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Farmacovigilância e
Farmacocinética
Clínica
Hermínio Oliveira Medeiros
Livro didático
digital
Unidade 4
Farmacocinética
clínica
Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Diretora Editorial
ANDRÉA CÉSAR PEDROSA
Projeto Gráfico
MANUELA CÉSAR ARRUDA
Autor
HERMÍNIO OLIVEIRA MEDEIROS
Desenvolvedor
CAIO BENTO GOMES DOS SANTOS
Autor
HERMÍNIO OLIVEIRA MEDEIROS
INTRODUÇÃO: DEFINIÇÃO:
para o início do houver necessidade
desenvolvimen- de se apresentar
to de uma nova um novo conceito;
competência;
NOTA: IMPORTANTE:
quando forem as observações
necessários obser- escritas tiveram
vações ou comple- que ser prioriza-
mentações para o das para você;
seu conhecimento;
EXPLICANDO VOCÊ SABIA?
MELHOR: curiosidades e
algo precisa ser indagações lúdicas
melhor explicado sobre o tema em
ou detalhado; estudo, se forem
necessárias;
SAIBA MAIS: REFLITA:
textos, referências se houver a neces-
bibliográficas e sidade de chamar a
links para aprofun- atenção sobre algo
damento do seu a ser refletido ou
conhecimento; discutido sobre;
ACESSE: RESUMINDO:
se for preciso aces- quando for preciso
sar um ou mais sites se fazer um resumo
para fazer download, acumulativo das
assistir vídeos, ler últimas abordagens;
textos, ouvir podcast;
ATIVIDADES: TESTANDO:
quando alguma ativi- quando o desen-
dade de autoapren- volvimento de uma
dizagem for aplicada; competência for
concluído e questões
forem explicadas;
SUMÁRIO
Introdução.............................................................................10
Competências......................................................................11
Noções de farmacocinética............................................12
Introdução à Farmacocinética......................................................12
Noções gerais sobre farmacocinética...................................17
A Farmacocinética e os ensaios clínicos.............................20
Os processos farmacocinéticos.....................................22
Fatores envolvidos no transporte de fármacos..............23
Absorção e distribuição...................................................................26
Biodisponibilidade e Bioequivalência....................................32
Metabolismo e excreção.................................................................34
A farmacocinética clínica................................................38
Depuração e Distribuição...............................................................39
Amplitude e taxa de biodisponibilidade..............................42
Planejamento e otimização de esquemas
posológicos..............................................................................................44
Monitoração dos níveis terapêuticos dos fármacos............46
Estudos farmacocinéticos...............................................48
Técnicas analíticas aplicadas à farmacocinética...........48
Modelagem Farmacocinética......................................................50
Delineamento do perfil farmacocinético.............................53
Bibliografia...........................................................................55
Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica 9
04
UNIDADE
FARMACOCINÉTICA CLÍNICA
10 Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica
INTRODUÇÃO
Prezado aluno! Nessa unidade vamos estudar
os parâmetros ou índices farmacocinéticos e
farmacodinâmicos para podermos analisar a sua
importância no processo de pesquisa de novas drogas
enfatizando a sua relevância enquanto ferramenta
de otimização da terapia medicamentosa. Vamos
compreender a ligação proteica, o clearance, o
volume de distribuição da droga como parâmetros
farmacocinéticos fundamentais nos ensaios clínicos,
bem como relacionar os dados de concentração
sanguínea, tempo, analisar a área sob a curva, avaliando
os determinantes para a sua eficácia terapêutica.
Convidamos você a desenvolver seus conhecimentos
sobre o universo da farmacocinética clínica. Vamos lá!
Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica 11
COMPETÊNCIAS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 4 –
Farmacocinética clínica. Nosso objetivo é auxiliar
você no desenvolvimento das seguintes competências
profissionais até o término desta etapa de estudos:
1. Conhecer os fundamentos da farmacocinética
clínica;
2. Analisar os principais parâmetros
farmacocinéticos;
3. Compreender a sua utilização nos ensaios
clínicos;
4. Definir a sua relevância na otimização da
terapêutica medicamentosa.
Noções de Farmacocinética
A farmacocinética é o ramo das Ciências
Farmacêuticas que se dedica ao estudo quantitativo
dos processos fisiológicos da absorção, distribuição,
metabolização e excreção dos fármacos. Esses
processos, analisados sob o aspecto do tempo geram
uma curva de concentração-tempo, importante
parâmetro farmacocinético. A partir das análises dos
parâmetros farmacocinéticos mais relevantes como
concentração máxima, meia-vida e área sob curva,
podemos determinar o perfil de ação de uma droga no
organismo e definir a sua utilização no tratamento de
doenças. A partir de agora, vamos juntos aprofundar os
nossos conhecimentos nessa nobre área das Ciências
Farmacêuticas. Avante!
Ao concluir essa unidade você terá descoberto
como controlar a ação terapêutica de fármacos
no organismo humano, relacionando esse efeito à
capacidade dos fármacos chegarem aos locais de ação
em quantidades suficientes para ser metabolizado
e excretado posteriormente. Esse conhecimento
proporcionará a você o entendimento dos princípios
farmacocinéticos utilizados para a maximização dos
efeitos terapêuticos e da redução de efeitos adversos.
E então? Motivado para absorver esse conhecimento?
Vamos lá!
Introdução à Farmacocinética
Para se compreender e controlar a ação terapêutica
de fármacos no organismo humano é necessário
que os processos farmacocinéticos estejam bem
elucidados. A quantidade do fármaco que consegue
chegar aos sítios de ação, quanto e como ocorre,
Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica 13
Fonte: Freepik
NOTA:
Por meio da compreensão e do uso dos
parâmetros farmacocinéticos pode-se
maximizar a probabilidade de sucesso
terapêutico de um fármaco e minimizar
ocorrência de efeitos adversos (GOODMAN;
GILMAN, 2012).
NOTA:
Anteriormente ao desenvolvimento da
farmacocinética clínica a posologia dos
fármacos era realizada pelo método
de tentativa e erro e, expondo os
indivíduos a grandes riscos como efeitos
adversos, toxicidade e ineficácia clínica
(DOKOUMETZIDIS, 2006).
NOTA:
Os ensaios envolvendo seres humanos
tendem a ser substituídos por modelos in
vitro.
Fonte: Pixabay
metabolismo (biotransformação);
excreção.
RESUMINDO:
O esclarecimento dos parâmetros
farmacocinéticos possibilitou traçar a relação
cronológica entre forma farmacêutica, dose,
via de administração e posologia agregando
segurança na terapêutica medicamentosa.
NOTA:
Mesmo com o conhecimento adquirido
com os estudos farmacocinéticos, desafios
como diferenças individuais (genéticas e
mesmo comportamentais) ainda ocupam os
pesquisadores das ciências farmacêuticas
(TOUTAIN et al., 2010).
DEFINIÇÃO:
Janela terapêutica é o intervalo compreendido
entre a dose mínima do fármaco necessária
para que se tenha efeito terapêutico e a dose
máxima a partir da qual se tem efeitos tóxicos.
NOTA:
Estudos sobre toxicidade precisam ser
realizados em todos os fármacos.
18 Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica
Figura 3: Toxidade
Fonte: Freepik
IMPORTANTE:
A janela terapêutica e a velocidade de
excreção definirão a posologia, frequência
de administração do fármaco e dose de
manutenção necessária para se obter o
efeito clínico esperado (GOUVEIA, 2009).
Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica 19
NOTA:
A concentração plasmática é amplamente
utilizada no delineamento do perfil
farmacocinético de drogas. Outras amostras
utilizadas nesse sentido são além do
plasma: sangue, soro, leite e urina (RANG;
DALE, 2016).
20 Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica
RESUMINDO:
Dentre as quatro fases dos ensaios clínicos
obrigatórios ao registro de novos fármacos, os
três primeiros (I, II e III) visam definir segurança
e eficácia. Já a última fase (fase IV), pós-
comercialização, irão monitorar riscos e avaliar
indicações.
NOTA:
Dados demonstram que menos de um terço
dos fármacos testados em ensaios clínicos
chegam ao mercado para uso humano.
Os processos farmacocinéticos
O entendimento dos processos fisiológicos, aqui
chamados de farmacocinéticos por estarmos nos
referindo cinética dos fármacos no organismo humano,
envolvendo absorção, distribuição, metabolismo e
eliminação será a base fundamental da pesquisa
farmacocinética.
Esses processos podem ser resumidos como
sendo (GALLO-NETO, 2012):
absorção: passagem do princípio ativo do local
de administração para o plasma sanguíneo;
distribuição: etapa na qual o princípio ativo se
desloca do sangue para os tecidos alvos de sua ação.
NOTA:
A etapa da distribuição dependerá da
perfusão sanguínea, associação a proteínas
plasmáticas, características físico-
químicas da droga e transporte por meio
das membranas biológicas (GOODMAN;
GILMAN, 2012).
NOTA:
O certo é que o fármaco precisa atravessas
membranas plasmáticas que podem
oferecer o obstáculo de uma camada
celular ou de várias camadas e proteínas
extracelulares em associação, barreiras à
sua distribuição (GOODMAN; GILMAN, 2012).
IMPORTANTE:
O deslocamento de um fármaco através
da membrana normalmente se limita às
suas formas livres. Desse modo, quando
se formam complexos por fármacos e
proteínas esses se comportam como um
reservatório inativo, influenciando na ação
terapêutica e nos efeitos adversos das
drogas (GOODMAN; GILMAN, 2012).
NOTA:
Nesse processo, são importantes o
coeficiente de partição óleo/água do
fármaco e a área da membrana exposta
(superfície de contato entre o fármaco e a
membrana). “Quanto maior for o coeficiente
de partição, maior será a concentração da
droga na membrana e mais rápida a sua
difusão (GOODMAN; GILMAN, 2012, p. 18)”.
26 Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica
NOTA:
Algumas proteínas carreadoras são
farmacologicamente importantes por
mediarem à captação e/ou expulsão de
fármacos das células (GOODMAN; GILMAN,
2012).
Absorção e distribuição
O fenômeno fisiológico da absorção no contexto
farmacocinético é a transferência das moléculas do
fármaco do local da administração até o tecido sítio
de sua ação. Para as formas farmacêuticas sólidas
a absorção é precedida pela dissolução e liberação
do fármaco. Assim, é importante a avaliação de sua
biodisponibilidade (GOODMAN; GILMAN, 2012).
Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica 27
NOTA:
Os fármacos são absorvidos, distribuídos e
exercem ação em diversos órgãos alvo.
28 Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica
Fonte: Freepik
Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica 29
velocidade de absorção;
concentração plasmática máxima (Cmax);
tempo para alcance da concentração plasmática
máxima (tmax), e;
área sob a curva de concentração plasmática
pelo tempo (ASCt);
NOTA:
Também temos entre os novos métodos de
liberação dos fármacos os stents e outros
dispositivos que dispersam fármacos para
otimizar a liberação tópica dos fármacos e
minimizar a exposição sistêmica (GOODMAN;
GILMAN, 2012).
NOTA:
Para os fármacos que circulam na corrente
sanguínea ligados a proteínas plasmáticas,
teremos a albumina carreadora de fármacos
ácidos e a glicoproteina ácida �1 para os
básicos (GOODMAN; GILMAN, 2012).
Fonte: Pixabay
Biodisponibilidade e Bioequivalência
A ANVISA (2002) explica que o termo
bioequivalência define a equivalência biológica, ou
seja, in vivo, de preparações farmacêuticas diferentes
de um mesmo medicamento.
Medicamentos são considerados equivalentes
farmacêuticos se possuírem os mesmos princípios
ativos e forem idênticos em potência ou concentração,
apresentação e via de administração (GOODMAN;
GILMAN, 2012).
IMPORTANTE:
Os principais parâmetros farmacocinéticos
avaliados para a definição da
biodisponibilidade são Cmax, Tmax e ASCt,
obtidas pelas curvas de concentração
sanguínea versus tempo, nos estudos
clínicos (ANVISA, 2002).
Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica 33
EXPLICANDO MELHOR:
“Considerando-se que a quantidade
do fármaco contida no fluido biológico
está em equilíbrio com o sítio de ação, a
biodisponibilidade é determinada através da
medida da concentração do princípio ativo da
droga em sangue total, soro ou outro fluido
biológico apropriado, em função do tempo
(ANVISA, 2002, p. 8).”
RESUMINDO:
“Medicamentos bioequivalentes são
equivalentes farmacêuticos (mesma forma
farmacêutica e quantidade do mesmo
princípio ativo) que, ao serem administrados na
mesma dose molar, nas mesmas condições
experimentais, não apresentam diferenças
estatisticamente significativas em relação à
biodisponibilidade (ANVISA, 2002, p. 9).”
Metabolismo e excreção
Por meio do processo de metabolismo, ou
biotransformação, podem ser produzidas substâncias
farmacologicamente ativas, inativas ou com menor
toxicidade para atividade terapêutica e melhor
excreção por apresentarem maior hidrossolubilidade
(WINTER, 2009).
Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica 35
NOTA:
O metabolismo de fármacos é um processo
por onde as moléculas são submetidas
a reações químicas, normalmente
mediadas por enzimas, para conversão em
metabólitos sendo (GOODMAN; GILMAN,
2012; FERNANDES, 1994):
Reações de fase I: oxidação, redução
ou hidrólise gerando como produtos
substâncias com maior polaridade do que
os fármacos originais;
Reações de Fase II: reações químicas
de conjugação com moléculas altamente
polares com o intuito de aumentar
ainda mais a sua hidrossolubilidade
para que, assim, possam ser excretados
principalmente pela urina. Incluem glicuro-
conjugação, acetilação, conjugação com
glicina e sulfato e a O-, S- e N- metilação.
IMPORTANTE:
O complexo enzimático CYP450 (citocromo
P450) é um grande grupo de proteínas
responsáveis pelo metabolismo de
fármacos no organismo (reações de
oxidação da fase I) (CUMMINS et al., 2001).
36 Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica
IMPORTANTE:
Os parâmetros farmacocinéticos avaliados
no processo de um processo de eliminação
de fármacos são: a Kel e a depuração, ou
clearance (WINTER, 2009).
NOTA:
O fígado é o principal órgão de
biotransformação de fármacos no corpo
humano.
Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica 37
Fonte: Pixabay
NOTA:
Os rins representam a principal via excreção
de fármacos do organismo. Para tal, são
utilizados os mecanismos fisiológicos da
eliminação renal: a filtração glomerular,
secreção tubular ativa e a difusão passiva.
A taxa de excreção renal é medida pela
fração excretada inalterada do fármaco na
urina (WINTER, 2009).
38 Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica
A Farmacocinética Clínica
O fundamento primordial da farmacocinética
clínica é a existência da relação entre os efeitos
farmacológicos e a concentração disponível dos
fármacos nos sítios de ação do organismo. Essa
relação foi estudada e documentada para diversas
drogas representando informações importantes
sobre os medicamentos utilizados atualmente na
clínica. Porém, para alguns fármacos não foi possível
determinar essa relação de maneira clara e inequívoca
(GOODMAN; GILMAN, 2012).
A concentração do fármaco nos seus locais de
ação está relacionada diretamente à sua concentração
plasmática. O efeito orgânico observado poderá ser a
ação terapêutica desejada ou mesmo efeitos adversos
e reação tóxica (RANG; DALE, 2016).
NOTA:
Nesse contexto entra a farmacocinética
clínica buscando relacionar
quantitativamente dose e efeito. Para isso,
métodos analíticos validados precisam ser
aplicados na realização das análises em
amostras orgânicas dos sujeitos da pesquisa
(ou mesmo usuários dos medicamentos já
disponíveis no mercado para monitorações
em farmacovigilância).
IMPORTANTE:
Desse modo, a farmacocinética clínica
otimiza a terapêutica medicamentosa,
aumentando a eficácia terapêutica e
reduzindo efeitos adversos por proporcionar
avaliação, monitoramento e alteração
dos esquemas posológicos (GOODMAN;
GILMAN, 2012).
Depuração e Distribuição
De acordo com Goodman e Gilman (2012), o
parâmetro da depuração é o mais importante a ser
analisador no processo de planejamento de um
esquema ideal de administração crônica de um
fármaco.
A concentração de um fármaco deve se manter
estável dentro da janela terapêutica definida, mantendo
eficácia e os efeitos adversos em um nível controlado.
40 Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica
IMPORTANTE:
De posse das informações sobre a
concentração desejada do fármaco em
equilíbrio no plasma ou no sangue, a
sua taxa de depuração irá determinar a
posologia do medicamento.
NOTA:
A sigla CL vem do termo em inglês
(clearance).
NOTA:
A depuração renal de um fármaco é
responsável pela sua presença na urina.
EXPLICANDO MELHOR:
Um fármaco absorvido de maneira rápida terá
concentração inicial alta diminuindo à medida
que ocorrer a sua distribuição. Por outro lado,
um para um fármaco absorvido de modo mais
lento a concentração máxima plasmática será
atingida de maneira mais lenta e os picos serão
menores se comparados à administração
endovenosa.
VOCÊ SABIA?:
Preparações farmacêuticas de liberação
controlada têm por finalidade garantir
absorção lenta e constante dos fármacos.
Assim, mantêm-se um platô de
concentração plasmática constante, efetiva
terapeuticamente para promover as ações
clínicas desejáveis (NICOLETTI; FRASSON,
2006). Saiba mais em: < https://www.revistas.
unijui.edu.br/index.php/contextoesaude/
article/view/1382/1141 >.
44 Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica
IMPORTANTE:
O gráfico que pode ser traçado
considerando-se concentração plasmática
versus tempo é um relevante norte para a
customização dos esquemas posológicos
dos fármacos.
NOTA:
Essa curva é de extrema relevância porque
reúne as informações referentes aos
parâmetros farmacocinéticos do fármaco,
de sua absorção, distribuição e eliminação.
EXPLICANDO MELHOR:
A série de doses continuadas e regulares do
esquema posológico é o que proporciona a
manutenção da concentração terapêutica,
de equilíbrio do fármaco. Com o intuito de se
manter a concentração de equilíbrio desejada
a frequência de administração é ajustada para
que a taxa de fornecimento seja igual à de
eliminação (GOODMAN; GILMAN, 2012).
NOTA:
A resposta a essas questões é a chave da
compreensão do perfil farmacocinético
do fármaco em questão e seu esquema
posológico.
IMPORTANTE:
Características intrínsecas das ações dos
fármacos e variações individuais tendem a
dificultar a realização dessas análises.
Após a definição de um esquema posológico
ideal para os pacientes o sucesso
terapêutico ficará muito subordinado ao
respeito á posologia prescrita, ou seja,
a adesão ao tratamento por parte dos
usuários dos medicamentos.
Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica 47
NOTA:
Os exames de sangue e urina são as
principais ferramentas para as análises
toxicológicas laboratoriais.
Fonte: Freepik
SAIBA MAIS:
Os grandes dificultadores da adesão ao
esquema posológico e ao uso racional
de medicamentos é a necessidade de
administração de várias doses diárias e a
ocorrência de efeitos adversos (TAVARES et
al., 2016). Saiba mais sobre Fatores associados
a os motivos da baixa adesão ao tratamento
farmacológico no Brasil lendo: < http://www.
scielo.br/pdf/rsp/v50s2/pt_0034-8910-rsp-
s2-S01518-87872016050006150.pdf >.
48 Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica
Estudos farmacocinéticos
A partir de técnicas analíticas validadas e
realizadas em ambiente laboratorial controlado, os
ensaios clínicos podem executados para se determinar
os parâmetros farmacocinéticos de fármacos.
Esses estudos farmacocinéticos, de forma
experimental, se baseiam na administração de
fármacos em grupos de indivíduos para que se possa
aferir as concentrações plasmáticas em intervalos de
tempo definidos, visualizando o comportamento dos
mesmos (GALLO-NETO, 2012).
NOTA:
Assim, valendo-se dos resultados das
análises pode-se traçar um perfil de utilização
segura desses fármacos. Atualmente, até
mesmo modelos alternativos são utilizados
evitando-se a exposição dos ensaios in vivo.
NOTA:
Cromatografia e espectrofotometria são
métodos de analise amplamente utilizados
nos laboratórios de análises clínicas.
Fonte: Freepik
NOTA:
Os métodos de análise são usualmente
associados para obtenção das informações
farmacocinéticas necessárias aos ensaios
clínicos.
50 Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica
NOTA:
A técnica de ELISA é rotineiramente utilizada
nos exames laboratoriais antidoping.
Modelagem Farmacocinética
Devido às questões bioéticas, desde 1949,
se propõe que ensaios de medicamentos para
determinação de parâmetros farmacocinético
de drogas sejam realizados em modelos que se
utilizam animais (vivissecção) de modo que se possa
posteriormente extrapolar os resultados obtidos
para seres humanos. Essa prática precisa ser
realizada com especial cuidado devidos às variações
de caráter fisiológico, de maneira que se possa
estabelecer relação precisa e segura dos parâmetros
farmacocinéticos (GALLO-NETO, 2012).
A modelagem farmacocinética tem por objetivo
prever as variações de concentrações de fármacos no
organismo humano no decorrer do tempo. Aplicando-
se modelo matemático elaborado por meio de
estudos clínicos onde se testou a administração de
medicamentos por diferentes vias e concentrações
obtém um padrão de comportamento da droga no
organismo (GALLO-NETO, 2012).
Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica 51
IMPORTANTE:
O sistema baseado em algoritmos considera
os dados de ensaios clínicos anteriores
e define os parâmetros farmacocinéticos
da droga, da absorção à eliminação pelo
organismo.
NOTA:
Fórmulas matemáticas validadas permitem
previsão do comportamento de um fármaco
no organismo humano.
52 Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica
Fonte: Pixabay
REFLITA:
Quando a velocidade de absorção se iguala
à de eliminação, teremos um platô de
concentração (Cmax). Já quando a velocidade
de eliminação ultrapassa à de absorção,
tem-se declínio da concentração plasmática
(eliminação) (TOZER; ROWLAND, 2009).
54 Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica
IMPORTANTE:
Como consequência do tipo de cinética de
ordem zero, teremos aumento dos riscos
de efeitos adversos e toxicidade tornando
a utilização desses fármacos imprevisíveis
(YACUBIAN, 2004).
RESUMINDO:
Nesta unidade vimos que as bases
farmacocinéticas que dão suporte à pesquisa
de fármacos realizada por meio de ensaios
clínicos, utilizando-se de seres humanos.
A partir dos conceitos gerais que definem
a farmacocinética clínica e seus processos
básicos e fisiológicos (absorção, distribuição,
metabolismo e eliminação) pudemos discutir
como estes podem ser utilizados, valendo-se
de métodos analíticos laboratoriais, para se
compreender, planejar e delinear a ação de
medicamentos no organismo humano.
Bases da Farmacovigilância e Farmacocinética Clínica 55
BIBLIOGRAFIA
ANVISA. AGÊNCIA NACIONAL DE VIGILÂN-
CIA SANITÁRIA. Manual de Práticas em Biodisponib-
ilidade e bioequivalência. Volume I. Gerência-Geral
de Inspeção e Controle de Medicamentos e Produ-
tos. Brasília: ANVISA, 2002. Disponível em: < http://
portal.anvisa.gov.br/documents/33836/2819984/
Manual+de+Boas+Pr%C3%A1ticas+em+Biodisponibili-
dade+e+Bioequival%C3%AAncia+Volume+1/c77ef1eb-
bc83-4a7a-ae8b-3d2ef042aa61 >. Acesso em 30 de
julho de 2019.
GOUVEIA, N. Farmacogenómica/
Farmacogenética: Realidades e Perspectivas na
Prática Clínica. 2009. 149 f. Dissertação (Mestrado
em Tecnologias do Medicamento) - Faculdade
de Farmácia, Universidade de Coimbra, Coimbra.
Disponível em: <https://estudogeral.sib.uc.pt/
bitstream/10316/14363/1/Tese_N%C3%A9lia%20
Gouveia_2009.pdf >. Acesso em 30 de julho de 2019.