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Fitoterapia
Luciano Senti da Costa
Unidade 03
Processo
produtivo de
plantas medicinais
e medicamentos
fitoterápicos
Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Diretora Editorial
ANDRÉA CÉSAR PEDROSA
Projeto Gráfico
MANUELA CÉSAR ARRUDA
Autor
LUCIANO SENTI DA COSTA
Desenvolvedor
CAIO BENTO GOMES DOS SANTOS
O autor
LUCIANO SENTI DA COSTA
INTRODUÇÃO: DEFINIÇÃO:
para o início do houver necessidade
desenvolvimen- de se apresentar
to de uma nova um novo conceito;
competência;
NOTA: IMPORTANTE:
quando forem as observações
necessários obser- escritas tiveram
vações ou comple- que ser prioriza-
mentações para o das para você;
seu conhecimento;
EXPLICANDO VOCÊ SABIA?
MELHOR: curiosidades e
algo precisa ser indagações lúdicas
melhor explicado sobre o tema em
ou detalhado; estudo, se forem
necessárias;
SAIBA MAIS: REFLITA:
textos, referências se houver a neces-
bibliográficas e sidade de chamar a
links para aprofun- atenção sobre algo
damento do seu a ser refletido ou
conhecimento; discutido sobre;
ACESSE: RESUMINDO:
se for preciso acessar quando for preciso
um ou mais sites se fazer um resumo
para fazer download, acumulativo das
assistir vídeos, ler últimas abordagens;
textos, ouvir podcast;
ATIVIDADES: TESTANDO:
quando alguma ativi- quando o desen-
dade de autoapren- volvimento de uma
dizagem for aplicada; competência for
concluído e questões
forem explicadas;
SUMÁRIO
Processo produtivo de plantas medicinais e medicamentos
fitoterápicos..............................................................................12
Processo produtivo de plantas medicinas ...................................12
Processo de preparação e estabilização da droga vegetal............13
Colheita..........................................................................13
Secagem..........................................................................14
Extração..........................................................................14
Formas farmacêuticas básicas ou intermediárias.........................14
Rasurada.........................................................................14
Pó...................................................................................15
Extratos...........................................................................15
Extratos aquosos............................................................16
Extrato alcoólicos...............................................16
Extratos fluídos..............................................................16
Extratos moles................................................................16
Extratos pilulares...........................................................17
Extratos secos.................................................................17
Extratos secos padronizados..........................................17
Processo produtivo de medicamentos fitoterápicos.....................17
Pesquisa..........................................................................18
Colheita..........................................................................18
Estudos fitoquímicos......................................................18
Controle de Qualidade....................................................20
Plantas Medicinais....................................................................24
Monografia das plantas medicinais..............................................26
Medicamentos Fitoterápicos.....................................................32
Fitoterápicos distribuídos na Rede Pública de Saúde..................33
Formas farmacêuticas para a prescrição de fitoterápicos........34
Uso interno.................................................................................35
Plantas rasuradas............................................................35
Cápsulas.........................................................................36
Envelopes ou sachês.......................................................36
Comprimidos..................................................................37
Pílulas.............................................................................37
Tinturas e extratos fluídos...............................................38
Xaropes e melitos............................................................38
Uso externo.................................................................................38
Pomadas.........................................................................38
Cremes ...........................................................................38
Géis................................................................................38
Loções cremosas............................................................39
Supositórios....................................................................39
Óvulos vaginais...............................................................39
Óleos medicinais.............................................................39
Introdução a Fitoterapia 9
03
UNIDADE
INTRODUÇÃO
Você sabia que a área de Fitoterapia possui uma alta demanda de
profissionais especialistas nesta área? Atualmente as pessoas estão mais
preocupadas com a sua saúde e cada vez mais querem utilizar recursos
naturais para a prevenção e tratamento de patologias. O profissional da
fitoterapia atua de forma multidisciplinar e visa o benefício da saúde
humana, através do uso de recursos naturais. O profissional fitoterapeuta
irá estudar a obtenção dos remédios, através das plantas, explorar o
universo da botânica e da farmacologia, prescrevendo e atuando na
área da medicina alternativa, que atualmente está sendo incorporada a
rede do Sistema Único de Saúde (SUS). Nesta unidade você irá aprender
os processos de produção dos medicamentos oriundos da plantas
medicinais e dos fitoterápicos, irá conhecer as principais plantas medicinais
e suas aplicabilidades, assim como os principais fitoterápicos distribuídos
pelo SUS, você irá conhecer as diferentes formas farmacêuticas e as
prescrições para os fitoterápicos. Ao longo desta unidade letiva você vai
mergulhar no universo fitoterápico! Mãos à obra!
Introdução a Fitoterapia 11
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 3. Nosso propósito é auxiliar
você no desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o
término desta etapa de estudos:
• Conhecer e diferenciar os diferentes processos produtivos de
plantas medicinais e medicamentos fitoterápicos.
• Aprender sobre a aplicabilidade das Plantas Medicinais.
• Conhecer os principais medicamentos fitoterápicos e suas
aplicações.
• Aprender sobre as diferentes formas farmacêuticas para a
prescrição de fitoterápicos.
O câncer é uma doença muito complexa, por isso exige muita
dedicação para conhece-la. Então? Preparado para uma viagem sem volta
rumo ao conhecimento? Ao trabalho!
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao
conhecimento? Ao trabalho!
12 Introdução a Fitoterapia
Tabela 1: Plantas Medicinais: parte da planta usada e seu respectivo período de coleta
Secagem
A secagem é um processo antigo realizado para estabilização das
plantas. A técnica parece relativamente simples, mas requer um processo
minucioso por parte do especialista, pois se não for bem realizada, o
material terá uma qualidade inferior, a planta que ainda contém qualquer
grau de umidade pode favorecer o crescimento de microrganismos,
ficando sujeita a contaminações microbiológicas, presença de fungos e
leveduras e perda dos princípios ativos.
Extração
A extração é a etapa que adicionamos solventes como o álcool
etílico, bebidas alcoólicas (cachaça e vinho), óleos ou vinagres a planta
recém colhida, esta inserção de solventes possibilita a estabilização dos
princípios ativos. Existem diversos exemplos de extração caseira como:
“Cachaça de Catuaba”, “Vinagre de Manjericão”, “Azeite de Alecrim”,
“Tintura de Arnica do Campo” e “Vinho de Ginseng”.
Após a colheita e secagem, a parte de interesse da planta, que pode
ser a raiz, folhas e flores, chama-se de droga vegetal. Esta droga vegetal
irá passar por processos farmacotécnicos, estes processos otimizam
a sua utilização e são necessárias preparações mais sofisticadas. Esta
etapa é chamada de formas farmacêuticas básicas ou intermediárias e
serão utilizadas na preparação para dispensação ao paciente.
Rasurada
Este processo consiste na fragmentação da droga vegetal por
de meio de moinho. É uma forma preliminar à pulverização, também
indicada como processo inicial para maceração e digestão. A droga
vegetal rasurada é utilizada no preparo de chás pelo próprio paciente.
Introdução a Fitoterapia 15
Pó
O pó é obtido através da droga vegetal por meio de moinhos, ao
ponto de pós. Após a pulverização, o pó é passado por um tamis, para
que se torne homogêneo. A farmacopeia determina e alguns casos, o
tamanho da partícula para cada droga vegetal.
Tamis é uma peneira utilizada pela indústria farmacêutica.
A droga vegetal no estado pulverizado é largamente utilizada
como ponto de partida dos processos extrativos pelos seguintes motivos:
• Aumenta a área de contato entre a droga e o veículo extrator;
• Padroniza o tamanho das partículas da droga vegetal e garante
a homogeneidade da extração dos princípios ativos (PA);
• Acelera o tempo de extração dos PA.
A droga vegetal pulverizada, ou seja, o pó, também é o ponto
inicial de formas farmacêuticas para administração ao paciente, como
comprimidos e cápsulas.
Extratos
Os extratos são compostos por preparações concentradas, são
obtidos de drogas vegetais e animais, frescas ou secas, por meio de um
dissolvente próprio, seguido de sua evaporação total ou parcial e ajuste
do concentrado a padrões estabelecidos.
Este processo de obtenção de extratos se dá por difusão
osmótica e pode ser feita por decocção, infusão, digestão, maceração,
percolação, ou até mesmo pelas expressão das partes das plantas
frescas, de acordo com a técnica indicada para cada caso.
EXPLICANDO MELHOR
A difusão de solvente, chama-se de osmose, a osmose é
o processo em que a água move-se sem gasto de energia
pela célula, neste caso, do meio menos concentrado.
16 Introdução a Fitoterapia
Extratos aquosos
É um processo de extração no qual utiliza-se água como
veículo extrator. Nestas preparações observa-se um pouco tempo de
conservação e por este motivo, não devem ser estocadas. O infuso é
preconizado para as partes mais “moles” das plantas, como as folhas e
flores. Obtemos o infuso, vertendo água quente sobre a planta.
O decocto é indicado para as partes mais “duras” das plantas
como rizomas, raízes e cascas, sendo obtido através da fervura da planta
no tempo indicado.
Decocção é uma técnica de laboratório para análise química,
que consiste em manter um material vegetal em contato durante certo
tempo com um solvente em ebulição.
Extrato alcoólicos
O extrato alcoólico ou tintura é a preparação que resulta da
extração por maceração ou percolação das substancias medicinais da
planta. O veículo utilizado é uma mistura hidroalcoólica em diferentes
graduações especificada nas monografias das plantas.
As tinturas oficiais encontram-se em concentração de 20%, ou
seja, 20g de droga vegetal para 80g de veículo hidroalcoólico, à exceção
de plantas consideradas heroicas, no qual a concentração é de 10%.
Extratos fluídos
Estes extratos são obtidos através da evaporação do extrato
alcoólico ou aquoso, e a temperatura não deve exceder 50ºC, até atingir
a concentração 1:1.
Extratos moles
Estes extratos apresentam-se numa consistência de mel e são
obtidos pela evaporação do extrato alcoólico ou aquoso, sendo que sua
temperatura não deve exceder os 50ºc, e seu peso não pode ultrapassar
de 15 a 20% de seu peso em água.
Introdução a Fitoterapia 17
Extratos pilulares
Estes extratos contem a consistência de uma massa pilular, ele
e obtido através da evaporação do extrato alcoólico ou aquoso, sua
temperatura não deve ultrapassar 50ºc e não deve exceder 10 a 15% de
seu peso em água.
Extratos secos
Estes extratos apresentam-se sob forma de pó, são obtidos
pela evaporação do extrato alcoólico ou aquoso, sob temperatura e
pressão controlada, não podendo exceder 5% de seu peso em água. As
farmacopeias determinam que os excipientes que devem ser utilizados
para o ajuste de concentração da extração para atingir o teor padrão de
princípios ativos de planta. Os excipientes recomendados são: amido,
açúcar, carbonato de magnésio, óxido de magnésio, fosfato tricálcico,
ou o resíduo a extração reduzido a pó.
Pesquisa
Primeiramente realiza-se uma pesquisa na literatura cientifica e
nos catálogos internacionais sobre a planta em especifico, em paralelo
realiza-se uma pesquisa sobre a etnobotânica. Você pode também
realizar uma pesquisa de quimiotaxonômica, neste tipo de pesquisa você
irá estudar o aspecto morfológico, este aspecto pode revelar a presença
de determinados grupos químicos que tenham atividade farmacológica.
Colheita
Após a pesquisa, é necessário que se realize a colheita do
espécime da planta, faz-se uma identificação botânica e o registro em um
museu ou herbário. A seguir remete-se o vegetal aos estudos botânicos,
que tem por finalidade a identificação da espécie vegetal, por meio da
análise das características anatômicas, é importante a realização do
estudo das características botânicas comparativas, este tipo de análise
nos permite detectar a presença de uma ou mais espécies no mesmo
organismo.
Realizada o estudo botânico é necessário um estudo agronômico,
este estudo irá analisar a se existe possibilidade de produção abundante
e homogênea de matéria-prima, preservando a espécie e biodiversidade.
Estudos fitoquímicos
Os estudos fitoquímicos compreendem as etapas pós colheita
como a compreensão estrutural e identificação dos constituintes mais
importantes da planta, principalmente de substâncias originárias do
metabolismo secundário. Esses conhecimentos permitem identificar a
espécie vegetal, juntamente com ensaios de atividade biológica, analisar
e caracterizar frações ou substâncias bioativas.
Para o desenvolvimento dos fitoterápicos é necessário o
estabelecimento dos marcadores químicos, estes são essenciais para o
Introdução a Fitoterapia 19
Controle de Qualidade
Após a produção dos fitoterápicos, todas as etapas analíticas
foram realizadas, estando os procedimentos e etapas de processamento
alinhados com a legislação vigente. A obtenção de produtos
fitoterápicos, quer seja em escala oficinal, hospitalar ou industrial, requer
conhecimentos e habilidades específicas dos três pontos do ciclo de
produção de medicamentos.
Tais conhecimentos e habilidades devem relacionar-se,
objetivando a produção de produtos farmacêuticos adequados, de
acordo com os conceitos atuais de qualidade, que são o nível de
satisfação do produtor e usuário do medicamento e o cumprimento de
requisitos pré-fixados que conduzem à sua total adequação ao fim a que
se destinam. Portanto, o conhecimento do que se pretende fazer deve
ser correlacionado às normas que permitam alcançar o objetivo traçado,
para alcançar a qualidade total.
O insumo é o conjunto de bens e serviços que permite, por
meio das ações de transformação, a obtenção do medicamento. É
imprescindível que o produtor conheça detalhadamente as matérias-
primas empregadas a fim de estabelecer, para cada uma delas, uma
Introdução a Fitoterapia 21
RESUMINDO
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo,
vamos resumir tudo o que vimos. Primeiramente você
deve ter aprendido sobre o processo produtivo das plantas
medicinais, este processo é totalmente dependente das
estações do ano, vimos que as plantas passam por várias
etapas para a estabilização da droga vegetal, que será o
princípio ativo usado posteriormente, estas etapas incluem:
a colheita, a secagem da planta e a extração propriamente
dita. Após a extração é possível trabalhar com esta planta e
transformá-la em diferentes formas como: rasurada, pós e
extratos, este último diversas subclassificações. Depois que
você aprendeu as várias etapas do processo produtivo das
plantas medicinais, nós vimos algumas particularidades do
processo produtivo de fitoterápicos. O processo produtivo
de fitoterápicos em algumas etapas como a colheita,
secagem e extração são similares as etapas do processo
produtivo das plantas medicinais, mas nos produtos
fitoterápicos temos algumas particularidades como:
primeiramente após a colheita, deve ser realizado uma
extensa pesquisa sobre a planta de interesse, passando
por estudos botânicos e agrônomos, sequencialmente a
planta passará por estudos fitoquímicos, com o objetivo
de avaliar a toxicidade a atividade farmacológica e a
fisiologia da planta, afinal de contas, temos que conhecer
tudo sobre ela, pois ela irá torna-se um futuro fitoterápico
que irá auxiliar os pacientes na prevenção e tratamento
das doenças. Após todos os estudos realizados, este novo
princípio ativo, terá que ser submetido a alguns parâmetros
para análise da sua qualidade, pois assim como todos os
medicamentos, o fitoterápico não pode gerar nenhum tipo
de risco a população. Ufa! Quantas informações! Espero
que vocês tenham gostado! Agora, vamos conhecer um
pouco mais sobre as plantas medicinais! Vamos em frente!
24 Introdução a Fitoterapia
Plantas Medicinais
INTRODUÇÃO
Ao término deste capítulo você será capaz de entender
a importância das plantas medicinais, pois são elas que
nos fornecem a matéria prima ativa para a fabricação dos
medicamentos fitoterápicos, além disso, você conhecerá
as principais plantas medicinais empregadas nos diferentes
sistemas biológicos humano. Trata-se de um tema
complexo e que se compreendido de forma adequada,
será um diferencial no seu mercado de trabalho. E então?
Motivado para desenvolver esta competência? Então
vamos lá. Avante!
2. À produção de fitoterápicos;
3. À utilização na medicina caseira.
Atualmente, apesar de várias drogas clássicas serem derivadas de
plantas terem perdido muito espaço para os fármacos de origem sintética,
outras têm aparecido e recebido atenção especial em aspectos clínicos
e terapêutico. Vislumbramos a reutilização de fármacos derivados de
fontes vegetais, quando observamos o progresso das pesquisas clínicas,
na área dos agentes anticancerígenos, como a utilização do taxol,
podofilotoxina e camptotecina, a presença das plantas medicinais no
combate aos parasitas como a malária, através da artemisinina.
Para você ver a grande amplitude que as plantas medicinais
atingem, de acordo com a OMS, atualmente, 80% da humanidade
dependem da medicina tradicional para tratamento de doenças. Isto
corresponde a aproximadamente 5 bilhões de pessoas e, ainda de
acordo com a OMS, 85% desta medicina tradicional envolvem o uso de
extratos vegetais.
E quando analisamos a utilização das plantas medicinais, dentre
os 520 fármacos aprovados em um período de 10 anos pela FDA, 196
vieram de forma direta ou indiretamente de fontes naturais. Existem
vários exemplos de fármacos oriundos de plantas medicinais, mas
podemos destacar a utilização de alguns como: a aspirina, a codeína,
a digitoxina e o eugenol. Além destes, pode-se ainda destacar a
podofilotoxina, isolada de Podophylum peltatum, que possui dois
derivados semi-sintéticos: o etoposide, empregado no tratamento de
câncer de testículo e certos tipos de câncer de pulmão, e o teniposide,
que tem emprego no tratamento leucemia linfoblástica aguda, linfoma
não-Hodgkin e neuroblastoma e não obstante é necessário salientar o
uso do psolarem, uma cumarina isolada de Psorelea corylifolia, que tem
sido utilizada em pacientes com vitiligo.
Além destas, mas talvez uma das formas mais significativas do
uso de fontes vegetais seria o uso dos alcaloides da vinca, vincristina
e vimblastina. Estes alcalóides são utilizados em todo o mundo. A
vincristina é utilizada no tratamento de câncer de pele e em condições
não cancerosas também, existem relatos da sua utilização no câncer de
mama, testículo e linfoma. Atualmente são conhecidas 119 substancias
26 Introdução a Fitoterapia
Medicamentos Fitoterápicos
Ao término deste capítulo você será capaz de entender e
diferenciar as plantas medicinais dos medicamentos fitoterápicos, irá
conhecer os fitoterápicos empregados pelo Sistema Único de Saúde
(SUS) em algumas regiões do Brasil e suas principais indicações. Este
conhecimento será essencial para o seu desenvolvimento acadêmico
cientifico e profissional. E então? Motivado para desenvolver esta
competência? Então vamos lá. Avante!
Os medicamentos fitoterápicos são aqueles que empregam,
exclusivamente, matérias-primas ativas vegetais, cuja segurança
e eficácia sejam baseadas em evidências clínicas e que sejam
caracterizados pela constância de sua qualidade. Para que um produto
possa ser classificado como um produto tradicional fitoterápico, o mesmo
deve ser obtido por meio do emprego exclusivo de matérias-primas
ativas vegetais cuja segurança e efetividade sejam baseadas em dados
de uso seguro e efetivo, publicados nas literaturas técnico-científicas
e, que sejam concebidos para serem utilizados sem a vigilância de um
médico para fins de diagnóstico, de prescrição ou de monitorização.
Introdução a Fitoterapia 33
IMPORTANTE
Outras características dos produtos tradicionais
fitoterápicos é que: não podem se referir a doenças,
distúrbios, condições ou ações consideradas graves,
não podem conter matérias-primas em concentração de
risco tóxico conhecido e não devem ser administrados
pelas vias injetável e oftálmica.
ACESSE
Para saber mais sobre os fitoterápicos disponibilizados
pelo Sistema Único de Saúde acesse o portal do Programa
Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos do Ministério
da Saúde, disponível em: https://bit.ly/2AD4FAR.
34 Introdução a Fitoterapia
Fonte: Pixabay
Uso interno
Plantas rasuradas
As plantas rasuradas normalmente são acondicionadas em sacos
ou pacotes para serem comercializadas. Estas fórmulas apresentam-
se com várias plantas rasuradas, e estas preparações não ficam muito
homogêneas, diante da diferente natureza dos materiais utilizados.
36 Introdução a Fitoterapia
Envelopes ou sachês
Os envelopes ou sachês são as formas tradicionais para
acondicionamento dos pós em doses exatas para os pacientes. As
plantas em pó ou extrato seco são pesadas e misturadas até completa
homogeneização.
Cápsulas
As cápsulas são normalmente de gelatina, no qual a planta em
pó ou extrato seco são acondicionados pelo processo de encapsulação.
Introdução a Fitoterapia 37
Fonte: Wikimedia
Comprimidos
Os comprimidos são preparações nas quais as plantas em pó ou
extrato seco são homogeneizados e moldados por compressão, sendo
adicionados ou não de excipientes e/ou agentes adjuvantes como
aglutinantes, desintegrantes, secantes, lubrificantes e antioxidantes.
Pílulas
As pílulas são preparações nas quais as plantas em pó, extrato
seco ou extrato de consistência pilular são misturados e um excipiente e
moldados em forma esférica.
38 Introdução a Fitoterapia
Xaropes e melitos
Os xaropes são preparados a partir do xarope simples, ou seja,
água destilada mais açúcar, e inserção de tinturas ou extratos fluídos,
em uma concentração de até 10% em relação ao peso do excipiente. Os
melitos possuem em sua composição a base com mel, nas quais são
incorporados tinturas e/ou extratos fluidos.
Uso externo
Pomadas
As pomadas são de consistência pastosas, possuem como base
vaselina e lanolina, geralmente seguem a proporção 7:3. É utilizada
como insumo ativo em tinturas em uma concentração de 10% do peso
da pomada, você pode encontrar outros excipientes como a base de
polietilenoglicol (PEG).
Cremes
Os cremes são preparados a partir de emulsões água-óleo ou
óleo-água, de consistência firme, tendo composições variadas.
Géis
Géis são preparados a partir de preparação coloidal, obtida a
partir de substancias como carboximetilcelulose, ágar-ágar, pectina,
alginato de sódio e água.
Introdução a Fitoterapia 39
Loções cremosas
As loções cremosas são emulsões parecidas com os cremes,
porém possuem uma fluidez maior, devido ao alto teor de água.
Incorporam bem óleos e tinturas.
Supositórios
São preparações farmacêuticas sólidas com forma e peso
adequados, destina-se à introdução por via retal, devendo fundir-se.
Utiliza como base a manteiga de cacau ou a base novata.
Óvulos vaginais
São preparações de forma ovóide, possuem constituição sólida,
introduzidas por via vaginal. Utiliza como base uma mistura de gelatina,
glicerina e água destilada ou a base novata.
Óleos medicinais
Os óleos são obtidos através do processo de prensagem ou
digestão, em que a planta medicinal é macerada em um óleo mineral ou
vegetal em banho maria.
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo
tudinho? Agora, só para termos certeza de que você realmente
entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir tudo o que
vimos. Inicialmente você deve ter aprendido que existem diversas
formas para a comercialização dos produtos fitoterápicos, e eles podem
ser administrados de forma externa ou forma interna aos pacientes. Os
fitoterápicos que são administrados de forma interna podem apresentar-
se na seguinte forma: plantas rasuradas, envelopes ou sachês, pílulas,
comprimidos, cápsulas, tintura ou extratos fluídos, xaropes ou melitos.
Os que são de uso externo, podem apresentar-se da seguinte forma:
pomadas, géis, cremes, loções cremosas, supositórios, óvulos vaginais
e óleos medicinais. Para cada uso de fitoterápico é necessário que haja
uma prescrição, nesta prescrição deve conter o nome do paciente,
40 Introdução a Fitoterapia
BIBLIOGRAFIA
FONSÊCA, S. G. DA C. Farmacotécnica de Fitoterápicos.
Departamento de Farmácia - Universidade Federal do Ceará, 2005.
Introdução a Fitoterapia
Luciano Senti da Costa