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RESUMO
O presente artigo apresenta uma discussão acerca do layout empregado na empresa Friobom,
tendo como objetivo identificar se o arranjo físico utilizado está empregado eficientemente de
forma a melhorar a qualidade do processo produtivo. A metodologia utilizada é do tipo
descritiva com caráter quanti-qualitativa contendo um questionário estruturado em Escala de
Likert, aplicado aos funcionários da produção, além de uma entrevista com o gestor e uso da
observação do processo produtivo. Os resultados sugerem que os colaboradores ficaram
divididos tanto em relação a eficiência do arranjo físico atual, quanto a uma mudança no layout
para otimizar o tempo do processo produtivo. Os resultados sugerem ainda que o gestor acredita
que há sim um formato de layout mais eficiente que poderia ser empregado na produção, porém
devido a problemas estruturais ele necessitaria de tempo e investimento para realizar tais
mudanças. Percebe-se que, apesar da produção não estar usufruindo da sua capacidade máxima,
ainda assim ela não atrapalha o objetivo principal da empresa, que é proporcionar muita
variedade de produtos para seus diversos públicos.
ABSTRACT
This paper presents a discussion about the layout used in the company Friobom, in order to
identify if the physical arrangement is put efficiently in order to improve the production process
quality. The methodology used is of the descriptive type with a quantitative-qualitative
character, containing a questionnaire structured in Likert Scale, applied to the production
employees, and also an interview with the manager and use of the production process
observation. Results suggest the employees were divided both in relation to the efficiency of
the current physical arrangement and reggard a change in the layout to optimize the time of the
productive process. Results also suggest the manager believes there is a more efficient layout
format that could be used in the production, but due to structural problems it would require time
and investment to make such changes. Although production is not enjoying its maximum
capacity, it still does not disrupt the main objective of the company, which is to provide a wide
variety of products for its various audiences.
1
Bacharelando em Administração na UFRN/CERES, Campus Currais Novos.
2
Bacharelando em Administração na UFRN/CERES, Campus Currais Novos.
3
Bacharelanda em Administração na UFRN/CERES, Campus Currais Novos.
4
Mestre em Engenharia de Produção (UFRN), Professor na UFRN/CERES, Campus Currais Novos.
1. INTRODUÇÃO
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.3 LAYOUT
O layout, ou arranjo físico, é um dos principais pontos que devem ser planejados com
bastante cautela quando uma organização busca qualidade no processo produtivo, tendo em
vista que este “se refere ao planejamento do espaço físico a ser ocupado e representa a
disposição de máquinas e equipamentos necessários à produção dos produtos/serviços da
empresa” (CHIAVENATO, 2005, p. 86). Pensar no arranjo físico significa tomar decisões
visualizando o processo produtivo como um todo e buscar sempre a melhor forma de como
dispor os seus recursos de transformação para trazer praticidade para a produção, pensando no
fluxo de materiais, informações ou, até mesmo, pessoas.
As decisões sobre o layout de uma produção influenciam em diversas variáveis. Moreira
(2008) explicita três principais motivos que mostra a relevância de tomar posicionamentos
pensando no arranjo físico. O primeiro deles é sobre como o arranjo pode afetar a produtividade
das operações, de forma que se houver um planejamento estratégico sobre esse setor da
empresa, podemos maximizar resultados utilizando os mesmos recursos de antes, sem realizar
mais investimentos. O segundo motivo assemelha-se ao primeiro, porém diferencia-se quando
se relaciona com mudanças no arranjo físico que ocasionam em menores gastos na produção.
Além disso, pensar estrategicamente no layout evita modificações constantes nos fluxos de
operações e, automaticamente, reduz consideravelmente os custos e evita dificuldades técnicas
para futuras reversões, impedindo que operações sejam interrompidas por má colocação de
equipamentos e instalações.
Moreira (2008, p.239) atenta-se que nada é imutável e reforça que
Simplificando, arranjo físico é, normalmente, aquilo que se tem o primeiro contato dentro
da produção, pois representa a aparência desse processo. Um layout desorganizado gera um
fluxo confuso dos recursos, acarreta em um tempo longo de produção, mão-de-obra ociosa,
operações inflexíveis, além de uma fila de clientes insatisfeitos. Não bastando isso, pode causar
uma má impressão, sobretudo nas empresas que possuem visibilidade alta dos seus processos
produtivos para os clientes, acarretando até em possíveis perdas da clientela devido essa
desorganização. Slack, Brandon-Jones e Johnston (2017) ressaltam que o planejamento do
arranjo físico precisa começar com uma avaliação clara dos objetivos que o layout busca atingir.
No entanto, isso é apenas o início de um estágio que influencia excessivamente a produção.
Definir claramente os objetivos é essencial para a realização da escolha sobre qual o
tipo de layout que será implementado na organização. Existem diversas formas de se organizar
o arranjo físico de uma produção, porém Slack, Brandon-Jones e Johnston (2017) elencam os
quatro tipos mais comuns de layouts utilizados nas organizações:
Arranjo físico de posição fixa - Esse modelo de layout se caracteriza pelos recursos
transformados ficarem imóveis enquanto os recursos de transformação, como equipamentos e
pessoas, movem-se a medida que vai sendo necessário. Esse tipo de arranjo é comum para
produção de itens de larga escala, que possuem uma grande dificuldade de serem deslocados,
como, por exemplo, construções navais e civis;
Arranjo físico funcional - Neste formato de layout, os recursos similares estão
localizados juntos, e isso se dá pelo fato de que é conveniente agrupá-los para que a utilização
dos recursos transformadores se dê de uma forma eficiente. Dessa forma, quando recursos como
informações, produtos ou clientes percorrem pela operação, estes fazem rotas diferenciadas,
pois possuem necessidades diferenciadas, ou seja, nesse caso, os recursos transformados se
movimentam ao invés dos transformadores;
Arranjo físico celular - É caracterizado pelos recursos transformados entrando na
operação como pré-selecionados para movimentar-se para uma setor específico da operação.
Após passarem por uma determinada célula, os recursos transformados poderão seguir para
outra célula;
Arranjo físico por produto - Nesse tipo de layout os recursos transformados seguem um
fluxo ao longo de uma linha de processo, se tornando previsível e fácil de controlar. Além de
possuir um roteiro pré-definido, na qual a ordem de atividades propostas corresponde com a
sequência dos processos pensados para o arranjo físico anteriormente.
Pode acontecer alguns casos em que as organizações combinam elementos de vários
tipos de layouts distintos ao mesmo tempo para suprir uma necessidade diferenciada das
empresas, criando até seu próprio layout. Tudo isso vai resultar se a empresa foca o seu processo
produtivo nas características de volume ou variedade, aspectos esses que determinam o roteiro
da produção e como se dará o fluxo desta.
3. RESULTADOS
A empresa Friobom dispõe para a produção dos seus produtos o total de 5 máquinas.
Uma máquina para fazer as caldas que serão utilizadas para a produção, uma para a
pasteurização, que é utilizada no processo produtivo dos sorvetes, uma para a produção do
picolé, uma embaladora de picolé e uma máquina para a produção do sorvete.
O layout empregado na empresa é do tipo funcional, no qual as máquinas e os processos
são dispostos por tipo, criando setores com máquinas destinada a mesma área tendo como
vantagem a possibilidade de ter variedade alta na produção. O arranjo físico usado pela empresa
está ilustrado na imagem a seguir:
Figura 1 - Layout utilizado pela empresa
Fonte: Os autores.
A empresa produz 2 tipos de produtos, que utilizam, no início do processo de produção
a mesma máquina e depois seguem fluxos diferentes. O fluxo da produção do picolé começa
com a máquina de caldas, em seguida a máquina de picolés e depois a máquina de embalar,
seguindo após para o estoque.
Figura 2 – Fluxo de produção do picolé
Fonte: Os autores.
Já o fluxo de produção do sorvete começa na máquina de caldas, em seguida passando
pelo pasteurizador e logo após a máquina de sorvete, depois de pronto segue para o estoque.
Figura 3 – Fluxo de produção de sorvete
Fonte: Os autores.
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS
Por meio do presente artigo foi possível perceber a importância do layout no processo
produtivo das empresas e os diversos aspectos que devem ser levados em consideração no
momento de escolher a forma como as máquinas e equipamentos estarão dispostos no ambiente
físico das organizações. Com essas informações, realizou-se uma avaliação do arranjo físico
empregado na empresa Friobom, para determinar se esse está posto de maneira eficiente para
que o processo produtivo da empresa tenha qualidade.
Os dados obtidos mostraram que o layout atual não é totalmente ideal para que a
produção ocorra sem perdas e tenha seu tempo otimizado. No entanto, tendo em vista que o
objetivo da organização é disponibilizar uma grande variedade de sabores para seus clientes,
buscando abranger um público alvo composto por pessoas de todas as faixas etárias, e não
produzir em larga escala, com um volume demasiadamente alto, o arranjo físico está suprindo
essa necessidade e ajudando a atender a demanda atual da empresa.
Os problemas mais significativos encontrados no layout utilizado atualmente são
causados pela estrutura física da empresa, como a questão das torres de resfriamento que
impossibilitam uma modificação expressiva no posicionamento das máquinas. No entanto,
enquanto a questão estrutural não é alterada, sugere-se o layout da figura 4 para que haja um
melhor desempenho na operacionalização dos 2 fluxos de produção utilizados pela empresa.
No modelo sugerido foi feita a mudança na posição de 2 máquinas. A máquina de
pasteurização, que antes ficava entre a máquina de caldas e a máquina de picolés, agora ficaria
ao lado da máquina de sorvete, tendo em vista que a produção do sorvete depende do processo
dessa máquina e trazendo ela para mais próximo irá otimizar a produção. A segunda sugestão
de alteração foi na máquina de embalagem, que fica logo depois da máquina de sorvete, um
pouco afastada da máquina de picolé, esta que é a máquina utilizada no processo anterior ao de
embalagem. Visto isso, sugere-se que a embaladora fique do lado da máquina de picolé para
uma maior eficiência na utilização das duas máquinas.
Figura 4 – Sugestão de layout para a empresa Friobom
Fonte: Os autores
REFERÊNCIAS