços de baixa renda.
Clientes Exclusivamente para pessoas de baixa renda.
Estrutura de Visa lucros, há distribuição de dividendos.
lucros
Exemplo Empresa de grande porte que desenvolve um novo produto
para venda, destinado a pessoas de baixa renda. Um exemplo é
a Coca-Cola vendida a R$1,00.
FONTE: Petrini, Scherer e Back (2016, p. 2013)
33
UNIDADE 1 | A REALIDADE ATUAL DO MARKETING
34
TÓPICO 2 | IMPACTO SOCIAL
Visa lucros, há
Visa lucros, há distribuição
distribuição de Não visa lucros.
de dividendos.
dividendos.
Joint-venture da Gramen
Empresa que compra a
Danone – grandes
matéria-prima de pessoas
empresas investem
Empresa de grande de baixa renda (alface). Os
dinheiro e conhecimento
porte que desenvolve funcionários que limpam,
no processo de
Exemplo
35
UNIDADE 1 | A REALIDADE ATUAL DO MARKETING
Vimos no início deste tópico que o negócio de impacto social, seja ele
qual for a sua especificidade, “refere-se basicamente a organizações que almejam
gerar impacto social a partir da oferta de produtos e serviços que diminuam a
vulnerabilidade da população de baixa renda e, desta forma, tenham um retorno
financeiro” (BARKI, 2015, p. 1). Como foi possível verificar, os três modelos de
negócio se diferenciam em diversos aspectos, no entanto, tem como base central o
oferecimento de impacto social positivo por meio dos produtos ou serviços.
36
TÓPICO 2 | IMPACTO SOCIAL
LEITURA COMPLEMENTAR
37
UNIDADE 1 | A REALIDADE ATUAL DO MARKETING
FONTE: Adaptado de: COSTA, V. C. S.; GUEDES, C. A. M., A Empresa Social Grameen Danone:
uma experiência pioneira. XIV SEMEAD – Seminários em Administração, out. 2011. Disponível
em: http://sistema.semead.com.br/14semead/resultado/trabalhosPDF/132.pdf. Acesso em: 9 set.
2019.
38
RESUMO DO TÓPICO 2
• Os negócios sociais se diferem das OGNs, pois geram seu próprio recurso
financeiro e se diferem de negócios tradicionais, pois buscam a resolução de
problemas sociais em vez do lucro.
• Os negócios de impacto social podem ser divididos em: negócios para a base
da pirâmide, negócios sociais e negócios inclusivos.
39
• Os negócios sociais têm como objetivo principal o oferecimento de serviços e
produtos que resolvam algum problema social evidente.
40
AUTOATIVIDADE
41
42
UNIDADE 1
TÓPICO 3
IMPACTO TENOLÓGICO
1 INTRODUÇÃO
O cenário tecnológico em que vivemos traz grandes impactos para a
sociedade e para os negócios. Pequenas descobertas no campo da computação
podem mudar mercados inteiros, alterando as lógicas de produção e consumo.
Como resultado, as marcas sofrem com estas mudanças, tendo que remodelar
seus produtos e posicionamento perante o mercado.
2 CRESCIMENTO EXPONENCIAL
Quando falamos de desenvolvimento tecnológico na era atual,
representado pela 4ª revolução tecnológica, precisamos ter em mente que esta
facilitação de acesso à Internet e troca de informações proporcionou facilidades
na criação dos negócios e, principalmente, crescimento destes negócios. Ao
avaliarmos, por exemplo, as dez empresas com maior valor de marca no mercado
atual, percebemos que muitas delas são extremamente jovens, se comparadas a
outras gigantes, que estão no mercado há mais de 50 anos. Veja o ranking das
empresas com maior valor de marca de 2018, apresentado pela Interbrand.
43
UNIDADE 1 | A REALIDADE ATUAL DO MARKETING
Nesse exemplo você pode ver que, entre as marcas mais valiosas do
mundo, estão presentes marcas com cerca de 150 anos de história, como a
Mercedez Benz, e marcas extremamente jovens, como o Facebook, fundado há
cerca de 15 anos. Este cenário nos mostra que o crescimento de um negócio pode
ocorrer de maneira exponencial, sem a necessidade de crescimento linear. Para
Gabriel (2018), o crescimento exponencial pode ser explicado por uma analogia a
uma volta no globo terrestre.
44
TÓPICO 3 | IMPACTO TENOLÓGICO
3 INOVAÇÃO E DISRUPÇÃO
A velocidade dos avanços tecnológicos apresentou mudan-
ças significativas a partir da disseminação da internet e, assim sendo, mostrou
um novo ritmo de mudança no mundo. Considerando esta nova realidade, mu-
danças na sociedade passam a acontecer, refletidas no maior acesso à informação
pela população que, como resultado, traz novas possibilidades de resolução de
45
UNIDADE 1 | A REALIDADE ATUAL DO MARKETING
NOTA
SILVA, Marcia Vieira; ZILBER, Moises Ari. Benefícios percebidos pela adoção do processo de
inovação aberta. Revista de Administração da UNIMEP, 2013, 11.3: 1-24.
46
TÓPICO 3 | IMPACTO TENOLÓGICO
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UNIDADE 1 | A REALIDADE ATUAL DO MARKETING
4 MEGATENDÊNCIAS
Para compreender como as mudanças tecnológicas trazem
reflexos para a sociedade, Martha Gabriel apresenta, em seu livro Eu,
você e os robôs, um esquema que relaciona as megatendências para os próximos
anos, que apresentarão forte impacto na economia e sociedade em que estamos
inseridos (GABRIEL, 2018), como você pode ver na figura a seguir.
FIGURA 9 – MEGATENDÊNCIAS
48
TÓPICO 3 | IMPACTO TENOLÓGICO
49
UNIDADE 1 | A REALIDADE ATUAL DO MARKETING
• Real Time: a terceira megatendência aqui citada diz respeito ao tempo real,
representado pelo cenário em que há maiores facilidades para se obter
informações em tempo real. Este cenário, aliado ao Big Data, proporciona
informações valiosas aos negócios que passam a ter informações precisas e
ricas. Neste contexto, outras tendências trazem importantes contribuições à
sociedade, como Economia da Intenção, Metodologias Ágeis e Dashboards e a
Economia Criativa (GABRIEL, 2018).
50
TÓPICO 3 | IMPACTO TENOLÓGICO
• Social: aqui, levantamos que o ser humano é um ser social e que a tecnologia
traz possibilidades que potencializam as relações sociais por meio de
plataformas. Neste cenário de relações sociais, vemos que as redes sociais
digitais proporcionaram uma mudança de interações em toda uma estrutura
social. Se antes da internet, os indivíduos possuíam contatos baseados em
laços fortes (amigos e família), hoje a situação se inverteu, demonstrando que
laços fracos (conhecidos) podem trazer fortes influências. Quando falamos de
megatendências sociais, podemos citar outras tendências presentes, como o
Crowdsourcing e a Influência (GABRIEL, 2018).
51
UNIDADE 1 | A REALIDADE ATUAL DO MARKETING
52
TÓPICO 3 | IMPACTO TENOLÓGICO
DICAS
53
RESUMO DO TÓPICO 3
54
• As tendências relacionadas ao aspecto social abordam a sociabilidade entre
os ser humanos, apresentando relações de laços fortes ou fracos. Como outras
tendências que impactam esta megatendência temos o Crowdsourcing e a
Influência.
55
AUTOATIVIDADE
56
UNIDADE 2
CRIAÇÃO E GESTÃO DE
PRODUTOS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
57
58
UNIDADE 2
TÓPICO 1
59
UNIDADE 2 | CRIAÇÃO E GESTÃO DE PRODUTOS
2 O QUE É PRODUTO?
Por muitas vezes vemos debates na área de Marketing sobre os reais
conceitos de produto. Em determinados momentos da sua vida, por exemplo,
você deve ter ouvido falar que produtos são elementos tangíveis oferecidos
aos consumidores, enquanto os serviços são elementos intangíveis. Em parte,
podemos afirmar que estes conceitos são verdadeiros. No entanto, não podemos
generalizar estes conceitos, visto que, em tempos atuais, aplicativos podem ser
considerados produtos que se enquadram como intangíveis.
60
TÓPICO 1 | CONCEITOS BÁSICOS SOBRE PRODUTO
Como você pode ver, produtos podem ser definidos como uma gama de
experiências oferecidas ao consumidor, considerando uma oferta que proporcione
valor ao cliente-alvo e que contribua para um relacionamento positivo entre
marca e consumidor. Nestes casos, integrado ao produto puro, estão uma série
de serviços ou subprodutos que possam garantir valorização da oferta.
Para estender seu alcance e colocar mais sorrisos no rosto das meninas
que adoram suas bonecas American Girl, a empresa abriu American
Girls Places em Chicago, Nova York e Los Angeles. Nesses Places -
que, além de serem lojas, tornaram-se pontos turísticos - há uma série
de experiências maravilhosas e envolventes para as meninas, as mães
e a avós (sem mencionar um homem ocasional que é arrastado para
o Place ou que morre de amores por sua filha). Há um teatro com
apresentações ao vivo baseadas nas coleções de bonecas, um café para
uma experiência adulta de lanche, um salão de beleza para pentear
o cabelo das bonecas e um hospital de bonecas para fazer com que
uma boneca saia como se fosse nova. Antes, durante e depois de todas
essas experiências, as compras são feitas - e as compras se tornam ou
souvenirs das experiências dos visitantes. Além disso, esses mesmos
visitantes fazem mais compras pelo catálogo, frequentam o site [...]
para comprar itens com mais frequência e contam aos amigos sobre
a experiência no American Girl Place. Muito mais do que uma loja
que vende bonecas, afirma a empresa, “é o lugar em que a imaginação
levanta voo - de butiques a eventos especiais, do café ao teatro e muito
mais.
61
UNIDADE 2 | CRIAÇÃO E GESTÃO DE PRODUTOS
FONTE: <https://lem0nandlime.files.wordpress.com/2012/10/p8037551.
jpg?resize=610%2C457>. Acesso em: 22 jul. 2019.
62
TÓPICO 1 | CONCEITOS BÁSICOS SOBRE PRODUTO
FONTE: A autora
64
TÓPICO 1 | CONCEITOS BÁSICOS SOBRE PRODUTO
65
UNIDADE 2 | CRIAÇÃO E GESTÃO DE PRODUTOS
Tipo de Conceito
produto
Materiais e Matérias-primas consistem em produtos agropecuários (trigo,
peças algodão, gado, frutas, vegetais) e produtos naturais (peixe,
madeira, petróleo cru, minério de ferro). Materiais e peças
manufaturados consistem em materiais componentes (ferro, fibras
têxteis, cimento, fios condutores) e pelas componentes (pequenos
motores, pneus, peças fundidas). A maioria dos materiais e peças
é vendida diretamente aos usuários empresariais (KOTLER;
ARMSTORNG, 2007, p. 202-203).
Bens de São produtos organizacionais que auxiliam na produção ou na
capital operação do comprador, incluindo instalações e equipamentos
acessórios. Instalações são compras de grande porte como
edificações (fábricas, escritórios) e equipamentos imobilizados
(geradores, furadeiras de colunas, sistemas de computadores
de grande porte, elevadores). Entre os equipamentos acessórios
estão máquinas e ferramentas de fábricas portáteis (ferramentas
de mão, empilhadeiras) e equipamentos de escritório
(computadores, máquinas de fax, mesas). Eles têm vida mais
curta do que as instalações e simplesmente auxiliam no processo
de produção (KOTLER; ARMSTRONG, 2007, p. 203)
66
TÓPICO 1 | CONCEITOS BÁSICOS SOBRE PRODUTO
67
UNIDADE 2 | CRIAÇÃO E GESTÃO DE PRODUTOS
68
TÓPICO 1 | CONCEITOS BÁSICOS SOBRE PRODUTO
3 DIVERSIFICAÇÃO DE PRODUTOS
Após compreender que os produtos podem apresentar
classificações diferentes e precisam ser estrategicamente pensados
para oferecer questões fundamentais e diferenciais ao consumidor, é importante
compreender como as organizações se portam quando tem uma variedade de
produtos. Para você compreender do que estamos falando aqui, vamos usar como
exemplo uma das marcas mais antigas e valiosas do mundo: a Coca-Cola.
FONTE: http://www.refrescosbandeirantes.com.br/campanhas/coca-cola-brasil-apresenta-
portfolio-de-produtos-em-nova-campanha-institucional/. Acesso em: 22 jul. 2019.
69
UNIDADE 2 | CRIAÇÃO E GESTÃO DE PRODUTOS
70
TÓPICO 1 | CONCEITOS BÁSICOS SOBRE PRODUTO
FONTE: A autora
71
UNIDADE 2 | CRIAÇÃO E GESTÃO DE PRODUTOS
72
TÓPICO 1 | CONCEITOS BÁSICOS SOBRE PRODUTO
73
UNIDADE 2 | CRIAÇÃO E GESTÃO DE PRODUTOS
LEITURA COMPLEMENTAR
Victor Maia
O que é?
Contexto Moderno
75
UNIDADE 2 | CRIAÇÃO E GESTÃO DE PRODUTOS
AGÊNCIA DE
PROPAGANDA
FABRICAÇÃO E MÍDIA
DISTRIBUIÇÃO
SERVIÇOS DE
P&D PROMOÇÃO
GERENTE DO EMBALAGEM
JURÍDICO
PRODUTO
FINANCEIRO COMPRAS
PESQUISA DE RELAÇÕES
MERCADO PÚBLICAS
FORÇA DE
VENDAS
76
TÓPICO 1 | CONCEITOS BÁSICOS SOBRE PRODUTO
77
UNIDADE 2 | CRIAÇÃO E GESTÃO DE PRODUTOS
FONTE: <https://www.mundodomarketing.com.br/artigos/victor-maia/37802/voce-sabe-o-que-
faz-um-gerente-de-produto-ou-marca.html>. Acesso em: 26 jul. 2019.
78
RESUMO DO TÓPICO 1
80
UNIDADE 2 TÓPICO 2
A CRIAÇÃO DE PRODUTOS
1 INTRODUÇÃO
Até aqui já abordamos a respeito do que são produtos e como eles podem
ser caracterizados por diversos elementos. Faz-se necessário compreender que
o produto contempla muito mais do que seus atributos funcionais, fornece
experiências e agrega valores ao consumidor. Também já explanamos que,
atualmente, o Marketing deve considerar fatores importantes relacionados à
personalização de produtos, ponderando a economia de nicho, refletindo o
impacto social e a revolução tecnológica que estamos passando.
Como você pode ver, as diferenças entre os dois processos não dizem
respeito às etapas, mas ao fluxo do processo, que pode voltar a uma etapa por
qual já passou. Essa diferença entre os dois processos é a grande questão discutida
na criação de novos produtos atualmente, considerando a efetividade dos fluxos.
81
UNIDADE 2 | CRIAÇÃO E GESTÃO DE PRODUTOS
82
TÓPICO 2 | A CRIAÇÃO DE PRODUTOS
Por outro lado, Trott (2012) aponta que, de uma maneira geral, os modelos
de criação de novos produtos seguem o modelo linear considerando: (1) Geração
de ideia; (2) Varredura de ideia; (3) Teste conceito; (4) Análise do negócio; (5)
Desenvolvimento do produto; (6) Teste de marketing; (7) Comercialização; (8)
Monitoramento e avaliação. Traçando um comparativo entre os dois modelos
apresentados, conseguimos perceber semelhanças no processo e identificar
grandes palavras-chave que caracterizam tais processos.
83
UNIDADE 2 | CRIAÇÃO E GESTÃO DE PRODUTOS
Análise do negócio
Desenvolvimento Desenvolvimento do produto Ação
Teste de marketing
Comercialização Apresentação do
Lançamento
Monitoramento e avaliação produto
FONTE: Adaptado de Crawford, Benedetto (2015); Trott (2012)
84
TÓPICO 2 | A CRIAÇÃO DE PRODUTOS
85
UNIDADE 2 | CRIAÇÃO E GESTÃO DE PRODUTOS
86
TÓPICO 2 | A CRIAÇÃO DE PRODUTOS
87
UNIDADE 2 | CRIAÇÃO E GESTÃO DE PRODUTOS
88
TÓPICO 2 | A CRIAÇÃO DE PRODUTOS
89
UNIDADE 2 | CRIAÇÃO E GESTÃO DE PRODUTOS
90
TÓPICO 2 | A CRIAÇÃO DE PRODUTOS
91
UNIDADE 2 | CRIAÇÃO E GESTÃO DE PRODUTOS
92
TÓPICO 2 | A CRIAÇÃO DE PRODUTOS
DICAS
Longa que virou fenômeno, dirigido por David Slade, faz com que o espectador se sinta
dentro da série de ficção científica, pois o envolve no desenrolar do enredo. É o usuário quem
determina os caminhos do personagem principal, Stefan (Fionn Whitehead, de Dunkirk), que
bola o videogame interativo Bandersnatch, em 1984. “No centro do filme está a noção de
que alguém percebe estar sendo controlado, e nós percebemos que somos nós. Era uma
história que só poderia ser feita com a interatividade e parecia muito a cara de Black Mirror”,
completou Brooker.
A Netflix estima em mais de um trilhão de variações na história, o que não significa que
sejam caminhos ou linhas narrativas completamente diferentes. Isso resultou em muitas
horas filmadas. Mas o caminho em default tem cerca de 90 minutos.
Oficialmente, há cinco finais possíveis, mas com variações de cada um. “Há um debate
porque não conseguimos concordar com o que constitui um fim”, analisou Brooker. Em sua
cabeça, havia outras dúvidas. “Como funcionam os spoilers neste caso? Não sabemos nem
se dizemos ‘você viu’ ou você ‘jogou’?” A verdade é que tudo isso alimenta mais discussões,
que é o sonho de qualquer serviço de streaming ou canal de televisão.
93
RESUMO DO TÓPICO 2
94
AUTOATIVIDADE
95
96
UNIDADE 2 TÓPICO 3
A GESTÃO DE PRODUTOS
1 INTRODUÇÃO
Além da criação de produtos adequados aos desejos e necessidades dos
consumidores, as organizações precisam constantemente acompanhar a aceitação
dos produtos e seu desempenho no mercado. Ainda, as organizações precisam
compreender que são detentoras não apenas de um produto, mas vários que
podem competir entre si ou contribuir para os desempenhos entre si. Isso tudo
diz respeito à gestão dos produtos.
2 PORTFÓLIO DE PRODUTOS
Além da criação de produtos é necessário reconhecer que o produto
recém-criado precisa se adequar à estratégia de negócio da organização. Os
produtos novos e os produtos já criados devem manter um equilíbrio entre si,
considerando critérios estratégicos da organização e alocação de investimentos
aos produtos (CRAWFORD; BENEDETTO, 2015). Neste contexto, as empresas
precisam realizar a gestão dos produtos já criados, ou seja, analisar o portfólio de
produtos constantemente, contribuindo para a redução de perdas e aumento de
receitas.
97
UNIDADE 2 | CRIAÇÃO E GESTÃO DE PRODUTOS
98
TÓPICO 3 | A GESTÃO DE PRODUTOS
E
IMPORTANT
3 MATRIZ ANSOFF
A Matriz de Ansoff, também denominada como matriz de
produto/mercado, busca trazer formas de análise considerando os
produtos oferecidos pela organização e o mercado em que esta organização está
inserida, apresentando quadrantes que relacionam Produtos (existentes e novos)
e Mercados (existentes e novos). Dependendo da realidade em que o produto se
enquadra, estratégias de penetração de mercados, desenvolvimento de mercados,
desenvolvimento de produtos e diversificação podem ser sugeridas para melhorar
o desempenho da organização e os produtos identificados no portfólio de análise.
PRODUTOS
EXISTENTES NOVOS
EXISTENTES
NOVOS
99
UNIDADE 2 | CRIAÇÃO E GESTÃO DE PRODUTOS
Como você pode ver, a Matriz Ansoff é uma ferramenta que contribui
para a decisão estratégica da organização antes do desenvolvimento do produto.
A organização precisa reconhecer o mercado em que está inserida, reconhecer
o nível de desempenho que deseja atingir para identificar a necessidade de
desenvolvimento de um novo produto como estratégia de crescimento. Além
dessa ferramenta que contribui para reconhecer a realidade do mercado em
que está inserida e potencialidades de crescimento, existem outras ferramentas
que contribuem para o mapeamento dos produtos existentes (Matriz BCG) e
identificação do estágio de maturidade do produto no mercado de atuação (Ciclo
de vida do produto), que você verá nos subtópicos a seguir.
101
UNIDADE 2 | CRIAÇÃO E GESTÃO DE PRODUTOS
Investimento na melhoria
da qualidade percebida
pelos clientes, oferendo
novos atributos, modelos e
funcionalidades do produto.
Busca por novos segmentos de
mercado.
Monitoramento de novos canais
de distribuição, procurando
Período de rápida
ampliar a exposição do produto.
aceitação do produto pelo
CRESCIMENTO Substituição dos modelos de
mercado e crescimento
comunicação de um padrão
dos lucros.
de formação de consciência
de produto para estratégias
de promoção calcadas no
convencimento e na aquisição.
Decisão sobre o momento certo
para implementar uma política
de redução de preços, a fim de
atrair camadas de consumidores
sensíveis a preço no mercado.
Mudar de mercado, observando
Período de redução de as oportunidades para encontrar
crescimento das vendas, novos mercados e segmentos.
porque o produto já Modificar o produto,
conseguiu a aceitação da promovendo o seu
maioria dos compradores relançamento, e buscando atrair
MATURIDADE potenciais. O nível de novos usuários e/ou a ampliar o
lucros se estabiliza ou número de clientes.
declina devido a maiores Modificar o composto de
gastos de marketing marketing, promovendo a
para defender o produto ampliação das vendas por meio da
contra a concorrência. mudança de um ou mais elementos
do composto de marketing.
Identificar os produtos fracos -
aqueles que realmente estão em
um estágio de declínio.
Determinar as estratégias de
Período em que as marketing - a finalidade é
DECLÍNIO vendas diminuem o os adaptar a empresa aos processos
lucros caem. da gradativa eliminação do
produto do mercado.
Decisão de abandono - vender,
transferir ou abandonar o
produto completamente.
FONTE: Kotler e Armstrong (2007, p. 243); Farias, Duschitz e Carvalho (2015, p. 118-120)
102
TÓPICO 3 | A GESTÃO DE PRODUTOS
103
UNIDADE 2 | CRIAÇÃO E GESTÃO DE PRODUTOS
CASE: Kodak
104
TÓPICO 3 | A GESTÃO DE PRODUTOS
105
UNIDADE 2 | CRIAÇÃO E GESTÃO DE PRODUTOS
na figura, uma tecnologia inovadora (os quiosques) para um produto que está
lentamente morrendo (o filme) enfrenta grandes incógnitas, inclusive pelo
fato de que copiadoras japonesas estão bem entrincheiradas nesses pontos-de-
venda.
FONTE: KERIN, Roger A. et al. Marketing. 8. ed. São Paulo: McGraw-Hill, 2007.
NOTA
FONTE: <https://www.tecmundo.com.br/mercado/134484-ifa-2018-descobrimos-lendaria-
kodak-fazendo-atualmente.htm >. Acesso em: 26 jul. 2019.
5 MATRIZ BCG
A Matriz BCG é uma matriz de análise de negócios ou produtos, proposta
pela empresa de consultoria americana Boston Consulting Group na década de
1970. Mesmo tendo passado décadas desde seu lançamento, a matriz ainda se
faz presente nos negócios, sendo eficaz em momentos específicos. Esta matriz foi
construída com o objetivo de fornecer às empresas uma ferramenta de análise dos
produtos, contribuindo para identificar potencialidades e fraquezas dos produtos
mapeados na matriz, que é composta da seguinte maneira:
106
TÓPICO 3 | A GESTÃO DE PRODUTOS
FONTE: <https://clubedotrade.com.br/wp-content/uploads/2017/12/posts_header-clube_vini_2-
1.png>. Acesso em: 26 jul. 2019.
107
UNIDADE 2 | CRIAÇÃO E GESTÃO DE PRODUTOS
Essas categorias representam, nada mais nada menos, que o ciclo de vida
de um produto, demonstrando seu início, com necessidade de investimento,
até o insucesso do produto, com o abacaxi. Podemos dizer que, normalmente,
os produtos, quando lançados no mercado, são categorizados como “ponto de
interrogação”, passando para “estrelas”, seguindo para “vacas leiteiras” e, por
fim, chegando ao fim de seu ciclo como “abacaxis”. A seguir você pode ver um
gráfico que organiza as características da matriz BCG com o ciclo de vida de
produtos, considerando o potencial de vendas (eixo vertical) e grau de maturidade
do produto (eixo horizontal).
108
TÓPICO 3 | A GESTÃO DE PRODUTOS
FONTE: <https://www.promovesolucoes.com/wp-content/uploads/2018/07/210564-equipes-
multidisciplinares-x-dicas-para-melhorar-resultados-na-gestao.jpg>. Acesso em: 26 jul. 2019.
110
TÓPICO 3 | A GESTÃO DE PRODUTOS
111
UNIDADE 2 | CRIAÇÃO E GESTÃO DE PRODUTOS
112
TÓPICO 3 | A GESTÃO DE PRODUTOS
DICAS
Apostando em inovação, a marca Leão lança seu primeiro chá para preparo sem
necessidade de infusão em água quente.
A facilidade da infusão à frio atende pessoas que buscam opções práticas e saudáveis
para diferentes necessidades e momentos do dia. Com a proposta de versatilidade aliada
à naturalidade e sabor, Leão quer levar o hábito e o consumo de chá para mais pessoas.
Conheça mais a respeito dessa aposta em inovação da Leão, acessando: https://www.
cocacolabrasil.com.br/imprensa/release/leao-lanca-linha-de-chas-para-preparo-em-agua-
gelada.
113
RESUMO DO TÓPICO 3
• Existem ferramentas que contribuem para a análise dos produtos como Matriz
Ansoff, Matriz BCG e Ciclo de Vida.
• A Matriz BCG pode ser relacionada ao ciclo de vida de produto, em que cada
elemento (ponto de interrogação, estrela, vaca leiteira e abacaxi) representam
uma etapa do ciclo de vida.
114
AUTOATIVIDADE
3 Definir uma equipe que compõe a criação e gestão de produtos não é uma
tarefa fácil e exige diversos elementos dos líderes de uma organização.
Considerando que existem fatores que contribuem para a definição de
uma equipe de sucesso, construa um mapa conceitual que apresente estes
elementos e como podem trazer relações entre si.
115
116
UNIDADE 3
CRIAÇÃO E GESTÃO DE
MARCAS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
117
118
UNIDADE 3
TÓPICO 1
CONCEITOS BÁSICOS SOBRE MARCAS
1 INTRODUÇÃO
A alta competitividade entre as empresas que, por muitas vezes, oferecem
produtos semelhantes, traz a necessidade da criação de vantagens competitivas
para se destacarem no mercado. Uma destas vantagens competitivas é a presença
de uma marca forte. Como exemplo podemos ver a marca Havaianas, que
apresenta grandes semelhanças com a concorrência no seu produto principal,
porém, por ter uma marca forte e consolidada no mercado, consegue se destacar
na concorrência.
2 EXPERIÊNCIA DE MARCA
Quando falamos de Experiência de Marca, falamos da compreensão de
como os consumidores experimentam determinada marca, demonstrando o grau
de relação entre estes dois indivíduos (BRAKUS; SCHMITT; ZARANTONELLO,
2009). Neste cenário, diversos elementos podem tornar a experiência com a marca
mais significativa, seja na comunicação, no momento em que o consumidor ouve
falar da marca, ao entrar em um estabelecimento, ao ser atendido ou receber
informação da marca (SCHMITT, 2002).
119
UNIDADE 3 | CRIAÇÃO E GESTÃO DE MARCAS
120
TÓPICO 1 | CONCEITOS BÁSICOS SOBRE MARCAS
121
UNIDADE 3 | CRIAÇÃO E GESTÃO DE MARCAS
Por meio do quadro você pôde ver uma exigência muito maior das
marcas quanto ao que é oferecido ao consumidor. Se antes oferecíamos produtos,
hoje oferecemos sensações. Estas sensações podem ser estimuladas por vários
elementos em toda a estratégia como em cores, designs, mascotes (BRAKUS;
SCHMITT; ZARANTONELLO, 2009), embalagem ou utilização do bem ou
serviço, recomendações boca a boca, críticas, notícias ou comentários (MEYER;
SCHWAGER, 2007).
122
TÓPICO 1 | CONCEITOS BÁSICOS SOBRE MARCAS
3 VALOR DE MARCA
Conforme já vimos, existem ações envolvendo experiência de
marca que podem ser realizadas e que contribuem para a valorização
da marca. O resultado de todo este esforço pode ser identificado no Valor de
Marca ou, como chamado nas teorias de marca, na Brand Equity. O Brand Equity
nada mais é do que o patrimônio da marca, ou seja, o valor de mercado que
uma determinada marca apresenta ao negócio. Vamos tentar entender isso tudo
de uma maneira prática, analisando duas marcas valiosas do Brasil, segundo o
ranking da Interbrand do ano de 2018: Itaú e Banco do Brasil.
123
GRÁFICO 1 – ITAÚ X BANCO DO BRASIL
UNIDADE 3 | CRIAÇÃO E GESTÃO DE MARCAS
124
FONTE: Interbrand (2019, s.p)
TÓPICO 1 | CONCEITOS BÁSICOS SOBRE MARCAS
FONTE: A autora
125
UNIDADE 3 | CRIAÇÃO E GESTÃO DE MARCAS
DICAS
126
RESUMO DO TÓPICO 1
• Brand Equity também pode ser dito como “conjunto de ativos (e obrigações)
inerentes a uma marca registrada e a um símbolo, acrescentado ao (ou subtraído
do) valor proporcionado por um produto ou um serviço”
127
AUTOATIVIDADE
128
UNIDADE 3
TÓPICO 2
CRIAÇÃO DE MARCAS
1 INTRODUÇÃO
Como você viu até agora, no contexto do Marketing existem diversos
termos em inglês, muitas vezes traduzidos com o intuito de facilitar a compreensão.
Por outras vezes, esses termos não são traduzidos, como é o caso de Branding -
“construção de marca” -, definido como um processo complexo realizado pelas
organizações em que devem ser compreendidos e definidos elementos-chave que
trazem significado a uma marca. Neste cenário, podemos dizer que a construção
de uma marca sólida depende de uma definição clara de visão da marca que, por
sua vez, depende de questões estratégicas do negócio.
129
UNIDADE 3 | CRIAÇÃO E GESTÃO DE MARCAS
130
TÓPICO 2 | CRIAÇÃO DE MARCAS
FONTE: A autora
Como você pôde ver na imagem, existem cinco níveis que podem
ser relacionados ao Valor de Marca (Brand Equity). Estes níveis representam
graus de envolvimento do consumidor com a marca, em que o primeiro grau
é representado pela Consciência de Marca e o último pela Lealdade de Marca.
Isso significa que quando uma marca é recém-lançada no mercado, ela precisa,
primeiramente, construir estratégias para obter a “consciência de marca” do
consumidor e, gradativamente, construir estratégias que possam lhe garantir os
níveis seguintes. Para que você possa compreender melhor estes níveis, as seções
a seguir são dirigidos a eles.
2.1 CONSCIÊNCIA
A consciência de marca é a primeira dimensão do Brand Equity, ou seja, é
o primeiro nível que representa uma relação existente entre marca e consumidor.
Para Keller (1993), esta dimensão está relacionada à probabilidade que uma
marca surgirá na mente do consumidor e a facilidade com que isso acontece,
sendo categorizada em duas classificações, o reconhecimento e lembrança da
marca (KELLER, 1993). Neste cenário, consciência de marca é:
131
UNIDADE 3 | CRIAÇÃO E GESTÃO DE MARCAS
FONTE: <http://blog.valejet.com/wp-content/uploads/2017/03/epson-historia-e-origem-de-
uma-das-melhores-marcas-de-impressoras-1.jpg>. Acesso em: 21 ago. 2019.
A Epson pode ser conhecida ou desconhecida para você. Para muitos, ela
pode ser uma marca conhecida, mas não há clareza sobre que tipo de produto ou
serviço oferece. Reflita, você conhece essa marca? Sabe qual produto ela oferece?
Se a resposta foi sim para as duas perguntas, há consciência de marca. Isso pode
acontecer considerando todas as estratégias que a marca desenvolveu ao logo
do tempo como propaganda, distribuição ampla, embalagem etc. De alguma
maneira, você foi impactado por alguma destas estratégias.
2.2 ASSOCIAÇÃO
Esta dimensão caracteriza as associações estabelecidas pelos clientes
em relação à marca, que “podem incluir atributos dos produtos, um garoto
propaganda célebre ou um determinado símbolo” (AAKER, 2007b, p. 34). Para
Aaker (1998), a associação e a experiência estão juntas. A ligação com a marca será
mais forte quando ocorrerem muitas experiências ou exposições à comunicação
(AAKER, 1998). Vamos verificar os dois exemplos a seguir:
132
TÓPICO 2 | CRIAÇÃO DE MARCAS
FONTE:<https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTkC21Wv3QcL-1nZgJaLv1g
HdpRdmq3pBLbgEepQ2tpogfOg3B0zg>; <https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:A
Nd9GcRsAq2EBVarpk6AEbdpiW1mretO-QtiXoRhfRuXRTPuviiE-DpZ>. Acesso em: 29 ago. 2019.
133
UNIDADE 3 | CRIAÇÃO E GESTÃO DE MARCAS
134
TÓPICO 2 | CRIAÇÃO DE MARCAS
DICAS
Que tal ver um exemplo de marca que explora este grau de envolvimento?
Assista a este comercial da marca Brastemp: https://www.youtube.com/watch?v=eND-
7XFbeD0.
No comercial a marca explorou várias características que podem ser percebidas como
características positivas no quesito qualidade, na percepção do consumidor. Quando uma
marca atinge este patamar, ela já ultrapassou o nível de consciência e associação de marca.
O maior desafio de uma marca que explora a qualidade é alcançar o patamar de confiança,
explicado na sequência.
2.4 CONFIANÇA
Quando chegam a este patamar, as marcas buscam estabelecer relações
com seus consumidores de maneira a criar conexões futuras. A confiança contribui
de forma positiva para a valorização da marca a partir do momento em que o
consumidor confia no que a marca entrega a ponto de valorizá-la e defendê-la.
A confiança se coloca muito relacionada a aspectos como credibilidade, em que
uma marca bem avaliada de maneira geral, pode trazer benefícios para a sua
valorização no mercado (DONEY; CANNON, 1997).
135
UNIDADE 3 | CRIAÇÃO E GESTÃO DE MARCAS
DICAS
136
GRÁFICO 2 – VALOR DE MARCA - FACEBOOK
137
FONTE: Interbrand (2019, s.p.)
TÓPICO 2 | CRIAÇÃO DE MARCAS
UNIDADE 3 | CRIAÇÃO E GESTÃO DE MARCAS
Como você pôde ver, a rede social ainda apresenta sucesso em sua
valorização de marca, pois integra o ranking das marcas mais valiosas. No
entanto, um escândalo envolvendo questões de confiança geraram um impacto
negativo. Considerando isso, o Facebook passa a traçar estratégias para recuperar
a confiança abalada em públicos específicos, buscando alcançar o patamar
seguinte do Brand Equity, a lealdade.
2.5 LEALDADE
A Lealdade apresenta o último nível de envolvimento do consumidor com
a marca. Isso significa que os demais níveis, quando bem-sucedidos, contribuem
para a formação da lealdade satisfatória do consumidor, gerando valorização da
marca. A lealdade à marca, então, é o aspecto resultante do Brand Equity bem
construído, sendo reflexo do bom desempenho da Consciência, Associação,
Qualidade Percebida, Confiança e Lealdade (KUMAR; DASH; PURWAR, 2013).
FONTE: A autora
Como exemplo, podemos citar a marca Apple, uma das marcas mais
valiosas do mundo. Desde seu surgimento, a marca conseguiu construir um
cenário positivo de valorização de marca em que a lealdade é fator presente na
construção de vantagem competitiva.
138
TÓPICO 2 | CRIAÇÃO DE MARCAS
3.1 SENSORIAL
A experiência sensorial, ou experiência dos sentidos, surge por meio dos
cinco sentidos: visão, audição, olfato, paladar e tato, estimulados com o intuito
de proporcionar prazer estético, excitação, beleza e satisfação (SCHMITT, 2002).
Neste ponto, a experiência é provocada por meio de qualidades sensoriais e
estéticas (BRAKUS; SCHMITT; ZARANTONELLO, 2009). Podemos relacionar
a estratégias de identidade visual como importante componente para invocar
atitudes, associações e respostas do cliente, ou seja, transferir sentidos (SCHMITT,
2002). Como exemplo, citamos a marca Itaú, que conseguiu, por meio de um esforço
comunicacional, fortalecer seus elementos visuais. A cor laranja, neste caso, passa
a ser fortemente associada à marca, trazendo lembranças ao consumidor.
FIGURA 9 – MARCA ITAÚ
FONTE: <https://www.interbrand.com/wp-content/uploads/sites/11/2017/05/Itau_1-cover.png>.
Acesso em: 21 ago. 2019.
139
UNIDADE 3 | CRIAÇÃO E GESTÃO DE MARCAS
3.2 AFETIVA
No contexto da experiência afetiva, as emoções são despertadas
durante a experiência de consumo (SCHMITT, 2002; BRAKUS; SCHMITT;
ZARANTONELLO, 2009). Tais emoções podem ser despertadas em diferentes
intensidades e diferentes maneiras, de acordo com Schmitt (2002), que diferencia
os dois seguintes aspectos:
FONTE: <https://www.meioemensagem.com.br/home/marketing/2013/08/20/um-prop-sito-
faz-m-gica-por-sua-marca.html> Acesso em: 23 ago. 2019.
141
UNIDADE 3 | CRIAÇÃO E GESTÃO DE MARCAS
3.3 COMPORTAMENTAL
A experiência comportamental está relacionada às ações do consumidor
(BRAKUS; SCHMITT; ZARANTONELLO, 2009) em que a intenção é criar
experiências relacionadas ao seu corpo, que busquem modificar padrões
comportamentais, de estilo de vida e de interação com as pessoas. Desta forma,
esta dimensão vai além das sensações, emoções e cognições (SCHMITT, 2002).
FONTE: <http://sportsstudio.net/wp-content/uploads/2015/06/12-30-1996-1-6-1997-Milk-
Wheres-your-mustache.-Patrick-Ewing.jpg> Acesso em: 21 ago. 2019.
142
TÓPICO 2 | CRIAÇÃO DE MARCAS
educacional. Perceba que, neste caso, o envolvimento da marca pode ser tão
grande que, além de ser reconhecida visualmente, de trazer uma percepção
positiva, a marca também contribui para mudar ações dos consumidores.
3.4 INTELECTUAL
A experiência intelectual, ou experiência do pensamento proposta por
Schmitt (2002) inclui o pensamento analítico e imaginário (BRAKUS; SCHMITT;
ZARANTONELLO, 2009). Seu objetivo é provocar o raciocínio criativo dos
clientes, atraindo este pensamento criativo para a empresa e suas marcas
(SCHMITT, 2002).
DICAS
143
UNIDADE 3 | CRIAÇÃO E GESTÃO DE MARCAS
DICAS
Caro acadêmico! Já que estamos focados no assunto marcas, que tal conhecer
o ranking das marcas brasileiras mais valiosas de 2018? Acesse o site da Interbrand https://
www.interbrand.com/br/best-brands/best-brazilian-brands/2018/ranking/ e confira.
FONTE: <https://www.interbrand.com/br/best-brands/best-brazilian-brands/2018/
ranking/>. Acesso em: 11 set. 2019.
144
RESUMO DO TÓPICO 2
• O Brand Equity pode ser dividido em níveis que expõem o grau de envolvimento
do consumidor com a marca: consciência, associação, qualidade percebida,
confiança, lealdade.
• A experiência sensorial, ou experiência dos sentidos, surge por meio dos cinco
sentidos: visão, audição, olfato, paladar e tato, os quais são estimulados com o
intuito de proporcionar prazer estético, excitação, beleza e satisfação.
145
AUTOATIVIDADE
146
UNIDADE 3
TÓPICO 3
GESTÃO DE MARCAS
1 INTRODUÇÃO
Como você viu até aqui, as organizações precisam considerar diversos
aspectos para a criação de marcas consistentes no imaginário do consumidor.
É necessário considerar os momentos diferenciados pelos quais o consumidor
atravessa em toda a experiência com a marca para oferecer relevância em um
contexto de diversos canais e marcas. Considerando as organizações presentes
no contexto atual de globalização, como manter a coerência? Pare e reflita sobre
as marcas mais valiosas do mundo, já apresentadas nesse livro. A maioria delas
apresenta não somente a marca própria, mas também marca de seus produtos. O
que temos nesta realidade são variadas marcas que detém outras marcas. Neste
contexto, como fazer a gestão destas marcas de maneira que dialoguem entre si?
Estas são questões que você verá neste tópico e que o farão compreender do que
se trata o portfólio de marcas de uma empresa.
2 PORTFÓLIO DE MARCAS
Imagine uma organização com foco em produtos de higiene e limpeza e
que atenda globalmente. Essa empresa é detentora de mais de 80 produtos, os
quais apresentam suas estratégias de atuação de forma específica. Cada produto
apresenta um segmento de atuação claro, públicos bem definidos, objetivos claros
de negócio e planejamento construído para gerar resultados esperados para a
organização.
Agora, reflita: como uma empresa que detém mais de 80 produtos estabelece
os nomes de seus produtos? Eles devem ser semelhantes ou diferentes? Devem
pertencer a um grupo específico? Devem conter o nome da organização? Bom,
todas essas perguntas são questões comuns vistas no mercado, pois influenciam
na estratégia da organização e do produto em si. Assim como o portfólio de
147
UNIDADE 3 | CRIAÇÃO E GESTÃO DE MARCAS
produtos deve ser pensado, com a finalidade de não trazer concorrência direta
entre produtos, o portfólio de marcas também deve ser planejado de maneira
estratégica. Aaker (2015, p. 86) em seu livro sobre gestão de marcas, evidencia
muito bem os problemas presentes em uma organização detentora de inúmeras
marcas:
Elemento Descrição
Clareza Clareza em vez de confusão, internamente e no mercado.
Sinergia Sinergia pela qual as diversas marcas e seus programas de
construção de marca trabalham em conjunto para fortalecer
a visibilidade das marcas, criar e reforçar associações
continuamente e obter eficiências de custo.
Relevância Relevância para que as marcas estejam posicionadas de modo
a dar visibilidade e credibilidade para ofertas em mercados-
alvo e mercados existentes de produtos.
Plataforma forte Plataformas de marca fortes que embasarão um negócio
saudável no futuro.
Ativos Ativos de marca alavancados que são estendidos para novos
alavancados mercados de produtos como marcas endossantes ou mestres.
Funções claras Funções de marcas claras.
FONTE: Aaker (2015, p. 86)
148
TÓPICO 3 | GESTÃO DE MARCAS
FIGURA 11 – FEDEX
FONTE: <https://encrypted-tbn0.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcTBqSsX-h7o_
el27Qln7BNpvyAacG1rik2X337s-zrHof0OS2Su6A>. Acesso em: 21 ago. 2019.
FIGURA 12 – P&G
FONTE: <https://xn--promoes2020-q9a6p.com.br/wp-content/uploads/2019/06/
Screenshot_10-370x297.png>. Acesso em: 21 ago. 2019.
149
UNIDADE 3 | CRIAÇÃO E GESTÃO DE MARCAS
150
TÓPICO 3 | GESTÃO DE MARCAS
Cada marca pode definir para si que seu portfólio de marcas poderá ser
composto considerando uma marca mestre, ou marca endossante, uma submarca
ou marcas descritoras. Estas são variadas formas de classificação da marca de
um produto, que podem aproximar esta marca da Marca Mestre ou afastá-la,
conforme você poder ver no espectro de relacionamento com a marca proposto
por Aaker (2015).
151
UNIDADE 3 | CRIAÇÃO E GESTÃO DE MARCAS
FIGURA 15 – SCOTCHGARD
FONTE: <http://www.celebritycarpetcare.com/wp-content/uploads/2010/09/scotchgard_on_
color.jpg>. Acesso em: 23 ago. 2019.
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TÓPICO 3 | GESTÃO DE MARCAS
Mesmo que a Marca Endossante (3M) cumpra o papel de dar maior valor à
marca endossada (Scotchgard), “às vezes, a Marca Endossante pode se beneficiar
do processo. Por exemplo, um novo produto bem-sucedido e com bastante
energia ou uma oferta que se torna a marca líder de mercado pode fortalecer suas
endossantes” (AAKER, 2015, p. 86). O autor ainda explica que este caso ocorreu
com as marcas Nestlé e Kit-Kat: “quando a Nestlé comprou a Kit-Kat, uma grande
marca de chocolate na Grã-Bretanha, um endosso forte da Nestlé foi adicionado
para fortalecer a imagem da empresa na Grã-Bretanha” (AAKER, 2015, p. 86).
2.3 SUBMARCA
Neste caso ocorre uma adição da Marca Mestre à marca ou
modificação da marca mestre. Observe os casos das marcas Budweiser
Black Crown, que se caracteriza por uma especialidade da cerveja Budweiser, e
da Gillette Venus Sensitive, um produto específico da marca Gillette.
Em ambos os casos você pode ver uma variação das marcas endossantes
(Budweiser e Gillette), havendo adição de elementos (Black Crown e Venus
Sensitive) que compõem a nova marca. A presença das marcas endossantes
contribui para valorizar os produtos. Se os produtos levassem apenas seus nomes
específicos (como cerveja Black Crown e Lâmina Venus Sensitive) talvez eles não
tivessem a aceitação esperada. Assim, a submarca pode ter uma personalidade
diferente ou proposição de valor em relação à marca mestre, mas não tem a
mesma liberdade de ação que uma marca endossada. A submarca pode ampliar
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UNIDADE 3 | CRIAÇÃO E GESTÃO DE MARCAS
o escopo da Marca Mestre permitindo que ela concorra em áreas nas quais não
seria apropriada. Por exemplo: a submarca Black Crown permite que a Budweiser
entre na subcategoria de lagers premium; a submarca Evolution Kit dá à Samsung
um veículo para criar um sistema de interação em aparelhos de TV; e a submarca
Venus ajuda a Gillette a se tornar relevante entre o público feminino (AAKER,
2015, p. 86).
FIGURA 17 - P&G
FONTE: <https://www.meioemensagem.com.br/wp-content/uploads/2016/08/pg-1417x465.
jpg> Acesso em: 11 set. 2019.
marcas como Head & Shoulders (combate à caspa), Pantene (faz o cabelo brilhar),
Pert Plus (primeiro produto a combinar xampu e condicionador), Herbal Essences
(inspirado pela natureza) e Wella Allure (qualidade profissional), cada um deles
possui uma proposição de valor especial (AAKER, 2015, p. 86).
FIGURA 17 - P&G
155
UNIDADE 3 | CRIAÇÃO E GESTÃO DE MARCAS
cada uma delas possui submarcas e ingredientes de marca. Até a BMW tem as
séries M (desempenho nas quatro rodas) e Z4 (carro esportivo) que funcionam
como submarcas, com personalidade e outras associações próprias distintas da
BMW (AAKER, 2015, p. 86).
Problema Descrição
Muitas vezes, uma marca mestre, ou até uma marca
corporativa, é compartilhada por diversos grupos de silos
de produtos ou países, cada um dos quais está motivado a
Marcas que
explorar a marca para seus próprios fins. Não há uma pessoa
abrangem silos
ou equipe com autoridade final sobre a marca. O resultado
confundidas
é um posicionamento de marca inconsistente e estratégias
interna e
de comunicação que prejudicam a marca e resultam em
externamente.
uma confusão debilitante no mercado. Uma mensagem de
marca confusa também dificulta o processo de convencer a
organização de que a marca representa alguma coisa.
A incapacidade
Com uma organização composta de múltiplos silos, os casos
de alavancar
particulares de brilhantismo de marketing ou em uma oferta
o sucesso da
podem acabar isolados e não serem comunicados por toda a
construção de
empresa. O desafio é reconhecer e alavancar essa excelência
marca entre os
sempre que ela surgir, seja onde for.
silos.
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TÓPICO 3 | GESTÃO DE MARCAS
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UNIDADE 3 | CRIAÇÃO E GESTÃO DE MARCAS
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TÓPICO 3 | GESTÃO DE MARCAS
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UNIDADE 3 | CRIAÇÃO E GESTÃO DE MARCAS
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TÓPICO 3 | GESTÃO DE MARCAS
161
UNIDADE 3 | CRIAÇÃO E GESTÃO DE MARCAS
FONTE: AAKER, David A. On Branding: 20 princípios que decidem o sucesso das marcas.
Bookman Editora, 2015, p. 106.
FONTE: <https://www.slideshare.net/JillSkipper/thank-you-mom-campaign-
final-1-1-70955104>. Acesso em: 23 ago. 2019.
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TÓPICO 3 | GESTÃO DE MARCAS
LEITURA COMPLEMENTAR
Marcos Bedendo
Esses elementos acabaram por tornar mais difíceis as escolhas das marcas.
Os executivos responsáveis pela mudança, Jerome Cadier, vice-presidente de
Marketing, e responsável pelas marcas, e Daniella Giavina Bianchi, diretora-
executiva da Interbrand, e responsável pelo projeto, dão alguns detalhes desse
processo que se tornam ensinamentos importantes para qualquer um que trabalhe
com marcas.
163
UNIDADE 3 | CRIAÇÃO E GESTÃO DE MARCAS
AS 5 ESCOLHAS POSSÍVEIS
Jerome conta que a ideia de manter uma das duas marcas morreu cedo:
“porque você perdia a capacidade de transmitir a força da marca para uma
terceira. Então o cenário de ter uma terceira marca, e não ser Lan ou Tam sempre
foi mais poderoso”. De fato, manter a marca Lan ou Tam e tentar fazer com que
uma das marcas absorvesse parte da identidade da outra parece algo que, ainda
que teoricamente possível, na prática seria muito complexo, especialmente em
função da reação dos colaboradores. Dessas cinco escolhas, deveria sair a decisão
da marca. Para continuar reduzindo a subjetividade do processo, foram criados
elementos para pautar o processo de escolha.
OS 5 CRITÉRIOS DA ESCOLHA
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TÓPICO 3 | GESTÃO DE MARCAS
garantir esse legado e que o público interno estava confortável com a solução.
Depois (4º critério), teve questão do impacto em outros stakeholders. A gente tá
falando de um negócio que impacta a economia dos países diretamente. Governo,
bolsa, uma série de coisas. Então a gente foi entender como era isso. Por fim (5º
critério), a questão do business case, que foi o critério de desempate, ou seja,
se o cenário que a gente estava montando se pagava, se tinha possibilidade de
sinergias de custos, de economia etc.”.
Por isso, a ideia de se criar uma nova marca sempre era prejudicada
quando se imagina os valores envolvidos na necessidade de se parar, em algum
momento, 100% da frota para se realizar a pintura. Mas como afirma Daniella, esse
era um critério de desempate, apenas. Não deveria ser um dos principais critérios
para a seleção, sob pena de se sobrepor à estratégia de longo prazo da marca e
empresa. Se os custos poderiam ser levantados com precisão, como seria possível
criar critérios objetivos para elementos não necessariamente quantitativos, como
“impacto nos stakeholders”, por exemplo? Jerome explica:
165
UNIDADE 3 | CRIAÇÃO E GESTÃO DE MARCAS
O nome Latam não foi criado no processo de marca. Ele foi criado antes,
para representar o grupo após a fusão. Não se tinha ideia de usar este nome como
o nome comercial. Isso foi decidido durante o processo de marca, no qual se teve
que “assumir” o nome como sendo o oficial da companhia. Mais importante do
que ter um nome ou outro, era a aceitação do nome, dos símbolos, dos elementos
da marca. Jerome chamou isso de “maturação”. “Então eu acho que esse processo
precisou de maturação. Pra gente ir refinando, refinando, e a gente precisou voltar
para algumas soluções que tínhamos no começo, mas que a gente não estava
muito maduro pra aceitar”.
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TÓPICO 3 | GESTÃO DE MARCAS
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UNIDADE 3 | CRIAÇÃO E GESTÃO DE MARCAS
FONTE: https://www.meioemensagem.com.br/home/opiniao/2016/09/22/por-dentro-da-latam-
a-historia-da-marca-contada-por-quem-a-criou.html. Acesso em: 30 ago. 2019.
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RESUMO DO TÓPICO 3
• Não existe melhor estratégia de portfólio de marca, mas sim, melhor estratégia
de portfólio de marca para cada caso específico em cenários específicos.
• A Marca Mestre é representada por marcas que são o principal elemento a ser
evidenciado, sendo classificadas como dominantes na relação de uma para as
demais marcas.
• Na Marca Endossante temos uma marca que contribui para endossar outra, ou
seja, dar mais valor.
• No que diz respeito às Novas Marcas, são marcas que não apresentam relação
com as Marcas Mestre, havendo independência total.
• O olhar individual às marcas pode trazer problemas evidentes que podem ser
potencializados por diversas características. O ideal é que as marcas tenham
um olhar integrado ao seu portfólio de marcas.
169
AUTOATIVIDADE
a) Marca Mestre
b) Marca Endossante
c) Submarca
d) Nova marca
e) Estratégias Híbridas
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REFERÊNCIAS
AAKER, David A. On Branding: 20 princípios que decidem o sucesso das
marcas. Porto Alegre: Bookman Editora, 2015.
171
COCA-COLA. Seremos uma companhia de bebidas completa. 2017. Disponível
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bebidas-completa-diz-james-quincey-presidente-da-the-coca-cola-company.
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2009. Disponível em: https://www.cocacolabrasil.com.br/imprensa/release/leao-
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ZEITHAML, Valarie A.; BITNER, M. Customer perceptions of service. Services
Marketing: Integrating Customer Focus across the Firm. New York: Hill Higher
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