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Colégio e Curso

CETEPIS BRASIL
Qualidade no Ensino a Distância

Apostila de Gestão Organizacional e


Segurança do Trabalho
Sumário

1.0 - Organização do Trabalho........................................................................................................................................ 4

2.0 - Princípios De Economia De Movimentos................................................................................................................ 5

Exercícios........................................................................................................................................................................ 7

3.0 - Leiaute ou Arranjo Físico ........................................................................................................................................ 8

4.0 - Tipos de Arranjo Físico ......................................................................................................................................... 10

Exercícios...................................................................................................................................................................... 10

5.0 - JUST-IN-TIME....................................................................................................................................................... 10

Exercícios...................................................................................................................................................................... 13

6.0 - Relação entre Setores .......................................................................................................................................... 13

Exercícios...................................................................................................................................................................... 17

7.0 - Administração de Materiais ................................................................................................................................... 19

7.2.0 - Tecnologia .......................................................................................................................................................... 19

7.3.0 - Teconologia do Processo ................................................................................................................................... 20

8.0 - GESTÃO DE COMPRAS ...................................................................................................................................... 20

Segurança do Trabalho ................................................................................................................................................. 23

10.0 – CIPA ................................................................................................................................................................... 26

11.0 - LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA ...................................................................................................................... 31

12.0 - INSPEÇÃO DE SEGURANÇA............................................................................................................................ 33

13.0 - INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES..................................................................................................................... 35

14.0 - ANÁLISE DE ACIDENTES.................................................................................................................................. 36

15.0 - MAPA DE RISCOS AMBIENTAIS ....................................................................................................................... 37

16.0 - O AMBIENTE É TUDO ....................................................................................................................................... 40

Exercícios ..................................................................................................................................................................... 44

Exercícios...................................................................................................................................................................... 47

17.0 -INCÊNDIO É FOGO ............................................................................................................................................ 47

17.1 - O que é o fogo .................................................................................................................................................... 47

Verificando o entendimento........................................................................................................................................... 49

Exercícios...................................................................................................................................................................... 50

18.0 - QUEM AJUDA, AMIGO É ................................................................................................................................... 51

Exercícios...................................................................................................................................................................... 55

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1.0 - Organização do Trabalho tomar providências. O problema surge quando desejamos
tratar todos os itens juntos. Podemos, por exemplo, escolher
uma forma mais rápida de realizar uma tarefa. Entretanto, essa
Em organização do trabalho, analisaremos a importân- forma pode afetar a qualidade e a segurança, tornando o traba-
cia do trabalho para o bem de cada um, da sociedade e da lho perigoso. Se, por exemplo, precisamos trocar rapidamente
nação. uma lâmpada queimada sobre a máquina de trabalho, pode-
Você vai ver que uma empresa pode ter uma boa pro- mos fazer a troca subindo na máquina. Mas esse procedimento
dução, ou seja, uma grande quantidade de produtos, fabrica- não é bom, porque pode nos levar a um acidente. O correto
dos de forma rápida, com baixo custo e de boa qualidade. seria usarmos uma escada. A tarefa seria mais demorada, mas
Vamos conhecer os princípios de economia de movi- a segurança e a qualidade estariam asseguradas.
mentos. Esses princípios facilitam a realização de um trabalho Portanto, todos os itens devem ser pensados juntos,
com menos esforço físico e de forma inteligente. Encontrar in- para que no final haja equilíbrio entre eles, de modo que um
formações relativas à simplificação do trabalho, que consiste não prejudique o outro. Além disso, precisamos pensar, tam-
numa série de procedimentos para tornar o método de trabalho bém, na quantidade e qualidade das pessoas e dos materiais
mais simples, mais rápido e menos cansativo. necessários, na hora e no local em que eles devem estar.
Ainda, é feito um estudo do significado de perdas que
acontecem devido a desperdícios de material, de máquinas, Antes de iniciar o trabalho, precisamos provi-
de tempo e de esforços. Os desperdícios, ou seja, o resultado denciar:
do que é feito sem economia, vão causar refugos - peças mal-
feitas e que não podem ser aproveitadas - e a necessidade de • máquinas;
retrabalho, isto é, de fazer novamente uma peça que foi feita
• ferramentas adequadas e em bom estado;
com erros ou mau acabamento.
Analisaremos como fazer um leiaute ou arranjo físico • matéria-prima;
do local de trabalho. É mostrado como se pode organizar o
espaço de trabalho para alcançar maior nível de produção e de • equipamentos diversos, inclusive os de segurança;
produtividade, sem excesso de movimentação.
• tempo necessário;
Conheceremos uma técnica chamada Just-in-time
ou Bem-a-tempo. Essa técnica permite à empresa produzir • pessoas qualificadas etc.
somente o que for pedido e vai ser vendido, sem, portanto,
correr riscos de prejuízos. Ao mesmo tempo, a técnica facilita Quando fazemos, com antecedência, um estudo de
o trabalho de equipe, sendo que uma mesma pessoa pode fa- todos os fatores que vão interferir no trabalho e reunimos o
zer trabalhos diferentes e, assim, ter oportunidade de crescer que é necessário para a sua execução, estamos organizando o
trabalho para alcançar bons resultados.
profissionalmente.
Descreveremos dois departamentos - departamento 1.2 - Trabalho do Homem
de recursos humanos e departamento de planejamento. O
objetivo é o de mostrar, numa organização tradicional de em- Sempre trabalhamos em função de um objetivo, que
presa, como os setores ou departamentos se relacionam entre pode ser a fabricação de um produto ou a realização de um
si. Convém lembrar que, hoje, essa forma de organização tem serviço. Serviço é o trabalho feito por uma pessoa para satis-
sido substituída por outra, mais moderna, na linha de reenge- fazer a uma necessidade, como, por exemplo, consertar uma
nharia. torneira. A torneira é consertada sem ser modificada. Produto é
o resultado de um trabalho de fabricação.
1.1- Organizando o Trabalho Quando fazemos algum produto, causando modifica-
ções nas suas características físicas ou químicas, ou quando
Para executar qualquer tarefa com sucesso, é preciso
fazemos um serviço, estamos realizando um trabalho com uma
que nos organizemos antes. Organizar significa pensar antes
finalidade.
de iniciarmos a tarefa. Mas pensar em quê?
Se, por exemplo, misturamos várias matérias-primas e
Na maneira mais simples de fazer a tarefa, evitando
levamos a mistura ao forno, as matérias se fundem num só pro-
complicações ou controles exagerados;
duto. Ocorre uma transformação química, uma vez que mudam
No modo mais barato de fazer a tarefa;
as características das matérias-primas.
No meio menos cansativo para quem vai realizar a ta-
Por outro lado, se pegamos um pedaço de aço e o
refa;
usinamos num torno, transformando-o numa peça, causamos
Num procedimento que seja mais rápido;
uma transformação física sem que se transformem as caracte-
Em obter a melhor qualidade e o resultado mais con-
rísticas químicas do aço.
fiável;
Todas essas transformações são feitas graças à partici-
Na maneira menos perigosa de fazer a tarefa;
pação física ou intelectual do homem.
Numa forma de trabalho que não prejudique o meio
ambiente, ou seja, que não cause poluição do ar, da água e 1.3 - Importância dos trabalhos físico e intelectual
do solo.
É fácil tratar cada um desses itens isoladamente para Quando carregamos uma pequena barra de aço para

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levá-la à fresa, esse trabalho é mais físico do que intelectual, 1.5 - Posto de trabalho
pois estamos usando a nossa força muscular.
Ao fazer um desenho mecânico, estamos realizando É o local definido e delimitado para a realização de uma
um trabalho mais intelectual do que físico. atividade qualquer. Esse local deve ter tudo que é necessá-
Quase tudo que está à nossa volta é fruto do trabalho rio para o trabalho: máquinas, bancadas, material, ferramen-
dos homens, desde a sua criação até a sua execução. De ma- tal, instalações etc. Num posto de trabalho, podem trabalhar
nhã, ao tomar café com leite e comer pão com manteiga, pode- uma ou mais pessoas. A organização do espaço do posto de
mos imaginar quantas pessoas colaboraram com seu trabalho trabalho é de grande importância para se obter produtividade,
físico e intelectual para termos esses produtos. Graças ao tra- ou seja, para se produzir mais, com menos esforço, tempo e
balho e à capacidade dessas pessoas, conseguimos viver com custo, sem perda da qualidade.
maior conforto e saúde. Para essa organização, é valiosa a técnica baseada
O ser humano moderno não conseguiria viver sem o nos princípios de economia de movimentos.
trabalho de todos. Podemos imaginar, também, a importância
do nosso trabalho para a sociedade. Muitas vezes, relacio-
namos essa importância com o salário que recebemos. Mas, 2.0 - Princípios De Economia De Movi-
além do salário, nosso trabalho tem um grande valor pelos mentos
benefícios que ele oferece a muitas pessoas. É comum nos
Esses princípios orientam procedimentos para re-
aborrecermos com a aquisição de um produto que apresenta
duzir movimentos do profissional e aumentar a produtivi-
defeitos ou ficarmos decepcionados com um profissional que
dade. A idéia básica desses princípios é a de que não se
nos atende mal. Muitas vezes isso se deve ao fato de os tra-
deve fazer nada que seja desnecessário. Normalmente,
balhadores não saberem a importância de seu trabalho. É ne-
esses princípios são empregados em trabalhos contínuos,
cessário que nosso trabalho seja bem-feito, da maneira mais
manuais e em pequenas montagens. De acordo com tais
eficiente e eficaz. É comum ouvir pessoas reclamando de um
princípios, o trabalho deve ser organizado com base nas
mau atendimento, mas, por outro lado, essas mesmas pesso-
seguintes idéias:
as trabalham mal nos seus próprios postos de trabalho. É o
caso de perguntar por que reclamar dos outros se também não 2.1 - Uso de músculos adequados
trabalhamos bem? Podemos concluir que todos nós devemos
trabalhar com dedicação e eficiência para o bem comum. Deve haver concordância entre o esforço a ser feito
e os músculos a serem utilizados num trabalho físico. Pela
1.4 - Produtividade e Produção
ordem, devemos usar os músculos dos dedos. Se estes não
forem suficientes para o esforço despendido, vamos acres-
Obtemos maior produtividade quando organizamos
centando a força de outros músculos: do punho, do antebra-
nosso trabalho e tomamos as medidas adequadas para a sua
ço, do braço e dos ombros. Essa quantidade de músculos
execução. Mas o que é produzir com produtividade? É obter
deve ser usada de acordo com a necessidade: nem mais,
um produto de boa qualidade com menor preço de custo, em
o que seria desperdício de energia; nem menos, porque a
menos tempo e em maior quantidade. Isso é conseguido gra-
sobrecarga de um só músculo pode causar problemas sé-
ças ao desempenho do trabalhador. A produção é o aspecto da
rios ao trabalhador. Quando um pintor usa um pincel médio
produtividade que indica a quantidade de produtos fabricados
para pintar uma porta numa determinada altura, ele deve
numa determinada unidade de tempo.
usar os músculos dos dedos mais os músculos dos punhos.
Suponhamos, por exemplo, que numa certa fábrica sejam
Se utilizasse também o antebraço, estaria fazendo esforço
produzidas dez bicicletas por hora. Esse fato refere-se à produção.
desnecessário.
Já a produtividade é algo mais do que isso. Pode ser que as bici-
cletas não apresentem boa qualidade e que seu custo seja alto. 2.2 - Mãos e braços
Houve produção mas não houve produtividade. A produtividade é
de muita importância para toda a nação. Em primeiro lugar, ela As mãos e os braços devem trabalhar juntos. Sempre
beneficia os usuários do nosso produto ou serviço porque eles são que possível, deve-se organizar o trabalho de modo que ele
atendidos com boa qualidade e a baixo custo. Beneficia também a possa ser realizado com as duas mãos ou os dois braços num
empresa, que consegue manter-se ativa graças aos lucros obtidos. mesmo momento e em atividades iguais. Se, por exemplo, te-
E ainda beneficia o funcionário, possibilitando-lhe permanência na mos de colocar uma porca num parafuso, dar meia-volta na
empresa e progresso profissional. Dessa forma, podemos concluir porca e colocar a peça numa caixa de embalagem, devemos
que a produtividade é um dos principais meios para o progresso da fazer esse trabalho com as duas mãos e os dois braços. Numa
nação, uma vez que beneficia a todos e ajuda o desenvolvimento empresa, esse tipo de trabalho pode ser feito de modo rápido e
social e econômico. Para alcançar um nível ótimo de produtivida- eficiente pelo trabalhador, desde que se façam as adaptações
de, temos, na prática, uma série de princípios e procedimentos. Os necessárias no posto de trabalho e que o trabalhador passe
principais deles serão estudados a seguir. por um treinamento.

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2.3 - Movimentos curvos área da extensão das mãos do trabalhador quando ele movi-
menta os braços, sem precisar movimentar o corpo.
Os movimentos dos braços e das mãos devem ser feitos No plano horizontal, temos a chamada zona ótima,
em curvas contínuas, isto é, sem paradas e, se possível, de forma adequada para a realização de tarefas mais precisas, em que
combinada. Um exemplo de movimento em curvas é o de encerar são movimentados os dedos e os punhos. Quando usamos de-
que, em vez de vaivém, deve ser feito em círculos contínuos. dos, punho e antebraço na execução de um trabalho, estamos
usando a zona normal. A zona de alcance máximo dos braços
corresponde à área denominada zona máxima. Além desse
limite, não é recomendável a realização de nenhuma tarefa.
Todas as ferramentas, materiais, botões de comando e pon-
tos de operação devem estar sempre colocados nessas áreas,
seguindo, se possível, a seqüência: zona ótima, zona normal,
zona máxima.

Um exemplo de movimento combinado é o que fazemos 2.7 - Altura do posto de trabalho


quando pegamos um parafuso com as mãos e o seguramos de
modo que sua posição fique adequada para encaixá-lo num furo. A altura do posto de trabalho é um dos aspectos im-
portantes para manter o conforto do trabalhador e evitar can-
2.4 - Lançamentos saço. Sempre que possível, a pessoa deve ter liberdade para
trabalhar em pé ou sentada, mudando essas duas posições
Quando necessitamos transportar coisas, poderemos de acordo com sua disposição física. Portanto, as máquinas e
lançá-las em vez de carregá-las, se a distância assim o permi- bancadas devem ter altura adequada à altura do trabalhador
tir. Esse lançamento deve seguir uma trajetória chamada balís- para ele trabalhar em pé. Para seu conforto, deve haver um
tica porque descreve uma curva igual ao caminho que faz uma assento alto, regulável, que lhe possibilite trabalhar sentado.
bala disparada de uma arma de fogo. É o que fazem os pedrei- No entanto, existem trabalhos que só podem ser feitos com o
ros ao usarem pás para lançar areia de um local para outro. trabalhador sentado, como é o caso dos motoristas, e trabalhos
que só podem ser feitos em pé, como é o caso dos cozinheiros
2.5 - Ritmo
à frente do fogão. Em cadeira alta, o trabalhador precisa ter um
apoio para os pés, de modo que haja facilidade de circulação
O trabalho deve ser feito com ritmo, ou seja, cadên-
do sangue pelas coxas, pelas pernas e pelos pés.
cia. Quando andamos uma longa distância, devemos manter
um ritmo constante, de modo que não nos cansemos andando
muito rápido, nem demoremos andando muito devagar. Mas é
preciso lembrar que cada pessoa tem um ritmo próprio. Assim,
o trabalhador deve seguir o seu próprio ritmo e mantê-lo cons-
tantemente.
Ao serrar uma barra de aço de bitola fina, por exemplo, com
uma serra manual, o movimento de vaivém deve ter um ritmo nor-
mal. Um movimento excessivamente rápido, além de cansar quem
está serrando, pode resultar num corte malfeito, sem boa qualidade.
Também pode causar redução da produção pois o trabalhador, após
excessivo esforço, vê-se obrigado a parar por muito cansaço.

2.6 - Zonas de trabalho

É preciso demarcar bem a zona de trabalho, que é a

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2.8 - Um lugar para cada coisa 2.11 - Fatores ambientais

Deve haver sempre um lugar para cada coisa e cada Outros fatores, como iluminação, barulho, temperatura
coisa deve estar sempre em seu lugar. Pondo isso em práti- etc., devem ser considerados para aumentar a produtividade e
ca, evitam- se fadiga, perda de tempo e irritação por não se assegurar a qualidade do produto ou serviço que está sendo
encontrar o que se necessita. Um exemplo desse princípio de feito. Esse assunto será estudado com mais detalhes no item
ordem e organização é o dos quadros de oficinas mecânicas, Segurança no trabalho.
que apresentam contornos das ferramentas a fim de que cada
2.12 - Ferramentas
uma volte sempre ao seu local.
As ferramentas devem ser adequadas ao trabalho, tanto
no tipo quanto no tamanho. Por exemplo, para pregar pregos pe-
quenos, devemos usar martelos pequenos e para pregos grandes,
martelos grandes. Devemos apertar uma porca com chave de boca
com tamanho e tipo apropriados. Seria incorreto usar um alicate.

2.13 - Ferramentas combinadas

Podemos utilizar combinações de ferramentas, desde


que não criem risco de acidentes. É o caso do canivete de pes-
cador, que tem lâmina de corte, abridor de latas, de garrafas
etc. É o caso, também, da chave de bicicleta, que retira diferen-
2.9 - Objetos em ordem tes tipos de porcas e serve como chave de fenda.

Objetos em ordem facilitam o trabalho. Se, numa se-


qüência de operações, você usa ferramentas ou outros ob- 2.14 - Acessórios astuciosos
jetos, procure colocá-los na mesma ordem da seqüência de
uso e na zona em que vai trabalhar. Os objetos de uso mais Alguns acessórios úteis são inventados para aumentar o
freqüente devem ficar mais próximos de você. rendimento das máquinas e para proporcionar maior segurança
para quem trabalha. Exemplos disso são os encostos, gabaritos,
2.10 - Uso da força da gravidade suportes, guias. São acessórios conhecidos como astuciosos
porque são feitos por quem tem astúcia, ou seja, esperteza.
A força da gravidade faz com que os corpos sejam atra- Ao aplicar muitos desses princípios de economia de
ídos para o centro da Terra. Deve ser aproveita da para peque- movimentos, consegue-se facilmente, apenas com pequenas
nos deslocamentos, como é caso de abastecimento e retirada modificações, grande aumento de produtividade no trabalho
de materiais. Sua bancada, por exemplo, pode ter uma calha manual. São coisas que podemos fazer e que, na maioria das
para você receber peças ou transportá-las para outro posto. vezes, só dependem de nós.

Exercícios A zona de trabalho que é alcançada pelos braços esticados


é chamada:

1- Assinale com (X) a alternativa correta: a) ( ) normal

Exercício 1 b) ( ) ótima

Os princípios de economia de movimentos servem para: c) ( ) máxima

a) ( ) melhorar a produtividade Exercício 4

b) ( ) aumentar custos A chave de rodas de um automóvel serve para retirar velas,


porcas etc.
c) ( ) reduzir impostos
Portanto, ela é uma ferramenta:
Exercício 2 a) ( ) integrada
A melhor posição de trabalho do operador é: b) ( ) combinada
c) ( ) engrenada
a) ( ) sentado

b) ( ) em pé

c) ( ) sentado ou em pé

Exercício 3

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3.0 - Leiaute ou Arranjo Físico

Qualquer posto de trabalho, inclusive o nosso, está li-


gado aos demais postos de trabalho, num local qualquer de
uma empresa. Esse local pode ser uma área grande ou pe-
quena.
Em geral, essa área é coberta e abriga certos tipos de
trabalho que estão ligados entre si por apresentarem serviços Dentro desses princípios, para melhor organizar a pro-
semelhantes ou completarem o produto fabricado. São deno- dução, podemos elaborar um estudo de remanejamento, ou
minados setor, departamento ou planta. seja, mudança de máquinas, equipamentos etc. sendo que
Nos locais destinados à fabricação, existem homens, esse estudo é denominado leiaute ou arranjo físico.
máquinas, equipamentos, matérias-primas etc. localizados em Na melhoria de um arranjo físico, a primeira coisa a
determinados pontos que permitem que várias atividades se- fazer é observar o local em estudo e fazer um desenho em
jam realizadas. planta, a mão livre, relativamente simples, mas com detalhes
Pensando novamente em produtividade, verifica-se, importantes. Anotar, também, o caminho que o produto percor-
muitas vezes, um excesso de locomoção de pessoas e movi- re, ou seja, o caminho que ele segue nos diversos postos de
mentação de matérias-primas; produtos semi-acabados e pro- trabalho. Consiga uma trena e faça medidas dos contornos do
dutos acabados, causando transtornos diversos e aumentando local, distâncias entre máquinas e, se necessário, do percurso
os riscos de quebra e acidentes, além de custos e de tempo dos transportes. Peça ajuda a um colega para medir e use o
de produção. metro como unidade de medida.
A idéia básica da simplificação do trabalho é a de eli-
minar tudo aquilo que não agrega valor ao produto, ou seja,
tudo aquilo que não melhora ou não transforma o produto e
que aumenta custos. O transporte pode ser o tipo de atividade
que não tem valor para nada e, nesse caso, é necessária a sua
eliminação ou redução.
A melhor forma de reduzir o transporte entre dois pos-
tos de trabalho é a de aproximar os dois postos, o máximo
possível. Essa distância mínima entre os dois postos segue
uma norma de segurança do Ministério do Trabalho chamada
N.R. - normas regulamentadoras. A NR 12 dessa norma diz,
resumidamente:
Quando uma máquina possuir partes móveis, isto é,
algumas partes que se movimentam horizontalmente, como,
3.1 - Procedimentos
por exemplo, uma fresadora, a distância entre essa máquina e
qualquer outro posto de trabalho deve estar contida numa faixa
variável entre 0,70 m e 1,30 m. 1º Passo: desenho (planta) do local – leiaute
Como vimos, o primeiro passo para a melhoria de um
arranjo físico consiste em elaborar uma planta do local (dese-
nho), que poderá ser feito até a mão livre ou, se alguns de-
sejarem e souberem, em escala, preferencialmente de 1:50,
contendo detalhes importantes que devem ser marcados cla-
ramente na planta. O produto obtido é chamado, também, de
leiaute.
Aspectos importantes que devem ser observados e, se ne-
cessário, anotados:

• Materiais: produto semi-acabado; acabado ou matéria-


Se, no entanto, a máquina não possuir partes mó- -prima;
veis, essa distância mínima entre ela e outro posto de traba-
lho deve ser entre 0,60 m e 0,80 m. Lembramos, ainda, que • Postos de trabalho;
a mesma norma indica que as vias principais de circulação
• Equipamentos: pontes rolantes, esteiras transportadoras
para pessoas e materiais devem possuir largura mínima de
etc;
1,20 m.

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• Pessoal: posição de trabalho; em seus locais. Essas máquinas só devem ser mudadas
em casos extremamente necessários. Verifique, também,
• Transportes: circulação de pessoas, materiais e equipa- a posição dos postos de trabalho em relação à posição do
mentos; trabalhador.
• Armazenamento de materiais; Para facilitar esse estudo, recorte pedaços de carto-
lina, representando cada posto de trabalho e, por tentativas,
• Características do edifício: andar, dimensões etc; coloque-os numa posição que você julga adequada. Depois
verifique se as posições são as melhores. Caso não sejam,
• Instalações: elétrica; pneumática, vapor, hidráulica etc;
faça modificações, colocando os recortes de cartolina em ou-
• Fluxo de circulação: seqüência ordenada da movimenta- tra posição. Vá tentando até conseguir o melhor esquema de
ção do produto, indicado por flecha. arranjo físico.

• O leiaute (desenho) pronto, feito por você, deve ser exa-


minado para ser reorganizado. Esse exame começa sem-
pre pela eliminação ou redução de transportes. Para isso,
os postos de trabalho devem ser colocados o mais próxi-
mo entre si, obedecendo-se às Normas do Ministério do
Trabalho. É necessário saber se as máquinas podem ser
removidas com facilidade e se suas instalações também
podem ser modificadas facilmente. Há máquinas pesadas,
difíceis de serem removidas, como as que exigem funda-
ções especiais, grandes prensas e as montagens espe- Por exemplo, podemos chegar a um arranjo adequado,
ciais, como grandes fornos, que devem ser preservados conforme esta ilustração:

Esse arranjo apresenta as seguintes vantagens: fazer de transporte em metros, ao se transportar 10.000 peças.
Neste caso, alcança-se uma redução de 141.000 metros ou
Os tornos e fresadoras foram posicionados a 35º em 141 km. Além disso, sobra espaço para a colocação de mais
relação à parede para facilitar a iluminação natural do posto postos de trabalho.
de execução do trabalho, aproveitando a iluminação vinda das
janelas; 2º Passo: elaboração do novo leiaute
A distância entre as partes móveis das fresadoras fo-
ram mantidas com um mínimo de 1,30 m e as demais distân- No segundo passo, devemos procurar um melhor po-
cias entre os postos de trabalho foram mantidas num mínimo sicionamento das máquinas, dos homens e dos equipamentos
de 0,80 m, também entre os postos e as paredes. l Foram feitas para uma utilização adequada do espaço disponível.
faixas de circulação que não havia no leiaute anterior; Alguns aspectos devem ser considerados:
Para os “containers”, foram feitos cavaletes com altura
de 0,80 m para o trabalhador não ter de se curvar. As distâncias entre os postos de trabalho devem ser as
- Alguns “containers” estão próximos de dois postos de mínimas possíveis, de acordo com a NR 12;
trabalho. Assim, o trabalhador os alcança só com o movimento Evitar cruzamentos de materiais e produtos;
dos braços. Eliminar riscos de acidentes;
- A distância média anterior mantida para movimenta- Facilitar a circulação (movimentação) de homens, ma-
ção era de 29,50 m e a atual, de 15,40 m. Portanto, houve uma teriais e produtos.
redução de 14,10 m. Isto dá uma idéia da redução que se pode

9
No exemplo dado no primeiro passo, as máquinas vel. Tudo deve estar próximo ao produto.
mantêm-se fixas. É fabricado um único tipo de produto, que
segue sempre o mesmo caminho (fluxo). Neste caso, temos
um arranjo físico por produto.

3º Passo: implantação do novo leiaute

Após elaborar o novo arranjo físico, podemos implan-


tar o novo leiaute. Para isso, é necessária a autorização dos
superiores, após explicar-lhes o que deve ser feito, isto é, as
mudanças necessárias e suas vantagens em relação ao leiau- Exercícios
te existente. Também se deve apresentar o novo leiaute aos
colegas e chefes.
Assinale com (X) a alternativa correta:
4.0 - Tipos de Arranjo Físico Exercício 1

De acordo com as normas regulamentadoras (NR) do Mi-


4.1 - Arranjo físico por produto nistério do Trabalho, a distância mínima permitida entre
postos de trabalho é:
É o tipo de arranjo físico em que o produto se move e
as máquinas estão fixas. a) ( ) 0,40 m a 0,90 m
b) ( ) 0,50 m a 0,60 m
4.2 - Arranjo físico por processo c) ( ) 0,60 m a 0,80 m

É o arranjo adequado para um setor que fabrica dife- Exercício 2


rentes produtos com as mesmas máquinas.
Num mesmo local fabricamos bolsas e calçados. Quan- Para elaborar um novo leiaute devemos eliminar, em pri-
do se fabricam bolsas, a seqüência de fabricação é a seguinte: meiro lugar:
a) ( ) máquinas
b) ( ) transportes
c) ( ) operários

Exercício 3

As grandes prensas são difíceis de serem removidas pelo


seguinte motivo:
Para atender à produção de bolsas e sapatos, o me-
a) ( ) são assentadas em fundações especiais
lhor arranjo físico é o que permite agrupar as máquinas e não
colocá-las em linha reta. b) ( ) são dotadas de instalações complexas
c) ( ) são muito caras

5.0 - JUST-IN-TIME

Podemos dizer que estamos usando a técnica ou sis-


tema just-in-time ou, abreviadamente, JIT, quando produzimos
algo sem desperdício de matéria-prima; quando solicitamos
e utilizamos somente itens necessários à produção na quan-
Assim, as distâncias percorridas serão sempre as me- tidade e no momento exatos em que são necessários para
nores possíveis. consumo num determinado período; quando fabricamos nas
quantidades exatas, solicitadas pelos clientes; quando evita-
4.3 - Arranjo físico fixo mos desperdício de tempo parado do operador e da máquina,
sendo que esse desperdício compreende tempo exagerado
É usado quando o produto fica fixo (por exemplo, na para preparação e troca de ferramentas de máquinas, grande
construção de navios) enquanto os trabalhadores, as máqui- movimentação de material, produção de peças defeituosas que
nas, os equipamentos e as matérias-primas se movimentam. necessitem retrabalho e manutenção de grandes estoques de
Nesse caso, a movimentação deve ser a mínima possí- produtos acabados.

10
A técnica just-in-time, cuja tradução do inglês significa, e na hora certas. Para usar o JIT, além do que já foi dito, não
aproximadamente, “bem-a-tempo”, consiste em se produzir so- existe receita pronta. Entretanto, para melhorar a produtivida-
mente o que é necessário e somente quando for necessário. de, alguns procedimentos são importantes.
Deve-se produzir aquilo que se vende, na quantidade
pedida e no momento e na qualidade indicadas pelos clientes. 5.2 - Procedimentos facilitadores JIT
Resumidamente:
Produção = vendas: produzir só o que se vai vender. Limpeza e arrumação do posto de trabalho e piso;

Estoque = prejuízo: não guardar produtos (estoque). Solicitação da eliminação completa de máquinas, ferra-
mentas, documentos, materiais que não servem para mais
A técnica JIT procura eliminar todas as fontes de des- nada;
perdício em atividades produtoras, colocando o componente
certo no lugar certo e na hora certa. Colaboração com o programa regular de revisão e pintura
O JIT foi desenvolvido no Japão, na fábrica Toyota Mo- de máquinas, instalações e manutenção preventiva;
tor Company, pelo sr. Taiichi Ohno. Sua aplicação passou a ser
popularizada nos anos 70. Uso das máquinas num ritmo normal, não as forçando a
Tem como base a idéia de eliminar totalmente o des- velocidade maior que acarrete seu desgaste;
perdício, que é tudo aquilo que não acrescenta valor ao produ-
Indicação para que a manutenção das máquinas seja pro-
to, ou seja, tudo o que não seja produção é considerado perda,
porcional ao tempo de uso;
porque só eleva o custo do produto.
Imagine um pequeno fabricante de arruelas de diver- Uso constante → manutenção constante.
sos tamanhos que produz e adquire matéria-prima em quanti-
dades muito além das necessidades de produção e vendas. As Uso prolongado → manutenção a longo prazo.
pessoas acham que ao possuir grande quantidade de materiais
Parada imediata do trabalho, na ocorrência de defeitos
em estoque, tanto de produto acabado como de semi-acabado,
na máquina ou no produto, avisando ao superior imediato;
estão obtendo vantagens porque tem sempre pronto o que o
Desenvolvimento da capacidade profissional do traba-
cliente desejar.
lhador para que ele próprio faça o controle de qualidade do seu
Essa idéia antiga é hoje rejeitada, porque estoque ex-
trabalho. Isso é chamado autocontrole;
cessivo representa perdas, exigindo mais espaço, mais capital
empatado sem gerar lucros etc., além da possível surpresa de Produção sem nenhum defeito. Produzir sempre certo.
o cliente mudar de idéia e não mais querer comprar esses tipos Troca rápida das ferramentas nas máquinas. Esse procedi-
de arruelas. O que então fazer com as arruelas, guardadas em mento rápido é denominado setape e, em inglês, set-up. Se o
grande quantidade, se elas saírem de uso e ninguém as quiser tempo for exagerado, acarreta excesso de estoques. O setape
comprar? Apesar disso, tem-se muita dificuldade em fazer as rápido é um dos pontos básicos do sistema JIT.
pessoas aceitarem a idéia, muito presente na vida nacional, de 5.3 - Células de produção
não armazenar nem produzir além do necessário.

5.1 - Puxar a produção É costume o departamento de produção de uma em-


presa apresentar-se dividido em setores que recebem diferen-
O fabricante de arruelas deve primeiro saber do cliente tes nomes: setor de corte, setor de prensa, setor de roscas,
qual a quantidade e a qualidade do produto desejado e depois setor de zincagem etc.
reservar um período pequeno de produção, por exemplo, um Cada um desses setores executa um tipo de trabalho.
dia, e determinar a quantidade que será produzida diariamente. O setor de corte é responsável por cortar o aço no com-
Entrar em entendimento com os fornecedores da ma- primento certo;
téria-prima para que ela chegue na linha de produção uma, O setor de prensa, com ferramentas especiais encaixa-
duas ou três vezes ao dia, sem parar ou ficar em estoque na das nas prensas, dá a forma desejada ao produto, por meio da
empresa. A determinação das vezes em que haverá abasteci- compressão da matéria-prima;
mento de material, bem como do período (dias, semanas etc.), O setor de roscas, usando máquinas especiais, faz ros-
depende de vários fatores que têm a ver com o fornecedor e cas no material, como acontece com parafusos e porcas;
com o fabricante. No setor de zincagem, o produto recebe tratamento
No exemplo das arruelas, ficou acertado que o abas- superficial com zinco.
tecimento do aço necessário à produção seria feito às 6 e 12
horas, diariamente, nos dias úteis, e que ele seria colocado No sistema JIT, esse arranjo é chamado célula de pro-
junto ao início da linha de produção, na quantidade pedida. O dução. O arranjo físico em células de produção consiste em
fato de só produzir o que é necessário e só comprar o que se reagrupar as máquinas ou postos de trabalho de forma que
vai fabricar é a grande característica do sistema JIT, conhecida cada grupo (célula) fabrique os produtos totalmente (do início
como puxar a produção. No sistema tradicional, dizemos que a até o fim). O produto pode ser uma peça ou uma família de pe-
produção é empurrada, ou seja, primeiro se produz para depois ças que apresentam semelhança quanto à forma e à maneira
tentar vender o produto. No sistema JIT acontece o contrário. A de fabricar, como, por exemplo, a produção de um garfo e de
produção é puxada a partir do pedido do cliente, na quantidade uma colher.

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Os postos de trabalho são arrumados geralmente em coloca no posto A, num local visível, indicando que um novo
forma de U. container deve ser enchido.
As vantagens do arranjo físico em U e das células de O trabalhador B volta com o container cheio e com a
produção são: ficha de movimentação, que é colocada num local visível no
O trabalhador pode operar várias máquinas; posto B.
As áreas ocupadas pelos postos de trabalho são um A ficha de produção, colocada em local de destaque,
terço menor do que as áreas dos leiautes tradicionais; indica que se devem produzir peças somente para encher um
O trabalhador cresce profissionalmente porque apren- container (30 peças).
de a operar diversas máquinas. Se não for colocada a ficha de produção, todos os
A comunicação entre as pessoas se torna mais fácil; postos da linha anterior e o posto A param imediatamente de
Permite ver facilmente os problemas de produção. produzir, para não gerar estoques em excesso. O posto A tem
Quando um posto de trabalho apresenta problemas, todos pa- sempre dois containers. Quando um está vazio em espera, o
ram para ajudar o colega a solucionar o caso; outro está sendo enchido.
Não há estoques intermediários de produtos entre as Essas fichas são chamadas, em japonês, kanban, cuja
máquinas. A movimentação é feita homem-a-homem; tradução na nossa língua é cartão, ficha etc.
Um só trabalhador, posicionado na parte aberta do U, O kanban é, portanto, uma ficha que indica autorização
controla as entradas e saídas do material, mantendo o ritmo para puxar a produção e movimentar materiais, de acordo com
de produção. o sistema JIT. A ficha de movimentação, ou kanban de movi-
mentação, é usada para transporte de materiais.
5.4 - Kanban A ficha de produção, ou kanban de produção, indica a
necessidade de se produzir mais peças, até o limite determina-
Vamos imaginar que existem dois postos de trabalho do pelo container.
próximos, aos quais chamaremos de postos A e B. O posto A O kanban é um sistema muito simples, usado para au-
produz peças e abastece o posto B. torização e movimentação de materiais. As fichas são de fácil
visualização e são controladas pelos próprios trabalhadores.
A→B Se o trabalho pára devido a quebras de máquinas ou
problemas de qualidade, todos devem parar e verificar onde
Quem deve dar a ordem de produção para o posto A está o problema, para encontrar uma solução rápida.
é o posto B, conforme o sistema JIT. Para que a comunicação Quando temos várias máquinas ou postos de trabalho
seja clara, simples e rápida, a ordem é comunicada por meio que alimentam as linhas de montagem com produtos, devemos
de fichas de cartolina, papelão, plástico, metal etc. e contai- manter no meio desse arranjo físico um local para guardar um
ners (caixas metálicas). De acordo com entendidos em organi- mínimo de materiais. Esse local deve ficar entre os postos de
zação, esses dois postos trabalham com três containers com trabalho e a linha de montagem, e é chamado de supermercado.
capacidade para 30 peças cada um. As duas fichas de comu- A montagem puxa a produção através do kanban. O
nicação de ordens são chamadas ficha de produção e ficha de responsável pela montagem vai ao supermercado com um
movimentação. container vazio e o kanban de movimentação. Apanha o con-
Quando o container fica vazio, o trabalhador do posto tainer cheio e coloca nele o kanban de produção, num local
B leva o container vazio com a ficha de movimentação até o bem visível. O responsável volta com o container cheio e deixa
posto A. Deixa o container vazio no posto e pega o container o container vazio com um kanban de movimentação, também
cheio, indicado com a ficha de produção. Retira essa ficha e a num local bem visível da montagem.

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Todos esses procedimentos referem-se ao kanban in- Esses trabalhos precisam de pessoas especializadas para que
terno. Se usarmos um sistema semelhante com os fornecedo- toda a empresa possa funcionar perfeitamente. Os serviços
res externos de matéria-prima, terem os um kanban externo. são agrupados em áreas, chamadas departamentos. Deve ha-
ver sempre uma relação entre departamentos e trabalhadores
para facilitar a comunicação e o trabalho conjunto.
Exercícios Com o objetivo de esclarecer essa relação entre depar-
tamentos e trabalhadores, vamos analisar dois departamentos.
Assinale com (X) a alternativa correta: Faremos um estudo de uma organização tradicional,
conhecida como organização por departamentalização, ou
Exercício 1
seja, divisão da empresa em departamentos ou setores.
O sistema JIT por meio de kanban: Sabemos que essa forma de organização departa-
mental foi substituída por uma forma de organização moderna,
a) ( ) Puxa a produção baseada numa técnica chamada reengenharia. A reengenha-
ria consiste em formar grupos de trabalho com várias funções
b) ( ) Empurra a produção para se produzir ou fazer algo, eliminando ou reduzindo a ação
c) ( ) Pára a produção de departamentos.
Entretanto, como muitas empresas usam uma organi-
Exercício 2 zação tradicional, vamos estudar dois departamentos organi-
zados nessa forma: o departamento de recursos humanos e o
Excesso de estoque representa: departamento de planejamento.
a) ( ) Prejuízo 6.1 - Departamento de recursos humanos
b) ( ) Lucro É o departamento que cuida das pessoas desde sua
c) ( ) Vantagem admissão até sua demissão. Tem como atividade principal fa-
zer com que os trabalhadores se sintam satisfeitos, capazes e
Exercício 3 dignos para desempenhar bem seu trabalho. Dentre as diferen-
tes atividades, destacamos:
Células de produção reúnem os postos de trabalho em: • Elaborar folha de pagamento;
a) ( ) Setores especializados • Fazer anotações nas carteiras de trabalho e fichas de re-
gistro de empregados.
b) ( ) Família de produtos ou produtos
• Controlar férias;
c) ( ) Locais arejados
• Zelar pelos benefícios que a empresa oferece;
Exercício 4 • Cuidar das questões trabalhistas;
Temos dois tipos de kanban: • Administrar salários;
a) ( ) De produção e acabamento • Dar assistência social;
• Fazer relações públicas;
b) ( ) De movimentação e especialização
• Cuidar da Assistência Médica;
c) ( ) De produção e movimentação
• Treinar os funcionários;
Exercício 5
• Recrutar e selecionar pessoas;
Kanban significa: • Manter a segurança do trabalho e uma comissão interna
de Prevenção de Acidentes de Trabalho (CIPA);
a) ( ) Ficha
• Elaborar e manter a política de pessoal.
b) ( ) Lista
Se de um lado esse departamento cuida do homem,
c) ( ) Cartaz lembramos que cabe a cada trabalhador também colaborar
para o bom desenvolvimento da empresa, segundo normas
6.0 - Relação entre Setores que são necessárias para uma boa convivência entre as
pessoas e a empresa. Essas normas servem para todas
Na empresa existem outros tipos de trabalho além da- as atividades de trabalho e constituem o Código de Ética
queles que produzem bens, como automóveis, geladeiras etc. Profissional.

13
aos desejos dos patrões, certamente não haverá funcionários
CÓDIGO DE ÉTICA PROFISSIONAL satisfeitos.
Para que a empresa seja saudável e rentável, é ne-
O código apresenta a seguinte orientação: cessário equilibrar esses desejos de tal modo que não haja
Julgue-se igual ao seu colega, independentemen- vencedores nem vencidos, mas somente pessoas realizadas.
te de seu nível cultural ou profissional; Esse é o ponto básico para qualquer negociação entre empre-
Forneça sempre ajuda aos colegas; sa e trabalhadores.
Saiba receber orientações de trabalho de colegas
ou superiores; 6.3 - Departamento de planejamento
Troque idéias com os companheiros, sempre que
houver necessidade; Para fabricar um produto, várias atividades são neces-
Mantenha o local de trabalho sempre em ordem e sárias, desde antes do início da fabricação até a entrega ao
em condições de uso; cliente.
Quando não souber fazer, não faça, peça ajuda; É preciso prever, isto é, ver com antecedência, tudo o
Informe aos colegas os riscos de acidentes do que é necessário para produzir, e providenciar. Essas ativida-
trabalho; des são realizadas pelo departamento de planejamento, que
Dê idéias para solucionar problemas de trabalho, tem as seguintes atribuições:
não se preocupando se serão aceitas ou não;
Transmita princípios morais no ambiente de tra- • Determinar prazos de produção.
balho;
Ajude, opine, mas com discrição. Respeite as • Fazer programas e planejamento de produção.
confidências dos colegas; • Controlar a produção.
Seja responsável e cumpra as suas obrigações;
Faça crítica e concorde somente com crítica • Administrar o almoxarifado.
construtiva; • Elaborar pedidos de compras.
Opine sempre educadamente quando algo estiver
• Fornecer ordens de fabricação.
errado, sem medo de repreensão;
Seja honesto com a fábrica, com os colegas, com Ao iniciarmos a fabricação de qualquer produto, sem-
os superiores e consigo mesmo; pre o fazemos por meio de uma ordem escrita chamada ordem
Mude de opinião quando perceber que está er- de produção. A ordem vem do departamento de planejamento
rado; com informações precisas para a execução da tarefa. É neces-
Seja pontual nos horários de trabalho e compro- sário seguir essas ordens, principalmente a de produzir quanti-
missos; dades certas nos prazos determinados. Quando o cliente com-
Respeite a opinião dos colegas; pra nosso produto em grandes quantidades, é feito um contrato
Faça sempre o trabalho certo; ou pedido de compra, no qual, entre vários itens, consta um
Atualize-se na sua profissão constantemente. item que determina multas muito altas no caso de atrasos. Por-
tanto, a nossa chefia fica preocupada no caso de atrasos de
produção. Por isso, precisamos colaborar para que sempre o
trabalho seja feito com a quantidade certa e nos prazos deter-
Lembremos que, de acordo com as leis trabalhistas e minados.
normas internas de uma empresa, temos direitos que nos be- Quando precisamos prever a quantidade de matéria-
neficiam e deveres que devem ser cumpridos. -prima necessária à execução de um trabalho, podemos de-
6.2 - Política da empresa terminá-la com um cálculo simples, desde que possamos ter
alguns dados.
Em cada empresa existe uma maneira comum e cons- 6.4 - Cálculo da quantidade de matéria-prima
tante de tratar certos assuntos por parte dos superiores. Essa
maneira varia muito entre as empresas. Vamos imaginar que uma empresa fabrique 1.000 pás
Assuntos que envolvem salários, benefícios, normas de lixo. Para calcular a matéria-prima necessária, temos os
de qualidade, clientes etc. indicam uma maneira de pensar e seguintes dados (dados fictícios, válidos somente para este
de ver da diretoria de uma empresa. Essas idéias podem ser exemplo):
transmitidas tradicionalmente, oralmente ou por escrito. Elas
→ Quantidade de pás a produzir = 1.000
são importantes porque definem objetivos e maneiras para
alcançá-los. Enfim, indicam os rumos a serem seguidos. → Quantidade de aço 1.010/1.020 (por pá) = 0,20 kg
Essa maneira de pensar e ver os assuntos é chamada de → Quantidade de cabos de madeira = 1
política da empresa e deve ser escrita pela diretoria, com apoio
do departamento de recursos humanos, e divulgada a todos. → Quantidade de parafusos para fixar o cabo = 2
Se essa política, envolvendo salários, benefícios, nor- → Índice de refugo = 2% ou 2/100 + 1 = 1,02
mas, atender apenas aos desejos dos trabalhadores, possi-
velmente levará a empresa à ruína. Mas se somente atender → Índice de desperdício para cada tipo de matéria-prima:

14
→ Aço = 5% ou 5/100 + 1 = 1,05 comprar a mais. Sem perdas, bastaria multiplicar a quantidade
a produzir pela quantidade usada para cada produto.
- Cabos de madeira= 3% ou 3/100 + 1 = 1,03
6.6 - Cálculo dos índices de refugo e desperdício
- Parafusos = 4% ou 4/100 + 1 = 1,04
O índice de refugo é a porcentagem de produtos estra- Os cálculos das porcentagens de refugo e de desper-
gados, que não servem para uso, e o índice de desperdício é a dício são feitos quando o produto é fabricado. Esses cálculos
porcentagem de matéria prima perdida. devem ficar arquivados para serem usados por ocasião de no-
Nos índices de refugo e de desperdício, as porcenta- vos pedidos da matéria-prima. Para calcular porcentagem de
gens foram divididas por 100 e somados com 1 para facilitar refugos e perdas usamos uma regra de três simples e direta.
os cálculos. Atenção! - Consideramos para cálculo, não o preço de
custo para fazer as pás, mas o nosso preço de venda, pois
1º) Quantidade de aço: multiplicar as quantidades a produ- deixamos de vendê-las.
zir, a quantidade necessária por produto, o índice de refugo É necessário estudar o porquê dessas perdas, encon-
e o índice de desperdício: trar as causas, resolver o problema até conseguirmos chegar
a zero desperdício e refugo, para que a empresa seja compe-
1.000 x 0,20 x 1,02 x 1,05 = 214,20 kg. titiva.
Outro exemplo
2º) Quantidade de cabos de madeira:
Seguindo a seqüência apresentada anteriormente,
1.000 x 1 x 1,02 x 1,03 = 1.050,6 º 1.051 cabos de madeira. calcularemos a quantidade de matéria-prima necessária para
produzir 1.500 dobradiças de aço.
3º) Quantidade de parafusos: Quantidade por dobradiça:
→ Lado de 3 encaixes de aço = 0,25 kg
1.000 x 2 x 1,02 x 1,04 = 2.121,6 º 2.122 parafusos. → Lado de 2 encaixes de aço = 0,20 kg
→ Pinos para encaixe = 1
6.5 - Cálculo dos custos de refugo e desperdício → Parafusos de fenda 3,5 x 7,5 mm = 8
de matéria-prima → Índice de refugo = 1,01 ou 1%
→ Índice de desperdício:
Se conseguirmos fazer o trabalho corretamente, sem - Lado de 3 encaixes = 1,05 ou 5%
deixar refugo de matéria-prima, os índices de refugo e desper- - Lado de 2 encaixes = 1,04 ou 4%
dícios serão zero. Mas, se isso não ocorrer, temos de verificar, - Pinos = 1,03 ou 3%
por meio de cálculos, quanto perdemos e quanto precisamos - Parafusos = 1,01 ou 1%

15
16
Exercícios 6.7 - Como planejar

Vamos fazer a montagem de cadernos pautados (com


Assinale com (X) a alternativa correta: linhas) com 100 páginas. Para um bom trabalho, é necessário
Exercício 1 saber exatamente o que queremos fazer e qual o objetivo. No
caso, é produzir um caderno para uso escolar. Sabendo o obje-
O departamento de recursos humanos é responsável por: tivo, elaboramos uma relação do que é necessário:
a) ( ) Admissão - Vendas Arames em espiral;

b) ( ) Demissão - Compras Folhas pautadas;

c) ( ) Admissão - Demissão Capas;

Exercício 2 Contracapas;

A política da empresa indica: Máquinas ou postos de trabalho onde serão montados os


cadernos;
a) ( ) Direitos e as obrigações da empresa.
Pessoas que saibam montar os cadernos;
b) ( ) Direitos e como usá-los.
Quantidades a produzir;
c) ( ) Valores financeiros e econômicos.
Tempo para montar um caderno etc.
Exercício 3 Calcule a quantidade de matéria-prima ne-
Quando fazemos isso estamos prevendo para obter
cessária para produzir 2.600 vitrôs (janelas) de alumínio,
sucesso no trabalho a ser realizado. Temos de elaborar um
sabendo-se, por exemplo, que:
programa de produção, ou seja, um plano de trabalho a ser
Índice de refugo = 1,04 cumprido num determinado período. Para isso, fazemos um
gráfico simples. O departamento de métodos deve indicar o
Índice de desperdício de matéria-prima tempo necessário para a montagem de um caderno. No exem-
plo, esse tempo é de 1 minuto. Trabalhamos apenas cinco dias
- Perfis de alumínio = 1,02 da semana e 8 horas diárias. Devemos verificar se não haverá
- Massa para vidro = 1,07 feriados ou outras paradas de produção. Como já sabemos,
infelizmente existem refugos e retrabalhos que aumentam o
- Rebites de fixação = 1,09 tempo total de execução do trabalho. Se já temos experiência
nessa tarefa, possuímos os índices de refugos e de retrabalho
- Vidros = 1,03 (já estudados), que devem ser acrescidos.
Quantidades consumidas por vitrô 1º) Gráfico de produção
- Perfis de alumínio = 3,0 kg
- Índice de refugo = 1,03
- Massa para vidro = 1,0 kg - Índice de retrabalho = 1,10
- Quantidade a produzir = 4.000 cadernos
- Rebites de fixação = 40 rebites - Tempo para montar um caderno = 1 minuto (tempo
unitário)
- Vidros = 120 m² - Margem de segurança: 1,06.
Exercício 4
É um aumento baseado em experiências anteriores.
Calcule as perdas, em reais, do refugo, dos desperdícios Esse aumento é necessário porque podem ocorrer alguns im-
de cada matéria-prima e, finalmente, do desperdício total previstos, como quebra de máquinas, falta de material, etc.
em reais.
a) Determinação do tempo total necessário para montar os
Custos
cadernos.
- Perfis de alumínio = R$ 1,80 o kg
Tempo total = quantidade x tempo unitário x índice refugo
- Massa p/vidro = R$ 0,20 o kg x índice de retrabalho x margem de segurança.

- Rebite de fixação = R$ 0,03 cada Tempo total = 4.000 x 1 x 1,03 x 1,10 x 1,06 = 4.803,92
= 4.800 minutos
- Vidros = R$ 5,00 m²
Precisamos transformar em horas. Para isso é só dividir
Preço de venda de cada vitrô: R$ 110,00 por 60, porque uma hora tem 60 minutos:

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deve ser feita diariamente. Em primeiro lugar, calcula-se a
quantidade total a produzir, levando em conta que há refugos
(índice de 1,03).
Quantidade total = Quantidade a produzir x Índice de
Dividir essas horas por 8 horas diárias de trabalho para refugos
saber quantos dias são necessários: Quantidade total = 4.000 x 1,03 = 4.120
Dos 412 cadernos, 12 foram refugados. Portanto, fica-
mos com a produção real de apenas 400 cadernos por dia.
No gráfico de planejamento, só registramos os produ-
tos considerados bons. No caso dos cadernos, portanto, só
b) Quantidade diária, incluindo refugos. seriam registrados os 400 cadernos por dia. Foram refugados
Precisamos calcular a quantidade de cadernos que 120 cadernos no total do serviço.

A cada dia somam-se as quantidades já previstas de tecedência, baseando-se em previsões do que é necessário e do
produção diária às quantidades acumuladas, ou seja: que poderá acontecer no período de execução. Embora seja difícil
prever, é preferível fazer o planejamento a fazer qualquer trabalho
1º dia: 400 na base da improvisação, ou seja, sem pensar.
2º dia: 400 + 400 = 800
3º dia: 800 + 400 = 1.200 etc. 2º) Cronograma

Para fazer o controle de produção, observamos diaria- A empresa, por exemplo, decide comprar uma nova
mente ou com qualquer outra freqüência (hora, semana, mês retificadora. Para tanto, é necessário planejar desde a sua
etc.) o que está ocorrendo, registrandose no gráfico. No exem- compra até o funcionamento da retificadora. Para isso, cons-
plo, marcamos a produção real feita diariamente, indicada com truímos um outro tipo de gráfico. De um lado, marcamos as
linha pontilhada, e a produção prevista, com a linha cheia. atividades nas linhas e nas colunas marcamos períodos (dia,
Planejamento não é tarefa exclusiva dos administradores. semana, mês etc.).
Trata-se de um comportamento humano. Qualquer pessoa, antes Esse gráfico é denominado cronograma. Podemos fa-
de viajar, já deve saber antes para que local vai, que condução vai zer o controle das atividades, marcando-as com linhas ponti-
usar, quanto vai gastar etc. O planejamento deve ser feito com an- lhadas no gráfico.

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Exercícios

Planeje o tempo necessário para montar um motor elétrico e faça, também, o gráfico do planejamento da produção.

- Quantidade de motores = 863


- Tempo para montar cada motor = 3 min
- Índice de refugo = 1,02
- Índice de retrabalho = 1,08
- Índice de segurança = 1,01
- Horas de trabalho diário = 8h
- Dias de produção: considerar dias consecutivos a partir do dia 10, isto é, trabalhar aos sábados e domingo.

7.0 - Administração de Materiais tomóvel, considerado como um bem móvel, pode ser utilizado na
prestação de um serviço com valor econômico, e tal é um recurso.
7.1.0- RECURSOS 7.1.4 - Patrimônio
7.1.1 - Administração de Recursos Pode ser conceituado como o conjunto de bens, va-
lores, direitos e obrigações de uma pessoa física ou jurídica
Administrar Recursos escassos tem sido a preocupa- que possa ser avaliado pecuniariamente e que seja utilizado na
ção dos gerentes, engenheiros, administradores e técnicos e consecução de seus objetivos sociais. Administrar o patrimônio
praticamente todas as pessoas direta ou indiretamente ligadas significa gerir os direitos e obrigações.
às atividades produtivas, tanto na produção de bens tangíveis
quanto na prestação de serviços. 7.1.5 - Recursos Tecnológicos
As empresas precisam e têm a sua disposição cinco
tipos de recursos: Praticamente todos os teóricos da área de adminis-
tração de materiais são unânimes em considerar a tecnologia
• Materiais como um fator de produção, ao lado dos recursos clássicos
• Patrimoniais natureza, trabalho e capital. Dessa forma, nada mais oportuno
• De Capital ou Financeiros que uma análise um pouco mais detalhada dos recursos tec-
nológicos.
• Humanos
Ao ouvir a palavra tecnologia, em geral a associamos
• Tecnológicos com algo intangível incorporado a entidades concretas, a bens
Porém fazer uma breve análise apenas no que se refe- físicos, como máquinas, ferramentas e produtos químicos. Na
re aos recursos Materiais e Patrimoniais realidade, a tecnologia abrange muito mais que isso. Ela é
o corpo de conhecimento com o qual a empresa conta para
7.1.2 - Fatores de Produção produzir produtos ou serviços. Então, da mesma forma que
temos de gerenciar recursos materiais, patrimônio,, recursos
É importantíssimo que desde já definamos o que vem a humanos e de capital, temos de gerir o conhecimento dentro
ser recursos. Entende-se por recurso tudo aquilo gera ou tem a da empresa. Isso significa saber como ele é adquirido, como se
capacidade de gerar riqueza, no sentido econômico do termo. aprimora e como é transmitido, aplicado e preservado.
Assim, um item de estoque é um recurso, pois, agregado a 7.2.0 - Tecnologia
um produto em processo, irá constituir-se em um produto acabado,
que deverá ser vendido por um por um preço superior ao somató-
7.2.1 - Tecnologia de Produto
rio de todos os custos incorridos em sua fabricação. De modo aná-
logo, um edifício que abriga as instalações de uma empresa é um O desenvolvimento de uma nova tecnologia, ou o apri-
recurso, já que que é essencial a seu funcionamento. As pessoas moramento de uma já existente, só se dá quando necessário.
que trabalham na empresa também constituem recursos, pois com Alguns problemas enfrentados no manejo dos materiais, por
seu conhecimento geram novas idéias, que são transformadas em exemplo, excesso de produtos e falta de espaço para armaze-
novos produtos, novos métodos de trabalho, serviços cada vez ná-los, levaram à criação das atuais tecnologias de administra-
mais adequados ao uso dos consumidores. ção de materiais. Além disso, é preciso que a tecnologia seja
O capital, sob a forma de numerário, é um recurso viável q que haja algum conhecimento para lhe dar continuida-
mais facilmente reconhecido, por sua característica de liquidez, de (Know-how). Tempo, dinheiro e mão-de-obra são também
que faz com que ele possa ser utilizado inclusive na aquisição fortes imprescindíveis para que haja inovação tecnológica.
de outros recursos.
7.2.2 Metodologia PRP ( Product Realization
7.1.3 - Bens Process)

Por transmitirem a idéia de que são capazes de gerar pro- Está ligada a missão da empresa, ao que ela se propõe
dutos e serviços e, portanto, produzir riquezas, os bens são muitas a realizar.
vezes considerados como sinônimo de recursos. Assim, um au- Leva em consideração o desejo do consumidor, que

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vão servir de parâmetros para a organização atender as neces- co, podem sofrer algumas perturbações ocasionais, mas meca-
sidades deste consumidor. Isto vai gerar uma série de ques- nismos internos de controle levam de volta aos níveis nomais.
tionamentos internos, como, se a organização tem insumos Algumas vezes a mudança no ambiente acarreta uma
suficientes, se ela está preparada para atender o consumidor, mudança permanente na regulagem do sistema.
se está dentro do escopo da organização. Existem ainda sistemas que estão constantemente mu-
Isto vai gerar um time de desenvolvimento que irá se dando e são conhecidos como sistemas progressivos.
apoiar em uma técnica de benchmarketing, que é antes de 7.3.4 - Administração de sistemas
mais nada estudar as soluções de problemas similares em em- A aplicação da teoria de sistemas é conhecida com ad-
presas de sucesso do mesmo ramo de negócios. ministração de sistemas.
Se entende também como o foco no funcionamento de
7.3.0 - Teconologia do Processo um sistema total, incluindo o pessoal envolvido, em vez de fun-
Processos são seqüências estruturadas de atividades cionamento de suas partes.
que, por meio de ações físicas, comportamentais e/ou de infor- Tem como premissas a definição de metas, a geração
mações, permitem a agregação de valor a uma ou mais entra- criativa de soluções alternativas e a coordenação e o contro-
das, transformado-as em uma ou mais saídas que represen- le das diversas tarefas necessárias para criar-se um sistema
tam um estado diferenciado do original. Ou, segundo Hammer, complexo.
processo é simplesmente a reunião de tarefas ou atividades 7.3.5 - Administração de Processos
isoladas para alcançar certos resultados.
Sendo um processo um conjunto de atividades muitas
7.3.1 - Classificação de processos
vezes não pertencentes a uma só área funcional da empresa,
Processos produtivos – quando deles resulta um pro- a melhor forma de analisá-lo e conseguir melhorias é por meio
duto final ou um componente dele. de grupos multifuncionais de trabalho, com representantes de
Processo administrativo – processo cujo o resultado fi- todas as áreas envolvidas.
nal é a geração de informações ou de decisões que influenciam Processos Operacionais: podem corresponder a en-
a gestão da empresa. tender mercados e clientes, desenvolver visão e estratégia,
Processos comerciais – são aqueles cujo resultado é projetar produtos e serviços, marketing e vendas, produção e
uma ação do consumidor, possibilitando-lhes acesso a um bem entregas para a organização de produção, faturamento e servi-
ou serviço. ço ao consumidor, entre outros.
Empresas de manufatura pode incluir o planejamento e
7.3.2 - Classificações e Características dos Sis- aquisição de recursos necessários, conversão dos recursos ou
temas entradas em produtos, entrega dos produtos e a administração
dos processos de produção e entrega.
Sistema de resultado indireto – é aquele em que o pro- Organizações de serviços a estrutura do processo de
duto deve ser projetado para ser mais adequado a fim de atin- produção e distribuição pode incluir o planejamento e aquisi-
gir um resultado, mas esse resultado só será conhecido depois ção dos recursos necessários, desenvolvimento da competên-
de algum tempo. cia dos recursos humanos, prestação de serviço ao cliente e
Sistema de resultado desconhecido – ocorre quando garantia da qualidade do serviço.
eventualmente se pode aquilatar o resultado, mas a comprova-
ção prática desse resultado é extremamente improvável. 7.3.6 - Metodologia de Osborn
Primeiro, os componentes interagem harmoniosamen-
te entre si, formando uma rede de sistemas interdependentes Análise: é revista a atividade por atividade. Para isso,
constituindo um todo.Todos os elementos são integrados. primeiro, são criadas alternativas para cada atividade: elas
Segundo, um sistema é mais que a simples soma das podem ser combinadas, aumentadas, diminuídas ou mesmo
partes. Ele tem “caráter” e propriedades próprias, que lhe são con- eliminadas. Depois usando o conceito de custo por atividades,
feridas por sua organização. Partes soltas não são um sistemas. são levantados os custos diretos e indiretos.
Terceiro, um componente defeituoso afeta o sistema Criação de Alternativas: procura, sob um ponto de vista
inteiro. Assim, se um dos componentes é deficiente, incapaz sistêmico, desenhar soluções que levam a uma máxima sinergia.
de interagir corretamente com os outros, não preenchendo sua
função específica, o sistema todo é prejudicado. Seleção: é escolhida a solução mais econômica, desde
Quarto, os sistemas funcionam em relação a seu am- que seja viável. Ela não deve representar a longo prazo uma
biente, do qual eles dependem para sua manutenção e ao qual perda de conhecimento para a empresa, em virtude da discipli-
eles afetam com o que produzem. na de capital humano ou tecnológico capacitado que possa ser
Quinto, a maioria dos sistemas está sujeita a coerções útil em outras circunstâncias.
externas, impostas pelo ambiente, e coerções internas, decor- Venda da Solução: deve saber apresentar o resultado do
rentes de limitações que lhes são inerentes. estudo aos pares, subordinados e direção, sem causar traumas
ou recusas em nome dos paradigmas culturais da empresa.
7.3.3 - Características comuns dos Sistemas

Muitos sistemas tendem a manter um equilíbrio dinâmi- 8.0 - GESTÃO DE COMPRAS

20
A gestão de aquisição, mais conhecida como COM- da empresa moderna por ela que, hoje em dia, um dos setores
PRAS, assume papel verdadeiramente estratégico nos negó- de maior expansão foi o de terceirização e parcerias. De um
cios de hoje em face do volume de recursos, principalmente modo geral não se terceiriza os processos fundamentais (core
financeiros, envolvidos, deixando cada vez mais para trás a process), por questões de detenção tecnológica, qualidade do
visão preconceituosa de que era uma atividade burocrática e produto e responsabilidade final sobre ele.
repetitiva, um centro de despesas e não um centro de lucros. Entre as principais vantagens, estão a redução de
custos, não necessita novos investimentos em instalações
8.1 – Estratégias de aquisição de recursos maté- industriais, maior flexibilidade para alteração de volumes
rias e patrimoniais de produção devido a variações de mercado, a empresa
compra do fornecedor a quantidade que achar necessária,
A definição de uma estratégia correta de compras pode pode até não comprar nada, conta o know-how dos forne-
dar à empresa uma grande vantagem competitiva. Se por um cedores no desenvolvimento de novos produtos (engenha-
lado ela produzir mais internamente, ganha dependência mas ria simultânea)
perde flexibilidade. Por outro lado, se decidir comprar mais de Apresenta desvantagens como a possível perda do
terceiros em detrimento de fabricação própria, pode-se tornar controle tecnológico e deixar de auferir o lucro decorrente do
dependente. Nesse caso, deve decidir também o grau de rela- serviço ou fabricação que está sendo repassada.
cionamento que deseja com seus parceiros.
8.4 – Comprar versus Fabricar
8.2 – Verticalização
A questão Comprar versus Fabricar não vem de hoje,
É a estratégia que prevê que a empresa produzirá in- ela persegue os administradores, técnicos e empresários faz
ternamente tudo o que puder, ou pelos tentará produzir. Foi muito tempo. Entretanto, seu escopo aumentou. Inclui agora
predominante no inicio do século, quando as empresas pra- decisões sobre terceirização ou não da prestação de serviços
ticamente produziam tudo que usavam nos produtos finais ou que não são o negocio principal da empresa, como limpeza,
detinham o controle acionário de outras empresas que produ- manutenção e até compras. Já há várias empresasque pres-
ziam seus insumos. O exemplo clássico da ford, que produzia tam serviços de compras, manutenção predial, mecânica ou
o aço, o vidro, centenas de componentes, pneus e até a bor- elétrica.
racha para a fabricação de seus automóveis. A experiência da A resposta a esta questão só pode obtida de um estado
plantação de seringueiras no Brasil, ficou conhecida como a dos aspectos ligados à estratégia global da empresa, além é
FordLandia , e até hoje é citada. claro, dos custos. Vejamos um exemplo que poderá nos auxi-
Esse tipo de estratégia tem desvantagens, o custo é liar nessa decisão.
muito alto e acaba-se perdendo flexibilidade para alterações
nos processos. Exemplo:

8..3 – Horizontalização Veloz é uma empresa de médio porte localizada no Rio


de Janeiro que fabrica bombas para a industria de petróleo.
Consiste na estratégia de comprar de terceiros o máxi- Ela acabou de desenvolver um novo modelo de bomba de alta
mo possível dos itens que compõem o produto final ou os servi- pressão, com melhor desempenho. O gerente de projetos quer
ços o máximo dos itens possíveis que compõem o produto final decidir se a Veloz deverá comprar ou fabricar o sistema de con-
ou os serviços de que necessita. É tão grande a preferência trole da bomba. Estão disponíveis os seguintes dados:

Fabricar
Comprar
Processo A Processo B

Volume (unidade/ano) 10.000 10.000 10.000


Custo Fixo ($/ano) 100.000 300.000 XXXXX
Custo Variável ($/unidade) 75 70 80

21
A Veloz deve utilizar o processo A, o processo B ou (CT)A = (CT)Comprar
comprar? 100.000 + 75 * q = 80 * q
A que volume de produção anual deve a Veloz deixar A Solução é q=20.000 unid./ano, isto é, a partir de
de comprar e passar fabricar utilizando o processo A? uma demanda anual de 20.000 unidades, deve-se passar
A que volume de produção anual deve a Veloz mudar a produzir pelo processo A e produzir pelo processo B, ou
do processo A para o B? seja:
Solução: O custo total (CT) é dado em função do custo Deve-se procurar o ponto de equilíbrio entre produzir
fixo (CF) e do custo variável (CV) multiplicado pela quantidade pelo processo A e produzir pelo B, ou seja:
(q), ou seja, CT=CF+CV.q (CT)A = (CT)B
Processo A ). CT = 100.000 + 75 . q 100.000 + 75 * q = 300.000 + 70 * q
Processo B ). CT = 300.000 + 70 . q A Solução é q = 40.000 unid./ano. Isto é, a partir de uma
Comprar ). CT = 80 . q demanda de 40.000 anual unidades, deve-se passar a produzir
Fazendo-se q = 10.000 unidades, temos: pelo processo B. Portanto, a partir do gráfico, conclui-se que:
(CT)A = $ 850.000/ano Para demandas até 20.000/ano, a melhor opção é
(CT)B = $ 1.000.000/ano comprar;
(CT) Comprar = $ 800.000/ano Para demandas entre 20.000 e 40.000/ano, é melhor
Logo, Comprar é a melhor decisão produzir pelo processo A;
Deve-se procurar o ponto de equilíbrio entre produzir E para demandas acima de 40.000/ano é melhor pro-
pelo processo A e comprar, ou seja: duzir pelo processo B.

3.100.000

2.400.000

1.600.000

A - 20.000 B - 30.000 Comprar - 40.000

8.5 - Locação ou Arrendamento Mercantil pauta. De um modo geral são arrendáveis bens novos ou usados,
nacionais ou importados, móveis ou imóveis.
Outro problema com que se depara o setor de com- Esta estratégia traz vantagens, como:
pras é se deve comprar ou alugar um bem patrimonial, como É mais fácil de obter o leasing do que um empréstimo
um veículo, avião, edifício ou equipamento. para comprar um bem, pois esse será de propriedade do arren-
Para que a modalidade de leasing ou arrendamento mer- dador e, conseqüentemente, mais fácil de recuperar, no caso
cantil ocorra é necessária a interveniência de uma empresa de le- de inadimplência do arrendatário;
asing, que é geralmente ligada a um Banco. Nesse caso, o cliente Não exige grande desembolso inicial de capital;
(arrendatário) escolhe um bem, a empresa de leasing (arrendador) O risco de obsolescência do bem é do arrendador; e
adquire o bem escolhido junto ao fornecedor e o aluga ao cliente. Os pagamentos efetuados a título de aluguel são de-
Dependendo da forma do contrato, o cliente, ao encerramento do dutíveis como despesa do exercício, com reflexos no lucro
prazo contratual, poderá exercer o direito de compra do bem em tributável.

22
O leasing apresenta como desvantagens os fatos de o Cabe à gerência e à alta direção da empresa ficarem atentas
arrendatário: a todos esses aspectos, questionando sempre a validade das
não poder depreciar o bem e, conseqüentemente, especificações e a sua justificativa.
aproveitar os benefícios tributários; E quanto aos “presentes”, “lembranças”, “brindes”
ter de devolver o equipamento após o término do con- como agendas, canetas, malas e convites que normalmen-
trato, e se o arrendador decidir não renová-lo poderá deixar o te são distribuídos, por exemplo, ao pessoal de compras, do
término do contrato em difícil situação; controle da qualidade e da área técnica? Como abordar esse
ter de submeter à aprovação prévia do arrendador assunto? Deve ser permitido que recebam? A melhor forma de
qualquer alteração ou melhoria necessária no bem; e abordar o assunto é definir, o mais claro possível, um código de
não poder usar o valor residual que normalmente o conduta, do conhecimento de todos, pois não há dúvida de que
bem terá ao término do contrato. aquele que dá presentes tem a expectativa de, de uma forma
Um caso importante do arrendamento é o chama- ou de outra, ser “lembrado”. Quando o presente tem um maior
do leaseback ou arrendamento de venda e retorno. É o caso valor, maior será a obrigação de retribuição.
em que uma empresa vende o seu bem para a companhia de Uma empresa do sul do Brasil, de médio porte,
leasing e imediatamente o aluga de volta. É uma forma de a adotava o seguinte critério: Todos os presentes recebidos pelo
empresa levantar capital de giro. pessoal de compras, independente do valor, eram listados e
catalogados. Na confraternização de fim de ano, que antecedia
8.6 – Ética em compras o Natal, todos os presentes e brindes eram sorteados entre os
participantes da confraternização.
O problema da conduta ética é comum em todas as Conduta Ética
profissões, entretanto, em algumas delas, como a dos médi-
cos, engenheiros e compradores, assume uma dimensão mais Deve também ficar claro para os compradores como
relevante. A abordagem mais profunda do assunto leva inva- agir no trato com empresas que sistematicamente, com polí-
riavelmente ao estudo do comportamento humano no seu am- tica própria, oferece uma “comissão”. Devem tais empresas
biente de trabalho, que está fora do escopo do nosso trabalho. ser excluídas entre as licitantes? Tais comissões devem ser
Abordando a questão mais na sua forma operacional, incorporadas como forma de desconto nos preços
entendendo que o assunto deva ser resolvido através do esta-
belecimento de regras de conduto devidamente estabelecidas, Toda esta questão fica mais grave quando a figura do
divulgadas, conhecidas e praticadas por todos os envolvidos, suborno aparece. A intenção premeditada é a essência do su-
procurando fixa limites claros entre o “legal” e o “moral”. borno. Ninguém é subornado por acidente. Nesses casos, uma
Assim, os aspectos legais e morais são extremamen- vez consumado o delito, o assunto já passa para a alçada judi-
te importantes para aqueles que atuam em, compras fazendo cial. Não é raro lermos nos jornais situações em que empresas
com que muitas empresas estabeleçam um “código de conduta demitem, de uma só vez, até mesmo todos os componentes de
ética” para todos os seus colaboradores. seu setor de compras. Por exemplo, já foi manchete da Gazeta
No setor de compras o problema aflora com maior inten- Mercantil o fato de a Fiat brasileira ter demitido “oito funcioná-
sidade devido aos altos valores monetários envolvidos, relacio- rios da área de compras – alguns com cargos de gerência -,
nados com critérios muitas vezes subjetivos de decisão. Saber acusados de estar recebendo propinas e presentes de forne-
até onde uma decisão de comprar seguiu rigorosamente um cedores”, além de suspeitas de superfaturamentos ou desvio
critério técnico, onde prevaleça o interesse da empresa, ou se de dinheiro.
a barreira ética foi quebrada, prevalecendo aí interesses outros, No setor público, todo processo de licitação é clara-
é extremamente difícil. O objetivo de um código de ética é esta- mente definido através de legislação específica (Lei 8.666/93),
belecer os limites de uma forma mais clara possível, e que tais cujo fim precípuo é resguardar os interesses do Estado.
limites sejam também de conhecimento dos fornecedores, pois Outro aspecto concernente à ética em compras é o ma-
dessa forma poderão reclamar quando se sentirem prejudicados. nuseio de informações, como o repasse dos critérios de julga-
Outro aspecto importante é que esse código de ética mento e dados contidos nas propostas já entregues a um outro
seja válido tanto para vendas quanto para compras. Não é cor- fornecedor que ainda está elaborando a proposta a sua. Esse
reto uma empresa comportar-se de uma forma quando compra comportamento aético leva a situações em que fornecedores
e outra quando vende. Os critérios devem ser compatibilizados altamente qualificados se neguem a apresentar propostas a
e de conhecimentos de todos os colaboradores. É comum em- “clientes” não confiáveis. Estabelece-se assim uma relação de
presas incluírem nos documentos que o funcionário assina ao desconfiança que prejudica a todos, isto é, todos perdem.
ser admitido, um código de conduta (ou de ética) que deva ser A fim de evitar estas situações, mais uma vez o códi-
seguido, sob pena de demissão por justa causa. go de ética entra em cena. A empresa deve estabelecer políti-
O problema ético de compras não se restringe aos cas claras sobre as informações que devem ser manuseadas.
compradores, mas também ao pessoal da área técnica que
normalmente especifica o bem a ser comprado. É normal Segurança do Trabalho
encontrarmos especificações tão detalhadas, e muitas vezes
mandatórias, que praticamente restringem o fornecedor a uma
9.0 - CONCEITO DE ACIDENTES
única empresa. É isto eticamente correto? Mais uma vez o pro-
blema aflora. E o comprador, nesse caso, o que pode fazer? O que é acidente? Se procurarmos a resposta em um

23
bom dicionário, encontraremos - acontecimento imprevisto, ca- de tempo e danos materiais.
sual ou não, ou então - acontecimento infeliz que resulta em Conceito Técnico: A Associação Brasileira de Normas
ferimento, dano, estrago, prejuízo, avaria, ruína etc. Técnicas define na norma NBR- 14.280, de fevereiro de 1999,
Nesse sentido, é muito importante observar que um acidente como sendo:
acidente não é simples obra do acaso e pode trazer conse- “Ocorrência imprevista e indesejável, instantânea ou
qüências indesejáveis. Em outras palavras: acidentes podem não, relacionada com o exercício do trabalho, que provoca le-
ser previstos. E, se podem ser previstos, podem ser evitados! são pessoal ou de que decorre risco próximo ou remoto dessa
Quem se dedica à prevenção sabe que nada acontece lesão”.
por acaso no universo, muito menos o que costumamos cha-
mar de acidente. Todo acidente tem uma causa definida, por 9.2 - Acidente do trabalho: conceito legal
mais imprevisível que pareça ser.
Os acidentes, em geral, são o resultado de uma com- Numa sociedade democrática, as leis existem para de-
binação de fatores, entre eles, falhas humanas e falhas mate- limitar os direitos e os deveres dos cidadãos. Qualquer pessoa
riais. que sentir que seus direitos foram desrespeitados pode recor-
Vale lembrar que os acidentes não escolhem hora nem rer à Justiça para tentar obter reparação, por perdas e danos
lugar. Podem acontecer em casa, no lazer, no ambiente de tra- sofridos em conseqüência de atos ou omissões de terceiros.
balho e nas inúmeras locomoções que fazemos de um lado As decisões da Justiça são tomadas com base nas leis
para o outro, para cumprir nossas obrigações diárias. em vigor. Conhecer as leis a fundo é tarefa dos advogados.
Quanto aos acidentes do trabalho, dos quais tratare- Mas é bom que o cidadão comum, o trabalhador, também te-
mos nesta aula, o que se pode dizer é que grande parte deles nha algum conhecimento sobre as leis que foram elaboradas
ocorre porque os trabalhadores encontram-se despreparados para proteger seus direitos. Por isso, é importante saber o que
para enfrentar certos riscos. a legislação brasileira entende por acidente do trabalho. Afinal,
A finalidade desta aula é levá-lo a refletir sobre as nunca se sabe o que nos reserva o dia de amanhã.
conseqüências do acidente do trabalho para a vítima, para a Na nossa legislação, acidente do trabalho é definido
família, para a empresa e para a sociedade. Ao terminar o es- pelo Decreto nº 611/92 de 21 de julho de 1992, que diz:
tudo dos assuntos aqui tratados, você ficará sabendo o que a Art. 139 - Acidente do trabalho é o que ocorre pelo
legislação brasileira entende por acidente do trabalho (conceito exercício do trabalho a serviço da
legal) e o que se considera acidente do trabalho numa visão
prevencionista (conceito prevencionista). Esperamos que você empresa, ou ainda, pelo exercício do trabalho dos se-
chegue à conclusão que prevenir é o melhor remédio! gurados especiais, provocando
9.1 - Há três aspectos a serem considerados lesão corporal ou perturbação funcional que cause a
quando nos referimos ao acidente: morte,
O Conceito Legal, Prevencionista e o Téc- a perda ou redução da capacidade para o trabalho,
nico. permanente ou temporária.
O conceito legal de acidente de trabalho definido pela
Previdência Social é voltado para o direito do trabalhador a cer- Trocando em miúdos: qualquer acidente que ocorrer
tos benefícios, quando acidentado. O seu enunciado, adiante com um trabalhador, estando ele a serviço de uma empresa, é
descrito, não tem valor prático na prevenção de acidentes. considerado acidente do trabalho.
Art. 19 – Acidente de Trabalho é o que ocorre pelo Para entender melhor a definição anterior, é necessário
exercício do trabalho a serviço da empresa, ou pelo exer- saber também que:
cício do trabalho dos segurados referidos no inciso VII do
artigo 11, esta lei, provocando lesão corporal ou pertur- Segurados especiais são trabalhadores rurais, isto é,
bação funcional que cause a morte ou a perda ou redução, que prestam serviços em âmbito rural, individualmente ou em
permanente ou temporária da capacidade para o trabalho. regime de economia familiar, mas não têm vínculo de emprego;
Lei 8.213/91, nova regulamentação: Dec. nº 3.048 de 06.05.99 Lesão corporal é qualquer dano produzido no corpo hu-
– Regulamento dos Benefícios da Previdência Social. mano, seja ele leve, como, por exemplo, um corte no dedo, ou
grave, como a perda de um membro;
O conceito prevencionista de acidente do trabalho deve Perturbação funcional é o prejuízo do funcionamento
ser mais amplo, como enunciado abaixo: de qualquer órgão ou sentido. Por exemplo, a perda da visão,
“Acidente do trabalho é toda ocorrência não programa- provocada por uma pancada na cabeça, caracteriza uma per-
da que interfere no andamento normal do trabalho dos quais turbação funcional.
resultam, separadamente ou em conjunto, lesões, danos mate- 9.3 - Doença profissional também é acidente do
riais ou perda de tempo”. trabalho?
Acidentes do trabalho, portanto, não são somente De acordo com o mesmo Decreto nº 611/92, doenças
aqueles que causam lesões ao trabalhador, mas também ou- profissionais são aquelas adquiridas em decorrência do exercí-
tras ocorrências que ocasionam algum outro dano como perda cio do trabalho em si. Doenças do trabalho são aquelas decor-

24
rentes das condições especiais em que o trabalho é realizado. Acidente fora do local e horário de trabalho. Considera-
Ambas são consideradas como acidentes do trabalho, quando -se, também, um acidente do trabalho, quando o trabalhador
delas decorrer a incapacidade para o trabalho. sofre algum acidente fora do local e horário de trabalho, no
Você já deve ter passado pela experiência de pegar cumprimento de ordens ou na realização de serviço da em-
uma forte gripe, de colegas de trabalho, por contágio. Essa presa.
doença, embora possa ter sido adquirida no ambiente de tra- Se o trabalhador sofrer qualquer acidente, estando em
balho, não é considerada doença profissional nem do trabalho, viagem a serviço da empresa, não importa o meio de condu-
porque não é ocasionada pelos meios de produção. ção utilizado, ainda que seja de propriedade particular, estará
Mas, se o trabalhador contrair uma doença por conta- amparado pela legislação que trata de acidentes do trabalho.
minação acidental, no exercício de sua atividade, temos aí um Vamos ver se as definições discutidas até agora fica-
caso equiparado a um acidente do trabalho. Por exemplo, se ram claras. Analise a situação a seguir e depois responda às
um enfermeiro sofre um corte no braço ao quebrar um frasco questões apresentadas.
contendo sangue de um paciente aidético e, em conseqüência, João é técnico em manutenção de equipamentos ele-
é contaminado pelo vírus HIV, isso é um acidente do trabalho. trônicos em uma empresa com sede em Vila Nova Esperança.
Por outro lado, se um trabalhador perder a audição por O chefe de João passou-lhe uma ordem de serviço de manu-
ficar longo tempo sem proteção auditiva adequada, submetido tenção, a ser realizado na máquina de um cliente, em outro
ao excesso de ruído, gerado pelo trabalho executado junto a bairro. Quando João se encontrava executando o trabalho,
uma grande prensa, isso caracteriza doença do trabalho. a firma foi invadida por um grupo de homens armados, que
Ou ainda, se um trabalhador adquire tenossinovite anunciaram um assalto. Na confusão que se seguiu, João foi
(inflamação dos tendões e das articulações) por exercer ati- atingido por uma bala perdida. Levado ao Pronto-socorro foi
vidades repetitivas, que solicitam sempre o mesmo grupo de dispensado após a extração de uma bala na perna direita, com
músculos, esse caso é considerado doença profissional. a recomendação médica de manter-se afastado do serviço por
A lista das doenças profissionais e do trabalho é bas- 15 dias. No seu entender:
tante extensa e pode sofrer novas inclusões ou exclusões, à O que ocorreu com João encaixa-se na definição legal
medida que forem mudando as relações entre o homem e o de acidente do trabalho? Por quê?
trabalho. Para saber mais sobre esse assunto, procure se in- João sofreu lesão corporal ou perturbação funcional
formar junto ao serviço especializado em segurança, na sua em decorrência do acidente?
empresa. Seja curioso, interessado. Não se acomode. João se enquadra na categoria de segurado especial?

9.4 - Acidente do trabalho X acidente no trabalho Coitado do João! Felizmente seu caso não foi mais
grave. João está amparado pelo conceito legal de acidente do
O acidente típico do trabalho ocorre no local e durante trabalho, embora o ferimento não tenha resultado diretamente
o horário de trabalho. É considerado como um acontecimento do exercício de suas atividades profissionais, pois ele estava a
súbito, violento e ocasional. Mesmo não sendo a única causa, serviço da empresa. Em decorrência do acidente, João sofreu
provoca, no trabalhador, uma incapacidade para a prestação lesão corporal. Supondo-se que ele volte a andar normalmen-
de serviço e, em casos extremos, a morte. te, após a retirada do curativo, não se pode dizer que tenha
Pode ser conseqüência de um ato de agressão, de um havido perturbação funcional. João não se enquadra na cate-
ato de imprudência ou imperícia, de uma ofensa física inten- goria de segurado especial, pois consta que ele era funcionário
cional, ou de causas fortuitas como, por exemplo, incêndio, contratado da empresa.
desabamento ou inundação. Mas a legislação também enqua-
dra como acidente do trabalho os que ocorrem nas situações Importante!
apresentadas a seguir.
Todo acidente do trabalho, por mais leve que seja,
Acidente de trajeto (ou percurso) - Considera-se aci- deve ser comunicado à empresa, que deverá providenciar
dente de trajeto o que ocorre no percurso da residência para a CAT (Comunicação de Acidente do Trabalho), no prazo
o trabalho ou do trabalho para a residência. Nesses casos, o máximo de 24 horas. Caso contrário, o trabalhador perderá
trabalhador está protegido pela legislação que dispõe sobre seus direitos e a empresa deverá pagar multa.
acidentes do trabalho. Também é considerada como acidente Caso a empresa não notifique a Previdência Social
do trabalho, qualquer ocorrência que envolva o trabalhador no sobre o acidente do trabalho, o próprio acidentado, seus de-
trajeto para casa, ou na volta para o trabalho, no horário do pendentes, o médico ou a autoridade que lhe prestou assis-
almoço; tência ou o sindicato da sua categoria podem encaminhar
Entretanto, se por interesse próprio, o trabalhador essa comunicação.
alterar ou interromper seu percurso normal, uma ocorrência,
nessas condições, deixa de caracterizar-se como acidente do
trabalho. Percurso normal é o caminho habitualmente segui-
do pelo trabalhador, locomovendo-se a pé ou usando meio de
transporte fornecido pela empresa, condução própria ou trans-
porte coletivo urbano.

25
9.5 - Conceito prevencionista de acidente do tra- 10.0 – CIPA
balho
10.1 - CONCEITO E OBJETIVO DA CIPA
Veja o conceito de acidente do trabalho, numa visão
prevencionista:
10.2 - ORIGEM DA CIPA
Acidente do trabalho é toda ocorrência não programa-
da, não desejada, que interrompe o andamento normal do tra-
Em 1921, a OIT – Organização Internacional do Tra-
balho, podendo resultar em danos físicos e/ou funcionais, ou
balho, organizou uma comissão para pesquisar a situação da
a morte do trabalhador e/ou danos materiais e econômicos a segurança e da higiene nas indústrias dos países a ela filiados.
empresa e ao meio ambiente. Como parte das conclusões dessa pesquisa, a co-
Volte a analisar o conceito legal de acidente do traba- missão propôs que fossem criados comitês de segurança no
lho, apresentado anteriormente. Compare-o com o conceito trabalho que teriam atribuições voltadas à prevenção de aci-
prevencionista, que você acabou de ver. Que diferença você dentes nas indústrias. Tendo origem a versão brasileira que é
observa entre eles? a nossa tradicional CIPA - Comissão Interna de Prevenção de
Isso mesmo! O conceito legal tem uma aplicação mais Acidentes.
corretiva., voltada basicamente para as lesões ocorridas no A OIT expediu instrução aos governos dos países
trabalhador, enquanto o conceito prevencionista é mais amplo, membros para que legislassem sobre a criação de comitês de
voltado para a prevenção e considera outros danos, além dos segurança do trabalho, sugerindo que fossem tornados obriga-
físicos. Do ponto de vista prevencionista, quando uma ferra- tórios em indústrias com 25 ou mais empregados.
menta cai do alto de um andaime, por exemplo, esse fato ca- Alguns países adotaram os comitês já nos anos vinte:
racteriza um acidente, mesmo que ninguém seja atingido. E outros só mais tarde.
o que é mais importante: na visão prevencionista, fatos como Criação da CIPA no Brasil: apenas em 1944 o governo
esse devem e podem ser evitados! brasileiro adotou a recomendação da OIT, através do decreto-lei
nº 7.036, de 10 de novembro, que trazia o seguinte enunciado:
9.6 - Conseqüências dos acidentes
“Art. 82 - Os empregadores, cujo número de empregados
Muitas vezes, pior que o acidente em si, são as suas seja superior a 100, deverão providenciar a organização,
conseqüências. Todos sofrem: em seus estabelecimentos, de comissões internas com
A vítima, que fica incapacitada de forma total ou parcial, representantes dos empregados, para fim de estimular o
temporária ou permanente para o trabalho; interesse pelas questões de prevenção de acidentes, apre-
A família, que tem seu padrão de vida afetado pela falta sentar sugestões quanto a orientação e fiscalização das
dos ganhos normais, correndo o risco de cair na marginalidade; medidas de proteção ao trabalhador, realizar palestras ins-
As empresas, com a perda de mão-de-obra, de mate- trutivas, propor a instituição de concursos e prêmios e to-
rial, de equipamentos, tempo etc., e, conseqüentemente, ele- mar outras providências tendentes a educar o empregado
vação dos custos operacionais; na prática de prevenir acidentes”.
A sociedade, com o número crescente de inválidos e Das alterações que ocorreram no texto original a mais
dependentes da Previdência Social. importante foi introduzida pela lei nº 6.514 de 22.12.77, que
Sofre, enfim, o próprio país, com todo o conjunto de assegurou a garantia provisória de emprego ao titular da re-
efeitos negativos dos acidentes do trabalho. presentação dos empregados na CIPA (Comissão Interna de
Um acidente do trabalho pode levar o trabalhador a se Prevenção de Acidentes).
ausentar da empresa apenas por algumas horas, o que é cha- A CIPA tem demonstrado que pode ser de grande utili-
mado de acidente sem afastamento. É o que ocorre, por exem- dade na prevenção dos acidentes do trabalho, não tanto pela
plo, quando o acidente resulta num pequeno corte no dedo, e o sua existência institucional, mas também pelo interesse das
trabalhador retorna ao trabalho em seguida. empresas e pela dedicação de seus membros junto aos em-
Outras vezes, um acidente pode deixar o trabalhador pregados visando a segurança de todos.
impedido de realizar suas atividades por dias seguidos, ou me-
ses, ou de forma definitiva. Se o trabalhador acidentado não 10.3 - CONCEITO DA CIPA – COMISSÃO INTER-
retornar ao trabalho imediatamente ou até na jornada seguinte, NA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES
temos o chamado acidente com afastamento, que pode resul-
tar na incapacidade temporária, ou na incapacidade parcial e O significado da sigla CIPA – Comissão Interna de pre-
permanente, ou, ainda, na incapacidade total e permanente venção de Acidentes – pode ser assim conceituada:
para o trabalho. Comissão: Grupo de pessoas que se reúnem para tra-
A incapacidade temporária é a perda da capacidade tar de um determinado assunto, onde seus objetivos estejam
para o trabalho por um período limitado de tempo, após o qual sempre em primeiro plano. A Comissão tem a participação do
o trabalhador retorna às suas atividades normais. empregador e dos empregados na prevenção de acidentes.
A incapacidade parcial e permanente é a diminuição, Interna: Seu campo de atuação está restrito à própria
por toda vida, da capacidade física total para o trabalho. É o empresa.
que acontece, por exemplo, quando ocorre a perda de um dedo ‘’Prevenção: Significa prever antes que venha a ocor-
ou de uma vista. rer. É a atuação do Cipeiro quando se depara com alguma

26
situação de risco capaz de provocar um acidente. IV - Facilitar o exercício da fiscalização pela autoridade
Acidente: Qualquer ocorrência inesperada que interfe- competente.
re no andamento normal do trabalho causando danos mate-
riais, perda de tempo ou lesão à pessoa. Art. 158: Cabe aos empregados:

10.4 - OBJETIVOS DA CIPA Observar as normas de segurança e medicina do trabalho,


inclusive as instruções que trata o item II do artigo anterior;
O objetivo fundamental da CIPA é a prevenção de aci-
Colaborar com a empresa na aplicação dos dispositivos
dentes, sendo que para um maior esclarecimento, devemos
deste capítulo.
socorrer-nos da Norma Regulamentadora NR-5, da Portaria
nº 3.214 de 08 de junho de 1978, baixada pelo Ministério do Parágrafo único: Constitui ato faltoso do empregado a re-
Trabalho, com o seguinte teor: cusa injustificada:
5.1 – A CIPA tem como objetivo a prevenção de aci-
dentes e doenças decorrentes do trabalho, de modo a tornar À observância das instruções expedidas pelo empregador
compatível permanentemente o trabalho com a preservação da na forma do item II do artigo anterior;
vida e a promoção da saúde do trabalhador.
Ao uso dos equipamentos de proteção individual forneci-
10.5 - O PAPEL DO CIPEIRO dos pela empresa.

Cipeiro é o empregado de um estabelecimento regular- Na Convenção Coletiva de Trabalho:


mente eleito por escrutínio secreto para representar os empre- A organização e o funcionamento da CIPA pode, hoje, so-
gados, em uma gestão de um ano, perante a Comissão Interna frer algumas alterações levadas a efeito por acordos entre
de Prevenção de Acidentes. É cipeiro também o empregado empregados e empregadores nas Convenções coletivas
de um estabelecimento escolhido pelo empregador para repre- de trabalho.
sentá-lo na Comissão Interna de Prevenção de Acidentes, já
que a CIPA é paritária, com representantes do empregador e Os dirigentes de empresa e mesmo a própria CIPA devem
dos empregados. ficar atentos aos dispositivos das Convenções que podem
A CIPA não pode existir apenas para cumprir exigên- alterar alguma coisa, sem prejudicar a organização e o fun-
cia legal, pois assim seus resultados nunca serão satisfatórios. cionamento da CIPA.
Ela deve ser absorvida e aceita por todos como um órgão de
objetivos tão importantes quanto os de produção e financeiros. Normas Regulamentadoras
Suas propostas devem representar os interesses de toda a co-
munidade de trabalho e um desafio a ser vencido por todos.
Portaria nº 3.214, de 08 de junho de 1978, do Ministério do
10.6 - RESPONSABILIDADES DA CIPA Trabalho, que aprovou as Normas Regulamentadoras do
Capítulo V, Título II da CLT.
Na CLT – Consolidação das Leis do Trabalho – Capítulo Nota: - Toda portaria tem função reguladora de uma Lei
V, Título II ou Decreto Lei que, pelo ministério correspondente, cria
disposições regulamentares dentro da competência deter-
Art. 163: Será obrigada a constituição de Comissão Interna
minada pela legislação. A Portaria, em resumo, tem cará-
de Prevenção de Acidentes (CIPA), de conformidade com
ter disciplinador de ordem prática. No caso da Portaria nº
instruções expedidas pelo Ministério do Trabalho, nos esta-
3.214, de 08.06.78, houve a decomposição em 28 Normas
belecimentos ou locais de obras nela especificadas.
Regulamentadoras, em 1997 este número subiu para 30,
Parágrafo único: “O Ministério do Trabalho regulamenta- com a entrada da NR – Trabalho Portuário e da NR – Tra-
rá as atribuições, a composição e o funcionamento das balho Aquaviário, sendo que todas relacionadas com as-
CIPA’s”. pecto de Segurança e Medicina do Trabalho. Entre elas
encontramos a de nº 5, que trata da CIPA.
As obrigações pela segurança estendem-se por outros dis-
positivos legais, que fazem parte desse capítulo da CLT: No capítulo V, da CLT, encontramos outras referências
sobre Comissões de Prevenção de Acidentes, conforme segue:
Art. 157: Cabe às empresas: NR 18 – Condições e Meio Ambiente de Trabalho na
Indústria da Construção.
I - Cumprir e fazer cumprir as normas de segurança e me- O item 18.3.3, desta norma, trata do dimensionamento
dicina do trabalho; e organização de Comissão Interna de Prevenção de Aciden-
tes – CIPA, nas empresas da indústria da Construção.
II - Instruir os empregados, através de ordens de serviço
NR 29 – Segurança e Saúde no Trabalho Portuário.
quanto às precauções a tornar no sentido de evitar aciden-
O item 9.2.2, desta norma, trata da organização, dimen-
tes do trabalho ou doenças ocupacionais;
sionamento, manutenção e funcionamento de uma Comissão
III - Adotar as medidas que lhes sejam determinadas pelo de Prevenção de Acidentes no Trabalho Portuário – CPATP.
órgão regional competente; Normas Regulamentadoras Rurais – NR 3: Comissão

27
Interna de Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural – CIPA- 5.6.1 – Os representantes dos empregadores, titulares e su-
TR. plentes serão por estes designados;
Esta norma rural trata da organização, dimensiona-
mento, manutenção e funcionamento de uma Comissão Inter- 5.6.2 – Os representantes dos empregados, titulares e suplen-
na de Prevenção de Acidentes do Trabalho Rural – CIPATR. tes, serão eleitos em escrutínio secreto do qual participem,
independentemente de filiação sindical, exclusivamente os
10.7 - ALTERAÇÕES NA LEGISLAÇÃO empregados interessados;

No dia 23 de fevereiro de 1999 o Ministério do Trabalho 5.6.3 – O número de membros titulares e suplentes da CIPA,
e Emprego, publicou no Diário Oficial da União, três portarias considerando a ordem decrescente de votos recebidos, ob-
que tem uma relação direta com as Comissões Internas de servarão dimensionamento previsto no quadro I desta NR,
Prevenção de Acidentes – CIPA. Estas portarias tratavam dos ressalvadas as alterações disciplinadas em atos normati-
seguintes assuntos: vos de setores econômicos específicos;
Portaria 9: Dispõe sobre a recepção de propostas de
5.6.4 – Quando o estabelecimento não se enquadrar no quadro
alteração de itens NR 5 – CIPA, a partir de propostas formula-
I, a empresa designará um responsável pelo cumprimento
das por instâncias bipartites;
dos objetivos desta NR, podendo ser adotados mecanis-
Portaria 8: Alterou a Norma Regulamentadora 5 – CIPA;
mos de participação dos empregados, através de negocia-
Portaria 82: Fixa prazos para análise de denúncias de
ção coletiva;
irregularidades no processo eleitoral e no treinamento previs-
tos na NR 5 – CIPA. 5.7 – O mandato dos membros eleitos da CIPA terá a duração
de um ano permitida a reeleição;
1.7.1. Organização e funcionamento da CIPA.
5.8 – É vedada a dispensa arbitrária ou sem justa causa do
Portaria nº 08 de fevereiro de1999. (Norma Regulamenta- empregado eleito para o cargo de direção de Comissão In-
dora NR-5 CIPA) terna de Prevenção de Acidentes desde o registro de sua
candidatura até um ano após o final de seu mandato;
5.1 – A CIPA tem como objetivo a prevenção de acidentes e
doenças do trabalho, de modo a tornar compatível perma- 5.9 – Serão garantidas aos membros da CIPA condições que
nentemente o trabalho com a preservação da vida e a pro- não descaracterizem suas atividades normais na empresa
moção da saúde do trabalhador; sendo vedada a transferência para outro estabelecimento
sem a sua anuência, ressalvado o disposto nos parágrafos
5.2 – Devem constituir a CIPA, por estabelecimento, e mantê-la primeiro e segundo do artigo 469 da CLT;
em regular funcionamento s empresas privadas, públicas,
sociedade de economia mista, órgãos da administração 5.10 – O empregador deverá garantir que seus indicados te-
direta e indireta, instituições beneficentes, associações re- nham a representação necessária para a discussão e en-
creativas, cooperativas, bem como outras instituições que caminhamento das soluções de questões de segurança
admitam trabalhadores como empregados; saúde no trabalho analisadas na CIPA;

5.3 – As disposições contidas nessa NR, aplicam-se no que 5.11 – O empregador designará entre seus representantes o
couber, aos trabalhadores avulsos e às entidades que lhes Presidente da CIPA, e os representantes dos empregados
tomem serviços, observada as disposições estabelecidas escolherão entre os titulares o Vice-presidente;
em NR de setores econômicos específicos;
5.12 – Os membros da CIPA, eleitos e designados serão em-
5.4 – A empresa que possuir em um mesmo município dois ou possados no primeiro dia útil após o término do mandato
mais estabelecimentos, deverá garantir a integração das CI- anterior;
PAS e dos designados, conforme o caso com o objetivo de
harmonizar as políticas de segurança e saúde no trabalho; 5.13 – Será indicado, de comum acordo com os membros da
CIPA, um secretário e seu substituto, entre os componen-
5.5 – As empresas instaladas em centro comercial ou industrial tes ou não da comissão, sendo neste caso, necessária a
estabelecerão, através de membros de CIPA ou designa- concordância do empregador;
dos, mecanismos de integração com objetivos de promover
o desenvolvimento de ações de prevenção de acidentes e 5.14 – Empossados os membros da CIPA, a empresa deverá
doenças decorrentes do ambiente e instalações de uso co- protocolizar, em até dez dias, na unidade descentralizada
letivo, podendo contar com a participação da administração do Ministério do Trabalho, cópias das atas de eleição e de
do mesmo; posse e o calendário anual das reuniões ordinárias;

5.6 – A CIPA será composta de representantes do emprega- 5.15 – Protocolizada na unidade descentralizada do Ministério
dor e dos empregados, de acordo com o dimensionamento do Trabalho e Emprego, a CIPA não poderá ter seu núme-
previsto no quadro I desta NR, ressalvadas as alterações ro de representantes reduzido, bem como não poderá ser
disciplinadas em atos normativos para setores econômicos desativada pelo empregador, antes do término do mandato
específicos; de seus membros, ainda que haja redução do número de

28
empregados da empresa, exceto no caso de encerramento Indicar à CIPA e a SESMT e ao empregador situações de risco
das atividades do estabelecimento; e apresentar sugestões para melhoria das condições de
trabalho;
5.16 – A CIPA terá por atribuição:
Observar e aplicar no ambiente de trabalho as recomendações
quanto a prevenção de acidentes e doenças decorrentes
Identificar os riscos do processo de trabalho, e elaborar
do trabalho.
o mapa de riscos, com a participação do maior número de tra-
balhadores, com assessoria do SESMT, onde houver;
Elaborar plano de trabalho que possibilite a ação pre- 5.19 – Cabe ao Presidente da CIPA:
ventiva na solução de problemas de segurança e saúde no
trabalho; Convocar os membros para as reuniões da CIPA;
Participar da implementação e do controle da qualida-
de das medidas de prevenção necessárias, bem como da ava- Coordenar as reuniões da CIPA, encaminhando ao emprega-
liação das prioridades de ação nos locais de trabalho; dor e ao SESMT, quando houver, as decisões da comissão;
Realizar, periodicamente, verificações nos ambientes Manter o empregador informado sobre os trabalhos da CIPA;
e condições de trabalho visando a identificação de situações
que venham a trazer riscos para a segurança e saúde dos tra- Coordenar e supervisionar as atividades de secretária;
balhadores;
Realizar, a cada reunião, avaliação do cumprimento Delegar atribuições ao vice-presidente.
das metas fixadas em seu plano de trabalho e discutir as situa-
5.20 – Cabe ao Vice-Presidente:
ções de risco que foram identificadas;
Divulgar aos trabalhadores informações relativas à se- Executar atribuições que lhe forem delegadas;
gurança e saúde no trabalho;
Participar, com o SESMT, onde houver, das discussões Substituir o Presidente nos seus impedimentos eventuais ou
promovidas pelo empregador, para avaliar os impactos de al- nos seus afastamentos temporários.
terações no ambiente e processo de trabalho relacionados à
segurança e saúde dos trabalhadores; 5.21 – O Presidente e o Vice-Presidente da CIPA, em conjunto,
Requerer ao SESMT, quando houver, ou ao emprega- terão as seguintes atribuições:
dor, a paralisação de máquina ou setor onde considere haver Cuidar para que a CIPA disponha de condições necessárias
risco grave e iminente à segurança e saúde dos trabalhadores; para o desenvolvimento de seus trabalhos;
Colaborar no desenvolvimento e implementação do
PCMSO e PPRA e de outros programas relacionados aa segu- Coordenar e supervisionar as atividades da CIPA, zelando para
rança e saúde no trabalho; que os objetivos propostos sejam alcançados;
Divulgar e promover o cumprimento das Normas Regu-
lamentadoras, bem como cláusulas de acordos e convenções Delegar atribuições aos membros da CIPA;
coletivas de trabalho, relativas à segurança e saúde do trabalho;
Promover o relacionamento da CIPA com o SESMT, quando
Participar, em conjunto com SESMT, onde houver, ou
houver; divulgar as decisões da CIPA a todos os trabalha-
com o empregador da análise das causas das doenças e aci-
dores do estabelecimento;
dentes de trabalho e propor medidas de solução dos proble-
mas identificados; Encaminhar os pedidos de reconsideração das decisões da
Requisitar ao empregador e analisar as informações CIPA;
sobre questões que tenham interferido na segurança e saúde
dos trabalhadores; Constituir a comissão eleitoral.
Requisitar as cópias de CAT emitidas;
5.22 – O Secretário da CIPA terá por atribuição:
Promover, anualmente, em conjunto com o SESMT,
onde houver a Semana Interna de Prevenção de Acidentes – Acompanhar as reuniões da CIPA, e redigir as atas apresentan-
SIPAT; do-as para aprovação e assinatura dos membros presentes;
Participar, anualmente, em conjunto com a empresa,
de campanha de prevenção de AIDS. Preparar as correspondências; e
5.17 – Cabe ao empregador proporcionar aos membros da
Outras que lhe forem conferidas.
CIPA, os meios necessários ao desempenho de suas atri-
buições, garantindo tempo suficiente para a realização das 5.23 – A CIPA terá reuniões ordinárias mensais, de acordo com
tarefas constantes do plano de trabalho; o calendário preestabelecido;
5.18 – Cabe aos empregados: 5.24 - As reuniões ordinárias da CIPA serão realizadas durante
o expediente normal da empresa e em local apropriado;
Participar da eleição de seus representantes;
5.25 – As reuniões da CIPA terão atas assinadas pelos presentes
Colaborar com a gestão da CIPA;
com encaminhamento de cópias para todos os membros;

29
5.26 – As atas ficarão no estabelecimento à disposição dos como dos riscos originados do processo produtivo;
Agentes de Inspeção do Trabalho; Metodologia de investigação e análise de acidentes e
doenças do trabalho;
5.27 – Reuniões extraordinárias deverão ser realizadas quan- Noções sobre acidentes e doenças do trabalho decor-
do: rentes de exposição aos riscos existentes na empresa;
Noções sobre a Síndrome da Imunodeficiência Adquiri-
Houver denúncia de situação de risco grave e iminente que
da – AIDS, e medidas de prevenção;
determine aplicação de medidas corretivas de emergência;
Noções sobre as legislações trabalhista e previdenciá-
Ocorrer acidente do trabalho grave ou fatal; ria relativas à segurança e saúde no trabalho;
Princípios gerais de higiene do trabalho e de medidas
Houver solicitação expressa de uma das representações. de controle dos riscos;
Organização da CIPA e outros assuntos necessários
5.28 – As decisões da CIPA são preferencialmente por con-
ao exercício das atribuições da comissão.
senso;
5.34 – O treinamento terá carga horária de vinte horas, distri-
5.28.1 – Não havendo consenso, e frustradas as tentativas de buídas em no máximo oito horas diárias e será realizado
negociação direta ou com mediação, será instalado pro- durante o expediente normal da empresa;
cesso de votação, registrando-se a ocorrência na ata da
reunião. 5.35 – O treinamento poderá ser ministrado pelo SESMT da
empresa, entidade patronal, entidade de trabalhadores ou
5.29 – Das decisões da CIPA caberá pedido de reconsidera- por profissional que possua conhecimentos sobre os temas
ção, mediante requerimento justificado; ministrados;

5.29.1 – O pedido de reconsideração será apresentado à CIPA 5.36 – A CIPA será ouvida sobre o treinamento a ser realizado,
até a próxima reunião ordinária, quando será analisado, inclusive quanto à entidade ou profissional que o ministrará,
devendo o Presidente e o Vice-Presidente efetivar os enca- constando sua manifestação em ata, cabendo à empresa
minhamentos necessários. escolher a entidade ou profissional que o ministrará, cons-
tando sua manifestação em ata, cabendo à empresa esco-
5.30 – O membro titular perderá o mandato, sendo substituído lher a entidade profissional que ministrará o treinamento;
por suplente, quando faltar a mais de quatro reuniões ordi-
nárias sem justificativa; 5.37 – Quando comprovada a não observância ao disposto nos
itens relacionados ao treinamento, a unidade descentrali-
5.31 – A vacância definitiva de cargo, ocorrida durante o man- zada do Ministério do Trabalho e Emprego, determinará a
dato, será suprida por suplente, obedecida à ordem de co- complementação ou a realização do outro, que será efetu-
locação decrescente registrada na ata de eleição, deven- ado no prazo máximo de trinta dias, contados da data de
do o empregador comunicar à unidade descentralizada do ciência da empresa sobre a decisão;
Ministério do Trabalho e Emprego as alterações e justificar
os motivos; 5.38 – Compete ao empregador convocar eleições para esco-
lha dos representantes dos empregados na CIPA, até ses-
5.31.1 - No caso de afastamento definitivo do Presidente, o senta dias antes do término do mandato em curso;
empregador indicará o substituto, em dois dias úteis, prefe-
rencialmente entre os membros da CIPA; 5.38.1 – A empresa estabelecerá mecanismos para comunicar,
o início do processo eleitoral ao sindicato da categoria pro-
5.31.2 – No caso de afastamento definitivo do Vice-Presidente, fissional;
os membros titulares da representação dos empregados,
escolherão o substituto, entre seus titulares, em dois dias 5.39 – O Presidente e o Vice-Presidente da CIPA constituirão
úteis. dentre seus membros, com no mínimo 55 dias do início do
pleito, a Comissão Eleitoral – CE, será a responsável pela
5.32 – A empresa deverá promover treinamento para os mem- organização e acompanhamento do processo eleitoral;
bros da CIPA, titulares e suplentes, antes da posse;
5.39.1 – Nos estabelecimentos onde não houver CIPA, a Co-
5.32.1 – O treinamento de CIPA em primeiro mandato será rea- missão Eleitoral será constituída pela empresa.
lizado no prazo máximo de trinta dias, contados a partir da
data da posse; 5.40 – O processo eleitoral observará as seguintes condições:

5.32.2 – As empresas que não se enquadram no quadro I, pro- Publicação e divulgação de edital, em locais de fácil acesso
moverão anualmente treinamento para o designado res- e visualização, no mínimo 45 dias antes da data marcada
ponsável pelo cumprimento do objetivo desta NR. para a eleição; Inscrição e eleição individual, sendo que o
período mínimo para inscrição é de 15 dias;
5.33 – O treinamento para CIPA deverá contemplar, no mínimo,
os seguintes itens: Liberdade de inscrição para todos os empregados do
estabelecimento, independentemente de setores ou locais de
Estudo do ambiente, das condições de trabalho, bem trabalho, com fornecimento de comprovante;

30
Garantia de emprego para todos os inscritos até a elei- balho, decorrentes da presente NR, de forma a garantir o
ção; mesmo nível de proteção em matéria de segurança e saú-
Realização da eleição no mínimo 30 dias antes do tér- de a todos os trabalhadores do estabelecimento;
mino do mandato da CIPA, quando houver;
Realização de eleição em dia normal de trabalho, res- 5.48 – A empresa contratante adotará medidas necessárias
peitando os horários de turnos e em horário que possibilite a para que as empresas contratadas, suas CIPAS, os desig-
participação da maioria dos empregados; nados e os demais trabalhadores lotados naquele estabe-
Voto secreto; lecimento recebam as informações sobre os riscos presen-
Apuração dos votos, em horário normal de trabalho, tes no ambiente de trabalho, bem como sobre as medidas
com acompanhamento de representante do empregador e de proteção adequadas;
dos empregados , em número a ser definido pela comissão 5.49 – A empresa contratante adotará as providências neces-
eleitoral; sárias para acompanhar o cumprimento pelas empresas
Faculdade de eleição por meios eletrônicos; contratadas que atuam no seu estabelecimento, das medi-
Guarda, pelo empregador, de todos os documentos re- das de segurança e saúde no trabalho;
lativos à eleição, por um período mínimo de cinco anos.
5.41 – Havendo participação inferior a cinqüenta por cento dos 5.50 – Esta norma poderá ser aprimorada mediante negocia-
empregados na votação, não haverá a apuração dos votos ção, nos termos de portaria específica.
e a comissão eleitoral deverá organizar outra votação que
ocorrerá no prazo máximo de dez dias; 10.8 - CONCLUSÃO

5.42 – As denúncias sobre o processo eleitoral deverão ser pro- A prevenção de acidentes é o caminho para melhoria
tocolizadas na unidade descentralizada do M.T.E., até trinta da qualidade de vida do trabalhador. É preciso trabalhar com
dias após a data da posse dos novos membros da CIPA; convicção de que pode ser alcançada com boa vontade, por
parte de todas as pessoas envolvidas e persistências nos ob-
5.42.1 – Compete a unidade descentralizada do Ministério do
jetivos.
Trabalho e Emprego, confirmadas irregularidades no pro-
cesso eleitoral, determinar sua correção ou proceder a 11.0 - LEGISLAÇÃO PREVIDENCIÁRIA
anulação quando for o caso;

5.42.2 – Em caso de anulação a empresa convocará nova elei- 11.1 - INTRODUÇÃO


ção no prazo de cinco dias, a contar da data de ciência,
garantidas as inscrições anteriores; O Decreto nº 3.048 de 06/05/99, é a última regulamen-
tação da lei nº 8.213/91, baixando o novo Regulamento dos
5.42.3 – Quando a anulação se der antes da posse dos mem- Benefícios da Previdência Social.
bros da CIPA, ficará assegurada a prorrogação do mandato O R.B.P.S., é bastante extenso, apresentaremos so-
anterior, quando houver, até a complementação do proces- mente os artigos que estão relacionados com a segurança e
so eleitoral. saúde no trabalho.
Desde 1991, pela lei 8.213, que a nossa Legislação
5.43 – Em caso de empate, assumirá aquele que tiver, maior classifica o acidente do trabalho como:
tempo de serviço no estabelecimento;

5.44 – Os candidatos votados e não eleitos serão relacionados Acidente de


na ata de eleição e apuração, em ordem decrescente de Trabalho
votos, possibilitando nomeação posterior, em caso e va-
cância de suplentes;
Típico Trajeto Doença do Doença
5.45 – Quando se tratar de empreiteiras ou empresas presta-
Trabalho Profissional
doras de serviços, considera-se estabelecimento, para fins
de aplicação desta NR, o local em que seus empregados
estiverem exercendo suas atividades; 2.1.1. Lei nº 8.213 de 1991 – Artigos que foram referenda-
dos pelo Decreto 3.048/99.
5.46 – Sempre que duas ou mais empresas atuarem em um
mesmo estabelecimento, a CIPA ou designado da empresa Art. 19: Define Acidente do Trabalho (já citado no início da
contratante deverá, em conjunto com as das contratadas apostila).
ou com os designados, definir mecanismos de integração Art. 20: Consideram-se acidente de trabalho, nos termos
e de participação de todos os trabalhadores em relação às do artigo 131, as seguintes:
decisões das CIPAS existentes no estabelecimento;
Doença Profissional: assim entendida a produzida ou
5.47 – A contratante e as contratadas, que atuem no mesmo desencadeada pelo exercício do trabalho peculiar a determina-
estabelecimento, deverão implementar, de forma integra- da atividade e constante da respectiva relação elaborada pelo
da, medidas de prevenção de acidentes e doenças do tra- Ministério Social;

31
Doença do Trabalho: assim entendida a adquirida ou Art. 23: Considerar-se-á como dia do acidente, no caso
desencadeada em função de condições especiais em que o de doença profissional ou do trabalho, a data de início da inca-
trabalho é realizado e com ele se relacione diretamente, cons- pacidade laborativa para o exercício da atividade habitual ou o
tante da relação mencionada no inciso I. dia da segregação compulsória, ou o dia em que for realizado
1º Não serão considerados como doenças do trabalho: o diagnóstico, valendo para esse efeito o que ocorrer em pri-
A doença degenerativa; meiro lugar.
A inerente a grupo etário;
A que não produz incapacidade laborativa; 2.1.2. Artigos do Decreto 3.048/99.
A doença endêmica adquirida por segurados habitan-
tes de região em que ela se desenvolva, salvo comprovação Art. 25: O Regime Geral da Previdência Social compreende as
que resultou de exposição ou contato direto determinado pela seguintes prestações, expressas em benefícios e serviços:
natureza do trabalho;
2º Em caso excepcional, constando-se que a doença Quanto ao segurado:
não incluída na relação prevista nos incisos I e II, deste artigo Aposentadoria por invalidez (100% do salário de benefício);
resultou de condições especiais em que o trabalho é executado
e com ele se relaciona diretamente, a Previdência Social deve Aposentadoria por idade;
equipará-la a acidente do trabalho.
Art. 21: Equiparam-se também ao acidente de trabalho, Aposentadoria por tempo de contribuição;
para efeito desta lei:
Aposentadoria especial (100% do salário de benefício);
O acidente ligado ao trabalho que, embora não tenha
sido a causa única, haja contribuído diretamente para a morte Auxílio doença (91% do salário de benefício. Ë devido a partir
do segurado, para perda ou redução da sua capacidade para do décimo sexto dia do afastamento da atividade);
o trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para
a sua recuperação. Salário família;
O acidente sofrido pelo empregado no local e horário
Salário maternidade;
de trabalho, em conseqüência de:
Ato de agressão, sabotagem ou terrorismo praticado Auxílio – acidente (50% do salário do benefício. Será conce-
por terceiro ou companheiro de trabalho; dido a contar do dia seguinte ao d cessação do auxílio –
Ofensa física intencional, inclusive de terceiro, por mo- acidente do segurado, corrigido até o mês anterior ao do
tivo de disputa relacionada com o trabalho; início do auxílio – acidente e será devido até a véspera de
O ato de imprudência, de negligência ou de imperícia início de qualquer aposentadoria ou até a data do óbito do
de terceiro, ou de companheiro de trabalho; segurado);
Ato de pessoa privada do uso da razão;
Desabamento, inundação, incêndio e outros casos for- Quanto ao dependente:
tuitos decorrentes de força maior.
A doença proveniente de contaminação acidental do Pensão por morte, e
empregado no exercício de sua atividade; Auxílio reclusão (devido aos dependentes do segurado, corri-
O acidente sofrido, ainda que fora do local e horário gido até o mês anterior ao do início do auxílio – acidente e
de trabalho: será devido até a véspera de início de qualquer aposenta-
Na execução de ordem ou na realização de serviços doria ou até a data de óbito do segurado);
sob a autoridade da empresa;
Na prestação espontânea de qualquer serviço à em- Quanto ao segurado e dependente: Reabilitação profissional.
presa para lhe evitar prejuízo ou proporcionar proveito;
Em viagem a serviço da empresa, inclusive para estudo, Art. 104: O auxílio – acidente será concedido, como indeni-
quando financiada por esta, dentro de seus planos para melhor zação, ao segurado Empregado, exceto o doméstico, ao
capacitação da mão de obra, independente do meio de locomo- trabalhador avulso, ao segurado especial e ao Médico resi-
ção utilizado, inclusive veículo de propriedade do segurado; dente quando, após a consolidação das lesões decorrentes
No percurso da residência para o local de trabalho ou de acidentes de qualquer natureza, resultar seqüela defini-
deste para aquela, qualquer que seja o meio e locomoção, in- tiva que implique:
clusive veículo de propriedade do segurado, desde que não
Redução da capacidade para o trabalho que habitualmente
haja alteração ou interrupções por motivo alheio ao trabalho.
exerciam e exijam maior esforço para o desempenho da
1º Nos períodos destinados à refeição ou descanso, ou
mesma atividade que exerciam a época do acidente;
por ocasião da satisfação de outras necessidades fisiológicas,
no local de trabalho ou durante este, o empregado é considera- Redução da capacidade para o trabalho que habitualmente
do no exercício do trabalho. exerciam e exijam maior esforço para o desempenho da
2º Não é considerada agravação ou complicação de mesma atividade que exerciam à época do acidente;
acidente do trabalho a lesão que, resultante de acidente de
outra origem, se associe ou se superponha às conseqüências Impossibilidade de desempenho de atividade que exerciam à
do anterior. época do acidente, porém permita o desempenho de outra,

32
após processo reabilitação profissional, nos casos indica- cumprimento do disposto nos artigos 338 e 343.
dos pela perícia médica do INSS.
Art. 340: Por intermédio dos estabelecimentos de ensino, sin-
Art. 336: Para fins estatísticos, a empresa deverá comunicar à dicatos, associações de classe, Fundação Jorge Duprat
Previdência social o acidente que tratam os artigos 19, 20, Figueiredo de Segurança e Medicina do Trabalho, órgãos
21, e 23 da Lei nº 8.213 de 1991, ocorrido com o segura- públicos e outros meios, serão promovidas regularmente
do empregado, exceto o doméstico, o trabalhador avulso, Instrução e formação com vistas a incrementar costumes
o segurado especial e o médico residente, até o primeiro e atitudes prevencionistas em matéria de acidentes, espe-
dia útil seguinte ao da ocorrência e, em caso de morte, de cialmente daquele referido no artigo 336.
imediato, à autoridade competente, sob pena da multa apli-
cada e cobrada na forma do artigo 286. Art. 341: Nos casos de negligência quanto as normas de se-
gurança e saúde do trabalho indicadas para a proteção
§1º Da comunicação a que se refere esse artigo receberão có- individual e coletiva, a Previdência Social proporá ação
pia fiel o acidentado ou seus dependentes, bem como o regressiva contra os responsáveis.
sindicato a que corresponda a sua categoria.
Art. 342: O pagamento pela previdência Social das prestações
§2º Na falta do cumprimento no disposto no caput, caberá ao decorrentes do acidente a que se refere o artigo 336, não
setor de benefícios do Instituto do Seguro Social comunicar exclui a responsabilidade civil da empresa ou de terceiros.
a ocorrência ao setor de fiscalização, para a aplicação e
cobrança da multa devida. Art. 343: Constitui contravenção penal, punível, com multa, dei-
xar a empresa de cumprir as normas de segurança e saúde
§3º Na falta de comunicação por parte da empresa, podem no trabalho.
formalizá-la o próprio acidentado, seus dependentes, a
entidade sindical competente, o médico que o assistiu ou Art. 344: Os litígios e medidas cautelares relativos aos aciden-
qualquer autoridade pública, não prevalecendo nestes ca- tes de que trata o artigo 336 serão apreciados:
sos o prazo previsto neste artigo.
Na esfera administrativa, pelos órgãos da Previdência Social,
§4º A comunicação a que se refere o §3º não exime a empresa segundo as regras e prazos aplicáveis às demais presta-
de responsabilidade pela falta do cumprimento do disposto, ções, com prioridade para conclusão; e
neste artigo.
Na via judicial, pela justiça dos Estados e do Distrito Federal,
§5º A perícia médica do Instituto Nacional do Seguro Social po- segundo o rito Sumaríssimo, inclusive durante as férias
derá autuar a empresa que descumprir o disposto no caput, forenses, mediante petição instruída pela prova efetiva no-
aplicando a multa cabível, sempre que tomar conhecimento tificação do evento à Previdência Social, através da Comu-
da ocorrência antes da autuação pelo setor de fiscalização. nicação de Acidente de Trabalho.

Art. 337: O acidente que trata o artigo anterior será caracteriza- Parágrafo único: O procedimento judicial de que trata o inciso
do tecnicamente pela perícia médica do Instituto Nacional II é isento do pagamento de quais quer custas e de verbas
do Seguro Social, que fará o reconhecimento técnico do relativas à sucumbência.
nexo causal entre:
Art. 345: As ações referentes às prestações decorrentes do aci-
O acidente e a lesão; dente de que trata o artigo 347, contados da data:
A doença e o trabalho; Do acidente, quando dele resultar a morte ou a incapacidade
temporária, verificada esta em perícia médica a cargo da
A causa mortis e o acidente. previdência Social; ou
§1º O setor de benefícios do Instituto Nacional do Seguro So- Em que for reconhecida pela Previdência Social a incapacidade
cial reconhecerá o direito do segurado à habilitação do be- permanente ou o agravamento das seqüelas do acidente.
nefício acidentário.
Art. 346: O segurado que sofreu o acidente a que se refere
§2º Será considerado agravamento do acidente aquele sofrido o artigo 336, tem garantida, pelo prazo mínimo de doze
pelo acidentado quando estiver sob a responsabilidade da meses, a manutenção de seu contrato de trabalho na em-
reabilitação profissional. presa, após a cessação do auxílio – doença acidentário,
Art. 338: A empresa é responsável pela adoção e uso das me- independentemente da percepção de auxílio – acidente.
didas coletivas e individuais de proteção à segurança e
saúde do trabalhador: 12.0 - INSPEÇÃO DE SEGURANÇA
Parágrafo único: É dever da empresa prestar informações por-
menorizadas sobre os riscos da operação a executar e do 12.1 - Objetivo
produto a manipular.
A inspeção de segurança tem por objetivo detectar as
Art. 339: O Ministério do Trabalho e Emprego fiscalizará e os possíveis causas que propiciem a ocorrência de acidentes,
sindicatos e entidades representativas acompanharão o fiel visando a tomar ou a propor medidas que eliminem ou neu-

33
tralizem os riscos de acidentes do trabalho. Desta forma, a pecionado apenas determinados setores da empresa ou
inspeção de segurança é uma prática contínua em busca de: certo tipo de atividades ou máquinas e equipamentos.
Métodos de Trabalhos Inadequados;
Riscos Ambientais; • Inspeções de Rotina Cabem aos encarregados dos seto-
Verificação da eficácia das medias preventivas rotinei- res, aos membros da CIPA e da manutenção.
ras e especiais em funcionamento. • Inspeções Periódicas Em atendimento a determinadas
A legislação sobre segurança do trabalho trata sobre leis. Destinada à equipamentos e peças móveis de maior
inspeção (verificação) nos ambientes de trabalhos na NR-5 uso e desgaste.
Portaria 8/99, item 5.16, letra “d”.
A base de toda a inspeção de segurança e análise dos • Inspeções Eventuais Não tem data ou período determi-
riscos sob os aspectos já citados deve envolver indivíduos, nado. Destina-se aos controles especiais de problemas
grupos, operações e processos para controlar ou neutralizar importantes dos diversos setores da empresa.
o risco. Isto é muito mais importante do que simplesmente
• Inspeções Oficiais Efetuadas por agentes dos órgãos ofi-
atribuir a culpa a este ou aquele fato ou pessoa.
ciais.
12.2 - Tipos de Inspeção
• Inspeções Especiais Controle técnico.

• Inspeções Gerais Elaboradas em todos os setores da em-


12.3 - Modelo de Inspeção
presa. Devem ser repetidas em intervalos regulares.
• Inspeções Parciais Podem limitar-se às áreas, sendo ins- Modelo simplificado de uma inspeção de segurança:

Empresa: Setor: Data da última Inspeção:

Cipeiros: Data:

Descrição: S N

1. Piso está irregular?

2. Luminárias estão sujas?

3. Existem lâmpadas queimadas?

4. Os funcionários usam benjamins?

5. Os funcionários usam EPI?

6. Os dutos de ar condicionado
são limpos regularmente?

7.

Data da próxima inspeção:

Visto do supervisor do setor:

34
13.0 - INVESTIGAÇÃO DE ACIDENTES evento correspondem a:
Buscar oportunidades para melhorar e não culpados;
Estabelecer as causas do acidente, o que ocorreu,
13.1 - INTRODUÇÃO
como foram gerados os fatos e quem participou;
Obter informação completa e oportuna sobre os fatos
A boa prática prevencionista manda que, pelo menos,
relacionados com a ocorrência dos acidentes;
os acidentes do trabalho que causem algum tipo de ferimento
Aplicar os controles que evitem a repetição de tais tipos
em alguém sejam submetidos a um processo de investigação,
de acidentes.
com a finalidade de levantar dados e fatos que levem à apu-
ração das causas da ocorrência. Apuradas as causas e suas Procedimento: Formação de Grupo
origens, o próximo passo é estudar e selecionar as medidas
corretivas que, aplicadas, corrigem as falhas que ocasionaram Para a investigação de acidentes e doenças, a CIPA
o acidente. Chega-se, assim, no objetivo da investigação, que deverá lidar com o grupo. Este grupo tem como princípio não
é o aproveitamento da experiência de um acidente em favor da procurar culpas ou responsabilidades, mas de forma objetiva
prevenção futura de casos semelhantes. O bom resultado das chegar às causas reais do acidente e à adoção de medidas
investigações depende de um bom sistema de comunicação preventivas adequadas e eficazes.
das ocorrências, a partir do interesse do próprio acidentado em Farão parte do grupo:
comparecer ao ambulatório médico para receber tratamento. Próprio acidentado se possível;
Uma das atribuições da CIPA é analisar acidentes, por- Pessoas que presenciaram o acidente;
tanto deve conhecer como as investigações são feitas pelos Chefes diretos (Gerentes, Chefes de Departamento,
profissionais do Serviço de Segurança do Trabalho da empresa. Chefes de Seção e Supervisores);
Por quem quer que sejam feitas, as investigações de- SESMT
vem obedecer a alguns critérios e regras para se chegar ao Outras pessoas que conheçam o processo que gerou
melhor resultado que dela se espera. o acidente.
Para garantir a eficácia do grupo, é importante que
13.2 - Passos Importantes na Investigação
haja um clima de confiança total entre os membros permitindo
a participação e a emissão de opinião própria sobre os aconte-
Começar a investigar, o quanto antes possível, após a
cimentos em questão.
ocorrência.
Outro ponto importante é que as diferenças hierárqui-
Comparecer ao cenário do acidente antes que qual-
cas existentes devem ser deixadas de lado. No grupo, não
quer alteração tenha sido feita: colher no local o máximo de
deve haver hierarquia (para que não exista imposição).
informações, anotar vestígios e recolher amostras ou objetos
que possam ser úteis na elucidação da ocorrência. Ações Prévias à Investigação
Entrevistar o acidentado, tão logo seja possível; teste-
munhas, o encarregado do acidentado ou do serviço; outros, As seguintes ações devem ser tomadas para que se
de acordo com a necessidade ou conveniência. garanta uma boa investigação:
Registrar tudo para evitar dispersão de raciocínio. Isolar o lugar do acidente;
Não se deixar levar pela primeira impressão ou infor- Resgate e atenção às pessoas lesionadas ou em pe-
mação, tudo deve ser bem observado e investigado com muito rigo;
cuidado. Minimizar ou eliminar o risco de outros acidentes ou
Repassar todos os pontos importantes na ocasião de perdas adicionais;
selecionar as medidas corretivas que deverão ser aplicadas. Identificar e registrar os elementos de evidência pre-
“Depois de um acidente, o que resta a fazer é investigá- sentes na cena no momento do acidente;
-lo corretamente e tirar alguma experiência que venha a servir Preservar as evidências para um exame posterior ou
de subsídio às atividades futuras da segurança do trabalho”. de especialistas.
13.2- METODOLOGIA BÁSICA PARA INVESTI- Realização da Investigação
GAR ACIDENTES
Esta técnica possui 4 fases principais:
Propósitos Levantamento de Fatos: Identificar todos os fatos que
contribuíram para a ocorrência do acidente. Pesquisa nos lo-
A investigação de acidentes é uma atividade inerente
cais feita imediatamente após o acidente, com a participação
às ações regulares das empresas e constitui a base para orien-
do envolvidos e de quem presenciou o acidente;
tar a administração do processo preventivo.
Atividades no Local do Acidente: Bater fotografias ou
NOTA
filmar o local, fazer uns croquis, analisar evidências e indícios,
• Acidente: Todo evento indesejável que causa dano corpo-
avaliação preliminar das perdas;
ral ou material.
Ordenação dos Fatos: Estabelecer ligações entre fa-
Propósitos Básicos tos, realizar entrevistas, separar as causas básicas das causas
imediatas. Fazer uma versão individual, ou fazer uma recons-
Os propósitos básicos da investigação deste tipo de tituição (se for o caso), checar informações como hora extra,

35
se os primeiros socorros foram realizados em tempo hábil, os Que a medida tenha sua eficácia por longo tempo;
treinamentos (operacionais e de segurança) que o acidentado Que não se crie um novo risco;
fez. Determinar a falta de controle, verificar o sistema de comu- Que não imponha grandes mudanças nos hábitos do
nicação e administração das atividades. operador;
Implantação das Medidas de Controle: A preocupação Que possibilite a generalização, e possa ser aplicada
neste momento é a de propor o maior número possível de a outros setores;
ações corretivas favorecendo a eliminação de todos s riscos e Que o custo seja viável;
perigos levantados. Que o prazo de aplicação seja determinado;
Priorização das Medidas Preventivas (O Que a prevenção esteja em conformidade com a lei.
grupo escolhe a ordem daquelas que deverão
ser adotadas). É importante que a negociação das medidas Exemplos dessas informações:
obedeçam aos seguintes critérios:

Quem ...foi acidentado?

...é o chefe dele?

...mais estava presente no momento do acidente?

...fez isso ou aquilo de maneira errada?

...foi a lesão?
...o dano material?
...era o estágio do trabalho quando aconteceu?
Qual
...a norma de segurança que foi transgredida?
...a idade, a função, o tempo de função, o tempo de casa, o treinamento,
e outros dados que possam vir a ser importantes, do acidentado?

Quando ...aconteceu? – (dia, hora, fase da operação, detalhe ou manobra do trabalho, etc.)

Onde ...aconteceu? – (pavilhão, seção, local exato na seção, máquina)

...aconteceu? – versão do acidentado, do encarregado, de testemunhas,


Como
de outros e conclusão do investigador com todos os dados conseguidos.

...foi esse tipo de ferimento?


...foi feito isso?
Porque
...deixou de ser feito assim?
...deixou de usar?

cos grandes; acidentes sem lesão podem transformar-se em


ocorrências com vítimas. A CIPA deve investir na identifica-
14.0 - ANÁLISE DE ACIDENTES ção de perigos que parecem sem gravidade mas que poderão
tornar-se fontes de acidentes graves.
14.1 - A ANÁLISE DO ACIDENTE A análise dos acidentes fornece dados que se acumu-
lam e possibilitam uma visão mais correta sobre as condições
A cuidadosa investigação de um acidente oferece ele- de trabalho da empresa, com indicações sobre os tipos de aci-
mentos valiosos para a análise que deve ser feita, concluindo- dentes mais comuns, sobre as causas mais atuantes, medindo
-se sobre suas causas e suas conseqüências. Tal trabalho a gravidade das conseqüências e revelando os setores que ne-
provoca a adoção de uma série de medidas ou providências cessitam de maior atenção da CIPA e do SESMT. Trata-se do
administrativas, técnicas, psicológicas ou educativas dentro da estudo do acidente para a pesquisa de causas, circunstâncias
empresa. e conseqüências.
A CIPA deve participar dos vários aspectos relacionados Considerando-se a dimensão das conseqüências do
com o estudo dos acidentes, preocupando-se em analisa-los acidente (Físicas, econômicas, psicológicas, sociais etc) para
e elaborando relatórios, registros, comunicações e sugestões o trabalhador e analisando de forma real os benefícios devidos,
entre outras providências. A análise do acidente corresponde os efetivados pela legislação, e a real perspectiva de reabi-
a uma visão geral da ocorrência, e as suas informações devem litação profissional, reintegração social e familiar, revela-se a
ser elementos de estudo e não um simples registro burocrático. necessidade de realizar com seriedade e competência a inves-
O estudo dos acidentes não deve limitar-se àqueles tigação e análise, como trabalho prevencionista.
considerados graves. Pequenos acidentes podem revelar ris- A análise compõe-se:

36
Relatório de Investigação e Análise de Acidentes – Re- Lesão Mediata (lesão tardia): Lesão que se manifesta
gistro da descrição, características e causas (vide anexo B, da após a circunstância acidental da qual resultou;
NBR 14.280); Doença do Trabalho: Doença decorrente do exercício
Comunicação de Acidente do Trabalho – CAT – Co- continuado ou intermitente de atividade laborativa, capaz de
municação de Acidente de Trabalho feito pela empresa. Ver a provocar lesão por ação mediata;
nova versão (26/02/99) da CAT no Anexo 1. Doença Profissional: Doença do trabalho causada pelo
Cadastro do acidentado – Registro para elaboração de exercício de atividade laborativa, capaz de provocar lesão por
estatísticas junto ao INSS. ação mediata;
Morte: Cessação da capacidade de trabalho pela perda
14.2 - CAUSAS DO ACIDENTE da vida, independente do tempo decorrido desde a lesão.
Segundo a NBR 14.280 da ABNT, as causas do aciden- 15.0 - MAPA DE RISCOS AMBIENTAIS
te do trabalho são as seguintes:
Fator Pessoal de Insegurança (fator pessoal): Causa 15.1- MAPEAMENTO DE RISCO
relativa ao comportamento humano, que pode levar a ocorrên-
cia do acidente ou à prática do ato inseguro. Exemplos: defici- O Mapeamento de Riscos consiste na representação
ência auditiva; agressividade; distúrbio emocional; fadiga; falta gráfica da avaliação dos riscos ambientais existentes no am-
de conhecimento; etc; biente de trabalho, inerentes ou não ao processo produtivo, de
Ato inseguro: Ação ou omissão que, contrariando fácil visualização e afixada em locais acessíveis no ambiente
preceito de segurança, pode causar ou favorecer a ocor- de trabalho, para informação e orientação de todos que ali atu-
rência do acidente. Exemplos: Bloquear, tampar, amarrar am e de outros que eventualmente transitem pelo local.
dispositivos de segurança, trabalhar ou operar com velo-
cidade insegura; limpar; lubrificar ou regular equipamentos 15.2.0 - HIGIENE DO TRABALHO
em movimento; manusear objeto de maneira errada; des-
respeitar sinalização; agredir pessoas; não manter distância Para elaboração do Mapa de Riscos é importante que o
(trânsito); etc; cipeiro tenha algumas noções de higiene do trabalho, as mais
Condição Ambiente de Insegurança (Condição am- importantes são:
biente): Condição do meio que causou o acidente ou contribuiu
para sua ocorrência. Exemplos: Empilhamento inadequado; 15.2.1 - Conceitos e definições
piso escorregadio; emprego de ferramenta inadequada; falta
do equipamento EPI; emprego de método ou procedimento po- Higiene do Trabalho: A ciência e a arte devotadas à an-
tencialmente perigoso; etc. tecipação, ao reconhecimento, à avaliação e ao controle dos
fatores ambientais e agentes tensores originados no ou do local
14.3 - CONSEQÜÊNCIAS DO ACIDENTE de trabalho, as quais podem causar enfermidades, prejuízos à
saúde e bem estar, ou significante desconforto e ineficiência
Segundo a NBR 14.280 da ABNT, as conseqüências do entre os trabalhadores ou entre cidadãos da comunidade.
acidente do trabalho são as seguintes: Limite de Tolerância: É a concentração ou intensidade
Lesão Pessoal: Qualquer dano sofrido pelo organismo máxima ou mínima, relacionada com a natureza e o tempo de
humano, como conseqüência de acidente do trabalho; exposição ao agente, que não causará dano à saúde do traba-
Natureza da Lesão: Expressão que identifica a lesão, lhador, durante sua vida laboral.
segundo suas características principais. Exemplos: Escoria- Insalubre: Que origina a doença, doentio.
ção, luxação, fratura, asfixia, distensão, queimadura, afoga-
mento, estrangulamento, ferida, contusão, efeito imediato de 15.2.2 - Legislação Brasileira
radiação etc;
Localização da Lesão: Indicação da sede da lesão. A Portaria nº 3.214/78, trata na NR 15 das atividades
Exemplos: cabeça, olho, face, testa, tronco, ombro, membros e operações insalubres, apresentando critérios para interpre-
superiores, dedo, mão, membros inferiores, joelho, perna, pé etc; tações a partir das avaliações quantitativas (com limite de tole-
Lesão Imediata: Lesão que se manifesta no momento rância para ser comparado) ou qualitativas (critérios adotados)
do acidente; nos seus 14 (quatorze) anexos, conforme segue:

Anexo 1: Ruído Contínuo e Intermitente; Anexo 8: Vibrações


Anexo 2: Ruído de Impacto; Anexo 9: Frio;
Anexo 3: Calor; Anexo 10: Umidade:
Anexo 4: Revogado (vago); Anexo 11: Agentes Químicos
Anexo 5: Radiações Ionizantes; Anexo 12: Poeiras Minerais (amianto, sílica, manganês)
Anexo 6: Trabalho sobre condições hiperbáricas Anexo 13: Agentes Químicos (Qualitativos)
Anexo 7: Radiações não Ionizantes Anexo 14: Agentes Biológicos

37
15.2.3 - Representação Higiene x Medicina do
Trabalho

Higiene do
Trabalho

Fonte Ambie Trabalha Sinais Doença


nte dor Clínico
s

Medicina do
Trabalho
15.3 - OBJETIVOS • Conhecer o processo de trabalho no local analisado:

O Mapa de Riscos tem como objetivos: • Os trabalhadores: número, sexo, idade, treinamentos pro-
fissionais e de segurança e saúde, jornada;
a) Reunir informações necessárias para estabelecer o
diagnóstico da situação de segurança e saúde no trabalho • Os instrumentos e materiais do trabalho;
na empresa;
• As atividades exercidas;
b) Possibilitar, durante a sua elaboração, a troca e di- • O ambiente.
vulgação de informações entre os trabalhadores, bem
como estimular sua participação nas atividades de pre- Identificar os riscos existentes no local analisado, de
venção. acordo com o grupo a que pertence – vide tabela: Classi-
ficação dos principais riscos ocupacionais em grupos, de
15.4 - ETAPAS DE ELABORAÇÃO acordo com sua natureza e a padronização das cores cor-
• As etapas de elaboração são as seguintes: respondentes.

Tabela I: Riscos Ambientais


Grupo 1: Grupo 2: Grupo 3: Grupo 4: Grupo 5:
Verde Vermelho Marrom Amarelo Azul

Riscos Físicos Riscos Químicos Riscos Biológicos Riscos Ergonômicos Riscos de Acidentes

Ruído Poeiras Vírus Esforço Físico Intenso Arranjo Físico Inadequado

Levantamento e Trans- Máquinas e Equipamen-


Vibrações Fumos Bactérias
porte Manual de Peso tos sem Proteção

Exigência de Postura Probabilidade de Incêndio


Calor Névoas Protozoários
Inadequada ou Explosão

Controle Rígido de Pro- Matéria – Prima sem


Frio Neblinas Fungos
dutividade Especificação

Imposição de Ritmos Ex-


Radiações Ionizantes Gazes Parasitas Iluminação Inadequada
cessivos

Trabalho em Turno e No- Ferramentas Defeituosas


Umidade Vapores Bacilos
turno ou Inadequadas

38
Outras Situações de Ris-
Substâncias, Com- Outras Situações Causa-
Radiações não Ioni- co que Poderão Contribuir
postos ou Produtos doras de Stress Físico ou
zantes para a Ocorrência de Aci-
Químicos em Geral Psíquico
dentes
Monotonia e Repetitivida-
Pressões Anormais Animais Peçonhentos
de

Jornada de Trabalho Pro-


Eletricidade
longadas

EPI Inadequado

Consideram-se riscos ambientais os agentes existen- resume-se em prevenir ou eliminar a existência dos agentes
tes nos ambientes de trabalho, cujas características possam agressivos, sempre que possível, ou aplicar medidas que neu-
causar dano à integridade física ou à saúde dos trabalhadores. tralizem suas ações danosas.
É necessário conhecer esses agentes para entender a preven-
ção de acidentes. As conseqüências aos riscos ambientais são apresen-
A segurança do trabalho, do ponto de vista ambiental, tadas na tabela 2:

Tabela 2: Risco x Conseqüência

Riscos Conseqüências

Surdez, irritação, insônia etc (ruído); redução do fluxo sanguíneo, hipotermia, etc (frio); desidratação,
câimbras de calor, choque térmico (calor); câncer, efeitos genéticos, etc (radiações ionizantes); efeito
Físicos
térmico, distúrbios menstruais, etc (radiações não ionizantes); ruptura de tímpano, ruptura e alvéolos, etc
(pressões anormais); doença de Raynaud, vômitos etc (vibrações).

Devido a diversidade das substâncias químicas as mais conhecidas são: irritação de pele (óleos mi-
nerais); sistema nervoso (álcool metílico, mercúrio); queimaduras (soda caústica); câncer (amianto,
Químicos
benzeno); asfixiantes simples (acetileno, nitrogênio); asfixiantes químicos (monóxido de carbono, ácido
sulfídrico).

Biológicos Doenças infecto-contagiosas.

Stress, doenças osteomusculares relacionada ao trabalho – DORT ou lesões por esforços repetitivos –
Ergonômicos
LER.

Queimaduras (incêndio); choque elétrico (eletricidade) e acidentes generalizados devido lay out inade-
Acidentes
quado, ferramentas defeituosas etc.

Identificar as medidas preventivas existentes e sua efi- Queixas mais freqüentes e comuns entre os trabalha-
cácia: dores expostos aos mesmos riscos;
Doenças profissionais diagnosticadas;
Medidas de proteção coletiva; Causas mais freqüentes de ausência ao trabalho.
Medidas de organização do trabalho;
Medidas de proteção individual; e) Conhecer os levantamentos ambientais já realizados
Medidas de higiene e conforto: banheiros, lavatórios, no local;
vestiários, armários, bebedouro, refeitório e área de lazer.
f) Elaborar o Mapa de Riscos, sobre o lay-out da em-
Identificar os indicadores de saúde: presa, indicando, através de círculo:

O grupo a que pertence o risco, de acordo com a cor

39
padronizada na Tabela 1; alguns desses elementos gera produtos e serviços. A todo esse
O número de trabalhadores expostos ao risco, o qual conjunto de elementos e ações denominamos condições am-
deve ser anotado dentro do círculo. bientais.
A especificação do agente (por exemplo: químico: sílica É possível imaginar que, num futuro próximo, os traba-
ou hexano ou ácido clorídrico; ou ergonômico; repetitividade, lhadores fiquem livres de desenvolver atividades em ambientes
ritmo excessivo) que deve ser anotada dentro do círculo; que coloquem em risco sua integridade física e saúde.
A intensidade do risco, de acordo com a percepção dos Já estamos chegando quase lá. Hoje, existem robôs
trabalhadores, que deve ser representada por tamanhos pro- que, manipulados por controle remoto, descem ao fundo das
porcionalmente diferentes de círculos, conforme vemos: crateras vulcânicas para colher amostras de solo e registrar in-
O tamanho dos círculos varia de acordo com a intensi- formações que permitirão prever a ocorrência de futuras erup-
dade do agente identificado e a cor com o tipo de risco. ções. Os cientistas fazem a sua parte em locais mais seguros.
Entretanto, apesar de todo o avanço científico e tecnológico,
ainda há situações em que o homem é obrigado a enfrentar
condições desfavoráveis em seu ambiente de trabalho, expon-
5 12 do-se ao risco de contrair doenças ou sofrer lesões.
3 E o que é pior: há casos em que o homem desenvolve
seu trabalho em condições ambientais aparentemente inofen-
sivas, sem ter consciência dos riscos invisíveis que está en-
frentando.
Risco Pequeno Risco Médio Risco Grave
Nesta aula, estudaremos as condições ambientais e o
Azul Amarelo Verde
impacto que elas provocam no homem, em seu trabalho. Es-
taremos preocupados em identificar as condições ambientais
Para a realização dos Mapas de Riscos, deve-se con- que representam riscos à saúde do trabalhador. Essas ativi-
tar com a participação dos cipeiros e dos trabalhadores além dades são também chamadas de Higiene do trabalho, que é
dos profissionais de segurança e medicina do trabalho. a ciência que se dedica à prevenção e ao controle das causas
das doenças profissionais e do trabalho. Dá para avaliar a im-
A realização do mapeamento de risco é uma atribuição portância desse assunto, tomando como base o fato de que o
da CIPA. homem passa, em média, pelo menos um terço de sua vida
15.5 - APROVAÇÃO DA CIPA adulta no trabalho. Portanto, não se descuide!

16.1 - O inimigo invisível


Após discutido e aprovado pela CIPA, o mapa de Ris-
cos, completo ou setorial, deverá ser afixado em cada local Qualquer um de nós já se submeteu a um exame de
analisado, de forma claramente visível e de fácil acesso para raio X por indicação médica. Nada sentimos ou vemos sair do
os trabalhadores. aparelho de raio X ao fazermos esse exame.
15.6 - Variações do Mapa Porém, para executar a radiografia, o equipamento li-
bera uma grande carga de energia eletromagnética não perce-
No caso das empresas da indústria da construção, o bida por nós. Essa radiação, em dosagens elevadas, é prejudi-
Mapa de Riscos do estabelecimento deverá ser realizado por cial ao organismo humano, pois provoca alterações no sistema
etapa de execução dos serviços, devendo ser revisto sempre de reprodução das células, ocasionando doenças e, em alguns
que um fato novo e superveniente, modificar a situação de ris- casos, a morte. Essa é uma das razões pelas quais considera-
cos estabelecidos. mos certos riscos ambientais como inimigos invisíveis: alguns
deles não são captados pelos órgãos dos sentidos (audição,
visão, olfato, paladar e tato), fazendo com que o trabalhador
Importante: Não adianta fazer um Mapa de Riscos não se sinta ameaçado. Inconsciente do perigo, a tendência é
colorido e fixado em cada Setor, se por detrás de cada ele não dar importância à prevenção.
identificação dos riscos não existir os controles. Relatórios médicos falam de pessoas que adquiriram
Esta é a real finalidade do Mapa de Riscos, é doença pulmonar depois de trabalhar anos a fio, sem nenhuma
necessário que exista uma ação corretiva sobre o risco. proteção, com algum tipo de produto químico. Esse tipo de do-
ença avança vagarosamente, tornando difícil seu diagnóstico
no início. Quando a pessoa se dá conta, a doença já está em
fase adiantada e a cura fica difícil, ou o dano é irreversível.
16.0 - O AMBIENTE É TUDO Essa é outra razão que torna os riscos ambientais traiçoeiros.
Em resumo, o desconhecimento de como os fatores
O conjunto de elementos que temos à nossa volta, tais ambientais geram riscos à saúde é um dos mais sérios proble-
como as edificações, os equipamentos, os móveis, as condi- mas enfrentados pelo trabalhador.
ções de temperatura, de pressão, a umidade do ar, a ilumi- 16.2 - Os riscos que nos rodeiam
nação, a ordem, a limpeza e as próprias pessoas, constituem Há vários fatores de risco que afetam o trabalhador no
o nosso ambiente. Nos locais de trabalho, a combinação de desenvolvimento de suas tarefas diárias. Alguns atingem gru-

40
pos específicos de profissionais. É o caso, por exemplo, dos tamos uma certa quantidade de energia para produzir um de-
mergulhadores, que trabalham submetidos a altas pressões e terminado resultado. Quando as condições físicas do ambien-
a baixas temperaturas. Por isso, são obrigados a usar roupas te, como, por exemplo, o nível de ruído e a temperatura, são
especiais, para conservar a temperatura do corpo, e passam agradáveis, produzimos mais com menor esforço.
por cabines de compressão e descompressão, cada vez que Mas, quando essas condições fogem muito dos limites
mergulham ou sobem à superfície. de tolerância, vem o cansaço, a queda de produção, a falta de
Outros fatores de risco não escolhem profissão: agri- motivação para o trabalho, as doenças profissionais e os aci-
dem trabalhadores de diferentes áreas e níveis ocupacionais, dentes do trabalho. Em outras palavras, os fatores físicos do
de maneira sutil, praticamente imperceptível. Esses últimos ambiente de trabalho interferem diretamente no desempenho
são os mais perigosos, porque são os mais ignorados. do trabalhador e na produção e, por isso, merecem ser anali-
Nesta aula, você ficará conhecendo os principais tipos sados com o maior cuidado. Ao estudar cada um dos fatores
de riscos ambientais que afetam os trabalhadores de um modo apresentados a seguir, pense em seu próprio local de trabalho.
geral: os agentes físicos, químicos e biológicos, sobre os quais Identifique os problemas, comunique-os aos setores ou pes-
fala a Norma Regulamentadora - NR 9, do Ministério do Traba- soas responsáveis, procure as soluções e coloque em prática,
lho, e as conseqüências para o organismo humano quando há sem demora, as medidas que estiverem ao seu alcance.
uma exposição exagerada a um ou mais desses elementos. Fi-
cará sabendo também, o que são riscos ergonômicos e quais os 16.4 - Muito barulho por nada
principais fatores de riscos ocupacionais, previstos no Anexo IV
da Norma Regulamentadora - NR 5. Serão abordados apenas Quando você se encontra em um ambiente de trabalho
os riscos mais comuns, que podem estar presentes em qualquer e não consegue ouvir perfeitamente a fala das pessoas, isso é
tipo de ambiente de trabalho ou, predominantemente, na área da uma indicação de que o local é barulhento ou ruidoso.
Mecânica. Se você quiser se aprofundar neste assunto, conhe- Os especialistas no assunto definem o ruído como todo
cendo outros fatores de risco, consulte as normas regulamenta- som que causa sensação desagradável ao homem.
doras citadas e as obras indicadas na bibliografia deste módulo. Mede-se o ruído utilizando um instrumento denominado
medidor de pressão sonora, conhecido por decibelímetro. A uni-
16.3 - Começando pelos riscos físicos dade usada como medida é o decibel ou abreviadamente dB.

Todos nós, ao desenvolvermos nossos trabalhos, gas-

O som e o ruído, penetrando pelos ouvidos, atingem o Nos ambientes onde há a necessidade do uso de fornos,
cérebro. Se medidas de controle não forem tomadas, graves maçaricos etc., ou pelo tipo de material utilizado e características
conseqüências podem ocorrer. Agindo no aparelho auditivo, o das construções (insuficiência de janelas, portas ou outras aber-
ruído pode causar surdez profissional cuja cura é impossível, turas necessárias a uma boa ventilação), toda essa combinação
deixando o trabalhador com dificuldades para ouvir rádio, tele- pode gerar alta temperatura prejudicial à saúde do trabalhador.
visão e para manter um bom “papo” com os amigos. A sensação de calor que sentimos é proveniente da
temperatura resultante existente no local e do esforço físico
16.5 - Entre o forno e o freezer que fazemos para executar um trabalho. A temperatura resul-
tante é função dos seguintes fatores: umidade relativa do ar,
Frio ou calor em excesso, ou a brusca mudança de um velocidade e temperatura do ar e calor radiante, isto é, produzi-
ambiente quente para um ambiente frio ou vice-versa, também do por fontes de calor do ambiente, como fornos e maçaricos.
são prejudiciais à saúde. A unidade de medida da temperatura adotada no Brasil é o

Para Saber Mais

Consulte o anexo 3 da Norma Regulamentadora 15 do Ministério do Trabalho, que trata das tabelas de temperaturas
máximas para diferentes tipos de trabalho.

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grau Celsius, abreviadamente ºC. De modo geral, a tempera- dução, esterilização do ar e da água, produção de luz fluores-
tura ideal situa-se entre 21ºC e 26 ºC; a umidade relativa do cente, trabalhos com arco-voltaico, dispositivos usados pelos
ar deve estar entre 55% a 65%, e a velocidade do ar deve ser dentistas, processos de aluminotermia (atividade química com
adequada, em torno de 0,12 m/s. o emprego de alumínio em pó), lâmpadas especiais e o Sol
Já nos ambientes destinados a armazenagem de pei- emitem raios ultravioleta.
xes, sorvetes e matadouros, chamados de câmaras frigorífi- Em pequenas doses (mais ou menos 15 minutos di-
cas, a temperatura pode chegar a alguns graus abaixo de zero ários de exposição ao Sol), o ultravioleta é necessário ao ho-
(graus negativos). mem porque é o responsável pela produção da vitamina D no
organismo humano. Mas, em quantidades excessivas, pode
16.6 - Radiações perigosas causar graves prejuízos à saúde.
Tanto os raios infravermelhos como os ultravioleta nor-
Por que será que o rádio e a televisão, quando anun- malmente não são medidos nos ambientes de trabalho, mas
ciam a ocorrência de um eclipse total do Sol, orientam para quando ocorrem atividades que emitam esses raios, como as
observá-lo através de lentes escuras especiais? Por que não citadas nesta aula, medidas de proteção devem ser tomadas
podemos ver o eclipse com os olhos desprotegidos? A explica- para garantir a saúde dos trabalhadores.
ção não é tão simples, mas nesta aula estudaremos algumas
noções sobre radiação e seus efeitos sobre o homem. 16.9 - Microondas
As radiações são uma forma de energia que se trans-
mite da fonte ao receptor através do espaço, em ondas ele- As microondas são encontradas em formas domésti-
tromagnéticas. As radiações se movimentam no espaço em cas ou industriais: fornos de microondas, aparelhos de radar
forma de ondas. É dessa forma, em ondas, que o som chega em aeroportos, aparelhos de radiocomunicação, equipamen-
até o seu radinho de pilhas. Um dos elementos da onda é o tos de diatermia para obter calor e processos de aquecimento
seu comprimento, identificado pela letra grega l (lambda). O em produção de plásticos e cerâmica. A medição ou avaliação
comprimento de onda l tem grandes variações, de acordo com das microondas pode ser por sistema elétrico ou térmico, mas
o tipo de energia. não é costumeira e não existem limites nacionais de tolerância
definidos.

16.10 - Laser

Esta sigla, em inglês, vem de Light Amplification by Sti-


mulated Emission of Radiation., que em Português pode ser
traduzido por Amplificação da Luz por Emissão Estimulada de
Radiação. O laser é um feixe de luz direcional convergente, isto
é, que se concentra em um só ponto. É muito utilizado em in-
dústrias metalúrgicas para cortar metais, para soldar e também
Existem diferentes tipos de radiações que se propagam em equipamentos para medições a grandes distâncias. Tem
no espaço em diferentes comprimentos de onda. As radiações também aplicações em medicina, para modernos processos
são tanto mais perigosas quanto menor for o comprimento de cirúrgicos.
onda l. Os perigos que podem representar os raios laser têm
Veja, a seguir, quais os tipos de radiação que mais atin- sido motivo de estudos e experiências, até agora não conclu-
gem o trabalhador. sivos. Daí as recomendações se limitarem mais aos aspectos
preventivos. O seu maior efeito no homem é sobre os olhos,
16.6 - Raios infravermelhos podendo causar grandes estragos na retina, que é a membra-
na sensível do olho, em alguns casos irreversíveis, podendo
Trabalhos com solda elétrica, com solda oxiacetilênica, provocar cegueira.
trabalhos com metais e vidros incandescentes, isto é, que ficam Todas essas radiações estudadas: o infravermelho,
da cor laranja e emitem luz quando superaquecidos, e também o ultravioleta, a microonda e o laser são classificadas como
nos fornos, fornalhas e processos de secagem de tinta e mate- radiações não ionizantes. Porém, as mais perigosas são as io-
rial úmido são atividades que produzem raios infravermelhos. nizantes, cuja energia é tão grande que, atingindo o corpo hu-
Em trabalhos a céu aberto, o trabalhador fica exposto ao Sol, mano, produzem alterações das células, provocando o câncer.
que é uma fonte natural emissora de raios infravermelhos.
Em doses bem controladas, os raios infravermelhos 16.11 - Radiações ionizantes
são usados para fins medicinais. Mas, quando a intensidade
dessa radiação ultrapassa os limites de tolerância, atingindo o Do ponto de vista do estudo das condições ambientais,
trabalhador sem nenhuma proteção adequada, os raios infra- as radiações ionizantes de maior interesse de uso industrial
vermelhos podem causar sérios danos à saúde. são os raios X, gama e beta, e de uso não industrial são os
raios alfa e nêutrons, cada uma com uma faixa de comprimento
16.7 - Raios ultravioleta de onda l.
Essas radiações podem ser encontradas de forma na-
Atividades com solda elétrica, processos de foto-repro- tural nos elementosradioativos, tais como Urânio 238, Potássio

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40 etc., além das radiações cósmicas vindas do espaço ce- e vai alojar-se em diferentes partes do corpo humano, como
leste. no sangue, fígado, rins, medula óssea, cérebro etc., causando
Artificialmente, são originadas pela tecnologia moder- anemias, leucemias, alergias, irritação das vias respiratórias,
na, como o raio X, usado em metalurgia para detectar falhas asfixia, anestesia, convulsões, paralisias, dores de cabeça, do-
em estruturas metálicas e verificar se há soldas defeituosas. res abdominais e sonolência;
Outros tipos de radiações são usados para determinar espes- Via digestiva - se o trabalhador comer ou beber algo
suras de lâminas metálicas, de vidro ou plásticos, bem como com as mãos sujas, ou que ficaram muito tempo expostas a
para indicar níveis de líquidos em reservatórios. produtos químicos, parte das substâncias químicas será inge-
Os raios gama servem para analisar soldagem em tu- rida junto com o alimento, atingindo o estômago e provocando
bos metálicos, cujo processo chama-se gamagrafia. sérios riscos à saúde;
Epiderme - essa via de penetração é a mais difícil, mas
As radiações são ainda usadas em tintas luminosas, se o trabalhador estiver desprotegido e tiver contato com subs-
nas usinas de produção de energia elétrica (como a usina atô- tâncias químicas, havendo deposição no corpo, serão absorvi-
mica de Angra dos Reis) e nos processos de verificação de das pela pele. A maneira mais comum da penetração pela pele
desgaste de cera para piso, desgaste de ferramentas de tornos é o manuseio e o contato direto com os produtos perigosos,
e de anéis de motores de automóveis. São também usadas em como arsênico, álcool, cimento, derivados de petróleo etc. que
laboratórios de pesquisa e na medicina, no combate ao câncer causam câncer e doenças de pele conhecidas como derma-
e em muitas outras aplicações. toses;
A absorção de radiação no organismo humano é indi- Via ocular - alguns produtos químicos que permane-
retamente avaliada pela unidade chamada REM, em inglês: cem no ar causam irritação nos olhos e conjuntivite, o que mos-
.Relative Efect Man. que em português quer dizer: efeito re- tra que a penetração dos agentes químicos pode se dar tam-
lativo no homem. A detecção das radiações ionizantes é feita bém pela vista. É importante tomar cuidado com os diferentes
por vários tipos de aparelhos, como detectores pessoais e de produtos químicos empregados nas indústrias e até em casa.
cintilação, dosímetros etc. Faça um levantamento dos produtos químicos que você utiliza,
Os limites máximos de exposição são indicados pela leia os rótulos das embalagens e informe-se sobre os efeitos
Comissão Nacional de Energia Nuclear e por norma do Minis- que podem provocar no organismo humano.
tério do Trabalho.

As medidas ou avaliações dos agentes químicos em


16.12 - Um pouco sobre os agentes químicos suspensão no ar são feitas por meio de aparelhos especiais
que medem a concentração, ou seja, a porcentagem existente
Certas substâncias químicas, utilizadas nos processos em relação ao ar atmosférico. Os limites máximos de concen-
de produção industrial, são lançadas no ambiente de trabalho, tração de alguns produtos e outras informações estão estabe-
intencional ou acidentalmente. Essas substâncias podem apre- lecidos na NR 15, anexos 11, 12 e 13 do Ministério do Trabalho.
sentar-se nos estados sólido, líquido e gasoso.
No estado sólido, temos poeiras de origem animal, 16.13 - A vez dos agentes biológicos
mineral e vegetal, como a poeira mineral de sílica encontrada
nas areias para moldes de fundição. No estado gasoso, como São microrganismos, ou seja, reduzidíssimos seres
exemplo, temos o GLP (gás liquefeito de petróleo), usado como vivos não vistos a olho nu, presentes em alguns ambientes
combustível nos fogões residenciais. No estado líquido, temos de trabalho, como hospitais, laboratórios de análises clínicas,
os ácidos, os solventes, as tintas e os inseticidas domésticos. coleta de lixo, indústria do couro, fossas etc. Nessa categoria
Esses agentes químicos ficam em suspensão no ar e podem incluem-se os vírus, as bactérias, os protozoários, os fungos,
penetrar no organismo do trabalhador por: os parasitas e os bacilos. Penetrando no organismo do homem
Via respiratória - essa é a principal porta de entrada por via digestiva, respiratória, olhos e pele, são responsáveis
dos agentes químicos, porque respiramos continuadamente, por algumas doenças profissionais.
e tudo o que está no ar vai direto aos nossos pulmões. Se Como esses microrganismos se adaptam melhor e se
o produto químico estiver sob forma sólida ou líquida, nor- reproduzem mais em ambientes sujos, as medidas preventivas
malmente fica retido nos pulmões e provoca, a curto ou lon- a tomar são: rigorosa higiene dos locais de trabalho, do corpo
go prazo, sérias doenças chamadas pneumoconioses, como e das roupas; destruição por processos de elevação da tem-
o edema pulmonar e o câncer dos pulmões. Se estiver no ar peratura (esterilização) ou uso de cloro; uso de equipamentos
sob forma gasosa, causa maiores problemas de saúde, pois a individuais para evitar contato direto com os microrganismos;
substância atravessa os pulmões, entra na corrente sangüínea ventilação permanente e adequada; controle médico constan-

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te, e vacinação, sempre que possível. dificuldade de movimentar os músculos atingidos.
A verificação da presença de agentes biológicos em São exemplos de doenças causadas por esforços re-
ambientes de trabalho é feita por meio de retirada de amostras petitivos: bursite (inflamação da bursa, que é uma cápsula con-
de ar e de água, que serão analisadas em laboratórios especia- tendo líquido lubrificante em seu interior, que reveste algumas
lizados. Em virtude das grandes dificuldades para a realização articulações); miosite (inflamação de músculo); tendinite ( in-
dessas análises, não existem limites de tolerância definidos. flamação dos tendões, que são fibras que unem os músculos)
e tenossinovite (inflamação dos tendões e das articulações).
16.14 - Os riscos ergonômicos Há registros de que essas doenças já atacavam os es-
cribas e notários, há séculos. Hoje afetam diversas categorias
Ergonomia é a ciência que busca alcançar o ajusta- de profissionais: bancários, metalúrgicos, costureiros, pianis-
mento mútuo ideal entre o homem e o seu ambiente de traba- tas, telefonistas, digitadores, empacotadores, enfim, todos os
lho. Entretanto, se não existir esse ajuste, teremos a presença profissionais que realizam movimentos automáticos e repeti-
de agentes ergonômicos que causam doenças e lesões no tra- tivos.
balhador. A Norma Regulamentadora - NR 17, do Ministério do Contra os males provocados pelos agentes ergonômi-
Trabalho, trata desse assunto. cos, a melhor arma, como sempre, é a prevenção: rodízios e
Você já viu como funciona uma guilhotina manual que descansos constantes; exercícios compensatórios freqüentes
serve para cortar chapas de aço? A haste de movimentação da para trabalhos repetitivos; exames médicos periódicos; evitar
guilhotina, que tem contato com as mãos do trabalhador, deve esforços superiores a 25 kg para homens e 12 kg para mulhe-
ter uma forma adequada, de modo a permitir que todos os de- res; postura correta sentado, em pé, ou carregando e levantan-
dos nela se apóiem, conforme mostra a ilustração abaixo. Essa do peso, como mostra a ilustração a seguir.
forma respeita a anatomia das mãos, proporcionando conforto
ao trabalhador. 16.15 - Riscos de acidentes
Os agentes ergonômicos presentes nos ambientes de
trabalho estão relacionados a: exigência de esforço físico in- Outros fatores de risco que podem ser encontrados e
tenso, levantamento e transporte manual de peso, postura ina- devem ser eliminados dos ambientes de trabalho são decor-
dequada no exercício das atividades, exigências rigorosas de rentes de: falhas de projeto de máquinas, equipamentos, ferra-
produtividade, jornadas de trabalho prolongadas ou em turnos, mentas, veículos e prédios; deficiências de leiaute; iluminação
atividades monótonas ou repetitivas etc. excessiva ou deficiente; uso inadequado de cores; probabilida-
Movimentos repetitivos dos dedos, das mãos, dos pés, de de incêndio ou explosão; armazenamento inadequado de
da cabeça e do tronco produzem monotonia muscular e levam produtos, presença de animais peçonhentos etc.
ao desenvolvimento de doenças inflamatórias, curáveis em es- Você acabou de ter uma visão geral dos principais
tágios iniciais, mas complicadas quando não tratadas a tempo, fatores de risco encontrados nos ambientes de trabalho,
chamadas genericamente de lesões por esforços repetitivos - de um modo geral. Agora é importante você aplicar o que
ler (lê-se lér, com e aberto). aprendeu, começando por analisar seu próprio ambiente
As doenças que se enquadram nesse grupo caracte- de trabalho. Resolver os exercícios a seguir vai ajudá-lo
rizam-se por causar fadiga muscular, que gera fortes dores e nessa tarefa.

Exercícios

Exercício 1
Pesquise, em seu ambiente de trabalho, se já houve afastamento de algum funcionário decorrente de doença profissional
ou lesão causada por risco ambiental.

Exercício 2
Analise seu ambiente de trabalho e faça uma lista dos fatores de risco existentes. Depois, classifique-os de acordo com
o quadro abaixo.

RISCOS RISCOS RISCOS RISCOS RISCOS


FÍSICOS QUÍMICOS BIOLÓGICOS ERGONÔMICOS DE ACIDENTES

Exercício 3
Faça uma lista das conseqüências associadas aos riscos que você identificou na questão anterior.

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Exercício 4
Pesquise quais as medidas preventivas aplicáveis a cada um dos fatores de risco que você identificou.

16.16 - Proteção coletiva X proteção individual • enclausuramento, isto é, fechamento de máquina baru-
lhenta para livrar o ambiente do ruído excessivo;
As medidas de proteção coletiva, isto é, que beneficiam
• comando bimanual, que mantém as mãos ocupadas, fora
a todos os trabalhadores, indistintamente, devem ter priorida-
da zona de perigo, durante o ciclo de uma máquina;
de, conforme determina a legislação que dispõe sobre Segu-
rança e Medicina do Trabalho. • cabo de segurança para conter equipamentos suspensos
Os equipamentos de proteção coletiva são conhecidos sujeitos a esforços, caso venham a se desprender.
pela sigla EPC.
Quando não for possível adotar medidas de segurança
Os EPCs devem ser mantidos nas condições que os
de ordem geral, para garantir a proteção contra os riscos de
especialistas em segurança estabelecerem, devendo ser repa-
acidentes e doenças profissionais, deve-se utilizar os equipa-
rados sempre que apresentarem qualquer deficiência.
mentos de proteção individual, conhecidos pela sigla EPI. São
Veja alguns exemplos de aplicação de EPCs:
considerados equipamentos de proteção individual todos os
• sistema de exaustão que elimina gases, vapores ou poei- dispositivos de uso pessoal destinados a proteger a integridade
ras contaminantes do local de trabalho; física e a saúde do trabalhador.

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Os EPIs não evitam os acidentes, como acontece de for- sempre que o ambiente apresentar níveis de ruído superiores
ma eficaz com a proteção coletiva. Apenas diminuem ou evitam aos aceitáveis, de acordo com a norma regulamentadora.
lesões que podem decorrer de acidentes. Veja um exemplo:

Luís ia derramar metal fundido dentro de um molde,


com uma concha. Ele não percebeu que havia um pouco
de água no fundo do molde. Ao derramar o metal, este
reagiu com a água, causando uma explosão que atingiu
o rosto de Luís.
Mãos e braços: luvas, que evitam problemas de pele,
Felizmente Luís estava usando protetor facial. Isso im- choque elétrico, queimaduras, cortes e raspões e devem ser
pediu que seu rosto e seus olhos fossem atingidos. Graças ao usadas em trabalhos com solda elétrica, produtos químicos,
uso correto do EPI, Luís saiu dessa sem qualquer lesão. materiais cortantes, ásperos, pesados e quentes.
Existem EPIs para proteção de praticamente todas as
partes do corpo. Veja alguns exemplos:
Cabeça e crânio: capacete de segurança contra impac-
tos, perfurações, ação dos agentes meteorológicos etc.

Pernas e pés: botas de borracha, que proporcionam


isolamento contra eletricidade e umidade. Devem ser utilizadas
em ambientes úmidos e em trabalhos que exigem contato com
produtos químicos.

Olhos: óculos contra impactos, que evita a cegueira


total ou parcial e a AU A conjuntivite. É utilizado em trabalhos
onde existe o risco de impacto de estilhaços e cavacos.
Tronco: aventais de couro, que protegem de impactos,
respingos de produtos químicos, choque elétrico, queimaduras
e cortes. Devem ser usados em trabalhos de soldagem elétri-
ca, oxiacetilênica, corte a quente etc.

Vias respiratórias: protetor respiratório, que previne pro-


blemas pulmonares e das vias respiratórias, e deve ser utilizado
em ambientes com poeiras, gases, vapores ou fumos nocivos.

A lei determina que os EPIs sejam aprovados pelo Mi-


nistério do Trabalho, mediante certificados de aprovação (CA).
Face: máscara de solda, que protege contra impactos As empresas devem fornecer os EPIs gratuitamente aos traba-
de partículas, respingos de produtos químicos, radiação (infra- lhadores que deles necessitarem. A lei estabelece também que
vermelha e ultravioleta) e ofuscamento. Deve ser utilizada nas é obrigação dos empregados usar os equipamentos de prote-
operações de solda. ção individual onde houver risco, assim como os demais meios
destinados a sua segurança.
É tarefa do Serviço Especializado em Engenharia de
Segurança e em Medicina do Trabalho (SESMT) e da CIPA ou,
na falta desses, do empregador, determinar o tipo adequado de
EPI em face do risco que irá neutralizar e quais as pessoas na
empresa que deverão utilizá-los.
O treinamento é uma fase importante no processo de
utilização dos EPIs. Quando o trabalhador recebe instruções
Ouvidos: concha, que previne contra a surdez, o cansa- sobre a maneira correta de usar o EPI, aceita-o melhor. Sendo
ço, a irritação e outros problemas psicológicos. Deve ser usada assim, quando tiver dúvidas sobre a utilização de um EPI, peça

46
esclarecimentos ao setor de segurança de sua empresa. conseqüências desastrosas.
Não é qualquer EPI que atende a legislação e protege Mas, afinal, o que é o fogo? Como tê-lo do nosso lado,
o trabalhador. Apenas aqueles que têm o número do CA e a ao nosso serviço? Como evitar que ele se torne sinônimo de
marca do fabricante gravada no produto é que oferecem prote- perigo e destruição? O que cada um de nós pode fazer para
ção efetiva. Cabe ao trabalhador zelar pela própria segurança, evitar que o fogo seja um risco fora de controle?
recusando os EPIs que não tenham o CA e a identificação clara Esses são alguns dos assuntos analisados nesta aula.
do fabricante! Depois de estudá-los, esperamos que você se sinta sensibili-
zado quanto aos procedimentos que dependem de você para
16.17 - Controle e conservação dos equipamen- evitar que o fogo se transforme em tragédia.
tos de proteção
17.1 - O que é o fogo
Cabe ao setor de segurança da empresa, juntamen-
te com outros setores competentes, estabelecer o sistema de O fogo é um fenômeno químico denominado combus-
controle adequado. A conservação dos equipamentos é outro tão. É uma reação química que desprende calor e luz, alteran-
fator que contribui para a segurança do trabalhador. Portan- do profundamente a substância que se queima.
to, cada profissional deve ter os seus próprios equipamentos Para formação do fogo são necessários três elemen-
e deve ser responsável pela sua conservação. Lembre-se: se tos, que reagem entre si.
cada um de nós pensar e atuar com segurança, os acidentes Combustível, que alimenta o fogo e serve de campo
praticamente poderão ser eliminados. Faça sua parte. Comece para sua propagação. Combustível é tudo que queima, que
refletindo sobre os assuntos apresentados nesta aula. Resolva pega fogo. Os combustíveis podem ser sólidos (madeira, pa-
os exercícios a seguir. pel, tecidos etc.), líquidos (álcool, gasolina, óleo etc.) ou gaso-
sos (acetileno, butano, metano etc.). Substâncias combustíveis
Exercícios que queimam muito rapidamente são chamadas inflamáveis.
É o caso da gasolina, por exemplo, citada anteriormente como
Exercício 1 combustível líquido.
Calor, que dá início ao fogo, mantendo-o e propagan-
Na música: Para não dizer que não falei de flores, um do-o pelo combustível. O calor provém de fontes que se encon-
verso diz: “Quem sabe faz a hora, não espera acontecer.” tram ao nosso redor como, por exemplo, a brasa de um cigarro
Que associação você faz desse verso com os assuntos ou a chama de um fogão de cozinha.
aqui tratados? Comburente, é o ativador de fogo que dá vida às cha-
mas. O comburente mais comum é o oxigênio, elemento pre-
Exercício 2 sente no ar que respiramos.
Basta juntar o combustível, o comburente e uma A U L
As estatísticas mostram que a maior parte dos aci- A fonte de calor, com a intensidade ideal, que teremos como re-
dentes ocorre por falhas humanas. Por que, então, segundo sultado o fogo. Ou seja, teremos formado o Triângulo do fogo.
Heinrich, removendo-se a causa mecânica elimina-se a causa Lembramos que a falta de um desses elementos im-
principal dos acidentes? plicará o não surgimento do fogo e, conseqüentemente, a não
manutenção da chama. Ultimamente vem sendo incluído mais
Exercício 3 um elemento: a reação em cadeia, como mostra a figura ao lado.

Qual o objetivo da CIPA?

Exercício 4

O seu trabalho requer o uso de EPCs ou EPIs? Como você


os utiliza?

17.0 -INCÊNDIO É FOGO


Durante muitos séculos, a humanidade dependeu de
fenômenos naturais, como as descargas elétricas sob a forma
de raios, por exemplo, para obter o fogo. Com o tempo, o ho-
mem aprendeu a fazer o fogo e a usá-lo em seu benefício. Co-
nhecer o segredo do fogo passou a ser fator de superioridade
sobre quem não possuía esse conhecimento.
Hoje em dia é muito fácil obter o fogo. Utilizamos o fogo
o tempo todo e raramente ou nunca nos damos conta do que
estamos fazendo. Não há dúvida de que o fogo é um elemento
extremamente útil ao homem. Porém, ainda hoje, o fogo é um
fenômeno que, às vezes, escapa ao nosso controle e acarreta

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17.2 - A prevenção Organização e Limpeza

Temos grandes incêndios em nossas memórias: os Além de tornarem o ambiente de trabalho mais agra-
edifícios Andraus, Joelma, CESP, ocorridos nos últimos anos dável, evitam que o fogo se inicie e se propague por um des-
na cidade de São Paulo. Após cada um desses grandes incên- cuido qualquer. Lixo espalhado geralmente é fonte inflamável,
dios, a única certeza que ficou é a que todos eles começaram podendo ter como conseqüência a ocorrência de incêndios.
de um pequeno foco iniciado com a formação do triângulo do Também o setor administrativo deve merecer muita
fogo. Um pequeno foco pode ser um fósforo aceso jogado por atenção, pois o volume de material combustível, representado
engano num cesto de lixo ou um curtocircuito num aparelho de por móveis, cortinas, carpetes e forros é muito grande, possibi-
ar-condicionado. litando grande risco de incêndio.
Episódios como os dos três edifícios podem ser evi-
tados desde que se impeça a formação do triângulo do fogo. Pára-raios
Isso pode ser conseguido por meio de prevenção. E prevenir
incêndios é tarefa de todos nós. Os incêndios provocados pelos raios são muito co-
A prevenção é um assunto tão importante que mereceu muns. Todas as edificações devem possuir a proteção do
até legislação específica. No Brasil, a própria Constituição e pára-raios, cuja instalação e manutenção periódica devem ser
a Consolidação das Leis do Trabalho determinam que sejam feitas por especialistas.
cumpridas normas que têm por objetivo garantir condições se- Um pára-raios conta essencialmente de uma haste
guras de trabalho. metálica disposta verticalmente na parte mais alta do edifício
A NR-23, que trata de Proteção Contra Incêndio, esta- a proteger. A extremidade superior da haste termina em várias
belece que todas as empresas devem possuir proteção contra pontas (geralmente três) e a inferior é ligada à Terra por meio
incêndios, saídas para a rápida retirada do pessoal em caso de de um cabo metálico que é introduzido profundamente à Terra.
incêndio, equipamentos para combater o fogo em seu início e
pessoas treinadas no uso desses equipamentos.

17.3 - Como evitar incêndios?

Para ser bem sucedido na prevenção de incêndios, é


preciso, antes de mais nada, ter entalidade prevencionista e
espírito de colaboração. A melhor medida para prevenir incên-
dios, como já foi dito, é evitar a formação do triângulo do fogo,
o que pode ser conseguido por meio de algumas medidas bá-
sicas, como por exemplo:
armazenamento adequado de material;
organização e limpeza dos ambientes;
instalação de pára-raios;
manutenção adequada de instalações elétricas, máqui-
nas e equipamentos. Manutenção adequada de instalações elétricas,
Analise cada uma das medidas apresentadas a seguir máquinas e Equipamentos
e depois verifique se elas estão sendo observadas em seu am-
biente de trabalho e em sua casa. Cuidado com as instalações elétricas, que ocupam um
dos primeiros lugares como fonte causadora de incêndio. Elas
Armazenamento devem ser projetadas adequadamente e receber manutenção
constante. Fios e componentes desgastados devem ser subs-
Materiais inflamáveis devem ser guardados fora dos tituídos. Devem ser evitadas, também, as improvisações ou
edifícios principais, em locais bem sinalizados, onde a proibi- “gambiarras” e a realização de serviços na área somente deve
ção de fumar deve ser rigorosamente obedecida. ficar a cargo de pessoas capacitadas.
Os equipamentos e máquinas devem receber manu-
tenção e lubrificação periódicas, para evitar o aquecimento que
gera calor, colocando em risco o ambiente de trabalho. Muito
bem. Chegou a hora de verificar se você entendeu bem as re-
gras apresentadas.

17.4 - Os primeiros cinco minutos

Em qualquer incêndio, os cinco primeiros minutos são


decisivos. Se o fogo não for dominado nesse prazo, a tendên-

48
cia é ele escapar ao controle. Por essa razão é tão importante A extinção de incêndios tipo D requer a utilização de
evitar que os incêndios comecem, ou pelo menos, se começa- pós especiais, de acordo com o metal envolvido no incêndio.
rem, devem ser extinguidos rapidamente. Para extinção do fogo podemos utilizar o sistema hidráulico ou
Toda empresa deve ter um plano de prevenção e com- os extintores de incêndio.
bate a incêndios e um sistema de controle que proporcione rá- Para extinção do fogo podemos utilizar o sistema hi-
pida comunicação e correspondente tomada de providências. dráulico ou os extintores de incêndio.
Ele orienta muito sobre a utilização de equipamentos, retirada O sistema hidráulico é constituído por hidrantes, que
das pessoas e, ainda, sobre os primeiros socorros. são dispositivos existentes em redes hidráulicas, facilmente
Do mesmo modo, toda empresa deve organizar sua identificáveis pela porta vermelha com visor, e chuveiros auto-
brigada de incêndios, composta por pessoas treinadas para ve- máticos, que são sistemas de encanamento de água acionados
rificar condições de riscos de incêndio ou explosão; combater o automaticamente quando ocorre elevação da temperatura, evi-
fogo no seu início, buscando romper o triângulo do fogo; isolar tando a propagação do fogo.
as áreas, combater o incêndio usando hidrantes ou extintores,
assim como coordenar e comandar toda ação de abandono da
área de risco.
Esse grupo deve conhecer os tipos de incêndios mais
prováveis de acontecer na empresa a que pertence e ter, entre
seus membros, elementos de diversos setores, especialmente
das áreas de manutenção e supervisão que, pelas caracterís-
ticas de suas atividades, estão checando freqüentemente as
irregularidades. Os extintores são aparelhos que servem para extinguir
instantaneamente os princípios de incêndio. De modo geral,
17.5 - Todo incêndio é igual?
são constituídos de um recipiente de metal contendo o agen-
Parece difícil pensar que alguém vá se preocupar te extintor. Os extintores mais utilizados são: Extintor de Água
com teorias sobre tipos de incêndio, quando estiver numa Pressurizada, Extintor de Gás Carbônico, Extintor de Espuma
situação de risco. Entretanto, esse é um conhecimento Mecânica e Extintor de Pó Químico Seco.
muito importante e útil porque somente conhecendo a Verificando o entendimento
natureza do material que queima, poderemos descobrir
a forma correta de extingui-lo e utilizar o agente extintor
adequado. Baseado no que você aprendeu, pense e res-
Diferentes tipos de materiais provocam diferentes tipos ponda:
de incêndios e requerem, também, diferentes tipos de agentes
extintores. Em função do tipo de material que se queima, exis- Um trabalhador acionou um motor elétrico que produ-
tem quatro classes de incêndios, descritas a seguir. ziu uma fagulha que caiu num monte de estopa, iniciando um
pequeno incêndio que atingiu um recipiente com gasolina, pro-
Atenção: vocando uma pequena explosão e um grande susto.
a) Como você classificaria tal incêndio?
Nos fogos classe A, em seu início, poderão ser usados
ainda pó químico seco ou gás carbônico! b) Que medida tomaria para extingui-lo?

49
c) O que teria feito para evitar que tudo isso acontecesse? conseqüências desagradáveis. Analise com atenção as reco-
mendações a seguir. Reflita sobre elas e prepare-se psicolo-
De acordo com as informações que acabamos de ver,
gicamente para fazer o melhor que puder, caso esse tipo de
enquanto o fogo atingiu a estopa, tínhamos um incêndio Classe
infortúnio venha a lhe acontecer.
A; quando atingiu a gasolina, um líquido inflamável, tínhamos
também um incêndio Classe B. Para a estopa, o Extintor de • acionar o alarme;
Água Pressurizada; para a gasolina, o Extintor de Espuma Me- • chamar o corpo de bombeiros (Telefone 193);
cânica, Gás Carbônico ou de Pó Químico Seco poderiam ser
utilizados. Para evitar que tudo acontecesse, bastaria a remo- • desligar máquinas, aparelhos elétricos e bloquear entrada
ção da estopa e da gasolina das proximidades do motor e seu de energia;
armazenamento em local adequado. • abandonar a área imediatamente, de forma organizada,
sem correrias.
17.6 - Providências em caso de incêndio
A brigada de incêndio deve entrar em ação imediata-
Como você já aprendeu, todo esforço deve ser feito mente, isolando a área e combatendo o fogo em seu início. As-
para prevenir a ocorrência de incêndios. Mas, se apesar de sim que o corpo de bombeiros chegar, deve ser notificado sobre
todos os cuidados, ainda assim um incêndio vier a acontecer a classe de incêndio (A, B, C ou D). Nessas situações, o mais im-
e você se encontrar no meio dele, alguns procedimentos po- portante é manter a calma e acalmar os demais, pois o tumulto e
derão ajudá-lo a sair-se dessa situação com um mínimo de o corre-corre somente causam confusão e não ajudam em nada.

Exercícios

Exercício 1

Imagine que você acaba de chegar à empresa, numa segunda-feira. Esteve de férias e, ao chegar, percebe que ocorreram
várias modificações no ambiente físico da empresa. Ao passar pelo escritório, percebe que há, em cada uma das tomadas, um
T com três aparelhos ligados em cada um deles. Os telefones foram mudados de lugar e há fios de extensões que estão nas
passagens entre as mesas. Na área de produção também houve mudanças, e há duas máquinas ligadas à mesma tomada. Na
frente dessas máquinas, os fios da prensa foram emendados com fita crepe e duas lâmpadas instaladas provisoriamente estão
com fios descascados. Além disso, há dois galões de gasolina próximos de um torno mecânico.
Analise a situação e compare-a com o que vimos até agora. É uma situação de risco de incêndio? Se você acha que sim,
liste abaixo as medidas de prevenção que você acha que podem ser tomadas. Lembre-se do que falamos no tópico “Como evitar
incêndios”?

O SEU PROCEDIMENTO OS PROCEDIMENTOS DO GRUPO

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18.0 - QUEM AJUDA, AMIGO É não há um profissional da área de saúde por perto? Aí é dever
de quem estiver próximo da vítima, agir como socorrista, isto é,
Nas aulas anteriores deste módulo, um mesmo fator foi prestar-lhe os primeiros socorros.
sempre enfatizado: a PREVENÇÃO! Observe que os primeiros socorros são medidas emer-
Mas, e se apesar de todos os cuidados, um acidente genciais. Assim que possível, a vítima deve ser colocada sob
acontecer na nossa frente? Ou se uma pessoa próxima sofrer cuidados de profissionais especializados! Os princípios bási-
um mal súbito? O que devemos e o que podemos fazer? cos dos primeiros socorros são:
Diante de casos como esses, estar preparado para en-
salvar e manter a vida;evitar lesões adicionais ou agrava-
frentar a situação pode representar a diferença entre a preser-
mento das já existentes;
vação da vida e uma perda irreparável.
Muitas vidas já foram perdidas por falta de auxílio providenciar socorro qualificado.
imediato, prestado por uma pessoa leiga, no momento de um
acidente ou mal súbito, até o atendimento por socorro espe-
18.2 - Emergência! O que fazer?
cializado. Outras vezes, a ajuda bem-intencionada, porém mal
executada, resultou no agravamento do quadro clínico da ví-
A primeira coisa a ser feita, com o objetivo de organizar
tima, o que poderia ter sido evitado com o conhecimento de
e simplificar o atendimento, é uma avaliação: do local, do aci-
procedimentos adequados.
dente e da vítima.
Estudando os assuntos desta aula, você ficará conhe-
A avaliação do local consiste em verificar se o local ofe-
cendo os principais tipos de problemas que exigem prestação
rece perigo adicional à vítima e aos demais; isolar e proteger o
de primeiros socorros e quais os procedimentos adequados em
local do acidente.
cada caso, para garantir ajuda elementar, porém eficiente.
Para avaliar o acidente é preciso observar que tipo de
Mas, quando se trata de prestar primeiros socorros,
acidente ocorreu e informar-se sobre como o acidente ocorreu
não basta apenas saber o que fazer, na teoria. É necessário,
(se possível, com a própria vítima ou então recorrendo a tes-
também, ter calma para enfrentar a situação sem entrar em
temunhas).
pânico, de modo a transmitir segurança à vítima.
Finalmente, resta-nos desejar que você nunca tenha ne- A avaliação da vítima depende de a vítima estar cons-
cessidade de usar o que vier a aprender nesta aula. Mas, se for ciente ou inconsciente. Vale lembrar que a vítima inconsciente
preciso, que você esteja preparado e faça o melhor que puder! requer muito mais cuidado e atenção pois não pode fornecer
informações sobre seu estado. Veja quais são os procedimen-
18.1 - Até onde vão os primeiros socorros? tos gerais para exame da vítima:
A posição lateral de segurança, mostrada a seguir, evi-
O que fazer quando acontece alguma emergência e ta que a vítima se asfixie, caso venha a vomitar.

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Se forem constatadas lesões na cabeça e se houver agem, com movimentos de contração. Se isso não ocorrer é
hemorragia por um ou ambos os ouvidos, ou pelo nariz, deve- sinal de inconsciência.
-se suspeitar de fratura do crânio. Nesse caso, a vítima deve Após a avaliação geral da situação, o próximo passo
ser removida imediatamente para o hospital mais próximo. será a triagem, isto é, a escolha das prioridades para prestação
Uma dúvida que pode estar lhe ocorrendo é como fazer dos primeiros socorros.
para saber se os sinais vitais e os sinais de apoio estão normais Se você presenciasse um acidente e deparasse com
ou não. Veja então algumas .dicas. para avaliar esses sinais. pessoas desmaiadas, queimadas, feridas, qual delas atende-
ria em primeiro lugar? Pense um pouco. Existe uma ordem de
18.3 - SINAIS VITAIS E SINAIS DE APOIO prioridade para prestação de atendimento.
Os casos de desmaio devem ser atendidos em primeiro
lugar, pois a primeira preocupação, se a vítima não estiver res-
pirando, será restabelecer a respiração. Em seguida, devem
ser atendidos os casos de falta de circulação (ausência de pul-
so) e as hemorragias abundantes.
Os primeiros socorros são prestados no próprio local
do acidente. Mas, há uma outra providência muito importante,
que deve ser encaminhada ao mesmo tempo: a solicitação do
socorro especializado.
O primeiro recurso a ser acionado é a Polícia Militar,
que se encarrega de requisitar apoio do Corpo de Bombeiros
ou Pronto-socorro, quando necessário.
Ao comunicar a ocorrência, é muito importante dar in-
formações corretas ou pedir que alguém o faça. As informa-
ções essenciais são: tipo de acidente; local exato do acidente
(use pontos de referência para facilitar a localização); número
Pulsação - pode ser sentida através do tato. Todos nós de vítimas e os seus estados.
temos alguns pontos onde a pulsação pode ser sentida com É necessário certificar-se que todas as informações
facilidade. Analise a ilustração a seguir, que mostra quais são foram recebidas corretamente, para evitar demora no atendi-
esses pontos. mento devido a enganos ou mal-entendidos.
Respiração - a respiração consiste em dois movmentos bá-
sicos: inspiração e expiração, que tem por finalidade reno-
var a oxigenação das células que constituem o organismo, Observações Importante!
de modo a mantê-las vivas. Um modo prático para verificar
se a vítima está respirando consiste em colocar, próximo A massagem cardíaca em crianças ou adolescentes
ao seu nariz, um espelho ou qualquer pedaço de metal po- deverá ser feita com apenas uma das mãos.
lido, que deve ficar embaçado. A massagem cardíaca em bebês deve ser feita com
dois dedos (médio e indicador), tomando cuidado com a
Temperatura - a temperatura normal do corpo humano é pressão exercida.
36ºC. Para saber se a temperatura da vítima está muito
diferente do normal, compare o calor do seu corpo com o
da vítima
Estado das pupilas - em condições normais, as pupilas 18.4 - As Ocorrências Mais Comuns
contraem-se com a luz e dilatam-se na escuridão. Se o exame
do olho mostrar insensibilidade da pupila à luz, é sinal de in- Qualquer acidente, seja ele grave ou não, sempre re-
consciência, estado de choque etc. quer a prestação de primeiros socorros. Mesmo que não haja
Cor e umidade da pele - a aparência normal da pele é danos físicos, a vítima sofre, no mínimo, um forte impacto emo-
rosada, na maioria das pessoas. Em caso de acidente, deve-se cional. Um ombro amigo, uma palavra de solidariedade e con-
observar principalmente as extremidades dos membros (mãos forto também são formas de prestação de primeiros socorros,
e pés), pois uma aparência diferente nessas regiões pode ser que valem muito numa hora dessas.
indicativa de falta de irrigação sangüínea. Se o quadro for mais grave, é preciso estar preparado
Sensibilidade - os músculos, quando estimulados, re- para enfrentá-lo. Para agir corretamente, é necessário conhe-

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cer os procedimentos adequados para cada caso. Pancadas,
queimaduras, choques elétricos, envenenamento e emergên-
cias clínicas são os tipos mais freqüentes de acidentes.
Esses acidentes podem trazer como conseqüências:
parada cardíaca, perda de consciência, hemorragias, fraturas
etc. Mais adiante você ficará sabendo o que fazer em cada
uma dessas situações. Em todos esses casos, devem ser se-
guidas as orientações gerais apresentadas anteriormente: ava-
liação do ambiente, avaliação do acidente, avaliação da vítima,
triagem e pedido de socorro.
Antes de aprender a lidar com as conseqüências des-
ses acidentes, é importante que você conheça os cuidados
específicos que alguns casos requerem. Queimadura É toda 18.6 - Envenenamento
lesão causada por agentes térmicos (calor/frio), eletricidade,
produtos químicos, irradiações etc. As queimaduras classifi- Venenos são todas as substâncias químicas ou natu-
cam-se em graus, de acordo com a profundidade: rais que postas em contato com o organismo causam pertur-
Além das recomendações gerais já apresentadas, aci- bações mais ou menos graves à saúde, podendo ocasionar a
dentes com queimaduras requerem outros cuidados especiais: morte. Essas substâncias são chamadas tóxicas e penetram
se a queimadura for grave, a vítima deve ser encami- no organismo habitualmente pela boca, mas também podem
nhada imediatamente para socorro médico; penetrar pelas vias respiratórias (nariz) e por via cutânea (pele).
se a queimadura for superficial e de pequena extensão, Os venenos atuam a partir de uma determinada quan-
deve ser coberta com um pano limpo e macio, depois de lavada tidade e sua ação depende da natureza ou espécie química.
com água ou soro fisiológico, com cuidado para não furar bolhas Outra forma de envenenamento é por contato com ani-
que tenham se formado. Deve-se dar bastante líquido para a víti- mais peçonhentos. Esses animais produzem venenos naturais,
ma se ela estiver consciente (chá, água, refrigerantes etc.) que utilizam para se defender de seus inimigos, na luta pela so-
brevivência. Acidentes causados por picadas de cobras, de escor-
pião, ou de outros animais, quando não tratados a tempo, podem
causar a morte. Nesses casos, além das medidas gerais deve-se:
Manter a vítima em repouso absoluto, pois movimentos
facilitam a absorção do veneno;
Dar líqüidos para a vítima não desidratar;
Não perder tempo com tratamentos caseiros ou cren-
dices populares;
Se possível, levar o animal causador do acidente, para
que possa ser identificado o tratamento mais adequado.

Atenção
Em casos de envenenamento, a primeira providência deve
ser identificar o agente causador do acidente e seguir as
instruções indicadas na embalagem do produto
Atenção: Perigo!
18.7 - Emergências clínicas
não passar substâncias oleosas ou graxas, bicarbonato de
sódio, pasta de dente etc.; Aqui se enquadram os casos de desmaio, infarto, crise
epiléptica etc. O desmaio consiste na perda momentânea de cons-
não dar bebidas alcoólicas à vítima; ciência, devido a diminuição de sangue e oxigênio no cérebro.
O infarto é a morte de parte do músculo cardíaco por
não tocar a área queimada com as mãos, para evitar in- deficiência de irrigação sangüínea.
fecções. Crise epiléptica é um distúrbio do sistema nervoso central,
sob a forma de contração muscular. Em caso de crise, deve-se dei-
18.5 - Choque elétrico xar a vítima se debater e proteger sua cabeça, para evitar traumas.

É uma descarga elétrica que pode levar à morte, depen- 18.8 - Lidando com as conseqüências
dendo da intensidade da corrente elétrica (amperagem). A des-
carga elétrica causa, sobre o músculo cardíaco, uma alteração Os acidentes que acabamos de analisar podem pro-
nos batimentos, podendo levar à fibrilação (movimento fraco e vocar várias conseqüências imediatas, que exigem atenção
rápido sendo insuficiente para o bombeamento do sangue ao especial do socorrista. As principais e mais freqüentes serão
corpo todo), além de provocar, em alguns casos, queimaduras. apresentadas a seguir.

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18.9 - Parada cardiorrespiratória car danos irreversíveis à vítima (perda de memória, perda
da coordenação motora, paralisação de partes do corpo, e
É a ausência de batimentos cardíacos e de movi- morte).
mentos respiratórios ao mesmo tempo. A principal conse- Quando ocorrer uma parada cardiorrespiratória, é ne-
qüência do comprometimento desses sinais vitais é a falta cessário aplicar imediatamente as manobras de reanimação
de oxigenação das células do cérebro, o que pode provo- descritas a seguir.

18.10 - Hemorragia

É a saída de sangue dos vasos sangüíneos para o


exterior do corpo ou para as cavidades naturais, que po-
dem ser externas ou internas. A hemorragia é classificada
como externa quando o sangue sai para o exterior do corpo
e interna quando o sangue sai da veia ou artéria e se aloja
em uma das cavidades naturais do corpo: abdome, tórax
ou crânio. 18.11- Estado de choque
A gravidade da hemorragia depende da quantidade de
sangue perdido; da velocidade da perda de sangue e do local É um desequilíbrio do organismo por mal funcionamen-
da hemorragia. Para estancar a hemorragia deve-se: to do coração, dos vasos sangüíneos, que pode ser causado
- manter a parte afetada do corpo em elevação e com- por traumatismo generalizado, esmagamento dos membros,
primir o local com pano limpo ou gaze. choque elétrico, queimaduras (por calor ou frio) ou grande
- caso não haja estancamento, cobrir com mais panos emoção.
e encaminhar a vítima para socorro médico, imediatamente. Geralmente é acompanhado de queda de pressão, bai-
Em caso de hemorragia interna é importante observar os xa irrigação sangüínea e baixa oxigenação cerebral, respiração
sinais vitais. A vítima pode apresentar os seguintes sintomas: pele curta e rápida ou irregular, pele fria e pegajosa, suores, expres-
fria, pulso fraco, sede intensa, palidez, arrepio e tontura. Nesse são de ansiedade, tremores generalizados, náuseas, vômitos e
caso, a providência a ser tomada pelo socorrista é transportar a outras perturbações que podem levar à morte.
vítima, de modo seguro e o mais rápido possível, para o hospital. Quando o quadro da vítima for indicativo de estado de
choque, devem ser seguidos os procedimentos gerais básicos
de primeiros socorros.

18.12 - Fratura

É uma lesão total ou parcial ocorrida na estrutura ós-


sea, que pode ser:
- fechada: quando não há rompimento da pele; a quebra
do osso causa dor intensa e deformidade no local; in-
chaço e perda de mobilidade das articulações próximas
à lesão;

- exposta: quando ocorre quebra de osso e rompimento de


pele, formando ferimento.

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Nesses casos, alguns cuidados específicos são neces- vencido possam ser substituídos.
sários, além dos procedimentos gerais:
Exercícios
• colocar a vítima em posição confortável;

• evitar movimento do membro lesionado;


Exercício 1
• imobilizar a região fraturada, colocando o membro fra-
Suponha que seu colega de trabalho comece a passar mal
turado na posição mais próxima do normal, sem contudo
e desmaie.
deslocar as partes afetadas;
Descreva as cinco primeiras atitudes que você tomaria
• se a fratura estiver exposta, deve-se fazer um curativo para prestar os primeiros socorros.
com pano limpo ou gaze para evitar contaminação, remo-
vendo a vítima com maca; Exercício 2

• caso haja hemorragias, devem ser seguidos os procedi- Você está passando por um local onde acabou de aconte-
mentos específicos já vistos. cer um acidente.

Uma das vítimas está caída, gritando por socorro. A outra


18.13 - Fratura na coluna vertebral (espinha) está desacordada.
Quando a vítima sofrer trauma violento, deve- Qual das duas você deve socorrer em primeiro lugar? Por
-se suspeitar de fratura na coluna, até que se prove o quê?
contrário, pois tomando cuidado nestes casos, podemos
evitar lesões adicionais, tais como um comprometimen- Exercício 3
to neurológico definitivo, caso a medula tenha sido le- Escreva C se as proposições a seguir forem corretas ou E
sada. se forem erradas:
Fraturas na coluna são caracterizadas por: dor local
forte, dormência dos membros e paralisia. Nestes casos, os a) ( ) Deve-se dar bastante líquido à vítima de queimadura,
seguintes cuidados específicos são fundamentais: se ela estiver consciente.
• manter a vítima em repouso absoluto; b) ( ) Antes de socorrer uma vítima de choque elétrico, é
necessário identificar e desligar a fonte de energia elétrica.
• evitar o estado de choque;
c) ( ) Caso uma pessoa seja acometida por um surto epi-
· transportar o acidentado em superfície dura (maca, tá-
léptico, deve-se proteger sua cabeça e deixá-la debater-se.
bua, porta etc.) ou solicitar ajuda de mais pessoas para o
transporte. d) ( ) Sempre que a vítima apresentar hemorragia externa,
deve-se fazer um torniquete no local afetado.
18.14 - Primeiros socorros em tempos de AIDS
Exercício 4
Com o aumento dos casos de AIDS, é cada vez maior
Na fábrica onde Tereza trabalha houve vazamento de uma
o número de indivíduos portadores do vírus que não apresen-
substância química que atingiu vários funcionários. Se esti-
tam os sintomas da doença. Por isso, ao prestar os primeiros
vesse lá, que medida você tomaria em primeiro lugar:
socorros é necessário adotar medidas que diminuam o risco de
contaminação e que contribuam para a prevenção da doença. a) ( ) provocar vômito nas vítimas;
O contato direto com os líquidos e secreções (fezes,
urina, escarro, esperma, secreção vaginal, sangue menstrual b) ( ) ler a embalagem do produto causador do acidente;
etc.) do corpo da vítima deve ser evitado. A vítima deve ser
c) ( ) dar líquidos para as vítimas;
mantida em local limpo. Essas medidas visam a proteger tanto
o socorrista como a própria vítima. d) ( ) verificar os sinais vitais das vítimas.
18.15 - Para ter em casa e no trabalho: caixa de Exercício 5
primeiros socorros
Laura é o tipo de pessoa que se sente mal só em ouvir falar
Tanto no lar como na empresa deve existir uma cai- a palavra sangue.
xa de primeiros socorros em lugar de fácil acesso. Essa caixa
deve ser organizada de tal forma que facilite o trabalho do so- O que ela poderia fazer de útil, caso presenciasse um aci-
corrista. Todos os frascos deverão ser rotulados e os instru- dente?
mentos pontiagudos protegidos de forma adequada.
O prazo de validade dos medicamentos deve ser ve-
rificado regularmente, para que os medicamentos com prazo

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