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e Assistência
Farmacêutica
Mariana Martins Garcia
Unidade 01
A reforma
psiquiátrica
no Brasil
Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Diretora Editorial
ANDRÉA CÉSAR PEDROSA
Projeto Gráfico
MANUELA CÉSAR ARRUDA
Autora
MARIANA MARTINS GARCIA
Desenvolvedor
CAIO BENTO GOMES DOS SANTOS
A AUTORA
MARIANA MARTINS GARCIA
INTRODUÇÃO: DEFINIÇÃO:
para o início do desen- houver necessidade
volvimento de uma de se apresentar
nova competência; um novo conceito;
NOTA: IMPORTANTE:
quando forem as observações es-
necessários obser- critas tiveram que ser
vações ou comple- priorizadas para você;
mentações para o
seu conhecimento;
EXPLICANDO VOCÊ SABIA?
MELHOR: curiosidades e inda-
algo precisa ser gações lúdicas sobre
melhor explicado o tema em estudo, se
ou detalhado; forem necessárias;
SAIBA MAIS: REFLITA:
textos, referências se houver a neces-
bibliográficas e links sidade de chamar a
para aprofundamento atenção sobre algo
do seu conhecimento; a ser refletido ou
discutido sobre;
ACESSE: RESUMINDO:
se for preciso aces- quando for preciso
sar um ou mais sites se fazer um resumo
para fazer download, acumulativo das
assistir vídeos, ler últimas abordagens;
textos, ouvir podcast;
ATIVIDADES: TESTANDO:
quando alguma ativi- quando o desen-
dade de autoaprendi- volvimento de uma
zagem for aplicada; competência for
concluído e questões
forem explicadas;
SUMÁRIO
Conceito histórico sobre a reforma psiquiátrica
brasileira.................................................................11
Os transtornos mentais no passado....................11
Evolução da assistência à saúde mental........................15
Assistência à saúde mental no Brasil............................18
Procedimentos durante a antiguidade.......................22
As práticas psiquiátricas.....................................................22
Afogamento........................................................23
Cirurgia ginecológica..............................................23
Hidroterapia........................................................23
Berço de Utica.......................................................23
Cadeira giratória.....................................................24
Lobotomia........................................................24
Choque cardiazólico...............................................25
Eletroconvulsoterapia........................................................26
Insulinoterapia...................................................................26
Cubículo ou cela forte.......................................................27
Lençol de contenção e camisa de força...............................27
Praxiterapia.......................................................................28
Medicamentos....................................................................29
A legislação referente à reforma psiquiátrica brasileira...30
Era da institucionalização..................................................30
Processo de desinstitucionalização.....................................31
Portaria SAS/MS n° 224, de 29 de janeiro de 1992..32
Portaria MS/GM n.º 106, de 11/2/2000...............33
Lei Antimanicomial n.º 10.216, de 6 de abril de 2001..34
Portaria n 336/GM, de 19 de fevereiro de 2002..........35
Últimas legislações e o retrocesso da Luta antimanicomial..36
Decreto 7.179 20 de maio de 2010..........................36
Portaria 3.588/2017................................................36
Nota Técnica do Ministério da Saúde n. 11/2019...........37
Lei nº 13.840, de 5 de junho de 2019........................37
Analise dos impactos e debate sobre a reforma psiquiátrica
brasileira........................................................................38
Início do movimento...........................................................39
Movimento antimanicomial................................................39
Assistência à saúde mental nos últimos anos (2010-2019).....42
8 Saúde Mental e Assistência Farmacêutica
01
UNIDADE
INTRODUÇÃO
Nessa aula vamos conhecer a história dos tratamentos para saúde
mental, pelos autores antigos é chama de loucura, pelos médicos atuais
chamada de transtornos mentais.
Inicialmente era vista, como todas as doenças, como manifestação
de maus espíritos sendo tratada como um mau adquirido ou como
castigo pelos pecados. Por isso, as pessoas eram tratadas com práticas
de exorcismos que, muitas vezes, levavam a morte do indivíduo.
Quando o foco deixa de ser religioso, a sociedade passa a acreditar
que esses indivíduos são um problema e devem ser excluídos do convívio,
por isso, a criação de manicômios para “limpar” a sociedade desse mal.
Inicia, então, a hospicialização dos pacientes e profissionais da
saúde começam a buscar tratamentos para curar essa doença. Por muitos
anos foram utilizados tratamentos físicos que, hoje, são considerados
desumanos e, por isso, os próprios profissionais da saúde começam
um movimento para humanização das condutas e começam a luta para
humanizar os tratamentos e minimizar as internações, deixando como
última opção e que seja feita pelo menor tempo possível.
Esses movimentos tiveram inúmeras conquistas em relação às
mudanças na assistência à saúde mental por meio de legislações para a
regulamentação desses procedimentos. Porém, nos últimos anos, novas
legislações são consideradas um retrocesso das conquistas. Ao longo
desta unidade letiva você vai mergulhar neste universo!
10 Saúde Mental e Assistência Farmacêutica
OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 1. Nosso propósito é auxiliar
você no desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o
término desta etapa de estudos:
DEFINIÇÃO
Quando você for aprofundar seus conhecimentos em
relação à história, você vai ver muitos textos sobre os
transtornos mentais. Esses textos têm características
filosóficas e chamam esse transtorno de loucura, por isso,
vamos usar esse termo no decorrer do texto.
As práticas psiquiátricas
INTRODUÇÃO
Vimos a história da psiquiatria no Brasil e no mundo, agora
vamos conhecer a evolução das práticas psiquiátricas,
desde as primeiras, hoje consideradas desumanas, até as
atuais e como chegamos até aqui. Motivado para mais essa
aventura? Então, vamos lá!
Afogamento
O paciente era colocado em um caixão com furos e
submerso em água, esperava-se todo o ar sair de dentro
do caixão, observando quando não apareciam mais bolhas,
depois o paciente era retirado e reanimado. Acreditava-se
que, quando as funções vitais cessavam, a reanimação
possibilitava que o paciente voltasse a vida de forma
mais adequada e ajustada perante a moral da sociedade.
(GUIMARÃES & al, 2013; BORENSTEIN, 2007)
Cirurgia ginecológica
Por acreditar que clitóris e útero estavam relacionados
com a histeria feminina, eram realizadas amputação
desses órgãos como tratamento. (GUIMARÃES & al, 2013;
BORENSTEIN, 2007)
Hidroterapia
Para os psiquiatras da época o banho prolongado induziria
à fadiga psicológica e estimularia secreções dos rins e
da pele podendo reestruturar as funções cerebrais. O
tratamento consistia em enrolar o paciente em uma rede
e mantê-lo em uma banheira apenas com a cabeça de
fora e coberto por uma lona, podendo permanecer por
horas ou até mesmo dias em água gelada e fervente
alternadamente. (GUIMARÃES & al, 2013; BORENSTEIN,
2007)
Berço de Utica
Na cidade de Utica, no estado de Nova York, os pacientes
eram forçados a ficar em um berço de madeira ou metal
fechado de todos os lados, sem possibilidade de se
movimentar, isso para evitar a interação com outros
indivíduos. Era usado apenas em pacientes agressivos.
(GUIMARÃES & al, 2013; BORENSTEIN, 2007)
24 Saúde Mental e Assistência Farmacêutica
Cadeira giratória
Na época era considerado um tratamento humanizado
e por isso, esse tratamento era sempre complementado
com as outras terapias como hidroterapia e a lobotomia
frontal, por exemplo. A cadeira era girada até o paciente
desmaiar, pois acreditava-se que ao rodar poderia curar a
esquizofrenia por “embaralhar” o cérebro. (GUIMARÃES &
al, 2013; BORENSTEIN, 2007)
Lobotomia
Já vimos no tópico anterior sobre a trepanação na antiguidade para
a “retirada dos maus espíritos” sendo um método de exorcismo, porém
esse procedimento perdurou por anos nas instituições. Foi aprimorado
e se torna um procedimento cirúrgico chamado de Lobotomia. O
procedimento consiste em fazer inicialmente uma abertura na parte
frontal do crânio e posteriormente utilizando-se a cavidade ocular
para chegar até os lobos frontais utilizando o orbitoclast (instrumento
semelhante ao picador de gelo) e um martelo.
Choque cardiazólico
Utilizava-se o medicamento cardiozol via endovenoso
levando o paciente a convulsão de forma rápida e violeta a
ponto de causar fraturas graves, entre elas fratura espinhal.
Por esse motivo foi utilizada por pouco tempos, sendo
substituída pela eletroconvulsoterapia. (GUIMARÃES & al,
2013; BORENSTEIN, 2007)
SAIBA MAIS
O uso de convulsões para o tratamento da loucura iniciou
com Paracelsus no século XVI, o qual usava cânfora via oral.
Essa prática foi esquecida por muitos anos sendo retomada
em 1934 pelo neuropsiquiatra húngaro Ladislas von
Meduna que utilizou a cânfora, inicialmente intramuscular
e posteriormente passou para uma substância menos
tóxica, o metrazol, também conhecido como cardiazol,
intravenosa.
26 Saúde Mental e Assistência Farmacêutica
Eletroconvulsoterapia
Desde o início de sua utilização foi vista como eficaz para diminuir
a agitação e amenizar os sintomas psicóticos. Também chamada
de eletrochoque, a eletroconvulsoterapia (ECT) era utilizada para o
tratamento da esquizofrenia, consistindo na passagem de uma corrente
alternada através da caixa craniana do paciente provocando convulsões
imediatas. Durante a passagem da corrente elétrica há perda da
consciência e espasmos musculares generalizados, características
de uma crise convulsiva, posteriormente o sono de alguns minutos e,
em seguida, o paciente acorda espontaneamente de forma tranquila e
observa-se a saída do quadro psiquiátrico agudo, sem recordar o que
aconteceu.
Essa técnica era utilizada para conter o paciente e apagar suas
memórias sendo uma experiência traumatizante para os indivíduos, por
isso, em alguns casos, era usada para castigar e controlar os internos da
instituição.
Com o início do uso de psicofármacos, o ECT teve um declínio
em seu uso, porém, nos últimos anos sua prática volta a ganhar
destaque para alguns tratamentos específicos, utilizando anestésicos,
consentimento do paciente ou do seu responsável. Esse procedimento
é normatizado pelo Conselho Federal de medicina com a Resolução n.
1.640/2002 e com estudos, como o realizado pelo Instituto de Psicologia
da Universidade Federal do Rio de Janeiro, mostrando ser um bom
método para a remissão de sintomas graves. (GUIMARÃES & al, 2013;
BORENSTEIN, 2007)
Insulinoterapia
A introdução da insulinoterapia acontece em 1933 pelo médico
polonês Manfred Sakel, o qual causa convulsão com uma dose excessiva
de insulina acidentalmente, porém percebe que era um tratamento
eficaz para pacientes com psicose e com esquizofrenia. Porém, entra
em desuso quando os estudos mostraram que não levava a cura dos
transtornos, apenas a melhora momentânea. (GUIMARÃES & al, 2013;
BORENSTEIN, 2007)
Saúde Mental e Assistência Farmacêutica 27
Praxiterapia
É o desenvolvimento de tarefas laborais como trabalho agrícola
e criação de galináceos e suínos. Era utilizada como ocupação integral
do tempo dos pacientes como prática terapêutica. Essas práticas eram
desenvolvidas de acordo com condições físicas e aptidões de cada
indivíduo, sendo considerado o tratamento mais indicado nos casos de
esquizofrenia.
Dentre os métodos empregados, esse é o único feito de forma
coletiva, incentivando o convívio e o exercício físico dos pacientes sendo
supervisionados pelos profissionais da enfermagem.
Atividades em outras áreas também eram desempenhadas pelos
pacientes como a serraria, olaria, carpintaria, moinhos de trigo, engenho
de cana e produção de mandioca, destilaria, lavanderia, costura, cozinha
e limpeza.
Essas atividades tinham como objetivos:
• Reencaminhar o paciente para a via do trabalho;
• Sublimar seus impulsos (sob a ótica da psicanálise);
• Manter controle sobre os pacientes internados.
Outro recurso utilizado era a assistência hetero-familiar, a qual
consistia em encaminhar o paciente ao convívio com famílias de
empregados das colônias, dependendo do seu desempenho o indivíduo
poderia ser considerado apto para voltar ao convívio na sociedade
recebendo alta hospitalar.
Saúde Mental e Assistência Farmacêutica 29
Medicamentos
O início da medicalização acontece nos anos 50, com
psicofármacos empregados no tratamento dos pacientes. Esses
medicamentos não substituíam os métodos tradicionais. Eram utilizados
como coadjuvantes. Os primeiros sintetizados foram:
• Cloropromazina (amplictil);
• Levopromazina (neozine);
• Haloperidol (haldol).
Por não existirem muitas opções e essas não serem tão eficazes
para minimizar sintomas, os psicofármacos eram utilizados de forma
excessiva principalmente para induzir o sono no paciente.
A clorpromazina foi a substancia estudada em 1952 pelos
pesquisadores Jean Delay e Pierre G. Deniker, que obtiveram sucesso
por reduzir a agitação psicomotora, alucinações e delírios.
Atualmente a psicoterapia e as atividades comunitárias
dão lugar à exclusão da sociedade herdada do modelo
manicomial. E são de extrema importância a avaliação
do uso racional e acompanhamento farmacoterapêutico
desses pacientes. Existem muitos psicofármacos que
podem ser utilizados para os vários transtornos mentais
diagnosticados nos dias de hoje, mas teremos uma aula
para falar mais sobre medicalização. (GUIMARÃES & al,
2013; BORENSTEIN, 2007)
Vimos até aqui as práticas utilizadas nos tratamentos de
transtornos mentais desde a antiguidade, com tratamentos meramente
físicos com pouco ou nenhum resultado até os tempos atuais onde
30 Saúde Mental e Assistência Farmacêutica
Era da institucionalização
Em 1840 o provedor da Santa Casa do Rio de Janeiro, José
Clemente Pereira, faz um pedido para criação de um hospital específico
para os pacientes com transtornos mentais, alegando que essa
separação facilitaria a cura desses pacientes. Por isso, em 1841, com o
Decreto nº 82, de 18 de julho de 1841, Dom Pedro II atende esse pedido
e inicia a construção do Hospício de Pedro II cuja inauguração acontece
em 8 de dezembro de 1852.
Já em 1890, o Decreto nº 206-A/1890 desvincula o Hospício
de Pedro II da Santa Casa, o qual passa a denomina-lo como Hospício
Nacional dos Alienados e o Decreto nº 791, de 27 de setembro de 1890
institui a escola profissional de enfermeiros dentro desse hospital.
Outra legislação de importância da época foi o Decreto nº
1.132, de 22 de dezembro de 1903, a qual descreve que
indivíduos, por moléstia mental, congênita ou adquirida,
que possa comprometer a ordem pública ou a segurança
das pessoas, deverão ser recolhidos a um estabelecimento
de alienados. Porém, só permaneceria no estabelecimento
por meio de comprovação de seu estado mental. Isso para
evitar que indivíduos considerados não aptos ao convívio
da sociedade como ladrões, indigentes, mães solteiras,
Saúde Mental e Assistência Farmacêutica 31
SAIBA MAIS
Há outras legislações interessantes dessa época, e
principalmente as discussões entre os profissionais sobre
elas. Mas, nessa aula, vamos focar nas legislações mais
atualizadas e relacionadas à reforma psiquiátrica. Mesmo
assim, vale a busca por esse conhecimento!
Processo de desinstitucionalização
O questionamento sobre os procedimentos para tratamento dos
transtornos mentais começa na década de 60 no mundo e na década
de 70 no Brasil.
Ocorreram vários movimentos sociais para reduzir a exclusão
desse indivíduo da sociedade, buscando um modelo assistencial com
a promoção da saúde mental, não apenas o tratamento dos doentes.
Dentre os profissionais da saúde esse movimento antimanicomial
inicia com o Movimento dos Trabalhadores de Saúde Mental (MTSM),
com o lema “Por uma sociedade sem manicômios" no qual se debate
sobre as péssimas condições do sistema de saúde e da legislação
vigente, propondo modificações.
32 Saúde Mental e Assistência Farmacêutica
SAIBA MAIS
Conforme descrito nessa legislação os NAPS/CAPS são
unidades de saúde locais/regionalizadas que contam
com uma população adscrita definida pelo nível local e
que oferecem atendimento de cuidados intermediários
entre o regime ambulatorial e a internação hospitalar, em
um ou dois turnos de 4 horas, por equipe multiprofissional.
Podem constituir-se também em porta de entrada da
rede de serviços para as ações relativas à saúde mental,
considerando sua característica de unidade de saúde
local e regionalizada. Atendem também a pacientes
referenciados de outros serviços de saúde, dos serviços de
urgência psiquiátrica ou egressos de internação hospitalar.
Deverão estar integrados a uma rede descentralizada e
hierarquizada de cuidados em saúde mental.
Portaria 3.588/2017
Descreve sobre Rede de Atenção Psicossocial e dá outras
providências tendo como objetivo atender pessoas de todas as faixas
etárias proporcionando serviços de atenção contínua durante vinte
quatro horas incluindo feriados e finais de semana e ofertar assistência a
Saúde Mental e Assistência Farmacêutica 37
INTRODUÇÃO
Vamos entender como aconteceram os movimentos
sociais para a reforma psiquiátrica no Brasil. Os encontros
mais relevantes e suas discussões que deram base para as
legislações estudadas no tópico anterior.
Saúde Mental e Assistência Farmacêutica 39
Início do movimento
Como podemos ver, grande parte dos tratamentos para
transtornos mentais, hoje, são considerados desumanos, dentre eles a
exclusão da sociedade a partir da internação e a separação da família.
Juntamente com a superlotação dos hospícios e o alto custo para se
manter esses indivíduos hospitalizados por grandes períodos geraram
uma movimentação social, que iniciam na década de setenta que está
relacionada aos direitos e à dignidade humana no tratamento da saúde
mental.
Esse movimento inicia em um momento peculiar da
história do Brasil, que após vinte anos de ditadura o país
começa um movimento de redemocratização e ascensão
de movimentos sociais por um sistema de saúde de
qualidade, universal, gratuito e igualitário. (AMARANTE &
NUNES, 2018; BEZARRA, 2007; BARBOSA & al, 2012; MELO,
2012)
Movimento antimanicomial
O movimento antimanicomial inicia com o Movimento dos
Trabalhadores de Saúde Mental (MTSM), constituído em 1978, com
o propósito de reformulação da assistência psiquiátrica no Brasil. O I
Congresso de Saúde Mental aconteceu em 1979 na cidade de São Paulo
e foi organizado pelo MTSM, mesmo sem qualquer apoio financeiro.
Em 1986 muitos participantes do MSTM participaram da 8ª
Conferência Nacional de Saúde a qual revolucionou a forma de
participação social para elaboração de políticas públicas relacionadas
à saúde como direito, reformulação do sistema nacional de saúde e
financiamento do setor. Devido à complexidade da discussão sobre
os transtornos mentais, foi decidido realizar, nesse mesmo ano, a I
Conferência Nacional de Saúde Mental em Brasília, porém sem muito
êxito, pois o setor de Saúde Mental do Ministério da Saúde era contrário
às reformulações propostas.
Franco Basaglia, médico psiquiatria, iniciou o processo de reforma
na psiquiatria na Itália e influenciou todo o movimento de reformas no
40 Saúde Mental e Assistência Farmacêutica
Saúde Mental e Assistência Farmacêutica 45
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48 Saúde Mental e Assistência Farmacêutica
Saúde Mental e
Assistência Farmacêutica