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Organização e Administração

Escolar (OAE)

dr. Alexandre Fernando Dambe, MEd


alexandre.vishell@gmail.com
alexandre.dambe@uem.mz
Maputo, Marco de 2019
Tema 2: Organização e Gestão das Escolas
Moçambicanas
Processo de Gestão Escolar

1. Planeamento
2. Organização
3. Direcção
4. Controlo
Processo de Gestão Escolar
• Actualmente, em Moçambique, as escolas
encontram-se em um ambiente dinâmico,
competitivo e complexo.
• Para que consigam progredir é necessário que elas
tenham um processo estruturado envolvendo:
• 1. o planeamento,
• 2. a organização,
• 3. a direcção e
• 4. o controle
1. Planeamento
• Qualquer actividade por mais simples que pareça
precisa de ser planificada para que possamos
atingir as metas.
• Nesta perspectiva REIS e REIS (2008)
definem Planeamento como uma
ferramenta administrativa, que possibilita
perceber a realidade, avaliar os caminhos,
construir um referencial futuro, estruturando o
trâmite adequado e reavaliar todo o processo a
que o planeamento se destina.
Cont:
• É importante que o planeamento seja
entendido como um processo cíclico e prático
das determinações do plano, o que lhe
garante continuidade, havendo uma constante
“realimentação” de situações, propostas,
resultados e soluções, lhe conferindo assim
dinamismo, baseado na multidisciplinaridade,
interactividade, num processo contínuo de
tomada de decisões.
Níveis e Tipos de Planeamento
• Na óptica de REIS e REIS (2008) de acordo com os
níveis hierárquicos, distinguem-se dois tipos de
planeamento: planeamento estratégico e operacional.
• O planeamento estratégico considera a escola como
um todo e é elaborado pelos níveis hierárquicos mais
altos da organização.
• Assim designa-se de planeamento estratégico a
qualquer processo sistemático de tomada de decisões
estratégicas que afectam a organização como um todo
permitindo-lhe modificar, melhorar ou consolidar a sua
posição a concorrência.
Cont:
• Em nível operacional identificam os
procedimentos e processos específicos
requeridos nos níveis inferiores da organização,
apresentando planos de acção ou planos
operacionais.
• É elaborado pelos níveis organizacionais
inferiores, com foco nas actividades rotineiras da
empresa, portanto, os planos são desenvolvidos
para períodos de tempo bastante curtos. O Caso
do Planeamento Educacional.
O Planeamento Educacional
• Vai possibilitar a escola uma organização
metodológica do conteúdo a ser desenvolvido
pelos professores na sala de aula, baseado na
necessidade e no conhecimento de mundo dos
alunos, e assim, visando o crescimento do
homem dentro da sociedade.
• Na verdade o planeamento está presente em
nosso dia-a-dia, mesmo que implícito, como o
caso da pessoa que, ao acordar pela manhã
pensa no seu dia, no que vai acontecer ao longo
do percurso dele.
Cont:
• Neste caso, o Planeamento Educacional é um
processo de previsão de necessidades dos meios
materiais e dos recursos humanos disponíveis, a
fim de alcançar os objetivos concretos em prazos
determinados e em etapas definidas.
• É comum ao iniciar o ano letivo, a preocupação das
escolas em formularem seu Planejamento
Educacional, porem o que na verdade precisamos é
saber o que, realmente, um Planejamento
Educacional representa num contexto da Educação.
• O Planeamento Educacional, geralmente, está
integrado à jornada pedagógica que acontece
sempre no inicio de cada ano letivo.
• Sua programação inclui momentos específicos para
discussão entre os seguintes profissionais: os
responsáveis pela articulação do trabalho na rede,
os gestores e os docentes.
• Todos com a responsabilidade de antever ações que
ao longo do ano letivo vão contribuindo para o
desenvolvimento educacional dos seus alunos.
• Por isso, nesse processo é importante garantir que
sejam seguidas três etapas: a elaboração, a
execução e a avaliação.
• Na esfera educacional, o planejamento é o
instrumento que possibilita a disseminação das
políticas publicas educacionais entre gestores,
coordenadores e professores.
• Para que o trabalho do ano todo seja integrado é
essencial acolher os novos professores, dando-lhe
oportunidades de também contribuir com a
elaboração do plano de ações, que são discutidos e
elaborados nas reuniões.
• Esse não é só um momento de distribuição dos
materiais, mas também de compartilhar com toda a
equipe novos materiais adquiridos pela escola
(livros, mapas, jogos, etc.), e se reorganizar de
acordo com as mudanças ocorridas na estrutura
física.
2. Organização
• Segundo LIBÂNEO (2004:97) “ organizar significa
dispor de forma ordenada, articular as partes de um
todo, prover as condições necessárias para realizar
uma acção”.
• No campo da educação, a expressão organização
escolar é frequentemente identificada com
administração escolar, termo que tradicionalmente
caracteriza os princípios e procedimentos referentes a
acção de planejar o trabalho da escola, racionalizar o
uso de recursos (materiais financeiros, intelectuais),
coordenar e controlar o trabalho das pessoas.
Cont:
• O termo cultura organizacional vem directamente
associado à ideia de que as organizações são
marcadas pelas interacções sociais entre as pessoas,
destacando as relações informais que ocorrem na
escola para além de uma visão meramente
burocrática do funcionamento da instituição.
• Essa ideia da escola como um sistema sociocultural
vem suscitando cada vez mais interesse por causa
das suas implicações no funcionamento da escola,
especialmente no projecto pedagógico, na
construção do currículo e nas formas de gestão.
• LIBÂNEO (2004), considera a organização e gestão da
escola de acordo com os seguintes aspectos:
• a) Prover as condições, os meios e todos os recursos
necessários ao óptimo funcionamento da escola e do
trabalho em salas de aulas;
• b) Promover o desenvolvimento das pessoas no
trabalho por meio da participação e fazer o
acompanhamento e a avaliação dessa participação, tendo
como referência os objectivos da aprendizagem;
• c) Garantir a realização da aprendizagem de todos
alunos.
• A direcção pode estar centrada no indivíduo ou no
colectivo, sendo possível uma direcção individualizada ou
numa direcção colectiva ou participativa.
A concepção de Organização Escolar
• Segundo LIBÂNEO (2004) diversos estudos sobre o
processo de organização e gestão apresenta duas
concepções diferentes em relação às finalidades
sociais e políticas da educação:
• a) Na concepção científico-racional (burocrática e
tecnicista) – a escola é tomada como uma realidade
objectiva, neutra, racional e, por isso, pode ser
planejada, organizada e controlada de modo a alcançar
melhores índices de eficácia e eficiência.
• b) Na concepção sociocrítica – a escola é organizada
como um sistema que agrega pessoas, destacando-se o
carácter intencional de suas acções, a importância das
interacções sociais no meio do grupo e as relações da
escolar com o contexto sociocultural e político.
Cont:
• A organização escolar é constituída pela comunidade
educativa, envolvendo os professores, os alunos e os
pais.
• A gestão e tomada de decisões da escolar são feitas
democraticamente.
• A concepção técnico-científica é clássica e burocrática
como a concepção científico racional.
• Ambas são objectivas e limitam-se em atingir os
objectivos seguindo um padrão hierárquico.
• Esse é o modelo mais comum de organização escolar
encontrado na realidade educacional moçambicana,
embora se use uma política sociocrítica na maior
parte das instituições escolares.
3. Direcção
• CHIAVENATO (2009) ̋a direcção é a função administrativa
que se refere ao relacionamento interpessoal do
administrador com os seus subordinados.
• Para que a planificação e organização possam ser eficazes,
eles precisam ser complementados pela orientação e
apoio as pessoas, através de uma adequada comunicação,
liderança e motivação.
• Para dirigir as pessoas o administrador precisa saber
comunicar, liderar e motivar.
• A direcção é uma função administrativa que se distribui
por todos os níveis hierárquicos das organizações, guiando
as actividades dos membros da organização nos rumos
adequados. (aqueles que levam o alcance dos objectivos
organizacionais).
Os estilos de direcção
• Segundo CHIAVENATO (2009) um dos mais
populares expoentes da teoria comportamental da
direcção é o Douglas McGregor, que publicou um
livro clássico no qual chegou a conclusão de que
existem duas maneiras diferentes e antagónicas de
encarar a natureza humana.
• Uma delas é a velha e negativa, baseada na
desconfiança das pessoas.
• A outra é moderna e positiva, baseada na confiança
nas pessoas.
• McGregor denominou-as respectivamente de teoria
X e Teoria Y.
Pressuposições da teoria x Pressuposições da teoria y

- Detestam o trabalho e procuram evita-lo - Gostam de trabalhar e sentem satisfação


sempre em suas
- - São preguiçosas e actividades
indolentes -São aplicadas e tem iniciativa
- - Não tem ambição ou vontade -São capazes de autocontrole
própria -Aceitam
- - Evitam a responsabilidades
responsabilidade -São imaginativas e criativas
- - Resistem as mudanças -Aceitam
- Preferem sentir-se seguras na desafios
rotina -São capazes de auto direcção
- Preferem ser dirigidas a dirigir
A administração pela teoria X A administração pela teoria Y

– Vigilância e fiscalização das – Autocontrole e auto


pessoas direcção
– Desconfiança nas – Confiança nas
pessoas pessoas
– Liberdade e
– Imposição de regras e autonomia
regulamentos – Delegação de
– Descrédito nas responsabilidades
pessoas – Descentralização das decisões na
– Centralização das decisões na base
cúpula – Actividade criativa para as
– Actividade rotineira para as pessoas
pessoas – Democracia e
– Autocracia e participação
comando – Pessoas como parceiros da
– Pessoas Como recursos organização
produtivos
4. Controlo
• Segundo COSTA (1995:29), o controlo é um
conjunto de características mensuráveis do (s)
efeito (s) de um processo, ou seja do (s) seu (s)
produto (s) cujo monitoramento deverá garantir a
satisfação do cliente em relação ao mesmo.
• Para tal, é necessária a definição de função,
identificação dos processos e respectivos
produtos, identificação dos clientes e dos
fornecedores, identificação das necessidades dos
clientes, definição dos itens de controlo para as
características de qualidade, fixação das metas
para itens de controlo.
Cont:
• Para o REIS e REIS (2008:259), controlo de gestão
é um esforço sistemático para fazer coincidir os
indicadores da actividade com os objectivos da
estratégia.
• Em todo o processo de controlo é necessário o
cometimento de todos que fazem parte da
organização de modo que se identifiquem com
todo o processo de controlo e sejam
devidamente aprimorados de informações fiáveis
do que se pretende controlar bem como a
qualidade pretendida pela organização.
Vantagens do controlo
• permite visualizar a variação dos ambientes da
organização, identificar a necessidade de novos
cursos e necessidades formativas da própria
sociedade, novas metodologias, tecnologias
usadas e descobertas, permite aos gestores
verificarem o aumento da complexidade da
organização, permite aos gestores verificarem se
as actividades da organização estão sendo
cumpridas e com qualidade desejada.
Cont:
• Com a globalização e a política de mercado as
organizações escolares em Moçambique estão
muito preocupadas com a qualidade, de
maneiras que possam adquirir ferramentas
básicas para o garante do futuro dos diversos
profissionais e melhoria cada vez mais da vida
humana.
• Para que isso aconteça é necessário que estas
tenham um processo de gestão bem estruturado
para garantir a almejada qualidade
Cont:
• Uma boa planificação das actividades, uma boa
organização, uma boa direcção e um bom controlo
em função dos objectivos preconizados são
fundamentais para o sucesso da instituição escolar.
• A direcção constitui assim um elemento essencial
para a consolidação de boas relações entre
trabalhadores e os gestores e por isso a função
administrativa é responsável pela orientação,
motivação e liderança dos trabalhadores para um
propósito comum com uma gestão orientada para as
pessoas e para os consumidores com uma filosofia
de administração caracterizada pela dedicação, zelo,
cooperação e participação
• Bibliografia
• CHIAVENATO, (2009), Ildaberto, Administração nos Novos
Tempos, 2ª Edição, Elsivier, Rio de Janeiro.
• COSTA, (1995), Rosaque Marques, Implementação da
qualidade total na educação, Belo Orizonte, Editora
Literária Maciel Lda.
• DOS REIS, Lopes e REIS, (2008), Henrique Pimentel: Gestão
Estratégica, Lisboa, Escolar Editor.
• LIBÂNEO, José Carlos, (2004), Organização e Gestão da
Escola – Teoria e Pratica, 5a Edição, Editora Alternativa,
Goiânia.
• SOBRAL Filipe e PECI Alkete, (2002), Administração – Teoria
e Pratica, 2ª Edução, Pearson Prentice, São Paulo.
• Gregório Jorge
Gonçalves

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