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se ter resultados bons. Com isso, o planejamento curricular se restringia à se
mana de planejamento realizada no início do ano, depois não se mexia mais
a não ser no ano seguinte.
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rendimento escolar dos alunos, cumprimento de prazos,presença dos
pais na escola etc.) e qualitativa (grau de atendimento das necessidades e
expectativas, nível de satisfação dos alunos e das famílias,evidências de
comportamento dos alunos etc.).
A importância do projeto na
organização e gestão da escola
Consideremos, inicialmente, os vários entendimentos sobre a noção de
projeto. Em estudos especializados, o projeto está incluído na noção mais
ampla de planejamento. O planejamento seria o processo à previsão de
objetivos, metas, ações, procedimentos como forma de racionalização da
ação. O plano seria o documento mais abrangente que resultado processo
de planejamento, por sua vez subdividido em programas. Os programas ex
plicitariam uma linha de ações globais e cada programa seria detalhado em
projetos. Esse entendimento vigorou durante anos, no Brasil,tm sucessivos
governos. Carvalho (1979, p. 38) um conhecido especialista em teoria do
planejamento, faz uma distinção clara entre esses termos.
-didática com a qual todos possam compartilhar, ainda que ela expresse
princípios e orientações mais gerais. Este é, também, um requisito para a
escola trabalhar com a interdisciplinaridade.
A importância do projeto na
organização e gestão da escola
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professores e demais educadores na responsabilidade em assumir um papel
na organização do trabalho escolar não apenas na sala de aula, mas na escola
como um todo. É desse esforço que pode resultar a participação do conjunto
dos membros da escola, a corresponsabilização pelas ações de ensino e apren
dizagem e um bom projeto pedagógico. Resulta, também, no estabelecimen
to de vínculos mais estreitos com a comunidade. A autonomia propicia aos
professores mais liberdade para travar relações com a comunidade local e
fazer outras parcerias. Tomando-se a gestão e a autonomia nesse sentido, a
organização escolar transforma-se em espaço educativo, em lugar onde todos
podem aprender permanentemente.
Aceita essa justificativa, a ideia de projeto pedagógico ganha força, já que
ele é, precisamente, a forma de concretizar as intenções e as expectativas da
equipe escolar. O projeto surge como forma de superação de um paradigma
técnico (ou tecnicista) em que tudo o que a escola e os professores precisam
fazer já vem estabelecido de cima. O projeto, numa perspectiva progressista,
é o meio pelo qual os agentes diretos da escola tornam-se sujeitos históricos,
isto é, sujeitos capazes de intervir conscientemente e coletivamente nos obje
tivos e nas práticas de sua escola, na produção social do futuro da escola, da
comunidade, da sociedade.
° O que temos.
• O que desejamos.
1.4 Breve história da escola (como surgiu, como vem funcionando, ad
ministração, gestão, participação dos professores, visão que os alunos
têm da escola, pais, escola e comunidade).
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5. Estrutura de organização e gestão:
6. Proposta curricular:
6.2 Organização curricular (da escola, das séries ou ciclos, plano de en
sino da disciplina): objetivos, conteúdos, desenvolvimento metodo
lógico, avaliação da aprendizagem.
8 Objetivos gerais: nesta fase são propostas as metas mais amplas que se
deseja alcançar, deixando os objetivos específicos para o tópico referente
à proposta curricular. Após o levantamento de muitas idéias, de vários
caminhos, procede-se à seleção dos objetivos ou metas. E óbvio que sele
ção depende de condições reais como espaço físico, custo, capacidade da
equipe de profissionais, tempo e outras.
Essa afirmação expressa, de fato, intenções e práticas sociais que estão por
detrás dos currículos. Isso, todavia, não nos impede de compreendê-los como
seleção de saberes e experiências, acompanhados de sua comunicação na esco
la, seleção essa feita a partir do que a sociedade julga necessário ser incorpora-
(Pedra, 1997, p. 58)
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A cultura é vista como terreno de produção cultural e de política cultural.
Na visão da Sociologia Crítica não há urna cultura unitária, homogênea; a
cultura é um terreno conflitante onde enfrentam-se diferentes concepções de
vida social. O currículo, nesse sentido, não tem a ver com a organização de
matérias cujo conteúdo deve ser absorvido, mas a um terreno de luta e con
testação, em que se criará e produzirá cultura. No âmbito, ainda, da esfera
cultural, destaca-se o tema da diversidade cultural e da diferença, em que se
inscrevem novos movimentos sociais e novos sujeitos sociais que afirmam
sua identidade: crianças, mulheres, negros, homossexuais e outros. Quando
se pensa um currículo, é preciso começar captando as “significações” que
estes sujeitos fazem de si mesmos e dos outros através da experiência com
partilhada de vivências. Na prática, o discurso da diferença e da pluralidade
. constitui o tema do multiculturalismo, de uma educação e um currículo
multicultural. Na esfera dos sistemas de ensino, leva a políticas de integração
de minorias sociais, étnicas e culturais ao processo de escolarização. Na esfera
da escola e do currículo, ao acolhimento da diversidade, das diferenças, à
diversificação da cultura escolar, a um currículo multicultural. Está claro que
se propõe uma transição da ênfase no social para o cultural. E bem ilustrativa
a declaração de Giroux (1994, p. 145 e 146):
Tipos de currículo
0 Ter como referência o sujeito que aprende e sua relação com o saber.
• Suscitar e garantir processos integradores e a apropriação de saberes en
quanto produtos cognitivos dos alunos (implica a organização de saberes
sob o ponto de vista curricular, didático e pedagógico).
• Estabelecer ligações entre teoria e prática.
’ Estabelecer ligações entre pontos de vista distintos acerca de um objeto
de conhecimento.
8) A escola voltada para uma sociedade que inclua todos precisa considerar a
diversidade cultural e as diferenças, de modo a representar num currículo
comum os interesses de todos os alunos.
A cultura hoje não passa somente pelo ler, escrever efazer con
tas. Passa pelo conhecimento teórico-prático, conhecimento e
uso de novos instrumentos deprodução e comunicação entre os
homens. Epreciso dar instrução, sim, mas como instrumento
concreto de conhecimento, de capacidade operativa, produti
va, e de capacidade cognoscitiva. (Manacorda, 1986. p. 60)
Os PCN sâo, pois, uma referência, um ponto de partida, para que se pos
sa articular objetivos e conteúdos com a cultura das escolas e das salas de aula
envolvendo tudo o que um documento geral como este não pode nem deve
prever: a diversidade regional, as decisões do professor, a dinâmica das inte
rações na sala de aula, o currículo oculto, a adequação local de conteúdos, o
significado social dos conteúdos, as práticas de avaliação, os desenvolvimen
tos metodológicos etc. Cabe, portanto, aos sistemas de ensino, aos coordena
dores pedagógicos, orientadores educacionais e responsáveis por sistemas de
comunidade escolar num momento em que o ensino fundamental torna-se
crucial na capacidade de aprender e do provimento dos instrumentos básicos
de pensamento.