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Bases da

Farmacovigilância e
Farmacocinética
Clínica
Hermínio Oliveira Medeiros

Livro didático
digital

Unidade 4
Farmacocinética
clínica
Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Diretora Editorial
ANDRÉA CÉSAR PEDROSA
Projeto Gráfico
MANUELA CÉSAR ARRUDA
Autor
HERMÍNIO OLIVEIRA MEDEIROS
Desenvolvedor
CAIO BENTO GOMES DOS SANTOS
Autor
HERMÍNIO OLIVEIRA MEDEIROS

Olá! Meu nome é Hermínio Oliveira Medeiros. Sou


graduado em Farmácia (Universidade Federal de Ouro
Preto, 2005) e em Sociologia (UNIP, 2018). Sou mestre em
Administração em Saúde (Udelmar, 2014), pós-graduado
com MBA em Gestão de Negócios (Univiçosa, 2012) e
especializado em Gestão em Logística Hospitalar (FINOM,
2009), em Qualidade e Acreditação Hospitalar (FCMMG,
2014) e em Qualidade em Saúde e Segurança do Paciente
pela (ENSP/FIOCRUZ, 2017). Atuo na docência de cursos
superiores da saúde e na gestão de saúde pública e
hospitalar. Por isso fui convidado pela Editora Telesapiens a
integrar seu elenco de autores independentes. Estou muito
feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e
trabalho. Conte comigo!
Iconográficos
Olá. Meu nome é Manuela César de Arruda. Sou a responsável pelo pro-
jeto gráfico de seu material. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de
aprendizagem toda vez que:

INTRODUÇÃO: DEFINIÇÃO:
para o início do houver necessidade
desenvolvimen- de se apresentar
to de uma nova um novo conceito;
competência;
NOTA: IMPORTANTE:
quando forem as observações
necessários obser- escritas tiveram
vações ou comple- que ser prioriza-
mentações para o das para você;
seu conhecimento;
EXPLICANDO VOCÊ SABIA?
MELHOR: curiosidades e
algo precisa ser indagações lúdicas
melhor explicado sobre o tema em
ou detalhado; estudo, se forem
necessárias;
SAIBA MAIS: REFLITA:
textos, referências se houver a neces-
bibliográficas e sidade de chamar a
links para aprofun- atenção sobre algo
damento do seu a ser refletido ou
conhecimento; discutido sobre;
ACESSE: RESUMINDO:
se for preciso aces- quando for preciso
sar um ou mais sites se fazer um resumo
para fazer download, acumulativo das
assistir vídeos, ler últimas abordagens;
textos, ouvir podcast;
ATIVIDADES: TESTANDO:
quando alguma ativi- quando o desen-
dade de autoapren- volvimento de uma
dizagem for aplicada; competência for
concluído e questões
forem explicadas;
SUMÁRIO
Introdução.............................................................................10
Competências......................................................................11
Noções de farmacocinética............................................12
Introdução à Farmacocinética......................................................12
Noções gerais sobre farmacocinética...................................17
A Farmacocinética e os ensaios clínicos.............................20
Os processos farmacocinéticos.....................................22
Fatores envolvidos no transporte de fármacos..............23
Absorção e distribuição...................................................................26
Biodisponibilidade e Bioequivalência....................................32
Metabolismo e excreção.................................................................34
A farmacocinética clínica................................................38
Depuração e Distribuição...............................................................39
Amplitude e taxa de biodisponibilidade..............................42
Planejamento e otimização de esquemas
posológicos..............................................................................................44
Monitoração dos níveis terapêuticos dos fármacos............46
Estudos farmacocinéticos...............................................48
Técnicas analíticas aplicadas à farmacocinética...........48
Modelagem Farmacocinética......................................................50
Delineamento do perfil farmacocinético.............................53
Bibliografia...........................................................................55 
Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica 9

04
UNIDADE

FARMACOCINÉTICA CLÍNICA
10 Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica

INTRODUÇÃO
Prezado aluno! Nessa unidade vamos estudar
os parâmetros ou índices farmacocinéticos e
farmacodinâmicos para podermos analisar a sua
importância no processo de pesquisa de novas drogas
enfatizando a sua relevância enquanto ferramenta
de otimização da terapia medicamentosa. Vamos
compreender a ligação proteica, o clearance, o
volume de distribuição da droga como parâmetros
farmacocinéticos fundamentais nos ensaios clínicos,
bem como relacionar os dados de concentração
sanguínea, tempo, analisar a área sob a curva, avaliando
os determinantes para a sua eficácia terapêutica.
Convidamos você a desenvolver seus conhecimentos
sobre o universo da farmacocinética clínica. Vamos lá!
Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica 11

COMPETÊNCIAS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 4 –
Farmacocinética clínica. Nosso objetivo é auxiliar
você no desenvolvimento das seguintes competências
profissionais até o término desta etapa de estudos:
1. Conhecer os fundamentos da farmacocinética
clínica;
2. Analisar os principais parâmetros
farmacocinéticos;
3. Compreender a sua utilização nos ensaios
clínicos;
4. Definir a sua relevância na otimização da
terapêutica medicamentosa.

Então? Preparado para uma viagem sem volta


rumo ao conhecimento? Ao trabalho!
12 Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica

Noções de Farmacocinética
A farmacocinética é o ramo das Ciências
Farmacêuticas que se dedica ao estudo quantitativo
dos processos fisiológicos da absorção, distribuição,
metabolização e excreção dos fármacos. Esses
processos, analisados sob o aspecto do tempo geram
uma curva de concentração-tempo, importante
parâmetro farmacocinético. A partir das análises dos
parâmetros farmacocinéticos mais relevantes como
concentração máxima, meia-vida e área sob curva,
podemos determinar o perfil de ação de uma droga no
organismo e definir a sua utilização no tratamento de
doenças. A partir de agora, vamos juntos aprofundar os
nossos conhecimentos nessa nobre área das Ciências
Farmacêuticas. Avante!
Ao concluir essa unidade você terá descoberto
como controlar a ação terapêutica de fármacos
no organismo humano, relacionando esse efeito à
capacidade dos fármacos chegarem aos locais de ação
em quantidades suficientes para ser metabolizado
e excretado posteriormente. Esse conhecimento
proporcionará a você o entendimento dos princípios
farmacocinéticos utilizados para a maximização dos
efeitos terapêuticos e da redução de efeitos adversos.
E então? Motivado para absorver esse conhecimento?
Vamos lá!

Introdução à Farmacocinética
Para se compreender e controlar a ação terapêutica
de fármacos no organismo humano é necessário
que os processos farmacocinéticos estejam bem
elucidados. A quantidade do fármaco que consegue
chegar aos sítios de ação, quanto e como ocorre,
Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica 13

para que se possa relacionar efeito aos fenômenos da


absorção, distribuição, biotransformação e excreção
(GOODMAN; GILMAN, 2012).

Figura 1: Fármaco e a dosagem correta

Fonte: Freepik

Rang e Dale (2016) explicam que a ação de fármacos


depende de que esse alcance concentrações
adequadas no tecido alvo de sua ação.
Consequentemente, a ação do efeito terapêutico
dessa droga será proporcional à elevação ou redução
dessa concentração no tecido e, sua duração de
ação refletirá ao tempo em que essa concentração
se mantenha presente. Assim, busca-se avaliar a
relação entre a administração do fármaco, o seu
tempo de distribuição, a concentração atingida nos
tecidos do corpo, atribuição da farmacocinética.
14 Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica

NOTA:
Por meio da compreensão e do uso dos
parâmetros farmacocinéticos pode-se
maximizar a probabilidade de sucesso
terapêutico de um fármaco e minimizar
ocorrência de efeitos adversos (GOODMAN;
GILMAN, 2012).

A farmacocinética se tornou uma importante área


de estudo das Ciências Farmacêuticas, principalmente
nas pesquisas clínicas e desenvolvimento de novos
fármacos, por permitir correlacionar concentração
orgânica das drogas em função do tempo
determinando, doses seguras e desvendando o seu
comportamento no organismo humano.

NOTA:
Anteriormente ao desenvolvimento da
farmacocinética clínica a posologia dos
fármacos era realizada pelo método
de tentativa e erro e, expondo os
indivíduos a grandes riscos como efeitos
adversos, toxicidade e ineficácia clínica
(DOKOUMETZIDIS, 2006).

Tendo em vista a necessidade de alternativas


que promovessem segurança nas pesquisas
clínicas envolvendo seres humanos, os parâmetros
farmacocinéticos passaram a ser utilizados com
grande sucesso. Atualmente busca-se substituir os
métodos in vivo de avaliação da absorção de fármacos
por técnicas in vitro (como cultura de células), porém
esses ainda não se demonstraram confiáveis ao
Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica 15

reproduzirem adequadamente os mecanismos de


transporte ativo dos fármacos (SOUZA; FREITAS;
STORPIRTIS, 2007).

NOTA:
Os ensaios envolvendo seres humanos
tendem a ser substituídos por modelos in
vitro.

Figura 2: Ensaios envolvendo humanos

Fonte: Pixabay

Considerando o perfil farmacocinético dos


fármacos no organismo, observe quatro processos
primordiais (GOODMAN; GILMAN, 2012):
absorção (para vias de administração diferentes
da endivenosa);
distribuição;
16 Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica

metabolismo (biotransformação);
excreção.

RESUMINDO:
O esclarecimento dos parâmetros
farmacocinéticos possibilitou traçar a relação
cronológica entre forma farmacêutica, dose,
via de administração e posologia agregando
segurança na terapêutica medicamentosa.

A busca pela posologia ideal que maximizasse


a ação dos fármacos e reduzisse o risco de efeitos
adversos deu destaque especial à farmacocinética.
Essa ciência se tornou a principal ferramenta para se
elucidar o perfil de ação dos fármacos em avaliação
clínica.

NOTA:
Mesmo com o conhecimento adquirido
com os estudos farmacocinéticos, desafios
como diferenças individuais (genéticas e
mesmo comportamentais) ainda ocupam os
pesquisadores das ciências farmacêuticas
(TOUTAIN et al., 2010).

Para que se possa utilizar de maneira efetiva


as informações coletadas por meio das avaliações
farmacocinéticas, otimizando as terapias e garantindo
segurança ao uso dos fármacos, precisamos desvendar
cada um dos eventos e parâmetros farmacocinéticos.
Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica 17

Noções gerais sobre farmacocinética


A realização de ensaios clínicos que cruzam
dados sobre a farmacodinâmica e a farmacocinética
(áreas inerentes à farmacologia) fornecem evidências
científicas sobre os efeitos dos fármacos em avaliação
que permitem compreender as ações terapêuticas e
os efeitos adversos além de determinar dose ideal,
posologia e tempo de tratamento (TOZER; ROWLAND,
2009).
Um relevante conhecimento advindo dessa
análise é a janela terapêutica:

DEFINIÇÃO:
Janela terapêutica é o intervalo compreendido
entre a dose mínima do fármaco necessária
para que se tenha efeito terapêutico e a dose
máxima a partir da qual se tem efeitos tóxicos.

As concentrações terapêuticas irão se situar


no intervalo entre as concentrações que produzem
efeito mínimo eficaz (limite mínimo) e efeito tóxico
(concentração máxima tolerada) (REZENDE, 2003).

NOTA:
Estudos sobre toxicidade precisam ser
realizados em todos os fármacos.
18 Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica

Figura 3: Toxidade

Fonte: Freepik

A janela terapêutica demonstra os limites


de concentração de um fármaco dentre as quais
se pode trabalhar de maneira terapêutica. Abaixo
desse valor não se obtém relevantes efeitos clínicos
esperados e, acima, aumenta-ser proporcionalmente
a probabilidade de ocorrência de efeitos tóxicos.

IMPORTANTE:
A janela terapêutica e a velocidade de
excreção definirão a posologia, frequência
de administração do fármaco e dose de
manutenção necessária para se obter o
efeito clínico esperado (GOUVEIA, 2009).
Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica 19

Goodman e Gilman (2012) explicam que, ao ser


administrado, o princípio ativo migra do local onde
foi administrado até o sítio de ação em diversas
partes do corpo onde exercerá efeito. Também, essa
migração ocorrerá até fígados e rins, por exemplo,
onde ocorrerão processos de metabolização e
excreção.

Figura 4: Fases da ação de fármacos

Fonte: Pereira (2005)

Como é muito difícil se definir a concentração


do princípio ativo diretamente no seu sítio de ação,
são utilizadas ferramentas que proporcionam sua
visualização como, por exemplo, utilização e amostras
biológicas diversas, destacando-se o plasma
sanguíneo.

NOTA:
A concentração plasmática é amplamente
utilizada no delineamento do perfil
farmacocinético de drogas. Outras amostras
utilizadas nesse sentido são além do
plasma: sangue, soro, leite e urina (RANG;
DALE, 2016).
20 Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica

Para fins farmacocinéticos consideramos duas


maneiras distintas de administração de fármacos:
aquela via em que os fármacos são aplicados
diretamente na corrente sanguínea (intravascular)
e aquelas em que há a necessidade de absorção
(extravascular) (TOZER; ROWLAND, 2009).
Após a absorção, a quantificação total do fármaco
se dá pela avaliação da fração ligada às proteínas
plasmáticas e a livre, sendo a última a porção
farmacologicamente ativa (TOZER; ROWLAND, 2009).
A fração livre é ativa porque somente nessa
condição é capaz de atravessar as membranas
biológicas, ser distribuído, atingir os receptores nos
sítios de ação e assim, exercer ação sobre o organismo
(TOZE; ROWLAND, 2009).
Os laboratórios farmacêuticos realizam ensaios
clínicos para a definição do perfil farmacocinético para
garantir segurança e eficácia terapêutica dos fármacos.

A Farmacocinética e os ensaios clínicos


Os ensaios clínicos de fármacos por serem
realizados em seres humanos demandam de respeitos
aos protocolos de segurança. Objetivando aquisição
de dados sobre as propriedades farmacocinéticas
dos fármacos podem estar voltados, especificamente,
para avaliações de segurança, eficácia, tolerância,
dependência e eventos adversos, dentre outros
aspectos inerentes ao seu uso (RANG; DALE, 2016).
No que tange ao aspecto ético, o National
Institutes of Health preconiza sete prioridades a serem
respeitadas pelos laboratórios em ensaios clínicos. De
acordo com Goodman e Gilman (2012, p.7), são eles:
“valor social, validade científica, seleção justa e objetiva
dos indivíduos, consentimento informado, relação
Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica 21

risco-benefício favorável, aprovação e supervisão


de um comitê revisor independente e respeito aos
participantes”.

RESUMINDO:
Dentre as quatro fases dos ensaios clínicos
obrigatórios ao registro de novos fármacos, os
três primeiros (I, II e III) visam definir segurança
e eficácia. Já a última fase (fase IV), pós-
comercialização, irão monitorar riscos e avaliar
indicações.

Antes de o medicamento ser disponibilizado à


comercialização e consumo as informações oficiais
constantes na bula devem ser aprovadas pelas
autoridades sanitárias competentes.
A bula deve, de maneira clara e objetiva,
apresentar as indicações aprovadas para o fármaco em
questão, resultado das avaliações farmacocinéticas
e farmacodinâmicas. Posologia, indicações, reações
adversas, interações e orientações especiais devem
estar presentes (GOODMAN; GILMAN, 2012).

NOTA:
Dados demonstram que menos de um terço
dos fármacos testados em ensaios clínicos
chegam ao mercado para uso humano.

Países diferentes possuem legislações próprias


para o uso off label, contrariando o que é apresentado
pela bula e não subsidiado por análises dos parâmetros
farmacocinéticos, gerando polêmicas e controvérsias.
22 Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica

Os processos farmacocinéticos
O entendimento dos processos fisiológicos, aqui
chamados de farmacocinéticos por estarmos nos
referindo cinética dos fármacos no organismo humano,
envolvendo absorção, distribuição, metabolismo e
eliminação será a base fundamental da pesquisa
farmacocinética.
Esses processos podem ser resumidos como
sendo (GALLO-NETO, 2012):
absorção: passagem do princípio ativo do local
de administração para o plasma sanguíneo;
distribuição: etapa na qual o princípio ativo se
desloca do sangue para os tecidos alvos de sua ação.

NOTA:
A etapa da distribuição dependerá da
perfusão sanguínea, associação a proteínas
plasmáticas, características físico-
químicas da droga e transporte por meio
das membranas biológicas (GOODMAN;
GILMAN, 2012).

metabolismo ou biotransformação: processo em


que o princípio ativo se transforma, por metabolismo,
em outras substâncias químicas, chamadas de
metabólitos;
eliminação: excreção da droga do organismo.

Equações matemáticas podem auxiliar na


determinação de parâmetros farmacocinéticos. Sabe-
se que a concentração farmacocinética é função da
dose e do tempo, sendo, de acordo com Gallo-Neto
(2012, p. 23-24):
Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica 23

Cp = fpk (dose, tempo)

Sendo que Cp refere-se a concentração


plasmática e fpk indica que se trata de uma função
farmacocinética. A resposta do organismo é uma
função da concentração.

Fatores envolvidos no transporte de


fármacos
Para que ocorram os fenômenos fisiológicos da
absorção, distribuição, metabolismo, excreção e a
consequente ação de um fármaco, o mesmo precisa
se transportar transporte por meio das membranas
celulares (GOODMAN; GILMAN, 2012).
A translocação das moléculas do fármaco, ou
seja, a maneira como as mesmas se deslocam pelo
corpo humano pode ocorrer de duas maneiras. De
acordo com Rang e Dale (2016):

pela corrente sanguínea por meio da
transferência de fluxo, ou;

pela transferência difusional, em curtas
distâncias.

Os mecanismos de translocação, as propriedades


físico-químicas das moléculas e as características
biológicas das membranas irão influenciar de maneira
crucial a disposição do fármaco no organismo humano
(GOODMAN; GILMAN, 2012).
24 Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica

NOTA:
O certo é que o fármaco precisa atravessas
membranas plasmáticas que podem
oferecer o obstáculo de uma camada
celular ou de várias camadas e proteínas
extracelulares em associação, barreiras à
sua distribuição (GOODMAN; GILMAN, 2012).

Geralmente, quatro são os mecanismos pelos


quais as moléculas dos fármacos atravessam as
membranas (RANG; DALE, 2016):
difusão através de lipídios;
difusão por poros aquosos que atravessam os
lipídios de membrana;
associação com uma molécula transportadora
que transfere a molécula de um lado ao outro da
membrana (transporte mediado por transportador);
por meio da pinocitose.

Quanto às características físico-químicas que


irão definir o perfil de transporte de um fármaco, estão
(GOODMAN; GILMAN, 2012):
peso molecular;
pH e pKa;
conformação estrutural;
polaridade e lipossolubilidade;
grau de ionização;
ligação a proteínas séricas e teciduais.
Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica 25

IMPORTANTE:
O deslocamento de um fármaco através
da membrana normalmente se limita às
suas formas livres. Desse modo, quando
se formam complexos por fármacos e
proteínas esses se comportam como um
reservatório inativo, influenciando na ação
terapêutica e nos efeitos adversos das
drogas (GOODMAN; GILMAN, 2012).

De acordo com Rang e Dale (2016), das vias


através das quais as moléculas atravessam as
membranas biológicas, a difusão através dos lipídios
e o transporte mediado por transportadores são
particularmente importantes no que diz respeito aos
processos farmacocinéticos.

No fluxo passivo pelas membranas, que ocorre


difusão através de lipídios, o fármaco atravessa a
membrana por difusão respeitando um gradiente
de concentração e considerando a sua solubilidade
na camada lipídica dupla. A concentração tende a
se igualar nos dois lados da membrana (GOODMAN;
GILMAN, 2012).

NOTA:
Nesse processo, são importantes o
coeficiente de partição óleo/água do
fármaco e a área da membrana exposta
(superfície de contato entre o fármaco e a
membrana). “Quanto maior for o coeficiente
de partição, maior será a concentração da
droga na membrana e mais rápida a sua
difusão (GOODMAN; GILMAN, 2012, p. 18)”.
26 Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica

O transporte ativo mediado por carreadores


ocorre devido às membranas celulares possuírem um
mecanismo especializado de transporte que controla
a entrada e a saída da célula de substâncias relevantes
ao metabolismo. Esse processo envolve uma proteína
de membrana transportadora (RANG; DALE, 2016).
Esse transporte ativo envolve um consumo
energético devido ao movimento da molécula
contra um gradiente de concentração eletroquímico
(GOODMAN; GILMAN, 2012).
Exemplo: A Na+K+-ATPase (bomba de sódio e
potássio) é um exemplo clássico de mecanismo de
transporte ativo celular.
Outro processo, a difusão facilitada representa
um processo de transporte mediado por uma proteína
carreador, sem consumo de energia, seguindo um
gradiente de concentração (GOODMAN; GILMAN, 2012).

NOTA:
Algumas proteínas carreadoras são
farmacologicamente importantes por
mediarem à captação e/ou expulsão de
fármacos das células (GOODMAN; GILMAN,
2012).

Absorção e distribuição
O fenômeno fisiológico da absorção no contexto
farmacocinético é a transferência das moléculas do
fármaco do local da administração até o tecido sítio
de sua ação. Para as formas farmacêuticas sólidas
a absorção é precedida pela dissolução e liberação
do fármaco. Assim, é importante a avaliação de sua
biodisponibilidade (GOODMAN; GILMAN, 2012).
Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica 27

Para Goodman e Gilman (2012, p. 20):

“Biodisponibilidade é um termo usado para


descrever a porcentagem na qual uma dose do
fármaco chega ao seu local de ação, ou a um líquido
biológico a partir do qual o fármaco chegou ao seu
local de ação.”

Pela absorção como o fármaco deixa seu local


de administração e alcança o fluxo sanguíneo e,
posteriormente, seu alvo de ação terapêutica.
Devido às suas características histológicas, o
estômago não possui grande capacidade de absorção.
Assim, não apresenta grande taxa de absorção de
substâncias se restringindo a moléculas lipossolúveis.
No intestino, por sua vez, é onde ocorrem as maiores
taxas absortivas devido à presença de vilosidades que
aumentam a área superficial da mucosa (GALLO-NETO).

NOTA:
Os fármacos são absorvidos, distribuídos e
exercem ação em diversos órgãos alvo.
28 Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica

Figura 5: Diversos órgãos do corpo humano

Fonte: Freepik
Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica 29

De acordo com Tozer e Rowland (2009), quatro


parâmetros farmacocinéticos são analisados a partir
da absorção do fármaco, visualizadas por meio da
curva da concentração do fármaco pelo tempo:

velocidade de absorção;
concentração plasmática máxima (Cmax);
tempo para alcance da concentração plasmática
máxima (tmax), e;
área sob a curva de concentração plasmática
pelo tempo (ASCt);

Figura 6: Parâmetros farmacocinéticos

Fonte: Frederico (org) 2017


30 Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica

A via de administração é um dos fatores mais


importantes na análise da absorção dos fármacos. De
maneira geral, Gallo-Neto (2012), apresenta dois tipos
de administração de fármacos:
local: aplicação do fármaco diretamente no seu
sítio de ação como fórmulas semi-sólidas como géis,
creme, pomadas e aerossóis.
sistêmica: após a absorção acontece a
distribuição para que o fármaco alcance seu sítio de
ação, como comprimidos, cápsulas orais e injetáveis.

Na atualidade, as vias de administração de


fármacos mais relevantes são a intravenosa, a
subcutânea, a intramuscular e a ingestão oral (enteral).
Goodman e Gilman (2012) apresentam ainda as
vias:
sublingual;
transdérmica;
retal;
intra-arterial;
intratecal;
mucosa (mucosas da conjuntiva, nasofaringe,
orofaringe, vagina, colo, uretra e bexiga);
oftálmica;
otológica;
nasal, e;
pulmonar;

A tecnologia farmacêutica moderna ainda nos


proporciona preparações de liberação prolongada
(preparações farmacêuticas de liberação controlada,
liberação ampliada, liberação continuada e ação
prolongada, que foram desenvolvidas para produzir
absorção lenta e uniforme do fármaco) (GOODMAN;
GILMAN, 2012).
Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica 31

NOTA:
Também temos entre os novos métodos de
liberação dos fármacos os stents e outros
dispositivos que dispersam fármacos para
otimizar a liberação tópica dos fármacos e
minimizar a exposição sistêmica (GOODMAN;
GILMAN, 2012).

Após a aplicação endovenosa de um fármaco


ou a sua absorção por outra via de administração, o
mesmo se distribui irreversivelmente do sangue para
os tecidos do corpo. Esse processo é denominado
farmacocinética de compartimentos (WINTER, 2009).
A distribuição é altamente influenciada por: fatores
fisiológicos individuais; fluxo sanguíneo; características
das membranas; propriedades físico-químicas dos
fármacos; ligação a proteínas plasmáticas (WINTER,
2009).

NOTA:
Para os fármacos que circulam na corrente
sanguínea ligados a proteínas plasmáticas,
teremos a albumina carreadora de fármacos
ácidos e a glicoproteina ácida �1 para os
básicos (GOODMAN; GILMAN, 2012).

Primariamente, o fígado, os rins, o cérebro e


demais órgãos com maior irrigação sanguínea recebem
uma porcentagem maior do fármaco. Posteriormente,
músculos, demais vísceras, pele e tecido adiposo na
segunda fase da distribuição (GOODMAN; GILMAN,
2012).
32 Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica

Figura 7: Aplicação de fármaco intravenosa

Fonte: Pixabay

Biodisponibilidade e Bioequivalência
A ANVISA (2002) explica que o termo
bioequivalência define a equivalência biológica, ou
seja, in vivo, de preparações farmacêuticas diferentes
de um mesmo medicamento.
Medicamentos são considerados equivalentes
farmacêuticos se possuírem os mesmos princípios
ativos e forem idênticos em potência ou concentração,
apresentação e via de administração (GOODMAN;
GILMAN, 2012).

IMPORTANTE:
Os principais parâmetros farmacocinéticos
avaliados para a definição da
biodisponibilidade são Cmax, Tmax e ASCt,
obtidas pelas curvas de concentração
sanguínea versus tempo, nos estudos
clínicos (ANVISA, 2002).
Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica 33

No contexto da farmacocinética clínica dois


medicamentos são considerados bioequivalentes
quando as taxas e amplitudes da biodisponibilidade
do princípio ativo em ambos não forem relevantes
(GOODMAN; GILMAN, 2012).
Podem alterar a biodisponibilidade características
físicas do fármaco como conformação dos cristais,
isomeria, tamanho das partículas, levando a alterações
na desintegração, dissolução e, consequentemente
afetando a taxa e amplitude de absorção do princípio
ativo (GOODMAN; GILMAN, 2012).

EXPLICANDO MELHOR:
“Considerando-se que a quantidade
do fármaco contida no fluido biológico
está em equilíbrio com o sítio de ação, a
biodisponibilidade é determinada através da
medida da concentração do princípio ativo da
droga em sangue total, soro ou outro fluido
biológico apropriado, em função do tempo
(ANVISA, 2002, p. 8).”

Conceitualmente podemos definir a


biodisponibilidade como absoluta e relativa
(bioequivalência), como segue (ANVISA, 2002):
Biodisponibilidade absoluta: trata-se da
fração do fármaco efetivamente absorvida depois
da administração do medicamento por via diferente
da intravascular. Logo, o padrão de referência
(biodisponibilidade igual a 100%) é aquela da
administração do fármaco por via intravascular.
Biodisponibilidade relativa (Bioequivalência):
avaliação entre medicamentos após administração
pela via extravascular para comparação dos parâmetros
34 Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica

farmacocinéticos envolvidos com a biodisponibilidade


(fração absorvida e velocidade de absorção).

RESUMINDO:
“Medicamentos bioequivalentes são
equivalentes farmacêuticos (mesma forma
farmacêutica e quantidade do mesmo
princípio ativo) que, ao serem administrados na
mesma dose molar, nas mesmas condições
experimentais, não apresentam diferenças
estatisticamente significativas em relação à
biodisponibilidade (ANVISA, 2002, p. 9).”

Metabolismo e excreção
Por meio do processo de metabolismo, ou
biotransformação, podem ser produzidas substâncias
farmacologicamente ativas, inativas ou com menor
toxicidade para atividade terapêutica e melhor
excreção por apresentarem maior hidrossolubilidade
(WINTER, 2009).
Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica 35

NOTA:
O metabolismo de fármacos é um processo
por onde as moléculas são submetidas
a reações químicas, normalmente
mediadas por enzimas, para conversão em
metabólitos sendo (GOODMAN; GILMAN,
2012; FERNANDES, 1994):
Reações de fase I: oxidação, redução
ou hidrólise gerando como produtos
substâncias com maior polaridade do que
os fármacos originais;
Reações de Fase II: reações químicas
de conjugação com moléculas altamente
polares com o intuito de aumentar
ainda mais a sua hidrossolubilidade
para que, assim, possam ser excretados
principalmente pela urina. Incluem glicuro-
conjugação, acetilação, conjugação com
glicina e sulfato e a O-, S- e N- metilação.

O fígado é o principal órgão de metabolização


de fármacos do organismo humano. Porém, a
biotrasnsformação pode ocorrer também em
outros sítios do corpo como rins, pulmões, trato
gastrointestinal e sangue.

IMPORTANTE:
O complexo enzimático CYP450 (citocromo
P450) é um grande grupo de proteínas
responsáveis pelo metabolismo de
fármacos no organismo (reações de
oxidação da fase I) (CUMMINS et al., 2001).
36 Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica

A retirada irreversível do fármaco do organismo


é chamada de eliminação. Por meio da metabolização
(biotransformação) temos a conversão de uma
substância em outra. A excreção consistirá na
eliminação do fármaco do organismo.

IMPORTANTE:
Os parâmetros farmacocinéticos avaliados
no processo de um processo de eliminação
de fármacos são: a Kel e a depuração, ou
clearance (WINTER, 2009).

A depuração é um fenômeno que envolve


a remoção completa de substâncias do sangue,
mensurada por um volume do líquido na unidade de
tempo.

NOTA:
O fígado é o principal órgão de
biotransformação de fármacos no corpo
humano.
Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica 37

Figura 8: Representação do fígado humano

Fonte: Pixabay

Depuração é um termo indicativo da capacidade


do organismo remover completamente uma
determinada substância de um volume específico de
sangue. Sua unidade é o ml/min ou L/h. Já o clearance
é calculado valendo-se da dose administrada e da
ASC (TOUTAIN et al., 2010).

NOTA:
Os rins representam a principal via excreção
de fármacos do organismo. Para tal, são
utilizados os mecanismos fisiológicos da
eliminação renal: a filtração glomerular,
secreção tubular ativa e a difusão passiva.
A taxa de excreção renal é medida pela
fração excretada inalterada do fármaco na
urina (WINTER, 2009).
38 Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica

A Farmacocinética Clínica
O fundamento primordial da farmacocinética
clínica é a existência da relação entre os efeitos
farmacológicos e a concentração disponível dos
fármacos nos sítios de ação do organismo. Essa
relação foi estudada e documentada para diversas
drogas representando informações importantes
sobre os medicamentos utilizados atualmente na
clínica. Porém, para alguns fármacos não foi possível
determinar essa relação de maneira clara e inequívoca
(GOODMAN; GILMAN, 2012).
A concentração do fármaco nos seus locais de
ação está relacionada diretamente à sua concentração
plasmática. O efeito orgânico observado poderá ser a
ação terapêutica desejada ou mesmo efeitos adversos
e reação tóxica (RANG; DALE, 2016).

NOTA:
Nesse contexto entra a farmacocinética
clínica buscando relacionar
quantitativamente dose e efeito. Para isso,
métodos analíticos validados precisam ser
aplicados na realização das análises em
amostras orgânicas dos sujeitos da pesquisa
(ou mesmo usuários dos medicamentos já
disponíveis no mercado para monitorações
em farmacovigilância).

A realização das avaliações quantitativas nos


líquidos biológicos dos usuários de medicamentos pode
ser utilizada na prática clínica para ajustes de doses,
individualizando os tratamentos medicamentosos.
Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica 39

IMPORTANTE:
Desse modo, a farmacocinética clínica
otimiza a terapêutica medicamentosa,
aumentando a eficácia terapêutica e
reduzindo efeitos adversos por proporcionar
avaliação, monitoramento e alteração
dos esquemas posológicos (GOODMAN;
GILMAN, 2012).

De acordo com Goodman e Gilman (2012), os


parâmetros mais importantes a serem avaliados pela
farmacocinética clínica são:
biodisponibilidade;
volume de distribuição;
depuração;
meia-vida de eliminação.

Esses parâmetros precisam ser analisados para


que se possa determinar os esquemas posológicos
ideais.

Depuração e Distribuição
De acordo com Goodman e Gilman (2012), o
parâmetro da depuração é o mais importante a ser
analisador no processo de planejamento de um
esquema ideal de administração crônica de um
fármaco.
A concentração de um fármaco deve se manter
estável dentro da janela terapêutica definida, mantendo
eficácia e os efeitos adversos em um nível controlado.
40 Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica

IMPORTANTE:
De posse das informações sobre a
concentração desejada do fármaco em
equilíbrio no plasma ou no sangue, a
sua taxa de depuração irá determinar a
posologia do medicamento.

A taxa de depuração (CL) é uma informação


altamente relevante em farmacocinética clínica por
ter seu valor constante para os fármacos nas faixas
de concentrações encontradas nas pesquisas clínicas.
Isso se dá porque os sistemas de eliminação dessas
substâncias são mediados por enzimas geralmente não
saturadas fazendo com que a taxa de eliminação seja
uma função linear de sua concentração plasmática.

NOTA:
A sigla CL vem do termo em inglês
(clearance).

Ou seja, a eliminação da maioria dos fármacos


segue uma cinética de primeira ordem, na qual uma
fração constante do fármaco presente no organismo é
eliminada por unidade de tempo.
Em um nível mais simples, a depuração de um
fármaco equivale à sua taxa de eliminação por todas
as vias, normalizada pela concentração do fármaco
em algum líquido biológico no qual for possível fazer
determinações.
Logo, se a depuração do fármaco for constante,
sua taxa de eliminação será diretamente proporcional
à sua concentração.
Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica 41

Para definir depuração podemos utilizar:


depuração sanguínea;
depuração plasmática;
depuração baseada na concentração do
fármaco livre.

Não podemos esquecer que a depuração é um


somatório de processos que ocorrem nos rins, no
fígado e em outros órgãos. Saliva, suor, secreções
do trato gastrointestinal, pulmonar, além de outros
órgãos, também representam vias de eliminação de
fármacos.
Assim, a depuração sistêmica (CL) pode ser
obtida pela equação:

CLrenal + CLhepático + CLoutros = CL

Ressalta-se que a depuração não representa


de forma quantitativa a remoção do fármaco e sim
o volume do fluido biológico de onde o mesmo será
eliminado, expresso em volume desse fluido por
tempo (ml/min ou L/h).

NOTA:
A depuração renal de um fármaco é
responsável pela sua presença na urina.

Outros conceitos importantes na farmacocinética


clínica que precisam ser elucidados são o volume de
distribuição, o estado de equilíbrio, taxa de distribuição
e a meia-vida (GOODMAN; GILMAN, 2012):
42 Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica

Volume de distribuição (V): importante


fundamento em distribuição de fármacos que define
a quantidade do fármaco no organismo relacionado à
sua concentração (C) no sangue ou plasma;
Taxa de distribuição: representa o decréscimo na
concentração de um fármaco devido a sua eliminação
do corpo por meio de uma cinética de primeira
resultante das diversas taxas com que o mesmo entra
em equilíbrio nos tecidos;
Estado de equilíbrio: situação atingida quando o
fármaco é administrado de maneira contínua e regular.
Quando esse estado é atingido a sua eliminação é
igual à sua taxa de disponibilidade;
Meia-vida (t1/2): tempo necessário para que a
concentração plasmática reduza a 50%. A cada meia-vida a
concentração plasmática do fármaco se reduz à metade.

“Define-se tempo de meia-vida como o tempo que a


droga leva para atingir metade da sua concentração
inicial, no caso de uma injeção intravenosa. Este valor
pode ser obtido experimentalmente, analisando-
se amostras de plasma sanguíneo em diferentes
períodos de tempo (GALLO-NETO, 2012, p. 31).”

Amplitude e taxa de biodisponibilidade


A diferenciação entre taxa de absorção do
fármaco e da quantidade efetiva do fármaco que chega
até a circulação sanguínea demonstra que essa última
depende não somente da dose administrada, mas
também de outros fatores que levarão a eliminação
conhecida como metabolismo de primeira passagem
pelo fígado. Essa fração, consequência da absorção
incompleta representará a biodisponibilidade do
fármaco (RANG; DALE, 2016).
Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica 43

EXPLICANDO MELHOR:
Um fármaco absorvido de maneira rápida terá
concentração inicial alta diminuindo à medida
que ocorrer a sua distribuição. Por outro lado,
um para um fármaco absorvido de modo mais
lento a concentração máxima plasmática será
atingida de maneira mais lenta e os picos serão
menores se comparados à administração
endovenosa.

Outro ponto fundamental é a ligação às proteínas


saturáveis. Quando um fármaco se liga a essa proteínas
e por elas são carreadas pelo organismo, quando de
obtém a saturação das mesmas (o que ocorrem em
altas concentrações plasmáticas), a sua fração livre
será alta. Nessas situações teremos alterações não
comportamento de distribuição, biotransformação e
eliminação (GOODMAN; GILMAN, 2012).

VOCÊ SABIA?:
Preparações farmacêuticas de liberação
controlada têm por finalidade garantir
absorção lenta e constante dos fármacos.
Assim, mantêm-se um platô de
concentração plasmática constante, efetiva
terapeuticamente para promover as ações
clínicas desejáveis (NICOLETTI; FRASSON,
2006). Saiba mais em: < https://www.revistas.
unijui.edu.br/index.php/contextoesaude/
article/view/1382/1141 >.
44 Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica

Preparações farmacêuticas de liberação


controlada têm por finalidade garantir absorção lenta
e constante dos fármacos. Assim, mantêm-se um
platô de concentração plasmática constante, efetiva
terapeuticamente para promover as ações clínicas
desejáveis.
Já o principal resultado da saturação do
metabolismo ou do transporte será o contrário
àqueles proporcionados pela saturação das proteínas.
Enquanto a saturação da ligação proteica aumenta a
taxa de depuração, a saturação do metabolismo ou
transporte reduz essa taxa.

Planejamento e otimização de esquemas


posológicos
O planejamento e a otimização de esquemas
posológicos só é possível com a compreensão do
comportamento do fármaco no organismo.

IMPORTANTE:
O gráfico que pode ser traçado
considerando-se concentração plasmática
versus tempo é um relevante norte para a
customização dos esquemas posológicos
dos fármacos.

Nesse gráfico podemos ver o aumento gradativo


da concentração com o tempo, atingindo um platô
de concentração que tende a cair à medida que o
fármaco é eliminado demonstrando a necessidade de
uma nova dose para que se mantenha, no organismo,
concentrações suficientes para que se gere e persista
o efeito terapêutico desejado (RANG; DALE, 2016).
Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica 45

NOTA:
Essa curva é de extrema relevância porque
reúne as informações referentes aos
parâmetros farmacocinéticos do fármaco,
de sua absorção, distribuição e eliminação.

Devemos considerar que a manutenção dessa


concentração plasmática considerada terapêutica
traz consigo os efeitos desejados e também os
efeitos adversos no uso continuado de medicamentos
(GOODMAN; GILMAN, 2012).
Por esse motivo, o monitoramento dessa curva é
tão importante, principalmente para aqueles fármacos
onde os efeitos adversos são dependentes da dose
(efeitos adversos dose-dependente). Para essas
drogas, a partir de certa concentração não se obtém
nenhum ganho clínico, mas se destaca cada vez mais
os efeitos adversos. Fármaco com pequenas janelas
terapêuticas também necessitam de monitoramento
(GOODMAN; GILMAN, 2012).

EXPLICANDO MELHOR:
A série de doses continuadas e regulares do
esquema posológico é o que proporciona a
manutenção da concentração terapêutica,
de equilíbrio do fármaco. Com o intuito de se
manter a concentração de equilíbrio desejada
a frequência de administração é ajustada para
que a taxa de fornecimento seja igual à de
eliminação (GOODMAN; GILMAN, 2012).

O planejamento e otimização do esquema


posológico permite a individualização da dose,
tornando o tratamento customizado.
46 Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica

Monitoração dos níveis terapêuticos dos


fármacos
Algumas perguntas surgem no momento
da realização dos ensaios farmacocinéticos para
monitoramento dos níveis terapêuticos dos fármacos
(GOODMAN; GILMAN, 2012):
Qual a melhor amostra biológica a se utilizar?
Qual o melhor momento para a coleta das
amostras?
Qual o tempo entre as coletas?

NOTA:
A resposta a essas questões é a chave da
compreensão do perfil farmacocinético
do fármaco em questão e seu esquema
posológico.

O objetivo das aferições pode ser a ocorrência


de efeitos adversos ou escolha posológica. Para isso
precisam ser observados e monitorados a contração
plasmática do fármaco e relacionado aos efeitos em
análise.

IMPORTANTE:
Características intrínsecas das ações dos
fármacos e variações individuais tendem a
dificultar a realização dessas análises.
Após a definição de um esquema posológico
ideal para os pacientes o sucesso
terapêutico ficará muito subordinado ao
respeito á posologia prescrita, ou seja,
a adesão ao tratamento por parte dos
usuários dos medicamentos.
Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica 47

NOTA:
Os exames de sangue e urina são as
principais ferramentas para as análises
toxicológicas laboratoriais.

Figura 9: Exames laboratoriais

Fonte: Freepik

SAIBA MAIS:
Os grandes dificultadores da adesão ao
esquema posológico e ao uso racional
de medicamentos é a necessidade de
administração de várias doses diárias e a
ocorrência de efeitos adversos (TAVARES et
al., 2016). Saiba mais sobre Fatores associados
a os motivos da baixa adesão ao tratamento
farmacológico no Brasil lendo: < http://www.
scielo.br/pdf/rsp/v50s2/pt_0034-8910-rsp-
s2-S01518-87872016050006150.pdf >.
48 Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica

Estudos farmacocinéticos
A partir de técnicas analíticas validadas e
realizadas em ambiente laboratorial controlado, os
ensaios clínicos podem executados para se determinar
os parâmetros farmacocinéticos de fármacos.
Esses estudos farmacocinéticos, de forma
experimental, se baseiam na administração de
fármacos em grupos de indivíduos para que se possa
aferir as concentrações plasmáticas em intervalos de
tempo definidos, visualizando o comportamento dos
mesmos (GALLO-NETO, 2012).

NOTA:
Assim, valendo-se dos resultados das
análises pode-se traçar um perfil de utilização
segura desses fármacos. Atualmente, até
mesmo modelos alternativos são utilizados
evitando-se a exposição dos ensaios in vivo.

Técnicas analíticas aplicadas à


farmacocinética
Técnicas analíticas permitiram a realização
de estudos farmacocinéticos em animais e seres
humanos. Dentre essas técnicas destacam-se a
cromatografia líquida e a gasosa.
A cromatografia consiste na separação de
componentes de uma mistura. Devido a sua precisão
analítica e rapidez a cromatografia líquida de alta
eficiência é uma técnica amplamente utilizada no
meio científico (SILVA, 2010).
Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica 49

NOTA:
Cromatografia e espectrofotometria são
métodos de analise amplamente utilizados
nos laboratórios de análises clínicas.

Figura 10: Cromografia

Fonte: Freepik

A espectrofotometria é também uma técnica por


meio da qual se obtém dados estruturais e moleculares
das substâncias analisadas. A técnica também possui
alta sensibilidade permitindo a obtenção de dados
quantitativos com elevada precisão e exatidão (SILVA,
2010).

NOTA:
Os métodos de análise são usualmente
associados para obtenção das informações
farmacocinéticas necessárias aos ensaios
clínicos.
50 Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica

O método de ensaio imunoenzimático (ELISA)


é também amplamente utilizado na determinação
de fármacos em amostras biológicas (SOARES et al.,
2007).

NOTA:
A técnica de ELISA é rotineiramente utilizada
nos exames laboratoriais antidoping.

Valendo-se dos métodos de análise é possível a


realização da modelagem farmacocinética.

Modelagem Farmacocinética
Devido às questões bioéticas, desde 1949,
se propõe que ensaios de medicamentos para
determinação de parâmetros farmacocinético
de drogas sejam realizados em modelos que se
utilizam animais (vivissecção) de modo que se possa
posteriormente extrapolar os resultados obtidos
para seres humanos. Essa prática precisa ser
realizada com especial cuidado devidos às variações
de caráter fisiológico, de maneira que se possa
estabelecer relação precisa e segura dos parâmetros
farmacocinéticos (GALLO-NETO, 2012).
A modelagem farmacocinética tem por objetivo
prever as variações de concentrações de fármacos no
organismo humano no decorrer do tempo. Aplicando-
se modelo matemático elaborado por meio de
estudos clínicos onde se testou a administração de
medicamentos por diferentes vias e concentrações
obtém um padrão de comportamento da droga no
organismo (GALLO-NETO, 2012).
Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica 51

Nesse modelo o pesquisador insere os valores


desejados e o tipo de infusão e o sistema gera
relatórios de previsão de comportamento da droga.
Assim, elimina-se o risco das avaliações in vivo
(GALLO-NETO, 2012).

IMPORTANTE:
O sistema baseado em algoritmos considera
os dados de ensaios clínicos anteriores
e define os parâmetros farmacocinéticos
da droga, da absorção à eliminação pelo
organismo.

De acordo com Gallo-Neto (2012) existem


vários tipos de modelos farmacocinéticos utilizados
atualmente:
monocompartimentais: considera apenas o
plasma sanguíneo;
bicompartimentais: considera plasma e um
compartimento periférico;
multicompartimentais: considera diversos
órgãos e tecidos.

NOTA:
Fórmulas matemáticas validadas permitem
previsão do comportamento de um fármaco
no organismo humano.
52 Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica

Figura 11: Fórmulas matemáticas

Fonte: Pixabay

O desenvolvimento de modelos que permitem


obter os perfis de concentração plasmática, em tecidos
e órgãos pode ser utilizado para (GALLO-NETO, 2012):
calcular o tempo entre a administração de um
fármaco e a o alcance da sua concentração ótima;
definir o perfil da eliminação de drogas no
plasma sanguíneo;
determinar o tempo de estado estacionário de
concentração (constante) de fármacos no sangue;
comparar resposta do organismo a diferentes
vias de administração;
simular situações de superdosagem definindo
riscos e segurança.

A utilização de modelagens estruturais necessita


de uma maior compreensão prévia dos parâmetros
farmacocinéticos e bioquímicos fazendo-se necessário
Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica 53

aprofundamento dos estudos de citologia, histologia,


fisiologia e anatomia para que tenham relevância
científica (GALLO-NETO, 2012).

Delineamento do perfil farmacocinético


Anteriormente à realização de estudos
farmacocinéticos, definições devem ser feitas como
via de administração utilizada, frequência e intervalos
de tempo entre doses, tipos de amostras, material
biológico a ser analisado, intervalo de tempo das
coletas, método de análise, utilização de outros
medicamentos, dentre outros (URSO et al., 2002).
Grande parte dos fármacos possuem eventos
de absorção e eliminação de acordo com a chamada
cinética de primeira ordem que se caracteriza pela
velocidade de transporte molecular dependente
diretamente da quantidade da droga ainda restante a
ser transportada e de uma constante de velocidade
(GALLO-NETO, 2012).
Para a cinética de primeira ordem considerando-
se um fármaco administrado por via extravascular,
à medida que o princípio ativo é absorvido a sua
velocidade de absorção diminui e eleva-se a sua
velocidade de eliminação. Esse processo se dá devido
ao aumento da concentração sanguínea do princípio
ativo (URSO et al., 2002).

REFLITA:
Quando a velocidade de absorção se iguala
à de eliminação, teremos um platô de
concentração (Cmax). Já quando a velocidade
de eliminação ultrapassa à de absorção,
tem-se declínio da concentração plasmática
(eliminação) (TOZER; ROWLAND, 2009).
54 Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica

Outro perfil que também ocorre e observado em


alguns fármacos é o comportamento de cinética de
ordem zero. Neste, a velocidade de distribuição da
droga é constante independentemente da quantidade
que resta para ainda ser absorvida no local da
aplicação.

IMPORTANTE:
Como consequência do tipo de cinética de
ordem zero, teremos aumento dos riscos
de efeitos adversos e toxicidade tornando
a utilização desses fármacos imprevisíveis
(YACUBIAN, 2004).

RESUMINDO:
Nesta unidade vimos que as bases
farmacocinéticas que dão suporte à pesquisa
de fármacos realizada por meio de ensaios
clínicos, utilizando-se de seres humanos.
A partir dos conceitos gerais que definem
a farmacocinética clínica e seus processos
básicos e fisiológicos (absorção, distribuição,
metabolismo e eliminação) pudemos discutir
como estes podem ser utilizados, valendo-se
de métodos analíticos laboratoriais, para se
compreender, planejar e delinear a ação de
medicamentos no organismo humano.
Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica 55

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