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DA PRODUÇÃO II
PLANEJAMENTO E CONTROLE
DA PRODUÇÃO II
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REVISÃO DIAGRAMAÇÃO
Janaina Vieira UVA
Theo Cavalcanti
SUMÁRIO
Apresentação 6
Autor 7
UNIDADE 1
UNIDADE 2
UNIDADE 3
UNIDADE 4
Planejamento da capacidade 65
• Conceitos e definições de capacidade, planejamento com base em
previsões de demanda
Seguimos aqui com a nossa parceria em relação a um dos maiores pilares da Engenha-
ria de Produção, que é Planejamento e Controle da Produção. Nessa disciplina, que é a
segunda dessa área, construiremos nossos conhecimentos sobre a relação dela com
outras áreas de uma organização. O planejamento das necessidades de produção são
o foco inicial deste e-book. Para tal, o MRP será estudado quanto à sua integração com
produção, estrutura de cálculo e definição de lotes.
Todos esses conteúdos contribuirão fortemente para que você se torne um engenheiro
ou uma engenheira de produção de destaque no mundo do trabalho.
Esperamos que tenha ótimo aproveitamento em nosso curso e alcance o sucesso alme-
jado. Bons estudos!
6
AUTOR
7
UNIDADE 1
Planejamento das
necessidades da produção
INTRODUÇÃO
OBJETIVO
9
Integração do MRP com a produção e
estrutura de cálculo a partir do MRP
A sigla MRP surgiu da abreviação do termo inglês Material Requirement Planning, que, tra-
duzindo para a língua portuguesa, significa Planejamento das Necessidades de Materiais.
Logo, está envolvido com a gestão da necessidade de materiais dentro de um processo
de fabricação. Esse conceito nasceu na década de 1960, sendo atualmente chamado de
MRP I. Seu objetivo de aproveitar a capacidade de armazenagem e de processamento de
dados (demanda, produção, estoques, estrutura de produtos etc.) surgiu com a introdu-
ção da informática nas empresas, para exercer as funções de programação da produção.
Sendo assim, muitas técnicas surgiram, entre elas CPM, PERT, PLC etc. No início de 1960,
o planejamento da produção e o controle dos estoques já caminhavam em direção ao
conceito do MRP. Eram conhecidas as técnicas e a documentação, e os computadores
já haviam se tornado mais avançados, o que permitia acesso aos dados necessários.
Nas décadas posteriores mais evoluções surgiram, até uma época que ficou conheci-
da como Cruzada do MRP. Esse sistema foi alvo de discussão em organizações locais,
regionais e nacionais dos Estados Unidos, e, a partir de 1970, as publicações de artigos
10
sobre MRP aumentaram. Em seguida, surgiu o MRP II, que engloba módulos MRPI e
Capacity Requirement Planning – CRP, sendo este capaz de calcular a capacidade produ-
tiva de uma fábrica, ou seja, dado um plano de produção determina se existem recursos
suficientes (mão de obra e máquinas) para executar o PMP.
Atualmente, o Entreprise Resource Planning – ERP engloba MRP I e II, sendo MRP mais
focado na gestão da produção. O ERP compreende também todas as outras áreas da
empresa porque existe interdependência grande entre elas.
A seguir serão listados os principais componentes, divididos em MRP I e MRP II, que,
muito embora sejam dependentes, um deles, o MRP II, é tido como um complemento
do MRP I, sendo que este pode ser implementado sem o MRP II, todavia o contrário
não acontece.
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• Tabela de recursos disponíveis de produção (mão de obra,
máquinas, linhas e células de produção).
• Calendário de disponibilidade de cada recurso.
• Carga Máquina (Capacidade Produtiva / CRP).
Componentes • Sequenciamento de ordens de produção dentro dos recursos
do MRP II disponíveis (Schedulling).
• Recursos alternativos.
• Roteiro de produção com prazos e métodos por etapa de
produção.
• Lead time de produção de cada item fabricado.
A utilização do MRP em indústrias é essencial para fazer com que a fábrica tenha
maior eficiência e gestão de materiais mais otimizada, minimizando as quantidades
de estoques, sem causar impacto nos prazos de entrega e, consequentemente, menor
imobilização de capital de giro em materiais parados no estoque. Portanto, os princi-
pais benefícios são:
Como é possível verificar, existem muitos benefícios, ainda mais que o controle de todo
o processo de produção é bastante complexo por ser dependente de fatores internos
(recursos produtivos) e fatores externos (fornecedores de materiais e serviços). O MRP
auxilia na sincronização entre os fluxos internos e os externos.
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Importante
Uma dificuldade latente em uma fábrica é o alinhamento entre os itens que precisam ser
produzidos com os recursos disponíveis de produção, incluindo máquinas, materiais e
mão de obra, além da dependência de fornecedores externos de serviços de industriali-
zação. Essa sincronização relaciona-se com disponibilidade, prazos médios de entrega,
custos de logística e transportes, lotes mínimos e econômicos etc.
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Abaixo estão descritas as etapas do ciclo do lead time:
A estrutura do produto fornece a dependência entre itens e sua proporção de uso, cha-
mada relação pai-filho.
Exemplo
Adicionalmente, pode-se afirmar que o MRP identifica as ações que a área de operações
necessita realizar para ficar dentro da programação (liberar novas ordens de produção,
ajustar quantidades das ordens e tornar urgentes as ordens atrasadas). O MRP faz a con-
versão do PMP e outras demandas (demanda independente para peças de reposição e
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itens de manutenção) em necessidades para produzir os itens dos produtos finalizados.
Esse processo é denominado Explosão do MRP, já que transforma essas necessidades
em um plano de necessidades de materiais, especificando a programação de reposição
de todos os subconjuntos, componentes e matérias-primas.
A gestão da carteira de pedidos deve ser realizada considerando-se vários fatores, como:
prazos de entrega, quantidades solicitadas, quantidades mínimas por produto, fluxo de
faturamento, importância do cliente, priorização, lotes mínimos e padrão de produção etc.
É fato que os pedidos devem ser registrados em um sistema de gestão com todas as
informações necessárias para o MRP, considerando-se o cálculo de todos os itens a
serem atendidos, os prazos de entrega, as datas esperadas pelos clientes, lead time de
produção e lead time de entrega.
Para calcular com precisão a previsão de demanda devem-se considerar alguns fatores
como:
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• Carteira de clientes e níveis de fidelidade.
• Pontualidade dos fornecedores.
• Níveis de qualidade ou perdas e refugos.
• Níveis de acuracidade do estoque atual.
• Estoque de itens em processo.
• Cenário econômico.
• Priorização dos pedidos firmes.
• Sazonalidade.
• Itens importados com lead times longos de entregas.
• Itens com lead time de produção longa.
• Níveis de estoques.
• Lotes mínimos e econômicos de produção.
No cálculo do plano, parâmetros e condições devem ser considerados para que o re-
sultado siga para um ponto mais otimizado entre atendimento dos pedidos, níveis de
estoques gerados, prazos de entregas, alocação de recursos etc. A seguir estão listadas
algumas condições:
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Definições de lotes para o MRP
A figura a seguir apresenta uma lista de materiais necessários para a fabricação de uma
cadeira com encosto.
Cadeira com
encosto
J (4)
Ripas da estrutura
do assento
O Plano Mestre de Produção (PMP) detalha quantos itens finais serão produzidos em
intervalos de tempo específicos e pode ser visualizado na tabela a seguir.
17
Plano Mestre de Produção (PMP) relativo à produção semanal de uma família de cadeiras nos meses de
abril e maio.
Abril Maio
Itens / Semanas 1 2 3 4 1 2 3 4
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Saldo do estoque disponível projetado no final da semana t = (estoque disponível no final
da semana t-1) + (recebimentos programados ou planejados na semana t) – (necessida-
des brutas na semana t).
Registro de estoque (com erros) relativo ao subconjunto de assento que será utilizado na produção
semanal de uma família de cadeiras nos meses de abril e maio.
Item C
Descrição: Subconjunto do assento
Tamanho do lote: 200 unidades
Prazo de entrega: 2 semanas
Semanas
1 2 3 4 5 6 7 8
Necessidades
100 0 0 140 0 100 140 0
brutas
Recebimentos
200 0 0 0 0 0 0 0
programados
Estoque disponível
113 113 113 -27 -27 -127 -267 -267
projetado (13)
• O estoque disponível é projetado até que ocorra uma falta. O recebimento planeja-
do inicial é programado para a semana em que a falta for projetada. Essa ação au-
mentará o estoque disponível projetado para que se torne igual ou maior do que zero.
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• A projeção de estoque disponível continua até que ocorra nova falta, o que sinali-
zará a necessidade do segundo recebimento planejado.
Na semana 4, o estoque disponível projetado será -27. Então: 113 (estoque no final da
semana 3) + 200 (recebimentos planejados) – 140 (necessidades brutas) = 173 unidades
(ver Tabela 3).
e) Liberação planejada de pedidos: indica quando um pedido para uma quantidade espe-
cífica de um item deve ser emitido. Essa liberação de pedido deve ser feita no intervalo
de tempo adequado. Determina-se a data de liberação subtraindo-se o prazo de entrega
da data de recebimento. Por exemplo, a data de liberação para a primeira liberação de
pedido planejado é igual a 4 (data de recebimento planejada) – 2 (prazo de entrega) = 2.
Item C
Descrição: Subconjunto do assento
Tamanho do lote: 200 unidades
Prazo de entrega: 2 semanas
Semanas
1 2 3 4 5 6 7 8
Necessidades
100 0 0 140 0 100 140 0
brutas
Recebimentos
200 0 0 0 0 0 0 0
programados
Estoque disponível
113 113 113 173 173 73 133 133
projetado (13)
20
Recebimentos
200 200
planejados
Liberação de pedidos
200 200
planejados
Essa regra mantém a mesma quantidade do pedido a cada vez que um novo pedido
é emitido. Exemplos: tamanho do lote pode ser o tamanho imposto pelos limites de
capacidade do equipamento, um lote completo precisa ser colocado em um forno
de uma só vez.
Para itens comprados, o FOQ pode ser determinado pelo nível de desconto por
quantidade, pela capacidade de carga do caminhão ou pela quantidade mínima de
compra.
21
b) Pedido de quantidade periódica – POQ
Possibilita uma quantidade diferente do pedido para cada pedido emitido, mas ten-
de a emiti-lo a intervalos de tempo predeterminados, por exemplo, de três em três
semanas.
Lote POQ para chegar na semana t = necessidades brutas totais para P semanas,
incluindo a semana t – Saldo do estoque disponível projetado no final da semana t-1
Essa regra assegura que o pedido planejado seja suficientemente grande para evitar
uma falta na única semana que ele cobre.
Tamanho do lote por lote para chegar à semana t = necessidades brutas para a se-
mana t – Saldo do estoque disponível projetado no final da semana t-1.
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MRP de ciclo fechado
Quando o MRP foi originalmente utilizado na manufatura, eram emitidos planos de ma-
teriais no início da semana, sendo o planejamento completamente refeito na semana
seguinte, quando então era emitido novo conjunto de planos. Esse processo era repetido
semanalmente, todavia não havia um ciclo de realimentação para dizer se o plano era
viável e se tinha realmente sido atingido. Os sistemas MRP, que inicialmente incluíram
ciclos de realimentação, ficaram conhecidos como MRP de ciclo fechado.
O ciclo fechado de MRP consiste em um sistema construído ao redor do MRP, que inclui
também as funções de planos adicionais do plano de produção, tabela de produção e
pleno de capacidade querida.
O processo de MRP necessita de um loop de feedback para checar se um plano era atin-
gível e se havia realmente sido atingido. Fechar esse loop de planejamento em sistemas
MRP envolve checar os planos de produção em relação à capacidade disponível e, se
os planos propostos não forem atingíveis em qualquer nível, revisá-los. Quase todos os
sistemas MRP mais simples são agora sistemas de loop fechados ou de ciclos fechados.
Usam-se três rotinas de planejamento para checar os planos de produção em relação
aos recursos da operação em três níveis:
23
Vantagens e desvantagens do MRP de ciclo fechado.
Vantagens Desvantagens
Simulações.
MIDIATECA
NA PRÁTICA
Em suma, na prática, tendo-se os dados dos pedidos dos clientes é possível a cons-
trução do PMP da empresa e, com os dados de estoque, um registro deste poderá
ser confeccionado a fim de planejar e organizar o dia a dia da linha de produção.
24
Resumo da Unidade 1
25
Referências
SLACK, N.; JOHNSTON, R.; JONES, A. Administração da Produção. 8. ed. São Paulo:
Atlas-Gen, 2018.
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UNIDADE 2
Programação Detalhada
da Produção
INTRODUÇÃO
Uma organização que considera na prática a atividade de planejamento como uma das
mais importantes que desenvolve em seu cotidiano dificilmente deixará de alcançar su-
cesso, mesmo fazendo parte de um mercado competitivo. Por isso, um dos principais
processos da área de Planejamento e Controle da Produção – PCP que são realizados
em empresas/indústrias que fabricam produtos para comercialização é a Programação
Detalhada da Produção – PDP, que é o assunto desta unidade.
OBJETIVO
28
Tipos de ambientes de fabricação em
manufatura
• Estratégia da empresa.
• Capacidades de produção.
• Necessidades dos clientes.
A estrutura geral do sistema de PCP e dos ambientes de manufatura têm relação di-
reta com as previsões, direcionando para o tipo de ambientes de manufatura que a
empresa terá.
Com o objetivo de entender como as atividades diferem de um ambiente para outro, é ne-
cessário conhecer os ambientes de manufatura, que podem ser classificados de acordo
com o quadro a seguir.
29
Siglas, ambientes e nomes em inglês dos ambientes de manufatura.
Ambientes de manufatura
Montagem sob
ATO Assemble to order
encomenda
Fabricação sob
MTO Make to order
encomenda
Engenharia sob
ETO Engineering to order
encomenda
Ambiente MTS
O ambiente MTS (fabricação para estoque) engloba a fabricação de produtos com alto
grau de padronização baseados em previsões de demanda, ou seja, nesse tipo de am-
biente de manufatura nenhum produto customizado é produzido. Portanto, os produtos
são fabricados para serem estocados.
30
Alguns exemplos de produtos fabricados em ambientes MTS estão presentes na figura a
seguir: máquinas de lavar, geladeiras, caminhões, televisões.
Ambiente ATO
Uma vantagem do ambiente ATO é a redução do lead time, pois fica reduzido à etapa final
de montagem. Então, esse ambiente mantém apenas estoques dos componentes que
possuem maior demanda, atende aos clientes de forma rápida e possui capacidade de
montagem significativa de uma diversidade de produtos.
Esses fatores colaboram para que as empresas que desenvolvem montagem sob enco-
menda alcancem competitividade alta no mercado em razão da diminuição dos prazos
de atendimento aos clientes e da minimização de custos de estocagem.
31
Alguns exemplos de produtos fabricados em ambientes ATO estão presentes na figura a
seguir: sofás, conjuntos de mesas e cadeiras, alguns tipos de móveis.
Ambiente MTO
A principal vantagem do ambiente MTO é o baixo nível dos estoques de produtos aca-
bados. Essa situação é adequada quando os produtos são perecíveis, possuem baixa
demanda ou alto custo de estocagem. Outra vantagem a ser considerada é o grau mais
elevado de customização do produto final.
A desvantagem é o lead time maior em razão da produção ser sob encomenda. Como o
mercado competitivo atual exige velocidades de entrega mais rápidas, esse tipo de am-
biente de manufatura não consegue atender a essa exigência.
32
Pinturas em telas, peças de tricô e bolos confeitados.
Ambiente ETO
No ambiente ETO, não existe a possibilidade de serem mantidos estoques, já que esse
tipo de ambiente de manufatura é praticamente uma extensão do ambiente MTO.
O ambiente ETO também é conhecido como engenharia sob encomenda, pois sua com-
plexidade é superior à de produção sob encomenda. Os projetos do produto e, claro, os
produtos finalizados são mais complexos.
33
Programação para produção intermitente
Atividades Descrição
34
O processo de programação da produção é iniciado posteriormente à tomada de decisão
quanto ao nível de estoques, à capacidade produtiva da organização e aos pedidos a se-
rem atendidos dentro de uma escala de tempo.
Nos processos em lotes, o grau de variedade dos produtos não é tão elevado e, ao fim da
fabricação de um produto, outros ocupam espaço nas máquinas. Dessa forma, o primei-
ro produto só será fabricado novamente depois de um certo intervalo de tempo. Alguns
exemplos de produção em lotes estão presentes na próxima figura.
35
Manufatura de ferramentas e confecção de roupas.
Em processos por tarefa, cada produto tem que compartilhar os meios de operação com
diversos outros. Além disso, possui o volume de produção inferior ao caso explicado.
Já a variedade de produtos é superior. Alguns exemplos de produção por tarefas estão
presentes na figura a seguir.
36
Programação para atividades em projetos
37
Data de vencimento.
* Há uma diferença marcante entre o lateness e o tardiness: o tardiness nunca deve ser negativo.
Os sistemas de produção por projeto são caracterizados pela não repetitividade com
cada produto, atendendo às necessidades específicas de um cliente. Em razão disso,
são sistemas que possuem altíssima flexibilidade em suas linhas de produção, exigindo
equipe altamente capacitada e maquinário, se for o caso, com possibilidade de trocas
rápidas, por exemplo, de ferramentas.
Cada projeto tem início e fim bem definidos, visto que uma das principais características
de um projeto é seu caráter temporário. Ressalta-se que o período compreendido entre
o começo e o final do projeto é relativamente longo quando comparado aos outros tipos
de processos de produção. Isso faz com que os custos envolvidos sejam elevados, o
que encarece o orçamento do projeto, faz com que o lead time seja longo ou superior
aos casos observados anteriormente nesta unidade, e as tarefas possuam pouca ou
nenhuma repetitividade.
38
características das identidades do projeto em produção. Alguns exemplos de produção
por projetos estão presentes na figura a seguir.
39
MIDIATECA
NA PRÁTICA
40
Resumo da Unidade 2
41
Referências
SLACK, N.; JOHNSTON, R.; JONES, A. Administração da Produção. 8. ed. São Paulo:
Atlas-Gen, 2018.
42
UNIDADE 3
OBJETIVO
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Controle de Gestão da Produção a partir
de indicadores de desempenho, Controle a
partir do Just in Time, Optimized Production
Technology
A gestão da produção pode ser controlada por meio de vários mecanismos, que serão
abordados ao longo desta unidade.
Neste primeiro momento serão abordados alguns dos vários indicadores de desempe-
nho, muito conhecidos pela sigla KPI, que podem ser utilizados no controle da gestão da
produção. São eles:
Eficácia tem foco no produto, no resultado obtido, podendo trazer como benefício um
lucro maior. É possível afirmar que eficiência é ser eficaz usando o mínimo possível de re-
cursos. Tem foco no processo e nos recursos aplicados, tendo como objetivo, por exem-
plo, a redução de custos.
2. Indicadores de capacidade
Relacionam a quantidade que se pode produzir e o tempo para que isso ocorra. Por
exemplo: a montadora de veículos Alfa possui capacidade de produzir 400 carros por
mês.
3. Indicadores de produtividade
Relacionam as saídas produzidas por um trabalho e os recursos utilizados para tal. Exem-
plo: um operário consegue produzir 28 peças em uma hora. Outro, no mesmo intervalo
de tempo, produz 34 peças, logo é mais produtivo do que o primeiro.
45
4. Indicadores de qualidade
Relacionam as saídas totais (tudo que foi produzido) e as saídas realmente adequadas
para utilização, ou seja, sem defeitos ou inconformidades. Exemplo: 97 peças metálicas
adequadas a cada 100 peças produzidas (97% de conformidade).
5. Indicadores de lucratividade
Envolvem a relação percentual entre lucro e vendas totais. Exemplo: uma empresa ven-
deu R$ 500.000,00 em mercadorias e o lucro apurado foi de R$ 100.000,00, logo a lucra-
tividade foi de 20%.
6. Indicadores de rentabilidade
7. Indicadores de competitividade
Envolvem a relação da empresa com a concorrência. O market share pode ser utilizado
para auxiliar o controle da gestão, pois é conceituado como o grau de participação de
uma organização no mercado em termos das vendas de determinado produto.
8. Indicadores de valor
Este indicador aborda a quantidade de horas que foram dedicadas à produção. Quando a
economia prospera e a demanda é alta, o número de horas trabalhadas cresce. Por outro
lado, nos momentos de recessão ou de baixa sazonalidade, a produção diminui, e este
indicador, também.
Uma empresa, quando avalia o total de horas trabalhadas, atua mais precisamente so-
bre a variação de demanda por recursos operacionais, conseguindo assim melhorar seu
planejamento. Então, a gestora ou o gestor compra uma quantidade mais precisa de
matéria-prima, reduzindo prejuízos, e dimensiona equipes de forma mais inteligente, fa-
zendo com que a prestação de serviços seja de maior qualidade e a companhia tenha um
orçamento mais compacto.
46
10. Aproveitamento da capacidade instalada
O turnover representa a rotatividade dos colaboradores na empresa. Isso quer dizer que,
quanto maior for o índice de turnover, maior será a frequência de contratações e demis-
sões. Este índice representa alto custo para o negócio, porém também auxilia a identifi-
cação de problemas relacionados às condições de trabalho e à cultura da empresa, que
acabam fazendo com que os profissionais busquem outras oportunidades. Então, este
indicador de desempenho possibilita ao negócio:
47
Um índice de turnover muito alto pode ser o indicativo de que a organização possui pro-
blemas de liderança, de clima ou desvalorização dos profissionais. Essa insatisfação
atingirá o atendimento ao cliente, o que pode gerar graves consequências. O índice de
turnover pode ser calculado usando-se como base o tempo médio de permanência de
cada funcionário na empresa.
13. Faturamento
Este indicador pode ajudar outros setores, bem como orientar melhor as decisões to-
madas, visando alcançar resultados mais satisfatórios com base na realidade em que a
empresa vive.
48
15. Margem de contribuição
Trata-se dos recursos financeiros que sobram do faturamento após a subtração dos
gastos variáveis, isto é, a receita depois da retirada do valor referente aos custos e às
despesas variáveis. Assim, é possível identificar se o desempenho está dentro do espe-
rado. É importante acompanhar esse indicador para saber se os resultados realmente
são satisfatórios.
O Just in Time é um sistema que tem por objetivo produzir rapidamente a quantidade
exata de um produto, de acordo com a demanda, sem a necessidade da formação de
estoques, fazendo com que o produto chegue a seu destino no tempo certo.
O Just in Time impacta fortemente a cadeia produtiva, pois aloca somente a quantidade
certa de matéria-prima para fabricar determinado produto em um período de tempo.
Esse sistema é aplicado em produções por demanda com a finalidade de evitar desper-
dícios, estoques desnecessários e custos extras. Então, na prática, é melhoria contínua
com padronização de processos e criação de políticas modernas, diminuindo estoques
e atendendo à demanda de seus clientes, que recebem os produtos no tempo correto.
49
lerado, pois também não há acúmulo de estoque estre as estações de trabalho, possibi-
litando otimização do espaço de armazenagem e maior agilidade na entrega do produto
aos clientes.
A pior desvantagem desse sistema está no fato de que não pode ser aplicado em indús-
trias com pouca previsibilidade de demanda e que passa por diversas oscilações. Outro
ponto negativo é que o Just in Time somente funciona bem quando a empresa possui
poucos fornecedores e que tenham estabilidade no fornecimento de materiais.
Para refletir
Produção extra gerando estoque por cau- Sem excesso de produção para
sa das contínuas paradas nos estágios. formação de estoque.
50
Controle de Gestão da Produção por meio de Sistemas OPT
(Tecnologia da Produção Otimizada – Optimized Production
Technology)
O OPT surgiu a partir das pesquisas capitaneadas pelo Dr. Eliyahu Moshe Goldratt, o cria-
dor da Teoria das Restrições, em 1978. O objetivo do OPT é trabalhar com agendamen-
tos, conhecidos como scheduling, da produção para que esta seja maximizada.
Pode-se dizer que a característica da OPT que a diferencia de outros sistemas de ges-
tão da produção é a capacidade de identificar e isolar operações de gargalo, concen-
trando-se nessas a fim de determinar planos e cronogramas de produção para toda a
empresa. Essa ação pode levar à melhor utilização dos recursos de fabricação, geran-
do maior produtividade e rendimento e menores custos e estoques, o que relaciona o
OPT ao Lean Manufacturing.
Além disso, o OPT requer uma nova maneira de pensar, não apenas sobre produção, mas
também sobre os princípios contábeis básicos. Seus esforços estão voltados para um
único resultado: lucratividade. Então, três indicadores financeiros são mais importantes:
• Lucro líquido.
• Retorno sobre o investimento.
• Fluxo de caixa.
51
rio e os custos operacionais permanecem constantes, haverá aumento do lucro líquido,
retorno sobre investimento e fluxo de caixa.
Para que essa dinâmica opere sem problemas maiores, o OPT considera dois tipos
de recursos:
• Equilibrar o fluxo de produção para uma taxa consistente para batida do tambor:
usar Takt Time, que é a taxa em que um produto é fabricado para atender à taxa de
demanda do mercado, para determinar essa taxa.
• Que as estações de montagem sem gargalo sejam reagendadas para menos ho-
ras de operação ou ter sua capacidade extra direcionada para outros usos.
• Que a programação da produção seja feita com base nas restrições dos gargalos
do sistema de montagem total, o que reduzirá estoques em andamento e o dinheiro
acumulado em peças nos estoques.
52
• Atuar no sentido de melhorar a taxa de produtividade das estações de gargalo
para que haja melhoria na taxa total de produção da linha de montagem.
• Não concentrar esforços em melhoria da produtividade em estações sem garga-
lo, pois isso não melhora a taxa de produtividade total.
Vantagens Desafios
Facilmente compreendido
pelo chão de fábrica.
53
Controle a partir dos Sistemas Flexíveis de
Manufatura, Introdução à Produção Enxuta
Os Sistemas Flexíveis de Manufatura apresentam, pelo menos, três subsistemas, que são:
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Introdução à Produção Enxuta
Formalmente, pode-se dizer que Produção Enxuta é toda produção realizada sem des-
perdícios. Deve ser entregue ao cliente exatamente o que ele deseja, na quantidade que
ele necessita e no tempo que ele solicitar. Em suma, é conhecer a fundo a necessidade
do cliente e desdobrar os processos de maneira a atendê-lo na medida certa, nem mais,
nem menos. Além desse conhecimento profundo, é extremamente necessário investir
em flexibilidade nas linhas de produção, desenvolvendo uma série de práticas que permi-
tam aumentar significativamente a produtividade sem elevação de custos.
É necessário esclarecer que existe diferença entre Just in Time e Produção Enxuta. O
Just in Time significa tempo certo, ou seja, produzir o produto certo na quantidade certa
e no momento exato – resumindo: planejar a produção. Já a Produção Enxuta prega o
menor desperdício, a mínima margem de erro da produção e a minimização do tempo
e do custo para produzir. A Produção Enxuta engloba o conceito de produção puxada,
porém para entendê-lo é essencial conhecer também a produção empurrada.
Empurrar a produção quer dizer produzir com base em planejamento de vendas. O setor
de Planejamento e Controle da Produção – PCP faz a previsão do quanto o cliente deverá
comprar. Em seguida, o controle de produção divide os lotes do produto em Ordens de
Produção – OP e produz, minimizando os setups da linha e guardando o material em es-
toque. Depois, conforme o cliente compra, o estoque é reduzido. Esse sistema apresenta
uma série de falhas e a mais comum é erro no planejamento de vendas. Na maior parte
dos casos, o controle erra para mais, criando grandes estoques.
55
Esquema de produção empurrada.
Previsão
Planejamento Cliente
Pedido
Ordem de produção
Considerando-se a produção puxada, nota-se que não há controle de produção por meio
de previsões de demanda (venda). A produção é determinada pelos próprios operadores
de produção a partir de cartões Kanban e supermercados de peças.
Pedido
56
Kaizen quer dizer “melhoria contínua” e sua implementação envolve toda uma cultura de
resolução de problemas e de melhorias de longo prazo, alinhando os setores da organi-
zação à filosofia de “fazer bem feito”, ou seja, solucionando os problemas de maneira de-
finitiva. Sem melhorias pontuais na linha de produção, nunca será possível implementar
a Produção Enxuta, daí sua relação com o Kaizen.
57
5S e TRF – princípios, definições, metodologia
e aplicação em processos industriais e de
serviços
5S
A junção do número “5” com a letra “S” vem de cinco palavras japonesas que começam
com S:
Pode ser implementado em qualquer tipo de empresa, órgão público, escola, associação
e também na vida pessoal, gerando aumento de produtividade, eficiência, segurança e
motivação, além de ser aliado dos requisitos para uma certificação ISO. Isso ocorre por-
que o programa 5S atua nos seguintes aspectos:
58
Seiton: Senso de organização
59
• Prevenção de acidentes.
• Melhoria do ambiente de trabalho e da qualidade de vida.
Não existem certificações reconhecidas pelo Inmetro ou outro órgão acreditador para a
implementação do programa 5S. Porém, existem algumas empresas que conferem cer-
tificado de implementação ou manutenção do programa para fins ilustrativos, visando
reconhecimento e motivação da empresa. Existem também treinamentos direcionados
para a realização de auditoria interna para 5S, pois, como são programas evolutivos, é
fundamental o acompanhamento sistemático de suas práticas antes de seguir para as
próximas etapas.
TRF
A Troca Rápida de Ferramentas – TRF é uma metodologia que objetiva a redução dos
tempos de setup dos equipamentos e dos erros de regulagem.
Sua utilização também auxilia a redução dos tempos de lead time, possibilitando que a
empresa dê respostas rápidas às mudanças do mercado. Outra vantagem é a produção
econômica de pequenos lotes de fabricação, necessitando de baixos investimentos no
processo produtivo. A redução do lead time proporciona aproximação entre requisitos do
consumidor e respostas da empresa, resultando em fidelidade de clientes, redução dos
custos da manufatura e menor complexidade gerencial.
A redução do tempo gasto em setup é condição necessária para minimizar o custo uni-
tário de setup. Tal redução é importante por três motivos:
60
Existem dois grupos de estratégias sugeridos para minimizar as perdas decorrentes da
troca de produtos em uma operação:
Estágios Descrição
Realiza análise de cada ação das operações de setups interno e externo, bus-
4
cando sua racionalização por meio da eliminação de ajustes e operações.
Para a aplicação dos estágios conceituais da TRF propõe-se o emprego de oito técnicas,
que são:
61
6. Adotar operações paralelas.
7. Otimizar operações, eliminando a necessidade de ajustes.
8. Mecanizar as operações.
MIDIATECA
NA PRÁTICA
62
Resumo da Unidade 3
63
Referências
SLACK, N.; JOHNSTON, R.; JONES, A. Administração da Produção. 8. ed. São Paulo:
Atlas-Gen, 2018.
64
UNIDADE 4
Planejamento da capacidade
INTRODUÇÃO
OBJETIVO
66
Conceitos e definições de capacidade,
planejamento com base em previsões de
demanda
Inicialmente, é bom ressaltar que, nem sempre quanto maior a capacidade produtiva, me-
lhor para a empresa. Isso porque deve-se almejar a capacidade produtiva mais alinhada
possível com a demanda. Assim, haverá melhor relação custo x benefício, sem graves
problemas como falta e/ou excesso de estoque. Portanto, nem sempre produzir mais é a
melhor escolha porque, se não tiver para quem vender, haverá excesso de estoques, que
geram custos e aprisionam o capital da empresa.
Este método é hipotético e tem como objetivo auxiliar a tomada de decisões. Na capa-
cidade produtiva instalada, a indústria deve determinar qual é sua capacidade máxima
de produção, desconsiderando perdas, paradas ou qualquer outro tipo de problema.
Por exemplo, se a linha de produção é capaz de montar 10 sofás iguais a cada hora,
em um dia de 24 horas poderiam ser fabricados 240 sofás.
A capacidade produtiva disponível é similar à anterior, ou seja, não leva em conta pa-
radas, perdas e outros problemas. A diferença é que, nesse caso, somente será con-
siderada a capacidade realmente disponível atualmente na indústria. Exemplo: se a
fábrica de sofás trabalha apenas com um turno de 8 horas, só seria possível fabricar
diariamente 80 sofás. Se o gestor quiser ampliar a capacidade produtiva, terá que
contratar mais funcionários e/ou comprar novas máquinas.
67
Capacidade produtiva efetiva
Quando se quer saber se uma indústria atingiu sua capacidade produtiva máxima
basta dividir a capacidade disponível pelo potencial de saída. Por exemplo: caso a in-
dústria possa fabricar 80 sofás por dia, mas a produção de fato seja de 60 sofás, isso
quer dizer que a empresa está utilizando 75% da capacidade produtiva.
a) Média móvel
68
A média móvel será calculada a partir da seguinte fórmula:
Índice do Demanda do
período período
n
∑ Di
Mmn = i=1
n
Média móvel
de “n” Número do
períodos períodos
Exemplo:
Sabendo que, nos últimos cinco meses, a demanda de pares de tênis esportivos em uma
loja de um shopping foi:
Cada nova previsão é obtida com base na previsão anterior, acrescida do erro cometido
na previsão anterior, corrigido por um coeficiente de ponderação (varia de 0 a 1), que é
simbolizado por a ou α. Geralmente, esse coeficiente está entre 0,05 e 0,5.
69
A média exponencial móvel será calculada a partir da seguinte fórmula:
Coeficiente
Índice do
de
período
ponderação
Previsão para
Demanda do
o período
período “t-1”
“t-1”
Exemplo
1 Janeiro 50 - -
2 Fevereiro 62 50 12
3 Março 63
4 Abril 59
5 Maio 58
6 Junho
70
c) Equação linear para a tendência
Uma das formas de tratar previsões de demanda que apresentam tendência é usando a
equação linear de tendência, que atenderá ao sistema para que seja descoberta a previ-
são de demanda do período seguinte em que Y é a previsão da demanda para o período
X, conforme a equação a seguir:
Y = a + bX
em que b = n(ΣXY) – (ΣX).( ΣY) / n(ΣX2) – (ΣX)2 e a = ΣY – b.ΣX / n, sendo a o coeficiente
linear, b o coeficiente angular e n o número de períodos observados.
Exemplo
X Y X2 XY
1 17 1 17
2 13 4 26
3 18 9 54
4 23 16 92
Σ 10 71 30 189
No caso de demandas que apresentem tendência, pode ser usada uma variação da téc-
nica da média exponencial móvel, já que esta demora a reagir à tendência. Tal variação é
71
chamada de ajustamento exponencial para a tendência, que tem sua previsão baseada
em dois fatores: previsão da média exponencial móvel da demanda e estimativa expo-
nencial da tendência.
É válido ressaltar que essa técnica está limitada a fornecer a previsão para o período
imediatamente posterior.
Pt+1 = Mt + Tt
Sendo que:
Mt = Pt + α1(Dt – Pt)
e
Tt = Tt-1 + α2((Pt – Pt-1) – Tt-1)
onde:
Pt+1 = previsão da demanda para o período t+1
Pt = previsão da demanda para o período t
Pt-1 = previsão da demanda para o período t-1
Mt = previsão da média exponencial móvel da demanda para o período t
Tt = previsão da tendência exponencial móvel para o período t
Tt-1 = previsão da tendência para o período t-1
α1 = coeficiente de ponderação da média
α2 = coeficiente de ponderação da tendência
Dt = demanda do período t
72
Exemplo
Estimativa inicial
1 20
de tendência = 2
Estimativa inicial
2 25
de demanda = 26
3 24 26
4 30 26,8 2 28,8
6 39
73
e) Previsão baseada em correlação
Essa técnica busca prever a demanda com base na previsão de outra variável que esteja
relacionada ao produto/serviço. Exemplo: o número de serviços de revisões de motores
realizados em uma concessionária está relacionado ao número de veículos vendidos.
A equação que atenderá ao sistema para que seja descoberta a previsão de demanda
do período seguinte em que Y é a variável dependente e X a variável independente é a
seguinte:
Y = a + bX
em que b = n(ΣXY) – (ΣX).( ΣY) / n (ΣX2) – (ΣX)2 e a = (ΣY – b. ΣX) / n, sendo b o coefi-
ciente angular, a o coeficiente linear e n o número de pares XY observados.
Exemplo
74
é de 250. Qual a previsão da demanda para essa nova loja? Há correlação entre
as variáveis? Caso sim, é alta ou baixa? Justifique as respostas com os cálculos.
Y X
XY Y2 X2
(vendas) (funcionários)
f) Ajustamento sazonal
75
Os cálculos necessários são os seguintes:
Exemplo
CS
Trimestre Ano 1 Ano 2 Ano 3
médio
2 50 100 230
3 50 150 100
Total
Média
Para Ano 1:
Total = 250 + 50 + 50 + 300 = 650
Média = 650 / 4 = 162,5
Coeficientes de Sazonalidade (CS):
Trimestre 1 = 250 / 162,5 = 1,54
Trimestre 2 = 50 / 162,5 = 0,31
Trimestre 3 = 50 / 162,5 = 0,31
Trimestre 4 = 300 / 162,5 = 1,85
76
Para Ano 2:
Total = 300 + 100 + 150 + 400 = 950
Média = 950 / 4 = 237,5
Coeficientes de Sazonalidade (CS):
Trimestre 1 = 300 / 237,5 = 1,26
Trimestre 2 = 100 / 237,5 = 0,42
Trimestre 3 = 150 / 237,5 = 0,63
Trimestre 4 = 400 / 237,5 = 1,68
Para Ano 3:
Total = 300 + 230 + 100 + 660 = 1290
Média = 1290 / 4 = 322,5
Coeficientes de Sazonalidade (CS):
Trimestre 1 = 300 / 322,5 = 0,93
Trimestre 2 = 230 / 322,5 = 0,71
Trimestre 3 = 100 / 322,5 = 0,31
Trimestre 4 = 660 / 322,5 = 2,05
CS médio:
Trimestre 1 = (1,54 + 1,26 + 0,93) / 3 = 1,24
Trimestre 2 = (0,31 + 0,42 + 0,71) / 3 = 0,48
Trimestre 3 = (0,31 + 0,63 + 0,31) / 3 = 0,42
Trimestre 4 = (1,85 + 1,68 + 2,05) / 3 = 1,86
* Ao somar os valores das demandas dos quatro trimestres, tem que dar valor
aproximado da previsão de demanda para o ano 4. Nesse caso, 1.200.
77
Planejamento com base no ponto de
equilíbrio
O ponto de equilíbrio pode ser entendido como o valor mínimo que deverá ser vendido
por uma organização a fim de que sejam cobertos todos os custos e despesas fixas e
variáveis, ou seja, o resultado será zero. Então, no ponto de equilíbrio, também chamado
de break-even point, ponto de ruptura, ou ainda ponto crítico, o lucro da empresa é nulo,
ou seja, é quando os produtos vendidos pagam custos e despesas fixas e variáveis, mas
ainda não sobra nada para o empresário e seus sócios. A partir desse ponto, novos pro-
dutos vendidos, desde que com margem de contribuição positiva, passarão a gerar lucro
para a empresa.
Para calcular o PE, devem-se dividir Custos e Despesas Fixos pela MCu. Os Custos e
Despesas Fixos são os que não possuem relação direta com a produção, como é o caso
de manutenção e aluguel.
78
Exemplo 1
Exemplo 2
Para exemplificar, imagine que sua empresa planeje vender 1.000 unidades de
um determinado produto a R$ 50,00 cada. Para produzir cada item, o custo é de
R$ 20,00, junto com R$ 15,00 de despesas variáveis. Além disso, há um gasto
fixo (custo + despesa fixa) na ordem de R$ 6.000,00 mensais. Determine o valor
do ponto de equilíbrio.
79
O ponto de equilíbrio é uma variável importante a ser utilizada no processo de gestão
empresarial por se tratar de uma informação vital para a análise de viabilidade de um
empreendimento ou da adequação em relação ao mercado. Esse ponto é mais do que
simplesmente saber o nível de vendas a ser alcançado por uma empresa de modo a não
ter lucro nem prejuízo, mas sim um direcionamento para metas de vendas, para amplia-
ção ou para redução da capacidade produtiva, entre outros itens.
Em empresas que estão começando ou que pretendem lançar um novo produto ou ser-
viço, o ponto de equilíbrio é extremamente útil para que elas saibam o esforço de vendas
necessário para que não ocorram prejuízos.
Essa é uma maneira muito eficiente de alcançar os objetivos, pois os gestores podem
alinhar com os funcionários algo em comum que todos devem buscar, conscientizando
em torno da importância desses objetivos. Sabendo fazer esse trabalho, não será esta-
belecido um ambiente de cobranças pesado e desagradável.
80
Tomadas de decisão aplicadas ao planeja-
mento da capacidade
As possibilidades de aumento da capacidade produtiva podem surgir por meio das se-
guintes tomadas de decisão:
81
Melhorar processos e aumentar a produtividade da equipe
Se a indústria não estiver trabalhando durante dia e noite, considera-se criar um tur-
no de trabalho. Dessa forma, é possível diminuir o tempo em que a produção fica
parada, aumentando a capacidade produtiva. Todavia, é necessário prestar atenção
aos custos e compará-los com os resultados que, de fato, serão alcançados com
essa iniciativa.
Expandir o negócio
Para aumentar a capacidade produtiva, a operação pode abrir uma filial, contratando
mais colaboradores ou comprando mais máquinas. Assim como na etapa anterior, é
importante identificar se os benefícios de uma possível expansão superarão os custos
dessa mudança.
Treinar a equipe
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MIDIATECA
NA PRÁTICA
Esta unidade tem grande aplicação prática em indústrias, pois não se faz ges-
tão da produção sem se conhecer, de forma pormenorizada, a capacidade pro-
dutiva disponível para que a produção ocorra em consonância com a demanda
gerada pelos clientes. Por esse motivo, utilizando as técnicas de previsão de
demanda, ou até mesmo softwares para a realização dessa previsão, ou o pon-
to de equilíbrio, como também analisando materiais, mão de obra e equipamen-
tos, por exemplo, será possível determinar a capacidade de produção de uma
fábrica, que é fator essencial para o controle da gestão da produção.
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Resumo da Unidade 4
Esta unidade se propôs abordar a capacidade de produção de uma organização. Para tal,
foram explanados conceitos e definições relacionados ao tema principal. Em seguida, o
planejamento da capacidade produtiva foi destrinchado por meio de técnicas de previsão
de demanda e de ponto de equilíbrio. Finalmente, foram abordadas situações que auxilia-
rão as tomadas de decisão dos gestores que atuam, por exemplo, no chão de fábrica e
nas linhas de produção de outros tipos de organizações. Todos os conceitos estudados
nesta unidade possuem importância fundamental na formação do engenheiro ou da en-
genheira de produção.
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Referências
SLACK, N.; JOHNSTON, R.; JONES, A. Administração da Produção. 8. ed. São Paulo:
Atlas-Gen, 2018.
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