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Suporte

emergencial à vida
e atendimento
pré-hospitalar
Marcos Rodolfo da Silva

Unidade 1

MARCOS
LivroRODOLFO DA SILVA
Didático
Digital
Suporte Emergencial
à Vida e Atendimento
Pré-hospitalar
Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Diretora Editorial
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico
TIAGO DA ROCHA
Autor
MARCOS RODOLFO DA SILVA
O AUTOR
Marcos Rodolfo da Silva
Olá. Meu nome é Marcos Rodolfo da Silva. Sou Graduado em
Enfermagem, Pós-Graduado em Enfermagem do Trabalho, Técnico
em Radiologia e Instrumentador Cirúrgico pelo Centro Universitário
da Fundação de Ensino Octávio Bastos (UNIFEOB), 2010 - 2012 e 2008,
respectivamente. Além disso, ao longo de minha carreira, participei
de cursos na área de urgência e emergência e atuei como enfermeiro
supervisor no Pronto Socorro Municipal "Dr Oscar Pirajá Martins"
na cidade de São João da Boa Vista, Estado de São Paulo, no período de
março de 2011 a janeiro de 2014. Atualmente, sou acadêmico do 5° ano
do curso de Medicina no Centro Universitário das Faculdades Associadas
de Ensino Unifae, São João da Boa vista - SP. Além disso, desenvolvo
materiais didáticos como professor conteudista nas áreas de saúde
pública, saúde do idoso, direito à saúde e a ela correlatas. Sou apaixonado
pelo que faço e adoro transmitir minha experiência de vida àqueles que
estão iniciando em suas profissões. Por isso fui convidado pela Editora
Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito
feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho. Conte
comigo!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda
vez que:

INTRODUÇÃO: DEFINIÇÃO:
para o início do houver necessidade
desenvolvimento de se apresentar um
de uma nova com- novo conceito;
petência;

NOTA: IMPORTANTE:
quando forem as observações
necessários obser- escritas tiveram que
vações ou comple- ser priorizadas para
mentações para o você;
seu conhecimento;
EXPLICANDO VOCÊ SABIA?
MELHOR: curiosidades e
algo precisa ser indagações lúdicas
melhor explicado ou sobre o tema em
detalhado; estudo, se forem
necessárias;
SAIBA MAIS: REFLITA:
textos, referências se houver a neces-
bibliográficas e links sidade de chamar a
para aprofundamen- atenção sobre algo
to do seu conheci- a ser refletido ou
mento; discutido sobre;
ACESSE: RESUMINDO:
se for preciso aces- quando for preciso
sar um ou mais sites se fazer um resumo
para fazer download, acumulativo das
assistir vídeos, ler últimas abordagens;
textos, ouvir podcast;
ATIVIDADES: TESTANDO:
quando alguma quando o desen-
atividade de au- volvimento de uma
toaprendizagem for competência for
aplicada; concluído e questões
forem explicadas;
SUMÁRIO
Identificar os conceitos básicos a respeito dos primeiros
socorros......................................................................................................... 10

Conceitos básicos....................................................................................................................... 10

Conhecer as premissas dos direitos do paciente no


atendimento................................................................................................ 19

Os direitos......................................................................................................................................... 19

Avaliar prescrições padrões fundamentais durante o


atendimento emergencial..................................................................... 27

Avaliação padrão......................................................................................................................... 27

Suporte básico à vida.............................................................................. 36

SBV......................................................................................................................................................... 36
Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-hospitalar 7

01
UNIDADE

LIVRO DIDÁTICO DIGITAL


8 Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-hospitalar

INTRODUÇÃO
Você sabia que a área atendimento de primeiros socorros é uma
das mais importantes na área de atendimento imediato hospitalar, e será
responsável pela grande quantidade de pacientes que possuem a chance
de dar entrada em hospitais e conseguirem um atendimento adequado
e especializado na necessidade. Sua principal responsabilidade é
garantir que as equipes de profissionais de primeiros socorros possuam
conhecimento e experiência suficiente para garantir a segurança e o
atendimento de qualidade e segurança em momentos de pânico e
acidentes. Dentro dessa área podemos citar vários aspectos que possuem
muita importância, como: os direitos, os suportes e outros. Esses são
encarregados de melhorar e fornecer mais recursos para a realização
desse atendimento de primeiros socorros, sabendo da importância iremos
mergulhar a fundo no tema e entender como deve existir a preparação
para executar os serviços. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva você
vai mergulhar neste universo! Animado? Vamos juntos!
Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-hospitalar 9

OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 1. Nosso propósito é auxiliar
você no desenvolvimento das seguintes objetivos de aprendizagem até o
término desta etapa de estudos:

1. Identificar os conceitos básicos sobre atendimento de primeiros


socorros;

2. Conhecer as premissas dos direitos do paciente no atendimento;

3. Avaliar as prescrições padrões fundamentais durante o


atendimento emergencial;

4. Compreender como atua o suporte básico à saúde.

Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao


conhecimento? Ao trabalho!
10 Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-hospitalar

Identificar os conceitos básicos a respeito


dos primeiros socorros
INTRODUÇÃO:

Ao término deste capítulo você será capaz de entender


como funciona e como identificar os conceitos básicos sobre
atendimento de primeiros socorros. Isto será fundamental
para o exercício de sua profissão. As pessoas que tentaram
compreender como funciona os atendimentos de primeiros
socorros sem a devida instrução tiveram problemas ao tentar
colocar em prática. E então? Motivado para desenvolver esta
competência? Então vamos lá. Avante!

Conceitos básicos
Os primeiros socorros são os cuidados que são realizados de forma
imediata e que necessitam ser oferecido à vítima de trauma, acidente
ou ainda mal súbito, com a finalidade de conservar as funções e evitar a
piora da situação do paciente diante de suas condições, até a chegada do
Suporte Avançado.

Qualquer indivíduo que for treinado pode oferecer os atendimentos


de primeiros socorros, realizando-os com serenidade, clareza e confiança.
Manter a calma, sensatez e concentração na situação é indispensável.

É de fundamental importância também que exista um diálogo entre


o profissional e o paciente, então, em muitos casos a ação de esclarecer
ao indivíduo acidentado sobre seu estado, sua evolução e também
como se encontra o quadro em que o mesmo se deve ser analisado com
discernimento para não gerar ansiedade ou apavoramento desnecessários
que pode chegar até a causar o pânico na situação.

O termo “primeiros socorros” é utilizado para destacar um conjunto


de procedimentos empregados com a finalidade de resguardar vidas sob
risco urgente e em situações que se classifiquem como de urgência ou
emergência. Esses processos são executados geralmente por pessoas
Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-hospitalar 11

comuns, com princípios teóricos e práticos baseados nas técnicas


utilizadas.

São as técnicas e processos de emergência/urgência que


necessitam ser empregados a uma pessoa que tem em perigo a sua
vida, objetivando manter os sinais vitais e tornejando o agravo do quadro,
até que ela receba assistência definitiva e necessária para seu tipo de
atendimento.

É de extrema importância que as decisões e estratégias tomadas


no atendimento de primeiros socorros sejam reconhecidos e de fácil
conhecimento de todos que se fazem presente, isto, com a finalidade
de manter o lado funcional das técnicas, isso, porque quando acontece
algum tipo de acidente, a situação de medo e pânico é muito grande e
visível nas vítimas e, em alguns casos, também está presente em quem
está realizando o atendimento de primeiro socorro, esse fato consegue
atrapalhar bastante o atendimento, essa situação é muito presente em
casos de profissionais que ainda não estão totalmente habituados com
esse tipo de pressão.

Figura 1: Atendimento de primeiros socorros

Fonte: Unsplash

O processo de aprendizado do treinamento sendo realizado


repetidas vezes subordinará o profissional socorrista à execução bem
feita e utilizada em cada caso, transformando aquele tempo limitado em
12 Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-hospitalar

minutos bem gastos com a sequência correta e eficiente de ideias e que,


na maioria das vezes, são o que determinam o resultado final do quadro
do paciente e também limite entre a vida e a morte.

Todo indivíduo que tem a função de executar os atendimentos de


primeiros socorros deve ter como objetivo e regra manter o cuidado com
sua própria segurança no local de atendimento.

Esses profissionais devem ter em mente que suas atividades


desempenham uma evolução muito importante no quadro do paciente
em questão, então, dessa maneira, não pode haver frequência de
desentendimentos quando nos referimos a erros cometidos nos lugares e
durante o processo de atendimento.

Dessa forma, deve ser evitado que a pessoa acidentada seja


apresentada irrelevantemente e muito exposta, além disso, deve existir
o sigilo sobre as informações características do quadro e também das
informações pessoais que são informadas ao profissional, durante ou
depois do atendimento.

Sabemos a importância e a necessidade do atendimento de


primeiros socorros, no diagrama abaixo você poderá observar algumas
dessas situações:
Figura 2 - Necessidades e importância do atendimento.

Fonte: Autor (2020)


Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-hospitalar 13

São diversas as situações em que os atendimentos de primeiros


socorros podem ser realizados, nesses exemplos utilizados no diagrama
ainda podem ser encaixados inúmeras outras situações e casos que se
enquadram nesse tipo de atendimento.

Vale ressaltar que muitos casos de atendimentos de primeiros


socorros acontecem em pessoas que sofrem ou passam por alguma
situação determinada, como: ataque cardíaco.

Os primeiros socorros é um termo utilizado e que podemos associar


aos procedimentos utilizados e realizado de maneira básica e necessária,
apenas com o intuito de manter a condição de vida de um paciente
até a chegada a um centro hospitalar ou de um médico profissional, ou
uma equipe multiprofissional médica. Isto com a finalidade de conseguir
oferecer um tratamento específico ou que se enquadre nas necessidades
de cada paciente que da entrada.

VOCÊ SABIA?

Jean Henry Dunant, em 1859, foi o responsável por fundar


e iniciar os procedimentos de primeiros socorros. A prática
surgiu com a necessidade de oferecer cuidado e atendimento
aqueles que faziam parte da guerra e, consequentemente,
sofriam algum tipo de trauma ou ferimento durante esse
período. Ainda que o atendimento fosse feito, muitas pessoas
não conseguiam chegar ao menos em centros de atendimento
ou a presença de uma equipe médica mais especializada.
Diante disso, com o passar do tempo as técnicas de primeiros
socorros são aprimoradas.

Dessa maneira, existem alguns conceitos que fazem parte do que


conhecemos como atendimento de primeiros socorros, são eles:

•• Socorrista.

•• Urgência.

•• Emergência.

•• Primeiros socorros.
14 Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-hospitalar

•• Acidentes.

•• Sintoma.

•• Sinal.

•• Incidente.

Agora, vamos entender melhor o conceito de cada um deles.

Socorrista é o profissional que passa por um treinamento mais


específico e amplo que uma pessoa prestadora de socorro, essa profissão
já é regulamentada pelo Ministério da Saúde (MS), baseado na portaria n°
824 de 24 de junho de 1999.

A urgência é o que conhecemos como casos que precisam de


atendimento muito rápido, quase que imediato, a finalidade é de tentar
evitar complicações e dor. Exemplos: Cólicas renais são casos bastante
relatados.

Emergência é quando temos algum caso ou situação que promove


risco à vida, pode ser de sofrimento bem forte ou risco de trauma
permanente, assim, existindo a necessidade de tratamento de uma
equipe médica quase que imediato. Podemos citar como exemplos de
emergências: hemorragias, infartos que podem causar danos ao indivíduo
e também a parada cardíaca.

Os primeiros socorros são conhecidos por serem procedimentos


e técnicas imediatas realizadas para uma pessoa que se encontra com
seu estado físico em perigo, trazendo a sua vida um risco de vida muito
sério, com o objetivo de entender as suas funções vitais e condições no
momento, assim, evitando o agravamento de seu quadro, até que receba
assistência médica especializada ou de uma equipe multiprofissional.

Acidente são os casos ou situações em que pessoas sofrem algum


tipo de lesão grave ou não, podem chegar a óbito.

Sintoma faz parte das informações dadas pelo paciente, ele fala o
que sente.

Sinal é a conclusão e informação que se chega a partir do que a


vítima relata que está sentindo.
Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-hospitalar 15

E por fim, o incidente é algum caso ou situação que do contrário


do acidente não resulta em nenhum ferimento grave ou óbito, entretanto,
pode causar algum dano futuro ao indivíduo.

Segue diagrama exemplificando melhor esses conceitos para


melhor memorização:

Figura 3 – Diagrama de conceitos básicos

Fonte: Autor (2020)

Durante a realização do atendimento de primeiros socorros, o


profissional deve entender que o paciente que está em atendimento
possui direitos.
16 Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-hospitalar

Em situações em que envolvem pacientes adultos, o direito deve


existir quando eles possuírem consciência e clara percepção sobre a
situação que está inserido. Podemos falar sobre isso por causa de muitos
motivos, isso ocorre devido a variação de realidades seja ela cultural,
social ou de qualquer outra vertente.

Por exemplo, um paciente que não confia plenamente no


atendimento prestado pelo profissional tem o total direito de querer não
ser atendido por ele, por motivos de confiança.

Em casos da vítima está impossibilitada de se comunicara por


causa do acidente, como em casos de pacientes com trauma na boca,
entretanto, que consegue demonstrar por meio de sinais que não quer o
atendimento, mostrando uma negativa com a cabeça, a situação deve ser
resolvida da seguinte maneira:

Quadro 1 – Instruções a serem seguidas pelo profissional.

1. A vítima não deve ser questionada.

2. O diálogo pode ser realizado para manter a calma.

3. Não pode existir discussão.

4. Não pode existir o toque na vítima.

5. Presença de testemunhas.

6. No caso de crianças sem responsáveis, deve ter


testemunhas do local.

7. Consentimento formal de atendimento de primeiros


socorros.

Fonte: Autor (2020)

Em casos de a vítima não ter condições suficientes de sinalizar ou


interferir de alguma forma para que seja dado o consentimento, isso devido
a alguma ferimento muito grave, a legislação compreende que a vítima
daria o consentimento, isso, caso existisse as condições de pronunciar-se
o seu desejo de receber o atendimento de primeiros socorros.
Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-hospitalar 17

O consentimento implícito pode ser empregado também em


casos de acidentes ou traumas que se enquadram e envolvem pacientes
menores e desacompanhados dos pais ou responsáveis legais.

Da mesma maneira, a legislação compreende que o consentimento


seria dado pelos pais, caso eles estivessem presentes no local do acidente.

Encostar em algum paciente sem seu consentimento pode ser


compreendido como uma invasão de privacidade, dessa maneira,
você pode até mesmo ser processado. Antes de tocar em uma vítima
consciente, pergunte a ela se com seu consentimento poderá tocá-la.

Para entender como funciona essa questão do consentimento,


podemos dividir em dois tipos, são esses:

1. Consentimento expresso: Pode ser alcançado em


casos de vítimas conscientes através de gestos, com
a responsabilidade de assumir sua decisão. Pacientes
idosos, menores de idade e pessoas com deficiência
mental não podem responder pelos seus atos.

2. Consentimento implícito: Pode ser alcançado em casos de


atendimento em pacientes inconscientes sabendo que sua
vida possui risco grave. Em casos de pacientes crianças,
idoso, ou pessoas com deficiência mental, assuma este
consentimento como implícito se no local não estiver uma
pessoa responsável por ele.

Esses problemas citados podem ocasionar bastantes consequências


negativas se não realizadas de forma coerente com o que o paciente
deseja. Assim como, quando os atendimentos não são executados com
eficácia e não seguem o protocolo exigido há muitos pontos negativos
que surgem devido a negligência. Formas ou exemplos de negligência,
são:

•• Ausência de atendimento no momento necessário;

•• Não obedecer ao protocolo de atendimento;

•• Piorar o quadro do paciente.


18 Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-hospitalar

É de extrema importância que os profissionais especialistas em


atendimentos a primeiros socorros prestem os serviços de maneira mais
rápida possível, uma vez que, é muito comum que em situações de
acidentes ou que necessitam de atenção e cuidado médico de primeiros
socorros, as pessoas que se fazem presentes no local tentem ajudar.

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo


tudinho? Agora, só para termos certeza de que você
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos
resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que os
atendimentos de primeiros socorros é uma área que exige
que os profissionais possuam uma atenção grande e de
grande empenho, uma vez que, que será o responsável por
estabilizar o quadro do paciente. Existem diversos conceitos
dentro do que conhecemos por primeiros socorros, como:
urgência, emergência, acidente, incidente, primeiros socorros,
sintomas e outros. Esses conceitos nos ajudam a entender
de maneira mais clara e ampla que os serviços de primeiros
socorros precisam ser estudados e levados em consideração,
visto que, são os princípios de como esses atendimentos
funcionam. Além disso, vimos que para que o profissional
execute qualquer tipo de atendimento e técnica é necessário
que haja o consentimento do paciente, para que, então,
possam seguir o protocolo que impõem regras e modelos
de como os serviços devem ser realizados, claro, sem
negligência.
Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-hospitalar 19

Conhecer as premissas dos direitos do


paciente no atendimento

INTRODUÇÃO:

Ao término deste capítulo você será capaz de entender


como funciona e como identificar os conceitos básicos sobre
atendimento de primeiros socorros e os direitos dos pacientes
que recebem esses atendimentos. Isto será fundamental para
o exercício de sua profissão, todos aqueles que buscaram
compreender melhor como se aplica o direito do paciente
durante os primeiros socorros. E então? Animado? Vamos
juntos mergulhar nesse assunto e descobrir. Avante!!

Os direitos
Sabendo de como acontece e de alguns dos principais conceitos
acerca dos primeiros socorros, devemos entender também que aqueles
pacientes que recebem os atendimentos e serviços oferecidos também
possuem direitos.

Um desses direitos é o poder de escolha, o indivíduo pode optar


por receber o atendimento ou não, e então, pode-se ser levado em
consideração outros fatores que fariam parte do conjunto de aspectos
para a melhora e garantia de bom serviço oferecido ao cidadão.

O profissional de socorro deve ter como prioridade em mente que a


vítima em questão tem o direito de não aceitar o atendimento. Em casos de
pacientes adultos, esse direito existe em situações em que eles possuírem
consciência e clareza do entendimento do que está acontecendo.

Dessa maneira, confira no diagrama abaixo porque isso pode


acontecer por inúmeras razões, são elas:
20 Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-hospitalar

Figura 4 – Razões para não realizar o atendimento

Fonte: Autor (2020)

Em casos como estes, a vítima não deve e nem pode ser forçada
a receber os atendimentos de primeiros socorros, sendo necessário,
então, garantir de que o atendimento de primeiros socorros particular e
de escolha do paciente foi requerido.

Ainda que o paciente não deseje receber o atendimento do


profissional que se faz presente, é necessário que o socorrista continue
monitorando a vítima, e aplicando métodos de diálogo que conquistem e
a confiança do paciente.

Figura 5: Equipamento de treinamento de atendimento a primeiro socorro.

Fonte: Unsplash
Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-hospitalar 21

A finalidade da lei é a acolhimento da vida e da saúde, e a penalidade


prevista é de encarceramento de um a seis meses de multa.

No caso de a decorrência da omissão ser resultado em lesão grave,


a pena será duplicada e se ainda o quadro do paciente chegue a óbito, a
pena deve ser triplicada.

Sabendo da complexidade e importância que existe na prática de


atendimento a primeiros socorros, podemos citar algumas orientações
que seguem o protocolo de cuidado no atendimento, são:

1. Deslocar a vítima da fonte de perigo seja ela corrente


elétrica, água, incêndio;

2. Analisar a reação pupilar e o nível da voz ou tato;

3. Estabelecer se a vítima está consciente; e quando


não estiver claramente consciente, analisar via aérea,
respiração e circulação de maneira sistemática;

4. Quando acontece de a vítima está inconsciente ou sofreu


traumatismo craniano bastante evidente ou preocupante,
considerar que há caso de lesão da coluna e estabelecer
a técnica própria e especializada para isso;

5. Retirar a vestimenta da vítima, para buscar por feridas ou


lesões cutâneas;

6. Requerer ajuda o mais rápido possível;

7. Ajudar com o transporte e avaliação e cuidados;

8. Estar ciente de que a intervenção imediata é necessária


para condições:

•• Respirações cansadas

•• Sangramento

•• Parada respiratória

•• Vias aéreas entupidas (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2020)

•• Segundo Silveira e Moulin (2003, p.84):


22 Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-hospitalar

deixar de prestar socorro significa não dar nenhuma assistência


à vítima. A pessoa que chama por socorro especializado, por
exemplo, já está prestando e providenciando socorro. Qualquer
pessoa que deixe de prestar ou providenciar socorro à vítima,
podendo fazê-lo, estará cometendo o crime de omissão
de socorro, mesmo que não seja a causadora do evento, a
omissão de socorro e a falta de atendimento de primeiros
socorros eficiente são os principais motivos de mortes e danos
irreversíveis nas vítimas de acidentes de trânsito.

Ainda relacionado ao que vimos Silveira e Moulin (2003, p.84)


reafirmam:

O consentimento para o atendimento de primeiros socorros


pode ser formal, quando a vítima verbaliza ou sinaliza que
concorda com o atendimento, após o prestador de socorro ter
se identificado como tal e ter informado à vítima de que possui
treinamento em primeiros socorros, ou implícito, quando a
vítima esteja inconsciente, confusa ou gravemente ferida a
ponto de não poder verbalizar ou sinalizar consentindo com
o atendimento. Neste caso, a legislação infere que a vítima
daria o consentimento, caso tivesse condições de expressar o
seu desejo de receber o atendimento de primeiros socorros. O
consentimento implícito pode ser adotado também no caso de
acidentes envolvendo menores desacompanhados dos pais
ou responsáveis legais. Do mesmo modo, a legislação infere
que o consentimento seria dado pelos pais ou responsáveis,
caso estivessem presentes no local.

Figura 6: Profissional socorrista.

Fonte: Unsplash
Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-hospitalar 23

Sabendo que é necessário um cuidado especial para os pacientes


que sofrem algum tipo de lesões ou acidente e precisam de atendimento
de primeiros socorros, mas esse cuidado deve vir de um profissional,
essas são as atitudes que segundo o protocolo de atendimento uma
pessoa- não profissional- pode fazer:

Figura 7 – Protocolo de atendimento.

Fonte: Autor (2020)

Para que o local em que aconteceu o acidente e necessita de


atendimento não piore é necessário que para escapar que a situação piore
é preciso notificar o local para não chegue a acontecer novos acidentes e
até mesmo atropelamentos.
24 Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-hospitalar

Deve também movimentar o pisca-alerta de veículos próximos ao


local ou sinalizar o carro de alguma maneira, estabelecer uma determinada
distância para melhor fixação do triângulo, distribuir pelo local algumas
folhas ou galhos de árvores no local e desligar a chave de ignição e/ou
cabos da bateria dos veículos acidentados.

Além do que já foi citado a pessoa que está no local do acidente


pode auxiliar:

1. Mantendo a calma;

2. Tentando não provocar aglomeração no local;

3. Acionar ambulância;

4. Se juntar com algumas outras pessoas para formar alguma


barreira no local, evitando, assim, novos traumas.

Um problema bastante recorrente em algumas realidades no país é


a falta de cuidados médicos ou a extrema demora, em alguns casos, até
mesmo a não chegada de equipe médica ou ambulância no local. Isto vai
totalmente contra o princípio que garante saúde a todos.

Na Constituição Federal de 1988, artigo 196:

“A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante


políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença
e de outros agravos e ao acesso universal e igual igualitário às ações e
serviços para sua promoção, proteção e recuperação.”

Fonte: https://bit.ly/3fSREW2

É de responsabilidade do Governo oferecer a todos os cidadãos


uma ótima qualidade de saúde e associada a isso serviços que englobem
a assistência total de diversos tipos de atendimento aos cidadãos, de
maneira igual e sem exceção.

O direito à saúde, que é estabelecido pela legislação vigente,


tem como finalidade assegurar a todas as pessoas que sofreram ou
passaram crime de omissão de atendimento de primeiro socorro à devida
Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-hospitalar 25

restauração das inutilizações, assim como, a repreensão dos responsáveis


pela ação praticado.

Os profissionais de saúde possuem a responsabilidade de proteger


e preservar pela vida e saúde dos pacientes, e desta maneira está a
responsabilidade de atender o indivíduo que busca o atendimento médico
em uma unidade de saúde, seja ela qual for.

Dessa maneira, o profissional de saúde ou não, deve se concentrar e


assumir as responsabilidades, assim como, praticarem o correto respeito
à vida das pessoas. Demonstrar afeto e cuidado no lugar do outro é uma
prática de humanidade, dever de todos.

Por isso, se torna tão importante que todos os profissionais de saúde


se façam disponíveis a aprender e cooperar para que exista uma melhor
dinâmica de como funciona os atendimentos, assim como, na melhora do
paciente. Isto porque a forma com o que o serviço é oferecido influência
e tem bastante aspectos que auxiliam na melhora e recuperação do
paciente.

O que entendemos por atendimento humanizado vai muito mais


além do que manter uma relação harmoniosa. O atendimento humanizado
compreende o entendimento e escuta das necessidades e reclamações
de qualquer paciente com respeito, hospitalidade e empatia. Essa
concepção está cada dia mais presente e exposto nas organizações e
instituições hospitalares, pois o atendimento humanizado auxilia na
integração da construção da relação que existe entre um serviço de
saúde.
Figura 8: Atendimento Humanizado.

Fonte: Unsplash
26 Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-hospitalar

No ambiente hospitalar, exercer suas atividades com a empatia


é extrema importância para que a saúde emocional do indivíduo esteja
em equilíbrio e auxilia na melhora, evitando a geração de conflitos com
o seu tratamento. Quando aliamos empatia e atendimento humanizado,
o paciente possui muito mais chances de demonstrar melhora durante
o período de tratamento, isso porque o seu psicológico não sofreu tanto
abalos durante o tratamento.

Figura 9 – Sequência realizada no atendimento.

Fonte: Autor (2020)

O diagrama acima mostra em três passos a expectativa, de um


modo geral, para o processo do atendimento humanizado.

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo


tudinho? Agora, só para termos certeza de que você
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos
resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que aliado
aos procedimentos que ocorrem e são realizados durante
os atendimentos de primeiros socorros, existem direitos que
pertencem aos pacientes. Há muitos critérios que podem ser
levados em consideração quando um paciente não aceita
que seja feito o procedimento de primeiros socorros, seja
por questões culturais ou porque ele não aceita ser atendido
por aquele profissional. Sabendo disso, vimos em seguida
que caso não exista o consentimento, há um protocolo a ser
seguido e que deve ser realizado da maneira mais rápida
possível, para que, o paciente possa ser encaminhado. E
por fim, vimos que a realidade mostra muitos obstáculos e,
consequentemente, se torna necessário rever a questão da
saúde para todos e como alguns tipos de tratamento como
o “Atendimento humanizado” auxiliam no quadro de melhora
dos pacientes e influência de maneira positiva para todos que
fazem parte.
Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-hospitalar 27

Avaliar prescrições padrões fundamentais


durante o atendimento emergencial

INTRODUÇÃO:

Ao término deste capítulo você será capaz de entender como


funciona e como avaliar as prescrições padrões fundamentais
durante o atendimento emergencial. Aquelas pessoas que
procuram entender melhor como funciona a avaliação das
prescrições conseguiram desempenhar sua profissão com
mais êxito. E, então? Animado para mergulhar fundo no
assunto? Vamos nessa, avante!!

Avaliação padrão
Depois de entender como compreender os conceitos básicos
sobre primeiros socorros e dos direitos que fazem parte do atendimento
de primeiros socorros aos pacientes, devemos voltar nossa atenção para
como funciona o padrão de atendimento emergencial e como eles são
colocados em prática.

Inicialmente, devemos ter em mente que existem alguns aspectos


que são levados em consideração quando falamos de avaliação padrão,
isso porque o profissional deve ter em mente que assim que chegar no
local deve ser feito um procedimento padrão que irá avaliar e verificar
como vai o quadro do paciente.

Figura 10: Avaliação padrão.

Fonte: Unsplash
28 Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-hospitalar

Abaixo segue um diagrama que exemplifica de maneira mais fácil


para memorização alguns aspectos que são levados em consideração na
hora da avaliação:

Figura 11 – Aspectos que auxiliam na melhora do serviço

Fonte: Autor (2020)

É importante que o profissional que primeiramente encontra e tem


contato com esse paciente esteja pronto qualquer tipo de intervenção
que seja necessária. Por exemplo: Muitos indivíduos acabam sofrendo
parada cardíacas, insuficiência respiratória e até mesmo hemorragias.

É imprescindível um comportamento meticuloso e detalhado para


a avaliação de um paciente emergencial. Com assiduidade, a lesão mais
importante e que chama atenção não é a mais grave.
Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-hospitalar 29

Existem tipos de avaliações: As avaliações primária e secundária


contribuem uma abordagem organizada e sistemática para auxiliar a
reconhecer e escolher as necessidades do paciente.

A avaliação primária pode ser dividida em duas etapas, a inicial


é o que é chamada de avaliação inicial rápida, tem como finalidade
reconhecer os problemas e quadros que têm risco de morte. Quando
essa avaliação inicial é feita de modo muito ágil e rapidamente são
detectadas as causas, logo em seguida já pode ser encaminhada para a
fase secundária. O primeiro grau na avaliação primária é estabelecer se
a vítima está consciente, caso o paciente esteja consciente a avaliação
pode ter início.

Essa regra pode ser aplicada nesses seguintes casos/aspectos:

1. Se a vítima se encontra acordada e conversando


consideramos que há respiração e circulação;

2. Se a vítima estiver consciente, isso também representa


que a sua circulação está boa e que possui a quantidade
suficiente de sangue para que circule e chegue até o
cérebro;

3. Caso contrário do que foi citado e a vítima não estiver


totalmente consciente o profissional deve seguir o
protocolo e dar continuidade ao passo a passo de
avaliação.

É evidente que não se encontra apenas casos leves e fáceis de


serem tratados. Ocorrem e são registrados diversos acidentes graves e
para essas situações o profissional socorrista deve estar preparado para
seguir as instruções de atendimento. Vejamos:

O profissional deve questionar e observar se o paciente possui lesão


exposta, se suas vias respiratórias estão funcionando, nível de consciência,
como está a respiração, se o paciente possui pulso, presença ou ausência
de hemorragia.

Abaixo o diagrama mostra de forma resumida os passos:


30 Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-hospitalar

Figura 12 – Sinais observados no quadro clinico.

Fonte: Autor (2020)

É importante que possa se evitar ao máximo as aglomerações


e quantidade de movimento grande que possam ocasionar maiores
danos. O profissional deve ter uma ideia bastante fiz e correta do que vai
fazer, para que, assim, não exista exposição desnecessária do paciente,
demonstrando se há presença de alguma ferida com o cuidado de não
causar muita movimentação e estresse no local de maneira excessiva.

Em seguida, o profissional deve realizar um teste nas partes do


corpo. Caso o paciente estiver com consciência e capaz de se comunicar
Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-hospitalar 31

é importante questionar por áreas no corpo que estejam causando dor e


inabilidade funcional de mobilização.

O exame realizado no corpo inteiro tem como objetivo procurar de


um modo geral e rápido se existe alguma lesão ou parte que esteja com
ferimento, o exame deve ser feito seguindo o sentido cabeça até os pés.
Hemorragia, ferimentos e lesões são os alvos de procura dos profissionais
durante o exame.

É muito importante que o paciente seja reavaliado diversas vezes,


sendo sempre verificado seu pulso, consciência, respiração. Isso porque
deve existir a garantia de que a vítima continua com os sinais vitais estáveis.

Figura 13 – Procedimento de avaliação de sinais vitais.

Fonte: Unsplash

Quando nos referimos a avaliação secundária estamos falando


de um exame meticuloso e organizado, entretanto, que é realizado de
maneira bem rápida, da vítima da cabeça aos pés. O objetivo é encontrar
e tornar prioridade detectar as lesões e encontrar sinais de condições
clínicas que já estavam presentes.

No momento do exame deve ser realizado um questionário com


perguntas que vão nortear para encontrar o foco. Veja:
32 Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-hospitalar

•• Quando apareceram os primeiros sintomas?

•• Quanto tempo o paciente levou até a entrada no hospital?

•• Quais medicamentos são ingeridos?

•• Possui algum tipo de alergia?

•• Qual o histórico de doença do paciente?

•• Passou por algum tratamento antes de da entrada?

•• Houve momento de inconsciência? Se sim, quanto durou?

•• Quais lesões ou motivos da entrada do paciente?

Após esse questionário o profissional pode ter uma visão ampla de


como poderá começar a tratar o paciente que deu entrada, claro que com
auxílio de outros métodos.

Outro passo muito importante e indispensável é o monitoramento


dos sinais vitais do paciente:

1. Temperatura

2. Nível de dor

3. Respiração

4. Pressão

5. Saturação

Depois de realizar as perguntas iniciais e verificar os sinais vitais é


possível que a equipe médica possua uma ideia maior do quadro clínico e
quais vão ser as primeiras estratégias de tratamento.

As duas últimas etapas da avaliação secundária incluem processos


de avaliação do corpo por completo: cabeça, membros superiores,
membros inferiores, ouvidos. E por último, ocorre a avaliação e análise
completa de todos as informações para que possa chegar a uma
conclusão maior acerca da avaliação secundária.

O atendimento de primeiros socorros começa ainda no momento


e no local em que ocorre o acidente ou incidente. Com isso, é preciso
Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-hospitalar 33

entender como as etapas funcionam e cada detalhe delas, chamamos


esse processo de etapas ou fases do socorro.

Vamos entender melhor como funciona e como é compreendido


cada detalhe de onde os serviços de atendimento à primeiros socorros
acontecem.

As prestações desse tipo de serviço podem ser por duas causas


principais: clínicas, que se resumem a episódios de alguma doença que o
paciente desenvolve, por exemplo: ataque cardíaco. Ou pode ser trauma
que são acidentes ou situações inesperadas como: atropelamento,
incêndios e outros.

Quando falamos de casos de trauma a atitude inicial que deve


ser tomada no momento do acidente é analisar os riscos que poderiam
ocasionar perigo ao profissional que presta serviços de primeiros socorros.
Caso o local esteja bastante afetado pelo acidente e chegue a gerar perigo
também aos profissionais dos primeiros socorros, devem ser acionados
outros profissionais que tomem medidas especializadas.

Dessa maneira, quando os processos de primeiros socorros


começam deve ser feito o seguinte procedimento:

1. Manter a vítima em posição confortável;

2. Procurar por vestígios de lesões ou ferimentos expostos;

3. Não dar a vítima nenhum tipo de medicamento ou líquido


até que seja detectado o quadro clínico;

4. Demonstrar confiança;

5. Verificar sinais vitais;

6. Solicitar unidade móvel de atendimento, se for necessário;

7. Manter como prioridade casos mais graves que envolvam


hemorragia ou desregulação da frequência cardíaca ou
respiratória;

8. Garantir que a equipe médica esteja ciente de todas as


informações colhidas no local acerca da vítima;
34 Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-hospitalar

9. Garantir que a vítima esteja fora de risco de outros tipos de


agravamento no local, seja por mais incidentes no local ou
pela piora do quadro clínico.

Essas etapas devem ser seguidas com total rigidez para que não
haja negligência no processo de primeiros socorros.

Para que exista uma segurança maior do local e com a finalidade de


evitar que ocorra a piora ou agravamento dos acidentes e riscos no local é
necessário que o local passe pela avaliação de algumas etapas:

Figura 14 – Etapas de avaliação.

Fonte: Autor (2020)


Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-hospitalar 35

Se referindo a segurança podemos dizer que é fundamental


analisar se o local da cena é seguro para então ser averiguada, e assim
buscar transformar o ambiente próprio para o atendimento. Em situações
de acidentes de trânsito, é preciso procurar remediar um espaço de forma
a mudar o trânsito de veículos, passando a mostrar aos carros que estão
vindo no sentido do local do acidente ocorrido.

Cinemática tem o objetivo de analisar como ocorre o acidente ou a


situação enfrentada pelo paciente, de forma que questionando a vítima,
se estiver consciente, ou as testemunhas que se fazem presentes no local.

Apoio é a procura por ajuda de indivíduos que se encontram perto


ao local, com o intuito de auxiliar no espaço necessário para realizar
os atendimentos, solicitar quase que instantaneamente os serviços
especializados e adequados.

E por último a bioproteção, é preciso buscar formas de evitar


prováveis infecções por meio do contato com o sangue das vítimas no
local, utilizando materiais de segurança ou higiene, em alguns casos não
é permitido que o procedimento de primeiros socorros seja interrompido
pela ausência de materiais de proteção.

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo


tudinho? Agora, só para termos certeza de que você
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo,
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido
que existem diversos procedimentos que são realizados
no processo de atendimento de primeiros socorros e que
todos devem seguir um padrão, de acordo com o processo
que esteja em questão. É válido ressaltar que em todos a
prioridade é manter a segurança da vítima e do profissional
que irá prestar o atendimento, visto que, os locais de acidente
podem apresentar riscos à saúde. A avaliação de padrões
de atendimento possui várias fases, entretanto, sempre
prezando por manter todos informados acerca dos sinais vitais
e possíveis lesões causadas pelo acidente, tendo em mente,
claro, que a segurança do local também é imprescindível para
manter o resto da equipe e das outras pessoas no local em
segurança.
36 Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-hospitalar

Suporte básico à vida


INTRODUÇÃO:

Ao término desse capítulo você será capaz de compreender


como funciona e o que é o suporte básico à vida. Todos
aqueles que procuraram se aprofundar mais nessa temática
conseguiram desempenhar suas funções com mais eficácia.
E você, o que acha de mergulhar com tudo nesse assunto?
Vamos nessa? Avante!!

SBV
O enorme progresso tecnológico e em todos aspectos da realidade
mundial evidencia a população a mais vulnerabilidade aos acontecimentos
grandes traumáticos e de grande relevância. Da mesma maneira, também
tem colaborado para resgatar muitas vidas, claro que com o auxílio de
profissionais e tecnologias que contribuam para o desenvolvimento de
descobertas no âmbito da saúde.

O suporte básico à vida (SBV) é a soma de competências intelectuais


e mentais designadas à continuidade, assistência ou restauração da
oxigenação, ventilação e movimentação em pacientes com quadro clínico
caracterizados por parada cardíaca, parada respiratória ou ainda os dois.

O suporte básico de vida (SBV) compreende inúmeros aspectos


que vão desde critérios de precaução relacionadas de maneira direta e
propriamente à parada cardiorrespiratória, até a organização do suporte
avançado de vida (SAV).

A providência de provocações demonstra resistente consequência


na mortalidade, dessa forma, assim pode ser analisada uma relevante
conexão da cadeia de supervivência.
Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-hospitalar 37

SAIBA MAIS:

Cadeia de sobrevivência é a prosseguimento de manifestações


considerações que tem como finalidade precaver situações
que são inevitáveis. A cadeia de sobrevivência tem seu
início pela providência em pacientes nas crianças e pelo
reconhecimento instantâneo da parada cardiorrespiratória e
a ativação da ocupação de emergência no paciente adulto
e prossegue com interferências preocupantes efetuadas
tanto no local pré-hospitalar como igualmente no ambiente
hospitalar. A cadeia de sobrevivência estabelece as
prevalências na abordagem da vítima.

O suporte básico de vida (SBV) é estabelecido como a primeiro


tratamento da vítima e compreende a desimpedimento das vias aéreas,
circulação artificial ventilação e outros.

Figura 15 - Suporte básico à vida

Fonte: Unsplash
38 Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-hospitalar

Em pacientes adultos, na parada cardiorrespiratória (PCR) verificada,


a causa mais identificada é a arritmia cardíaca, dessa forma, a solicitação
do serviço de atendimento de urgência/emergência deve ser considerado
prioridade e de extrema importância.

Em casos do paciente seja adulto e foi vítima de trauma ou


clínica, com evidência de intoxicação ou afogamento, as operações de
reanimação cardiorrespiratória necessitam ser executadas por cerca dois
minutos ou antes do processo de atendimento do médico.

Em casos de pacientes crianças, constantemente, a parada cardíaca


é a consequência final de danificação respiratória e também circulatória,
reconhecida por diminuição das taxas de oxigênio no ar, no sangue arterial
ou nos tecidos e presença de doses excessivas de dióxido de carbono no
sangue, seguida de diminuição na frequência cardíaca e parada cardíaca,
por isso a cadeia de sobrevivência tem como prioridade as decisões
preservativas, a rápida RCR e a ativação da equipe médica especializada.

É de extrema importância que tenhamos conhecimento de como


funcionam os elos. São eles:

O primeiro elo tem como principais causas de óbito em crianças


são:

1. Trauma;

2. Septicemia;

3. Choque;

4. Parada Cardiorrespiratória;

5. Síndrome da morte súbita.

A medidas preventivas de acidentes sejam esses de qualquer


origem deve ser de cuidado de todos os profissionais de saúde e pessoas
envolvidas. Como cidadão e profissional de saúde, é responsabilidade é
assumir padrões seguros em todos os ambientes.
Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-hospitalar 39

As medidas que impõem padrões seguros são:

•• Tentar evitar exposição a produtos tóxicos, que podem


estar ao alcance das crianças.

•• Precaução de lesões por queimaduras.

•• Precaução de traumas relacionados à utilização das vias


públicas.

•• Diminuição de traumas relacionados a acidentes


automobilísticos.

•• Diminuição do risco de síndrome de morte súbita do


lactente (SMSL).

•• Precaução de obstrução de vias aéreas por corpo estranho.

•• Precaução de afogamento e acidentes aquáticos.

Em adultos é importante que tenha o reconhecimento imediato de


casos de PCR para que alguma medida de emergência seja tomada.

Na maioria dos casos de paradas que acontecem em adultos, são


presenciadas por outros indivíduos, acontecem de maneira súbita e tem
como causa fibrilação e ausência de pulso.

O profissional dos primeiros socorros tem que analisar o paciente


de forma rápida verificando, por meio de uma análise visual, o quadro
clínico de consciência e se for o caso de identificar a falta ou dificuldade
de respiração e presença de respiração cansada ou irregular. Em casos
como esse o profissional dos primeiros socorros tem que ativar a equipe
médica capaz de solucionar o problema ou pedir que alguém faça isso
por ele.

Em casos de estar sem a presença de alguém que possa solicitar o


SAMU ou alguma equipe médica capaz de solucionar o problema, ou até
mesmo transportar o paciente, o socorrista deve ser capaz de aplicar suas
técnicas e conhecimentos a respeito do quadro e da situação.
40 Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-hospitalar

Na maior parte dos casos, há sempre uma equipe já especialista e


pronta para o serviço.

São elementos críticos para a sobrevida:

Figura 16 – Elementos críticos para sobrevida

Fonte: Autor (2020)

Quando falamos de 2º elo nos referimos com foco maior para


ressuscitação cardiopulmonar (RCP) precoce, com o enfoque nas
compressões torácicas.
Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-hospitalar 41

As técnicas de reanimação cardiorrespiratória (RCR) precisam ser


realizadas de maneira muito rápida, além de serem executadas de maneira
concreta e de alta qualidade. Uma qualidade boa de RCR significa:

1. Manobras e técnicas imediatas, rápidas e de alta qualidade


são fatores críticos no resultado final da reanimação
cardiorrespiratória.

2. A profundidade das compressões deve ser de 5 cm em


adultos e crianças;

3. A profundidade das compressões deve ser de 4 cm nos


lactentes;

4. Compressões torácicas com força;

5. 100 compressões.

Figura 17 – Dores características.

Fonte: Unsplash
42 Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-hospitalar

Agora iremos falar a respeito do 3º ELO.

Na faixa de idade de crianças e lactentes o terceiro elo é composto


pela rápida solicitação do SAMU ou algum outro serviço de urgência
ou emergência que atenda de forma muito rápida e eficiente, quando a
parada cardiorrespiratória (PCR) não aconteceu na presença de alguma
pessoa ou não é súbita.

Em lactentes e crianças com causas suspeitas de arritmias em


parada cardiorrespiratória súbita e que foi testemunhada, o uso do
atendimento mais eficiente possível deve ser o melhor possível.

Já quando falamos de adultos:

A desfibrilação antecipada é hoje uma das causas mais críticas e de


teor decisivo na recuperação nos pacientes de parada cardíaca súbita. Isto
se deve aos seguintes aspectos:

1. O tempo é necessário e fundamental.;

2. Para cada minuto passado entre o acontecimento e a


desfibrilação as taxas de recuperação nas vítimas em FV
são reduzidas em 7 a 10%;

3. A fibrilação ventricular pode evoluir para a incapacidade


de o coração realizar uma sístole completa em poucos
minutos;

4. A fibrilação ventricular é o ritmo de parada mais causada


nas para- 31 das cardíacas súbitas.

O desfibrilador é um equipamento muito utilizado e que é essencial


no processo, mas, é preciso que haja o entendimento do mesmo. Dessa
forma, veja:
Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-hospitalar 43

Figura 18– Procedimento cardíac

Fonte: Unsplash

É um aparelho prático e que pode ser portátil, computadorizado,


pode ser utilizado por todos que tem treinamento suficiente e saiba
manusear. Sua principal finalidade é o tratamento da fibrilação ventricular
e da taquicardia ventricular quando não há pulso.

O Desfibrilador consegue analisar o ritmo cardíaco do paciente


para demonstrar se está presente um ritmo “fora do normal” e por meio
de informações de voz e orientação o operador segue as instruções nas
atividades a serem realizadas, bem como mostra o choque, se esse for
indicado.

Para recém-nascidos é preferível o uso de um desfibrilador


manual e em caso de não existir ou não estar disponível deste prefira um
desfibrilador portátil equipado com carga pediátrica e com pás pediátricas.

Para pacientes que possuem e fazem uso de dispositivo implantado,


como: marca-passo, é preferível não utilizar as pás do desfibrilador sobre o
local. Para pacientes com excesso de pelos, em que possa ocorrer erro ou
interferência na aplicação do choque o próprio desfibrilador vai comunicar
44 Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-hospitalar

por um comando automático, assim, você precisa retirar os pelos com


barbeador ou com a própria pá.

Se a região torácica estiver úmida ou molhada, o paciente precisa


secar bastante rápido, isso porque a água pode interferir na passagem da
corrente elétrica.

O 4º ELO:

Quando a equipe médica ou SAMU realizam manobras e técnicas


avançadas no estado clínico do paciente, para que, ele possa reagir e ser
notado uma melhora.

O 5º ELO:

Os cuidados pós-parada cardiorrespiratória completos são de


extrema importância para a recuperação sem qualquer tipo de sequelas
dos pacientes.

O correto é que exista uma conexão integral entre os serviços


de atendimento de urgência e emergência, participação de equipe
multiprofissional, fazendo parte também o equipamento de suporte
cardiorrespiratório e neurológico, com disponibilidade de serviço e
atendimento de terapia intensiva, monitoração e cuidado intensivo com
os pacientes.

Figura 19– Monitoramento

Fonte: Unsplash
Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-hospitalar 45

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo


tudinho? Agora, só para termos certeza de que você
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos
resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que o
Suporte básico de vida consiste em compreender inúmeros
aspectos que vão desde critérios de precaução relacionadas
de maneira direta e propriamente à parada cardiorrespiratória,
até a organização do suporte avançado de vida. Além disso,
nos mostra a variedade de casos e suportes que podem ser
oferecidos em casos de parada cardíaca e como funciona
o procedimento e processos de atendimento, desde o
momento do episódio até os momentos e métodos de
recuperação. Esses tipos de atendimentos devem existir e
ser conhecidos por profissionais dos primeiros socorros, uma
vez que, existe a necessidade de possuir aprofundamento em
casos que precisem de sua atuação. Ainda podemos dizer
que mesmo com diversas faixas etárias o suporte básico à
saúde presta atendimento adequado e especializado.]]
46 Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-hospitalar

REFERÊNCIAS
BRASIL. Art. 196 da Constituição Federal (Constituição Federal do
Brasil, 1988). Disponível em: < https://www.senado.leg.br/atividade/
const/con1988/con1988_06.06.2017/art_196_.asp >. Acesso em: 13 de
jun. 2020.

BRASIL, Código Penal Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro


de 1940. Art. 135. Disponivel em: < https://www.jusbrasil.com.br/
topicos/10623219/artigo-135-do-decreto-lei-n-2848-de-07-de-
dezembro-de-1940>. Acesso em: 13 de jun. 2020.

BRASIL. Ministério da Saúde. Protocolo de Suporte Básico de Saúde.


Disponível em:< https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/protocolo_
suporte_basico_vida.pdf> Acesso em: 13 de junho.2020

PERGOLA, Aline Maino; ARAUJO, Izilda Esmenia Muglia. O leigo e


o suporte básico de vida. Rev. esc. enferm. USP, São Paulo , v. 43, n. 2,
p. 335-342, Junho 2009 . Available from <http://www.scielo.br/scielo.
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so>. Acesso em: 13 de jun. 2020.

SILVEIRA, E. T.; MOULIN, A. F. V. Socorros de Urgência em Atividades


Físicas. (apostila), Brasília: 2006. Disponível em: < https://personaltr.
webnode.com/_files/200000047-5e00f5efcb/PIPEF%20EAD%20CREF7.
pdf>
Suporte Emergencial à Vida e Atendimento Pré-hospitalar 47
MARCOS RODOLFO DA SILVA
Suporte Emergencial à Vida
Suporte Emergencial
e Atendimento Pré-hospitalar
à Vida e Atendimento
Pré-hospitalar
Marcos Rodolfo da Silva

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