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SISTEMA DE SAÚDE

E ORGANIZAÇÃO DA
ATENÇÃO BÁSICA: SAÚDE DA
MULHER, DA CRIANÇA, E DO
ADOLESCENTE
Unidade 4
Atenção básica à
saúde da família
Diretor Executivo

DAVID LIRA STEPHEN BARROS

Gerente Editorial

ALESSANDRA FERREIRA

Projeto Gráfico

TIAGO DA ROCHA

Autoria

BRUNA SUDRÉ
Bruna Sudré
AUTORIA

Sou graduada em nutrição e mestre em ciência e tecnologia


de alimentos, com experiência técnico-profissional na área
de docência e tutoria EAD. Sou apaixonada pelo que faço e
adoro transmitir minha experiência de vida àqueles que estão
iniciando em suas profissões. Por isso fui convidada pela Editora
Telesapiens a integrar seu elenco de autores independentes.
Estou muito feliz em poder ajudar você nesta fase de muito
estudo e trabalho. Conte comigo!
Unidade 4

4 SISTEMA DE SAÚDE E ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA


Esses ícones irão aparecer em sua trilha de aprendizagem toda vez que:

ÍCONES
Para o início do
Houver necessidade
desenvolvimento
de apresentar um
de uma nova
novo conceito.
OBJETIVO competência. DEFINIÇÃO

Quando necessárias
As observações
observações ou
escritas tiveram que
complementações
ser priorizadas para
para o seu
NOTA IMPORTANTE você.
conhecimento.

Curiosidades e
Algo precisa ser indagações lúdicas

Unidade 4
melhor explicado ou sobre o tema em
EXPLICANDO detalhado. estudo, se forem
MELHOR VOCÊ SABIA?
necessárias.

Textos, referências Se for preciso acessar


bibliográficas um ou mais sites
e links para para fazer download,
aprofundamento do assistir vídeos, ler
SAIBA MAIS ACESSE
seu conhecimento. textos, ouvir podcast.

Se houver a
necessidade de Quando for preciso
chamar a atenção fazer um resumo
sobre algo a acumulativo das
REFLITA ser refletido ou RESUMINDO últimas abordagens.
discutido.

Quando alguma Quando uma


atividade de competência for
autoaprendizagem concluída e questões
ATIVIDADES for aplicada. TESTANDO forem explicadas.

SISTEMA DE SAÚDE E ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA 5


Membros da equipe de saúde e da família ........................... 10
SUMÁRIO

A Estratégia Saúde da Família.......................................................................... 10

Atribuições dos profissionais da Estratégia Saúde da Família................... 12

Principais ações da ESF para crianças............................................................ 15

Principais ações da ESF para adolescentes................................................... 17

Linha de cuidado da saúde da criança na atenção primária...................... 19

Promoção e proteção do crescimento e desenvolvimento


infantil....................................................................................... 21
Crescimento e desenvolvimento..................................................................... 21

Noções gerais de crescimento e desenvolvimento...................................... 22

Crescimento......................................................................................................... 24
Unidade 4

Avaliação do crescimento................................................................... 24

Condutas recomendadas para desvios no crescimento.............. 26

Desenvolvimento................................................................................................ 28

Acompanhamento e avaliação do desenvolvimento..................... 29

Distúrbios no desenvolvimento......................................................... 30

Ações da clínica e do cuidado nos principais agravos da saúde


da criança e do adolescente.................................................... 33
Principais agravos na infância.......................................................................... 33

Violência................................................................................................. 33

Icterícia................................................................................................... 35

Distúrbios gastrointestinais............................................................... 36

Agravos nutricionais............................................................................ 37

Agravos respiratórios.......................................................................... 37

Adolescência........................................................................................................ 38

Principais agravos na adolescência.................................................. 38

6 SISTEMA DE SAÚDE E ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA


Obesidade............................................................................... 38

Anorexia.................................................................................. 39

Bulimia..................................................................................... 40

Saúde bucal ........................................................................... 41

Gravidez na adolescência.................................................... 41

Bullying na adolescência...................................................... 42

Atenção integrada às doenças prevalentes na infância...... 44


Atenção integrada às doenças prevalentes na infância.............................. 46

Metodologia de atendimento........................................................................... 48

Unidade 4

SISTEMA DE SAÚDE E ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA 7


Olá, aluno!
APRESENTAÇÃO

Daremos início à unidade 04! Discutiremos questões


relativas ao papel dos membros de equipe da saúde e da
família no planejamento de ações, avaliação de riscos da
criança e do adolescente, promoção e proteção do crescimento
e desenvolvimento infantil, ações sobre os principais agravos
da saúde da criança e do adolescente e, por fim, falaremos da
atenção integrada às doenças prevalentes na infância.

Cada um desses temas é de extrema importância para


entendermos a realidade brasileira em relação às crianças e aos
jovens.

Há muito que ser discutido e apresentado sobre esse


Unidade 4

assunto, que comporá parte do seu trabalho em campo.

Sugiro, para maior compreensão das temáticas, que você


analise os esquemas, reflita sobre a leitura e visite as indicações
para ampliar seus conhecimentos.

Interessante, não é? Ao longo desta unidade letiva, você vai


mergulhar nesse universo!

Bons estudos!

8 SISTEMA DE SAÚDE E ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA


Olá. Seja muito bem-vindo à Unidade 4. Nosso objetivo é
auxiliar você no desenvolvimento das seguintes competências

OBJETIVOS
profissionais até o término desta etapa de estudos:

1. Identificar o papel dos membros da equipe de Saúde da


Família no planejamento de ações e avaliação de riscos
em saúde da criança e do adolescente.

2. Interpretar a promoção e proteção do crescimento e


desenvolvimento infantil.

3. Identificar as ações da clínica e do cuidado nos principais


agravos da saúde da Criança e do Adolescente.

4. Explicar sobre a atenção integrada às doenças


prevalentes na infância (AIDPI).

Unidade 4
Então? Preparado para uma viagem sem volta rumo ao
conhecimento? Ao trabalho!

SISTEMA DE SAÚDE E ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA 9


Membros da equipe de saúde
e da família
Ao término deste capítulo, você será capaz de
entender o papel dos membros da equipe de saúde
e da família no planejamento de ações e avaliação
OBJETIVO de risco em saúde da criança e do adolescente!
Isso será fundamental para o exercício de sua
profissão. E então? Motivado para desenvolver
essa competência? Então vamos lá. Avante!

A Estratégia Saúde da Família


A Atenção Básica, especialmente a Estratégia Saúde da
Unidade 4

Família (ESF), precisa de diretrizes que apoiem as diversas


atividades a ela relacionadas.

A ESF é uma unidade de saúde pública destinada a atuar


de forma contínua na atenção básica. Ela é composta por uma
equipe multiprofissional que desenvolve diversas atividades,
como a promoção, recuperação e proteção.

Fazem parte de cada equipe: um médico, um enfermeiro,


dois auxiliares de enfermagem, cinco a seis agentes comunitários
de saúde (ACS), bem como equipes de saúde bucal compostas
por cirurgião-dentista, auxiliar e técnico de saúde bucal.

10 SISTEMA DE SAÚDE E ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA


Figura 1 - Equipe de atenção à saúde

Unidade 4
Fonte: Freepik .

A atenção básica é a principal porta de entrada do sistema


de saúde, em que se inicia com o acolhimento e a oferta da
resolução dos problemas de saúde da população, reduzindo,
assim, os sofrimentos das pessoas e garantindo saúde na sua
integralidade (BRASIL, 2011). Para que ocorra o acesso à saúde
de forma integral, é preciso realizarmos o trabalho em equipe,
somando os conhecimentos.
Tabela 1 - Composição da ESF

Médico

Agente comunitário de saúde

Composição da ESF Enfermeiro

Equipe de saúde bucal

Auxiliar de enfermagem

Fonte: Adaptado de Figueiredo (2015).

SISTEMA DE SAÚDE E ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA 11


Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos
o acesso à seguinte fonte de consulta e
aprofundamento: “Estratégia saúde da família”,
SAIBA MAIS acessível aqui .

Atribuições dos profissionais da


Estratégia Saúde da Família
Neste tópico, veremos as atribuições dos funcionários da
ESF. Estes são extremamente importantes para a promoção
da saúde, pois participam de diversos processos, como o de
territorialização, em que irão identificar pessoas em situação
de vulnerabilidade ou risco, buscando sempre ativamente e
Unidade 4

registrando/cadastrando as famílias, além de notificar as doenças


e os agravos de notificação compulsória.

É importante destacarmos que a atenção ao paciente com


objetivo de promover a saúde na sua integralidade deve ocorrer
não apenas na unidade de saúde, mas também no domicílio das
pessoas, e em locais onde for necessária para garantir a saúde
(BRASIL, 2011).

A seguir, conheceremos um pouco sobre cada uma das


funções dos funcionários que compõem e integram as equipes
da ESF, de acordo com Brasil (2011) e Figueiredo (2015).

• Enfermeiro: atender a saúde dos indivíduos e


das famílias cadastradas, realizando consulta de
enfermagem, procedimentos, atividades em grupo e,
conforme protocolos, solicitar exames complementares,
prescrever medicações e gerenciar insumos e
encaminhar usuários a outros serviços. Cabem a ele
também as atividades de educação permanente da
equipe de enfermagem, bem como o gerenciamento

12 SISTEMA DE SAÚDE E ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA


e a avaliação das atividades da equipe, de maneira
particular do agente comunitário de saúde (ACS), que
ocupa, na ESF, papel fundamental para a manutenção
do vínculo entre os usuários e a Unidade de Saúde.

• Médicos: o médico é um profissional que se ocupa


da saúde humana, promovendo saúde, prevenindo,
diagnosticando e tratando doenças, com competência
e resolutividade, responsabilizando-se pelo
acompanhamento do plano terapêutico do usuário.
Para que possa atender à demanda dos indivíduos
sob sua responsabilidade, deve realizar atividades
programadas e de atenção à demanda espontânea, de
forma compartilhada, consultas clínicas e pequenos
procedimentos cirúrgicos, quando indicado na Unidade

Unidade 4
de Saúde, no domicílio ou em espaços comunitários,
responsabilizando-se pela internação hospitalar ou
domiciliar e pelo acompanhamento do usuário.

• Agente Comunitário de Saúde (ACS): exerce o papel


de “elo” entre a equipe e a comunidade, devendo
residir na área de atuação da equipe, vivenciando o
cotidiano das famílias/indivíduo/comunidade com
mais intensidade em relação aos outros profissionais.
A esse profissional cabe cadastrar todas as pessoas
do território, mantendo esses cadastros sempre
atualizados, orientando as famílias quanto à utilização
dos serviços de saúde disponíveis. Deve acompanhá-
las, por meio de visitas domiciliarias e ações educativas
individuais e coletivas, buscando sempre a integração
entre a equipe de saúde e a população adstrita à UBS.

• Técnico e auxiliar de enfermagem: cabe a ele, sob


a supervisão do enfermeiro, realizar procedimentos
regulamentados no exercício de sua profissão tanto

SISTEMA DE SAÚDE E ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA 13


na Unidade de Saúde quanto em domicílio e em
outros espaços da comunidade, educação em saúde e
educação permanente.
Figura 2 - Atuação de uma enfermeira em parceria com uma auxiliar de enfermagem
Unidade 4

Fonte: Freepik .

• Cirurgião-dentista: a ele cabe, em ação conjunta


com o técnico em saúde bucal (TSB), definir o perfil
epidemiológico da população para o planejamento e a
programação em saúde bucal, a fim de oferecer atenção
individual e atenção coletiva voltadas à promoção da
saúde e à prevenção de doenças bucais, de forma
integral e resolutiva.

As equipes de estratégia da saúde e da família devem estar


em constante acompanhamento dos indicadores de saúde,
nas mais diversas áreas. Dessa forma, as equipes devem estar
preparadas para:

14 SISTEMA DE SAÚDE E ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA


• Conhecer a realidade das famílias da sua região
abrangente.

• Desenvolver processos educativos para a saúde,


voltados à melhoria do autocuidado dos indivíduos.

• Identificar os problemas de saúde prevalentes e


situações de risco às quais a população está exposta.

• Elaborar um plano local de enfrentamento dos


determinantes de saúde/doença, juntamente com a
comunidade.

• Resolver os principais problemas detectados por meio da


utilização do sistema de referência e contrarreferência.

• Promover ações para o enfrentamento dos problemas

Unidade 4
identificados.

• Prestar assistência integral, de forma contínua e


racionalizada à demanda organizada ou espontânea,
com ênfase nas ações de promoção à saúde.
(FIGUEIREDO,2015, on-line)

Principais ações da ESF para


crianças
Quando se trata de crianças e adolescentes, a Estratégia
Saúde da Família deve exercer algumas ações, como estas
listadas abaixo.

1. Realizar o acolhimento tanto do bebê quanto de sua


família.

2. Realizar a triagem neonatal, que compreende: o teste


da orelhinha, teste do olhinho e teste do pezinho.

SISTEMA DE SAÚDE E ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA 15


Os testes do pezinho, olhinho e orelhinha são
essenciais para diagnosticar e identificar as
mais diversas doenças antes mesmo que elas
ACESSE se desenvolvam e possam causar ainda mais
danos ao bebê. Entre essas doenças, destacam-
se a fenilcetonúria, hipotireoidismo congênito,
deficiência de biotinidase, hemoglobinopatias,
fibrose cística, doenças falciformes, entre outras.
Para conhecer mais detalhes e explicações sobre
esses testes e sua importância para a saúde infantil
por meio de um processo chamado de “triagem
neonatal”, acesse o vídeo disponível aqui .

3. Efetuar ações visando à promoção, à proteção além do apoio


ao aleitamento materno e a uma alimentação saudável.
Unidade 4

4. Realizar grupos de puericultura.

5. Acompanhar o crescimento e desenvolvimento da criança.

6. Realizar vacinações.

7. Realizar ações de prevenção à anemia por deficiência


de ferro.
Figura 3 - Exame para detecção de anemia

Fonte: Freepik .

16 SISTEMA DE SAÚDE E ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA


8. Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância
(AIDPI).

9. Acompanhamento de crianças com doenças como


asma, rinite, anemia falciforme, febre reumática e
câncer.

10. Prevenir a violência e acompanhar as crianças e suas


famílias em situação de violências.

11. Vigilância da mortalidade infantil e fetal.

12. Acompanhamento da Saúde da Criança pela Equipe


Técnica e, se necessário, por Equipe Multidisciplinar.

Puericultura é a área da saúde que se dedica


ao estudo dos cuidados com o ser humano em

Unidade 4
desenvolvimento, mais especificamente com o
DEFINIÇÃO acompanhamento do desenvolvimento infantil.

Principais ações da ESF para


adolescentes
Assim como para as crianças, a Estratégia Saúde da Família
desenvolve uma série de ações voltadas para os adolescentes,
como:

• Acompanhamento da saúde do adolescente pela


equipe da saúde da família.

• Organização de grupos de educação em saúde,


envolvendo diversos assuntos, como prevenção,
mudanças fisiológicas, direitos sexuais e reprodutivos,
métodos de contracepção sexual, doenças sexualmente
transmissíveis.

• Orientação em relação à vacinação.

SISTEMA DE SAÚDE E ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA 17


• Orientação e acompanhamento de saúde mental.

• Orientação sobre cuidados com a saúde bucal.

• Testes para doenças sexualmente transmissíveis.

Nos casos dos cuidados voltados para os adolescentes,


ressaltamos que estes não precisam ser realizados apenas
nas Unidades Básicas de Saúde (UBS), podendo também ser
realizados em parceria com as escolas. Sendo assim, pode-se
acompanhar cada vez mais de perto cada um dos alunos, seu
desenvolvimento e suas necessidades.

Assim, o Ministério da Saúde recomenda que as equipes


responsáveis por esse grupo de jovens possam estar sempre
em contato com as respectivas unidades escolares, elaborando
Unidade 4

estratégias para coleta de informações sobre os jovens


relacionadas à sua saúde, ao registro de vacinação, a possíveis
alergias e problemas de saúde, condições socioeconômicas e
sociodemográficas.

A partir desses dados, é possível que se monte e estruture


a chamada Caderneta de Saúde do Adolescente, que vai guiar os
atendimentos locais e delimitar as principais ações e necessidades
da comunidade.

Além disso, precisamos determinar que existem importantes


direitos dos adolescentes a serem observados pelas equipes,
tanto de saúde como da própria escola, quais sejam:

• Garantir a privacidade do adolescente durante o


atendimento.

• Garantia de sigilo e confidencialidade dos dados


apresentados durante o atendimento ou recolhidos
pelos responsáveis.

18 SISTEMA DE SAÚDE E ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA


• O adolescente tem o direito tanto de consentir como
também de recusar ser atendido.

• O adolescente tem o direito de ser atendido sem a


autorização, bem como desacompanhado de seus pais
ou responsáveis.

• O adolescente tem direito de ter acesso às informações


e aos dados relacionados ao seu estado de saúde.

Linha de cuidado da saúde da


criança na atenção primária
O cuidado na atenção básica envolve o atendimento da
população, a partir do aporte das vulnerabilidades e necessidades

Unidade 4
da comunidade. A linha de cuidado deve ter uma visão de rede,
integrando todas as ações da unidade básica, porém sem deixar
de lado as necessidades específicas de cada nível, objetivando
atender a coletividade.

A linha de cuidado da saúde da criança deve envolver


ações de vários setores, sempre buscando a qualidade de vida
bem como a capacidade de autocuidado do usuário, da família
e da comunidade, que, ao mesmo tempo que têm dificuldades,
apresenta potencialidades de resolução das necessidades em
saúde.

Baseada nesses fatos, a Linha de Cuidado da Saúde da


Criança apresenta um fluxo assistencial seguro tanto para
as crianças quanto para suas famílias, garantindo, assim, a
acessibilidade à rede de saúde de acordo com as necessidades
da população, sendo esta a linha de cuidado da saúde da criança
na atenção primária.

SISTEMA DE SAÚDE E ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA 19


E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de
que você realmente entendeu o tema de estudo
RESUMINDO deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos.
Você deve ter aprendido que o papel dos membros
da equipe de saúde e da família no planejamento
de ações e avaliação de risco em saúde da criança
e do adolescente é extremamente importante.
A ESF desenvolve várias ações voltadas tanto
para a criança desde o seu nascimento quanto
para o adolescente, visando sempre garantir a
saúde, além de monitorá-la. Você também deve
ter aprendido que a ESF é uma unidade de saúde
pública destinada a atuar de forma contínua na
atenção básica e é composta por uma equipe
multiprofissional que desenvolve diversas
Unidade 4

atividades de promoção, recuperação e proteção.


Cada equipe de ESF é composta por: médico,
enfermeiro, auxiliares de enfermagem, agentes
comunitários de saúde (ACS), bem como equipe de
saúde bucal. Essa equipe tem papel fundamental
na saúde da criança, prestando assistência e
garantindo a sua saúde!
Interessante, não é? Vamos para o próximo
capítulo!

20 SISTEMA DE SAÚDE E ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA


Promoção e proteção
do crescimento e
desenvolvimento infantil
Ao término deste capítulo, você entenderá
um pouco sobre a promoção e a proteção do
crescimento e desenvolvimento infantil! Motivado
OBJETIVO para desenvolver essa competência? Então vamos
lá. Avante!

Crescimento e desenvolvimento
Tanto o crescimento quanto o desenvolvimento infantil são os
principais indicadores das condições de saúde. Esses indicadores

Unidade 4
são sensíveis a questões socioeconômicas, remetendo-nos a
questões importantes a respeito do desenvolvimento infantil.

Indicadores são medidas-síntese que contêm


informação relevante sobre determinados
atributos e dimensões do estado de saúde, bem
DEFINIÇÃO como do desempenho do sistema de saúde.

O Ministério da Saúde (MS) prioriza o acompanhamento do


crescimento e desenvolvimento, desde o nascimento do bebê
até completados 10 anos de idade. Esse acompanhamento se dá
por meio da atenção básica com consultas de puericultura, que
visam detectar alterações no crescimento e desenvolvimento da
criança e, assim, intervir, evitando complicações futuras (BRASIL,
2002).

Temos o crescimento como o aumento do tamanho


corporal, que cessa com o término do aumento da altura. A
avaliação do crescimento infantil se dá pela avaliação e pelo

SISTEMA DE SAÚDE E ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA 21


acompanhamento das medidas antropométricas, tais como:
perímetro cefálico, torácico, peso e estatura (BRASIL, 2002).
Figura 4 - Imagem ilustrativa sobre desenvolvimento e crescimento infantil
Unidade 4

Fonte: Freepik .

O ambiente em que vivemos interfere tanto no crescimento


quanto no crescimento e desenvolvimento da criança, por
isso a avaliação da criança deve ser sistemática e periódica
(HOCKENBERRY, 2011).

Noções gerais de crescimento e


desenvolvimento
Para entendermos o processo de crescimento e
desenvolvimento, é interessante definirmos alguns conceitos que
abrangem essas duas etapas e que serão de extrema importância
para sua atividade profissional, com base em Whaley e Wong
(1999).

• Crescimento: aumento no número das células à medida


que elas se dividem e sintetizam novas proteínas;

22 SISTEMA DE SAÚDE E ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA


resulta em tamanho e peso aumentados da totalidade
ou de qualquer uma das partes.

• Desenvolvimento: alteração e expansão gradual,


avanço a partir de estágios mais inferiores para os mais
avançados em complexidade.

• Maturação: processo pelo qual as células e as


estruturas iniciais são sistematicamente modificadas
e alteradas para alcançar as propriedades físicas e
químicas específicas e características.

De acordo com Brasil (2002), o crescimento e o


desenvolvimento infantil estão diretamente relacionados ao
acesso da família tanto a serviços quanto a ações de planejamento
familiar que lhes garantam o direito de livre decisão sobre o

Unidade 4
número de filhos.

Da mesma forma, as assistências durante todo o ciclo,


desde o pré-natal, bem como as medidas de promoção, proteção
e recuperação da saúde influenciarão diretamente na qualidade
da saúde das crianças.
Figura 5 - Análise do desenvolvimento cognitivo infantil

Fonte: Freepik .

SISTEMA DE SAÚDE E ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA 23


O Ministério da Saúde, pontua as principais influências que
o crescimento sofre. Elas são (BRASIL, 2002):

• Determinadas pelos fatores intrínsecos, ou seja,


relacionados ao metabolismo, aos problemas genéticos
e às malformações.

• Fatores extrínsecos também podem ser determinantes,


como a alimentação, a saúde, moradia, higiene, ente
outros.

Crescimento
Como vimos acima, o crescimento é um processo contínuo
que, na maioria das vezes, é medido pelo aumento da medida
Unidade 4

corporal e pode ser influenciado por fatores intrínsecos e


extrínsecos (BRASIL, 2002).

Acompanharmos o crescimento da criança, bem como seu


ganho de peso, possibilita-nos identificar, por meio de sinais de
subnutrição e obesidade, qual criança apresenta maior risco de
morbimortalidade (BRASIL, 2002; 2005).

Avaliação do crescimento

A monitorização do crescimento, bem como a vigilância


nutricional, tem como objetivo assegurar a saúde da criança,
identificando e tratando precocemente alterações encontradas.

Diversos estudos demonstram que a avaliação do estado


nutricional tem mais importância ao peso e ao IMC – índice de
massa corporal – do que a estatura em si. Estudos como Romani
e Lira (2004) relacionam o déficit de estatura ao quadro de
desnutrição no Brasil.

24 SISTEMA DE SAÚDE E ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA


O registro periódico do peso, IMC e estatura na caderneta
da criança é de extrema importância para o acompanhamento
do crescimento infantil. Para que uma criança seja classificada
com desvio nutricional, deve-se realizar uma avaliação das
características individuais, bem como do meio onde ela vive,
para que assim possamos intervir, tratando precocemente.

Como parâmetros para avaliação do crescimento infantil,


a caderneta de Saúde da Criança utiliza alguns gráficos, como:
índice de massa corporal (IMC) para a idade, perímetro cefálico,
comprimento/estatura para a idade e peso para a idade. O IMC
não era muito utilizado, porém sua inclusão possibilita que a
criança seja mais bem avaliada na sua relação peso/comprimento
e peso/altura.

Unidade 4
Figura 6 - Análise e cálculo do IMC infantil

Fonte: Freepik .

O parâmetro de avaliação peso por idade é muito importante,


pois mostra se a criança está com peso abaixo do recomendado

SISTEMA DE SAÚDE E ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA 25


para a sua idade, porém não mostra o comprometimento
da estatura. De acordo com Tanaka (2001), o índice de massa
corporal foi validado como um bom marcador de adiposidade e
sobrepeso.

O cálculo do IMC deverá ser realizado da mesma maneira


que para adultos, a partir da fórmula abaixo, porém com algumas
especificidades. Crianças menores de 2 anos deverão ser
mensuradas deitadas em superfície lisa; já as crianças maiores
de 2 anos deverão ser mensuradas em pé, e os dados devem ser
anotados na caderneta de saúde da criança.

Peso (kg)
IMC = ___________
Altura (m2)
Unidade 4

Condutas recomendadas para desvios


no crescimento
Há algumas condutas e orientações que devem ser seguidas
de acordo com os desvios, como o sobrepeso e a obesidade e
magreza.

• Sobrepeso ou obesidade: devemos seguir algumas


recomendações para as crianças que apresentam
sobrepeso e obesidade, verificando:

• A existência de erros alimentares, se a família se


alimenta de forma correta, além de orientar os pais e/
ou cuidadores a respeito de uma alimentação saudável.

26 SISTEMA DE SAÚDE E ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA


Figura 7 - Obesidade infantil

Unidade 4
Fonte: Freepik .

• Se as crianças estão praticando alguma atividade física


ou de lazer, se são incentivadas a praticar brincadeiras
ao ar livre, e não apenas ficar na frente da televisão e
de celulares.

• Magreza ou peso baixo para a idade para crianças


menores de 2 anos.

Para as crianças que apresentarem quadro de magreza ou


baixo peso, é necessário que algumas medidas sejam tomadas,
como:

• Identificar as principais causas do baixo peso, com


atenção especial para o desmame.

• Os pais e cuidadores devem ser bem orientados quanto


à alimentação complementar adequada para a idade.

SISTEMA DE SAÚDE E ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA 27


• Se necessário, a criança deve ser encaminhada para
um profissional ou para o NASF - Núcleo de Assistência
Familiar.

• Realizar o acompanhamento dessa criança,


preferencialmente em intervalos de 15 dias.

Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos


o acesso à seguinte fonte de consulta e
aprofundamento: “Saúde da criança: crescimento
SAIBA MAIS e desenvolvimento”, acessível aqui .

Desenvolvimento
Conceituar o termo “desenvolvimento” é muito difícil, pois
Unidade 4

é um conceito muito amplo que se refere a uma série contínua


de transformações, incluindo o crescimento, a maturação e o
aprendizado (RAPPAPORT, 1981).

O acompanhamento do desenvolvimento é fundamental


para atenção à saúde da criança, pois, dessa forma, podemos
promover a saúde, diagnosticar e tratar precocemente as doenças,
auxiliando, dessa forma, para uma boa qualidade de vida.

Como vimos anteriormente neste mesmo capítulo, tanto


o crescimento quanto o desenvolvimento são importantes
indicadores de saúde da criança. Acompanhar o desenvolvimento
da criança nos primeiros anos de vida é muito importante, pois
é nessa época que a criança tende a responder melhor aos
estímulos que recebe.

O desenvolvimento de uma criança sempre dependerá


de outras pessoas, que podem ser pais e familiares, amigos,
profissionais de saúde, coleguinhas de escola, entre outras.

28 SISTEMA DE SAÚDE E ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA


Acompanhamento e avaliação do
desenvolvimento
O acompanhamento e a avaliação do desenvolvimento
compreendem ações relacionadas à promoção do
desenvolvimento e à detecção de problemas. O acompanhamento
deve ser um processo contínuo e flexível.

Veremos abaixo como deverá ser o acompanhamento do


desenvolvimento das crianças.
Quadro 1 - Acompanhamento e avaliação do desenvolvimento - consulta

Unidade 4

Fonte: Brasil (2012).

SISTEMA DE SAÚDE E ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA 29


O acompanhamento do desenvolvimento da criança na
atenção básica tem como objetivo desenvolver a promoção,
proteção e, dessa forma, detecção precoce de possíveis situações
que necessitem de tratamento (BARROS, 2008).
Figura 8 - Relação mãe e filho durante consulta médica
Unidade 4

Fonte: Freepik .

Identificar problemas no desenvolvimento se faz necessário


para que a intervenção possa ser rápida e eficaz. Ao avaliar o
desenvolvimento de uma criança, também sempre devemos
levar em consideração as informações fornecidas pelas pessoas
que convivem com ela, como os pais, professores, cuidadores
etc. (MIRANDA; RESEGUE; FIGUIEIRAS, 2003; BARROS, 2008).

Distúrbios no desenvolvimento
O desenvolvimento infantil pode ser afetado por uma série
de patologias, que podem ser de causas (MIRANDA; RESEGUE;
FIGUIEIRAS, 2003; BARROS, 2008):

30 SISTEMA DE SAÚDE E ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA


• Genéticas: síndrome de Down.

• Ambientais: fatores familiares, sociais e de ambiente


físico.

• Biológicos: meningite, prematuridade.

Aquela criança que nasce prematura e/ou com baixo peso


tem mais chances de desenvolver uma série de alterações,
como: dificuldade de fala, atraso para andar, dificuldades de
aprendizagem etc. Porém, se bem assistida, essa criança, durante
os primeiros 24 meses de vida, pode evoluir para os padrões
normais.

O tratamento das crianças que apresentam distúrbios no


desenvolvimento dependerá da complexidade, podendo ser

Unidade 4
realizado individualmente ou em grupos. É primordial que os
pais estejam orientados sobre como lidar com seus filhos e como
contribuir para o seu desenvolvimento, bem como que entendam
a importância do desenvolvimento de seus filhos.

SISTEMA DE SAÚDE E ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA 31


E então? Gostou do que lhe mostramos?
Aprendeu mesmo tudinho? Agora, só para
termos certeza de que você realmente entendeu
RESUMINDO o tema de estudo deste capítulo, vamos resumir
tudo o que vimos. Você deve ter aprendido
um pouco a respeito da promoção e proteção
do crescimento e desenvolvimento infantil,
que ambos são os principais indicadores das
condições de saúde, que tanto o crescimento
quanto o desenvolvimento estão diretamente
relacionados ao acesso da família. A monitorização
do crescimento, bem como a vigilância nutricional,
tem como objetivo assegurar a saúde da criança,
identificando e tratando precocemente alterações
encontradas. Você também deve ter aprendido
que o acompanhamento do desenvolvimento é
Unidade 4

fundamental para a atenção à saúde da criança,


pois, dessa forma, podemos promover a saúde,
diagnosticar e tratar precocemente as doenças,
contribuindo, dessa forma, para uma boa
qualidade de vida.
Interessante, não é? Vamos para o próximo
capítulo!

32 SISTEMA DE SAÚDE E ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA


Ações da clínica e do cuidado
nos principais agravos da saúde
da criança e do adolescente
Ao término deste capítulo, você será capaz conhecer
as ações da clínica e do cuidado nos principais
agravos da saúde da criança e do adolescente!
OBJETIVO Isso será fundamental para o exercício de sua
profissão. E então? Motivado para desenvolver
essa competência? Então vamos lá. Avante!

Principais agravos na infância


Violência

Unidade 4
O acompanhamento da criança pelos profissionais de
saúde da atenção básica é extremamente importante para o
crescimento e desenvolvimento da criança, bem como para a
identificação de possíveis intercorrências.

Devemos ter bastante atenção para com crianças, pois elas


são vulneráveis e dependentes do auxílio e da atenção dos pais e
dos profissionais de saúde.

Os sinais de violência podem ser diferentes de acordo


com a idade da criança, e o importante é que o quanto mais
precoce a descoberta da situação de violência, menores serão
os danos para as crianças. A violência apresenta alguns sinais
que, independentemente da idade, podem ser indicativos de sua
ocorrência. São eles:

• Lesões não compatíveis com a idade da criança.

• Lesões com vários estágios de cicatrização.

• Lesões em locais escondidos no corpo.

SISTEMA DE SAÚDE E ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA 33


• Lesões que não podem ser explicadas pelo acidente
relatado.
Figura 9 - Violência infantil
Unidade 4

Fonte: Freepik .

Alguns sinais específicos também podem ser indicativos de


situações de violência, como:

• Fraturas.

• Lesões na cabeça.

• Lesões na pele.

• Lesões abdominais.

• Envenenamento e intoxicações.

34 SISTEMA DE SAÚDE E ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA


Você já deve saber, mas não custa relembrar, que
a violência contra a criança e o adolescente é crime
e deve sempre ser denunciada. Atualmente, essa
IMPORTANTE denúncia pode ser feita por meio do telefone 100
e pode ser efetuada por qualquer pessoa. Além de
a ligação ser gratuita, ela também é anônima. O
serviço de denúncia para esses casos é direcionado
ao Ministério da Justiça e funciona de segunda
a sexta, das 8 da manhã até as 22 horas. Além
disso, você também pode denunciar os casos de
violência e maus-tratos contra menores de idade
para o Conselho Tutelar local.

Icterícia

Unidade 4
A icterícia também é um agravo que ocorre na infância,
conhecida como icterícia neonatal. Esse agravo deve ser
identificado e tratado rapidamente, pois é uma situação grave
que requer extrema atenção.

A criança portadora de icterícia apresenta pele totalmente


amarela, o que se deve aos níveis de bilirrubina total sérica, que
passam de 5 mg/dL. São diversas as prováveis causas de icterícia,
como hemólise fisiológica ou patológica.

Atualmente, a principal forma de tratamento utilizada


para tratar as crianças que sofrem de icterícia é a utilização da
fototerapia, que vai tratar esse distúrbio por meio da absorção
de bilirrubina por fechos de luz ultravioleta.

SISTEMA DE SAÚDE E ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA 35


Figura 10 - Criança em tratamento contra icterícia
Unidade 4

Fonte: Freepik .

Distúrbios gastrointestinais
Os distúrbios gastrointestinais são agravos comuns em
crianças. As principais queixas são diarreia, constipação e
vômitos.

A doença diarreica aguda é uma das principais causas


de morbimortalidade na criança no Brasil, especialmente nas
crianças menores de 6 meses que não estão em aleitamento
materno exclusivo.

A diarreia ocorre devido à perda exacerbada de água


e eletrólitos nas fezes, levando ao aumento do volume e da
frequência das evacuações, além da redução da consistência das
fezes.

36 SISTEMA DE SAÚDE E ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA


Agravos nutricionais
Os agravos nutricionais são extremamente
preocupantes, pois os maus hábitos alimentares têm
aumentado tanto a obesidade quanto a desnutrição,
que pode ser oculta ou evidente (FUJIMORI, 2009).

A promoção da alimentação infantil deve ser efetivada por


profissionais de saúde, como os nutricionistas, explicando aos
pais e cuidadores a importância do aleitamento materno, e a
alimentação complementar no tempo certo, prevenindo, assim,
agravos relacionados à alimentação.

A alimentação complementar introduzida precocemente

Unidade 4
eleva o risco de diarreia e outras infecções, além de contribuir
para o desmame precoce, ocasionando prejuízo na absorção
de nutrientes importantes, particularmente do ferro (FUJIMORI,
2009). Os líquidos, quando introduzidos precocemente, também
podem ser prejudiciais para as crianças, pois podem levar a
deficiências nutricionais.

Agravos respiratórios
Os problemas respiratórios são agravos que acometem
as crianças, sendo um dos principais motivos de internação
em crianças menores de 5 anos. São as doenças frequentes
durante a infância, acometendo grande número de crianças,
independentemente do nível social.

De acordo com Sigaud (1996), os fatores de risco para


morbidade e mortalidade são: a baixa idade, baixa escolaridade
dos pais ou cuidadores, condições socioeconômicas precárias,
desnutrição e baixo peso, além de fatores ambientais, como a
poluição ambiental.

SISTEMA DE SAÚDE E ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA 37


Adolescência
De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente
(ECA), podem ser considerados adolescentes aqueles que estão
com idade entre 12 e 18 anos. A atenção à saúde do adolescente
é extremamente importante, bem como o estabelecimento de
políticas que visem à promoção da saúde do adolescente.

Ao atendermos um adolescente, devemos levar em conta


todas as variáveis, bem como o processo de crescimento,
desenvolvimento, seus agravos (sociais, físicos e psíquicos), para
que possamos identificar os fatores de risco e, assim, atenuá-los.

Principais agravos na adolescência


Unidade 4

Abaixo, destacaremos os principais agravos na adolescência,


que envolvem obesidade, distúrbios alimentares, violência,
saúde bucal e gravidez.

Obesidade

A obesidade é um distúrbio alimentar em que o adolescente


apresenta tecido adiposo localizado aumentado, provocando,
dessa forma, distúrbios genéticos. A obesidade é uma doença
que pode afetar todas as pessoas independentemente de classe
social. Ela possui diversos fatores, sendo de difícil tratamento.

Por estar tão disseminada no Brasil e no mundo, a obesidade


é um sério problema de saúde pública, sendo considerada pela
Organização Mundial da Saúde como uma epidemia.

Para avaliarmos, identificarmos e acompanharmos o


estado nutricional do adolescente com quadro de obesidade, há
diferentes formas de avaliação nutricional, como, por exemplo, o
IMC - Índice de Massa Corporal.

38 SISTEMA DE SAÚDE E ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA


Se não tratada, a obesidade pode levar a uma série de
graves consequências, como:

• Doenças cardiovasculares, hipertensão arterial,


dislipidemias, diabetes e alteração nos níveis hormonais.

• Problemas de autoestima, isolamento social, depressão


e dificuldade de aceitação pelo grupo.

É necessário que os profissionais de saúde orientem esses


adolescentes obesos e instruam os pais e responsáveis para que
possam mudar seus hábitos alimentares e adotar um estilo de
vida saudável.

Anorexia

Unidade 4
Anorexia é um distúrbio nutricional que consiste na perda
de apetite. Esse distúrbio atinge principalmente jovens do
sexo feminino com idade entre 13 e 17 anos. Essas meninas
apresentam um extremo medo de engordar e, com isso, vão
perdendo grande quantidade de peso, o que, em casos graves,
pode levar até à morte.

Essas adolescentes praticam dietas extremamente rígidas,


pois, mesmo magras, enxergam-se como gordas. Muitas vezes
ficam em jejum sem se alimentar por longos períodos, praticam
exercícios físicos com exagero e usam até mesmo medicamentos
como laxativos e diuréticos.

Ao buscar tratamento médico, a consulta deve levar em


conta que o adolescente não consegue expressar o que está
sentindo ou pensando. Esse adolescente também apresenta
uma baixa autoestima.

SISTEMA DE SAÚDE E ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA 39


Figura 11 - Imagem de adolescente com distúrbio de anorexia

Fonte: Freepik .

Bulimia
Unidade 4

Assim como a anorexia, a bulimia é um distúrbio nutricional


em que o adolescente tem uma imagem distorcida do corpo, e
a ingestão excessiva de alimentos é compensada com técnicas
de expurgo (vômitos, laxantes e diuréticos). Normalmente esses
adolescentes têm baixa autoestima, depressão vergonha e culpa.
Figura 12 - Jovem com transtorno de bulimia

Fonte: Freepik .

40 SISTEMA DE SAÚDE E ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA


Para conhecer um pouco mais sobre a bulimia,
anorexia, compulsão alimentar e diversos outros
transtornos alimentares bastante comuns em
ACESSE adolescentes, por um ponto de vista de saúde
mental e psicológica, acesse o vídeo neste link .

Saúde bucal

São de extrema importância estratégias de prevenção


dos principais agravos relacionados à saúde bucal, que possam
impedir o aparecimento de doenças.

Ressaltamos também que, durante a fase da adolescência,


os jovens são acometidos por problemas que podem acabar
refletindo na sua saúde bucal, como é o caso da ansiedade, que

Unidade 4
pode desencadear problemas como bruxismo, por exemplo.

Os principais agravos bucais a serem observados e


encaminhados para a equipe bucal são: cáries, aftas, gengivites,
problemas com mordidas, entre outras.

Outro fator importante que podemos ressaltar é que,


durante esse período da vida, a estética também é algo bastante
relevante para os adolescentes, de forma que é nessa época
que mais se busca por tratamentos dentários para realinhar
os dentes, utilização de aparelhos, clareamento dentário, entre
tantos outros procedimentos estéticos e que também fazem parte
daquilo que entendemos como procedimentos relacionados à
saúde bucal.

Gravidez na adolescência

A gravidez na adolescência é um fator preocupante no caso


de situação de risco. Quanto mais nova é a adolescente, mais as
consequências da gravidez serão agravadas, bem como situações

SISTEMA DE SAÚDE E ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA 41


relacionadas à aderência ao pré-natal, ao ganho correto de peso,
além de fatores psicológicos, culturais e socioeconômicos.

As adolescentes gestantes com idade inferior a 16 anos


precisam ser acompanhadas pelos serviços de referência devido
ao potencial de risco.

É necessário destacar que a gravidez na adolescência deve


ser vista e compreendida como um problema de saúde pública
em âmbito social, uma vez que envolve riscos tanto para a saúde
da mãe como para a saúde do bebê, uma vez que, em muitos
casos, a mãe não possui maturidade corporal suficiente para
gerar um filho de forma correta, segura e saudável.

Além disso, é preciso observar se essa gravidez não é fruto


Unidade 4

de abusos e violência sexual sofrida pela adolescente, uma vez


que essa também é uma faixa etária em que ocorre bastante
esse tipo de violência.

A Semana Nacional de Prevenção da Gravidez na


Adolescência passa a ser instituída por meio da Lei nº
13.798/2019, planejada para acontecer todo ano por volta do dia
1º de fevereiro, uma vez que se trata de uma data próxima do
carnaval e, portanto, propícia ao estimulo do uso da camisinha,
além da apresentação das mais diversas medidas para prevenir
a gravidez na adolescência, como medidas educativas sobre o
tema.

Bullying na adolescência

O bullying se inicia pela recusa de aceitação de alguma


diferença, independentemente de qual seja (peso, religião,
tamanho, cor, deficiências etc.). O bullying é responsável pelo
medo da vítima, que não sabe como agir (FANTE, 2005).

42 SISTEMA DE SAÚDE E ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA


Figura 13 - Bullying na adolescência

Fonte: Freepik .

É necessário novas estratégias, trabalhos com as crianças


e adolescentes, principalmente nas escolas, com o objetivo

Unidade 4
de conscientizar contra o bullying e mostrar que todos somos
diferentes, cada um tem sua peculiaridade, porém todos somos
seres humanos e merecemos respeito.
E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de
que você realmente entendeu o tema de estudo
RESUMINDO deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos.
Você deve ter aprendido sobre as principais ações
da clínica e do cuidado nos principais agravos da
saúde da criança e do adolescente, que os principais
agravos na infância são a violência, a icterícia, as
doenças gastrointestinais, os agravos nutricionais
e respiratórios. Já na adolescência, os principais
agravos são obesidade, distúrbios nutricionais,
violência e gravidez na adolescência. Você também
deve ter aprendido que os profissionais de saúde
têm extrema importância na ação contra esses
principais agravos que acometem tanto as crianças
quanto os adolescentes.
E, então? Gostou deste capítulo? Vamos para o
próximo?

SISTEMA DE SAÚDE E ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA 43


Atenção integrada às doenças
prevalentes na infância
Ao término deste capítulo, você será capaz
de conhecer um pouco a respeito da atenção
integrada às doenças prevalentes na infância!
OBJETIVO Isso será fundamental para o exercício de sua
profissão. E então? Motivado para desenvolver
essa competência? Então vamos lá. Avante!

A Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na Infância


– AIDPI é uma estratégia baseada em 3 pilares principais, quais
sejam:

• Capacitação dos recursos humanos necessários para


Unidade 4

prestar auxílio básico primário de atenção, de forma


a melhorar cada vez mais a qualidade da assistência
médica prestada pelas organizações de saúde presentes
no local.

• Promover uma reorganização do serviço básico de


saúde para adequá-lo às necessidades e perspectivas
da Atenção Integrada às Doenças Prevalentes na
Infância.

• Educação básica voltada para a atenção à saúde aplicada


às famílias e à comunidade como um todo, buscando
atender as demandas básicas e necessidades sociais
de todos, mas principalmente das crianças menores de
cinco anos.

44 SISTEMA DE SAÚDE E ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA


Figura 14 - Aleitamento materno

Unidade 4
Fonte: Freepik .

A AIDPI preconiza a promoção da saúde, a prevenção


e o tratamento dos problemas mais frequentes na infância,
acompanhando questões relacionadas a alimentação saudável,
aleitamento materno, crescimento e desenvolvimento e
vacinação. A Equipe de Saúde da Família (ESF) tem importante
papel para operacionalização da AIDPI.

A AIDPI é uma estratégia muito importante, porém só


pode ser efetiva se a família levar a criança doente no momento
oportuno a um profissional de saúde adequado.

É importante que as famílias sejam orientadas sempre sobre


qualquer alteração nas crianças que procurem o atendimento
médico, bem como orientadas a comparecer às consultas de
rotina e a sempre atentar-se à vacinação.

SISTEMA DE SAÚDE E ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA 45


Atenção integrada às doenças
prevalentes na infância
A AIDPI tem como objetivo identificar sinais clínicos
presentes nas crianças que possibilitem sua avaliação, bem como
realizar uma triagem rápida e eficaz, sempre encaminhando
para outros tratamentos quando necessário, ou seja, a AIDPI não
objetiva diagnosticar uma doença, mas sim identificar que há
algo de errado.

Para conhecer um pouco mais sobre a AIDPI,


sua organização, seus fundamentos, projetos e
principais ações, acesse o vídeo deste link .
ACESSE
Unidade 4

A AIDPI não contempla todas as doenças, porém descreve


as principais, além de explicar como deve ser o tratamento das
crianças que chegam ao serviço de saúde, independentemente
de ser a primeira consulta ou um retorno.

Nesse sentido, ressaltamos que a AIDPI se adapta às


principais doenças que atingem as crianças brasileiras, assim
como deve ser adaptada às normas do nosso país. Sendo assim,
esta deve observar todas as normas instituídas pelo Ministério
da Saúde, principalmente aquelas que tratem da promoção, da
prevenção e do tratamento infantil.

46 SISTEMA DE SAÚDE E ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA


Tabela 2 - Principais doenças infantis atendidas pela AIDPI

Problemas relacionados ao aleitamento materno

Diarreias

Infecções respiratórias agudas

Desnutrição

Malária

Doenças perinatais

Unidade 4
Anomalias congênitas

Fonte: Adaptado de Brasil (2002).

Por mais que os profissionais de saúde estudem muito,


tenham vasta experiência com as doenças comuns da infância e
recebam capacitação específica para cada doença, muitas vezes
a capacitação não é eficaz na sistematização da consulta clínica,
quando a criança apresenta vários problemas. Os profissionais
esbarram em inúmeras barreiras, como a limitação de tempo e
de recursos físicos e financeiros.

Os profissionais de saúde deverão utilizar procedimentos de


atenção integrada para que consigam avaliar de maneira rápida
e eficaz todos os sintomas e sinais que a criança apresenta, além
de classificar o quadro e adotar a conduta adequada.

O surgimento dessa organização está bastante atrelado a


um conceito já trabalhado anteriormente nos nossos estudos, o

SISTEMA DE SAÚDE E ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA 47


da Taxa de Mortalidade Infantil (TMI). Como pudemos observar,
a TMI tem seus índices mais altos até os cinco anos de idade da
criança e, por isso, o foco da AIDPI está justamente no tratamento
e na promoção da atenção básica para crianças dessa faixa etária.

Metodologia de atendimento
A metodologia de procedimentos a serem adotados pelos
profissionais de saúde a partir do momento que uma criança dá
entrada na unidade básica de saúde pode ser verificada abaixo:

1. Avaliar a criança doente.

2. Classificar a doença.

3. Identificar o tratamento.
Unidade 4

4. Tratar a criança.

5. Aconselhar a mãe ou o acompanhante.

6. Atenção à criança de 1 semana a 2 meses de idade.

7. Consulta de retorno.

Avaliar a criança significa que, por meio de perguntas


e exame físico completo, o histórico da criança poderá ser
preparado. Após examinar a criança, devemos classificar a
doença, ou seja, determinar sua gravidade e, de acordo com essa
classificação, identificar qual o tratamento adequado, incluindo
a prescrição de medicamentos e outros tratamentos a serem
administrados no domicílio, bem como as recomendações às
mães para realizá-los bem.

Uma etapa muito importante é o aconselhamento dos


pais ou tutores, momento em que eles devem ser instruídos a
respeito da alimentação e dos cuidados com as crianças.

48 SISTEMA DE SAÚDE E ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA


Figura 15 - Exame para diagnóstico infantil

Unidade 4
Fonte: Freepik .

Quando nos referimos a crianças de 1 semana a 2 meses de


idade, a conduta é um pouco diferente da citada anteriormente
para crianças de mais idade. Nesse caso, ela envolve ações de
avaliação, tratamento e a aconselhamento dos responsáveis.

A AIDPI é uma estratégia direcionada para o atendimento


em nível primário. É apresentada em uma série de quadros
que mostram a sequência e a forma dos procedimentos a
serem adotados pelos profissionais de saúde, focando as
principais doenças, como a pneumonia, diarreia, otite, doença
febril, anemia e desnutrição, além de fatores nutricionais e da
promoção ao aleitamento materno e vacinação, bem como o
acompanhamento do crescimento e desenvolvimento.

A estratégia da AIDPI utiliza sinais e sintomas que


apresentam uma boa relação de sensibilidade e especificidade.
A AIDPI apresenta alguns pilares de estratégia, que são:

SISTEMA DE SAÚDE E ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA 49


• Manejo dos casos por meio da habilidade profissional.

• Organização do sistema de saúde.

• Participação da comunidade.

A avaliação do estado nutricional é de extrema importância


nessa estratégia e deve ser realizada minuciosamente, com
avaliação bioquímica se necessário, antropométrica, bem como
inspeção visual de todo o corpo da criança, com atenção aos pés,
pela possibilidade de edema.

Alguns conceitos devem ser adotados:


Desnutrição grave: é caracterizada por
emagrecimento acentuado visível ou edema de
ambos os pés. A criança deve ser encaminhada
Unidade 4

IMPORTANTE urgentemente para hospital.


Peso baixo para idade: o valor do peso encontra-
se entre as linhas média e inferior apresentadas no
cartão da criança disponibilizado pelo Ministério
da Saúde ou o ganho de peso é insuficiente.
Nesses casos, os pais e cuidadores devem ser
bem instruídos em relação à alimentação dessa
criança, bem como às consultas de retorno para o
acompanhamento.

Nos quadros apresentados a seguir, você pode entender


um pouco melhor sobre a estratégia AIDPI, na qual, após a
avaliação, se esta for negativa, inicia-se a avaliação para as
doenças prevalentes por meio das perguntas e observações
descritas nos quadros.

50 SISTEMA DE SAÚDE E ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA


Figura 16 - Nutrição infantil adequada

Unidade 4
Fonte: Freepik .

No Quadro 2, podemos observar, como citado


anteriormente, as metodologias da estratégia AIDPI, envolvendo
desde a avaliação da criança até as consultas de retorno.

SISTEMA DE SAÚDE E ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA 51


Quadro 2 - Metodologias de atendimento da AIDPI
Unidade 4

Fonte: Brasil (2017).

No Quadro 3, podemos verificar como é realizada a avaliação


e classificação das crianças de 2 meses a 5 anos de vida, sempre
observando as perguntas.

52 SISTEMA DE SAÚDE E ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA


Quadro 3 - Avaliação e classificação das crianças de 2 meses a 5 anos de idade.

Fonte: Brasil (2017).

Unidade 4
Quer se aprofundar neste tema? Recomendamos
o acesso à seguinte fonte de consulta e
aprofundamento: “AIDPI Atenção Integrada
SAIBA MAIS às Doenças Prevalentes na Infância: curso de
capacitação: introdução: módulo 1” (BRASIL, 2012),
acessível aqui .

SISTEMA DE SAÚDE E ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA 53


E então? Gostou do que lhe mostramos? Aprendeu
mesmo tudinho? Agora, só para termos certeza de
que você realmente entendeu o tema de estudo
RESUMINDO deste capítulo, vamos resumir tudo o que vimos.
Você deve ter aprendido que a AIDPI é uma
estratégia de atenção integrada às doenças
prevalentes na infância, baseada em três pilares,
envolvendo capacitação de recursos humanos
na atenção básica, reorganização dos serviços de
saúde e educação em saúde.
A AIDPI preconiza a promoção da saúde, a prevenção
e o tratamento dos problemas mais frequentes na
infância, acompanhando questões relacionadas a
alimentação saudável, do aleitamento materno,
crescimento e desenvolvimento e vacinação. A
Unidade 4

equipe de saúde da Família (ESF) tem importante


papel para operacionalização da AIDPI.
Esperamos que você possa transpor o conteúdo
abordado para o seu ambiente de trabalho e, em
equipe, colocar em prática as ações de saúde na
atenção à saúde da criança.
Espero que tenha gostado. Até mais!

54 SISTEMA DE SAÚDE E ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO BÁSICA


ARAÚJO, J. P. et al. História da saúde da criança: conquistas,
políticas e perspectivas. Rev. Bras. Enferm. Brasília, v. 67, n. 6, p.

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