Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Indaial – 2020
2a Edição
Copyright © UNIASSELVI 2020
Elaboração:
Prof. José Edson Reinert
R367q
Reinert, José Edson
Química geral. / José Edson Reinert. – Indaial: UNIASSELVI, 2020.
268 p.; il.
ISBN 978-65-5663-293-3
ISBN Digital 978-65-5663-294-0
CDD 540.7
Impresso por:
Apresentação
Caro acadêmico, seja muito bem-vindo à disciplina de Química
Geral! Este livro didático auxiliará seus estudos para que você compreenda
melhor os principais tópicos da química. As orientações têm como objetivo
contribuir de forma positiva o direcionamento do seu processo de ensino e
aprendizagem.
Você já me conhece das outras disciplinas? Não? É calouro? Enfim, tanto para
você que está chegando agora à UNIASSELVI quanto para você que já é veterano, há
novidades em nosso material.
O conteúdo continua na íntegra, mas a estrutura interna foi aperfeiçoada com nova
diagramação no texto, aproveitando ao máximo o espaço da página, o que também
contribui para diminuir a extração de árvores para produção de folhas de papel, por exemplo.
Todos esses ajustes foram pensados a partir de relatos que recebemos nas pesquisas
institucionais sobre os materiais impressos, para que você, nossa maior prioridade, possa
continuar seus estudos com um material de qualidade.
UNI
Acesse o QR Code, que levará ao AVA, e veja as novidades que preparamos para seu estudo.
INTRODUÇÃO À QUÍMICA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade, você
encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo apresen-
tado.
CHAMADA
1
2
UNIDADE 1 TÓPICO 1 —
CONSTITUIÇÃO DA MATÉRIA
1 INTRODUÇÃO
Olá, caro acadêmico! Iniciamos nossos estudos em Química Geral com a
constituição da matéria, portanto, reflita sobre o que é apresentado a seguir.
Tudo que está a nossa volta, que podemos tocar, que possui massa e ocupa
um lugar no espaço, ou seja, possui volume, é denominado matéria. A matéria foi
algo que sempre intrigou pensadores e cientistas ao longo dos séculos. Nos dias
atuais, sabemos que os átomos são responsáveis pela constituição da matéria,
porém esta ideia pode ser considerada “recente”.
DICAS
A GUERRA DO FOGO
3
UNIDADE 1 —INTRODUÇÃO À QUÍMICA
A química, como uma das áreas das ciências naturais, é recente e tem seu
início datado por volta do final do século XVIII e marcado por trabalhos de dois
estudiosos: Robert Boyle (1627-1691) e Antoine-Laurent de Lavoisier (1743-1794).
4
TÓPICO 1 —CONSTITUIÇÃO DA MATÉRIA
FONTE: O autor
5
UNIDADE 1 —INTRODUÇÃO À QUÍMICA
3 MODELOS ATÔMICOS
A química possui como objetivo estudar a matéria a suas transformações.
No entanto, do que a matéria é constituída? Essa é uma pergunta que sempre
intrigou muitos filósofos e cientistas ao longo dos anos.
O conceito do que constitui a matéria é algo que evoluiu com o passar dos
anos, principalmente pelo fato de que a ciência é algo em constante construção.
A descoberta de novas tecnologias levou ao desenvolvimento dos conhecimentos
ligados à interpretação da constituição da matéria.
Atualmente, muito se fala sobre os átomos e a pesquisa constante para
desvendar cada mistério do seu interior, mas até chegarmos neste nível de conhe-
cimento a humanidade caminhou um longo caminho, iniciado com os filósofos
gregos.
• Tales de Mileto (c.624 a.C. – c.558 a.C.) – Propôs que todo o universo era com-
posto de água.
• Anaxímenes (c.585 a.C. – c.524 a.C.) – Acreditava que a base de tudo era o ar.
• Heráclito (c.540 a.C. – c.475 a.C.) – Este filósofo propôs que tudo era composto
de fogo.
• Empédocles (c.490 a.C. – c.435 a.C.) – Unificou os elementos água, ar e fogo ao
elemento terra, propondo a teoria dos quatro elementos, para ele essa teoria
era regida por amor (união) e ódio (separação).
6
TÓPICO 1 —CONSTITUIÇÃO DA MATÉRIA
NOTA
7
UNIDADE 1 —INTRODUÇÃO À QUÍMICA
• Dalton baseou sua proposta em uma teoria ligada a seus estudos acerca da
física proposta por Isaac Newton, ancorada no corpuscularismo newtoniano;
• E através de seus estudos sobre misturas gasosas, com todas as discussões e
críticas feitas pelos seus contemporâneos que o fizeram analisar e conceber
uma união entre a proposta Newtoniana de partícula com as propostas de
afinidade química, ambas apresentadas em sua época.
NOTA
8
TÓPICO 1 —CONSTITUIÇÃO DA MATÉRIA
• Durante uma reação química os átomos não são criados, nem destruídos, são
reorganizados, formando novas substâncias.
FONTE: O autor
9
UNIDADE 1 —INTRODUÇÃO À QUÍMICA
Um dos cientistas que realizou estes estudos foi William Crookes (1832-
1919). Ele realizou seus testes em baixíssimas pressões, e ao fazer isso, observou
que certa luminosidade aparecia na parede do tubo em frente ao cátodo. Então,
esses raios, que partiam em linha reta do cátodo na direção oposta a ele, foram
denominados de raios catódicos.
• eles possuíam massa, pois ao inserir dentro do tubo de vidro uma pequena
hélice se movia com a incidência dos raios catódicos;
• uma pequena cruz dentro do tubo de vidro era capaz de deter os raios catódicos,
formando uma sombra sobre na parede de vidro;
• os raios catódicos mudavam de direção ao serem colocados entre duas placas
carregadas, desviando-se em na direção da placa positiva;
• independentemente do gás utilizado no tubo de vidro a relação entre carga e
massa era sempre a mesma.
10
TÓPICO 1 —CONSTITUIÇÃO DA MATÉRIA
FONTE: O autor
TUROS
ESTUDOS FU
A descoberta da radioatividade
Em 1890, descobriu-se que certos elementos são radioativos. Isto significa que eles emitem
radiação de alta energia, da qual há três tipos: partículas alfa (α), partículas beta (β)e raios
gama (γ).
FONTE: RUSSELL, J. B. Química geral. 2. ed. São Paulo: Makron Books, 2002. v. 1.
11
UNIDADE 1 —INTRODUÇÃO À QUÍMICA
12
TÓPICO 1 —CONSTITUIÇÃO DA MATÉRIA
FONTE: O autor
13
UNIDADE 1 —INTRODUÇÃO À QUÍMICA
NTE
INTERESSA
Para que você tenha uma ideia da relação entre o tamanho do átomo e o
tamanho do núcleo, imagine o seguinte: se aproximássemos a visualização do átomo ao
ponto de que o núcleo atômico possuísse o tamanho de uma bola de tênis, o diâmetro do
total átomo seria de aproximadamente 6,4 km.
14
TÓPICO 1 —CONSTITUIÇÃO DA MATÉRIA
NOTA
15
UNIDADE 1 —INTRODUÇÃO À QUÍMICA
DICAS
16
TÓPICO 1 —CONSTITUIÇÃO DA MATÉRIA
E
IMPORTANT
FONTE: OLIVEIRA, Ótom Anselmo de; FERNANDES, Joana D’arc Gomes. Arquitetura
Atômica e Molecular: o modelo atômico atual e os números quânticos. Natal: EDUFRN,
2006. 280 p. Disponível em: https://docente.ifrn.edu.br/denilsonmaia/o-modelo-atomi-
co-atual. Acesso em: 8 maio 2020.
17
UNIDADE 1 —INTRODUÇÃO À QUÍMICA
4 ESTRUTURA ATÔMICA
O átomo de forma didática, como foi descrito anteriormente, é trabalhado
com o modelo Rutherford-Bohr, portanto, é importante relembrar algumas
informações:
18
TÓPICO 1 —CONSTITUIÇÃO DA MATÉRIA
Z = nº de prótons (p⁺)
NOTA
A = p++n
Considerando que o número atômico é igual ao número de prótons, a
equação poderia ser reescrita assim:
A=Z+n
19
UNIDADE 1 —INTRODUÇÃO À QUÍMICA
20
TÓPICO 1 —CONSTITUIÇÃO DA MATÉRIA
FONTE: O autor
O nome dos elementos tem várias origens, alguns derivam de palavras em
latim, outro de nomes de planetas, cientistas ou até mesmo locais de descoberta.
Consequentemente seus símbolos têm base nos seus nomes e são representados
por uma ou duas letras, sendo que a primeira letra está sempre em maiúsculo e
a segunda em minúsculo. Estes símbolos são encontrados na Tabela Periódica.
DICAS
Para saber mais sobre a história dos elementos químicos, acesse os dois
infográficos criados pelo site Compound Interest (www.compoundchem.com) que são
disponibilizados a seguir:
4.2 ÍONS
Naturalmente, os átomos tendem a ganhar ou perder elétrons devido à
necessidade de adquirirem estabilidade. Esta estabilidade, no geral, está ligada
a Teoria do Octeto, que será abordada ainda nesta unidade, mas que de forma
resumida indica que para um átomo estar estável ele precisa possuir 8 elétrons na
camada mais externa da sua eletrosfera, denominada Camada de Valência.
FONTE: O autor
22
TÓPICO 1 —CONSTITUIÇÃO DA MATÉRIA
FONTE: O autor
23
UNIDADE 1 —INTRODUÇÃO À QUÍMICA
DICAS
Para saber mais sobre a descoberta dos isótopos leia o artigo Aston e a
descoberta dos Isótopos, escrito por Alexandre Medeiros e publicado pela revista Química
Nova na Escola. Acesse pelo link https://bit.ly/3bpgM4b.
Afinal de contas, o que são isótopos? Isótopos são átomos que possuem o
mesmo número de prótons, porém apresentam diferentes números de massa. A iso-
topia não é a única semelhança atômica que pode se apresentar entre dois ou mais
átomos, além dela podemos falar sobre isóbaros, isótonos e isoeletrônicos. Na tabela
a seguir, você pode verificar cada uma das semelhanças atômicas e suas definições.
FONTE: O autor
24
TÓPICO 1 —CONSTITUIÇÃO DA MATÉRIA
FONTE: O autor
FONTE: O autor
25
UNIDADE 1 —INTRODUÇÃO À QUÍMICA
FONTE: O autor
26
TÓPICO 1 —CONSTITUIÇÃO DA MATÉRIA
FONTE: O autor
27
UNIDADE 1 —INTRODUÇÃO À QUÍMICA
Refere-se ao
Número Quântico de Spin s comportamento de giro do
elétron.
28
TÓPICO 1 —CONSTITUIÇÃO DA MATÉRIA
s 0
p 1
d 2
f 3
FONTE: O autor
NÚMERO DE
SUBNÍVEL NÚMERO QUÂNTICO MAGNÉTICO
ORBITAIS
s 1
p 3
d 5
f 7
FONTE: O autor
Os elétrons dentro dos orbitais são representados por setas. Por convenção
adotaremos que o número quântico de spin para cima como sendo +½ e para
baixo –½.
FONTE: O autor
30
TÓPICO 1 —CONSTITUIÇÃO DA MATÉRIA
FONTE: O autor
31
UNIDADE 1 —INTRODUÇÃO À QUÍMICA
LEITURA COMPLEMENTAR
32
TÓPICO 1 —CONSTITUIÇÃO DA MATÉRIA
Uma característica peculiar dos quarks é que eles têm carga elétrica
fracionária, (+2/3e) para alguns tipos e (-1/3e) para outros. No entanto, quarks
nunca foram detectados livres, estão sempre confinados em hádrons, de tal modo
que a soma algébrica das cargas dos quarks que constituem um determinado
hádron é sempre um múltiplo inteiro de e. O próton, por exemplo, é formado por
dois quarks de carga (+2/3e) e um quark de carga (-1/3e) de modo que sua carga
é (+2/3, +2/3, -1/3)e, ou, simplesmente, e. Quer dizer, o quantum da carga elétrica
continua sendo e (1,6 x 10-19 0).
FONTE: MOREIRA, Marco Antonio. O modelo padrão da física de partículas. Rev. Bras. Ensino
Fís., São Paulo, v. 31, n. 1, p. 1306.1-1306.11, abril 2009. Disponível em: https://bit.ly/302dke4.
Acesso em: 29 maio 2020.
33
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• Dalton apresentou a matéria como sendo constituída por átomos que, na sua
concepção, eram esferas maciças, indestrutíveis e indivisíveis.
34
• Os elétrons são distribuídos de acordo com o Diagrama de Linus Pauling que
respeita a ordem energética dos níveis e subníveis, assim como, seus limites
de elétrons. Nesta distribuição é possível identificar a camada de valência e o
subnível mais energético.
35
AUTOATIVIDADE
36
sendo eles: o principal, o secundário, o magnético e o spin. Considerando seus
conhecimentos sobre este tema, indique os quatro números quânticos das
espécies químicas apresentadas na questão anterior.
37
38
UNIDADE 1 TÓPICO 2 —
TABELA PERIÓDICA
1 INTRODUÇÃO
39
UNIDADE 1 —INTRODUÇÃO À QUÍMICA
FONTE: O autor
40
TÓPICO 2 —TABELA PERIÓDICA
41
UNIDADE 1 —INTRODUÇÃO À QUÍMICA
E
IMPORTANT
Perceba que a tabela proposta por Newlands apresenta alguns símbolos que,
atualmente, não aparecem na Tabela Periódica. Como o passar dos anos alguns elemen-
tos tiveram alteração de seu símbolo, um exemplo é o Berílio (Be). Na tabela de Newlands
ele é representado por “G”, pois compostos com Berílio costumam possuir sabor adocica-
do, e por esse motivo chegou a ser chamado de glucinum ou glucinium.
42
TÓPICO 2 —TABELA PERIÓDICA
43
UNIDADE 1 —INTRODUÇÃO À QUÍMICA
DICAS
3.1 GRUPOS
A Tabela Periódica possui 18 colunas que são denominadas grupos, sendo
eles numerados de 1 a 18 por recomendação da IUPAC, porém é possível ver em
algumas publicações a utilização de subgrupo A e B que são acompanhados de
números romanos. No entanto, esta terminologia está em desuso.
FONTE: O autor
44
TÓPICO 2 —TABELA PERIÓDICA
3.2 PERÍODOS
A Tabela Periódica atual possui ao todo 7 linhas, cada uma destas linhas é
chamada de período, ou seja, ela possui 7 períodos. Os períodos indicam o número
de camadas que os átomos que os compõem possuem, ou seja, um elemento que
esteja no 6º período possuirá elétrons até a 6ª camada (Camada P).
FONTE: O autor
45
UNIDADE 1 —INTRODUÇÃO À QUÍMICA
Note que existem duas linhas deslocadas para a parte inferior da Tabela
Periódica, esse deslocamento é realizado com o objetivo de encurtá-la. No 6º
período temos os lantanídeos, grupo que engloba os elementos de números
atômicos 57 a 71, e no 7º período os actinídeos com elementos de números atômico
89 a 103.
DICAS
46
TÓPICO 2 —TABELA PERIÓDICA
FONTE: O autor
47
UNIDADE 1 —INTRODUÇÃO À QUÍMICA
Para elementos de transição externa, o grupo será indicado pela soma dos
elétrons da camada de valência com os elétrons do subnível mais energético, já o
período é indicado pela camada de valência. Veja o exemplo:
48
TÓPICO 2 —TABELA PERIÓDICA
FONTE: O autor
Veja o exemplo:
• Hidrogênio
• Metais
• Não Metais
• Semimetais
• Gases nobres
49
UNIDADE 1 —INTRODUÇÃO À QUÍMICA
FONTE: O autor
ATENCAO
Os não metais (ou ametais) representam uma parcela bem menor da Tabe-
la Periódica quando comparados aos metais. Apesar disso apresentam elementos
de grande importância, como carbono (presente nos hidrocarbonetos) e oxigênio
(na forma de gás oxigênio é essencial para vida). Eles apresentam características
opostas aos metais, sendo elas:
NTE
INTERESSA
Dos semimetais podemos dar atenção ao silício (Si), ele é um material semi-
condutor muito abundante, é amplamente utilizado na indústria tecnológica para a pro-
dução de transistores para chips, células solares e em diversas variedades de circuitos
eletrônicos. Sua importância para esta área é tão grande que deu nome a uma região na
Califórnia, Estados Unidos, conhecida como Vale do Silício. Esta região reúne as maiores
empresas do ramo, como Google, Facebook, HP, Intel, Netflix, entre outras.
51
UNIDADE 1 —INTRODUÇÃO À QUÍMICA
Por fim, temos os gases nobres. O grupo recebe este nome devido ao fato de
os elementos que o compõem apresentarem alta estabilidade e consequentemente
baixa reatividade nas condições normais de temperatura e pressão (CNTP).
Devido a esta estabilidade, os gases nobres são encontrados de forma isolada na
natureza, porém em condições muito específicas podem formar compostos. Seus
elementos possuem 8 elétrons na camada de valência, com exceção do hélio (He)
que possui 2.
4 PROPRIEDADES PERIÓDICAS
A organização dos elementos através da Tabela Periódica permitiu
observar que algumas de suas propriedades apresentam variações periódica em
função de seus números atômicos (RUSSEL, 2002). Neste item, iremos tratar das
seguintes propriedades periódicas:
• Raio atômico
• Eletronegatividade
• Energia de ionização
• Afinidade eletrônica
52
TÓPICO 2 —TABELA PERIÓDICA
FONTE: O autor
53
UNIDADE 1 —INTRODUÇÃO À QUÍMICA
FONTE: O autor
54
TÓPICO 2 —TABELA PERIÓDICA
4.2 ELETRONEGATIVIDADE
A eletronegatividade é definida, segundo Usberco e Salvador (2002, p.
87), como “a força de atração exercida sobre os elétrons de uma ligação”. Na
Tabela Periódica, o aumento da eletronegatividade ocorre de forma contrária ao
aumento do raio atômico. Veja a figura a seguir:
FONTE: O autor
55
UNIDADE 1 —INTRODUÇÃO À QUÍMICA
56
TÓPICO 2 —TABELA PERIÓDICA
FONTE: O autor
57
UNIDADE 1 —INTRODUÇÃO À QUÍMICA
DICAS
58
TÓPICO 2 —TABELA PERIÓDICA
FONTE: O autor
59
UNIDADE 1 —INTRODUÇÃO À QUÍMICA
60
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
61
• Os elementos podem ser classificados em naturais, encontrados na natureza, e
artificiais, sintetizados em laboratório. Os artificiais se dividem em cisurânicos,
localizados antes do urânio (último elemento natural da Tabela Periódica) e
transurânicos, localizados depois do urânio, sendo todos artificiais.
• O raio atômico é uma propriedade periódica que aumenta de cima para baixo
em um grupo (pelo aumento de camadas), e da direita para esquerda em
um período (pela diminuição da força de atração eletrostática entre núcleo e
eletrosfera).
62
AUTOATIVIDADE
a) 5d4
b) 4f²
c) 5p²
FONTE: https://docplayer.com.br/4335589-Nivel-1-2-3-4-5-6-7-camada-k-l-m-n-o-p-q-nu-
mero-maximo-de-eletrons-2-8-18-32-32-18-2.html. Acesso em: 6 set. 2020.
2 Ao longo dos anos, a Tabela Periódica evoluiu tanto na busca por prever
propriedades dos elementos quanto para comportar novos integrantes que
surgiram com o avanço da área das ciências. Atualmente, ela conta com
118 elementos distribuídos por 18 grupos e 7 períodos. Indicar um grupo
e um período para um elemento na tabela é similar a indicar uma posição
geográfica para uma pessoa ou lugar em um mapa. Considere um elemento
que se encontra no grupo 13 e no 4º período e identifique-o com o auxílio da
Tabela Periódica.
63
que de certa forma ajuda a compreender as demais propriedades e indica a
medida média da distância de seu núcleo até o “final” da eletrosfera. Com
relação ao raio atômico:
a) Por que os cátions possuem raios iônicos menores que seus átomos neutros
correspondentes?
b) Por que os ânions possuem raios iônicos maiores que seus átomos neutros?
I. É produzido em laboratório.
II. É classificado como cisurânico.
III. É classificado como não metal.
a) ( ) U.
b) ( )Tc.
c) ( ) At.
d) ( ) Pm.
64
UNIDADE 1 TÓPICO 3 —
LIGAÇOES QUÍMICAS E
INTERAÇÕES INTERMOLECULARES
1 INTRODUÇÃO
No Tópico anterior nos dedicamos a entender como os elementos se
organizam na Tabela Periódica e quais as propriedades que podemos prever
através deles. Todavia, um ponto muito importante é que são raros os casos em que
um átomo de um elemento químico é encontrado de forma isolada na natureza.
Geralmente, eles estão associados a outros elementos, formando substâncias
compostas, ou até mesmo associados a átomos do mesmo elemento, formando
substâncias simples. Essa interação entre átomos ocorre através das ligações
químicas, além disso, elas justificam algumas características das substâncias
formadas.
65
UNIDADE 1 —INTRODUÇÃO À QUÍMICA
2 LIGAÇÕES QUÍMICAS
Segundo Covre (2001, p. 109), “ligação química é o nome dado às formas
de associação existentes entre os átomos”. Estas ligações ocorrem através da
interação entre as eletrosferas dos átomos, ou seja, são determinadas pela relação
entre os elétrons. As ligações químicas podem ser chamadas também de interações
intramoleculares.
Brown et al. (2005, p. 252) traz como apresentação das ligações químicas a
seguinte situação,
Sobre a mesa da maioria dos restaurantes você pode encontrar duas
substâncias brancas cristalinas: sal de cozinha e açúcar refinado.
Apesar de suas similaridades na aparência, sal e açúcar são espécies de
substâncias bem diferentes. Sal de cozinha é cloreto de sódio, , que
consiste em íons sódio, Na+, e íons cloreto, . A estrutura é mantida
unida pelas atrações entre íons com cargas de sinais contrários, que
podemos chamar de ligações iônicas. Por outro lado, o açúcar refinado
não contém íons sob qualquer condição. Consiste em moléculas de
sacarose, C12H22O11, nas quais as atrações chamadas ligações covalentes
mantêm os átomos unidos.
66
TÓPICO 3 —LIGAÇOES QUÍMICAS E INTERAÇÕES INTERMOLECULARES
FONTE: O autor
Segundo Brown et al. (2005, p. 253), a teoria do octeto diz que “os
átomos tendem a ganhar, perder ou compartilhar elétrons até que eles estejam
circundados por oito elétrons de valência”. É importante destacar, por fim, que
“existem muitas exceções à regra do octeto, mas ela fornece uma estrutura útil
para introduzir muitos conceitos importantes de ligação” (BROWN et al., 2005,
p. 253).
67
UNIDADE 1 —INTRODUÇÃO À QUÍMICA
FONTE: O autor
Note que tanto o íon sódio quanto o íon cloro possuem, após a interação,
oito elétrons na camada de valência.
68
TÓPICO 3 —LIGAÇOES QUÍMICAS E INTERAÇÕES INTERMOLECULARES
FONTE: O autor
Note que o cátion deve ser na frente e o ânion atrás. Como exemplo,
podemos aplicar a fórmula unitária para uma combinação entre os íons Mg2+
e , neste caso, obteríamos o composto iônico MgC 2 (Cloreto de Magnésio).
A fórmula MgC 2 indica que são necessários dois átomos de cloro para um
átomo de magnésio. Tenha em mente o seguinte, o íon cloro é representado
por portanto, ele recebe apenas um elétron, no entanto,00 o íon magnésio,
representado por Mg2+, doa dois, sendo assim, ao duplicar a quantidade de íons
cloro o balanço de elétrons doados e recebido será nulo.
69
UNIDADE 1 —INTRODUÇÃO À QUÍMICA
FONTE: O autor
VARIAÇÃO DE REPRESENTAÇÃO
NOMENCLATURA
ELÉTRONS GENÉRICA
1 Monovalente
2 Bivalente ou Divalente
3 Trivalente
4 Tetravalente
5 Pentavalente
FONTE: O autor
70
TÓPICO 3 —LIGAÇOES QUÍMICAS E INTERAÇÕES INTERMOLECULARES
E
IMPORTANT
FONTE: BATISTA, Fábio Roberto. Química. Curitiba: Positivo, v. 2, 2015, p. 9. Livro do Pro-
fessor: Orientações Metodológicas.
Este tipo de ligação é a que ocorre entre os átomos de elementos que tendem
a receber elétrons, em geral não metais e, em alguns casos, semimetais. Ela ocorre
também entre não metais e hidrogênio na formação de ácidos. O exemplo mais
simples de ligação covalente ocorre entre dois átomos de hidrogênio na formação
do gás hidrogênio (H²).
71
UNIDADE 1 —INTRODUÇÃO À QUÍMICA
FONTE: O autor
ATENCAO
72
TÓPICO 3 —LIGAÇOES QUÍMICAS E INTERAÇÕES INTERMOLECULARES
FONTE: O autor
NÚMERO DE COMPARTILHA-
TIPO DE LIGAÇÃO REPRESENTAÇÃO
MENTOS
1 Simples
2 Dupla
3 Tripla
FONTE: O autor
73
UNIDADE 1 —INTRODUÇÃO À QUÍMICA
Note que a ligação frontal entre o orbital híbrido sp forma uma ligação
sigma (ligação “A”), enquanto os dois orbitais de p se ligam paralelamente,
formando duas ligações pi (OBS: A ligação “B” representa uma ligação pi e a
ligação “C” outra).
FONTE: O autor
74
TÓPICO 3 —LIGAÇOES QUÍMICAS E INTERAÇÕES INTERMOLECULARES
FÓRMULA ELETRONS DE
ELEMENTOS LIGAÇÕES
ESTRUTURAL VALÊNCIA
Hidrogênio 1 simples 1 elétron
4 simples
1 simples e 1 tripla
2 duplas
3 simples
Grupo 15 5 elétrons
1 simples e 1 dupla
1 tripla
2 simples
Grupo 16 6 elétrons
1 dupla
FONTE: O autor
75
UNIDADE 1 —INTRODUÇÃO À QUÍMICA
FONTE: O autor
76
TÓPICO 3 —LIGAÇOES QUÍMICAS E INTERAÇÕES INTERMOLECULARES
FONTE: O autor
NÚMERO DE
NÚMERO DE
LIGAÇÕES
CAMADA DE LIGAÇÕES
GRUPO COVALENTES
VALÊNCIA COVALENTES
COORDENADAS
SIMPLES
POSSÍVEIS
15 3 1
5 elétrons
18 2 1 ou 2
6 elétrons
17 1 1, 2 ou 3
7 elétrons
FONTE: O autor
77
UNIDADE 1 —INTRODUÇÃO À QUÍMICA
• São encontrados na natureza nos três estados físicos na CATP (Ex: Sólido –
Açúcar e Diamante; Líquido – Água e Etanol; Gasoso – Gás Hidrogênio e Gás
Cloro);
• Pontos de fusão e ebulição menores quando comparados aos compostos
iônicos (compostos covalentes possuem PF e PE maiores que os compostos
moleculares);
• Quando puros, não conduzem corrente elétrica;
• São quebradiços.
FONTE: O autor
78
TÓPICO 3 —LIGAÇOES QUÍMICAS E INTERAÇÕES INTERMOLECULARES
79
UNIDADE 1 —INTRODUÇÃO À QUÍMICA
3 POLARIDADE E GEOMETRIA
Uma frase bem comum de se ouvir em um laboratório quando se fala de
solubilidade das substâncias é: semelhante dissolve semelhante. Esta semelhança
a qual a frase se refere está relacionada à polaridade das moléculas, ou seja,
substâncias polares tendem a dissolver substâncias polares, e substâncias apolares
tendem a dissolver substâncias apolares. Esta polaridade pode ser definida ao se
analisar a polaridade e a geometria das moléculas.
Trigonal
3 0 120° BF3,
Plana
4 Piramidal
3 1 ~107° NH3, H3O+
Trigonal
81
UNIDADE 1 —INTRODUÇÃO À QUÍMICA
Bipiramidal
5 0 90°/120° PC 5, PBr3F2
Trigonal
Piramidal
5 1 ~90° BrF5, TeF5
6 Quadrada
Quadrática
4 2 90° XeF4, BrF4
Plana
82
TÓPICO 3 —LIGAÇOES QUÍMICAS E INTERAÇÕES INTERMOLECULARES
3 3 Forma de T 90° -
2 4 Linear 180° -
Note que nos modelos das moléculas são apresentados três tipos de
“ligações” que são representados pelos símbolos a seguir. Estas representações
estão associadas à posição da ligação em relação ao plano no qual a molécula
se encontra. A representação A indica que a ligação está alinhada ao plano, a
representação B indica que a ligação está posicionada para frente do plano e a
representação C para trás do plano.
FONTE: O autor
83
UNIDADE 1 —INTRODUÇÃO À QUÍMICA
FONTE: O autor
84
TÓPICO 3 —LIGAÇOES QUÍMICAS E INTERAÇÕES INTERMOLECULARES
FONTE: O autor
85
UNIDADE 1 —INTRODUÇÃO À QUÍMICA
FONTE: O autor
4 INTERAÇÕES INTERMOLECULARES
Assim como os átomos, que interagem entre si através de ligações químicas,
as substâncias químicas também estabelecem interações. Estas interações são
chamadas de interações intermoleculares (ou forças intermoleculares) apesar de
haver algumas interações que ocorrem entre um íon e uma molécula. Segundo
Tro (2017, p. 488),
86
TÓPICO 3 —LIGAÇOES QUÍMICAS E INTERAÇÕES INTERMOLECULARES
Além das forças de Van der Waals, podemos destacar ainda mais dois
tipos de interações:
• Ligações de Hidrogênio
• Íon – Dipolo
FONTE: Adaptado de: TRO, Nivaldo J. Química: uma abordagem molecular. 3. ed. Rio de Janei-
ro: LTC, 2017, p. 489-490.
87
UNIDADE 1 —INTRODUÇÃO À QUÍMICA
88
TÓPICO 3 —LIGAÇOES QUÍMICAS E INTERAÇÕES INTERMOLECULARES
oxigênio (O) ou nitrogênio (N) de outas moléculas. Talvez a situação mais clássica
em que a ligação de hidrogênio se estabelece é entre as moléculas de água (H2O).
89
UNIDADE 1 —INTRODUÇÃO À QUÍMICA
E
IMPORTANT
FONTE: O autor
90
RESUMO DO TÓPICO 3
91
• As substâncias interagem através de interação intermoleculares, sendo elas:
dipolo instantâneo – dipolo induzido, dipolo permanente – dipolo induzido,
dipolo permanente – dipolo permanente, ligações de hidrogênio e interação
íon – dipolo.
CHAMADA
92
AUTOATIVIDADE
a) ( ) NH₃
b) ( ) HCN
c) ( ) CC ₄
d) ( ) SF₆
93
Na imagem são apresentadas as bases nitrogenadas que formam as duas fitas
de dupla hélice que formam o DNA. Note que há uma interação que ocorre
entre as duas fitas e que é destacada através da linha pontilhada. Assim,
determine qual o tipo de interação intermolecular está ocorrendo. Justifique
sua resposta.
CONDUÇÃO
PONTO PONTO DE CORRENTE TIPO DE
SUBS-
DE DE ELÉTRICA LIGAÇÃO
TÂNCIA
FUSÃO EBULIÇÃO Sólido Líquido QUÍMICA
94
REFERÊNCIAS
BARRETO, P. G.; DE BARROS, A. E. A. Os principais tipos de materiais magné-
ticos e o princípio de exclusão de PAULI. Revista do Professor de Física, v. 3, n.
Especial, p. 1-2, 5 jul. 2019.
BRADY, J. E.; HUMISTON, G. E. Química geral. 2. ed. São Paulo: LTC, 1986.
95
MELZER, E. E. M.; AIRES, J. A. A história do desenvolvimento da teoria atômi-
ca: um percurso de Dalton a Bohr. Amazônia: Revista de Educação em Ciên-
cias e Matemáticas, [S.l.], v. 11, n. 22, p. 62-77, jun. 2015. Disponível em: https://
periodicos.ufpa.br/index.php/revistaamazonia/article/view/2137. Acesso em: 5
maio 2020.
TRO, N. J. Química: uma abordagem molecular. 3. ed. Rio de Janeiro: LTC, 2017.
2 v.
USBERCO, J.; SALVADOR, E. Química: volume único. 5. ed. São Paulo: Saraiva,
2002.
96
UNIDADE 2 —
FUNÇÕES INORGÂNICAS
E REAÇÕES QUÍMICAS
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
CHAMADA
97
98
UNIDADE 2 TÓPICO 1 —
ÁCIDOS E BASES
1 INTRODUÇÃO
Caro acadêmico, chegamos a uma nova unidade do nosso livro didático, e
nela pretendemos abordar grupos de substâncias que apresentam características
semelhantes entre si, são as funções químicas. Mais especificamente trataremos
das funções inorgânicas, que comtemplam muitas das substâncias utilizadas no
nosso cotidiano.
2 TEORIAS ÁCIDO-BASE
Afinal de contas, o que define um ácido? E uma base? Quais são as
características que fazem com que estas substâncias se definam como funções? É
isso que pretendemos entender com as teorias ácido-base.
99
UNIDADE 2 — FUNÇÕES INORGÂNICAS E REAÇÕES QUÍMICAS
mais geral, são [...] bastante antigas, porém vamos considerar apenas as do século
XX” (CHAGAS, 1999, p. 28).
DICAS
Para saber mais sobre outras teorias ácido-base você pode fazer a leitura do
artigo Teorias Ácido-Base do Século XX, escrito por Aécio Pereira Chagas e publicado pela
revista Química Nova na Escola. Acesse através do link https://bit.ly/2AWLZPC.
• Ácido: toda substância que em solução aquosa libera como único cátion o íon
H⁺(em alguns casos pode ser representado por pelo íon hidrônio (H³O⁺)).
• Base: toda substância que em solução aquosa libera como único ânion o íon
OH– (hidroxila).
É importante que você tenha em mente que dois processos distintos ocorrem
com ácidos e bases quando em solução aquosa. Bases, quando dissolvidas em
água, sofrem um processo denominado dissociação, processo no qual compostos
iônicos têm seus íons separados. Já os ácidos passam por um processo diferente
chamado de ionização. Esse processo permite que um composto molecular
adquira uma carga negativa ou positiva ao ganhar ou perder elétrons. Inclusive,
estes fenômenos foram formulados por Arrhenius em seus estudos que levaram
a elaboração de sua teoria ácido-base.
100
TÓPICO 1 — ÁCIDOS E BASES
FONTE: O autor
“Esta teoria foi muito importante, pois além de dar conta de um grande
número de fenômenos já conhecidos, provocou o desenvolvimento de várias
linhas de pesquisa, inclusive contribuindo para estabelecer as bases científicas da
química analítica” (CHAGAS, 1999, p. 28).
FONTE: O autor
101
UNIDADE 2 — FUNÇÕES INORGÂNICAS E REAÇÕES QUÍMICAS
NOTA
FONTE: DIAS, Diogo Lopes. Teoria ácido-base de Lewis. 2016. Disponível em: <https://bit.
ly/2Z5yfKO>. Acesso em: 23 jun. 2020.
102
TÓPICO 1 — ÁCIDOS E BASES
FONTE: O autor
FONTE: O autor
103
UNIDADE 2 — FUNÇÕES INORGÂNICAS E REAÇÕES QUÍMICAS
FONTE: O autor
E
IMPORTANT
104
TÓPICO 1 — ÁCIDOS E BASES
E
IMPORTANT
105
UNIDADE 2 — FUNÇÕES INORGÂNICAS E REAÇÕES QUÍMICAS
NOTA
106
TÓPICO 1 — ÁCIDOS E BASES
107
UNIDADE 2 — FUNÇÕES INORGÂNICAS E REAÇÕES QUÍMICAS
FONTE: O autor
108
TÓPICO 1 — ÁCIDOS E BASES
NOTA
O efeito do íon comum pode ser utilizado para diminuir o grau de ionização
de um ácido, o grau de dissociação de uma base ou a solubilidade de um sal.
Note que o íon comum é o cianeto (CN–), assim, por ser um sal solúvel, o
NaCN se dissocia facilmente e aumenta a disponibilidade desse íon em solução
fazendo com que o equilíbrio representado em “a” seja deslocado ainda mais
para esquerda, mantendo o ácido sob forma molecular.
109
UNIDADE 2 — FUNÇÕES INORGÂNICAS E REAÇÕES QUÍMICAS
fim de produzir mais íons hidrogênio e compensar o que foi consumido. Assim, a
variação do pH da solução será pequena, pois enquanto a reação expressa em “b”
faz com que o H⁺ seja consumido com o íon comum, a reação expressa em “c” faz
com que ele seja formado.
NTE
INTERESSA
110
TÓPICO 1 — ÁCIDOS E BASES
ELEMENTO NOX
Grupo 1 (Li, Na, K, Rb, Cs, Fr) +1
Grupo 2 (Be, Mg, Ca, Sr, Ba, Ra) +2
Zinco (Zn) +2
Prata (Ag) +1
Alumínio +3
FONTE: O autor
111
UNIDADE 2 — FUNÇÕES INORGÂNICAS E REAÇÕES QUÍMICAS
NOTA
112
TÓPICO 1 — ÁCIDOS E BASES
FONTE: O autor
5 ÁCIDOS
Ácidos são substâncias amplamente encontradas em nosso cotidiano, seja
em medicamentos, produtos de limpeza ou alimentos. Como vimos anteriormente,
eles podem ser identificados de acordo com algumas teorias, porém, para fins
didáticos trabalharemos com o conceito de ácidos apresentados por Arrhenius:
FONTE: O autor
113
UNIDADE 2 — FUNÇÕES INORGÂNICAS E REAÇÕES QUÍMICAS
5.1 CLASSIFICAÇÃO
As características gerais dos ácidos, como sabor azedo, estado líquido e
ionização em água são aspectos que estão relacionados com a sua classificação,
sendo assim, é muito importante que possamos conhecê-la. Dessa forma é
necessário saber que os ácidos podem ser classificados de acordo com alguns
parâmetros sendo eles:
114
TÓPICO 1 — ÁCIDOS E BASES
115
UNIDADE 2 — FUNÇÕES INORGÂNICAS E REAÇÕES QUÍMICAS
• Ácido forte: possui grau de ionização maior que 50% (α > 50%).
• Ácido Moderado: possui grau de ionização maior ou igual a 5% e menor ou
igual a 50% (5% ≤ α ≤ 50%).
• Ácido fraco: possui grau de ionização menor que 5% (α < 5%).
116
TÓPICO 1 — ÁCIDOS E BASES
Há uma regra prática para a determinação da força dos ácidos, sendo que,
para hidrácidos:
• Ácidos fortes:
• Ácido moderado: HF.
• Ácidos fracos: demais hidrácidos.
Já para oxiácidos usamos a Regra de Pauling que nos diz que devemos
analisar o resultado da seguinte subtração:
Sendo,
A única exceção que merece destaque para esta regra é o Ácido Carbônico
(H₂CO₃), no qual a diferença entre oxigênios e hidrogênios ionizáveis é 1, porém,
este ácido é classificado como fraco.
E
IMPORTANT
117
UNIDADE 2 — FUNÇÕES INORGÂNICAS E REAÇÕES QUÍMICAS
E
IMPORTANT
ELETRÓLITOS
A água pura exibe uma pequena condutividade elétrica devido à baixa concen-
tração dos íons hidrogênio, H+, e hidróxido, OH–. As soluções aquosas, em geral, podem
exibir condutividades maiores ou iguais à da água pura, dependendo da natureza do
soluto.
118
TÓPICO 1 — ÁCIDOS E BASES
FONTE: Adaptado de SILVA, Maria José de S. F. da; TÓFANI, Simone de F. B.; OLIVEIRA,
Ione Maria F. de. Fundamentos de Química Analítica: Aula 1. Belo Horizonte: Universi-
dade Federal de Minas Gerais (UFMG), 2009. Disponível em: <https://bit.ly/3dQ3LSF>.
Acesso em: 30 jun. 2020.
Numa análise microscópica verificaríamos que uma solução possui eletrólitos fracos ou
fortes, conforme a figura a seguir, que apresenta dois ácidos, sendo o Ácido Cianídri-
co (HCN) fraco (condutividade menor) e o Ácido Clorídrico ( ) forte (condutividade
maior).
119
UNIDADE 2 — FUNÇÕES INORGÂNICAS E REAÇÕES QUÍMICAS
FONTE: Adaptado de LEWIS, James L. Considerações gerais sobre eletrólitos. [S. l.]:
Manual MSD, 2018. Disponível em: <https://msdmnls.co/3inRPL9>. Acesso em: 30 jun.
2020.
120
TÓPICO 1 — ÁCIDOS E BASES
5.2 NOMENCLATURA
A nomenclatura dos ácidos geralmente representa certa dificuldade
aos acadêmicos, porém, com um pouco de prática e com as dicas a seguir esse
processo pode ficar mais fácil. Assim, vamos começar com a forma geral de dar
nome aos ácidos e para isso é importante ter em mãos uma tabela de ânions, igual
a apresentada a seguir:
QUADRO 3 – ÂNIONS
121
UNIDADE 2 — FUNÇÕES INORGÂNICAS E REAÇÕES QUÍMICAS
122
TÓPICO 1 — ÁCIDOS E BASES
+7 - - per ico
+5 +6 +5 - ico
F (Fluor)
(Clor) S
N (Nitr)
Br (Brom) (Sulfur)
P (Fosfor)
I (Iod)
+3 +4 +3 - oso
+1 +2 +1 hipo oso
5.3 APLICAÇÕES
Como citado anteriormente, os ácidos são extremamente utilizados no dia
a dia para as mais diversas aplicações. Dessa forma, são apresentados a seguir os
principais ácidos e suas aplicações.
FÓRMULA
NOME APLICAÇÃO
MOLECULAR
Ácido É utilizado na limpeza de peças metálicas e
H
Clorídrico como importante reagente laboratorial.
É utilizado para fazer marcações e gravações
Ácido
HF no vidro e no aço, já que causa corrosão
Fluorídrico
nesses tipos de material.
123
UNIDADE 2 — FUNÇÕES INORGÂNICAS E REAÇÕES QUÍMICAS
124
TÓPICO 1 — ÁCIDOS E BASES
6 BASES
Assim como os ácidos, as bases (ou hidróxidos) representam uma
função química, ou seja, um grupo de substâncias que possuem características
semelhantes. Considerando essa informação, para fins didáticos, trabalharemos
com a Teoria Ácido-Base de Arrhenius, portanto, bases podem ser definidas como:
E
IMPORTANT
FONTE: O autor
125
UNIDADE 2 — FUNÇÕES INORGÂNICAS E REAÇÕES QUÍMICAS
6.1 CLASSIFICAÇÃO
As bases podem ser classificadas perante alguns quesitos sendo eles:
NOTA
126
TÓPICO 1 — ÁCIDOS E BASES
• Base forte: são bases que possuem um grau de dissociação superior a 50%
(α > 50%).
• Base fraca: são bases que possuem um grau de dissociação igual ou menor
que 5% (α≤ 5%).
127
UNIDADE 2 — FUNÇÕES INORGÂNICAS E REAÇÕES QUÍMICAS
NOTA
• Bases fortes: são todas formadas pelas pelos metais alcalinos (Grupo 1)
e metais alcalinos terrosos (Grupo 2), exceto as formadas por berílio (Be) e
magnésio (Mg).
• Bases fracas: todas as demais e Hidróxido de Amônio.
6.2 NOMENCLATURA
Para nomear as bases devemos relembrar os nossos conhecimentos
sobre NOXs. Portanto, nos quadros a seguir (Quadros 8 e 9) são apresentados
os principais cátions e seus valores de carga (para íons monoatômicos o valor da
carga é igual ao NOX).
128
TÓPICO 1 — ÁCIDOS E BASES
(Grupo 1)
Alcalinos
Potássio K+
Rubídio Rb+
Césio Cs+
Frâncio Fr+
Magnésio Mg²+
(Grupo 2)
Alcalinos
Cálcio Ca²+
Terrosos
Estrôncio Sr²+
Bário Ba²+
Rádio Ra²+
Prata Ag+
Zinco Zn²+
Alumínio
FONTE: O autor
129
UNIDADE 2 — FUNÇÕES INORGÂNICAS E REAÇÕES QUÍMICAS
Para bases de formadas por cátions de NOX fixo basta seguir a forma
geral apresentada a seguir:
Já para bases formadas por cátions com NOX variável podemos utilizar
duas formas diferentes:
6.3 APLICAÇÕES
As bases possuem diversas aplicações no cotidiano, portanto, o Quadro
10 apresenta algumas das mais importantes e seus principais usos e curiosidades.
FÓRMULA
NOME APLICAÇÃO
UNITÁRIA
Conhecida como soda cáustica, essa base é um
sólido branco bastante solúvel em água. Ela é
utilizada em limpezas pesadas e em produtos
Hidróxido para desentupir pias e ralos. Também é utilizada
NaOH
de Sódio em uma das etapas da fabricação de papel, no
tratamento de efluentes e na indústria têxtil. Além
do mais, esta base tem um alto poder corrosivo
podendo destruir tecidos vivos.
130
TÓPICO 1 — ÁCIDOS E BASES
131
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• Para a Teoria de Lewis, ácido é toda espécie química capaz de receber um par
de elétrons e base é toda espécie capaz de doar um par de elétrons.
• Bases são substâncias que sofrem dissociação, liberam OH– e possuem sabor
adstringente. Podem ser classificadas quanto à força, a solubilidade e o
número de hidroxilas.
132
• Tanto os ácidos quanto as bases possuem diversas aplicações no nosso
cotidiano.
133
AUTOATIVIDADE
FONTE: O autor.
4 O Ácido Fluorídrico ( ) possui uma alta reatividade com vidro sendo, por
esse motivo, usado em solução aquosa para fazer gravações nessas superfícies.
Por esse motivo também, ele deve ser guardado em recipientes polietileno
134
ou politetrafluoroetileno. Considerando seus conhecimentos acerca de
ácidos, classifique o ácido fluorídrico, quanto ao número de elementos, de
hidrogênios ionizáveis, presença de oxigênio, volatilidade e força.
5 Os ácidos são uma das funções químicas mais comuns do nosso cotidiano.
Eles estão presentes em situações que, talvez, muitas pessoas não estão tão
acostumadas a perceber, como nas baterias dos veículos, ou em situações
corriqueiras, como no vinagre utilizado na salada. No entanto, para um
químico, conhecer suas fórmulas moleculares e seus nomes é essencial para
evitar acidentes em laboratório. Assim, dê nome aos seguintes ácidos:
135
UNIDADE 2
TÓPICO 2 —
1 INTRODUÇÃO
Além de ácidos e bases, outras funções inorgânicas também fazem parte
nosso cotidiano, são eles sais, óxidos e hidretos. Eles podem ser observados nas
mais diversas situações, indo da presença em alimentos, passando pelo uso como
conservantes, pela presença em poluentes até a formação de ferrugem sobre as
superfícies de ferro.
FIGURA 14 – FERRUGEM
2 SAIS
Geralmente, ao se falar de sais, a principal referência se torna o cloreto de
sódio ( ) conhecido como sal de cozinha (Figura 15), porém, este grupo de
substâncias é muito mais amplo do que aparenta.
137
UNIDADE 2 — FUNÇÕES INORGÂNICAS E REAÇÕES QUÍMICAS
FONTE: O autor
FONTE: O autor
2.1 CLASSIFICAÇÃO
Os sais apresentam uma grande variedade de representantes que podem
ser classificados com relação a alguns fatores, sendo eles:
139
UNIDADE 2 — FUNÇÕES INORGÂNICAS E REAÇÕES QUÍMICAS
NOTA
Caro acadêmico, no caso dos sais, não é comum analisá-los quanto a sua
força, mas quanto a sua solubilidade. Como nenhuma substância é totalmente insolúvel,
utilizamos o termo “praticamente insolúvel” para nos referir a substâncias que possuem
uma solubilidade extremamente pequena.
140
TÓPICO 2 — SAIS, ÓXIDOS E HIDRETOS
NTE
INTERESSA
Um objeto bem curioso e que muitas vezes pode ser encontrado na casa dos
brasileiros é o chamado “Galinho do Tempo”. Esse objeto surpreende pelo fato de mudar de
cor e indicar o aumento da probabilidade de chuva, porém, o que muitos desconhecem é
que há uma explicação química por trás de seu funcionamento.
GALINHO DO TEMPO
Esse bibelô é revestido por cloreto de cobalto II ( ), um sal anidro, que apresenta
coloração azul e é muito higroscópico (absorve água com facilidade), porém, ao ficar
exposto ao clima, como o aumento da umidade (um indicativo de chuva e frio) este sal
absorve água e se torno cloreto de cobalto hexa-hidratado ( ), um sal rosa. Ob-
viamente, quando o clima fica seco e quente a água de hidratação sai do sal e ele volta a
ser azul.
141
UNIDADE 2 — FUNÇÕES INORGÂNICAS E REAÇÕES QUÍMICAS
142
TÓPICO 2 — SAIS, ÓXIDOS E HIDRETOS
2.2 NOMENCLATURA
A nomenclatura de um sal irá depender de sua classificação quanto à
natureza dos íons, quanto à presença de água e, além disso, é importante que
saibamos o nome do ânion, proveniente do ácido, e do cátion, proveniente da
base.
E
IMPORTANT
143
UNIDADE 2 — FUNÇÕES INORGÂNICAS E REAÇÕES QUÍMICAS
2.3 APLICAÇÕES
Os sais são facilmente encontrados na natureza e por causa de sua
diversidade acabam possuindo muitas aplicações cotidianas, dessa forma, a fim
de sintetizar estes dados, é apresentado o quadro 12.
144
TÓPICO 2 — SAIS, ÓXIDOS E HIDRETOS
3 ÓXIDOS
Os óxidos constituem outra função inorgânica que merece destaque, mas
antes de adentrarmos a este assunto leia o texto apresentado a seguir.
145
UNIDADE 2 — FUNÇÕES INORGÂNICAS E REAÇÕES QUÍMICAS
NTE
INTERESSA
Drawing Down N2O to Protect Climate and the Ozone Layer, um novo relatório do Progra-
ma das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), alerta que o óxido nitroso é agora
a emissão mais importante que destrói a camada de ozônio e o terceiro gás de efeito
estufa mais potente liberado na atmosfera.
"Embora não seja tão prevalente na atmosfera quanto o CO2 em termos de massa, o N2O
– comumente conhecido por muitos como 'gás do riso' – está longe de ser motivo de riso
no que diz respeito aos danos causados ao clima e a camada de ozônio, pois tem um im-
pacto desproporcional no aquecimento global por causa de suas propriedades radiativas
e longa vida na atmosfera, que é em média de 120 anos. As ações sobre essas emissões
oferecem mais uma oportunidade para manter o mundo sob um aumento de temperatura
de 2°C", acrescentou.
A maior parte da depleção da camada estratosférica de ozônio até agora se deve aos in-
fames clorofluorocarbonetos (CFCs) e outros produtos químicos halogenados (contendo
cloro e bromo).
A agricultura é de longe a maior fonte de emissões de N2O induzidas pelo homem, re-
presentando dois terços dessas emissões. Enquanto isso, outras fontes importantes de
N2O incluem indústria e combustão de combustíveis fósseis, queima de biomassa e águas
residuais.
146
TÓPICO 2 — SAIS, ÓXIDOS E HIDRETOS
NOTA
O planeta vive uma constante batalha contra a poluição do ar. Esta polui-
ção traz danos tanto à saúde quanto ao meio ambiente. Nos infográficos a seguir são
apresentadas as principais causas da poluição do ar e quais medidas podem ser tomadas
a fim de diminuir esse problema.
Se você quiser saber mais sobre o tema ou mesmo encontrar outros infográficos acesse
o site oficial da Organização Mundial da Saúde (OMS) através do link https://bit.ly/2ZNF-
Qzu.
147
UNIDADE 2 — FUNÇÕES INORGÂNICAS E REAÇÕES QUÍMICAS
NOTA
O oxigênio pode formar compostos binários com o flúor (OF2 e O2F2), porém,
estes compostos não são classificados como óxidos, pois o flúor é o elemento mais
eletronegativo. Outra curiosidade é que apesar de os gases nobres serem extremamente
estáveis, em certas condições, é possível formar óxidos com o elemento xenônio (XeO3 e
XeO4).
3.1 CLASSIFICAÇÃO
Quanto à classificação, os óxidos podem ser classificados de acordo com
os seguintes critérios:
148
TÓPICO 2 — SAIS, ÓXIDOS E HIDRETOS
ÓXIDOS BÁSICOS
ÓXIDOS NEUTROS
Segundo Batista (2015, p. 31), esse tipo de óxido “não reage com água,
nem com ácido ou base. Do tipo molecular, é conhecido também como óxido
indiferente. Os mais importantes são: CO, NO e N₂O”.
ÓXIDOS ANFÓTEROS
Diferente das demais classificações, estes óxidos não reagem com água,
porém podem reagir com ácidos e bases. Dentre os óxidos anfóteros cabe destacar:
149
3.1.3 Outros compostos derivados do oxigênio
ÓXIDOS DUPLOS OU MISTOS
Outro exemplo de óxido duplo ou misto é óxido de ferro II, III (Fe₃O₄),
principal constituinte da magnetita. Ele é formado pela associação entre óxido de
ferro II (FeO) e óxido de ferro III (Fe₂O₃).
FIGURA 18 – MAGNETITA
150
PERÓXIDOS
SUPERÓXIDOS
3.2 NOMENCLATURA
Para que possamos dar nome aos óxidos é importante que realizemos as
classificações, pois dependendo dela teremos uma estrutura de nomenclatura
diferente.
Estes óxidos podem apresentar cátions que possuem carga fixa ou variável,
portanto, começando com os de carga fixa temos:
151
óxido de + nome do cátion + carga em números romanos
ou
3.3 APLICAÇÕES
Como abordado no início deste item, os óxidos estão presentes no ar e
representam poluentes responsáveis por vários impactos ambientais, porém
existem outras aplicações que são apresentadas através do Quadro 13.
152
QUADRO 13 – PRINCIPAIS ÓXIDOS E SUAS APLICAÇÕES
153
4 HIDRETOS
NTE
INTERESSA
AMÔNIA
Devido às suas diversas propriedades, a amônia apresenta vasta aplicação, dentre as quais
pode-se destacar seu uso como fonte de nitrogênio na fabricação de fertilizantes, agente
neutralizador na indústria do petróleo e gás de refrigeração em sistemas industriais, pois
seu alto poder refrigerante e baixo potencial de destruição do ozônio estratosférico tor-
nam este gás adequado para ser usado em grandes máquinas de refrigeração industrial,
evitando assim os usuais compostos orgânicos clorofluorcarbonos (CFC).
FONTE: FELIX, Erika Pereira; CARDOSO, Arnaldo Alves. Amônia (NH3) atmosférica: fon-
tes, transformação, sorvedouros e métodos de análise. Química Nova, São Paulo, v.27,
n.1, p.123, 2004. Disponível em: <https://bit.ly/2CDOvvp>. Acesso em: 19 jul. 2020.
154
TÓPICO 2 — SAIS, ÓXIDOS E HIDRETOS
4.1 CLASSIFICAÇÃO
Dependendo do elemento ligado ao hidrogênio os hidretos podem ser
classificados como:
Estes hidretos reagem com água liberando gás hidrogênio (H₂) e formando
sua base correspondente. Portanto, apesar de caras, os hidretos iônicos são fontes
convenientes desse gás (BROWN et al., 2005).
155
UNIDADE 2 — FUNÇÕES INORGÂNICAS E REAÇÕES QUÍMICAS
FONTE: O autor
156
TÓPICO 2 — SAIS, ÓXIDOS E HIDRETOS
4.2 NOMENCLATURA
Para dar nome aos hidretos devemos analisar sua classificação. Para
hidretos iônico, metálicos e intermediários utiliza-se a seguinte regra:
157
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
• Sais são substâncias que em solução aquosa sofrem dissociação e liberam pelo
menos um cátion diferente de H⁺ e um ânion diferente de OH–. Lembrando
que o cátion será proveniente da base e o ânion proveniente do ácido.
• Quanto à natureza dos íons, os sais podem ser classificados como: sais neutros
(ou normais), sais ácidos (ou hidrogenossais), sais básicos (ou hidroxissais) e
sais mistos (ou duplos).
• São classificados como hidretos iônicos (ou salinos), hidretos covalentes (ou
moleculares), hidretos metálicos (ou intersticiais) e hidretos intermediários.
158
AUTOATIVIDADE
FONTE: DIAS, Diogo Lopes. Exercícios Sobre O Caráter Dos Sais, 2018. Disponível em: ht-
tps://bit.ly/3kuPEpv. Acesso em: 18 set. 2020.
2 Os sais podem ser classificados quanto à natureza dos íons que os formam.
Assim, associe os itens, utilizando o código a seguir:
I- Sal Neutro.
a) ( ) IV – II – III – II – I.
b) ( ) I – I – III – II – IV.
c) ( ) III – IV – II – I – I.
d) ( ) III – II – III – IV – I.
a) FeSO₄
b) GaH₃
c) SO₃
d) Pb₃O₄
e) BeH₂
f) (NH₄)₂CO₃
a) Hidreto de Sódio
b) Hidreto de Cálcio
a)
b)
c)
d)
e)
a)
b)
c)
d)
e)
160
UNIDADE 2 TÓPICO 3 —
REAÇÕES QUÍMICAS
1 INTRODUÇÃO
161
UNIDADE 2 — FUNÇÕES INORGÂNICAS E REAÇÕES QUÍMICAS
seta que indica o sentido da reação, comumente do lado esquerdo da seta é(são)
representado(s) o(s) reagente(s) e do lado direito o(s) produto(s).
Outra simbologia que pode aparecer em alguns casos são setas que
apontam para cima (↑) ou para baixo (↓). A seta para cima indica que a formação
de uma substância no estado gasoso, já a seta para baixo, a formação de um
precipitado (sólido).
FONTE: O autor
• Quando o delta (∆) é representado sobre a seta isso indica que a reação ocorre
mediante aquecimento.
Ex.:
162
TÓPICO 3 — REAÇÕES QUÍMICAS
• Quando o lambda (λ) é representado sobre a seta isso indica que a reação
ocorre mediante presença de luz.
Ex.:
• Quando o raio ( ) é representado sobre a seta isso indica que a reação ocorre
mediante passagem de corrente elétrica.
Ex.:
Ex.:
FONTE: O autor
163
UNIDADE 2 — FUNÇÕES INORGÂNICAS E REAÇÕES QUÍMICAS
NOTA
DICAS
Que tal experimentar? No laboratório você pode realizar experiências que tem
como foco verificar estes fenômenos que indicam a ocorrência de reações químicas. A
USP apresenta um roteiro intitulado Evidências de Reações Químicas, que pode ser aces-
sado através do link https://bit.ly/30XpBix.
164
TÓPICO 3 — REAÇÕES QUÍMICAS
NOTA
FONTE: O autor
165
UNIDADE 2 — FUNÇÕES INORGÂNICAS E REAÇÕES QUÍMICAS
FONTE: O autor
166
TÓPICO 3 — REAÇÕES QUÍMICAS
FONTE: O autor
167
UNIDADE 2 — FUNÇÕES INORGÂNICAS E REAÇÕES QUÍMICAS
5 BALANCEAMENTO DE REAÇÕES
Seguindo a frase de Lavoisier de que, na natureza, nada se perde, nada se
cria, tudo se transforma podemos avaliar as reações químicas.
FONTE: O autor
169
UNIDADE 2 — FUNÇÕES INORGÂNICAS E REAÇÕES QUÍMICAS
NOTA
DICAS
170
TÓPICO 3 — REAÇÕES QUÍMICAS
FONTE: O autor
Ex.:
171
UNIDADE 2 — FUNÇÕES INORGÂNICAS E REAÇÕES QUÍMICAS
FONTE: O autor
NTE
INTERESSA
Do cheiro ruim de animais mortos à gasolina do seu carro, muita coisa não existiria. Mas
a principal mudança é na alimentação. Comeríamos como astronautas
Só lembramos dela quando esquecemos uma maçã no fundo da geladeira. Mas a decom-
posição é um processo essencial do ciclo da vida. “Graças a ela, a matéria orgânica, aquela
que forma os seres vivos, é degradada e retorna à natureza, tornando-se disponível para
que outros organismos a utilizem novamente”, explica a bióloga da USP Ana Maria Gouw.
FONTE: SOEIRO, Raphael. E se não houvesse decomposição? 3 fev. 2013. Disponível em:
<https://bit.ly/3hNYmhf>. Acesso em: 28 jul. 2020.
172
TÓPICO 3 — REAÇÕES QUÍMICAS
FONTE: O autor
FONTE: O autor
• Reação I:
• Reação II:
Observe que na reação I, o cobre (Cu) foi substituído pelo zinco (Zn), para
que isso aconteça o zinco precisa ser mais reativo que o cobre, o que é comprovado
ao observarmos a fila de reatividade, portanto, a reação I ocorre.
Já na reação II, note que o magnésio (Mg) é substituído pelo ferro (Fe),
porém, segundo a fila de reatividade o magnésio é mais reativo que o ferro, dessa
forma, a reação II não ocorre. Ela seria corretamente representada por
173
UNIDADE 2 — FUNÇÕES INORGÂNICAS E REAÇÕES QUÍMICAS
FONTE: O autor
FONTE: O autor
• Menos solúvel;
• Mais volátil;
• Mais fraco.
174
TÓPICO 3 — REAÇÕES QUÍMICAS
FONTE: O autor
175
RESUMO DO TÓPICO 3
176
• As reações de simples troca ocorrem quando uma substância simples substitui
um elemento em uma substância composta formando uma nova substância
simples e uma nova substância composta.
CHAMADA
177
AUTOATIVIDADE
1 A adição de sódio metálico em água faz com que ocorra uma interação entre
estas duas espécies químicas. Essa interação é representada a seguir:
a)
b)
c)
a)
b)
c)
d)
e)
178
5 Utilizado na construção civil para preparação de argamassa e na agricultura
para diminuição da acidez do solo, o óxido de cálcio é obtido através da
decomposição do calcário. No processo o calcário é extraído de rochas e depois
selecionado, moído e submetido a altas temperaturas em fornos industriais.
Considere seus conhecimentos sobre as leis das reações químicas e reação de
decomposição do calcário e descubra os valores de A, B e C.
179
REFERÊNCIAS
ATKINS, P.; JONES, L. Princípios da química: questionando a vida moderna e o
meio ambiente. 5. ed. Porto Alegre: Bookman, 2012.
BARP, E.; SILVA, E. L. Química geral e inorgânica. São Paulo: Editora Érica, 2014.
BROWN, T. L. et al. Química: a ciência central. 9. ed. São Paulo: Pearson Pretince
Hall, 2005.
KASVI. Como usar a tira universal para medir o pH? São José do Pinhais, 12
jan. 2016. Disponível em: https://kasvi.com.br/como-usar-tira-universal-ph/.
Acesso em: 6 jul. 2020.
180
LEWIS, J. L. Considerações gerais sobre eletrólitos. [S. l.]: Manual MSD, 2018.
Disponível em: https://msdmnls.co/3inRPL9. Acesso em: 30 jun. 2020.
PRIETO, R. Efeito do íon comum e solução tampão. [S. l.], 2019. Disponível em:
https://bit.ly/3h8KLRH. Acesso em: 17 ago. 2020.
181
182
UNIDADE 3 —
FUNDAMENTOS DA FÍSICO-QUÍMICA
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM
A partir do estudo desta unidade, você deverá ser capaz de:
PLANO DE ESTUDOS
Esta unidade está dividida em três tópicos. No decorrer da unidade
você encontrará autoatividades com o objetivo de reforçar o conteúdo
apresentado.
TÓPICO 1 – RADIOATIVIDADE
TÓPICO 2 – GRANDEZAS QUÍMICAS
TÓPICO 3 – SISTEMAS QUÍMICOS
CHAMADA
183
184
UNIDADE 3 TÓPICO 1 —
RADIOATIVIDADE
1 INTRODUÇÃO
NOTA
SÍMBOLOS DE RADIAÇÃO
FONTE: O autor
185
UNIDADE 3 — FUNDAMENTOS DA FÍSICO-QUÍMICA
2 HISTÓRICO DA RADIOATIVIDADE
Os primeiros passos em direção a descoberta da radioatividade foram
dados em 1895 pelo físico e engenheiro mecânico alemão Wilhelm Conrad
Röntgen (1845-1923). Segundo Xavier et al. (2007, p. 83):
186
TÓPICO 1 — RADIOATIVIDADE
Com relação ao nome dado a essa nova descoberta, pode até haver uma
discordância, mas algo é certo, essa descoberta garantiu a Röntgen, em 1901, o
Prêmio Nobel da Física.
187
UNIDADE 3 — FUNDAMENTOS DA FÍSICO-QUÍMICA
FIGURA 2 – PECHBLENDA
188
TÓPICO 1 — RADIOATIVIDADE
DICAS
3 EMISSÕES RADIOATIVAS
O que torna um núcleo de um átomo estável? Essa é uma questão bem
interessante e que talvez exija de você um pouco de atenção. Vamos começar
pelo o que aprendemos na Unidade 1: o núcleo é composto por prótons (carga
positiva) e nêutrons (carga neutra). Veja bem, se pensarmos em partículas de
carga positiva confinadas em um espaço extremamente pequeno como o núcleo,
eles deveriam se repelir já que são regidas por forças eletrostáticas e o núcleo
deveria se desintegrar, porém isso não ocorre.
190
TÓPICO 1 — RADIOATIVIDADE
NOTA
191
UNIDADE 3 — FUNDAMENTOS DA FÍSICO-QUÍMICA
FONTE: O autor
NOTA
Outra partícula radioativa que pode ser emitida pelo núcleo atômico durante
um decaimento é o pósitron, a antipartícula do elétron. Essa partícula possui a mesma
massa de um elétron, porém é carregada positivamente, portanto, é representada como
. Ela surge quando um próton é convertido em um nêutron dentro do núcleo de um
radionuclídeo. A existência do pósitron foi proposta em 1928 físico britânico Paul Dirac
(1902-1984), mas ele só foi observado em 1932 pelo físico estadunidense Carl David An-
derson (1905-1991), o que conferiu a este último o Prêmio Nobel de Física em 1936.
Segundo Brown et al. (2016), a emissão de radiação gama (ou raios gama)
não provoca alteração alguma no número atômico ou no número de massa do
radioisótopo, pois ela é apenas uma onda eletromagnética, dessa forma, não pos-
sui nem massa e nem carga, sendo representada por . “Geralmente, a radiação
gama acompanha outra emissão radioativa, pois representa a energia perdida
quando, em uma reação nuclear, os núcleons se reorganizam em arranjos mais
estáveis” (BROWN et al., 2016, p.952, grifo nosso). Por não possuir nem massa,
nem carga e não interferir no número atômico ou de massa, é comum não repre-
sentarmos a radiação gama nas equações nucleares.
192
TÓPICO 1 — RADIOATIVIDADE
NOTA
• Poder de Penetração
• Poder Ionizante
193
UNIDADE 3 — FUNDAMENTOS DA FÍSICO-QUÍMICA
DICAS
194
TÓPICO 1 — RADIOATIVIDADE
195
UNIDADE 3 — FUNDAMENTOS DA FÍSICO-QUÍMICA
Partícula
EMISSÃO Partícula Alfa Radiação Gama
Beta
2 prótons + 2 Onda
COMPOSIÇÃO 1 elétron
nêutrons Eletromagnética*
MASSA (u) 4 0** 0
CARGA 2 -1 0
REPRESENTAÇÃO
PODER DE
Baixo Médio Alto
PENETRAÇÃO
PODER DE
PENETRAÇÃO 1 100 10.000
RELATIVO
PODER DE
Alto Médio Baixo
IONIZAÇÃO
FONTE: O autor
4 REAÇÕES NUCLEARES
Quando um átomo libera alguma emissão radioativa, o núcleo atômico
sofre uma modificação. Essas modificações são chamadas de reações nucleares.
As reações nucleares se diferem das reações químicas, pois enquanto a primeira
altera o núcleo atômico a segunda faz alterações na eletrosfera. Nestas reações
nucleares, o átomo mais instável é chamado de átomo-pai enquanto o átomo
formado, que é mais estável, é chamado de átomo-filho.
196
TÓPICO 1 — RADIOATIVIDADE
NTE
INTERESSA
Quando um átomo radioativo emite uma partícula alfa (α) ele sofre um
decaimento e seu número atômico (Z) diminui em 2 unidades e o seu número
de massa (A) diminui em 4 unidades.
197
UNIDADE 3 — FUNDAMENTOS DA FÍSICO-QUÍMICA
FONTE: O autor
Ex.:
NOTA
Muitas situações que são apresentadas com relação a esse tema solicitam
ao leitor descobrir qual a emissão radioativa realizada por determinado elemento. Veja o
exemplo a seguir:
[Questão Adaptada] (UNESP) Detectores de incêndio são dispositivos que disparam um
alarme no início de um incêndio. Um tipo de detector contém uma quantidade mínima do
elemento radioativo amerício-241. A radiação emitida ioniza o ar dentro e ao redor do de-
tector, tornando-o condutor de eletricidade. Quando a fumaça entra no detector, o fluxo
de corrente elétrica é bloqueado, disparando o alarme. Este elemento sofre decaimento
de acordo com a equação a seguir:
Quando um átomo radioativo emite uma partícula beta (β) ele sofre
decaimento e o seu número atômico (Z) aumenta em uma unidade enquanto
seu número de massa (A) permanece o mesmo.
198
TÓPICO 1 — RADIOATIVIDADE
FONTE: O autor
Ex:
199
UNIDADE 3 — FUNDAMENTOS DA FÍSICO-QUÍMICA
200
TÓPICO 1 — RADIOATIVIDADE
5 CINÉTICA RADIOATIVA
Com o passar do tempo e as emissões radioativas acontecendo,
radioisótopos vão se transformando em átomos com núcleos cada vez mais
estáveis. A análise da velocidade e consequentemente do tempo envolvidos
neste processo de decaimento é realizada pela cinética radioativa. Dessa forma,
veremos quatro itens muito importantes, sendo eles:
• Decaimento radioativo
• Atividade
• Meia-vida
• Vida média
Onde:
NOTA
201
UNIDADE 3 — FUNDAMENTOS DA FÍSICO-QUÍMICA
núcleo e no item que trataremos sobre meia-vida será apresentada a você uma
forma de encontrar o valor desta constante.
FONTE: O autor
5.2 ATIVIDADE
A atividade ou taxa de decaimento representa o número de decaimentos
nucleares que ocorrem por unidade de tempo para uma determinada quantidade
de substância radioativa. Antigamente, possuía como unidade de medida o curie
(Ci), mas atualmente, de acordo com Sistema Internacional de Unidade (SI), tem
como unidade padrão o becquerel (Bq). O becquerel representa desintegrações
por segundo. A unidade antiga e a nova possuem a seguinte equivalência
1Ci = 3,7 x 1010 Bq, pois a unidade curie levou em conta a atividade de 1g de
rádio-226 na sua criação.
Imagine que temos uma amostra com 1000 átomos radioativos e destes, 50
sofrem desintegração num intervalo de 5 segundos, dessa forma, ao dividirmos
o número de desintegrações pelo intervalo de tempo, teremos 10 desintegrações
por segundo, ou seja, 10 Bq. Podemos representar este cálculo através da seguinte
fórmula:
202
TÓPICO 1 — RADIOATIVIDADE
Onde:
• A = atividade;
• ∆N = número de desintegrações (ou a variação do número de núcleos
radioativos);
• ∆t = intervalo de tempo;
• λ = constante radioativa;
• N = número total de núcleos radioativos.
A = A0.e–λ.t
Onde:
• A = atividade no tempo t;
• A0 = atividade no tempo t = 0;
• λ = constante radioativa;
• t = tempo.
5.3 MEIA-VIDA
Durante o processo de decaimento, um radioisótopo de uma amostra irá
se transformar em átomo de núcleo estável e com o passar do tempo a quantidade
desse radioisótopo na amostra irá diminuir. A meia-vida, semivida ou ainda o
período de semidesintegração, representado por , indica o tempo necessário
para que uma amostra radioativa diminua pela metade sua quantidade de massa.
“Quando a massa de um radioisótopo se reduz à metade, também se reduzem
à metade o número de átomos, a quantidade em mols e a atividade radioativa
(desintegrações por segundo) desse radioisótopo” (DIAS, 2018, s.p.).
203
UNIDADE 3 — FUNDAMENTOS DA FÍSICO-QUÍMICA
Onde:
NOTA
FONTE: O autor
204
TÓPICO 1 — RADIOATIVIDADE
NOTA
FONTE: O autor
205
UNIDADE 3 — FUNDAMENTOS DA FÍSICO-QUÍMICA
206
TÓPICO 1 — RADIOATIVIDADE
FONTE: O autor
Onde:
τ = vida média
λ = constante radioativa
207
UNIDADE 3 — FUNDAMENTOS DA FÍSICO-QUÍMICA
FONTE: O autor
6 FISSÃO E FUSÃO
Por volta de 1934, o físico italiano Enrico Fermi (1901-1954) percebeu
que ao bombardear o núcleo de alguns átomos com nêutrons a certa velocidade
moderada fazia com que esse nêutron fosse capturado pelo núcleo. Dessa forma,
Fermi concluiu que ao bombardear urânio (92U) (último elemento natural da Tabela
Periódica) com nêutrons seria possível produzir elementos transurânicos, ou seja,
elementos que possuem o número atômico maior que 92. Várias experiências
foram feitas por Fermi e sua equipe, porém nenhum novo elemento foi isolado
(XAVIER et al., 2007).
208
TÓPICO 1 — RADIOATIVIDADE
209
UNIDADE 3 — FUNDAMENTOS DA FÍSICO-QUÍMICA
DICAS
7 APLICAÇÕES
Diversas são as utilizações da radioatividade, seja no cotidiano ou em
processos mais complexos, assim, vamos discutir algumas destas aplicações a
seguir.
210
TÓPICO 1 — RADIOATIVIDADE
NOTA
FONTE: O autor
211
UNIDADE 3 — FUNDAMENTOS DA FÍSICO-QUÍMICA
212
TÓPICO 1 — RADIOATIVIDADE
213
UNIDADE 3 — FUNDAMENTOS DA FÍSICO-QUÍMICA
214
RESUMO DO TÓPICO 1
Neste tópico, você aprendeu que:
• As principais emissões radioativas são: partículas alfa (α) e beta (β) e radiação
gama (γ).
• Partículas alfa são compostas pode dois prótons e dois nêutrons, dessa forma,
possuem massa igual a 4 e carga igual a 2. Possuem alto poder de ionização e
baixo poder de penetração.
215
ou quantidade de um radioisótopo.
• A fusão nuclear ocorre quando dois átomos de massa leve são unidos
para formar um átomo de massa mais elevada, geralmente esse processo é
analisado através da fusão de hidrogênio para formação de hélio.
216
AUTOATIVIDADE
217
UNIDADE 3 TÓPICO 2 —
GRANDEZAS QUÍMICAS
1 INTRODUÇÃO
DICAS
219
UNIDADE 3 — FUNDAMENTOS DA FÍSICO-QUÍMICA
FONTE: O autor
220
TÓPICO 2 — GRANDEZAS QUÍMICAS
2.1 MASSA DE UM ELEMENTO
Conforme foi apresentado na Unidade 1, a massa atômica (MA) de
determinado elemento é calculada com base na média ponderal da sua abundância
isotópica. De forma geral podemos calcular a massa atômica de um elemento da
seguinte forma:
221
UNIDADE 3 — FUNDAMENTOS DA FÍSICO-QUÍMICA
3 MOL
O mol, segundo o Sistema Internacional de Unidades (SI), representa a
unidade de medida para a grandeza quantidade de matéria, ele é simbolizado
apenas por mol. De acordo com Marquardt et al. (2018), 1 mol equivale à
exatamente 6,022 140 76 . 1023 entidades elementares, sendo estas entidades:
átomos, moléculas, íons, elétrons, qualquer outra partícula ou grupo de partículas
especificado.
3.1 CONSTANTE DE AVOGADRO
O número apresentado anteriormente como equivalente ao mol é chamado
de constante de Avogadro (NA) e possui unidade de medida inversa ao mol, ou
seja, NA = 6,022 140 76 . 1023 mol–1. Esse número leva o nome em homenagem
ao físico italiano Lorenzo Romano Amedeo Carlo Avogadro (1776-1856), que
durante seus estudos com gases em 1811 determinou que “volumes iguais de dois
gases diferentes, desde que eles estejam nas mesmas condições de temperatura
e pressão, têm a mesma quantidade de moléculas” (GUIA DO ENSINO, 2020,
s.p.), o que levou à dedução do Princípio de Avogadro, que nada mais é do que
o número apresentado anteriormente como constante de Avogadro, que indica a
quantidade de qualquer entidade em 1 mol.
222
TÓPICO 2 — GRANDEZAS QUÍMICAS
• Imagine que tenhamos 1 mol de água (H₂O), dessa forma, temos no total
quantas moléculas de água? E quantos átomos de hidrogênio e oxigênio? E o
total de átomos?
FONTE: O autor
223
UNIDADE 3 — FUNDAMENTOS DA FÍSICO-QUÍMICA
Onde:
• V = Volume (L)
• n = número de mols (mol)
• R = Constante unidversal dos gases (0,082 atm . L/mol . K)
• P = Pressão (atm)
Substituindo cada uma das variáveis por seus valores nas Condições
Normais de Temperatura e Pressão (CNTP) que equivalem a 0°C (273,15K) e 1
atm, obtemos que o volume ocupado por 1 mol equivale a 22,4L.
FONTE: O autor
224
TÓPICO 2 — GRANDEZAS QUÍMICAS
4 CÁLCULO ESTEQUIOMÉTRICO
Já vimos na Unidade 2 que uma reação química é expressa através de
uma equação química e para que ela esteja corretamente representada devemos
realizar o balanceamento e indicar os coeficientes estequiométricos. Segundo
Bianco (2016, p. 130), “Estequiometria é a parte da química que trata da relação
quantitativa dos constituintes de uma espécie química (átomo ou molécula) e da
relação quantitativa entre duas ou mais espécies químicas (átomos ou moléculas)
presentes numa transformação química”.
C + O₂ → CO₂
CO₂ + NaOH → NaHCO₃
225
UNIDADE 3 — FUNDAMENTOS DA FÍSICO-QUÍMICA
FONTE: O autor
FONTE: O autor
226
TÓPICO 2 — GRANDEZAS QUÍMICAS
FONTE: O autor
227
UNIDADE 3 — FUNDAMENTOS DA FÍSICO-QUÍMICA
228
RESUMO DO TÓPICO 2
Neste tópico, você aprendeu que:
229
AUTOATIVIDADE
FONTE: TENÓRIO, John Aldson Bezerra et al. Nitração do fenol, procedimento em escala
semimicro, e purificação dos componentes através de cromatografia em coluna, utilizando
areia como adsorvente. XI Encontro de Iniciação à Docência, João Pessoa, 2009. Disponí-
vel em: https://bit.ly/3k6AWVy. Acesso em: 11 set. 2020.
2 (UFCG – Adaptada) Alguns gases como o gás mostarda, o fosgênio etc. são
utilizados como arma de guerra devido ao alto grau de toxidez e de letalidade.
A ação desses gases se deve à produção do ácido clorídrico, que é responsável
pela irritação da pele, dos olhos e do sistema respiratório. No caso do gás
mostarda ( ), a produção do ácido clorídrico ( ) ocorre conforme
a equação química a seguir:
Admitindo que a dose letal deste gás seja de 0,01 mg de por kg de massa
corporal, qual seria a quantidade de gás mostarda suficiente para matar uma
pessoa com 80 kg, em mg? (Massas Molares:
).
FONTE: SOARES, Bruno Daniel. Estudo da produção de óxido de cálcio por calcinação
do calcário: Caracterização dos sólidos, decomposição térmica e otimização paramétrica.
Orientador: Humberto Molinar Henrique. 2007, p. 1. Dissertação (Mestrado em Engenharia
Química) – Universidade Federal de Uberlândia, Uberlândia, 2007. Disponível em: https://bit.
ly/3kiJDvW. Acesso em: 14 set. 2020.
231
232
UNIDADE 3 TÓPICO 3 —
SISTEMAS QUÍMICOS
1 INTRODUÇÃO
233
UNIDADE 3 — FUNDAMENTOS DA FÍSICO-QUÍMICA
Quando uma mistura apresenta uma única fase ela é classificada como
mistura homogênea (Ex.: Água + Sal), no entanto, quando ela possui mais de
uma fase ela é classificada como mistura heterogênea (Ex.: Água + Óleo).
NOTA
FONTE: O autor
234
TÓPICO 3 — SISTEMAS QUÍMICOS
FIGURA 29 – VENTILAÇÃO
235
UNIDADE 3 — FUNDAMENTOS DA FÍSICO-QUÍMICA
236
TÓPICO 3 — SISTEMAS QUÍMICOS
237
UNIDADE 3 — FUNDAMENTOS DA FÍSICO-QUÍMICA
238
TÓPICO 3 — SISTEMAS QUÍMICOS
239
UNIDADE 3 — FUNDAMENTOS DA FÍSICO-QUÍMICA
E
IMPORTANT
240
TÓPICO 3 — SISTEMAS QUÍMICOS
O estudo das dispersões nos leva à análise dos extremos, em que temos
misturas homogêneas (solução) e heterogêneas (suspensão), assim como de um
ponto intermediário (coloide), e essa definição está relacionada ao tamanho das
partículas de disperso.
FONTE: O autor
3.1 SUSPENSÃO
As suspensões são aglomerados de átomos, íons ou moléculas que podem
ser observados a olho nu ou com microscópios simples. Estes aglomerados
possuem diâmetro superior a 1000 nm e podem ser sedimentados pela ação da
gravidade ou em uma centrífuga simples. Geralmente, esse tipo de dispersão
possui como disperso um sólido e como dispersante um fluido (líquido ou gás).
As suspensões se caracterizam como misturas heterogêneas e podem ter suas
partículas retidas em um filtro comum.
241
UNIDADE 3 — FUNDAMENTOS DA FÍSICO-QUÍMICA
NTE
INTERESSA
3.2 COLOIDE
Segundo Batista (2015, p. 6), “a olho nu, muitos materiais são
classificados como homogêneos. No entanto, se forem observados com auxílio
de um instrumento óptico mais avançado, é possível enxergar os aglomerados de
partículas”. Estas dispersões são classificadas como coloides.
NTE
INTERESSA
242
TÓPICO 3 — SISTEMAS QUÍMICOS
NTE
INTERESSA
Que tal realizar uma experiência para verificar a ocorrência do efeito Tyndall?
MATERIAIS
• 5 béqueres
• 1 colher de café
• Xampu
• Sal de cozinha
• Areia
• Álcool
• Água destilada (ou filtrada)
• Laser pointer
MÉTODO
1. Numere os béqueres.
2. Adicione água destilada até 1/3 do volume em cada béquer.
3. Ao béquer nº 2, adicione uma colher de café de álcool.
4. Ao béquer nº 3, adicione uma colher de café de sal de cozinha.
5. Ao béquer nº 4, adicione uma colher de café de xampu.
6. Ao béquer nº5, adicione uma colher de café de areia.
7. Agite bem as misturas e, depois, deixe-as em repouso por cerca de 10
minutos.
8. Observe os béqueres de 2 a 5, comparando-os com o béquer que contém
apenas água.
9. Com o laser pointer direcione feixe de luz para cada material líquido.
10. Observe o comportamento do feixe de luz ao atravessar o material.
RESULTADOS E CONCLUSÃO
a) O que foi observado no experimento?
b) Classifique os sistemas testados em homogêneos ou heterogêneos.
243
UNIDADE 3 — FUNDAMENTOS DA FÍSICO-QUÍMICA
TIPO DE
DISPERSO DISPERSANTE EXEMPLOS
COLOIDE
Aerossol
Líquido Gás Nuvens e Nevoeiro
Líquido
Aerossol Sólido Sólido Gás Fumaça e Poeira
Espuma Sólida Gás Sólido Pedra-Pomes e Isopor
Espuma de Cerveja e
Espuma Líquida Gás Líquido
Espuma de Sabão
Emulsão Líquido Líquido Leite e Maionese
Gel Líquido Sólido Margarina e Manteiga
Sol Sólido Líquido Pasta de Dente e Geleias
Sol Sólido Sólido Sólido Pedras Preciosas e Vidro
FONTE: Adaptado de <https://bit.ly/30aeoLX>. Acesso em: 25 set. 2020.
3.3 SOLUÇÃO
As soluções, diferentemente das demais dispersões, são caracterizadas
por misturas homogêneas formadas por moléculas ou íons comuns. Elas
apresentam partículas de dispersão com diâmetros de até 1 nm. Por formarem
mistura homogêneas, as soluções não sedimentam pela ação da gravidade e nem
pelo uso de centrífugas.
244
TÓPICO 3 — SISTEMAS QUÍMICOS
subtende-se que temos como solvente a água. No entanto, é válido ressaltar que
possuímos soluções nos outros estados físicos, além do estado líquido.
• Estado Físico
• Natureza do Soluto
• Quantidade de Soluto Dissolvido
245
UNIDADE 3 — FUNDAMENTOS DA FÍSICO-QUÍMICA
Qualquer proporção entre gases e vapores que não reagem entre si for-
mam uma solução gasosa. “O ar que respiramos [...] é uma mistura homogênea
de vários gases, que fazem dele uma solução gasosa” (BROWN et al., 2016, p.
558). No quadro a seguir, você pode verificar alguns exemplos das soluções clas-
sificadas de acordo com o estado físico.
246
TÓPICO 3 — SISTEMAS QUÍMICOS
247
UNIDADE 3 — FUNDAMENTOS DA FÍSICO-QUÍMICA
248
TÓPICO 3 — SISTEMAS QUÍMICOS
FONTE: O autor
FONTE: O autor
NTE
INTERESSA
250
TÓPICO 3 — SISTEMAS QUÍMICOS
FONTE: O autor
• (s) – soluto
• (sv) – solvente
• (sem símbolo) – solução
4.2.1 Título
O título (τ) expressa a concentração de uma solução relacionando a massa
do soluto (ms) e da solução (m) ou o volume do soluto (Vs) e da solução (V). O
título é adimensional, ou seja, não possui unidade de medida uma vez que ao
251
UNIDADE 3 — FUNDAMENTOS DA FÍSICO-QUÍMICA
dividir massa por massa ou volume por volume temos as unidades de medida se
anulando. Matematicamente, obtemos o título a partir da seguinte fórmula:
E
IMPORTANT
252
TÓPICO 3 — SISTEMAS QUÍMICOS
E
IMPORTANT
253
UNIDADE 3 — FUNDAMENTOS DA FÍSICO-QUÍMICA
C = τ x d x 1000 = x M
Onde:
•
•
•
•
•
254
TÓPICO 3 — SISTEMAS QUÍMICOS
FONTE: O autor
Vf = Vi + Vad
[ ]i x Vi = [ ]f x Vf
Vf = Vi – Vev
255
UNIDADE 3 — FUNDAMENTOS DA FÍSICO-QUÍMICA
FONTE: O autor
[ ]1 x V1 + [ ]2 x V2 = [ ]f x Vf
Vf = V1 + V2 + ...
256
TÓPICO 3 — SISTEMAS QUÍMICOS
Vf = V1 + V2 + ...
FIGURA 46 – TITULAÇÃO
257
UNIDADE 3 — FUNDAMENTOS DA FÍSICO-QUÍMICA
NOTA
258
TÓPICO 3 — SISTEMAS QUÍMICOS
259
UNIDADE 3 — FUNDAMENTOS DA FÍSICO-QUÍMICA
260
TÓPICO 3 — SISTEMAS QUÍMICOS
LEITURA COMPLEMENTAR
261
UNIDADE 3 — FUNDAMENTOS DA FÍSICO-QUÍMICA
DICAS
262
RESUMO DO TÓPICO 3
263
• Ao realizar uma evaporação, a concentração da solução aumenta.
CHAMADA
264
AUTOATIVIDADE
a) ( ) Diluída
b) ( ) Fraca
c) ( ) Insaturada
d) ( ) Supersaturada
e) ( ) Saturada
265
Considerando que a solubilidade do sulfato de potássio (K₂SO₄) a 20°C é de
11,1g / 100g de H₂O , determine a massa necessária deste sal em gramas para
preparar uma solução saturada com 245 mL de água. (Lembre-se 1g de água
equivalem a 1mL).
266
REFERÊNCIAS
BROWN, T. L. et al. Química: a ciência central. 13. ed. São Paulo: Pearson Educa-
tion do Brasil, 2016.
MAIA, D. J.; BIANCHI, J.C. de A. Química geral: fundamentos. São Paulo: Pear-
son Pretince Hall, 2007.
267
MARQUARDT, R. et al. Definition of the mole (IUPAC Recommendation
2017). Pure and Applied Chemistry, [S.L.], v. 90, n. 1, p. 175-180, 26 jan. 2018.
NOBEL PRIZE. The Nobel Prize in Chemistry 1921. [S. l.], 2017. Disponível em:
https://bit.ly/3kTCx2a. Acesso em: 18 ago. 2020.
PLANAS, O. Fusão nuclear. [S. l.], 18 dez. 2009. Disponível em: https://bit.
ly/34IMGJA. Acesso em: 28 ago. 2020.
268