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LIVRO TEXTO
GESTÃO DA PRODUÇÃO
2019
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Para De Carvalho e De Jesus Pacheco (2014), as diretrizes que orientam o trabalho de PCP
estão presentes em todos níveis do planejamento da organização: i) no nível estratégico, é a partir
dos planos de longo prazo da empresa, relacionados com demanda do mercado, expectativa de
venda, volume de produção e resultado financeiro que o PCP estabelece o seu planejamento
estratégico de produção, que vai influenciar a montagem do Plano de Produção; ii) já no nível tático,
o Plano de Produção vai ser desdobrado em um Plano Mestre de Produção, que detalhe como a
produção irá se comportar no médio prazo; iii) no nível operacional, é preciso definir qual será a
programação de produção de curto prazo e é neste momento que o departamento gera a
programação diária/semanal/mensal de produção e passa a acompanhar e controlar a sua
execução. Esta programação de produção já está considerando que outros departamentos vão atuar
de forma a garantir que o que está programado aconteça, estamos falando das áreas de compras,
controle de estoque, área de logística, os recursos humanos, operação e manutenção, dentre outras
áreas.
Nunes et al. (2009) entende que só através do planejamento da produção será possível
atender os prazos de entrega e as quantidades dos produtos vendidos, dentro dos custos previstos.
Sendo fundamental o acompanhamento da execução deste planejamento de forma a fazer os
ajustes necessários, caso perceba algum desvio que possa impactar no resultado esperado. Alguns
podem pensar que o trabalho do PPCP se resume apenas em gerar planos e ordens de produção,
mas suas responsabilidades diárias vão além, pois é necessário interagir com todas as áreas
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Para Andrade (2007), o PPCP deve definir qual a melhor sequência de produção, aquela que
melhor aproveitará o layout da planta, que utilizará a menor quantidade de mão de obra, que
produzirá no menor tempo possível e no menor custo. Ao disponibilizar a programação para as
áreas envolvidas, é preciso utilizar uma linguagem clara, simples, objetiva e padronizada, pois
qualquer falha nesta etapa do processo irá resultar em imenso prejuízo e atraso não só para a
empresa que fabrica, mas para os clientes que dependem da mercadoria produzida para dar
andamento aos seus próprios planos.
Para Chiavenato (2008), controlar o que foi planejado é fundamental, pois só através dele
será possível corrigir desvios de forma imediata, evitando que ele se propague e comprometa as
etapas seguintes do processo. Portanto se faz necessário medir constantemente o desempenho da
produção, verificar o comportamento dos indicadores, checar o andamento do cronograma,
comparar a qualidade do que está sendo produzido em cada etapa do processo com as
especificações definidas, utilizando não só recursos tecnológicos de controle como também as
próprias pessoas envolvidas diretamente com a produção.
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Para gerir uma empresa que fabrica produtos ou fornece serviços, é importante que seja feito
um planejamento para avaliar a capacidade de produção desta empresa, visando atender a
demanda. Com base nos objetivos definidos no planejamento estratégico da empresa, que
definiram quanto ela pretende faturar, quantos clientes vai atender, quantos produtos irá
comercializar e quantos serviços irá prover, a empresa precisa estar certa de que tem os recursos
necessários e capacidade suficiente para anteder seus objetivos. Seja em termos de equipamentos,
mão de obra, estrutura, recursos físicos e financeiros.
Para Moreira (2014), capacidade é a quantidade máxima de serviços e/ou produtos que
podem ser produzidos em um período. A capacidade pode ser medida, de várias maneiras:
toneladas de cobre por dia ou ano; número de carros por dia ou ano; clientes atendidos/dia ou mês;
etc. (Laugeni, 2015).
Para Corrêa (2012) a capacidade produtiva de uma empresa é igual ao volume máximo de
atividade de agregação de valor que pode ser alcançado por uma unidade produtiva em condições
normais de operação”. Porém, nem sempre esse volume máximo significa o volume ideal de
produção, pois para alcançar este limite de produção, a empresa terá que suportar uma intensidade
de horas de trabalho e de utilização de seus equipamentos, que na prática é impossível de se
sustentar (Chiavenato, 2008).
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Corrêa (2012), alerta que alguns imaginam que ter disponibilidade de tempo irá garantir que a
produção planejada será alcançada, porém, alguns processos de produção são tão ineficientes que
acabam não gerando o resultando esperado. Para que uma empresa atinja o seu maior potencial de
capacidade é preciso fazer as coisas no tempo certo e com o mínimo de recursos possíveis
(eficiência). Também precisa igualar os resultados obtidos com os planejados (eficácia).
Sempre que se diz que uma unidade fabril ou uma empresa de serviços, é muito ou pouco
eficiente, também estamos avaliando a sua produtividade. A produtividade é um dos melhores
indicadores para medir o desempenho de uma empresa. Uma empresa com resultados crescentes
na sua produtividade é uma unidade de negócios mais eficiente, utiliza melhor os seus recursos e
que alcança resultados também crescentes. Para estabelecermos um indicador de produtividade,
primeiro estabelecemos um índice padrão para o processo que estamos avaliando, depois
comparamos o índice obtido após a execução do processo com o índice padrão que era esperado.
O resultado de um dividido pelo outro nos dará o indicador de produtividade, ou para alguns, o índice
de eficiência do processo. Quanto mais próximo de “1,00” for o resultado, mais próximo do padrão
esperado está o processo, quanto menor for o resultado, mais distante da produtividade esperada o
processo está.
Para definirmos o tempo padrão de um processo, executamos este processo várias vezes,
verificando cada detalhe que pode ser melhorado nesta execução, seja considerando uma máquina
ou uma pessoa. Depois que todos os ajustes possíveis foram feitos e se atingiu o tempo ótimo, fica
estabelecido este tempo como o padrão. É importante ressaltar que este tempo não é um tempo de
laboratório, mas um tempo que reflete todas as condições que a máquina ou o profissional irão
encontrar no ambiente de produção.
Existem situações onde o resultado do índice de produtividade é maior que “1,00”. Esta
situação demonstra que um determinado processo está sendo executado de maneira muito mais
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eficiente do que o esperado. Imagine uma fábrica leva 4 horas para fabricar um carro e o tempo
padrão esperado é de 3 horas, logo, o índice de produtividade é igual a 3 / 4 = 0,75. Agora imagine
uma outra fábrica que leva 2 horas para fabricar o mesmo carro, tendo as mesmas condições da
outra. Esta segunda fábrica tem um índice de produtividade igual a 3 / 2 = 1,50, o que mostra que a
segunda fábrica está com um índice de produtividade 50% acima do padrão e 100% acima da
primeira fábrica.
São vários os fatores que podem reduzir o índice de produtividade e ao mesmo tempo
aumentar. A forma como o layout de produção é organizado, a forma como o estoque de matéria
prima é gerenciado, a forma como o controle da qualidade é feito, o nível de treinamento dos
executores, as condições do local de trabalho, o nível de manutenção das máquinas, a tecnologia
envolvida no processo, enfim, são muitos os fatores que podem afetar a produtividade de um
processo.
Há vários anos o Brasil têm apresentado índices de produtividade muito baixos, em uma
pesquisa apresentada pelo Conference Board aponta que a produtividade da mão de obra brasileira
em 2014 equivalia a 25% da medida nos Estados Unidos, que servem como referência global. Este
resultado equivale a dizer que a mão de obra do Brasil leva quatro dias para produzir o que a mão
de obra americana leva apenas um dia. Neste caso, o estudo leva em consideração o esforço de
mão de obra, sem considerar os recursos que cada país disponibiliza para o seu trabalhador, mas
este indicador dá sinais do quanto temos que avançar, pois normalmente grandes ineficiências estão
associadas a maiores gastos e perda de tempo.
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Por tudo que já foi dito até aqui, fica claro que quando precisamos fazer o planejamento da
produção de um determinado produto ou serviço, precisamos antes avaliar qual é a nossa
capacidade de produção e com base na produtividade do maquinário e da mão de obra, calcular
quantas horas de equipamento serão alocadas para fabricar o volume esperado e quantas horas de
mão obra serão necessárias para executar o volume de serviço demandado.
Para Chase (2006), aquelas empresas que trabalham com a oferta de diferentes linhas de
serviços e produtos, precisam no momento do planejamento da capacidade, considerar a demanda
de cada linha, buscando sempre obter a utilização máxima dos recursos, evitando ao máximo
qualquer tipo de ociosidade. Para Tubino (1997), em alguns momento serão necessários ajustes
para viabilizar diferentes demandas: alteração do layout das instalações físicas, aluguel ou compra
de novos equipamentos, abertura de mais um turno de trabalho, admissão de mão de obra,
contratação temporária de terceiros. Para Rubio (2002), quanto maior for a flexibilidade da unidade
de produção, maiores as chances de fazer frente as variações de demanda.
De acordo com Tubino (2007), balancear uma linha de produção é fazer o planejamento das
atividades que serão executadas, visando garantir um tempo semelhante de processamento entre os
postos de trabalho. O objetivo é sempre gerar eficiência na linha de produção, agrupando os postos
de trabalho de forma a gerar um fluxo de processo equilibrado do início ao fim da produção.
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Uma linha de produção desbalanceada certamente vai gerar custos desnecessários para a
empresa. Para Oliveira (2012), o principal custo gerado para empresa é o custo de oportunidade,
pois no momento em que está com um lote de produção parado, esperando outra etapa do
processo, poderia estar fabricando outros itens e atendendo a novas demandas.
No item “e” acima, quando os autores falam da necessidade de se definir a regra de alocação
de tarefas, estão falando de regras Heurísticas de alocação, que podem descritas da seguinte forma:
escolher a maior tarefa que caiba no tempo disponível da estação de trabalho ou escolher a tarefa
com maior número de tarefas que só poderão ser alocadas depois que ela for executada (Slack,
1997).
Segundo Pessoa e Cabral (2005), o gargalo é a obstrução no sistema produtivo que delimita e
comanda o seu desempenho e seu volume para obter uma rentabilidade maior. O gargalo é a etapa
que impossibilita a organização em atender efetivamente a demanda de seus equipamentos. Em
contrapartida, é essencial que tenha o cuidado para que não ocorra um elevado número de etapas
não-gargalos, isto porque os mesmos acarretam em investimentos ociosos, influenciando em um
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Já para Ferreira (2015), o gargalo é caracterizado no processo que acumula um maior tempo em
relação aos demais do sistema, este não necessariamente deve ser uma máquina, podendo ser
também uma parte do processo que envolve a cadeia produtiva, como o processo de Planejamento
Produção ou formatação de um pedido. Para ter uma harmonização no complexo produtivo é
essencial que os setores envolvidos da empresa estejam sincronizados. Sendo assim, todos os
setores envolvidos devem possui a mesma capacidade produtiva.
Após verificar os conceitos dos autores citados anteriormente, é possível perceber que o menor
índice de gargalo possível é uma tendência para a organização desenvolver estratégias para obter
vantagens competitivas perante seus concorrentes. A seção a seguir aprofundará conceitos e os
cuidados para as organizações se destacarem no mercado em que atuam.
Muitas empresas concentram seus esforços em busca dos equipamentos de última geração e se
frustram por não se atentarem para os seus gargalos no sistema ou como também são conhecidas,
as restrições. A capacidade do sistema será atribuída pela máquina que apresenta a menor
competência, esta máquina será o gargalo de todo o sistema, determinando o ritmo pelo qual toda
fabrica irá trabalhar no sistema de produção intermitente. (PARANHOS FILHO, 2007).
De acordo com Goldratt (2006), uma forma de analisar um sistema produtivo é observá-lo através da
analogia da corrente, que traz o seguinte questionamento: qual a resistência da corrente? A resposta
correta é que sua resistência será idêntica a do elo mais fraco da mesma. Em consenso a este
conceito existem alguns passos a serem seguidos para absorver a maior produtividade possível.
(GOLDRATT, 2006).
Referente aos gargalos, Goldratt (2006) postula que não há lugar para incertezas. Existem alguns
passos a serem tomados para posicionar-se corretamente em relação às restrições do sistema
buscando a melhor alternativa em busca de melhores ganhos, considerando que o objetivo de toda
empresa é o lucro. (GOLDRATT, 2006).
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de submeter tudo à determinação obtida no segundo passo. O quarto deverá ser elevar a
capacidade da restrição, seja distribuindo a demanda ou adquirindo equipamentos. Realizados os
passos se o gargalo foi superado é necessário repeti-los para maximizar a produtividade do sistema
(GOLDRATT, 2006).
O princípio da Teoria das Restrições é de que dentro de um sistema sempre existirá uma restrição
que limitará a sua capacidade produtiva (WATSON et al., 2007, p. 390). A máxima utilização de um
recurso restritivo, portanto leva a máxima utilização de um sistema. Restrição é definida como
qualquer barreira ou fator limitante que leve a empresa a não obtenção de sua meta (GUPTA;
BOYD, 2008)
A definição para Roser et al (2002) é que um gargalo pode ser visualizado como qualquer estágio
em um sistema que tenha o maior efeito na diminuição do ritmo ou na parada completa de um
sistema, mesmo que somente por um instante ou até mesmo a média consumida de tempo por um
período mais longo. Goldratt (1992) define gargalo como qualquer recurso cuja capacidade seja
igual ou menor que a demanda exigida deste recurso.
Para alguns autores existe diferença entre o termo “restrição” e o termo “gargalo”. Existe uma
corrente de pensadores que define gargalo como uma restrição física imposta a uma empresa,
vinculando o termo gargalo a uma limitação de um processo produtivo. A outra linha de pensamento
utiliza o termo restrição como um substituto de gargalo, pois entende que diferentes áreas de uma
empresa como marketing, contabilidade, distribuição também utilizam o mesmo conceito e definem a
restrição como algo além do chão de fábrica (COX; SPENCER, 2002). Neste texto utilizaremos a
linha de pensamento que o gargalo é diferente de uma restrição.
Para Lawrence e Buss (1995) existem três tipos de definição de gargalo: i) definição de curto
período; ii) definição de inventário e iii) definição de produção. A definição de gargalo de curto
período é de que em um longo período a demanda não irá se sobrepor a capacidade, mas que em
um curto período isso realmente pode ocorrer, mas a capacidade produtiva irá crescer e alcançar a
demanda, ou então, ocorrerá uma perda suficiente de mercado para que novamente a demanda seja
reduzida abaixo da capacidade. A definição de gargalo de inventário é de que ao andar pelo fábrica
já será possível visualizar onde existe a maior pilha de inventário esperando para ser processada. Já
a definição de gargalo de produção é de recursos que mais são utilizados em uma planta.
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As restrições podem ser consideradas tanto físicas quanto políticas. Dentro destas duas categorias,
existem ainda sete tipos Schragenheim e Dettmer(2000 apud Dettmer, 2000, 6-7):
Visto que um gargalo é o que se denominou como o que limita os ganhos de uma empresa, a busca
por uma restrição dentro de uma planta produtiva é de um recurso que possua a menor capacidade
de produção. Para identificação do gargalo de produção é necessário entender perfeitamente o fluxo
dos processos, utilização de uma unidade padrão de medida (unidade produzida/tempo do
processo) para mensurar a capacidade de produção e também a demanda de produção para um
determinado produto. Cox e Spencer (2002) recomendam a melhor maneira de identificação de um
gargalo: vá ao chão de fábrica e pergunte a um de seus empregados mais experientes.
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Betterton e Cox (2009) dizem que o tambor é considerado o ditador do ritmo, através do recurso
restritivo, pelo qual é feita uma tentativa de obter a plena utilização da capacidade disponível do
sistema como um todo. Já a corda libera as ordens com base nas necessidades do pulmão do
recurso restritivo. A corda garante que o trabalho somente é liberado para a linha de produção até
que o pulmão da restrição demande a necessidade de uma nova unidade de produção.
O pulmão é o mecanismo usado para proteger o gargalo contra interrupções. Essa proteção é criada
liberando o material no processo para que chegue à frente da restrição com alguma antecedência de
tempo. Podemos considerar que o pulmão é um estoque se segurança, garantindo o abastecimento
da restrição por alguma eventual paralisação.
O foco principal das indústrias é que todos os processos e setores trabalhem na velocidade máxima
instalada, sem que se criem gargalos no sistema que possam impedir a realização da produção
planejada. Com base nisso, a Teoria das Restrições pode ser aplicada para que todo o fluxo trabalhe
em sincronia e não sejam criados estoques intermediários, bem como para melhorar o
aproveitamento da mão de obra, visando à diminuição dos custos e aumentar o lucro da empresa.
Segundo Cox III e Spencer (2008), uma das maiores preocupações das indústrias é alinhar o fluxo
da produção com a demanda. Para esta questão, a Teoria das restrições traz um conceito para
entender melhor sobre gargalos no processo produtivo. A Teoria das Restrições, também chamada
de Theory of Constraints (TOC – um processo de melhoria contínua) para gerenciar gargalos ou
restrições nos setores produtivos, foi desenvolvida por Eli Goldratt. É uma teoria muito rica em
termos de ações, que podem ser desenvolvidas nos princípios e técnicas atuais que sustentam os
setores da produção e também são aplicáveis não somente para identificar gargalos na produção, e
sim em qualquer setor de uma empresa. Ainda segundo os autores, a Teoria das Restrições é uma
mudança de paradigma, um processo de melhoria contínua, que permite um conjunto de ações onde
existe algum gargalo que impede o desempenho da empresa.
Para Goldratt e Cox (2002 p. 152) “Gargalo é qualquer recurso cuja capacidade é igual ou menor
que a demanda de mercado imposta sobre ele”. Portanto, conforme argumenta o autor, o gargalo
aparece quando o mercado exige dele uma demanda maior que sua capacidade para atender.
Os autores, Corrêa, Gianesi e Caon (2001) ressaltam que muitos gargalos acontecem em operações
envolvendo máquinas que consomem muito tempo para preparação. Neste caso é preciso usar
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trocas rápidas e trabalhar com lotes maiores. Portanto, se uma hora é economizada na preparação,
não é uma hora ganha no recurso em particular, mas uma hora ganha em todo o sistema produtivo.
Os autores também afirmam que é o recurso gargalo que determina o resultado final de todo o
sistema. Para o autor, Davis, Aquilano e Chase (2008, p.550) “Uma vez que o gargalo é o
componente mais lento do processo, ele fixa o ritmo do sistema – como uma batida de tambor fixa o
ritmo da marcha para a banda”. Para os autores, o gargalo faz com que todo o sistema trabalhe no
seu ritmo.
Para o autor Tubino (2009 p.118) a empresa deve focar nos recursos gargalos: Uma hora perdida
num recurso gargalo é uma perdida em todo o sistema produtivo: como os recursos gargalos não
possuem tempos ociosos, caso algum problema venha a acontecer com estes recursos, a perda de
produção repercutirá em todo o sistema, reduzindo o fluxo.
Segundo Krajewski, Ritzman e Malhotra (2012 p. 214) são sete os princípios-chave da teoria das
Restrições: 1. O foco deve estar no balanceamento do fluxo, não no balanceamento da capacidade.
2. A maximização dos outputs e da eficiência de cada recurso não maximizará o ganho do sistema
como um todo. 3. Uma hora perdida em um gargalo ou um recurso restritivo é uma hora perdida no
sistema inteiro. Em contraste, uma hora economizada em um recurso que não seja um gargalo é
uma ilusão porque não torna o sistema inteiro mais produtivo. 4. O estoque é necessário apenas
antes dos gargalos, a fim de evitar que permaneçam inativos, e antes da linha de montagem e de
pontos de expedição, a fim de proteger a programação de entregas ao cliente. Deve-se evitar formar
estoques em outros lugares. 5. O trabalho, que pode ser material, informações, documentos ou
clientes a serem processados, devem ser lançados no sistema apenas com a frequência necessária
aos gargalos. Os fluxos do gargalo devem ser iguais à demanda do mercado. Regular tudo de
acordo com o recurso mais lento minimiza o estoque e as despesas operacionais. 6. Ativar um
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recurso que não seja um gargalo (usando-o para a melhoria de eficiência que não aumenta o ganho)
não é o mesmo que utilizar um recurso gargalo (que aumenta o ganho). A ativação dos recursos que
não são gargalos não aumentará o processamento, nem promoverão as medidas de desempenho
operacionais ou financeiras. 7. Todo investimento de capital deve ser considerado da perspectiva de
seu impacto total sobre o ganho, o inventário e as despesas operacionais.
Diante do exposto pelos autores, os sete princípios da Teoria das Restrições trazem bem claro que
a empresa precisa se focar e concentrar esforços em melhorias nos pontos onde realmente ela
possa ser mais produtiva. Portanto para o autor Araujo (2009) a Teoria das Restrições deixa claro o
seguinte: “A competividade de uma organização está associada às ações dos gestores para a
realização de metas sempre com menos recursos. Com essa filosofia gerencial era possível superar
os concorrentes”. O papel do gestor vai além que comandar. É preciso partir para a prática com
menos recursos possíveis e alcançar os objetivos planejados pela empresa.
Para Goldratt e Fox (1997), os gargalos representam restrições à saída (ou output) do sistema de
produção. Pelo fato de ser a principal restrição do sistema, sua gestão é essencial para atender a
demanda. Para que isso ocorra, é necessário que o estágio gargalo do sistema no processo de
transformação de insumos esteja disponível pelo maior tempo possível, procurando reduzir o tempo
de espera entre tarefas sucessivas ao maximo possível e outras variáveis que afetam essa
condição. Os gargalos são relacionados às filas de espera nos estágios anteriores de produção
(estoque em processamento) causando interrupções de processamento. Para que haja aumento na
eficiência do sistema produtivo o estágio gargalo deve ter uma boa gestão nos seus processos, uma
vez que qualquer perda de desempenho nesse recurso significa perda direta estendida a todo o
sistema, causando uma desorganização em todos os processos produtivos da empresa. Segundo
Antunes et al (2008) o conceito de gargalos baseia-se pelo estudo da capacidade imediata para
adquirir quais recursos possuem restrições em seus processos causando uma ineficiência produtiva.
Chiavenato (2004, p.352) seguindo o mesmo pensamento conclui que os gargalos funcionam como
restrições ao sistema. A idéia é a de que toda corrente é tão forte quanto seu elo mais fraco. São as
restrições que definem a rapidez do sistema produtivo e não os seus pontos de eficiência.
Para Paranhos (2008, p.206) a capacidade do sistema será igual a da máquina de menor
capacidade de todo o processo, [...] a menor máquina com menor capacidade do sistema será o seu
gargalo e determinará a capacidade de todo o processo. Rosário (2009, p.383) conclui que um
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gargalo de produção ocorre quando um centro de produção possui uma capacidade menor que a
demanda a ele alocada. Chiavenato (2004) relata o conceito de gargalo como teoria das filas que se
baseia pelo estudo da demora encontrada em alguns pontos do serviço. A teoria das filas se tornou
uma essencial e trouxe grandes aportes ao estudo da administração, essas filas geralmente se
encontram em frente dos gargalos e interrompem o processo produtivo, pois o volume é maior que a
capacidade do processo. Essas restrições obstruem a rapidez do sistema produtivo tornando o
processo ineficiente.
Segundo Jacobs e Chase (2011, p.223) a teoria das filas é abrangente o suficiente para cobrir
esperas desiguais, como aquelas enfrentadas por clientes em um shopping Center ou em um avião
na fila de aterrissagem ao aguardar a liberação de uma pista para pousar.
O termo gargalo possui o mesmo significado de restrição, que foi criada pelo pesquisador Eliyahu
Goldratt, como teoria das restrições. Essa pesquisa foi fundamental para que se estude o conceito
de capacidade. Então, observando a figura 2.0, é possível perceber que na parte 2 do estoque foi
eliminado e a produção continua a mesma.
Segundo Taboada (2009), o gráfico acima nos apresenta a diferença de produção com alimentação
contínua e a produção controlada pelo gargalo. Na primeira parte do gráfico pode-se observar que
as entradas de matéria prima são executadas com mais facilidade e constantemente. A matéria
prima é consumida pela primeira máquina no processo de produção, isso irá gerar um lote que
rapidamente necessitará de mais alimentação de matéria prima na máquina. Na terceira etapa da
primeira parte do processo pode-se observar que há uma restrição na capacidade e, a cada hora,
três itens ficam presos no processo esperando serem processados, sendo prejudicial para que
esses produtos que estão parados sejam vendidos. Na segunda parte o gráfico apresenta uma
produção que está baseada no gargalo. Esse sistema controla a liberação de material, que trabalha
conforme o ritmo do processo que possui restrição, acabando com a formação de estoques antes do
processo e garantindo o dinheiro da empresa no caixa, em vez de estar no processo da empresa.
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Lote Econômico de Produção foi desenvolvido inicialmente cerca de 1913 e em 1978 Elmaghraby
utilizou em seus estudos o ELSP, Economic Lot Scheduling Problem, problema do lote econômico de
produção (CASTRO E PIZZOLATO, 2005). Ele equilibra os custos de inventario com os custos de
instalação, ao longo de um intervalo de quantidades de lotes. Neste modelo o ELS é de no mínimo o
custo total. De acordo com alguns defensores da manufatura enxuta, o ELSP esta morto. Eles
alegam que todas as operações devem fabricar o que o cliente precisa imediatamente e ajustar os
lotes de uma unidade que é infactível. A figura mostra o modelo de ELS O modelo calcula o custo
total de produção por unidade ao longo de um intervalo de lotes. O lote com menor quantidade por
custo unitário é o ideal para a produção ou o lote econômico de produção.
Para a determinação do tamanho de um lote econômico deve-se de maneira geral definir uma
quantidade cujo custo de fabricação seja minimizado, considerando os custos diretos, insumos, mão
de obra, tempo de maquina, e os custos de estoque. Esses custos são: custo de setup (preparação
da maquina ou manutenção), custo unitário de produção, e custo de manutenção de estoque. O
custo de setup considera-se todo aquele que é necessário para a preparação da maquina para a
produção, ou seja, mão de obra diretamente aplicada na preparação da maquina, custo dos
materiais e acessórios envolvidos na preparação, e outros custos indiretos. O custo unitário de
produção leva-se em conta o consumo de insumos básicos para o processo produtivo como a
matéria prima, a mão de obra diretamente aplicada a produção e o tempo das maquinas envolvidas
no processo. O custo de manutenção dos estoques tem custo diferenciado, pois, nota-se a
finalização do processo produtivo. A posse do estoque tem um custo bastante significativo e nota-se
por unidade de tempo e armazenagem. Para a analise deste custo é importante observar o juros do
capital imobilizado, o risco de obsolescência do produto, taxas e impostos determinados por sua
fabricação, perda por deterioração e as despesas com a instalação, tais como aluguel, despesas
administrativas, etc.
Segundo, Corbett (2005,p.127), quando maior for o tamanho do lote, maior o tempo que ele
levará para ser processado, [...] o que a aumentará o custo de carregamento desse estoque. Corbett
(2005) afirma também que para que um lote tenha um custo mínimo por unidade, é necessário
realizar o cálculo do lote econômico. O lote econômico é uma técnica que se usa para achar o meio
termo entre os custos, analisando o que pode ser sacrificado de cada custo para que consiga atingir
um custo unitário mínimo de processamentos.
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Para o professor Meireles da faculdade de Uni Palmares, a diferença entre LEP (Lote
Econômico de Produção) e LEC (lote econômico de Compras), é que no LEC, todo lote é entregue
de uma vez só e instantaneamente. Para Correia (2006), o LEC (lote econômico de compra),
também denominado EOQ (economical order quantity), gira em torno de um ponto ideal, onde a
compra será mais econômica para a empresa. De acordo com o autor, esse ponto é o que possui
menor custo total quando ocorre uma equivalência entre o custo do pedido.
Professor Meireles também ressalta o LEP, Lote Econômico de Produção, que também pode
ser chamado de Lote Econômico de Fabricação, onde a empresa fabrica internamente um ou
diversos itens que serão usados na fabricação de outro item, por exemplo, uma empresa que fabrica
impressoras e fabrica também o cartucho de tintas que vai dentro da impressora.
Para Rocha (1995), o Lote Econômico de Produção constitui que a empresa determina a
quantidade de um lote para ser fabricado, podendo-se iniciar a produção apenas com a conclusão
dos lotes produzidos até o final.
Segundo Slack, (2009, p.367) O Lote Econômico de Produção é uma razoável aproximação
dos tamanhos dos lotes médios, principalmente, para as empresas que estão iniciando um processo
de planejamento, e controle de produção.
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igual a demanda, ou 2 lotes iguais a metade da demanda, ou 10 pequenos lotes iguais a 10% da
demanda. Qual é a opção mais barata? entendendo o lote econômico de produção. Para apresentar
a fórmula, vamos antes apresentar individualmente cada componente dela: – iremos fabricar um
lote para atender a uma demanda que chamaremos (matematicamente) de D; – o tamanho de cada
lote fabricado será chamado de Q – obviamente Q é menor do que D, ou se fabricarmos apenas um
lote, Q = D; – assim, o número de lotes fabricados será chamado de N e pode ser calculado por D/Q;
– o custo de fabricação de uma peça (custo unitário) é Cf; – o custo de setup da máquina
(preparação) é Cs; – taxa de juros do período é i;
Assim como no Lote Econômico de Compras, o Lote Econômico de Produção também tem
algumas suposições para tornar a fórmula e sua aplicação mais simples. Dentre elas estão:
fabricação instantânea, consumo constante do estoque, dados conhecidos com certeza (sem
variações estatísticas) e o custo de estoque pode ser aproximado pelo estoque médio.
Com uma matemática não muito complexa (derivada do custo total em relação ao tamanho do
lote, para minimizar o custo total de fabricação), chega-se ao valor do Lote Econômico de
Fabricação Q*: tamanho do lote econômico de fabricação ou de produção (fórmula)
Vale lembrar que é possível deixar esta fórmula mais completa se adicionarmos taxas de
produção e taxas de consumo, quebrando algumas suposições iniciais do modelo. Assim como no
Lote Econômico de Compras, o LEP também deve ser arredondado, pois pequenas variações em
torno de Q* não vão alterar grandemente o custo total.
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Agora vamos achar qual a quantidade do lote a ser fabricado por cada produto (LEP)
A fórmula é a seguinte:
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Atribuindo os valores:
● O número de itens desse produto a ser adquirido em cada lote de forma a se garantir o menor custo de gestão anual
para o mesmo.
● Qual deve ser o tempo que a empresa trabalha com cada lote recebido.
● Defina uma quantidade para sinalizar o momento de pedir e calcule o lead-time respectivo.
Passada a fórmula:
Então:
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Logo:
LEC=333 unidades
Para que seja garantido o menor custo da gestão anual, é preciso ser produzido 333 unidades por lote.
Segundo item:
Qual deve ser o tempo que a empresa trabalha com cada lote recebido.
Agora vamos calcular o tempo que cata lote leva para ser produzido.
Então:
Logo:
Tempo de produção de lote≅24 dias
O tempo previsto para a produção de cada lote é de 24 dias aproximadamente.
Terceiro item:
Defina uma quantidade para sinalizar o momento de pedir e calcule o lead-time respectivo.
A quantidade sugerida pelo professor para que seja sinalizado o momento de fazer o pedido foi de 20% do LEC, porém isso
fica a critério de cada pessoa ou de acordo com as necessidades de cada indústria.
Seguindo a sugestão do professor, a quantidade que indica o momento de pedido será 20% do valor do LEC, no caso será
aproximadamente 66 unidades.
Logo:
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Então:
Lead-time≅8 dias
O tempo de lead-time ou de ressuprimento será aproximadamente 8 dias.
c) Arranjo Físico Linear, onde o produto se move, mas os homens e máquinas permanecem fixos
todo o tempo. São linhas dedicadas de produção.
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