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Gestão do

processo e da
força de trabalho
em saúde
Camila Maria Silva Paraizo-Horvath

Unidade 2

Livro Didático
Digital
Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Diretora Editorial
ANDRÉA CÉSAR PEDROSA
Projeto Gráfico
MANUELA CÉSAR ARRUDA
Autor
JOANA ÁUREA CORDEIRO BARBOSA
Desenvolvedor
CAIO BENTO GOMES DOS SANTOS
O AUTOR
CAMILA MARIA SILVA PARAIZO-HORVATH
Olá. Meu nome é Camila Maria Silva Paraizo-Horvath. Sou formada
em enfermagem e Mestra em enfermagem pela Universidade Federal
de Alfenas-MG (UNIFAL-MG), atualmente sou doutoranda em ciências,
pelo programa de Enfermagem Fundamental da Universidade de São
Paulo em Ribeirão Preto (USP-RP). Já atuei com professora voluntária
na UNIFAL-MG e hoje também prático a docência nas atividades do
doutorado junto aos alunos de enfermagem. Sou apaixonada pelo que
faço e adoro a docência. Por isso fui convidada pela Editora Telesapiens
a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito feliz em
poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Meu nome é Manuela César de Arruda. Sou a responsável pelo
projeto gráfico de seu material. Esses ícones irão aparecer em sua trilha
de aprendizagem toda vez que:

INTRODUÇÃO: DEFINIÇÃO:
para o início do desen- houver necessidade
volvimento de uma de se apresentar um
nova competência; novo conceito;

NOTA:
IMPORTANTE:
quando forem
as observações
necessários obser-
escritas tiveram que
vações ou comple-
ser priorizadas para
mentações para o
você;
seu conhecimento;
VOCÊ SABIA?
EXPLICANDO
curiosidades e
MELHOR:
indagações lúdicas
algo precisa ser
sobre o tema em
melhor explicado ou
estudo, se forem
detalhado;
necessárias;
REFLITA:
SAIBA MAIS:
se houver a neces-
textos, referências
sidade de chamar a
bibliográficas e links
atenção sobre algo
para aprofundamento
a ser refletido ou
do seu conhecimento;
discutido sobre;
ACESSE:
RESUMINDO:
se for preciso acessar
quando for preciso
um ou mais sites
se fazer um resumo
para fazer download,
acumulativo das últi-
assistir vídeos, ler
mas abordagens;
textos, ouvir podcast;
TESTANDO:
ATIVIDADES: quando o desen-
quando alguma ativi- volvimento de uma
dade de autoapren- competência for
dizagem for aplicada; concluído e questões
forem explicadas;
SUMÁRIO
A Atenção Primária à Saúde 10
Estrutura e Organização da Atenção Primária à Saúde 10
Gestor da APS e suas Competências 15
A Atenção Secundária 18
Estrutura e Organização da Atenção Secundária 18
Gestão na Atenção Secundária 23
A Atenção Terciária 26
Estrutura e Organização da Atenção terciária 27
Gestão na Atenção Terciária 31
A Rede de Atenção à Saúde 35
O que é e como se organiza 35
Gestão do processo e da força de trabalho em saúde 7

02
UNIDADE

O SISTEMA DE SAÚDE NO
BRASIL E SUA ORGANIZAÇÃO
8 Gestão do processo e da força de trabalho em saúde

INTRODUÇÃO
As competências que fazem parte dessa unidade trazem um
pouco sobre o sistema de saúde brasileiro, e como ele está organizado.
Inicialmente apresentamos a estrutura e organização assim como o
papel do gestor, na Atenção Primária à Saúde, na atenção secundária e
na atenção terciária. Na última competência trazemos um pouco sobre
a Rede de Atenção a saúde, como uma proposta horizontal e integrada
dos serviços de saúde. Para desenvolver o papel de gestor é necessário
conhecer bem cada um desses sistemas, ajudando-o a ter uma visão
clara e estratégica, das situações vivenciadas em seu trabalho. Portanto,
a partir desse material esperamos contribuir para um aprimoramento de
conhecimento, gerando mudanças na prática de cada um.
Gestão do processo e da força de trabalho em saúde 9

OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 2 – O sistema de Saúde no
Brasil e sua organização. Nosso objetivo é auxiliar você no desenvolvimento
das seguintes competências profissionais até o término desta etapa de
estudos:
1. Como estudar a Atenção Primária à Saúde e sua organização;
2. Continuar com os estudos da Atenção Secundária e suas organi-
zações;
3. Fazer com que o aluno também tenha conhecimento a Atenção
Terciária;
4. E por fim estudar a Rede de Atenção à Saúde e como ela se organiza.
Então? Preparado para adquirir e compartilhar conhecimento?
10 Gestão do processo e da força de trabalho em saúde

A Atenção Primária à Saúde


INTRODUÇÃO:
Ao término deste nosso segundo encontro, você será
capaz de entender como se organiza e o papel do gestor
na Atenção Primária à Saúde. Isso será fundamental para o
exercício de sua profissão. E então? Vamos lá.

Estrutura e Organização da Atenção


Primária à Saúde
A Atenção Primária à Saúde (APS) no Brasil tem sido considerada
como a melhor forma de organização dos serviços de saúde. É definida
como uma estratégia de organização da Atenção à saúde com o objetivo
de responder a maioria das necessidades de saúde de uma população,
de uma forma regionalizada, contínua e sistematizada.
A Conferência Internacional sobre Cuidados Primários em Saúde,
em Alma-Ata em 1978, é considerada um dos pilares da elaboração da
proposta de Atenção Primária à Saúde.
Nesse nível da atenção a saúde, são realizadas as ações preven-
tivas e curativas, voltadas para o indivíduo ou comunidade.
A Estratégia de Saúde Família, destaque da APS teve sua implantação
nacional em 1994, com a proposta de mudança do modelo assistencial,
desenvolvendo ações de prevenção, manutenção, recuperação, reabili-
tação de doenças e agravos mais frequentes e a promoção da saúde de
forma integral e contínua.
Inicialmente era usado o termo Programa de Saúde da Família
- PSF, no ano de 1997 a saúde da família, passou a ser compreendida
como uma estratégia e não um programa, recebendo assim o nome de
Estratégia de Saúde da Família – ESF.
Para isso os serviços prestados são realizados através da insti-
tuição de uma equipe multiprofissional responsável por uma população
adscrita em determinado território. Além da incorporação de práticas
inovadoras voltadas para a família e comunidade, possibilitando maior
atuação nos determinantes do processo saúde-doença.
Gestão do processo e da força de trabalho em saúde 11

DEFINIÇÃO:
Segundo a Política nacional de Atenção Básica População
Adscrita: população que está presente no território da
UBS, de forma a estimular o desenvolvimento de relações
de vínculo e responsabilização entre as equipes e a
população, garantindo a continuidade das ações de saúde
e a longitudinalidade do cuidado e com o objetivo de ser
referência para o seu cuidado.

A partir sua concepção já foi possível notar alguns resultados


positivos dentre eles podemos destacar: uma maior participação
comunitária nos cuidados da própria saúde; redução de mortalidade e de
doenças relacionadas à ausência de condições sanitárias e econômicas;
e o desenvolvimento de medidas preventivas e de promoção da saúde.
O desenvolvimento do processo de trabalho na APS não requer
grandes recursos tecnológicos, e nem materiais de alto custo, como
necessitam os demais níveis de atenção a saúde (atenção secundária e
atenção terciária), no entanto o desenvolvimento das ações podem ser
considerado como complexo.
Seu processo de trabalho envolve ainda diversas relações humanas,
que se configuram nas relações entre os trabalhadores que compõe a
equipe, entre a equipe e os gestores, entre equipe e os usuários e entre
os gestores e a comunidade.
Gestores são as entidades encarregadas de fazer com que o
SUS seja implantado e funcione adequadamente dentro das diretrizes
doutrinárias e operacionais. Haverá gestores nas três esferas do Governo
(municipal, estadual e federal).
Quando nos referimos a gestão na APS, no Brasil, fica sob a respon-
sabilidade municipal, e torna-se fundamental que esteja organizada de
forma a garantir a qualidade e resolutividade da atenção à saúde.
Isso ocorreu devido ao processo de descentralização dos serviços
de saúde, fruto da IX Conferência Nacional de Saúde, os municípios
ganharam maior autonomia Essas mudanças e a alta demanda exigiu
das secretarias municipais de saúde modernização da sua burocracia,
formação de competências complexas e incorporação de inovações
em diversas áreas dentre elas a gestão. Entre os aperfeiçoamentos
12 Gestão do processo e da força de trabalho em saúde

gerenciais pode-se citar a gestão da informação, gestão de pessoas,


estabelecimento de parcerias e celebração de convênios técnicos.
Foram instituídas comissões intergestoras conforme podemos
ver no Quadro 1.
Quadro 1: Comissões Intergestoras e suas especificações

Fonte: Elaborado pela autora.

Para o devido funcionamento da APS é necessário à compreensão


das necessidades de saúde da população, os processos de trabalho
envolvidos, a devida gestão dos recursos requeridos e o provimento de
resultados efetivos (PIRES et al, 2019).
A APS envolve diversos tipos de gestão como forme pode
visualizar na figura 1, além de assumir a responsabilidade de oferecer
uma assistência que seja universal, integral, equânime, atendendo assim
de formar eficaz e eficiente as necessidades de saúde da população.
Para que as unidades de saúde pertencentes a APS, desenvolvam
suas ações, elas necessitam de recursos materiais, equipamentos, e
insumos suficientes. É necessário ainda suporte administrativo, infraes-
trutura adequada, instrumentos de organização.
No entanto a realidade enfrentada por muitos gestores é a insufi-
ciência de recursos financeiros e fragilidades na gestão em saúde, que
muitas vezes está relacionada à inexperiência profissional na área da gestão.
Somado a isso ainda têm o retardo na inclusão de novas tecnologias que
possam contribuir nos processos de gestão e organização do trabalho;
temos ainda às dificuldades para superar empecilhos impostos pela
legislação que dificultam a agilidade necessária, influências partidárias e
eleitorais sobre gestores, o que gera rotatividade e descontinuidade de
processos iniciados, e desmotivação de trabalhadores e profissionais.
Gestão do processo e da força de trabalho em saúde 13

Figura 1: A gestão na APS

Fonte: Elaborada pela autora.

Quando nos referimos ao processo de trabalho das ESF, está


relacionado ao planejamento, programação e implementação de suas
ações, por cada unidade de saúde, onde devem ser priorizados os
problemas de saúde que são mais frequentes.
Essas ações fazem parte do Plano e da Programação Anual de
Saúde (PAS) do município, e os resultados alcançados por cada unidade
fazem parte do Relatório de Gestão Municipal.
A PAS tem como objetivo operacionalizar as intenções quadrienais
expressas no Plano Nacional de Saúde (PNS) que é elaborado a cada
quatro anos. A PAS refere-se então à anualização das metas contidas no
PNS do respectivo quadriênio, além de prever a alocação dos recursos
orçamentários a serem executados no exercício (BRASIL, 2018)
A cada quatro anos, é elaborado O Programa Nacional de Saúde
(PNS) o último se refere aos anos de 2016-2019, a Programação Anual
de Saúde (PAS) é a operacionalização das metas previstas para aquele
ano na PNS. Sendo assim, o PNS 2016-2019 é o instrumento que norteia
a atuação do Governo Federal para o quadriênio, com o propósito de
contribuir para o aperfeiçoamento do Sistema único de Saúde. A PAS
é elaborada em consonância com o PNS, modela a atuação anual em
saúde do Governo Federal ao definir as ações que garantirão o alcance
dos objetivos e o cumprimento das metas do PNS.
14 Gestão do processo e da força de trabalho em saúde

Desse modo, a PAS 2019 constitui-se em um instrumento de


gestão que demonstra a operacionalização, no respectivo exercício,
das metas expressas no PNS. E para obter os resultados esperados da
execução da PAS deve-se levar em consideração a descentralização
da responsabilidade pelas ações de saúde, sendo fundamental a ação
conjunta das três esferas de gestão. A execução das ações e apuração
dos resultados é apresentada em Relatórios Quadrimestrais de Prestação
de Contas (RQPC) e no Relatório Anual de Gestão (RAG).

ACESSE:
Para aprender um pouco mais sobre os temas, acesse a
PAS proposta para o ano de 2019. “Programação Anual de
Saúde – 2019”. Pelo Link: http://bit.ly/2Gu6LWJ. Acesso em
5/12/2019.

Nessa perspectiva para uma boa gestão da APS, é essencial que


as ESF conheçam e discutam e avaliem os relatórios tanto quadrienais
quanto os anuais. Nesses momentos de discussões é fundamental a
participação dos gestores e dos representantes da população. Garantindo
assim a participação popular um dos princípios organizacionais do SUS.
O RAG é um instrumento básico de planejamento do Sistema
Único de Saúde (SUS) que apresenta elementos fundamentais para o
acompanhamento e avaliação das iniciativas quadrienais amplamente
indicadas pelo PNS e anualmente operacionalizadas pelo PAS, buscando
o alcance dos objetivos do SUS (BRASIL, 2018). O RAG possui grandes
contribuições como podemos verificar no Organograma 1.
Organograma 1: Contribuições do Relatório Anual de Gestão

Fonte: Elaborado pela autora.


Gestão do processo e da força de trabalho em saúde 15

ACESSE:
Para saber mais sobre o RAG sugerimos a seguinte leitura.
“Relatório Anual de Gestão (RAG) 2018”. Link: http://bit.
ly/2RJo6zX. Acesso em 5/12/2019.

Uma Atenção Primária à Saúde, bem estrutura e organizada,


seguindo os princípios do SUS, é capaz de resolver mais de 80% dos
problemas da população, além de prevenir doenças e agravos de doenças
já instaladas.

Gestor da APS e suas Competências


O Gestor de Unidade Básica de Saúde pode ser definido como
o profissional que atua entre aqueles que fazem parte das equipes
(profissionais da saúde e demais trabalhadores) e a gestão propriamente
dita e que desenvolve suas atividades de gerência dentro das Unidades
Básicas de Saúde.

Fonte: freepik

No Brasil, muitas unidades Básicas de Saúde contam com


um trabalhador exclusivo para esse cargo, porém, muitas ainda não
possuem esse profissional exclusivo, ficando as ações de gerência da
unidade a cargo na maioria das situações do enfermeiro da unidade, que
muitas vezes acaba tendo que se afastar um pouco de suas atribuições
para dar conta da parte gerencial da unidade.
16 Gestão do processo e da força de trabalho em saúde

Segundo Carbone et. al (2009) a competência pode ser com-


preendida como um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes
e possui três dimensões:
Figura 2: Habilidades, atitudes e conhecimento dimensões da competência.

Fonte: elaborada pela autora

Os gestores dessas unidades de saúde precisam lidar diariamente


com as limitações próprias do setor de saúde, tais como a falta de insumos
e materiais, déficit de pessoal, conflitos interpessoais, informações e
dados em saúde, planejamento das ações, alcance de metas.
Em 1993 o Ministério da Saúde criou o projeto Desenvolvimento
Gerencial de Unidades de Saúde do SUS – GERUS. Com o objetivo de
capacitar gestores das unidades de saúde para avaliar as condições
sócio epidemiológicas e dos serviços além da condução dos processos
de trabalho com qualidade e produtividade.
O processo de trabalho das unidades de saúde sofre grande
pressão externa por agilidade e flexibilidade, com isso o gestor tem um
importante papel de isolante de pressões externas, se colocando muitas
vezes no centro de conflitos e como mediador entre as necessidades da
gestão municipal, trabalhadores e usuários.
Portanto, para desempenhar a função de gestor de unidade básica é
importante conhecer planejamento, estratégias para a sua implementação,
programação, compreender as formas de contrato, gestão de pessoas,
gestão dos processos de trabalho e do conhecimento, organização da
rede de saúde, além das questões relacionadas à infraestrutura predial e
sua manutenção.
Segundo Raupp (2006) define o perfil dos gerentes das unidades
de Atenção Básica, que deve contemplar as seguintes capacidades:
Gestão do processo e da força de trabalho em saúde 17

a. Ter uma visão do todo e da realidade do país;


b. Mediar a dimensão política, gerencial e de coordenação com
o trabalho em equipe;
c. Participar da definição de políticas no setor em que está inserido;
d. Coordenar e facilitar a construção do planejamento e monito-
ramento de sua unidade de saúde;
e. Promover a participação de todos os membros da equipe
estimulando a intervenção e a criatividade do grupo;
f. Promover e coordenar as formas de trabalho interdisciplinar
buscando superar a fragmentação do trabalho;
g. Mediar as dificuldades da equipe no que tange às relações no
ambiente de trabalho;
h. Apoiar e dar suporte as atividades de educação permanente
das equipes e categorias profissionais;
i. Promover e estimular o diálogo na equipe e a participação da
comunidade na gestão dos serviços;
j. Ter capacidade técnica gerencial e ser flexível, porém mantendo
o rumo da instituição;
k. Colocar-se a possibilidade de aprender e ser criativo.
FISCHER et al. (2014) em seu estudo descreveu um conjunto de
competências para os gestores de Unidade Básica de Saúde, dividindo-
as em técnicas e comportamentais.
Quadro 2: Descrição das competências técnicas e comportamentais para a gestão

Fonte: Elaborado pela autora

Verifica-se que os gestores possuem um potencial para promover


mudanças ou legitimar situações dadas, que podem ocorrer de forma
gradual e sutil, direcionando da melhor forma possível o processo de
trabalho das equipes de saúde.
18 Gestão do processo e da força de trabalho em saúde

Visto o exposto nessa competência podemos inferir que o


gestor da Unidade Básica de Saúde tem um importante papel dentro
dessas unidades, auxiliando para que sejam alcançados os objetivos de
descentralização do SUS.
E então? Gostou do que lhe mostramos? Foi possível perceber que
a implantação da APS se configura em uma grande evolução no sistema de
saúde brasileiro, visto sua forma de organização atendendo a população de uma
forma regionalizada e organizada. Composta por uma equipe multiprofissional
a APS tem a capacidade de solucionar a maior parte dos problemas de saúde
da população. A gestão na APS é de responsabilidade municipal, e essa precisa
ser organizada de forma que venha a garantir a qualidade e resolutividade da
atenção à saúde. A APS envolve diversos tipos de gestão, tais como: gestão
de materiais e processos, gestão financeira, gestão de pessoas e gestão em
saúde, requerendo assim do gestor grande conhecimento e habilidades. Para
auxiliar os gestores, a cada quatro anos, é elaborado o Programa Nacional de
Saúde (PNS), trata-se de um instrumento que norteia a atuação do Governo
Federal para aquele determinado quadriênio, com o propósito de contribuir
para o aperfeiçoamento do SUS. Temos ainda a Programação Anual de Saúde
que é a operacionalização das metas previstas para aquele ano na PNS. E por
fim para o acompanhamento e avaliação das iniciativas quadrienais indicadas
pelo PNS. É fundamental para que o gestor conheça esses programas, e
desenvolva suas atividades com o objetivo de atingir as metas estabelecidas.

A Atenção Secundária
INTRODUÇÃO:
Chegando ao final desta competência, tenho certeza que
você terá a capacidade de entender como se organiza e o
papel do gestor na Atenção Secundária. Isto será fundamental
para o exercício de sua profissão. E então? Vamos lá.

Estrutura e Organização da Atenção


Secundária
Na rede de saúde, a atenção secundária pode ser definida como
o conjunto de serviços especializados em nível ambulatorial e hospitalar,
Gestão do processo e da força de trabalho em saúde 19

que possuem densidade tecnológica intermediária (procedimentos de


média complexidade) entre a atenção primária e a terciária.
Figura 3: Unidades de saúde que compõem a Atenção Secundária

Fonte: elaborado pela autora.

Compreende assim os serviços médicos especializados, de apoio


diagnóstico e terapêutico e atendimento de urgência e emergência.
Suas ações devem ser realizadas de acordo com os princípios do SUS,
para isso deve focar na realização de boas práticas.
Boas práticas é o conjunto de técnicas, processos e atividades,
compreendidas como melhores para realizar determinada tarefa, que vão
de acordo com os valores, objetivos, evidências da promoção da saúde e
entendimento do ambiente no qual se desenvolve a prática.
Aluno, quando nos referimos aos programas e serviços de saúde,
está incluso em boas práticas a aplicação de conhecimento em situações e
contextos específicos, sua realização com o emprego adequado de recursos
para o alcance de resultados. Realizada com o apoio da eficácia e eficiência
tecnológica, juntamente com efetividade da prática. Com o objetivo de
contribuir para o desenvolvimento e implementação de soluções adaptadas
a problemas de saúde semelhantes em outras situações ou contextos.
Dentro dos princípios do SUS, podemos destacar a Regionalização
no âmbito da atenção secundária. A regionalização é considerada como
a forma de orientar o processo de descentralização do SUS. A regionali-
zação tem como objetivos:
20 Gestão do processo e da força de trabalho em saúde

Figura 4: Objetivos do princípio da Regionalização

Fonte: Elaborada pela Autora.

Para isso temos as regiões em saúde que podem ser definidas


como espaços geográficos contínuos constituídos por agrupamentos de
municípios vizinhos. São delimitadas as regiões em saúde considerando
as identidades culturais, econômicas, sociais, redes de comunicação e
infraestrutura de transportes compartilhados, com o objetivo de integrar a
organização, o planejamento e a execução de ações e serviços de saúde.
Nessa perspectiva a atenção secundária a saúde oferece para a
região de saúde a qual faz parte serviços de especialidades básicas de
pediatria, ginecologia, obstetrícia, traumato-ortopedia, clínica médica, cirur-
gia geral, com serviços de urgência emergência 24 horas, e ambulatório de
psiquiatria, odontologia especializada, otorrinolaringologia, oftalmologia,
mastologia, cardiologia, gastroenterologia, urologia, neurologia, angiologia
e endocrinologia.
Ainda é considerada de responsabilidade da Comissão Intergestora
Regional (CIR) colaborar com a organização do SUS no Estado, auxi-
liando assim no alcance dos seus objetivos maiores, de aperfeiçoar a
universalidade da saúde, garantir a integralidade da assistência e obter
a equidade de acesso às ações e serviços de saúde entre as diferentes
regiões do Estado.
A Comissão Intergestora Regional - CIR é uma instância de coges-
tão no espaço regional, ela foi criada com o propósito ser um canal
permanente e contínuo de negociação e decisão entre os gestores
municipais e o estado para constituição de rede regionalizada, é pactuado
através da CIR a definição das regras da gestão compartilhada do SUS.
Gestão do processo e da força de trabalho em saúde 21

Para um melhor desenvolvimento das ações da atenção secun-


dária além da criação da CIR também se faz necessário:
• Controle público: fortalecimento dos conselhos municipais de
saúde, criação de Fóruns regionais de Conselheiros da Saúde e será
articulado o ministério público para o controle das ações e serviços de
saúde na defesa dos interesses da coletividade.
• Organização em cada região, da vigilância sanitária; vigilância
epidemiológica; vigilância ambiental; controle de endemias e sistema de
informações em saúde.
Em relação à estrutura e organização do processo de trabalho na
atenção secundária está relacionado com o modo que essas ações estão
estabelecidas na prática de atenção à saúde, contemplando as políticas,
princípios e normas que regem seu funcionamento. Isso inclui as rotinas
de trabalho em relação à quantidade e duração das consultas, a jornada
de trabalho e a oferta de especialidades. Para uma melhor viabilização
dessas práticas temos o uso em alguns locais do prontuário eletrônico.
O prontuário eletrônico é uma das inovações tecnológicas que
foi criado para otimizar o trabalha na área da saúde, integram os dados,
mantem um histórico dos atendimentos realizados e das principais
informações sobre o paciente, agiliza assim o trabalho dos profissionais,
além de trazer mais segurança e qualidade para os pacientes.
A organização da demanda na atenção secundária pode ser feita
de duas formas.
Quadro 3: Demandas atendidas na Atenção secundária de saúde.

Fonte: Elaborado pela Autora.

A Classificação de Risco é um processo dinâmico de identificação


da pessoa que precisa de tratamento imediato, de acordo com o
22 Gestão do processo e da força de trabalho em saúde

potencial de risco, agravos à saúde ou grau de sofrimento. Portanto a


classificação de risco pressupõe o atendimento de todos os casos, mas
com prioridade aos casos de maior risco de vida.
Para o devido manejo da classificação de risco é necessário
equipes com experiência em urgência e emergência qualificadas
para identificar necessidades e prioridades do cidadão. O objetivo da
classificação de risco é melhorar o atendimento nas portas de entrada
de urgência e emergência.
O Protocolo de Manchester é um exemplo de sistema utilizado
para a classificação de risco, ajudando assim a organizar a ordem de
atendimentos dos pacientes. Esse método é usado em diversos países
inclusive alguns estados brasileiros também adotaram esse protocolo.
De acordo com esse protocolo a classificação é feita da seguinte
maneira, conforme mostra o Quadro 4.
Quadro 4: Classificação de risco de acordo com o Protocolo de Manchester

Tempo máximo
Cor Classificação
para atender
Emergência - Existe risco imediato à vida
Vermelho do paciente e ele precisa ser atendido 0 minutos
imediatamente;
Muito urgente - existe risco à vida do
Laranja paciente e ele precisa ser atendido o Até 10 minutos
quanto antes;
Urgente - Não é considerado uma
Amarelo emergência, mas o paciente precisa passar Até 60 minutos
logo por uma avaliação;
Pouco urgente - é considerado um caso
menos grave, o paciente pode aguardar
Verde Até 120 minutos
atendimento ou ser encaminhado para
outro serviço de saúde;
Não urgente - é o caso mais simples, o
paciente pode aguardar por atendimento Até 240
Azul
ou ser encaminhado para outro serviço de minutos
saúde.
Fonte: Elaborado pela autora.
Gestão do processo e da força de trabalho em saúde 23

O protocolo de Manchester é uma ótima ferramenta para organizar


o fluxo de atendimento, traz mais transparência para o atendimento, além
de favorecer o desenvolvimento do princípio da Equidade, visto que os
pacientes são atendidos de acordo com a necessidade, sendo priorizados
os casos mais graves, garantindo assim um atendimento homogêneo,
sem julgamentos pessoais ou de classe social (TEIXEIRA; OSELAME;
NEVES, 2014).

ACESSE:
Para saber um pouco mais sobre o protocolo de Manchester
recomendamos a leitura do seguinte texto: “O Protocolo de
Manchester no Sistema Único de Saúde e a Atuação do
Enfermeiro”. Disponível em: http://bit.ly/3aFuyR0. Acesso
06/12/2019.

Esse sistema pode ainda ser utilizado nos demais níveis de atenção
à saúde. É recomendado que todos os níveis de atenção à saúde utilizem
o mesmo sistema de classificação de risco. Espero que goste.

Gestão na Atenção Secundária


Quando nos referimos à gestão na atenção secundária, é
recomendado que ela seja desenvolvida com ênfase no processo de
planejamento e de avaliação contínua. Devem ser definidos os objetivos
e as metas a serem alcançadas.
Organograma 2: Barreiras enfrentadas pelos gestores da Atenção Secundária

Fonte: Elaborado pela autora.

A atenção secundária possui uma importante parcela dos


recursos necessários para que seja garantida a integralidade da atenção
24 Gestão do processo e da força de trabalho em saúde

à saúde. No entanto a realidade é um pouco diferente, exigindo maior


enfrentamento por parte dos gestores para superar esses desafios.
Podemos visualizar as principais barreiras no organograma.
São apontadas como boas práticas que devem ser desenvolvidas
para uma melhor atenção secundária:

Fonte: elaborada pela autora.


Gestão do processo e da força de trabalho em saúde 25

Ressalta-se ainda a que uma atenção primária resolutiva traz


consequências positivas para toda a rede, já que diminui a demanda nos
demais níveis de atenção. Assim como um aumento da resolubilidade
na atenção primária depende do acesso a consultas e procedimentos
disponíveis na atenção secundária.
Destaca-se também que sistemas de referência e contra-refe-
rência organizados e a definição de pontos de contato entre a atenção
primária e secundária contribuem para a integração e a troca de
experiência entre profissionais.
Quando os serviços estão devidamente estruturados e organizados,
como, por exemplo, nas UPAs, diminuem a demanda na emergência
hospitalar e facilitam o encaminhamento para a atenção terciária.

Fonte: wikipedia

Ressaltamos que quando não há integração entre diferentes


pontos de atenção, a insuficiência de fluxos formais para atenção terciária
e a desarticulação das políticas que normatizam a atenção secundária
são barreiras para à garantia do cuidado integral, tornando incompleto
esse processo na rede.
Podemos considerar como principais estratégias para a
integração dos níveis assistenciais: a criação e fortalecimento de
estruturas regulatórias no interior das Secretarias Municipais de Saúde,
com descentralização de funções em nível local, organização dos
fluxos, implantação de sistema de informação com prontuário eletrônico
e ampliação da oferta de serviços especializados municipais.
É importante para uma boa gestão da atenção secundária que o
planejamento das ações e serviços, seja feito junto as diretorias do nível
central da secretaria municipal, definindo prazos e avaliando as ações
realizadas, buscando assim a melhoria contínua .
26 Gestão do processo e da força de trabalho em saúde

Vimos nessa Unidade que a Atenção Secundária é definida como


o conjunto de serviços de saúde especializados em nível ambulatorial e
hospitalar, que realizam procedimentos de média complexidade, está entre
as atividades desenvolvidas pela Atenção Primária e a Atenção Terciária.
Suas ações deem ser realizadas de acordo com os princípios do SUS, para
isso é recomendável que seja focada na realização de boas práticas em
saúde. Podemos entender que boas práticas é o conjunto de técnicas e
processos entendidos como melhores para realizar uma tarefa específica,
indo ao encontro com os valores, objetivos, evidências da promoção da
saúde. Podemos citar como exemplo de boas práticas: a aplicação de
conhecimento em situações e contextos específicos e sua realização com
o emprego adequado de recursos para o alcance de resultados. Vimos
também nessa competência que um dos princípios do SUS que se destaca
é a Regionalização, contribuindo para a descentralização. Esse princípio do
SUS é aplicado na atenção secundária quando são determinadas as regiões
de saúde, que são definidas como espaços geográficos constituídos
por agrupamentos de municípios vizinhos, com o objetivo de integrar a
organização, o planejamento e a execução de ações e serviços de saúde.
Para auxiliar na gestão e no desenvolvimento das ações em saúde são
recomendados a utilização de instrumentos como o Prontuário eletrônico
e a Classificação de risco. A gestão na atenção secundária assim como
nos demais níveis, enfrenta diversas barreiras, sendo fundamental que o
gestor possua bastante conhecimento sobre todo o processo de gestão e
habilidades para buscar a superação dessas barreiras.

A Atenção Terciária
INTRODUÇÃO:
Chegamos a mais uma parcela de nossos estudos e ao
final deste item, você será capaz de entender como se
organiza e o papel do gestor na Atenção Terciária. Isso será
fundamental para o exercício de sua profissão. E então?
Vamos lá.
Gestão do processo e da força de trabalho em saúde 27

Estrutura e Organização da Atenção


terciária
A atenção terciária pode ser defendida como a atenção de alta
complexidade, que compreende um conjunto de terapias e procedimentos
de elevada especialização. Deve ser acessada através dos outros níveis
de atenção. Possui maior emprego das tecnologias duras em suas ações.
Organograma 3: Instituições que compõe a Atenção Terciária

Fonte: Elaborado pela autora.

O que é Alta complexidade? É o conjunto de procedimentos, que


dentro do contexto do Sistema Único de Saúde, envolve alta tecnologia e
a alto custo, com o propósito de promover à todos o acesso aos serviços
qualificados. De forma que venham a integrar os demais níveis de atenção
à saúde (Atenção Primária a Saúde e Atenção Secundária)
As principais áreas que integram a alta complexidade do SUS
segundo o Ministério da Saúde são: assistência ao paciente portador de
doença renal crônica; assistência oncológica; cirurgia cardiovascular; cirurgia
vascular; cirurgia cardiovascular pediátrica; procedimentos da cardiologia
intervencionista; procedimentos endovasculares extracardíacos; laboratório
de eletrofisiologia; assistência em traumato-ortopedia; procedimentos de
neurocirurgia; assistência em otologia; cirurgia de implante coclear; cirurgia
das vias aéreas superiores e da região cervical; cirurgia da calota craniana,
da face e do sistema estomatognático; procedimentos em fissuras lábio
palatais; reabilitação protética e funcional das doenças da calota craniana,
da face e do sistema estomatognático; procedimentos para a avaliação e
tratamento dos transtornos respiratórios do sono; assistência aos pacientes
portadores de queimaduras; assistência aos pacientes portadores de
28 Gestão do processo e da força de trabalho em saúde

obesidade (cirurgia bariátrica); cirurgia reprodutiva; genética clínica; terapia


nutricional; distrofia muscular progressiva; osteogênese imperfecta; fibrose
cística e reprodução assistida.
Podemos considerar como principais desafios da assistência
hospitalar no âmbito nacional.
Organograma 4: Desafios enfrentados na gestão da atenção terciária.

Fonte: Elaborado a pela autora

Podemos definir o termo hospital como: estabelecimento de saúde


com instalações para internações destinadas a oferecer assistência
médica e de enfermagem de forma contínua de 4 horas ao dia. Visando
o diagnóstico, tratamento e reabilitação de pessoas doentes ou feridas
que precisam de cuidados clínicos e/ou cirúrgicos.
Já o termo internação pode ser definido como: quando os pacien-
tes são admitidos para ocupar um leito por um período mínimo de 24
horas para que sejam desenvolvidas as ações de cuidado.
Os hospitais surgiram no século IV, em um período que vigorava a
crença nos milagres de cura na virtude do ato de caridade aos cristãos. Esses
estabelecimentos de saúde eram associados às ordens religiosas, e seu
funcionamento desde a organização, a administração, o suporte econômico
até a forma de cuidado dos pacientes era orientado por essas ordens. Essas
instituições possuíam como missão a salvação espiritual dos homens e
Gestão do processo e da força de trabalho em saúde 29

cumpriam um papel no processo de transição entre a vida e a morte. Os


hospitais dessa época ao mesmo tempo que acolhia os pobres doentes, os
retiravam do convívio social pois eram vistos como uma ameaça à todos.
Somente na segunda metade do século XVIII foram estabelecidas
as bases do hospital moderno, os quais passaram a ser um instrumento
terapêutico. Essa transformação foi resultado das alterações econômicas
e sociais em decorrência da Revolução Industrial, que contribuiu para
uma nova visão em relação aos problemas comunitários.
Foram realizadas alterações em relação a localização dos hospitais
e também em relação a distribuição dos pacientes pelo interior do hospital.
Passou a ter uma atenção maior em relação ao espaço e a vigilância
constante dos pacientes e o registro permanente dessas observações.
Podemos apontar também como fatores que compõem a confor-
mação do hospital moderno: a legitimidade dos médicos perante a
sociedade e a uma nova concepção teórica em relação ao processo
saúde doença, a qual passou a enxergar a doença como um fenômeno
natural resultado da ação do ambiente sobre o indivíduo.
Com essa nova concepção, as ações de cuidado não devem voltar
apenas para a doença, mas também para a sua causa, como forma de
controlar o ambiente no qual o paciente está inserido.

Fonte: freepik
30 Gestão do processo e da força de trabalho em saúde

Já no século XIX ocorreu um grande progresso científico e


tecnológico em diversas áreas, dentre elas a medicina anatomoclínica,
marcada pela prática sistemática de autópsias, trazendo uma nova
percepção da doença, agora vista como resultado de lesões orgânicas.
Com essa nova percepção surgiu uma nova perspectiva para a
intervenção terapêutica, que passou a ser centrada no exame clínico e
na interpretação de sinais e sintomas manifestos pelo paciente, o que
implica a observação contínua deste. Outros fatores também sofreram
profundas transformações e ajudaram no desenvolvimento de uma
medicina cada vez mais científica e hospitalar, que são:

Fonte: Elaborado pela autora.

Essas inovações, logo no início do século XX, contribuíram para


alterar as condições de prática e as intervenções médicas modernas. Com
isso a medicina conquistou sua legitimidade social e as pessoas passaram
a deixar de temer os hospitais, pelo contrário, passaram a preferir serem
tratadas nessas instituições.
Durante o século passado, a assistência hospitalar tornou-se
mais complexa e especializada, e os estabelecimentos hospitalares, os
hospitais, diversificaram-se muito. No âmbito da prestação de cuidados à
saúde, a assistência hospitalar ocupa um papel chave em três diferentes
pontos de vista: do técnico-assistencial, por ter a maior concentração de
saberes e tecnologias mais especializadas; do ponto de vista financeiro,
já que os gastos hospitalares representam cerca de metade dos gastos
nacionais em saúde; e do ponto de vista simbólico, uma vez que a
sociedade enxerga os hospitais de uma forma emblemática, ou seja, um
local que se exerce a medicina moderna e representa um verdadeiro
sistema de saúde (NETO et al., 2012).
Gestão do processo e da força de trabalho em saúde 31

Nesse nível de atenção de saúde os profissionais precisam ser


altamente capacitados para desenvolver intervenções que interrompam
situações que colocam a vida dos pacientes em risco. Para isso é
fundamental que saibam utilizar as tecnologias mais avançadas de saúde.
Nessa perspectiva é fácil identificar as mudanças pelas quais os
hospitais vêm passando, redefinindo o papel da assistência hospitalar
dentro do sistema de atenção à saúde, assim como a reorganização
interna dessas instituições.
Com a incorporação de novas tecnologias proporcionou a implan-
tação e difusão de novas formas de prestação de cuidados, além de
mudanças no âmbito administrativo, que passaram a ter uma maior
preocupação em relação ao uso mais eficiente dos recursos disponíveis,
da profissionalização dos gestores e a adoção de novas técnicas gerenciais
e de modernos sistemas de informação nestes estabelecimentos.
Com o processo de descentralização do SUS, foram criados
diversos hospitais em todo país tanto de pequeno e grande porte.
Dessa forma o paciente é referenciado para a unidade que têm
capacidade para resolver o seu caso. No entanto, embora existam
pactuações para garantir a continuidade da assistência, o acesso a
unidades hospitalares muitas vezes é prejudicado pelo excesso das
portas de entrada hospitalares de urgência.

Gestão na Atenção Terciária


O gestor na atenção terciária possui um importante papel para
conduzir os processos da rotina hospitalar, na organização, no gerencia-
mento sejam de hospitais públicos ou privados e clínicas.
Dentre as funções do gestor hospitalar podemos citar:
• Planejar e garantir a manutenção preventiva dos equipamentos
médicos;
• Controle dos estoques de materiais;
• Controle da limpeza;
• Destinação adequada dos resíduos gerados dentro do
ambiente hospitalar;
• Definir a quantidade de profissionais de saúde que deve ter
no local;
32 Gestão do processo e da força de trabalho em saúde

• Venda de planos de saúde;


• Supervisionar contratos e convênios.
O hospital trata-se de um local que busca desenvolver uma assis-
tência multidisciplinar completa, curativa, preventiva e/ou de tratamento
à população.
Grande parte da evolução do sistema hospitalar, principalmente
nas últimas décadas, é fruto da gestão hospitalar que busca conduzir ao
caminho de aprendizados, implantando e aplicando modelos de admi-
nistração eficazes.
Uma unidade hospitalar possui diversas áreas de conhecimento
necessárias ao seu funcionamento, que precisam ser conduzidas de forma
adequada, objetivando o melhor fornecimento dos serviços de saúde.
Nessa perspectiva, o gestor hospitalar deve desenvolver suas
ações com foco em programar melhorias, implementar ações de
objetividade, avaliar e controlar a performance e de contribuir na criação
de um ambiente motivado e rentável para a empresa.
O Hospital é considerado como uma das organizações mais com-
plexas de se administrar, pois são várias as barreiras enfrentadas pelo
gestor hospitalar. Dentre os desafios enfrentados pelo gestor hospitalar
apresentamos os principais na Figura:

Fonte: Elaborado pela autora


Gestão do processo e da força de trabalho em saúde 33

Apesar dessas variedades de necessidades diárias que precisam


de resolução por parte do gestor, percebe-se a existência de um
padrão entre a maioria dessas situações, que envolve três perspectivas
(FEDERAÇÃO BRASILEIRA DE HOSPITAIS, 2019).
Figura 5: Os três pilares da gestão no contexto hospitalar

Fonte: Elaborada pela autora.

Esse tripé foca a excelência na gestão hospitalar.


O primeiro âmbito se refere à saber gerir projetos, considerando
que todas as atividades relacionadas a uma unidade de saúde devem
fazer parte de um planejamento detalhado necessário à adequada
execução. (FEDERAÇÂO BRASILEIRA DE HOSPITAIS, 2019).
Nesse sentido, gestão hospitalar pode ser vista como um constante
gerenciamento de projetos. Assim permitirá uma melhor organização das
atividades inerentes à condução do trabalho, detalhando os responsáveis,
as entregas necessárias, bem como os recursos primordiais.
O segundo âmbito refere-se à saber gerenciar pessoas, para
o sucesso do desenvolvimento dos projetos e dos processos é
necessário a seleção de uma adequada equipe de trabalho, além do
estabelecimento de estratégias para o acompanhamento da aderência
às competências imprescindíveis para os cargos, bem como de seus
resultados, (FEDERAÇÂO BRASILEIRA DE HOSPITAIS, 2019).

EXPLICANDO MELHOR:
Ressaltamos que essa atuação é compartilhada com todos
os líderes do hospital, mas a figura do gestor hospitalar
principal deve ser excelente nessa atividade. Cabe ao gestor,
saber conduzir sua equipe tática de forma extraordinária,
para que seja possível chegar até cada um dos profissionais
que atuam em nível operacional, é essencial para se
estabelecer uma cadeia de comando efetiva ao:
34 Gestão do processo e da força de trabalho em saúde

a. desdobrar informações;
b. solicitar demandas;
c. medir o andamento;
d. apresentar resultados (FEDERAÇÂO BRASILEIRA DE HOSPITAIS,
2019).
O Terceiro âmbito refere-se a capacidade de gerir os processos.
A gestão por processos é defendida como a mais adequada para o
alcance da excelência operacional, visto que a unidade fica voltada a:
a. conhecer seus processos – mapeá-los, de forma a conhecer
quais existem e como funcionam;
b. gerenciar – contratualizá-los para que se possa entender suas
interconexões e acordos necessários;
c. melhorar – analisá-los constantemente, por meio das possíveis
quebras de contrato e oportunidades de avanços evidenciadas, possibili-
tando a melhoria contínua desses processos, (FEDERAÇÂO BRASILEIRA
DE HOSPITAIS, 2019).
Nesse caso a gestão de processos torna-se a matriz condensadora da
atividade da gestão de projetos, por ser um processo, e a gestão de pessoas,
que também se firma como uma atividade continuada. Portanto, podemos
compreender que essas três dimensões se retroalimentam e contribuem,
entre si, para o alcance da excelência na gestão da atenção terciária.

ACESSE:
Para saber um pouco mais sobre esses três âmbitos da
gestão hospitalar recomendamos a leitura. “Manual do
Gestor Hospitalar” da página 27 à 30. http://bit.ly/2tzfxjj
Acesso 07/12/2019

Para finalizar ressaltamos a importância que todos os trabalhadores


sejam engajados, pois somente dessa forma é possível a transformação do
local de trabalho buscando sempre oferecer o melhor para seus pacientes,
compreendendo as ações de maior eficácia, eficiência e efetividade.
A Atenção terciária é definida como a atenção à saúde de alta
complexidade, portanto com maior utilização das tecnologias duras. Com
o processo de descentralização preconizado pelo SUS, foram criados
diversos hospitais em todo país de pequeno, médio e grande porte. O
Gestão do processo e da força de trabalho em saúde 35

Gestor na atenção terciária possui um importante papel na organização,


no gerenciamento para conduzir os processos da rotina hospitalar e
clínicas especializadas. Dentre as situações vivenciadas pelo gestor
da atenção terciária percebe-se a existência de um padrão, evolvendo
três perspectivas consideradas os pilares da gestão terciária, são elas:
pessoas, processos e projetos. Essas três dimensões, se retroalimentam e
contribuem para o alcance da excelência na gestão da atenção terciária.

A Rede de Atenção à Saúde


INTRODUÇÃO:
Chegamos a nossa quarta e última competência. Para
fecharmos este ciclo, em breve você será capaz de
entender como funciona a Rede de Atenção à Saúde.
Isso será fundamental para o exercício de sua profissão e
atuação como gestor. Então vamos lá. Avante!

O que é e como se organiza


As redes de atenção à saúde (RAS) vieram para desfazer a
concepção de um sistema de saúde hierarquizado, ela traz uma nova
forma de organização dos serviços de forma horizontal de pontos de
atenção à saúde de distintas densidades tecnológicas, sem uma ordem
ou grau de importância entre elas. A figura abaixo ilustra essa mudança
de um sistema hierárquico para uma rede horizontal integrada, que é
organizada a partir de um centro de comunicação, o ponto da atenção
primária à saúde, representado pelo círculo central.
Figura 5 - Dos sistemas fragmentados para as redes de atenção à saúde.

Fonte: Mendes (2002)


36 Gestão do processo e da força de trabalho em saúde

Mas afinal qual a definição de Redes de Atenção à Saúde? Trata-se


de organizações poliárquicas de um conjunto de serviços de saúde que
ofertam uma atenção à saúde de forma contínua e integral, coordenada
pela atenção primária à saúde. Os conteúdos considerados básicos das
redes de atenção são:

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) existem seis


modalidades de integração da RAS:
1. Um conjunto de intervenções preventivas e curativas para
determinada população;
2. Espaços de integração de diversos serviços;
3. Continuidade na atenção à saúde;
4. Integração vertical dos níveis de atenção à saúde;
5. Vínculo entre a formulação da política de saúde e a gestão;
6. Trabalho intersetorial.
Os objetivos da RAS estão apresentados no organograma abaixo
Organograma 5: Objetivos da RAS

Fonte: Elaborada pelo autor.


Gestão do processo e da força de trabalho em saúde 37

De acordo com Mendes (2011) a RAS possui três elementos funda-


mentais, que estão apresentados na figura abaixo
Figura 5: Elementos Constitutivos da Rede de Atenção à Saúde.

Fonte: Elaborada pela autora

Agora vamos explicar um pouco melhor cada um desses elementos


constitutivos da RAS.
População
É o motivo principal da RAS existir, visto que sem uma população
não há possibilidade de estruturar uma rede de atenção à saúde.
No contexto do SUS exige uma construção social dos territórios
e população, a qual se organiza em famílias e deve ser conhecida e
registrada em sistemas de informação eficazes. Ou seja, para se organizar
o sistema de saúde em rede é necessário o processo de territorialização.
Todo esse processo pode ser considerado como complexo, pois
envolve a territorialização, o cadastramento das famílias e a vinculação
destas à Unidade de APS que for mais próxima além da identificação das
condições de saúde desta população.
Estrutura operacional
A estrutura operacional das redes de atenção à saúde compreende
cinco componentes, conforme pode ser visto no organograma abaixo:
Os pontos de atenção à saúde, secundário e terciário;
São considerados os nós da RAS, compreende os lugares institu-
cionais, onde são ofertados os serviços de atenção secundária e terciária.
38 Gestão do processo e da força de trabalho em saúde

Organograma 5: Componentes da Estrutura operacional

Fonte: elaborado pela autora.

Atenção Primária
É o centro de comunicação da rede de atenção à saúde é consi-
derada o nó intercambiador, onde se coordena os fluxos e contra fluxos
do sistema de serviços de saúde. Para desempenhar seu papel de centro
de comunicação da RAS, a APS deve cumprir três papéis essenciais:
• O papel resolutivo, de resolver a maioria dos problemas de
saúde da população;
• O papel organizador que está relacionado com a sua natureza
de centro de comunicação, de coordenar os fluxos e contra-fluxos das
pessoas pelos diversos pontos de atenção a saúde;
• O de responsabilização trata-se de se co-responsabilizar pela
saúde dos cidadãos em qualquer ponto de atenção à saúde.
Sistema de apoio
São os diversos lugares institucionais das redes, que prestam servi-
ços comuns a todos os pontos de atenção à saúde. São exemplos os
sistemas de apoio diagnóstico e terapêutico e o de assistência farmacêutica.
Sistemas logísticos
São as soluções tecnológicas, fortemente ancoradas nas tecnologias
de informação, que oferecem a garantia de uma organização racional dos
fluxos e contra fluxos de informações, produtos e usuários nas RAS.
Podemos citar como exemplos do sistema logístico da RAS, os cartões
de identificação dos usuários, os sistemas e acesso regulado à atenção à
saúde, os prontuários clínicos e os sistemas de transportes sanitários.
O Modelo de Atenção à Saúde
O modelo de atenção à saúde é o terceiro elemento que constitui
a RAS, trata-se de um sistema lógico que organiza o funcionamento das
Gestão do processo e da força de trabalho em saúde 39

redes de atenção à saúde, articulando as relações entre os componentes


da rede as intervenções, que são definidas de acordo com as situações
demográfica e epidemiológica e dos determinantes sociais da saúde da
população. São considerados dois tipos de modelos de atenção à saúde
apresentados no organograma abaixo
Organograma 5: Os modelos de atenção à saúde

Fonte: elaborado pela autora.

Em relação ao modelo de atenção aos eventos agudos possui


como objetivo:
• Identificar a gravidade de uma pessoa em situação de urgência
ou emergência e assim, definir o ponto de atenção adequado para a
situação, levando em conta o tempo de atenção requerido em relação
ao risco classificado.
Esse modelo envolve implica na adoção de um modelo de triagem
de risco dentro da RAS. Na competência anterior trouxemos como
exemplo de sistema de classificação de risco o protocolo de Manchester.
Já os modelos de atenção aos eventos crônicos devem estar
preparados para as possíveis mudanças na organização e identificar as
melhorias na atenção à saúde, traduzindo tais processos em políticas
dirigidas à aplicação de estratégias efetivas para o controle das doenças
crônicas mais comuns na população.

ACESSE:
Para saber um pouco mais sobre as Redes de atenção e
seus elementos constituintes recomendamos a leitura do
seguinte texto: “ As Redes de Atenção à Saúde”. Link: http://
bit.ly/2uo4M3p Acesso em 08/12/2019.
40 Gestão do processo e da força de trabalho em saúde

As RAS devem ser compreendidas como uma organização, que


precisa ser integrada em todo o território nacional. Ele traz ainda que existem
quatro ambientes principais que fazem parte do quadro sociopolítico no
qual se articulam estas redes como expresso na figura abaixo.
Figura 6: Quadro sociopolítico de articulação da RAS

Fonte: Elaborada pela autora.

Estrutura societária
Essa estrutura no contexto do SUS trata-se da União juntamente com
os estados e municípios como os responsáveis pelos serviços oferecidos
nos diversos níveis de atenção à saúde e em todo o território nacional, dessa
forma, são os responsáveis pelos processos de modelagem, normatização,
implantação e integralização desses serviços e redes.
Nessa perspectiva podemos afirmar que a União, os estados e os
municípios compõem um colégio de gestores do SUS, e a sociedade
atua sobre este colégio através das Conferências e Conselhos de Saúde.
Organização Necessária das RAS
É aquela solicitada para a viabilização de uma atenção à saúde
pública, universal, equânime, integral e de qualidade dentro do território,
ou seja, é um objetivo a ser alcançado na implantação da RAS.
Essa ‘organização necessária’ deve ser dinâmica e evoluir com o
passar do tempo, respondendo as demandas da sociedade e da evolução
dos aspectos sociais, técnicos, econômicos e políticos que determinam
os contornos e o conteúdo das ciências que estão envolvidas nas RAS.
No entanto quando nos referimos a Organização Atual das RAS
do SUS é federalista e municipalista, pois é fruto da Constituição Federal
de 1988 com sua Estrutura Societária também federativa e municipalista.
Gestão do processo e da força de trabalho em saúde 41

Como consequência dessa Organização Atual ela possui caracte-


rística de ser múltipla, instável, que fragmenta e desintegra os serviços.
Dessa forma há uma contradição das RAS, a qual está no permanente
conflito entre a’ Organização Necessária’ e a ‘Organização Atual’, o que
resulta nos problemas de fragmentação, desintegração e instabilidade
na organização destas redes no âmbito do SUS e sua prestação de
serviços em saúde.
Tal conflito deixa explícito que, cada vez mais, a primeira diverge
da segunda em todos os requisitos já mencionados. No entanto, essa
organização atual por muito tempo foi benéfica, principalmente para a
expansão da RAS, por isso a mesma de ser aperfeiçoada.

ACESSE:
Para aprofundar um pouco mais o conhecimento sobre
a Rede de Atenção à Saúde, recomendamos a leitura do
seguinte texto: “Redes de Atenção à Saúde : Um Caminho
na garantia da Integralidade da atenção no SUS. Link: http://
bit.ly/36j1Im7. Acesso em 08/12/2019.

Vimos então nessa competência que a Rede de Atenção a


Saúde veio revolucionar o sistema de saúde brasileiro, mudando de um
sistema hierarquizado para uma nova forma de organização dos serviços
de forma horizontal, onde os serviços estão integrados. A RAS possui
três elementos constitutivos que são: população, estrutura operacional
e modelo de atenção à saúde. Ela traz ainda que existem quatro
ambientes principais que fazem parte do quadro sociopolítico: estrutura
societária, normatização e implantação e a organização atual, processos
de modelagem e organização necessária.
E então? Gostou do que lhe mostramos? Trouxemos muitas infor-
mações importantes durante essa unidade. Foi possível compreender
melhor um pouco sobre a Atenção Primária a Saúde, essa considerada
o centro que compõe a Rede de Atenção à Saúde, sendo denominada
como o nó intercambiador, onde se coordena os fluxos e contra fluxos do
sistema de serviços de saúde. Já a atenção secundária, onde são realizados
os atendimentos que requerem a realização de procedimentos de média
complexidade, juntamente com a atenção terciária responsável por realizar
42 Gestão do processo e da força de trabalho em saúde

os atendimentos de alta complexidade, fazem parte também da RAS. Onde


para um bom funcionamento desses serviços é de extrema importância
uma boa comunicação entre eles. Implementar o que é proposto pela RAS
não se configura uma tarefa fácil, são diversas as barreiras que precisam
ser superadas, principalmente pelo gestor, que possui um importante
papel dentro no contexto geral da Rede de Atenção à Saúde, assim como
em cada um dos diversos serviços que ela oferece, focando sempre na
descentralização, na regionalização, integralidade, universalidade e equidade.
Gestão do processo e da força de trabalho em saúde 43

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