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ANÁLISE DA CAPACIDADE PRODUTIVA DA EMPRESA MOTHER'S


LOVE

Fabio Luiz Hoffmann Silva


Julia Platt
Luana de Souza
Vinícius Fölzke

RESUMO
O objetivo deste estudo é analisar como as atividades do Planejamento e Controle da
Produção (PCP) são realizadas na prática em uma empresa que atua no setor têxtil,
verificando sua capacidade produtiva e como a organização gerencia sua produção, visa
também apresentar melhorias na eficiência da produção a partir da análise de capacidade
produtiva da loja em questão, através de uma pesquisa de campo na Mother 's Love,
localizada na cidade de São José, Santa Catarina. Por meio da pesquisa, foi possível observar
o funcionamento e associar a aplicação dos estudos presentes na literatura com o praticado
pela empresa. Observou-se como resultados na empresa a baixa utilização de sistema de
gerenciamento; entretanto, posteriormente, a proprietária, através de indicações dos autores,
conseguiu enxergar os potenciais ganhos na utilização dos sistemas, aos melhoramentos na
qualidade do produto, na redução dos níveis de estoque, no acompanhamento e no controle da
produção e cumprimentos de prazos de entrega dos pedidos.

Palavras-chave: Gestão de Produção. Capacidade Produtiva. Planejamento de Produção.

1.0 INTRODUÇÃO
Neste capítulo será apresentado a contextualização do tema, a apresentação do
problema, o objetivo geral, os objetivos específicos e a justificativa da realização do mesmo.
A presente pesquisa resolveu responder a seguinte pergunta: como tornar o processo
de fabricação de Biquinis mais eficiente?
Para responder a questão acima, foi proposto como objetivo do trabalho propor
melhorias na eficiência de produção, a partir da medição da capacidade de produção da loja
Mother 's Love na Região de São José, Santa Catarina.
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1.1 CONTEXTUALIZAÇÃO DO TEMA


Assim como em outras áreas, a estratégia de produção é desenvolvida através da
estratégia da empresa, que deve ser desenvolvida com a finalidade de planejar a curto, médio
e longo prazo a melhor forma de utilização dos recursos da empresa, estabelecendo sincronia
entre eles, isso juntamente com as outras áreas da empresa, para que ao final, a entrega esteja
de qualidade e com a maior agilidade possível, a fim de atingir os objetivos da empresa.
Por exemplo, assim que o cliente realiza um pedido é necessário saber as previsões de
custos e desembolsos, previsões de próximas vendas e fornecedores que abastecem a
produção com os insumos necessários. Assim, é estipulado que aconteça tudo no prazo
esperado. Portanto, ao estudar e compreender a gestão da empresa será possível obter uma
maior eficiência, minimizando os custos e aumentando a produtividade, podendo ampliar a
capacidade competitiva da organização.
No presente trabalho iremos realizar uma análise da capacidade produtiva da empresa
Mother’s Love, uma empresa do segmento têxtil produtora de biquínis em pequena escala,
situada em São José-SC, onde através dos conhecimentos teóricos estudados, realizaremos
uma pesquisa para verificar a produtividade da organização, e a possibilidade de utilização
dos equipamentos e mão de obra de maneira mais eficiente.

1.2 OBJETIVOS

1.21 OBJETIVO GERAL


O objetivo geral deste artigo é analisar o processo produtivo da organização Mother 's
Love.

1.22 OBJETIVOS ESPECÍFICOS

A - Compreender a capacidade de cada equipamento da empresa.


B - Verificar se a mão de obra disponível atende a real demanda da produção.
C - Analisar se é necessário a aquisição de novos equipamentos.

1.3 JUSTIFICATIVA
Para serem eficazes, as organizações precisam de objetivos focados e claros, além de
estratégias adequadas para que seja possível alcançá-los. (DAFT, Richard L. 2008). Dentre os
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principais processos internos, a capacidade produtiva das empresas torna-se imprescindível


para a manutenção dos processos e alcance dos resultados de uma organização.
A pesquisa torna-se relevante para atrair os resultados calculados através da aplicação
dos estudos teóricos sobre capacidade produtiva e gestão da produção. Os ajustes podem ser
realizados de acordo com a necessidade da organização. O objetivo da pesquisa salienta a
pauta de analisar e contribuir com a evolução da empresa, buscando um padrão de qualidade
produtivo que reforce os critérios de eficácia e eficiência da organização.
A principal causa da possibilidade de realização é através de nossa participante, que
possui um cargo chave na organização, possibilitando a coleta de dados e informações
necessárias para a pesquisa, além de não necessitar custos com deslocamento e comunicação
com a empresa.

2 REVISÃO DE LITERATURA
Com base em estudos baseados em livros e artigos, os argumentos dos próximos
tópicos servirá como base para o presente artigo. Abrangendo os seguintes tópicos: Gestão da
Produção; Capacidade Produtiva e Planejamento de Produção.

2.1 GESTÃO DE PRODUÇÃO


Segundo Lopes (2010) Gestão da Produção é a atividade de gerenciamento de recursos
escassos e processos que produzem e entregam bens e serviços, visando a atender as
necessidades e/ou desejos de qualidade, tempo e custo de seus clientes.
Que gera um valor para os clientes, incluindo algum tipo de produtos e serviços, por
mais que não tenha o nome de produção dentro da organização. Toda organização, vise ela ao
lucro ou não, tem dentro de si uma função de produção. (LOPES, 2010)
Devendo ser criativa e inovadora, como introduzir métodos que possam melhorar sua
produção de bens e serviços. Se a produção puder fazer isso, proporcionará a organização
meios de sobrevivência a longo prazo, porque dará a ela uma vantagem competitiva sobre
seus rivais comerciais (Slack et al., 2002)
De acordo com Lopes (2010), a função produção na organização representa a reunião
de recursos destinados à produção de seus bens e serviços. Todas as organizações produzem
bens e serviços de certa forma.
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2.2 CAPACIDADE PRODUTIVA


Segundo Marques (2012), a capacidade produtiva é o volume máximo de atividade e
produção de peças ou produtos que pode ser atingido por uma unidade produtiva em um
determinado período de tempo. O que significa não apenas determinar a capacidade de uma
máquina, mas sim a capacidade de produção atingível mesmo com as adversidades que
influenciam seu resultado final, existindo alguns fatores que podem influenciar direta ou
indiretamente a produção máxima que uma máquina pode gerar, sendo eles humanos,
operacionais ou externos de acordo com hipóteses assumidas, como a quantidade de turno de
trabalho, quantidade de frequência de paradas para manutenção, quantidade de horas extras,
entre outros.
A taxa planejada de utilização do equipamento, após o investimento ser realizado, será
feita de acordo com a demanda e de acordo com o planejamento das condições em que o
equipamento irá operar. Daí surge a possibilidade de se tomar decisões sobre quantos
equipamentos devem ser adquiridos para tal finalidade (FEIJÓ, 2006).
De acordo com Marques (2012), para definir a capacidade produtiva é necessário
avaliar a capacidade atual do equipamento, as projeções futuras, impactos financeiros e os
riscos que envolvem essas mudanças.

2.3 PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO


Para atingir seus objetivos e utilizar de maneira eficiente seus recursos, as
organizações não produzem imprevistamente e nem funcionam de supetão. Elas necessitam
planejar, antecipadamente e controlar adequadamente sua produção. Por isso, existe o
Planejamento e Controle da Produção (PCP), conhecido também por: Planejamento,
Programação e Controle da Produção (PPCP). O PCP ou PPCP objetiva aumentar a eficiência
(fazer as coisas corretamente, acertadamente) e a eficácia (fazer as coisas que são importantes,
os objetivos propostos pela empresa), obedecendo à estratégia de manufatura adotada pela
empresa que deve estar alinhada com a estratégia do negócio.
Arnold (1999), divide o sistema de produção em cinco fases distintas, cada uma delas
com uma perspectiva e nível de desenvolvimento próprio. São eles:
a) Plano estratégico de negócios
b) Plano de produção
c) Programa mestre de produção (MPS – Master Production Schedule)
d) Plano de necessidades de materiais (MRP – Material Requirements Plan)
e) Controle da atividade de compras e produção (SFC – Shop Floor Control )
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Apesar de todos serem importantes para o sistema produtivo, iremos focar este tópico
no plano de produção que consiste em definir as quantidades de produtos fabricados, os níveis
de estoque e a necessidade de recursos que serão empregados na produção, visa os produtos
como famílias e tem horizonte entre seis e dezoito meses.
O que interfere, também, nos resultados da empresa é o seu arranjo físico, pois ele
pode gerar otimização das condições de trabalho. O ambiente ocorre de acordo com a
sequência operacional, focando na redução de perdas por deslocamento de materiais e no
custo, e refletindo na produtividade e na gestão visual (BIERMANN, 2007).
A escolha do sistema de produção mais ajustado para a empresa é uma decisão
relevante para que os planos definidos na estratégia sejam atingidos. O sistema de produção
deverá ocorrer às características particulares da empresa com a finalidade de tornar-se
eficiente e suprir suas necessidades (FADANELLI, 2007).

3.0 METODOLOGIA
O estudo se enquadra na categoria descritiva, tendo em vista o interesse em
compreender e descrever o processo produtivo da empresa Mother’s Love.
A pesquisa descritiva concentra-se em reunir um amplo conjunto de informações sobre
o tema escolhido, a fim de estruturar a pesquisa. Além da coleta e ordenação das informações,
este tipo de pesquisa também consegue analisar a relação entre variáveis distintas
(TRIVINÕS, 1987). De acordo com Gil (2002), este tipo de pesquisa foca em descrever
aspectos de uma população ou fenômeno, fazendo o uso de técnicas padronizadas para a
coleta de dados, como a aplicação de questionários, entrevistas e observações sistemáticas.
No que tange os procedimentos, o presente artigo se configura como um estudo de
caso, pois fora desenvolvido em torno de um caso singular de uma determinada área da
empresa, neste caso, a área da produção. Conforme descrito por Gil (1991), o estudo de caso
constitui-se em um estudo aprofundado e exaustivo de um ou mais objetos, de modo que o
conhecimento acerca do estudo possa ser ampliado e detalhado. Triviños (1987) alega que
nestes procedimentos as análises são em sua maioria qualitativas, apesar de algumas
conclusões serem fundamentadas quantitativamente. A abordagem deste artigo será do tipo
quantitativa.
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4.0 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS


Coletamos junto com a costureira as etapas de produção de um biquíni para maior
embasamento nos cálculos, as etapas estão descritas na tabela 1 abaixo:
Tabela 1 - Processo de Fabricação de Biquíni

ETAPA 1 - Separação do molde


- Os moldes estão todos separados em pastas com o nome do
modelo, para ficar mais fácil a localização na hora de fazer as
peças.

ETAPA 2 - Cortar tecido e forro


- Tempo: 20min

ETAPA 3 - Trocar a linha das máquinas


- Tempo: 5min

ETAPA 4 - Montar a peça (Sutiã e Calcinha)


- Maquina: overloque
- Tempo: 33min

ETAPA 5 - Fazer bainha nas peças (costurar os elásticos do Sutiã e da


Calcinha)
- Penúltima etapa da calcinha
- Máquina: cobertura
- Tempo: 8min

ETAPA 6 - unir as peças do sutiã


- máquina: reta
- Tempo: 4min

ETAPA 7 - Colocar a base do sutiã


- máquina pespontadeira
- Tempo: 4min

ETAPA 8 - Costurar os acabamentos do sutiã


- Colocar o aro
- Máquina reta
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- Tempo: 7min

ETAPA 9 - Costurar a alça


- Máquina cobertura
- Tempo: 14min

ETAPA 10 - Costurar acabamentos da alça


- Costurar acabamentos da peça
- Máquina reta
- Tempo: 10min

ETAPA 11 - Costurar as etiquetas (calcinha e sutiã)


- Colocar os terminais (sutiã)
- Última etapa da calcinha e do sutiã
- Etapa manual
- Tempo: 5min

PERCA DE - Escapar a linha da máquina


TEMPO - Arrebentar a linha
- Escapar o tecido da costura
- Ter que desmanchar algum detalhe que deu errado

Total real - 1h10 (com desperdício de tempo)

Fonte: Dados coletados pelos autores da pesquisa, 2022.

Com base na coleta de dados, nos preparamos para a separação das atividades
rotineiras que levam à diminuição do rendimento pela interrupção do processo produtivo.
Atividades que desperdiçam tempo são: trocar a linha, quando há outras cores de biquínis, a
linha precisa ser trocada; trocar o produto, cortando o tecido de outras cores; quebrar a agulha,
quando a agulha está quebrada; vazamento das costuras , quando as costuras do tecido vazam
e precisam ser refeitas; algum detalhe que deu errado precisa ser desfeito, quando algum
detalhe que deu errado precisa ser refeito; troca, quando a peça é devolvida para troca e uma
nova peça precisa ser ser feito. Esses dados são mostrados mais especificamente na Tabela 2:
Tabela 2 - Atividades Planejadas e Não Planejadas
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ATIVIDADES PLANEJADAS ATIVIDADES NÃO


(INEVITÁVEIS) PLANEJADAS (EVITÁVEIS)

Mudança de Produto 0,5 h Troca 1h

Troca de Linha 0,16 h Quebra de Agulha 0,16 h=

Cortar Tecido 0,5 h Arrematar Linha 0,16 h

Costurar Tecido 1h10 Escapar a Linha 0,16 h

Total 2h20 Total 1h30


Fonte: Dados coletados pelos autores da pesquisa, 2022.

Com base na análise da Tabela 2, podemos observar que as atividades planejadas


levaram um total de 2 horas e 20 minutos para serem confeccionadas por peça, enquanto as
atividades não planejadas,resultaram em um tempo de produção de 1 hora e 30 minutos por
peça. Portanto, com base nesses dados, os dados de produção têxtil podem ser analisados da
seguinte forma.

4.1 CÁLCULOS DE CAPACIDADE

Segundo o responsável pela produção, a capacidade de produção da loja em estudo é


de 1 peça por hora. Portanto, essa quantidade é multiplicada pelas 28 horas trabalhadas por
semana, totalizando 28 peças por semana, conforme cálculo abaixo. Para chegar a esse
resultado, foi considerado o tempo total disponível para produção.
Capacidade do Projeto = Peça/h X h trabalhadas na semana
Capacidade do Projeto = 1 X 28
Capacidade do Projeto = 28 Peças/hora
Para o cálculo da capacidade efetiva, foram descontadas todas as paradas planejadas
ou inevitáveis especificadas na Tabela 2. Por conseguinte, das 28 horas semanais disponíveis,
restaram 25,8h de trabalho, que multiplicado pela quantidade produzida por hora dará um
valor de 28,5 Peças/Semana, como pode ser observado no cálculo a seguir:
𝐶𝑎𝑝𝑎𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑒𝑓𝑒𝑡𝑖𝑣𝑎 = 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒/ℎ × (ℎ 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑎𝑑𝑎𝑠 − 𝑝𝑎𝑟𝑎𝑑𝑎𝑠
𝑝𝑙𝑎𝑛𝑒𝑗adas )
𝐶𝑎𝑝𝑎𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑒𝑓𝑒𝑡𝑖𝑣𝑎 = 1 × (28 – 2,20)
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𝐶𝑎𝑝𝑎𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑒𝑓𝑒𝑡𝑖𝑣𝑎 = 1 × (25,8)


𝐶𝑎𝑝𝑎𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑒𝑓𝑒𝑡𝑖𝑣𝑎 = 25,8 Peças/Semana
A próxima etapa foi calcular a quantidade produção real, que não leva em
consideração também as paradas não planejadas, sendo consideradas somente o que realmente
foi trabalhado. Por conseguinte, das 28 horas semanais, subtrai-se as paradas das atividades
planejadas e não planejadas, que totalizam 24,5 horas de trabalho executado, que multiplicado
pela quantidade de peças produzidas por hora, resultará ao valor de 24,5 peças/semana de
biquíni, conforme ilustrado no cálculo abaixo:
𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜 𝑟𝑒𝑎𝑙 = 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒/ℎ × (ℎ 𝑡𝑟𝑎𝑏𝑎𝑙ℎ𝑎𝑑𝑎𝑠 − 𝑝𝑎𝑟𝑎𝑑𝑎𝑠
𝑝𝑙𝑎𝑛𝑒𝑗adas −𝑝𝑎𝑟𝑎𝑑𝑎𝑠 𝑛ã𝑜 𝑝𝑙𝑎𝑛𝑒𝑗adas)
𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜 𝑟𝑒𝑎𝑙 = 1 × (28 – 2,2 – 1,30)
𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜 𝑟𝑒𝑎𝑙 = 1 × (24,5)
𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜 𝑟𝑒𝑎𝑙 = 24,5 Peça/S𝑒𝑚𝑎𝑛𝑎
Com os dados obtidos, foi possível calcular os dados de utilização e eficiência. A
utilização nos demonstra o percentual de uso da capacidade disponível e a eficiência nos
indica a eficiência do sistema produtivo na execução de procedimentos já visados.
Para o cálculo da utilização, é usado o volume de produção real, dividido pelo valor da
capacidade de projeto e multiplicado o resultado por 100 para chegar ao valor de percentual.
𝑈𝑡𝑖𝑙𝑖𝑧𝑎çã𝑜 = 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑎 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜 𝑟𝑒𝑎𝑙 / 𝐶𝑎𝑝𝑎𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑑𝑒 𝑝𝑟𝑜𝑗𝑒𝑡𝑜 × 100
𝑈𝑡𝑖𝑙𝑖𝑧𝑎çã𝑜 = 24,5 / 25,8 × 100
𝑈𝑡𝑖𝑙𝑖𝑧𝑎çã𝑜 = 0,94 × 100
𝑈𝑡𝑖𝑙𝑖𝑧𝑎çã𝑜 = 94%
Com o resultado do cálculo de utilização, foi possível obter o resultado do índice de
94% de utilização do processo de fabricação. Para haver um aumento na produtividade, os
gestores podem procurar trabalhar nesse índice.
Já para o cálculo de eficiência, é utilizado o volume de produção real, dividida pelo
valor da capacidade efetiva e multiplicando o resultado por 100 para se chegar ao valor em
percentual, conforme está representado no cálculo abaixo.
𝐸𝑓𝑖𝑐𝑖ê𝑛𝑐𝑖𝑎 = 𝑉𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑑𝑎 𝑝𝑟𝑜𝑑𝑢çã𝑜 𝑟𝑒𝑎𝑙 / 𝐶𝑎𝑝𝑎𝑐𝑖𝑑𝑎𝑑𝑒 𝑒𝑓𝑒𝑡𝑖𝑣𝑎 × 100
𝐸𝑓𝑖𝑐𝑖ê𝑛𝑐𝑖𝑎 = 24,4 / 28 × 100
𝐸𝑓𝑖𝑐𝑖ê𝑛𝑐𝑖𝑎 = 0,875 × 100
𝐸𝑓𝑖𝑐𝑖ê𝑛𝑐𝑖𝑎 = 87,5%
Através desse cálculo, obteve-se o resultado do índice de 87,5% de eficiência no
processo de fabricação.
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5 CONCLUSÕES
O presente artigo tinha como propósito a reunião de informações, para melhor
compreensão e propor melhorias para o processo produtivo da organização Mother´s Love,
com base nos cálculos de eficiência e utilização, levando em consideração que a carga horária
por dia de produção são de 4 hrs, com os cálculos obtivemos que a produção está dentro dos
padrões, porém, aumentando a carga horária diária e a contratação de mais mão de obra
qualificada é possível atender uma demanda maior de clientes e pedidos, podendo acarretar
num maior desenvolvimento e crescimento da organização.
Com relação aos objetivos referentes às máquinas e mão de obra, chegou- se a
conclusão que o processo afunila principalmente nas etapas 2,4 e 7. Onde a mão de obra não é
suficiente para atender o tempo necessário. Foi estipulada uma meta de realizar cada processo
entre 5 e 10 minutos para manter a fluidez e realização da fabricação.
Para atingir uma capacidade realmente eficiente na produção, seria necessário
contratar mais um colaborador para a “Etapa 2”, onde seriam realizados dois cortes de tecidos
em um tempo máximo de 20 minutos. Para a “Etapa 3” ser efetiva sem gargalos, seria
necessário anexar mais duas pessoas trabalhando e mantendo um tempo médio de 3 peças em
33 minutos, agilizando o processo como um todo. Já na “Etapa 9”, o ideal seria duas pessoas
trabalhando para manter o processo fluindo. Ou seja, ao menos mais um colaborador tornaria
a produção mais ágil e eficiente, já para atingir a capacidade máxima, o ideal seria reduzir o
tempo da “Etapa 4” ou colocar mais uma pessoa para trabalhar.
Em relação aos equipamentos, para realizar as melhorias citadas anteriormente, seria
necessário adquirir mais materiais para outro colaborador realizar os cortes manuais, além de
mais uma máquina overloque e outra máquina cobertura.
Com relação à análise do processo, pode ser realizada como um todo de maneira
eficiente, principalmente por se tratar de uma empresa pequena em ascensão, onde através de
novos estudos e algumas tentativas, pode melhorar ainda mais um processo que já funciona de
maneira eficiente para atender a demanda necessária.
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REFERÊNCIAS

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Rimoli; Lenita R. Esteves, São Paulo: Atlas, 1999.

BERTIN, Emerson et al. Análise da capacidade produtiva de um moinho de farinha de


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BIERMANN, M. J. E. Gestão do processo produtivo. Porto Alegre: SEBRAE/RS, 2007.

COSTA, Isaque Santiago Amaro; DOS SANTOS GURGEL, Jorge; DA COSTA SOUZA,
Andréa Moura. FUNÇÕES E APLICAÇÕES DAS ATIVIDADES DO PLANEJAMENTO E
CONTROLE DA PRODUÇÃO EM UMA INDÚSTRIA DE INSUMOS PARA EMPRESAS
DO SETOR TÊXTIL DO CEARÁ. Revista Gestão em Análise, v. 9, n. 2, p. 159-168, 2020.

DAFT, Richard L. The Leadership Experience. 4th Edition, Thomson Corporation,


Stamford, 2008.

FADANELLI, Vicente Gravina. A utilização do método da unidade de esforço de


produção como modelo de gestão de custos: o caso de uma empresa do ramo
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do Rio Grande do Sul, Porto Alegre.

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