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Alferes Gustavo Joaquim Serra

Ismael Luís Mpassale

Nela D'Olinda Assuade Assane

Sílvia José Consolato Silvestre

Socelina Damião Maisha Fundy

Valdimiro Tijó

Princípios do Direito Florestal Fauna Bravia

(Licenciatura em Direito)

Universidade Rovuma

Lichinga

2023
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Alferes Gustavo Joaquim Serra

Ismael Luís Mpassale

Nela D'Olinda Assuade Assane

Sílvia José Consolato Silvestre

Socelina Damião Maisha Fundy

Valdimiro Tijó

Princípios do Direito Florestal Fauna Bravia

Trabalho de Pesquisa Científica, a ser entregue no


Departamento de Direito, para efeitos de avaliação,
na cadeira de direito Floresta e Fauna Bravia
leccionado pelo docente. Egídio Sairesse

Universidade Rovuma

Lichinga

2023
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Índice
Introdução..........................................................................................................................4

1.Objectivos.......................................................................................................................4

1.1.Objectivo Geral...........................................................................................................4

1.2.Objectivos Específicos................................................................................................4

1.3.Metodologia.................................................................................................................4

2.PRINCIPIOS..................................................................................................................5

2.1.Breve Noção................................................................................................................5

2.3.Princípio do Domínio Publico do Estado....................................................................5

2.4.Princípio do Equilíbrio, Prevenção e da Prudência.....................................................6

2.5.Associações de operadores florestais..........................................................................6

2.6.Princípio da Responsabilidade Objectiva....................................................................7

2.7.Princípio da Harmonia com as Comunidades Locais, os Órgãos Locais Estado........7

2.8.Princípio da Participação do Sector privado...............................................................8

2.9.Princípio do Estudo e Investigação.............................................................................8

3.Princípio da Educação Ambiental Formal e Informal....................................................9

Conclusão........................................................................................................................10

Referencias Bibliográficas...............................................................................................11

Legislação........................................................................................................................11
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Introdução

As comunidades locais, o sector privado, organizações e associações de operadores e


intervenientes no sector florestal, são encorajados a formar parcerias com o Estado, com
vista a seu envolvimento e participação activa, não apenas na exploração e utilização
destes recursos, mas também na fiscalização, controle e monitoria das actividades de
exploração, maneio e conservação dos recursos florestais e faunísticos. No país não
existem experiências sólidas, nem estão ainda estabelecidos mecanismos práticos de
envolvimento dos parceiros na gestão dos recursos florestais e faunísticos. Entretanto,
iniciativas de envolvimento de comunidades locais na gestão de florestas e de fauna
bravia nas zonas de sua influência indicam melhorias substanciais na conservação
destes recursos, uso racional e, principalmente, melhoria na fiscalização e controle da
exploração comercial destes recursos por terceiros.

1.Objectivos

1.1.Objectivo Geral

 Abordar sobre os princípios do direito florestal fauna bravia

1.2.Objectivos Específicos

 Descrever o princípio do direito florestal fauna bravia


 Conceituar princípio da responsabilidade objectiva
 Citar a participação do sector privado e associações de operadores florestais

1.3.Metodologia

Com efeito, na realização do estudo realizamos, sucessivamente, as seguintes


operações: revisão bibliográfica, inventário da principal legislação sobre os recursos
naturais e sobre a terra, e construção de um quadro comparativo para análise da
legislação. O quadro comparativo destacou como rubricas principais: a constituição de
direitos, a modificação de direitos sobre a terra, a extinção de direitos sobre a terra, o
processo de licenciamento, a auscultação, consulta e negociações e o desenvolvimento
local.
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2.PRINCIPIOS

2.1.Breve Noção

Moçambique adoptou a estratégia que considera fundamentais as parcerias entre o Estado e


demais intervenientes no sector para a definição e implementação das acções para a
eliminação dos constrangimentos identificados, e buscar soluções conjuntas para
melhorar a fiscalização de florestas e da fauna bravia no país: Chicué (2004).

2.3.Princípio do Domínio Publico do Estado

A figura do domínio público foi introduzida pelo art. 35 da Constituição de 1990. A


Constituição 2004 reafirmou aquela figura e nela integrou os seguintes bens: zona
marítima, o espaço aéreo, o património arqueológico, as zonas de protecção da natureza,
o potencial hidráulico, o potencial energético, estradas e linhas férreas, as jazidas
minerais e os demais bens como tal classificados por lei. Bila e Salmi (2003)

As zonas de protecção da natureza são reguladas pela Lei do Ambiente, pela Lei de
Florestas e Fauna Bravia no art. 3 alínea a), bem como pela Lei de Conservação.
Diversas leis ordinárias afectaram outros bens ao domínio público, com destaque para
as Leis de Terra, Minas e Petróleos.

Com efeito, segundo a Lei de Terras de 1990 o domínio público integra as áreas
destinadas à satisfação do interesse público. São elas as zonas de protecção total e
parcial. As primeiras destinam-se a actividades de conservação ou protecção da natureza
e de defesa e segurança do Estado. As zonas de protecção parcial destinam-se à
protecção das águas, da fronteira terrestre, e de infra-estruturas de carácter público
(estradas classificadas, aeroportos e aeródromos e linhas férreas).

nas aguas interiores, no mar territorial, na plataforma continental e na zona económica


exclusiva, são propriedade do Estado (art. 18 da Lei de Petróleos). Consequências da
propriedade pública sobre os recursos naturais: O Estado tem primazia sobre outros
direitos preexistentes de uso e aproveitamento de terra, na promoção da exploração.
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2.4.Princípio do Equilíbrio, Prevenção e da Prudência

A prevenção inclui actividades que visam educar, informar e consciencializar


operadores o público em geral para o cumprimento da lei e para evitar actividades
florestais ilegais. Lei de Florestas e Fauna Bravia no art. 3 alínea c)

A prudência visa a garantir a educação pública, difusão e divulgação da Lei e


Regulamento de Florestas e Fauna Bravia aparecem como aspecto importante na
prevenção de actividades ilegais e devem ser contempladas nas actividades de
fiscalização. Esta actividade pode ser feita pelo Estado em parceria com o sector
privado, ONGs, a sociedade civil e outros grupos que trabalham em matérias
semelhantes no que tange a lei Florestas e Fauna Bravia no art. 3 alínea b).

2.5.Associações de operadores florestais

Praticamente em todas províncias do país existem já criadas associações de operadores e


empresas florestais. Estas associações têm-se revelado instrumentais na organização dos
operadores para participarem no dialogo em curso no sector florestal, discussão de
propostas de lei e outros instrumentos legais bem como na divulgação da legislação
sectorial. Chicué (2004).

O papel destas organizações na fiscalização florestal e faunística inclui as seguintes


acções:

 Participação na formulação, discussão e obtenção de consensos sobre


instrumentos legais do sector;
 Divulgação da legislação florestal, bem como das boas práticas de maneio,
exploração e conservação dos recursos florestais e faunísticos;
 Adopção de um código de conduta que promova o uso sustentável dos recursos
florestais e faunísticos;
 Apoio na transformação de operadores em licença simples para operadores em
regime de concessão;
 Prestação de serviços e assistência técnica aos associados e ao Estado.
 Servir como interlocutor representativo deste segmento junto aos demais
intervenientes do sector florestal.
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2.6.Princípio da Responsabilidade Objectiva

A razão pela qual se adoptou a ideia de risco como fundamento da responsabilidade


objectiva, actualmente há a necessidade de adequar e de flexibilizar e os pressupostos
dessa responsabilidade objectiva às peculiaridades do bem ambiental, a fim de tutelar o
meio ambiente adequadamente. Lei de Florestas e Fauna Bravia no art. 3 alínea d).

Por isso, em conjunto com a análise dos pressupostos da responsabilidade civil ambiental,
pretende-se destacar também os aspectos que dificultam a protecção do meio ambiente
em virtude de suas peculiaridades, demandando, assim, a referida flexibilização. Chicué
(2004).

Os pressupostos da responsabilidade civil ambiental principal forma de expressão do


princípio do poluidor pagador seguem, fundamentalmente, o regime da responsabilidade
objectiva.

2.7.Princípio da Harmonia com as Comunidades Locais, os Órgãos Locais Estado

No âmbito do desenvolvimento económico, o Direito pode desempenhar três papéis


importantes:
 Imposição de limites morais à actividade económica,
 Propiciar e garantir a democracia, e
 Potenciar a construção jurídica dos mercados.

Estamos cientes que de acordo Lei de Florestas e Fauna Bravia no art. 3 alínea e). De
que isto pode ser discutível, principalmente a ideia de que só podemos ter
desenvolvimento económico quando haja democracia. No entanto, a maior liberdade
dos cidadãos e a sua plena participação, não só na actividade política, mas também em
outros domínios da vida da sociedade, é um factor preponderante económico. Daí que a
procura do aumento do bem-estar da população contribui, em grande medida, para a
garantia dessa plena participação dos cidadãos.
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2.8.Princípio da Participação do Sector privado

Empresas florestais sérias são negativamente afectadas pelas actividades ilegais e estão
dispostas a engajarem no combate a este mal. Já existem no país empresas que estão
empenhadas na certificação florestal ou que estão a trabalhar com indicadores que
promovem o maneio sustentável dos recursos florestais e que excluem actividades
ilegais. Lei de Florestas e Fauna Bravia no art. 3 alínea f).

O sector privado pode participar na fiscalização florestal e faunística apoiando as


seguintes acções:

 Cumprir a Lei e o Regulamento de Florestas e Fauna Bravia;


 Adopção de transparência e código de conduta que proíbam actividades ilegais,
tais como a exploração e processamento de madeira ilegal, evasão fiscal,
corrupção de funcionários públicos para ganhar vantagens, subfacturação, etc.;
 Participar no diálogo florestal e nos encontros de discussão de propostas de
instrumentos legais do sector;
 Adopção da certificação florestal ou, no mínimo a observação das regras e
normas estabelecidas na lei e regulamento, relativamente a exploração florestal,
transporte, transformação e comercialização de produtos florestais;
 Aceitação e facilitação da fiscalização e inspecção, em toda a cadeia de
produção, por fiscais do Estado e entidades independentes;
 Operar em regime de concessão, seguindo e cumprindo com os pressupostos
estabelecido no plano de maneio da concessão;
 Engajar-se em iniciativas de produção limpa, económica, social e
ambientalmente sustentável.

2.9.Princípio do Estudo e Investigação

A Lei de Florestas e Fauna Bravia no art. 3 alínea g).Define que a fiscalização ou


investigação é exercida pelos fiscais de florestas e fauna bravia, fiscais ajuramentados e
pelos agentes comunitários. De acordo com o Regulamento de Florestas e Fauna Bravia,
intervêm no processo da fiscalização, os seguintes agentes:

 Fiscais de florestas e fauna bravia;


 Fiscais ajuramentados;
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 Agentes Comunitários;
 Funcionários de florestas e fauna bravia;
 Funcionários do Turismo;
 COGEPs;
 Agentes da Polícia de Protecção de Moçambique PRM;
 Forças de Defesa e segurança;
 Agentes de pecuária;
 Funcionários dos Serviços de Geografia e Cadastro;
 Em geral todo o cidadão.

3.Princípio da Educação Ambiental Formal e Informal

A prática da Educação Ambiental é mais difundida em espaços de educação formal e


não-formal. Porém, a educação informal também pode contemplar a temática ambiental.

Em linhas gerais, a Educação Ambiental nos espaços de educação formal é um processo


institucionalizado que ocorre nas unidades de ensino, de forma a perpassar por todo o
currículo básico dentro dos diferentes componentes curriculares. Já a não-formal é um
processo que ocorre fora dos muros da escola, envolvendo a flexibilização de métodos e
conteúdos, com público-alvo variável em suas características, podendo ser realizada em
diferentes espaços como movimentos sociais, associações e organizações ecológicas, de
mulheres, de camponeses, de operários, de jovens, etc., procurando fornecer bases para
que a sociedade amplie o conhecimento e possa buscar melhorias por meio de
reivindicações políticas, sociais, económicas e ambientais (REIGOTA, 1991). Lei de
Florestas e Fauna Bravia no art. 3 alínea h).
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Conclusão

Chegado a este ponto concluímos que É com urgência que se devem consolidar as
discussões e práticas que envolvam a temática ambiental em espaços educacionais
formais, não-formais e informais, já que há possibilidade real de escassez de recursos
naturais que garantam a sobrevivência humana. A sociedade tem caminhado, mesmo
que a passos lentos, para reflexões que visem a outro modelo de desenvolvimento numa
óptica menos degradante.
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Referencias Bibliográficas

Amartya Sen. “The Science of give and take” apud, 2002.

Baleira, S. Tanner, C. (e autores) “Pesquisa sobre parcerias entre comunidades locais e


investidores do sector privado”, Matola, 2008.

Bernardino, T. “As Causas de Perda de Direitos na Actual Legislação Moçambicana


sobre Terras”, in CISTAC, G. e CHIZIANE, E. Aspectos Jurídicos, económicos e
sociais do uso e aproveitamento da terra, UEM, 2003. Pp

Calengo, A. “A classificação das terras em Moçambique” in Carzola, M. e Chiziane, E.


“Direito da Terra e questões agrárias”, Escolar Editora, 2014.

Calengo, A. “Lei de Terras anotada e comentada”, CFJJ, Maputo, 2005;

Carzola, M. e Chiziane, E. “Direito da Terra e questões agrárias”, Escolar Editora, 2014.

Legislação

Constituição da República de Moçambique – 2004;

Decreto do Conselho de Ministros nº 43/ 2010, de 20 de Outubro, Altera o nº 2 do artigo


27 do Regulamento da Lei de Terras.

Decreto do Conselho de Ministros nº 50/ 2007, de 16 de Outubro, Altera o artigo 35 do


Regulamento da Lei de Terras;

Decreto do Conselho de Ministros nº 66/98, de 8 de Dezembro, aprova o Regulamento


da Lei de Terras;

Diploma Ministerial (Ministério da Agricultura e Pescas) nº 29-A/2000, de 17 de


Março, aprova o Anexo Técnico ao Regulamento da Lei de Terras;

Diploma Ministerial n° 158/2011, 15 de Junho, que aprova os procedimentos relativos a


consulta às comunidades locais no âmbito da titulação do DUAT;
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Lei n.° 8/2003, de 19 de Maio, que estabelece os princípios e normas de organização


dos órgãos locais do Estado nos escalões de província, distrito, posto administrativo e
de localidade;

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