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Direito Ambiental

Políticas Ambientais
Diretor Executivo
DAVID LIRA STEPHEN BARROS
Gerente Editorial
CRISTIANE SILVEIRA CESAR DE OLIVEIRA
Projeto Gráfico
TIAGO DA ROCHA
Autoria
NATHALIA ELLEN SILVA BEZERRA
AUTORIA
Nathalia Ellen Silva Bezerra
Sou formada em Direito, com uma experiência técnico-profissional
na área de Direito do Trabalho e Previdenciário. Além disso, atuo como
conciliadora e advogada, tendo em vista a colocação em prática e a
valorização dos meios alternativos de solução de conflitos. Ao longo da
minha vida acadêmica, sempre demonstrei um grande interesse pela
escrita, dessa forma espero que, por meio desse material e da experiência
vivenciada, você consiga adquirir e ampliar os seus conhecimentos para
que possa exercer uma vida profissional plena. Por isso fui convidada pela
Editora Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes. Estou
muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito estudo e trabalho.
Conte conosco!
ICONOGRÁFICOS
Olá. Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez
que:

OBJETIVO: DEFINIÇÃO:
para o início do houver necessidade
desenvolvimento de de se apresentar um
uma nova compe- novo conceito;
tência;

NOTA: IMPORTANTE:
quando forem as observações
necessários obser- escritas tiveram que
vações ou comple- ser priorizadas para
mentações para o você;
seu conhecimento;
EXPLICANDO VOCÊ SABIA?
MELHOR: curiosidades e
algo precisa ser indagações lúdicas
melhor explicado ou sobre o tema em
detalhado; estudo, se forem
necessárias;
SAIBA MAIS: REFLITA:
textos, referências se houver a neces-
bibliográficas e links sidade de chamar a
para aprofundamen- atenção sobre algo
to do seu conheci- a ser refletido ou dis-
mento; cutido sobre;
ACESSE: RESUMINDO:
se for preciso aces- quando for preciso
sar um ou mais sites se fazer um resumo
para fazer download, acumulativo das últi-
assistir vídeos, ler mas abordagens;
textos, ouvir podcast;
ATIVIDADES: TESTANDO:
quando alguma quando o desen-
atividade de au- volvimento de uma
toaprendizagem for competência for
aplicada; concluído e questões
forem explicadas;
SUMÁRIO
Política Nacional do Meio Ambiente.................................................... 10
Definição.................................................................................................................................................10
Objetivo................................................................................................................................................... 12
Instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente......................................... 15
Princípios da Política Nacional do Meio Ambiente.................................................. 16
Sistema Nacional do Meio Ambiente................................................................................ 17
Instrumentos da Política Ambiental..................................................... 21
Aspectos Gerais sobre os Principais Instrumentos da PNMA......................... 21
Padrões de Qualidade Ambiental........................................................................................23
Zoneamento Ambiental...............................................................................................................24
Avaliação de Impacto Ambiental..........................................................................................26
Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental
(RIMA)........................................................................................................................................................27
Licenciamento Ambiental..........................................................................................................28
Outros Instrumentos de Política Nacional do Meio Ambiente........................29
Política Nacional de Recursos Hídricos.............................................. 31
Recursos Hídricos............................................................................................................................ 31
A Relação Entre os Recursos Hídricos e a Constituição de 1988.................33
Aspectos Gerais sobre a Política Nacional de Recursos Hídricos...............34
Objetivos da Política Nacional de Recursos Hídricos....................... 36
Diretrizes da Política Nacional de Recursos Hídricos............................................37
Instrumentos da Política Nacional de Recursos Hídricos.................................. 38
Área de Preservação Permanente........................................................40
Aspectos Gerais das Áreas de Preservação Permanente................................. 40
Áreas de Preservação Permanente e Legislações Infraconstitucionais.. 41
Conceito...............................................................................................................................42
Natureza Jurídica...........................................................................................................43
Delimitações das Áreas de Preservação Permanente ....................43
Proteção e Supressão das Áreas de Preservação Permanente.47
Direito Ambiental 7

02
UNIDADE
8 Direito Ambiental

INTRODUÇÃO
Você sabia que a área relativa às legislações ambientais e as
suas prerrogativas é dotada de grande importância no ordenamento
jurídico brasileiro. Diante disso, seu cumprimento e a obediência aos
dispositivos contidos nas leis em questão merecem destaque. Desta feita,
as determinações legais em pauta também trazem frutos e resultados
importantes para a qualidade da vida humana e para a saúde dos seres
humanos, desde que sejam devidamente cumpridas. Dessa maneira, no
decorrer desta unidade, aprenderemos os principais aspectos e pontos
relativos à Política Nacional do Meio Ambiente, dando ainda ênfase aos
instrumentos que devem ser utilizados perante a política nacional. Mais
à frente poderemos compreender a importância exercida e o modo pelo
qual funcionam as determinações relativas à Política Nacional de Recursos
Hídricos, sem deixar de lado ainda o estudo destinado ao entendimento
das áreas de preservação permanente, destacando aquelas existentes
no território nacional brasileiro. Entendeu? Ao longo desta unidade letiva
você vai mergulhar neste universo! Vamos juntos!
Direito Ambiental 9

OBJETIVOS
Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 2 – Políticas ambientais. Nosso
objetivo é auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências
profissionais até o término desta etapa de estudos:

1. Compreender como funciona a Política Nacional do Meio Ambiente.

2. Analisar as técnicas relativas aos instrumentos da política


ambiental.

3. Identificar as políticas nacionais de recursos humanos.

4. Investigar quais são as principais áreas de preservação ambiental.

Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao conhecimento?


Ao trabalho!
10 Direito Ambiental

Política Nacional do Meio Ambiente

OBJETIVO:
Ao término deste capítulo, você será capaz de entender
quais são os principais aspectos relativos à Política Nacional
do Meio Ambiente, sendo realizada uma análise acerca das
disposições legais e do seu impacto no cotidiano humano.
Isso será fundamental para o exercício de sua profissão
e para a sua vida em sociedade, já que o conhecimento
acerca das leis e a proteção ao meio ambiente é aspecto
fundamental para a vida humana. E então? Motivado para
desenvolver essa competência? Então vamos lá. Avante!.

Definição
Querido aluno, na primeira unidade do nosso e-book, pudemos
ver que a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988,
norma suprema do nosso ordenamento jurídico, traz disposições de
suma importância para o campo do Direito Ambiental, contudo grande
parte dos direitos e das proteções fornecidas pela Lei Maior exigem o
estabelecimento de normas no campo infraconstitucional para que
possam efetivar aquilo que está sendo expresso em seu texto.
Nesse sentido, todo um sistema de normas voltado para o meio
ambiente passa a ser criado ou validado no Brasil e uma dessas normas,
a Política Nacional do Meio Ambiente, é fonte de estudo deste capítulo.
A Política Nacional do Meio Ambiente foi criada com fundamento nos
incisos VI e VII do artigo 23 e no artigo 235 da Constituição da República
Federativa de 1988.

A Lei nº 6.938, de 31 de agosto de 1981, é a responsável por dispor


acerca da Política Nacional do Meio Ambiente, levando em consideração
a sua finalidade e os mecanismos necessários para que seja empregada,
dando destaque ainda a sua formulação e aplicação, entre outras
temáticas consideradas importantes para discussão legal. Além disso, o
mencionado instrumento legal ainda é incumbido de constituir o Sistema
Nacional do Meio Ambiente e de instituir o denominado Cadastro de
Defesa Ambiental.
Direito Ambiental 11

Antes do estabelecimento da lei em destaque, os estados e os


municípios possuíam uma maior autonomia acerca da criação das leis
relativas à proteção ao meio ambiente. Sendo assim, os estados agiam
de forma independente e os resultados nem sempre eram positivos, já
que cada um dos entes federativos nacionais acabava se comportando
de uma maneira distinta, sendo que havia aqueles que não davam a
devida atenção ao estabelecimento das diretrizes e políticas destinadas
ao meio ambiente, fato que tornou ainda mais importante a unificação, a
integração e a harmonização do tema no âmbito nacional.

A Política Nacional do Meio Ambiente, também conhecida pela


sigla PNMA, é a legislação mais importante no âmbito ambiental presente
no ordenamento jurídico nacional, já que fornece efetividade prática
para aquilo que o artigo 225 da CRFB/88 dispõe. Uma das maiores
preocupações desta lei gira em torno da utilização adequada dos recursos
naturais, para que assim o meio ambiente não seja colocado em risco e o
equilíbrio ambiental seja atingido.

Como resultado da criação da Política Nacional do Meio Ambiente,


uma ampliação dos direitos e dos assuntos referentes aos recursos naturais
passou a ser aperfeiçoada. Nesse sentido, Luís Paulo Sirvinskas afirma que
a PNMA foi a responsável por fixar conceitos importantes e básicos, como
o que pode ser entendido como meio ambiente, degradação e poluição.
Tendo sido ainda a incumbida de determinar quais são os objetivos,
diretrizes e instrumentos de destaque no campo da Política Nacional do
Meio Ambiente.
12 Direito Ambiental

Objetivo
A principal finalidade do Projeto Nacional do Meio Ambiente está
voltada para a regulamentação das diversas atividades que envolvam o
meio ambiente, de forma direta ou de maneira indireta, para que assim
os espaços ambientais sejam preservados, recuperados, revitalizados e
melhorados com base na qualidade ambiental, fazendo com que a vida
humana torne-se melhor e mais favorável. Nesse contexto, as técnicas
relativas à proteção ambiental aliam-se à busca pelo desenvolvimento
social e econômico.

Assim, a Política Nacional do Meio Ambiente apresenta um conjunto


de objetivos, que se dividem em objetivos específicos e gerais. Nesse
sentido, o objetivo geral encontra-se no caput do artigo 2º da Lei nº
6.938/1981, sendo compreendido como
Art. 2º. A Política Nacional do Meio Ambiente tem por
objetivo a preservação, melhoria e recuperação da
qualidade ambiental propícia à vida, visando assegurar,
no País, condições ao desenvolvimento socioeconômico,
aos interesses da segurança nacional e à proteção da
dignidade da vida humana, atendidos os seguintes
princípios. (BRASIL, 1981)

Diante disso, querido aluno, ao fazer a interpretação do conteúdo


do dispositivo em questão, podemos entender que o objetivo geral da
Política Nacional do Meio Ambiente apresenta como foco principal três
divisões baseadas na preservação, no melhoramento e na recuperação
do meio ambiente.

Nesse sentido, segundo Nathalia Mendes (2016), o ato de preservar


pode ser entendido como a busca em manter o estado natural do meio
ambiente, ou seja, impedir a intervenção humana no estado natural das
coisas, e mesmo quando isso ocorrer é necessário que seja feito com
cautela para que os recursos naturais possam ser repostos, caso contrário
deixarão de existir de forma permanente.
Direito Ambiental 13

Por sua vez, promover melhorias está relacionado com o fato


de a qualidade ambiental tornar-se melhor em razão das intervenções
humanas, sendo que isso será possível quando o uso e o manejo adequado
forem utilizados. Um exemplo que podemos citar refere-se à retirada e ao
resgate de certas espécies animais de seus lugares de origem para que
sejam tratados de alguma doença ou aqueles que são encontrados nos
grandes centros urbanos, para que posteriormente a sua recolocação em
seus habitats de origem seja realizada com sucesso.

SAIBA MAIS:

Levando em consideração o exemplo dado no parágrafo


acima, leia a reportagem “Fora do habitat natural, animais
são cuidados em clínicas em Porto Alegre”, para que você
possa visualizar a situação narrada na prática e no contexto
vivenciado em nosso país. Disponível aqui.

Por fim, o termo “recuperar”, ainda segundo Nathalia Mendes,


está relacionado à busca por atingir o status quo ante, ou seja, a luta
em fazer com que uma área anteriormente degradada volte a ter as
suas características de origem. Assim, entre os três objetivos gerais
apresentados pela Política Nacional do Meio Ambiente, o mais difícil de
ser alcançado é o relativa à recuperação, levando em consideração a
expansão dos danos promovidos ao meio ambiente, sendo alguns desses
até mesmo irreversíveis.

Após termos aprendido quais são os objetivos gerais da política em


estudo, é importante destacar que os objetivos específicos estão expostos
nos incisos do artigo 4º da Lei nº 6.938/1981, que diz:
Art. 4º - A Política Nacional do Meio Ambiente visará:

I - à compatibilização do desenvolvimento econômico


social com a preservação da qualidade do meio ambiente
e do equilíbrio ecológico;
14 Direito Ambiental

II - à definição de áreas prioritárias de ação governamental


relativa à qualidade e ao equilíbrio ecológico, atendendo
aos interesses da União, dos Estados, do Distrito Federal,
do Territórios e dos Municípios; (Vide decreto nº 5.975, de
2006).

III - ao estabelecimento de critérios e padrões da qualidade


ambiental e de normas relativas ao uso e manejo de
recursos ambientais;

IV - ao desenvolvimento de pesquisas e de tecnologia


s nacionais orientadas para o uso racional de recursos
ambientais;

V - à difusão de tecnologias de manejo do meio ambiente,


à divulgação de dados e informações ambientais e à
formação de uma consciência pública sobre a necessidade
de preservação da qualidade ambiental e do equilíbrio
ecológico;

VI - à preservação e restauração dos recursos ambientais


com vistas á sua utilização racional e disponibilidade
permanente, concorrendo para a manutenção do equilíbrio
ecológico propício à vida;

VII - à imposição, ao poluidor e ao predador, da obrigação


de recuperar e/ou indenizar os danos causados, e ao
usuário, de contribuição pela utilização de recursos
ambientais com fins econômicos. (BRASIL, 1981)

Assim, em conformidade com o objetivo geral e com os objetivos


específicos, podemos entender com facilidade que a preservação do
meio ambiente e o crescimento econômico não devem ser vistos como
lados opostos da mesma moeda. Pelo contrário, devem ser considerados
aliados em busca do desenvolvimento conjunto, já que só assim os
produtos, bens e serviços poderão ser fornecidos com qualidade e
baseados em preceitos sustentáveis. Além disso, os objetivos em pauta
também visam à promoção e à efetivação dos princípios relacionados à
dignidade da pessoa humana.
Direito Ambiental 15

Instrumentos da Política Nacional do Meio


Ambiente
Em razão da importância dada ao assunto relativo aos instrumentos
da Política Nacional do Meio Ambiente, bem como em reazão da riqueza
de detalhes que permeia o assunto, a temática em questão será abordada
em capítulo específico para sua melhor compreensão.

Contudo já podemos adiantar que os principais instrumentos da


Política Nacional do Meio Ambiente, em conformidade com o artigo 9º e
os seus incisos, da Lei 6.938 de 1981, são: I) o estabelecimento de padrões
de qualidade ambiental; II) o zoneamento ambiental; III) áreas de proteção
ambiental; IV) avaliação dos impactos ambientais; V) licenciamento; VI)
concessão dos recursos ambientais com fins lucrativos; VII) penalidades
disciplinares nos casos de não preservação ao meio ambiente; VIII)
relatório de qualidade do meio ambiente.
Figura 1 – Qualidade do meio ambiente

Fonte: Pixabay.
16 Direito Ambiental

Princípios da Política Nacional do Meio


Ambiente
Aluno(a), espero que você esteja lembrado(a) de que, durante
a unidade anterior, tivemos a oportunidade de estudar os princípios
relativos ao Direito Ambiental, contudo a presente seção não deve
ser confundida com os conhecimentos que foram destacados nesse
momento anterior, já que, mesmo que exista coincidência entre alguns
dos princípios, eles não podem ser enquadrados como idênticos, uma
vez que os princípios presentes no campo do Direito Ambiental acabam
sendo mais abrangentes do que aqueles contidos no texto legal relativo
à Política Nacional do Meio Ambiente. Isso nos permite concluir que cada
princípio possui seu espaço de aplicação e sua correspondência com o
caso concreto em estudo.

Nesse sentido, os princípios relativos à Política Nacional do Meio


Ambiente estão presentes nos incisos do artigo 2º da Lei nº 6.938/1981,
sendo denominados como princípios norteadores das ações, como pode
ser visto a seguir:
I - ação governamental na manutenção do equilíbrio
ecológico, considerando o meio ambiente como um
patrimônio público a ser necessariamente assegurado e
protegido, tendo em vista o uso coletivo;

II - racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e


do ar;

III - planejamento e fiscalização do uso dos recursos


ambientais;

IV - proteção dos ecossistemas, com a preservação de


áreas representativas;

V - controle e zoneamento das atividades potencial ou


efetivamente poluidoras;

VI - incentivos ao estudo e à pesquisa de tecnologias


orientadas para o uso racional e a proteção dos recursos
ambientais;

VII - acompanhamento do estado da qualidade ambiental;

VIII - recuperação de áreas degradadas; (Regulamento)


Direito Ambiental 17

IX - proteção de áreas ameaçadas de degradação;

X - educação ambiental a todos os níveis do ensino,


inclusive a educação da comunidade, objetivando
capacitá-la para participação ativa na defesa do meio
ambiente. (BRASIL, 1981)

Após fazer a leitura dos mencionados princípios, é fácil entender sua


importância, tendo em vista a clareza dos dispositivos. Ao relembrarmos
o aprendido acerca dos princípios do Direito Ambiental, também pode-se
visualizar com facilidade a correspondência apresentada com alguns dos
princípios apresentados na presente unidade, bem como o fato de que
aqueles são bem mais abrangentes do que os presentes na PNMA.

Sistema Nacional do Meio Ambiente


Outra contribuição de suma importância trazida pela Política
Nacional do Meio Ambiente foi a criação do Sistema Nacional do Meio
Ambiente, que pode ser compreendido como a junção de órgãos e
entidades da União, dos estados, do Distrito Federal, dos municípios e das
fundações do Poder Público, dotados do objetivo de promover a proteção
e melhorias referentes à qualidade ambiental.

Nesse sentido, a estrutura do Sistema Nacional do Meio Ambiente


é apresentada pelo artigo 6º da Lei nº 6.938/1981, com base nos seus
incisos:
I - órgão superior: o Conselho de Governo, com a função
de assessorar o Presidente da República na formulação
da política nacional e nas diretrizes governamentais para
o meio ambiente e os recursos ambientais; (Redação dada
pela Lei nº 8.028, de 1990).

II - órgão consultivo e deliberativo: o Conselho Nacional do


Meio Ambiente (CONAMA), com a finalidade de assessorar,
estudar e propor ao Conselho de Governo, diretrizes
de políticas governamentais para o meio ambiente
e os recursos naturais e deliberar, no âmbito de sua
competência, sobre normas e padrões compatíveis com o
meio ambiente ecologicamente equilibrado e essencial à
sadia qualidade de vida; (Redação dada pela Lei nº 8.028,
de 1990).
18 Direito Ambiental

III - órgão central: a Secretaria do Meio Ambiente da


Presidência da República, com a finalidade de planejar,
coordenar, supervisionar e controlar, como órgão federal,
a política nacional e as diretrizes governamentais fixadas
para o meio ambiente; (Redação dada pela Lei nº 8.028,
de 1990).

IV - órgãos executores: o Instituto Brasileiro do Meio


Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA e o
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade
- Instituto Chico Mendes, com a finalidade de executar e
fazer executar a política e as diretrizes governamentais
fixadas para o meio ambiente, de acordo com as
respectivas competências; (Redação dada pela Lei nº
12.856, de 2013)

V - Órgãos Seccionais: os órgãos ou entidades estaduais


responsáveis pela execução de programas, projetos e pelo
controle e fiscalização de atividades capazes de provocar
a degradação ambiental; (Redação dada pela Lei nº 7.804,
de 1989).

VI - Órgãos Locais: os órgãos ou entidades municipais,


responsáveis pelo controle e fiscalização dessas
atividades, nas suas respectivas jurisdições; (Incluído pela
Lei nº 7.804, de 1989). (BRASIL, 1981)

Nesse sentido, a Figura 1 apresenta a mencionada estrutura de


forma resumida para que o assunto seja melhor fixado.
Figura 2 - Estrutura do Sisnama

Fonte: Elaborado pela autora (2020) em conformidade com a Lei nº 6.938/1981.

Assim, esse sistema apresenta como principal foco a formação


de uma aliança entre os três níveis da federação para que a PNMA seja
implantada de maneira correta, podendo obter resultados no campo
prático, ultrapassando aquilo que é estabelecido apenas no papel.
Direito Ambiental 19

A sigla correspondente ao Sistema Nacional de Meio Ambiente é o


Sisnama, sendo de sua responsabilidade o estabelecimento de normas
e de fiscalização das leis e diretrizes de cunho ambiental, tendo como
foco aquelas ações e condições que possam danificar mais do que dois
estados presentes no território nacional.

Além disso, é importante destacar que, por meio do Sistema


Nacional do Meio Ambiente, uma maior autonomia passa a ser concedida
aos estados, já que eles poderão criar normas ambientais que se adequem
a sua realidade, mas não poderão deixar de lado os estabelecimentos
gerais fixados pela Política Nacional do Meio Ambiente. Desta feita, o
Sisnama também atribui aos Estados a função relativa à divulgação de
informações acerca da preservação ambiental, levando em consideração
os posicionamentos de pessoas dessa área, as normas de fiscalização
e a concessão de licenciamento para aquelas obras que estão sendo
efetuadas em seu território, sejam essas em um município específico, ou
aquelas que possam gerar impactos para mais de uma cidade.

É importante salientar que os municípios também não ficam de


fora da participação e da preservação destinada ao meio ambiente, já
que o Sisnama também atribui a esses entes federativos as mesmas
responsabilidades que destina aos órgãos federais e aos estados, sendo
que de forma ainda mais centrada nas necessidades da cidade em pauta,
tornando possível debates referentes às responsabilidades ambientais,
que poderão abarcar a população local e ter como foco a promoção, o
incentivo e o cuidado com o meio ambiente como um todo.
20 Direito Ambiental

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu


mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de
que você realmente entendeu o tema de estudo deste
capítulo, vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter
aprendido que a Política Nacional do Meio Ambiente foi
estabelecida pela Lei nº 6.938/1981, que desde então vem
proporcionando mudanças e avanços significativos para o
meio ambiente no cenário nacional, dando ênfase à busca
pelo desenvolvimento sustentável aliada ao crescimento
econômico. Também pudemos aprender quais são os
principais objetivos apresentados pela mencionada
política, dando destaque ainda aos seus princípios. Além
disso, outra determinação importante trazida pela lei em
estudo durante esta unidade possui como foco a criação
do Sistema Nacional do Meio Ambiente, que tem como
principal finalidade melhorar, proteger e recuperar o meio
ambiente presente no território nacional, sendo que essa
função é dividida entre União, Estados, Distrito Federal e
Municípios.
Direito Ambiental 21

Instrumentos da Política Ambiental

OBJETIVO:

Ao término deste capítulo, você será capaz de entender


quais são os principais aspectos relativos aos instrumentos
da Política Nacional do Meio Ambiental, sendo realizada
uma análise acerca das disposições legais e de seu
impacto no cotidiano humano. Isso será fundamental para o
exercício de sua profissão e para a sua vida em sociedade,
já que o conhecimento acerca das leis e da proteção ao
meio ambiente é aspecto fundamental para a vida humana.
E então? Motivado para desenvolver essa competência?
Então vamos lá. Avante!

Aspectos Gerais sobre os Principais


Instrumentos da PNMA
Querido aluno, aprendemos no capítulo anterior os principais
aspectos da Política Nacional do Meio Ambiente, sendo que seu maior
objetivo está voltado para a preservação, para as melhorias e para a
recuperação relativa ao meio ambiente, quando ele tiver sido danificado.
Diante disso, o meio ambiente deve ser encarado como um aliado na
busca do desenvolvimento socioeconômico, levando em consideração
ainda fatores como a segurança nacional e a garantia de uma vida digna
para os seres humanos.

Nesse sentido, o artigo 9º prevê quais são os instrumentos da


política nacional do meio ambiente:
Art. 9º - São Instrumentos da Política Nacional do Meio
Ambiente:

I - o estabelecimento de padrões de qualidade ambiental;

II - o zoneamento ambiental; (Regulamento)

III - a avaliação de impactos ambientais;


22 Direito Ambiental

IV - o licenciamento e a revisão de atividades efetiva ou


potencialmente poluidoras;

V - os incentivos à produção e instalação de equipamentos


e a criação ou absorção de tecnologia, voltados para a
melhoria da qualidade ambiental;

VI - a criação de espaços territoriais especialmente


protegidos pelo Poder Público federal, estadual e
municipal, tais como áreas de proteção ambiental, de
relevante interesse ecológico e reservas extrativistas;
(Redação dada pela Lei nº 7.804, de 1989)

VII - o sistema nacional de informações sobre o meio


ambiente;

VIII - o Cadastro Técnico Federal de Atividades e


Instrumento de Defesa Ambiental;

IX - as penalidades disciplinares ou compensatórias ao não


cumprimento das medidas necessárias à preservação ou
correção da degradação ambiental.

X - a instituição do Relatório de Qualidade do Meio


Ambiente, a ser divulgado anualmente pelo Instituto
Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais
Renováveis - IBAMA; (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989)

XI - a garantia da prestação de informações relativas ao


Meio Ambiente, obrigando-se o Poder Público a produzi-
las, quando inexistentes; (Incluído pela Lei nº 7.804, de
1989)

XII - o Cadastro Técnico Federal de atividades


potencialmente poluidoras e/ou utilizadoras dos recursos
ambientais. (Incluído pela Lei nº 7.804, de 1989)

XIII - instrumentos econômicos, como concessão florestal,


servidão ambiental, seguro ambiental e outros. (BRASIL,
1981)

Assim, os instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente são


as ferramentas utilizadas para colocar em prática aquilo que é elencado
pela Administração Pública, ou seja, por meio dos instrumentos é que
serão alcançados os objetivos da política nacional. Salienta-se, ainda,
que os instrumentos da PNMA foram criados por meio de Resoluções do
Conselho Nacional do Meio Ambiente.
Direito Ambiental 23

Desta feita, aluno, levando em consideração a importância


desse tema para a proteção do meio ambiente, assim como para
o desenvolvimento econômico baseado na sustentabilidade e na
manutenção dos interesses sociais, é imprescindível que você amplie os
seus conhecimentos acerca dos detalhes que cercam cada um desses
instrumentos. Por isso, ao longo deste capítulo e nos tópicos a seguir,
aprenderemos detalhes acerca dos principais instrumentos da política
ambiental presentes no Brasil.

Padrões de Qualidade Ambiental


Já no inciso I do artigo 9º da Lei nº 6.938/1981, é mencionada a
existência e a necessidade do “estabelecimento de padrões de qualidade
ambiental”. Esse padrão envolve critérios relativos à qualidade do ar, das
águas e dos sons, já que todos estão englobados como meio ambiente.

Desta feita, a Política Nacional do Meio Ambiente fixa como uma das
competências do Conama estabelecer normas referentes ao controle e à
manutenção da qualidade do meio ambiente, tendo em vista o consumo
e a utilização consciente dos recursos naturais existentes no planeta Terra
(artigo 8º da Lei nº 6.938/1981).

Nesse sentido, ainda em conformidade com a mencionada política,


a qualidade ambiental pode ser entendida como a atribuição de um juízo
de valor relativo às condições do meio ambiente, sendo considerados
assim os danos e os perigos que possam comprometer o meio ambiente,
e consequentemente, atingir a saúde da população e, de forma mais
abrangente, da sociedade como um todo.

O Conama é o responsável por estabelecer aquilo que será


compreendido como padrão de qualidade ambiental, sendo ainda o órgão
incumbido de apresentar e exigir o cumprimento das normas e resoluções
que regulam os padrões. Dessa maneira, uma das primeiras resoluções a
serem efetuadas com esse objetivo foi a Resolução do Conama nº 5º de
1989, por meio da qual foi criado o Programa Nacional de Controle de
Qualidade do Ar, também conhecido por sua sigla: PRONAR.
24 Direito Ambiental

Por sua vez, a Resolução nº 3 de 1990 do Conama faz referência às


poluições advindas de matéria ou energia que possam promover danos
à saúde e à vida humana. Já a Resolução nº 357 de 2005 demonstra
uma preocupação voltada para a proteção das águas, realizando sua
classificação e definindo a destinação e os critérios de uso de cada um
dos tipos de água, sendo tais detalhes abordados pelo Conselho Nacional
de Recursos Hídricos. É importante destacar que o assunto referente
aos recursos hídricos será estudado ainda durante esta unidade e já no
próximo capítulo do presente e-book.

Zoneamento Ambiental
O zoneamento ambiental, que também pode ser denominado como
zoneamento econômico-ecológico (ZEE), surge como uma forma de frear
os danos causados pela ocupação desordenada que ocorreu no Brasil,
responsável por provocar diversos prejuízos ao meio ambiente e aos
fatores sociais. Essa medida visa restringir o direito de uso da propriedade
privada, que deve estar de acordo com e atender os princípios relativos ao
meio ambiente. Isso ocorre pois, por mais que o direito à propriedade seja
considerado um direito fundamental, sua existência e seu gozo não podem
ser usados como argumento para a promoção de danos ambientais, que
muitas vezes são irreversíveis e responsáveis por prejudicar não apenas a
geração atual, como também as futuras.

Ao longo dos tempos, podemos verificar que a mudança de foco


do meio rural para o meio urbano implementou a mudança de várias
características no campo econômico e no meio social, sendo que, como
muitas das preocupações ambientais são recentes esse era, e em muitos
casos, ainda é um aspecto que não recebe a devida atenção. Por isso é
preciso que sejam criadas ferramentas que estimulem, sim, o crescimento
das cidades e metrópoles, desde que isso seja feito em conformidade com
as normas ambientais e que sejam efetuadas as devidas fiscalizações.
Direito Ambiental 25

Nesse sentido, é interessante destacar a definição dada por José


Afonso da Silva acerca daquilo que pode ser entendido como zoneamento:
Instrumento jurídico de ordenação do uso e ocupação
do solo. Em um primeiro sentido o zoneamento consiste
na repartição do território municipal à vista da destinação
da terra e do uso do solo, definindo, no primeiro caso, a
qualificação do solo em urbano, de expansão urbana,
urbanizável e rural; e no segundo dividindo o território do
Município em zonas de uso. Foi sempre considerado, nesta
segunda acepção, como um dos principais instrumentos
do planejamento urbanístico municipal, configurando um
Plano Urbanístico Especial. Foi neste último sentido, mais
tipicamente de Zoneamento Urbano, que o definimos, de
outra feita, como um procedimento urbanístico destinado
a fixar os usos adequados para as diversas áreas do solo
municipal. (SILVA, 2002)

Outras normas presentes no ordenamento jurídico também


apresentam dispositivos acerca do zoneamento ambiental. Podemos
citar, entre as mais importantes, o Estatuto das Cidades, determinado pela
Lei nº 10.257/2001, artigo 4º, III, c, a qual estabelece a necessidade da
presença de preceitos relativos à sustentabilidade dos municípios, para
que assim o solo não seja usado de forma inadequada, com o intuito de
diminuir os níveis de poluição e a incentivar a proteção do meio ambiente
como um todo.

Por sua vez, o artigo 30 da Constituição da República Federativa


do Brasil de 1988 determina que cada município será o responsável por
promover a devida regulação acerca do uso e da ocupação do solo
presente em seu território. Além disso, o plano diretor, também regido
em conformidade com os termos da Lei Maior, destina preocupação à
maneira em que se dá a ocupação das cidades.
26 Direito Ambiental

SAIBA MAIS:

As discussões relativas ao zoneamento ambiental não são


um assunto que está longe da sua realidade, pelo contrário,
é uma temática que pode ser facilmente visualizada no seu
cotidiano, tendo em vista que faz menção a preocupações e
assuntos de âmbito mundial. Temáticas como alagamentos,
desabamentos e problemas causados pela chuva estão
relacionadas ao zoneamento urbano. Assim, para que esse
assunto fique ainda mais claro e prático para você, leia a
notícia presente neste link, que poderá ser compreendida
como um exemplo de zoneamento ambiental na prática.

Avaliação de Impacto Ambiental


A avaliação de impacto ambiental (AIA) é incumbida de identificar
e prever os impactos que podem ser ocasionados por empreendimentos
e construções que possam danificar ou gerar riscos para a qualidade do
meio ambiente. Funciona como um método preventivo, a fim de assegurar
que os projetos só sejam aprovados quando estiverem em conformidade
com a segurança ambiental, por isso precisam ser consideradas todas as
probabilidades e chances de cada um dos impactos e consequências que
sejam gerados ao meio ambiente para que só posteriormente a licença
ambiental seja concedida.

Os processos relativos aos empreendimentos devem buscar aderir


a medidas protetivas, pois, mesmo nos casos em que houver a concessão
da licença, todos os cuidados e esforços deverão ser tomados em favor
do meio ambiente. Assim, mais uma vez é importante destacar que o
direito ambiental e a proteção destinada ao meio ambiente não devem
ser encarados como empecilhos ao crescimento econômico, mas, sim,
como um aliado na busca do desenvolvimento socioeconômico de uma
região. Contudo, para que isso ocorra, toda cautela e atenção deverão
ser tomadas, tendo em vista a necessidade de avaliação, planejamento e
manutenção do meio ambiente para que tudo ocorra em conformidade
com a lei e sem prejuízos futuros para a população como um todo.
Direito Ambiental 27

Estudo de Impacto Ambiental (EIA) e


Relatório de Impacto Ambiental (RIMA)
O estudo de impacto ambiental surgiu por meio da Resolução
nº001/1986 do Conama, sendo compreendido como um documento
técnico responsável por avaliar as consequências que podem ser trazidas
para o meio ambiente em razão de um dado projeto. Apresenta, também,
medidas responsáveis por dirimir os impactos que podem ser causados
por esses projetos.

O principal objetivo do estudo em questão consiste em entender


quais são as consequências que podem ser geradas pelos projetos, para
que assim se possa evitar e prevenir que os dados apontados como
resultado do EIA aconteçam. Nesse sentido, o artigo 5º da Resolução
Conama nº 001/1986 dispõe:
Artigo 5º - O estudo de impacto ambiental, além de
atender a legislação, em especial os princípios e objetivos
expressos da Lei de Política Nacional do Meio Ambiente,
obedecerá às seguintes diretrizes gerais:

I – Contemplar todas as alternativas tecnológicas e de


localização de projeto, confrontando-as com a hipótese
de não execução do projeto;

II – Identificar e avaliar sistematicamente os impactos


ambientais gerados nas fases de implantação e operação
da atividade;

III – Definir os limites da área geográfica a ser direta ou


indiretamente afetada pelos impactos, denominada área
de influência do projeto, considerando, em todos os casos,
a bacia hidrográfica na qual se localiza;

IV – Considerar os planos e programas governamentais,


propostos e em implantação na área de influência do
projeto, e sua compatibilidade. (BRASIL, 1986)

Por sua vez, o relatório de impacto ambiental consiste na reunião


dos dados obtidos por meio do EIA, e que deve ser divulgado, tendo em
vista que a apresentação das suas conclusões deverão ser discutidas
em conjunto com a população durante uma audiência pública, sendo
possível, assim, que todas as dúvidas e esclarecimentos sejam prestados,
28 Direito Ambiental

bem como que a sociedade seja escutada, principalmente a população


local que será a maior atingida caso o projeto em análise seja aprovado e
colocado em prática.

Salienta-se, ainda, que, a depender dos resultados do EIA e do


RIMA, a Administração Pública concederá ou não a licença ambiental,
deixando bem claro que, mesmo nos casos em que a resposta for positiva,
o empreendimento e a relação firmada com o setor público precisará atuar
com base nos princípios da prevenção, da precaução, da legalidade, da
impessoalidade, da moralidade, da publicidade e da eficiência, segundo o
artigo 37 da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988.

Licenciamento Ambiental
O Licenciamento ambiental está previsto no artigo 9º, IV da Lei nº
6.938/1981, sendo o instrumento mais importante da Política Nacional
do Meio Ambiente, já que é por meio dele que serão fornecidas as
autorizações necessárias para a efetivação de atividades que farão uso do
meio ambiente, seja esse uso de forma direta ou indireta. Nesse sentido,
o principal objetivo do licenciamento ambiental é promover
uma análise sobre a viabilidade ambiental das atividades
econômicas, assegurando que os empreendimentos
sejam instalados em locais ambientalmente adequados
e seus responsáveis adotem tecnologias que minimizem
os possíveis impactos negativos sobre o ambiente, isto
é, tornando-os viáveis do ponto de vista ambiental.
(MONTAÑO et al., 2007 apud BARROS et al., p. 166, 2012).

Assim, o licenciamento ambiental pode ser compreendido como


um ato complexo, já que engloba diversos agentes e procedimentos,
tendo, inclusive, que ser precedido pelo EIA e pelo RIMA, já que, com
base nos resultados obtidos por meio desses procedimentos é que será
tomada a decisão acerca da concessão ou não.
Direito Ambiental 29

SAIBA MAIS:

As licenças ambientais, segundo o Conama, ainda se


dividem em licença prévia (LP), licença de instalação (LI)
e licença de operação (LO). Para compreender melhor o
assunto em questão, faça a leitura completa do “Manual de
Licenciamento Ambiental: guia de procedimento passo a
passo”, presente neste link.

Outros Instrumentos de Política Nacional


do Meio Ambiente
Como dito inicialmente, todos os instrumentos do PNMA estão
listados no artigo 9º da Lei nº 6.938/1981 e, com uma leitura detalhada,
você poderá perceber que, durante o presente capítulo, foram abordados
apenas os principais instrumentos, aqueles que são mais debatidos e
imprescindíveis para o campo do meio ambiente. Contudo os demais
instrumentos possuem seu papel e não podem ser deixados de lado.

Nesse sentido, é relevante acrescentar que é fundamental a


existência e a criação de espaços territoriais protegidos pelo poder
público, assim como a aplicação de penas e fiscalizações para que
danos não ocorram ou para que os responsáveis sejam devidamente
punidos, e, por fim, a garantia da prestação de informações relativas ao
meio ambiente, tendo em vista que o poder público é obrigado a prestar
informações sobre a situação da qualidade ambiental ou promovê-la em
caso de sua ausência.
30 Direito Ambiental

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo


tudinho? Agora, só para termos certeza de que você
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo,
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido
que a Política Nacional do Meio Ambiente é imprescindível
para que a proteção ambiental e a sua qualidade sejam
auferidas, contudo, para que isso ocorra, é necessário
que os instrumentos atrelados a essa política existam e
sejam efetivos, tendo em vista que os objetivos do PNMA
serão alcançados em razão do exercício dos mencionados
instrumentos. Ao longo do presente capítulo, estudamos em
detalhes os principais instrumentos da PNMA e pudemos
entender o funcionamento das licenças ambientais, dos
padrões de qualidade ambiental, do zoneamento ambiental,
da avaliação de impacto ambientais, e vimos que todos
esses estão presentes no artigo 9º da Lei nº 6.938/1981,
sendo de responsabilidade do Conama abordar alguns dos
assuntos relativos ao funcionamento dos instrumentos em
pauta.
Direito Ambiental 31

Política Nacional de Recursos Hídricos

OBJETIVO:

Ao término deste capítulo, você será capaz de entender


quais são os principais aspectos relativos à Política Nacional
de Recursos Hídricos, sendo realizada uma análise acerca
das disposições legais e de seu impacto no cotidiano
humano, levando ainda em consideração a quantidade e
a riqueza hídrica presente no território brasileiro. Isso será
fundamental para o exercício de sua profissão e para a sua
vida em sociedade, já que o conhecimento acerca das leis
e da proteção ao meio ambiente é aspecto fundamental
para a vida humana. E então? Motivado para desenvolver
essa competência? Então vamos lá. Avante!.

Recursos Hídricos
Nos capítulos anteriores, tivemos a oportunidade de ampliar os
nossos conhecimentos acerca da Política Nacional do Meio Ambiente,
sendo esse o instrumento infraconstitucional mais importante quando o
assunto refere-se ao meio ambiente e aos recursos naturais presentes
nele. Contudo o meio ambiente é composto por uma gama de recursos,
que se subdividem em tipos, sendo cada um desses imprescindível da
sua própria maneira.

Assim, existem os recursos do solo, da água, a vegetação, os animais


e tantos outros. Com base nisso, no presente capítulo estudaremos as
normais mais importantes acerca da água, tendo em vista que sem ela
a vida humana não é possível, seja em sua forma potável e, portanto,
considerada ideal para nossa ingestão, seja nos outros processos naturais
de que a vida precisa para existir, como a chuva, a umidade, entre outros.
Além disso, esse recurso é ainda habitat de inúmeras espécies de plantas
e animais. Apenas com essa breve reflexão, já podemos entender o quão
básica e necessária é a água.
32 Direito Ambiental

Diante disso, é de conhecimento comum que a Terra é popularmente


denominada como “planeta água”, contudo atribuir esse aspecto azul do
nosso planeta à ideia de que a água nunca acabará é um pensamento
inocente e retrógrado. Precisamos levar em conta que nem toda a água
presente no mundo pode ser aproveitada pelo ser humano, já que existe
uma vasta quantidade em geleiras, em evaporação, absorvida pelo solo
ou ainda a água que é inapropriada para o consumo humano.

Além disso, um dos grandes problemas relativos aos recursos


hídricos não se relaciona à quantidade existente no mundo, já que essa
é estável, não havendo um aumento significativo ou uma redução a nível
alarmante, contudo o que faz com que certas regiões enfrentam escassez
de água, como as vivenciadas no sertão nordestino, por exemplo, são
as questões climáticas e a distribuição desigual das precipitações
atmosféricas sobre os diversos espaços geográficos.

Nesse sentido, essa desigualdade tem como resultado períodos


em que há uma abundância de água e outros em que há escassez, o que
pode gerar inundações e secas alternadamente. Trata-se de fenômenos
naturais com que os seres humanos lidam desde o início dos tempos,
mas que, atualmente, podem ser mitigados com a presença de políticas
públicas e de ações emergenciais.

Em razão dos desses fatores e das descobertas feitas acerca da água


ao longo do tempo, chegou-se à conclusão de que os recursos hídricos
precisam ser organizados e geridos, tanto para que sejam protegidos,
como para que tenham o maior desempenho possível, a fim de que,
assim, o uso da água seja assegurado com qualidade e quantidade para
as atuais e futuras gerações.

Outro fator que destaca ainda mais a necessidade dessa proteção


está relacionado à escassez de recursos hídricos, pois mesmo que o
volume de água presente no mundo continue estável, alguns recursos
hídricos já foram esgotados ou foi instaurada a impossibilidade de sua
regeneração natural, em virtude do mau uso por parte dos seres humanos.
Assim, são fatores como o aumento da industrialização, a intensificação
da poluição e a falta de cuidados com o saneamento básico que
prejudicam mananciais inteiros, tornando-os contaminados. A limpeza e a
recuperação desses recursos hídricos, por outro lado, são caras, difíceis e
até mesmo impossíveis.
Direito Ambiental 33

Por isso, mais uma vez destaca-se a necessidade do atendimento


das políticas voltadas para os recursos hídricos, pois a maioria delas
é focada em sua preservação e proteção, considerando ainda a
recuperação quando possível. Porém é importante destacar que é mais
fácil estabelecer uma medida preventiva do que uma medida restaurativa
ou de combate, de forma que a participação da sociedade é fundamental,
afinal os recursos hídricos pertencem e são imprescindíveis a todos.

A Relação Entre os Recursos Hídricos e a


Constituição de 1988
Com base apenas nos conhecimentos que já adquirimos até aqui,
você diria que a Constituição de 1988 abordou os recursos hídricos em
seus dispositivos?

Tenho certeza de que a resposta para essa pergunta foi “sim”, pois,
como já estudamos até o presente momento, a CRFB/1988 foi responsável
por destinar um espaço especial para o meio ambiente, sendo também
conhecida pela grande quantidade de dispositivos em seu interior. Assim,
a Lei Maior do nosso país destina várias disposições aos cuidados e às
observações que devem ser efetuadas quanto aos recursos hídricos.

Nesse sentido, são merecedores de maior destaque os assuntos


contidos nos capítulos II e III do título III, que determinam que a União e os
estados deverão cuidar dos recursos hídricos, sendo ainda apresentada
uma relação entre os recursos hídricos e os princípios gerais da atividade
econômica no capítulo I do título VII.

Assim, a Constituição da República Federativa do Brasil de 1988


estabelece que as águas presentes em seu território são consideradas
como domínio público, destacando ainda que não existem no Brasil águas
de patrimônio particular ou privado, assim como não existem recursos
hídricos pertencentes a municípios.
34 Direito Ambiental

Aspectos Gerais sobre a Política Nacional


de Recursos Hídricos
A Lei nº 9.433, de 8 de janeiro de 1997, é a responsável por instituir
a Política Nacional de Recursos Hídricos, também sendo incumbida da
criação do Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos.
A Política Nacional de Recursos Hídricos também é conhecida como
a Lei de Águas e aborda, em seu texto, as determinações acerca dos
instrumentos necessários para a gestão dos recursos em questão,
principalmente os que estejam sob domínio federal, ou seja, os que se
encontram localizados em fronteiras ou que as atravessam.

A legislação em análise apresenta uma divisão para melhor


abranger o conteúdo relativo aos recursos hídricos: I) a Política Nacional
de Recursos Hídricos; II) Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos
Hídricos; III) Infrações e Penalidades e IV) Disposições Gerais e Transitórias,
conforme representado pela figura 2.
Figura 3 - Estrutura da Lei nº 9.433/97

Fonte: Elaborado pela autora (2020).

Essa legislação não é a primeira nem a única existente no


ordenamento jurídico brasileiro responsável por demonstrar uma
preocupação com as águas presentes no território nacional, tendo em
vista que antes da sua criação já existia o Código de Águas, instituído em
1934 e que tinha como foco dispor sobre os recursos hídricos utilizados
pelo setor elétrico.
Direito Ambiental 35

Então, querido aluno, se o mencionado código já existia, para quê


criar uma nova política responsável por abordar os recursos hídricos?

Simples! A lei que instituiu a Política Nacional de Recursos Hídricos


foi a responsável por ampliar aquilo que estava contido no Código de
Águas, dessa maneira passou a destinar preocupação também para a
necessidade de se estabelecer os diversos usos da água, desde que
todos esses sejam efetuados com o devido respeito e com obediência
às legislações sobre recursos hídricos. A nova lei também se voltou às
necessidades que se refiram ao meio ambiente como um todo, assim
como também passou a destacar que o abastecimento humano deve ser
visto como prioridade. Desta feita, e de maneira resumida, a Lei das Águas
tornou os recursos hídricos brasileiros um assunto democrático.

Assim, o artigo 1º da Lei nº 9433/97 estabelece aqueles que devem


ser entendidos como os fundamentos da Política Nacional de Recursos
Hídricos, a saber:
I - a água é um bem de domínio público;

II - a água é um recurso natural limitado, dotado de valor


econômico;

III - em situações de escassez, o uso prioritário dos


recursos hídricos é o consumo humano e a dessedentação
de animais;

IV - a gestão dos recursos hídricos deve sempre


proporcionar o uso múltiplo das águas;

V - a bacia hidrográfica é a unidade territorial para


implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos
e atuação do Sistema Nacional de Gerenciamento de
Recursos Hídricos;

VI - a gestão dos recursos hídricos deve ser descentralizada


e contar com a participação do Poder Público, dos usuários
e das comunidades. (BRASIL, 1997)

A água é, portanto, um direito de todos, contudo a sua proteção


é, na mesma medida, um dever de todos. Por isso é preciso que a
população esteja atenta às condições e à evolução dos recursos hídricos
a nível nacional, sendo esses dados publicados por meio do Relatório de
Conjuntura dos Recursos Hídricos, que presta informações de quatro em
quatro anos acerca dos instrumentos de gestão e dos recursos hídricos
presentes no Brasil.
36 Direito Ambiental

Objetivos da Política Nacional de Recursos Hídricos


Assim como a Política Nacional do Meio Ambiente apresenta os seus
objetivos gerais e específicos, a Política Nacional de Recursos Hídricos
estabelece também as finalidades que visa alcançar, sendo essas listadas
no artigo 2º da Lei nº 9.433/97, que afirma:
Art. 2º São objetivos da Política Nacional de Recursos
Hídricos:

I - assegurar à atual e às futuras gerações a necessária


disponibilidade de água, em padrões de qualidade
adequados aos respectivos usos;

II - a utilização racional e integrada dos recursos


hídricos, incluindo o transporte aquaviário, com vistas ao
desenvolvimento sustentável;

III - a prevenção e a defesa contra eventos hidrológicos


críticos de origem natural ou decorrentes do uso
inadequado dos recursos naturais.

IV - incentivar e promover a captação, a preservação e


o aproveitamento de águas pluviais. (Incluído pela Lei nº
13.501, de 2017). (BRASIL, 1997)

Nesse sentido, a Política Nacional do Meio Ambiente possui como


objetivo geral apresentar uma definição acerca da maneira por meio da
qual Estado brasileira deverá apropriar-se dos e gerenciar os recursos
hídricos nacionais, levando em conta o fator da escassez e os objetivos
apresentados pelo artigo supracitado.

É importante que os projetos e os planejamentos a serem


implementados a partir da Política Nacional de Recursos Hídricos levem
em conta as características específicas de cada região, tendo em vista
as desigualdades naturais advindas da distribuição de água. Assim,
em parceria com o plano nacional, devem ser estabelecidos planos
estaduais alinhados ao anterior para que assim se cumpram os objetivos
estabelecidos para todo o território nacional.
Direito Ambiental 37

Diretrizes da Política Nacional de


Recursos Hídricos
Um outro aspecto fundamental e que merece destaque está listado
no artigo 3º da Lei nº 9.433/97, que diz:
Art. 3º Constituem diretrizes gerais de ação para
implementação da Política Nacional de Recursos Hídricos:

I - a gestão sistemática dos recursos hídricos, sem


dissociação dos aspectos de quantidade e qualidade;

II - a adequação da gestão de recursos hídricos às


diversidades físicas, bióticas, demográficas, econômicas,
sociais e culturais das diversas regiões do País;

III - a integração da gestão de recursos hídricos com a


gestão ambiental;

IV - a articulação do planejamento de recursos hídricos


com o dos setores usuários e com os planejamentos
regional, estadual e nacional;

V - a articulação da gestão de recursos hídricos com a do


uso do solo;

VI - a integração da gestão das bacias hidrográficas com a


dos sistemas estuarinos e zonas costeiras. (BRASIL, 1997)

Nesse sentido, é importante destacar que as diretrizes consideradas


como fundamentais e gerais entre os presentes nos incisos acima
apresentados fazem menção à necessidade da implementação da Política
Nacional de Recursos Hídricos, levando em conta o estabelecimento de
uma gestão sistemática e bem ordenada. Assim, deve-se buscar uma
maneira de adequar a água e o seu consumo para as diversas regiões
do país e como exemplo podemos citar ações que visam levar água para
comunidades ou regiões que sofrem com a falta desse recurso, como
visto na notícia apresentada no iconográfico abaixo.

EXEMPLO:

A transposição do Rio São Francisco durou vários anos para ser


efetivada, contudo a sua realização promoveu a chegada de água
em cidades que sofriam com a seca durante um logo período, tendo
38 Direito Ambiental

sido responsável pelo abastecimento de vários açudes considerados


fundamentais para a vida de diversos municípios paraibanos, entre esses o
açude localizado na cidade de Boqueirão, que, entre outras, é responsável
pelo fornecimento de água da cidade de Campina Grande, uma das
mais importantes do estado. Para compreender melhor o assunto, leia a
notícia intitulada “Águas da transposição do Rio São Francisco chegam em
Monteiro, no Cariri da Paraíba”. Disponível aqui.

Instrumentos da Política Nacional de


Recursos Hídricos
Por sua vez, o artigo 5º da Lei de Política Nacional de Recursos
Hídricos estabelece, em seus textos, os instrumentos dessa política,
sendo que esses serão usados como ferramenta para que os objetivos da
PNRH e as diretrizes sejam cumpridas. O artigo diz:
Art. 5º São instrumentos da Política Nacional de Recursos
Hídricos:

I - os Planos de Recursos Hídricos;

II - o enquadramento dos corpos de água em classes,


segundo os usos preponderantes da água;

III - a outorga dos direitos de uso de recursos hídricos;

IV - a cobrança pelo uso de recursos hídricos;

V - a compensação a municípios;

VI - o Sistema de Informações sobre Recursos Hídricos.


(BRASIL, 1997)
Direito Ambiental 39

SAIBA MAIS:

Estudamos os pontos mais importantes presentes na


legislação que fixa a Política Nacional de Recursos
Hídricos no Brasil, contudo, em razão da extensão da lei
e da quantidade de dispositivos, não há como discutir ou
apresentá-la em sua integralidade, porém o entendimento
e a leitura da Lei nº 9.433/1997 é de conhecimento
imprescindível. Por isso acesse o link e faça a leitura da
legislação em sua completude.

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo


tudinho? Agora, só para termos certeza de que você
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo, vamos
resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido que os
recursos hídricos são fundamentais para a vida humana,
por isso mesmo devem ser protegidos e assegurados,
afinal não são inesgotáveis e a parcela destinada ao uso
dos seres humanos é pequena em comparação com o
manancial aquático presente no mundo. Além disso, os
recursos hídricos não são divididos de maneira igual em
razão das condições climáticas presentes em cada região.
Diante disso, é imprescindível que sejam estabelecidas
políticas voltadas para esse assunto, sendo essa uma das
preocupações enfrentadas pela Lei das Águas. Assim,
durante este capítulo, pudemos compreender os aspectos
gerais acerca dessa legislação, destacando ainda os seus
objetivos, diretrizes e instrumentos.
40 Direito Ambiental

Área de Preservação Permanente

OBJETIVO:

Ao término deste capítulo, você será capaz de entender


quais são os principais aspectos relativos às áreas de
preservação permanente, sendo realizada uma análise
acerca das disposições legais e de seu impacto no
cotidiano humano. Isso será fundamental para o exercício
de sua profissão e para a sua vida em sociedade, já que
o conhecimento das leis e da proteção ao meio ambiente
é aspecto fundamental para a vida humana. E então?
Motivado para desenvolver essa competência? Então
vamos lá. Avante!.

Aspectos Gerais das Áreas de Preservação


Permanente
Querido aluno, chegamos ao último capítulo da presente unidade,
na qual pudemos aprender mais detalhes acerca de aspectos legais e
infraconstitucionais responsáveis por dispor sobre o meio ambiente em
vários sentidos, relacionando ainda as leis em questão às disposições
presentes na Lei Maior brasileira.

Diante disso, aprendemos que o artigo 225 da Constituição da


República Federativa do Brasil de 1988 é o responsável por determinar
que todos possuem direito ao meio ambiente, destacando que não é
qualquer meio ambiente, mas, sim, aquele ecologicamente equilibrado,
tendo em vista a sua imprescindibilidade para uma boa qualidade de
vida. Assim, preservar, manter e restaurar os recursos naturais está sob a
responsabilidade do Poder Público, que deve contar com a coletividade
no que se refere ao dever de preservar e defender o meio ambiente,
levando em consideração não só a geração atual, como também as
futuras gerações.
Direito Ambiental 41

Nesse sentido, o parágrafo primeiro do artigo 225 da Constituição


de 1988 apresenta as competências pertencentes ao Poder Público
responsáveis por assegurar a efetividade do que está expresso no caput.
Entre os seus incisos, o III estabelece a necessidade de que todas as
unidades da Federação delimitem espaços territoriais a serem protegidos,
sendo que esses ambientes serão regidos por lei, a qual irá vedar, com
base no texto constitucional, qualquer uso ou manipulação que possa
comprometer a sua integridade de alguma forma.

É com base no inciso em destaque que surgem as áreas de


preservação permanente, também conhecidas por sua sigla APP.

Áreas de Preservação Permanente e


Legislações Infraconstitucionais
Além das disposições presentes em âmbito constitucional acerca
da regulamentação das áreas de preservação permanente, é importante
destacar que o Código Florestal apresenta disposição acerca da sua
existência, destacando ainda que as áreas de preservação permanente
poderão estar presentes tanto em áreas rurais quanto urbanas, ainda
que a Reserva Legal seja aplicável apenas às áreas rurais. Além disso, o
mencionado código apresenta limitações para outros espaços, tendo em
vista a proteção do meio ambiente.

Dessa maneira, a Lei nº 12.651, de 25 de Maio de 2012, também


conhecida como o Novo Código Florestal, já em seu primeiro artigo
determina quem será o responsável por dispor acerca das normas de
proteção de vegetação, áreas de Preservação Permanente, Reserva Legal,
tratando ainda de assuntos como a exploração florestal e dos suprimentos
contidos nesses espaços, demonstrando preocupação com a produção
de produtos e serviços que tenham origem florestal, assim como com o
estabelecimento de medidas protetivas destinadas a incêndios florestais.
O texto apresenta, ainda, instrumentos econômicos que ajudem a atingir
os objetivos estabelecidos por essa legislação.
42 Direito Ambiental

Conceito
Torna-se mais fácil, desse modo, entender como o Código
Florestal brasileiro é completo e importante para a preservação do meio
ambiente como um todo, mas, principalmente, daqueles espaços em
que há reservas ou áreas restritas para esse fim. Desta feita, segundo a
mencionada lei, as áreas de preservação permanente, segundo o seu
artigo 3º, II, podem ser entendidas como:
Área de Preservação Permanente - APP: área protegida,
coberta ou não por vegetação nativa, com a função
ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem,
a estabilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o
fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o
bem-estar das populações humanas. (BRASIL, 2012)

Desta feita, o estabelecimento das áreas de preservação ambiental


visa assegurar à população que áreas originais e naturais das vegetações
nativas serão mantidas, afinal, um parque construído pelo homem não
se compara a uma floresta preservada em sua integralidade, em razão
de fenômenos como biomas, habitats e até mesmo alterações climáticas.
Sem falar que determinadas espécies existem de forma prevalente
apenas no espaço brasileiro, deixando ainda mais clara a necessidade
que gira em torno de sua preservação.

Na medida em que, como foi dito no parágrafo anterior, as áreas de


preservação permanente não podem ser confundidas com as Reservas
Legais, tendo em vista que, também em conformidade com o Código
Florestal, artigo 3º, inciso III, essas podem ser entendidas como:
III - Reserva Legal: área localizada no interior de uma
propriedade ou posse rural, delimitada nos termos do art.
12, com a função de assegurar o uso econômico de modo
sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar
a conservação e a reabilitação dos processos ecológicos
e promover a conservação da biodiversidade, bem como
o abrigo e a proteção de fauna silvestre e da flora nativa.
(BRASIL, 2012)
Direito Ambiental 43

Assim, com base nas disposições apresentadas, podemos averiguar


que o conceito destinado para as áreas de preservação permanente
envolve muito mais do que apenas proteger e preservar vegetações e
biodiversidades em suas especificidades, pois engloba, também, aspectos
mais gerais e direcionados para a função ambiental como um todo, tendo
como finalidade proteger localidades consideradas importantes para a
conservação do meio ambiente e levando em conta aspectos como a
geografia e a geologia, bem como os impactos gerados à vida humana e
ao bem estar das comunidades.

Natureza Jurídica
No campo do saber jurídico, muitas vezes quando um conceito é
apresentado, a pergunta que surge em seguida faz menção à natureza
jurídica. Diante disso, com base nos seus conhecimentos gerais e no que
aprendemos até aqui, você entende qual é a natureza jurídica das áreas
de preservação permanente?

A resposta correta para a pergunta seria afirmar que as áreas de


preservação permanente apresentam natureza jurídica de limitação
administrativa, ou seja, se os espaços a serem protegidos forem
considerados como propriedade privada, então o Poder Público poderá
interferir com base na promoção do bem comum, afinal, como estudamos
até aqui o meio ambiente pertence a todos. Dessa forma, o proprietário do
espaço não possuirá direito a indenização.

Delimitações das Áreas de Preservação Permanente


É importante salientar, ainda, que os limites estabelecidos para
as áreas de proteção permanente não são os mesmos para todas as
localidades. As faixas de terra a serem preservadas mudam a depender
da sua localização, em outras palavras, as áreas que precisam ser
preservadas nas margens dos cursos d’água são um fator, à medida que
o espaço a ser preservado em nascentes é outro.
44 Direito Ambiental

Nesse sentido, o Código Florestal, em seu capítulo II, destina um


espaço específico para apresentar as disposições relativas às áreas de
preservação permanente, sendo que, já na primeira seção, esclarece as
delimitações legais dos espaços em questão.

Desta feita, o artigo 4º da legislação em análise considera áreas


de preservação, em zonas urbanas ou rurais, segundo o seu inciso I e
respectivas alíneas, nos seguintes termos:
I - as faixas marginais de qualquer curso d’água natural
perene e intermitente, excluídos os efêmeros, desde a
borda da calha do leito regular, em largura mínima de:
(Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012). (Vide ADIN nº 4.903)

a) 30 (trinta) metros, para os cursos d’água de menos de 10


(dez) metros de largura;

b) 50 (cinquenta) metros, para os cursos d’água que


tenham de 10 (dez) a 50 (cinquenta) metros de largura;

c) 100 (cem) metros, para os cursos d’água que tenham de


50 (cinquenta) a 200 (duzentos) metros de largura;

d) 200 (duzentos) metros, para os cursos d’água que


tenham de 200 (duzentos) a 600 (seiscentos) metros de
largura;

e) 500 (quinhentos) metros, para os cursos d’água que


tenham largura superior a 600 (seiscentos) metros.
(BRASIL, 2012)

Além disso, o Código Florestal também considera como área de


preservação permanente as florestas, assim como outras formas de
vegetação natural, como pode ser visto nos demais incisos e alíneas
presentes no supramencionado artigo 4º:
II - as áreas no entorno dos lagos e lagoas naturais, em
faixa com largura mínima de:

a) 100 (cem) metros, em zonas rurais, exceto para o corpo


d’água com até 20 (vinte) hectares de superfície, cuja faixa
marginal será de 50 (cinquenta) metros;

b) 30 (trinta) metros, em zonas urbanas;

III - as áreas no entorno dos reservatórios d’água artificiais,


decorrentes de barramento ou represamento de cursos
d’água naturais, na faixa definida na licença ambiental do
empreendimento; (Incluído pela Lei nº 12.727, de 2012).
(Vide ADC Nº 42) (Vide ADIN nº 4.903).
Direito Ambiental 45

IV - as áreas no entorno das nascentes e dos olhos d’água


perenes, qualquer que seja sua situação topográfica, no
raio mínimo de 50 (cinquenta) metros; (Redação dada pela
Lei nº 12.727, de 2012). (Vide ADIN nº 4.903).

V - as encostas ou partes destas com declividade superior


a 45º, equivalente a 100% (cem por cento) na linha de maior
declive;

VI - as restingas, como fixadoras de dunas ou


estabilizadoras de mangues;

VII - os manguezais, em toda a sua extensão;

VIII - as bordas dos tabuleiros ou chapadas, até a linha


de ruptura do relevo, em faixa nunca inferior a 100 (cem)
metros em projeções horizontais;

IX - no topo de morros, montes, montanhas e serras, com


altura mínima de 100 (cem) metros e inclinação média
maior que 25º , as áreas delimitadas a partir da curva de
nível correspondente a 2/3 (dois terços) da altura mínima
da elevação sempre em relação à base, sendo esta
definida pelo plano horizontal determinado por planície ou
espelho d’água adjacente ou, nos relevos ondulados, pela
cota do ponto de sela mais próximo da elevação;

X - as áreas em altitude superior a 1.800 (mil e oitocentos)


metros, qualquer que seja a vegetação;

XI - em veredas, a faixa marginal, em projeção horizontal,


com largura mínima de 50 (cinquenta) metros, a partir
do espaço permanentemente brejoso e encharcado.
(Redação dada pela Lei nº 12.727, de 2012) (BRASIL, 2012)

É importante, ainda, salientar que não poderá ser compreendida


como área de preservação permanente aqueles espaços que se localizam
próximo de reservatórios artificiais de água, quando esses não resultarem
de barramento ou represamento de águas naturais.

Diante disso, destaca-se a necessidade e a preocupação que o


Código Florestal apresenta quanto à proteção daquilo que é natural e
não entendido como meio ambiente em razão da criação ou intervenção
humana. Em outras palavras, as áreas só serão protegidas quando em
espaços virgens, em que não se verifique a presença de áreas desmatadas
ou com algum tipo de construção promovida pelo homem.
46 Direito Ambiental

Ressalta-se, também, que a Lei nº 12.651/2012 foi responsável por


trazer diversas inovações e ampliações, tanto para o Código Florestal
como também para as áreas de preservação permanente, tendo em
vista que foi a partir dessa lei que as demarcações transcritas acimas
começaram a ser medidas desde a borda da calha do leito regular, já
que anteriormente essa medição acontecia com base no período da cheia
sazonal, de forma que a extensão da área a ser protegida acabava sendo
menor.

Uma outra modificação importante faz referência à classificação


dos manguezais, pois, com base no antigo Código Florestal, apenas as
restingas incumbidas de estabilizar os mangues eram consideradas dignas
de proteção. Com a entrada em vigor da lei que estamos estudando, o
cenário foi modificado e os manguezais passaram a ser considerados
como APP.

Além disso, outra implementação digna de destaque faz menção


à inserção de proteções destinadas a campos e espaços específicos
das vegetações existentes no território brasileiro. Com base nisso, as
veredas que se fazem presentes no Cerrado, em meio às florestas-
galerias, passaram a ser entendidas também como área de preservação
permanente.

Existem ainda outros tipos de espaço que podem ser considerados


como áreas de preservação permanente, sendo que essas serão criadas
por meio de determinação por parte da Administração Pública, por
meio de decisão que pode ser tomada em âmbito federal, estadual ou
municipal. Precisa-se levar em consideração, também, os aspectos
específicos relativos a cada caso concreto. Nesse sentido, o artigo 6º do
Novo Código Florestal determina que:
Art. 6º Consideram-se, ainda, de preservação permanente,
quando declaradas de interesse social por ato do Chefe
do Poder Executivo, as áreas cobertas com florestas ou
outras formas de vegetação destinadas a uma ou mais das
seguintes finalidades:

I - conter a erosão do solo e mitigar riscos de enchentes e


deslizamentos de terra e de rocha;

II - proteger as restingas ou veredas;


Direito Ambiental 47

III - proteger várzeas;

IV - abrigar exemplares da fauna ou da flora ameaçados


de extinção;

V - proteger sítios de excepcional beleza ou de valor


científico, cultural ou histórico;

VI - formar faixas de proteção ao longo de rodovias e


ferrovias;

VII - assegurar condições de bem-estar público;

VIII - auxiliar a defesa do território nacional, a critério das


autoridades militares.

IX - proteger áreas úmidas, especialmente as de


importância internacional. (Incluído pela Lei nº 12.727, de
2012) (BRASIL, 2012)

Proteção e Supressão das Áreas de Preservação


Permanente
Querido aluno, até aqui aprendemos aquilo que pode ser entendido
como área de preservação permanente e as suas delimitações. Com esse
conhecimento, podemos afirmar o caráter altamente protetivo que o
Código Florestal possui acerca desses espaços. Em razão disso, a seção
II, capítulo I da Lei nº 12.651 de 2012 apresenta como foco o regime de
proteção destinado às áreas de preservação permanente.

A supressão, seja ela parcial ou total, das áreas de preservação


permanente será permitida nos casos em que houver consonância com
a lei e/ou com o Código Florestal, devendo também existir autorização
prévia por parte do Poder Executivo Federal nas situações em que
houver necessidade de execução de obras, planos, atividades ou projetos
que atendam o bem comum e o interesse social. Em outras palavras, a
supressão das áreas de preservação permanente só será permitida quando
motivada pela utilidade pública, já que o meio ambiente é de todos.

Nesse sentido, a intervenção e a supressão, em conformidade


com o artigo 8º da Lei nº 12.651 de 2012, a intervenção e/ou a supressão
da vegetação só poderão ocorrer em favor da utilidade pública e do
interesse social, levando em consideração o impacto ambiental que
será promovido, pois, nos casos em que esse for considerado elevado, a
permissão para intervenção e a supressão não será concedida.
48 Direito Ambiental

SAIBA MAIS:

Para compreender melhor e até mesmo revisar o conteúdo


relativo às áreas de preservação ambiental, assim como
o conteúdo relativo à proteção fornecida pelo Código
Florestal é preciso que você leia a Lei nº 12.651/2012 em
sua íntegra. O referido documento pode acessado aqui.

RESUMINDO:

E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu mesmo


tudinho? Agora, só para termos certeza de que você
realmente entendeu o tema de estudo deste capítulo,
vamos resumir tudo o que vimos. Você deve ter aprendido
que as áreas de preservação ambiental apresentam como
objetivo resguardar a natureza em seus aspectos originais,
ou seja, são voltadas para aqueles espaços em que o ser
humano não interferiu ou alterou de alguma forma. Assim,
é importante essa preservação, pois algumas vegetações e
biomas existem apenas em regiões específicas do mundo,
e sua modificação pode promover danos irreversíveis. Além
disso, as mudanças em questão alteram a natureza em
vários aspectos que podem impactar não só as gerações
atuais, como também as futuras. Também pudemos
aprender que o Novo Código Florestal entrou em vigor a
partir da Lei nº 12.651/2012, que é uma das leis consideradas
mais importantes quando o assunto em pauta é a proteção,
a preservação, a manutenção e a restauração do meio
ambiente.
Direito Ambiental 49

REFERÊNCIAS
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Nacional de Recursos Hídricos, cria o Sistema Nacional de Gerenciamento
de Recursos Hídricos, regulamenta o inciso XIX do art. 21 da Constituição
Federal, e altera o art. 1º da Lei nº 8.001, de 13 de março de 1990, que
modificou a Lei nº 7.990, de 28 de dezembro de 1989. Brasília, DF:
Presidência da República, [2010]. Disponível em: http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/LEIS/L9433.htm. Acesso em: 1 abr. 2020.

BRASIL. Lei nº 12.651, de 25 de maio de 2012. Dispõe sobre a


proteção da vegetação nativa; altera as Leis nºs 6.938, de 31 de agosto
de 1981, 9.393, de 19 de dezembro de 1996, e 11.428, de 22 de dezembro
de 2006; revoga as Leis nºs 4.771, de 15 de setembro de 1965, e 7.754, de
14 de abril de 1989, e a Medida Provisória nº 2.166-67, de 24 de agosto
de 2001; e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República.
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2012/
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