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AVALIAÇÃO
FÍSICA
AVALIAÇÃO FÍSICA

SUMÁRIO

UNIDADE I .................................................................................................................... 4
CARACTERÍSTICAS DA AVALIAÇÃO FÍSICA ................................................................ 5
1.1 HISTÓRICO E EVOLUÇÃO ................................................................................... 5
1.2 OBJETIVOS DA AVALIAÇÃO DE INDIVÍDUOS ....................................................... 6
1.2.1 Princípios da Avaliação de Indivíduos .............................................................. 7
1.3 CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS DE AVALIAÇÕES .................................................... 7
1.4 AUTENTICIDADE CIENTÍFICA ............................................................................ 8
1.4.1 Critérios de Autenticidade Científica .............................................................. 8
1.5 MEDIR, TESTAR E AVALIAR ............................................................................. 10
1.6 FINALIDADES DA AVALIAÇÃO FÍSICA................................................................ 11
1.7 SELEÇÃO DOS TESTES.....................................................................................13
1.8 ETAPAS E ORGANIZAÇÃO DA AVALIAÇÃO FÍSICA ............................................. 14
UNIDADE II ..................................................................................................................16
ANAMNESE .............................................................................................................. 17
2.1 PROPORÇÕES CORPORAIS ............................................................................... 17
2.2 ALTURAS E COMPRIMENTOS ...........................................................................19
2.3 DIÂMETROS ÓSSEOS ...................................................................................... 20
2.4 ÍNDICES ......................................................................................................... 20
2.5 AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL ....................................................... 21
2.6 MÉTODO DIRETO ............................................................................................ 21
2.7 RECOMENDAÇÕES ......................................................................................... 26
2.8 PROTOCOLOS PARA O CÁLCULO DO %G ATRAVÉS DAS DOBRAS CUTÂNEAS ... 27
2.9 PROTOCOLO DE POLLOCK & JACKSON ........................................................... 28
2.10 SOMATOTIPO ................................................................................................ 33
2.11 SOMATOTIPO DE HEATH-CARTER .................................................................. 36
UNIDADE III ................................................................................................................ 37
AVALIAÇÃO DA FORÇA MUSCULAR .......................................................................... 38
3.1 FORÇA RELATIVA............................................................................................ 38
3.2 AVALIAÇÃO DA FLEXIBILIDADE ...................................................................... 39
3.3 TESTE - SENTAR E ALCANÇAR ....................................................................... 40
3.3.1 Teste de Flexibilidade Adaptado (SENTAR-E-ALCANÇAR)............................. 40
3.3.2 Flexiteste .................................................................................................... 41

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AVALIAÇÃO FÍSICA

3.4 TESTES PARA AVALIAR A FORÇA E POTÊNCIA ................................................ 42


3.5 FORÇA E RESISTÊNCIA ABDOMINAL ............................................................... 42
3.6 FORÇA ESTÁTICA ........................................................................................... 43
UNIDADE IV ................................................................................................................ 45
AVALIAÇÃO POSTURAL ........................................................................................... 46
4.1 PONTOS A SEREM OBSERVADOS..................................................................... 46
4.1.1 Alinhamentos e Desvios de Postura .............................................................. 47
4.2 INTRODUÇÃO AO FMS (FUNCTIONAL MOVIMENT SCREEN) .............................. 48
4.3 FMS NO CONTEXTO DA PREVISÃO DE LESÕES MUSCULOESQUELÉTICAS ....... 49
4.4 FMS E FUNCIONALIDADE ............................................................................... 50
4.5 PROTOCOLO DE APLICAÇÃO FMS ....................................................................51
4.6 AVALIAÇÃO CARDIORESPIRATÓRIA .................................................................51
4.7 IMPORTÂNCIA DE MEDIR O VO2 MAX.: ............................................................. 52
4.8 MÉTODOS DIRETO E INDIRETO........................................................................ 53
4.9 TIPOS DE ERGÔMETROS ................................................................................. 54
4.10 PROTOCOLO PARA APLICAÇÃO DO TESTE DE BANCO (SUBMÁXIMO) .............. 55
4.11 PROTOCOLO DE KACTH E MCARDLE .............................................................. 56
4.12 PROTOCOLO PARA APLICAÇÃO DO TESTE BICICLETA ERGOMÉTRICA: .......... 57
4.13 PROTOCOLO PARA CICLOERGOMETRIA (SUBMÁXIMO) ................................... 57
4.14 PROTOCOLO DE ESTEIRA ROLANTE .............................................................. 60
4.15 PROTOCOLO DE BRUCE ................................................................................. 60
4.16 TESTE DE CAMPO ......................................................................................... 62
4.17 CRITÉRIOS PARA A INTERRUPÇÃO DO TESTE ................................................ 64
4.18 INTERPRETAÇÃO CLÍNICA DA PRESSÃO ARTERIAL (PA) ................................ 65
4.19 MEDIDA INDIRETA DA PRESSÃO ARTERIAL.................................................... 65
REFERÊNCIAS ..................................................................................................... 68

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AVALIAÇÃO FÍSICA

UNIDADE I

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AVALIAÇÃO FÍSICA

CARACTERÍSTICAS DA AVALIAÇÃO FÍSICA

A Cineantropometria consiste numa área destinada a investigar as características


das proporções corporais do homem, afim de que possamos utilizar como parâmetros
durante a prescrição da atividade física. Segundo Beunen e Borns (1990), implica em
mensurar e avaliar diversos aspectos do homem do nascer ao morrer, bem como
características físicas do ser humano. Para Petroski (1995), área cientifica emergente
que estuda forma, dimensão, proporção, composição, maturação e o desenvolvimento
do corpo na ortogênese humana em relação ao crescimento, ao desporto, a atividade
física e à nutrição. Este caderno técnico irá abordar não só técnicas de medição, mas
também a aplicação de testes funcionais para capacidades físicas que junto com as
proporções corporais e as variáveis que delas são extraídas irão colaborar com o
profissional da área da saúde, em especial o de Educação Física, durante o processo de
montagem do programa de atividades.

1.1 HISTÓRICO E EVOLUÇÃO


Breves acontecimentos históricos acerca da evolução da cineantropometria.
Antes do século XX:
• Empédocles (490 a 430 a C): dividiu o homem em terra/parte sólida;
água/líquida; fogo/alma e ar. 1º a realizar dissecação de cadáveres;
• Sócrates (470 a 399 a C), Platão (428 a 349 a C) e Aristóteles (384 a 322 a C):
disseram que a ginástica deveria estudar os exercícios, seus efeitos,
aplicações e classificação;
• Hipócrates (460 a 365 a C): dividiu o homem em 4 elementos: linfa, sangue,
bile e atrabile;
• Polycletus (séc. V a C): criador do “Lançador de Dardos”, modelo ideal
masculino;
• Nitruvis, arquiteto romano do ano 15 d C, livro III – corpo humano como
modelo de medida;
• Marco Pólo – séc. 13 – estrutura e tamanho corporal diferente nas diversas
raças;
• Leonardo da Vinci – após os renascentismos elaborou desenho onde
evidenciava músculo e articulações;
• Albert Durer (1441 a 1528): publicou “Four Books of Human Propotions”,
iniciando assim a Antropometria Científica;
• Sigmund Elshotz – 1ª vez que foi usado o termo Antropometria;

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AVALIAÇÃO FÍSICA

• Lambert Adolfhe (1786 a 1874): é considerado o pai da Antropometria, uso


de estudos estatísticos;
• Krakower (1937): em 1871, criou o IMC (Índice de Massa Corporal);
• Edward Hitchock (1861): medição em estudante (peso, estatura, perímetros
e força de braço). Final do século XIX –precursores da Somatotipia: escola
Francesa, Italiana e Alemã.
• Século XX
• Após 1920 – começou o uso de testes, medidas e instrumentos de
avaliação;
• 1921 – fracionamento da Composição Corporal (peso gordo (PG), peso
ósseo (PO), peso residual (PR), peso muscular (PM));
• 1930 - 1º Compasso para verificar gordura
• 1940 – Sheldon, criou o Somatotipo – Endomorfia, Mesomorfia e
Ectomorfia.

1.2 OBJETIVOS DA AVALIAÇÃO DE INDIVÍDUOS


Determinar o progresso do indivíduo e classifica-los.

▪ Nível de aprendizagem;
▪ Idade;
▪ Condições clínicas;
▪ Estrutura corporal;
▪ Capacidade funcional;
▪ Sexo;
▪ Interesse.
Selecionar, diagnosticar e motivar os indivíduos

1a. Constatação sem número;


2a. Constatação comparativa;
Obs: Mau controle: teste diagnóstico em relação ao teste controle, em virtude do
erro do avaliado.
Manter padrões

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Obs: baixos rendimentos – avaliação controle – significam planejamento não


apropriado.

1.2.1 Princípios da Avaliação de Indivíduos


O programa deve ser compatível com uma filosofia, visto que a avaliação só
acontece quando conduzida com os objetivos do programa em mente. Deve-se lembrar
sempre da relação existente entre teste, medida e avaliação. Teste é um instrumento de
medida que é utilizado para obter informações sobre um dado específico ou
características sobre um grupo ou indivíduo. Medida é um escore ou número que foi
obtido baseado no teste. E a Avaliação é um julgamento feito a respeito de um estudo
baseado na medida ou em algum critério pré-determinado.
Os resultados devem ser interpretados em torno do indivíduo como um todo,
nenhum teste ou medida é perfeito, não há teste que substitua o julgamento profissional,
deve sempre existir um novo teste (re-teste) para observação do desempenho, usar
teste que mais se aproxime da realidade e usar teste mais válidos, fidedignos e objetivos.

CUIDADOS GERAIS:

• Equipamentos: erro no uso, não está aferido;

• Avaliador: leitura incorreta;

• Administrativo: quando não se leva em conta o protocolo;

• Erro sistemático: local, horário.

1.3 CLASSIFICAÇÃO DOS TIPOS DE AVALIAÇÕES


Avaliação Diagnóstica - Análise dos pontos fortes e fracos em relação a uma
determinada característica, está dividida em:
• Medidas somáticas: estatura, altura do tronco-cefálico, envergadura,
comprimento dos membros e tronco.
• Medidas para avaliar estado Nutricional: peso, dobra cutâneas, perímetro
do membro inferior (MI) e membro superior (MS).
• Medidas funcionais: capacidade Cardiorespiratória e Força Muscular
Avaliação Formativa - Análise dos progressos do indivíduo.

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AVALIAÇÃO FÍSICA

Avaliação Somativa - É soma de todas as avaliações planejadas no fim de cada


unidade de planejamento, para obter um quadro geral de evolução.
A cineantropometria aborda quatro grandes áreas que tem com foco principal o
conhecimento da característica de determinado indivíduo e/ou população (Figura 1).
Figura 1: Áreas Enfocadas pela Cineantropometria

1.4 AUTENTICIDADE CIENTÍFICA


No Processo Avaliativo, é muito importante que o Profissional de Educação Física
utilize instrumentos ou testes que o permitirão atingirem seus objetivos com segurança
e consistência (FERNANDES, 1999).

➢ Cuidados na escolha
• Escolher com propriedade o teste, evitando a utilização de instrumentos
inadequados;
• Obtenção de medidas precisas;
• Profundas avaliações sobre os dados coletados;
• Obedecer aos critérios de autenticidade científica.

1.4.1 Critérios de Autenticidade Científica


Um teste é considerado válido, quando ele mede, tão precisamente quanto
possível, o que está escrito na medida, ou seja, quando ele mede o que se propõe a medir.
A confiança e a objetividade referem-se à consistência e segurança das medidas, em
outras palavras, dizem respeito à reprodutibilidade dos resultados do teste. A seleção e
construção dos testes deve sempre obedecer aos critérios mencionados, a fim de não
colocar em risco a segurança e credibilidade dos programas a serem desenvolvidos a
partir das avaliações.

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✓ Validade
• Certificar se vai aferir exatamente o que é desejado;
• Segurança da interpretação dos resultados;
• Validade para os seus objetivos;

Exemplo.: teste para garotos e garotas.

Precisar até que ponto o teste realmente mede a característica.

✓ Confiança e Fidediginidade
• É o segundo critério para verificar a autenticidade científica de um teste;
• Refere-se à segurança, consistência ou repetibilidade de uma medida;
• Pode ser interpretada através de um coeficiente de correlação, que será
obtido pela concordância dos resultados do teste.
✓ Objetividade
• Grau de uniformidade com o qual várias pessoas marcam o mesmo teste;
• Ausência da influência pessoal do avaliador nos resultados do teste;
• Se os sujeitos ocuparem as mesmas posições na escala de dois ou mais
avaliadores;
• É expressa através de um coeficiente de correlação.
✓ Coeficiente de correlação
• Grau de concordância entre duas variáveis;
• Denota a existência de uma associação ou, pode dar uma indicação do
grau com o qual as duas variáveis estão envolvidas;
• Simbolizado pela letra “r”, sendo calculado matematicamente, e
possuindo valores que variam de -1 a +1, Tabela 1.

Tabela 1: Coeficiente de Relação Aplicado para a Concordância entre Duas


Variáveis

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1.5 MEDIR, TESTAR E AVALIAR


Para adentrar e entender a área de medidas e avaliação em Educação Física, é
necessário conhecer os pontos que fundamentam esta disciplina. Para isso, vamos
iniciar com as definições de medir (medidas), testar (teste) e avaliar (avaliação). Vamos
começar pela definição de medidas. Segundo Fontoura, Formentin e Abech (2008), este
é o primeiro instrumento em que se obtém os dados. Kiss (1987) a define como a
determinação de uma grandeza na qual os resultados encontrados após a realização
das medidas podem ser comparados, por meio de grandezas preestabelecidas e
conhecidas.
Já o teste é um técnica, metodologia, instrumento e/ou procedimento, utilizado
para obter uma informação (medida, dado), sendo um dos recursos mais utilizados na
Educação Física, podendo ser realizado apenas um único teste ou um conjunto deles.
Esse conjunto de testes é também denominado como bateria de testes, que é destinada
a quantificar as variáveis de uma performance. E finalmente medir é o processo de
designar um número a alguma característica ou propriedade de um cliente, aluno e/ou
atleta. Esta técnica fornece processos precisos e objetivos, dados quantitativos, que
expressam em números, as quantidades daquilo que se pretende medir.
A avaliação física é um fator importante na elaboração de qualquer planejamento
na área de Educação Física. Sobre o termo avaliar, algumas vezes nos equivocamos,
acreditando que medir é um sinônimo deste termo; entretanto, a avaliação é o processo
mais amplo do que medir (GUEDES; GUEDES, 2006). É um processo de tomada de
decisão, para isso é necessária uma perspectiva de referência, isto é, significa comparar
os próprios resultados, com resultados anteriores e/ou de outros. Levando em

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AVALIAÇÃO FÍSICA

consideração os três conceitos, avaliar implica utilizar as medidas para um julgamento


de valor, obtidas mediante testes.
Para melhor entendimento, o quadro a seguir apresenta os três aspectos lado a
lado.
Quadro 1: Medir, testar e avaliar

Medir Testar Avaliar


Interpreta os dados, oferece
Verifica o desempenho
parecer e/ou julgamento de
Descreve grandezas mediante situações
valores baseados em
quantificadas. previamente padronizadas e
referenciais definidos
organizadas.
previamente.

Além das definições apresentadas até aqui, é de fundamental importância o


conhecimento prévio do indivíduo a ser avaliado, dessa maneira pode-se identificar se
há alguma contraindicação em relação a algum teste, algum problema de saúde, ou se
será necessária uma avaliação multidisciplinar. Isso poderá ocorrer quando, por algum
motivo físico ou fisiológico, for diagnosticado na anamnese que este indivíduo, esteja
impedido de passar por uma avaliação sem a presença de uma equipe multidisciplinar. O
que seria então anamnese? É um questionário (entrevista), no qual o avaliador fará
perguntas simples sobre hábitos diários, histórico de doenças ou de parentes que
possam influenciar em seu estado de saúde futura. Sendo assim, é o ponto de partida de
uma avaliação física e/ou programa de exercícios físicos.
Outro fato importante é que todas as medidas da avaliação em questão deverão
estar de acordo com os objetivos do programa de exercício físico traçado, relacionando
teste, medida e avaliação, sem contar que todos os testes deverão ser realizados por
pessoas qualificadas. Deve-se ter em mente que nenhuma medida ou teste é perfeito,
por isso análise profissional é insubstituível; esta análise e julgamento são primordiais
para seus alunos, atletas e/ou clientes. E por fim, utilize testes que se aproximam da
atividade desempenhada, nunca abrindo mão de realizar um reteste, para que seja
observada a evolução da performance do indivíduo ou até mesmo do coletivo, caso seja
uma equipe (FONTOURA; FORMENTIN; ABECH, 2008).

1.6 FINALIDADES DA AVALIAÇÃO FÍSICA


Após discutirmos sobre a nomenclatura da área de medidas e avaliação em
Educação Física, precisamos entender as finalidades de realizar uma avaliação física,
sendo um ponto de partida para tomada de decisões. Segundo Fontoura, Formentin e
Abech (2008); Pitanga (2008); e Guedes e Guedes (2006), a avaliação física tem como
finalidade:

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➢ Verificar a condição inicial do aluno, cliente e/ou atleta;


➢ Obter dados para elaboração de planejamento adequado das atividades a
serem desenvolvidas em aula (oferece subsídios para que o professor tenha
condições de orientar adequadamente os exercícios físicos);
➢ Incluir ou excluir um exercício físico;
➢ Acompanhar a progressão dos avaliados durante a execução do
planejamento, ou seja, acompanhar o processo de ensino-aprendizagem
(acompanhar as modificações orgânicas provocadas pelo treinamento
sistemático, pelas medições das variáveis fisiológicas que implicam
diretamente o exercício físico);
➢ Verificar se os objetivos do programa de exercício físico estão sendo
atingidos;
➢ Detectar deficiências, permitindo, assim, a reestruturação do
planejamento;
➢ Acompanhar o processo de crescimento e desenvolvimento dos avaliados,
podendo identificar possíveis limitações, permitido ajustes durante o
processo;
➢ Contribuir para alimentar bancos de dados com finalidade de cunho
científico, desenvolvimento de pesquisas;
➢ Saber adequar a avaliação voltada para alta performance, ou seleção e
promoção de talentos esportivos, e ainda com objetivos direcionados para
a saúde, em que os testes são diferentes;
➢ Acompanhar o desenvolvimento no processo de ensino- aprendizagem;
➢ Motivação dos alunos, clientes e/ou atletas.
Definindo os objetivos, o profissional de Educação Física terá em mãos uma
preciosa ferramenta no planejamento de suas aulas ou treinamento, assim poderá
verificar a efetividade, acompanhar o desenvolvimento dos avaliados, orientando-os a
partir das informações coletadas. A avaliação não deve, por isso, ser utilizada apenas
como verificação de resultados dos testes, como um fim, é, portanto, um meio para
ampliar as possibilidades pedagógicas, metodológicas e estratégicas dentro da
Educação Física.
Com relação ao local para realização da avaliação física, poderá ser utilizado locais
como um campo (de futebol ou parque), quadra esportiva, uma sala (de aula ou outra),
escola, academia de musculação, laboratório da área da Educação Física ou
multidisciplinar etc. Desde que se tenha em mente exatamente o que se deseja medir,
avaliar, qual o propósito, se o local é apropriado para o público-alvo, o equipamento está
adequado para o que se necessita avaliar e elencar quais os testes serão realizados.

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AVALIAÇÃO FÍSICA

1.7 SELEÇÃO DOS TESTES


Compreendendo os fundamentos e as finalidades da avaliação física, o
profissional de Educação Física, ao realizar uma bateria de testes, deve saber escolher
qual teste será utilizado, pois, há vários testes para medir uma mesma variável. Nesse
sentido, uma pergunta é inevitável: qual o teste a ser utilizado (escolhido), já que existem
inúmeros testes para medir uma mesma variável?
Por esse motivo, o conhecimento dos critérios de seleção de teste é fundamental
para que o profissional da Educação Física possa tomar sua decisão na escolha.
Portanto, deve-se basear na validade, confiabilidade e objetividade, para que sua
escolha possa permitir ao avaliado um instrumento seguro de avaliação, eficaz e
adequado ao que se pretende medir, originado do rigor científico. A validade é a condição
do teste em medir aquilo a que ele se propõe mensurar, em outras palavras, quanto o
teste pode medir com a melhor precisão (com o mínimo de erros possíveis), a variável
(componente da aptidão física) que se pretende medir.
Para exemplificar, um profissional da Educação Física deseja medir a capacidade
aeróbica de um grupo. Ele pode recorrer ao teste de Cooper, um teste de
caminhada/corrida, no qual o resultado é obtido pela equação matemática que envolve a
distância percorrida pelo avaliado, desse modo, aquele que percorreu maior distância,
terá a melhor condição aeróbica. Por outro lado, o teste que envolve análise direta de
gases, conhecido por ergoespirometria (realizado em esteira rolante, em laboratório e
acoplado a um computador), permite analisar a utilização do oxigênio e trocas gasosas
durante o esforço físico. Por isso consegue medir com maior precisão a capacidade
aeróbica, quando comparado a outros testes com o mesmo objetivo. Os testes
considerados pelo meio científico de maior precisão para medida de uma variável são
chamados de padrão ouro.
Já a confiabilidade ou fidedignidade diz respeito à condição do teste ter as
mesmas medidas (ou medidas próximas), quando repetido duas ou mais vezes, pelo
mesmo avaliador e em diferentes momentos, sem que tenha ocorrido alguma atividade
física que possa alterar as medidas. Como exemplo, citamos o teste de dobras cutâneas
que, quando realizado pelo mesmo avaliador, duas vezes ou mais, deve apresentar
resultados iguais ou que tenham alta correlação. E o último aspecto é a objetividade.
Quando um teste é aplicado por diferentes avaliadores, deve reproduzir resultados
consistentes entre eles, ou seja, mesmo que o teste seja realizado por diferentes
avaliadores, deve apresentar resultados semelhantes.
Nenhum teste ou medida é totalmente preciso, os instrumentos têm uma margem
de erro a ser observada. Se não observar alguns fatores que podem interferir na coleta
das medidas, os resultados obtidos poderão ser levados em consideração para efeito de
análise dos mesmos e aumentar o erro de medidas. Segundo Fontoura, Formentin,
Abech (2008) e Guedes e Guedes (2006), os erros de medidas podem ser:

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✓ Sistemáticos: independem da interferência do avaliador. Exemplo: medir


o peso pela manhã e medir novamente à noite;
✓ Aleatórios: estão relacionados frequentemente quando não houver
padronização das medidas e tiver mais avaliadores envolvidos na coleta de
dados.
✓ De equipamentos: se no momento da aferição ela não for realizada, ou erro
de medidor, quando o avaliador erra na leitura da medida. Exemplo: ler a
medida errada da estatura do indivíduo.
✓ Administrativos: quando ocorre a administração errada do protocolo do
teste. Exemplo: executar um aquecimento antes da realização do teste
quando este não o prevê.
Levando em consideração os pontos destacados (validade, confiabilidade e
objetividade), que estão relacionados à escolha do teste, sua condição de ser replicado
pelo mesmo ou por diferentes avaliadores e ainda apresentar similaridade nos
resultados das medidas, a reavaliação torna-se condição imprescindível, uma vez que
possibilita a verificação sobre a evolução das variáveis avaliadas, auxiliando nos ajustes
e elaboração de melhor programa de treinamento (para o meio não escolar) ou
planejamento (escolar), além de ser um fator motivador, se de fato estiver realmente
ajustado às necessidades do aluno, cliente e/ou atleta, caso contrário poderá ter um
efeito negativo (FONTOURA; FORMENTIN; ABECH, 2008).
Além da situação em que o avaliado é comparado com seus próprios resultados
anteriores (avaliação – reavaliação), o profissional pode apresentar o resultado da
avaliação baseado em normas e critérios. Norma, de acordo com Pitanga (2008), é uma
abreviação de normal, padrão adotado com a finalidade de comparação dos resultados
obtidos em um teste específico, e refere-se também ao desempenho médio ou à média
de um grupo em relação aos escores obtidos no teste específico. Por outro lado, a
avaliação referenciada por critérios tem a finalidade de verificar se os avaliados
alcançaram níveis específicos de competência, não levando em consideração que outros
tenham chegado ao mesmo nível de proficiência ou condição (GUEDES GUEDES, 2006).

1.8 ETAPAS E ORGANIZAÇÃO DA AVALIAÇÃO FÍSICA


Há procedimentos diferentes quanto à realização da avaliação física na escola e
fora desse contexto, que são realizados de forma espontânea ou por orientação médica.
Não podemos deixar de mencionar que antes da realização da avaliação no âmbito
escolar é necessário um planejamento, autorização da escola, dos pais e/ou
responsáveis e sobretudo dos avaliados e explanação da finalidade dos testes.
Tanto no âmbito escolar quanto no não escolar, a avaliação física deverá ter um
propósito, não ser realizada de forma aleatória; deverá fornecer informações precisas
sobre as condições atuais em que o avaliado se encontra, oferecer dados que possam
nortear as ações conjuntas dos profissionais de Educação Física com professores,

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AVALIAÇÃO FÍSICA

nutricionistas, médicos, fisioterapeutas, entre outros, vinculados à promoção da saúde.


Portanto, a Educação Física pode auxiliar o avaliado na compreensão da importância de
uma boa alimentação, de ser ativo fisicamente e identificando qual atividade física é a
mais apropriada conforme as necessidades e objetivos.
Antes de iniciar uma bateria de testes, o profissional deve conferir e aferir todos
os equipamentos e materiais que irá utilizar, além disso, estabelecer uma ordem ou
sequência para realização dos testes, principalmente quando envolve esforços físicos.
Conforme Pitanga (2008), a ordem deverá ser respeitar a utilização das fontes
energéticas, de modo que o teste realizado não interfira no próximo.
1. Antropometria;
2. Coordenação, equilíbrio e flexibilidade;
3. Testes anaeróbicos;
4. Potência, velocidade e agilidade;
5. Força e resistência muscular;
6. Resistência aeróbica.
O autor relata ainda que as recomendações levam em consideração o fato de que
os avaliados normalmente são sedentários, o que, em função dos testes, pode ocasionar
alteração na pressão arterial e frequência cardíaca, caso esses componentes fossem
mensurados no final dos testes.

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AVALIAÇÃO FÍSICA

UNIDADE II

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AVALIAÇÃO FÍSICA

ANAMNESE
A Anamnese é tão importante quanto à realização dos testes e é imprescindível
antes do início da atividade física para qualquer tipo de grupo e faixa etária. Pode ser
definida como “o instrumento mais importante e imprescindível antes do início de
qualquer atividade física, seja ela para crianças, jovens, adultos, idosos e atletas.
Devendo ser direcionada com questionamentos distintos desde antecedentes
familiares, nível de atividade física, risco coronariano, doenças pessoais, procedimentos
cirúrgicos, utilização de medicamentos e lesões”. Funciona como o fator determinante
para o procedimento a ser adotado com o avaliado no decorrer da avaliação. Uma boa
anamnese pode dá informações precisas sobre o avaliado, podendo até mesmo fornece
indiretamente subsídios para a prescrição inicial da atividade física.
Podem ser feitas de uma abordagem especifica (atletas, grupos especiais, etc) ou
de forma geral, para o primeiro o avaliador deve montar baseado em informações gerais
e especificas conforme a característica da população avaliada (ANEXO I), já o segundo
requer informações mais gerais e normalmente podem ser aplicados para grandes
populações, pois obtém informações acerca do estio de vida e da saúde geral do
indivíduo, além de terem validade para aplicação em procedimentos experimentais de
pesquisas especificas.
Os dois mais comumente usados são o IPAQ (Internacional Physical Activity
Questionnaire) e o PAR-Q (Physical Activity Readiness Questionnaire). O primeiro procura
saber que tipo de atividade física as pessoas fazem como parte do seu dia a dia, sendo
que as perguntas estão relacionadas ao tempo que você gasta fazendo atividade física
em uma semana NORMAL USUAL ou HABITUAL. As perguntas incluem as atividades que
você faz no trabalho, para ir de um lugar a outro, por lazer, por esporte, por exercício ou
como parte das suas atividades em casa ou no jardim, este também possui duas versões
a longa e a curta. O segundo foi elaborado para ajudar a determinar o início de uma
atividade física regular, pois verifica possíveis causas que podem adiar o início de uma
atividade física regular, afinal para a maioria das pessoas, a atividade física não deve
apresentar qualquer problema ou risco.

2.1 PROPORÇÕES CORPORAIS


Essas medidas são utilizadas para medir, na sua maioria, desenvolvimento ósseo,
crescimento e estado nutricional do indivíduo. São comuns as relações entre algumas
para que possam ser obtidos índices. Embora da sua grande utilização, neste capítulo
serão abordadas a mais frequente quanto da sua utilização.
Massa Corporal – pode ser utilizada com indicador de crescimento, estado
nutricional e quando relacionada com outras variáveis pode servir como parâmetro para
classificação de risco de saúde em grandes população, sua medida é estimada em
quilogramas (Kg). Exemplo: IMC (índice de massa corporal).

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AVALIAÇÃO FÍSICA

➢ Modo de verificar: o avaliado deve está na posição ortoestática1 de frente


para o avaliador, o avaliado deve subir na plataforma com um pé de cada vez, colocando-
se na região central desta, conforme mostra a FIGURA 2.
➢ Considerações: o avaliado deve portar o mínimo de roupa possível; se a
balança for mecânica deve ser feita uma nova aferição a cada nova medida tomada, se
for uma balança digital as aferições devem seguir as recomendações do fabricante; para
a balança mecânica a leitura deve ser feita por dentro do cursor.
Figura 1: posição adotada pelo avaliado durante a medida da massa corporal
(Adaptado de COSTA, 2001).

Estatura Corporal: indicador do desenvolvimento ósseo e corporal, essa medida


pode ser relacionada como indicador de doenças ou de estado nutricional. Quando
relacionada com a massa corporal pode servir como parâmetro para classificação de
risco de saúde em grandes populações, como visto anteriormente, sua medida é
expressa em centímetros (cm), mas não deixando de ser comum à utilização de metros
(m). Exemplo: 176 cm ou 1,76m.
Modo de verificar: o avaliado deve estar com os pés unidos, cintura pélvica e
escapular e região occipital totalmente apoiada no instrumento de medição, o
estadiômetro, estando o avaliado com a cabeça no plano de Frankfurt. O avaliador deve
ficar de lado para o avaliado, fazendo a leitura do cursor pela parte interna deste, após o
avaliado ter realizado uma breve apneia.

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AVALIAÇÃO FÍSICA

Figura 2: posição adotada pelo avaliado e avaliador durante a medida da estatura


corporal (Adaptado de COSTA, 2001).

2.2 ALTURAS E COMPRIMENTOS


Alturas são medidas lineares realizadas no sentido vertical.
Altura total: medida utilizada inicialmente na realização do teste que observa a
medida da impulsão vertical. Tem como pontos anatômicos de referência o ponto
dactiloidal (ápice da falange distal do 3º dedo da mão) e a região plantar.
• Modo de verificar: o avaliado encontra-se na posição ortoestática com o
braço direito levantado acima da cabeça totalmente estendido,
verificando-se a medida onde o dalactilio toca o cursor, devendo a medida
ser verificada três vezes, mantendo-se a média desses valores como
resultado final.
Altura do tronco-cefálico: usada para o acompanhamento de crescimento,
principalmente de diferenças entre regiões e raças. Têm como pontos anatômicos de
referência o vertéx da cabeça (ponto mais alto dessa região) e o plano de apoio da região
do quadril.
• Modo de verificar: o avaliado deve ficar na posição sentada, com a cabeça
no plano de Frankfurt, cintura escapular e região occipital apoiadas no
instrumento de medida. O banco utilizado deve ter uma altura de 50 cm. O
avaliador deve ficar de lado para o avaliado, fazendo a leitura do cursor pela
parte interna deste, após o avaliado ter realizado uma breve apneia.
As alturas são realizadas com instrumentos próprios estadiômetros ou pela
adaptação de fitas métricas em paredes lisas e planas, sendo essa última de baixa
validade para constatações científicas. Comprimento são medidas longitudinais que
utilizam um instrumento específico, o paquímetro, que apresenta medida em milímetro
(mm) podendo ser utilizado para qualquer comprimento do corpo. Esses são os mais

19
AVALIAÇÃO FÍSICA

diversos como comprimento do membro superior total ou de suas partes (braço,


antebraço e mão), comprimento do membro inferior total ou de suas partes (coxa, perna
e pé) essas medidas apresentam ser de grande valia quando da confecção de postos e
roupas, além das anteriormente abordadas como controle de crescimento e seleção de
indivíduos.

2.3 DIÂMETROS ÓSSEOS


Diâmetro é a distância compreendida entre as proeminências ósseas definidas
através de pontos anatômicos medidos em centímetros. Existem vários, mas somente
alguns serão levados em consideração:
Diâmetro Biepicôndilo do Úmero: com o cotovelo e o ombro no ângulo de 90º, o
avaliador irá localizar o epicôndilo lateral e medial do úmero colocando o paquímetro em
um ângulo de 45º para medir essa distância.
Diâmetro Biestiloíde ou Rádio-ulnar: com a mão pronada e semiflexionada (45º)
o avaliador irá colocar o paquímetro nas apófises do rádio e da ulna.
Diâmetro Bicôndilo do Fêmur: com o indivíduo sentado e com os joelhos
formando 90º, o avaliador deverá localizar os côndilos medial e lateral do fêmur, para isso
deve usar o dedo indica e médio. Da mesma forma o paquímetro irá ser colocado em um
ângulo de 45º para medir essa distância.
Diâmetro Bimaleolar: com o avaliado em pé, o paquímetro deve ser posicionado
nos maléolos medial e lateral do pé direito, formando um ângulo de 90º com o ponto de
medida.
Recomendações: por uma questão de padronização, as medidas de diâmetro
quando verificadas com o objetivo de aplicação em estimação de somatotipo ou
fracionamento da composição corporal, devem ser as do lado direito do avaliado,
independente que este tenha o lado esquerdo como dominância motora.

2.4 ÍNDICES
Índice de Massa Corporal (IMC)

O Índice de Massa Corporal (Body Mass Index – BMI) é considerado o mais popular
índice de estatura e peso, tem sido usado por diversas categorias de pessoas com
respeito a sua aptidão física (AAHPERD, 1988) e a seu grau de obesidade (Di- Girolano,
1986).
Precisão

O IMC não diferencia peso de gordura de peso livre de gordura. Assim, não é
sensível às respectivas contribuições de massa muscular e gordurosa ao peso corporal.

20
AVALIAÇÃO FÍSICA

Apenas possui uma moderada correlação (r = 0.70) com o percentual de gordura predito
a partir de pesagem hidrostática (KEYS et al., 1972).

2.5 AVALIAÇÃO DA COMPOSIÇÃO CORPORAL


Podemos aqui abordar primeiramente os métodos usados para a análise e
possível fracionamento da massa corporal em massa gorda e massa magra (MCM), a qual
será dividida em massa óssea, residual e muscular.

2.6 MÉTODO DIRETO


• Dissecação de Cadáveres: Este método é caracterizado pela separação
efetiva das massas existentes no corpo, por isso, só existem duas
pesquisas (DRINKWATER, 1980 e MATIEGKA, 1921) que utilizaram este tipo
de método.
Existem muitos métodos que utilizam a via indireta para a análise da composição
corporal que são distintos pela metodologia utilizada, pois podem ser através de
imagem, físico-químicos e densitometria. Desses, dois são bem conhecidos e são os
mais usados para a validação dos métodos duplamente indiretos.
• Pesagem Hidroestática: Dar-se-á pela diferença entre a massa corporal do
indivíduo fora da água e quando verificada novamente totalmente
submerso. Considerando que corpos mais densos que a água tendem a
afundar e corpos menos densos tendem a flutuar.
• Absortometria de Raios X de dupla energia (DXA): técnica avançada para
medir a densidade do osso e avaliar a composição corporal. O princípio
básico do DXA é a utilização de uma fonte de raios-X em picos fotoelétricos
de baixa e alta energia que atravessam o corpo do paciente, sendo a
composição corporal feita pela medida de atenuação dos picos
fotoelétricos no corpo.
Método Duplamente Indireto: em virtude da dificuldade de acesso e, por serem
métodos caros, têm-se a necessidade de se utilizar métodos mais baratos como:
proporções de massa-estatura (IMC), impedância bioelétrica, circunferências corporais
e medidas de dobras cutâneas.
Impedância Bioelétrica: tem como base a medida da resistência total do corpo à
passagem de uma corrente elétrica de 500 a 800 µA e 50 kHz. Os componentes corporais
contêm resistências diferenciadas à passagem da corrente elétrica, a gordura e ossos
por conterem menos água dificultam mais essa passagem e os músculos e outros
tecidos são ricos em água o que facilita a passagem da corrente elétrica. A ressalva fica
para os procedimentos que se devem adotar antes do exame, o que dificulta a análise,
principalmente por ter participação direta do avaliado.

21
AVALIAÇÃO FÍSICA

As recomendações são as seguintes:


• Não utilizar medicamentos diuréticos nos 7 dias que antecedem o teste;
• Manter-se em jejum pelo menos nas 4 horas antes do teste;
• Não ingerir bebidas alcoólicas nas 48 horas anteriores ao teste;
• Não realizar atividades físicas extenuantes nas 24 horas anteriores ao
teste;
• Permanecer pelo menos de 5 a 10 minutos deitado em decúbito dorsal, em
total repouso, antes da execução do teste.
Existem no mercado dois tipos de aparelhos que utilizam os menos princípios,
conhecidos como: Tanita e Omrom. Mas estes normalmente não apresentam uma
fidedignidade devido ao percurso percorrido pela corrente elétrica que diminui devido a
localização dos pontos emissores e receptores da corrente.
Dobras Cutâneas – mais comum dos métodos duplamente indiretos, normalmente
utilizados pelos profissionais de Educação Física e Nutricionistas, partindo do princípio
da utilização de fórmulas, que irão utilizar dobras cutâneas distintas dependendo da
população analisada. Esse método necessita da utilização de um Adipômetro ou
Compasso de Dobra Cutânea (Harpenden, Cescorf, Lange ou Sanny).
Figura 4: Modelos de compassos que medem dobras cutâneas, em cima a esquerda
modelo de HARPENDEN, a direira o modelo de CESCORF, em baixo a esquerda modelo de
LANGE e a direita modelo da SANNY (Adaptado de COSTA, 2001).

As dobras mais utilizadas são:


Tricipital (TR): medida na face posterior do braço paralelamente ao eixo
longitudinal, no ponto médio entre a borda súpero-lateral do acrômio e o olecrano.

22
AVALIAÇÃO FÍSICA

Subescapular (SE): oblíqua em relação ao eixo longitudinal, seguindo a


orientação dos arcos intercostais, sendo localizada a dois centímetros abaixo do ângulo
inferior da escapula.

Axilar Média ou Medial (AM): localizada no ponto de intersecção entre a linha


axilar média e uma linha imaginária transversal na altura do apêndice xifóide do esterno,
a medida é realizada obliquamente ao eixo longitudinal.

Bicipital (BI): medida na face anterior do braço paralelamente ao eixo


longitudinal, no ponto de maior circunferência do ventre muscular do bíceps.

23
AVALIAÇÃO FÍSICA

Torácica ou peitoral (P): medida oblíqua em relação ao eixo longitudinal, na


metade da distância entre alinha axilar anterior e o mamilo, para homens, e a um terço
da linha anterior, para mulheres.

Supra-ilíaca (SI): obtida obliquamente em relação ao eixo longitudinal, na metade


da distância entre o último arco costal e a crista ilíaca, sobre a linha axilar média.

Supra-espinhal (SEp): dobra utilizada no cálculo do somatotipo de Heath- Carter.


Ela é medida 5 a 7 cm acima da espinha ilíaca anterior, na intersecção entre uma linha
horizontal na altura do ponto íleo-cristal e uma linha oblíqua proveniente da borda axilar
anterior, destacada num ângulo aproximado de 45⁰.

24
AVALIAÇÃO FÍSICA

Abdominal (AB): medida aproximadamente a dois centímetros à direita da


cicatriz umbilical, paralelamente ao eixo longitudinal.

Coxa (CX): medida paralelamente ao eixo longitudinal, sobre o músculo reto


femural, a um terço da distância do ligamento inguinal e da borda superior da patela,
segundo proposta por Guedes (1985), e na metade desta distância, segundo
Pollock&Wilmore(1993).

Panturrilha (PA): a dobra é pinçada no ponto de maior perímetro da perna, com o


polegar da mão esquerda apoiado na borda medial de tíbia.

25
AVALIAÇÃO FÍSICA

2.7 RECOMENDAÇÕES
Não destacar a dobra em ponto anatômico inadequado; em eixo corporal
inadequado; não entrar com a ponta do compasso muito próximo ou demasiadamente
distante dos dedos que estão pingandos; não entrar como compasso muito profundo ou
superficialmente à dobra; não entrar estrutura extra à dobra cutânea; não soltar a dobra
ainda com o compasso no local do pinçamento, para fazer a leitura; não realizar medida
logo após a atividade física; Numa avaliação controle utilizar o mesmo compasso; todas
as medidas devem ser verificadas três vezes e, a partir dessas medidas, tirar-se a média.
Perimetria: As medidas antropométricas de circunferência correspondem aos
chamados perímetros. Estes podem ser definidos como perímetros máximos de
segmentos corporais quando medidos em ângulo reto em relação ao seu maior eixo.
Pescoço: passa-se a fita logo abaixo da epiglote.
Tórax: Coloca-se a fita num plano horizontal, passando por cima da cicatriz
mamilar (para homens), ou coloca-se a fita num plano horizontal, passando por baixo das
linhas axilares (para mulheres).
Cintura: com abdômen relaxado, no ponto de menor circunferência, abaixo da
última costela, coloca-se a fita num plano horizontal.
Abdômen: coloca-se a fita num plano horizontal, passando por cima da cicatriz
umbilical.
Quadril: pés juntos e glúteo contraído, coloca-se a fita num plano horizontal no
ponto de maior massa muscular das nádegas.
Coxa proximal: com as pernas levemente afastadas, coloca-se a fita logo abaixo
da prega glútea, num plano horizontal.
Coxa meso-femural: pernas levemente afastadas, sendo a fita colocada no nível
do ponto meso-femural num plano horizontal (o ponto meso-femural fica entre a prega
inguinal e a borda superior da patela);
Coxa Distal: medida feita sobre a linha patelar, ponto acima da patela.
Panturrilha: pernas levemente afastadas, sendo a fita colocada no plano
horizontal, no ponto de maior massa muscular.

26
AVALIAÇÃO FÍSICA

Braço normal: antebraços em posição supinada, a fita será passada por cima do
ponto meso-umeral (entre o acrômio e o olecrânio).
Braço forçado ou contraído: braço elevado à frente no nível do ombro (cotovelo
em 90o), com a mão contraria segura-se o braço a ser medido na altura do punho
realizando-se uma contração isométrica, sendo feita à medida no maior volume do
bíceps.
Antebraço: antebraços supinados, a fita deve ser colocada no ponto de maior
massa muscular.
Punho: braços ao longo do corpo, palma voltada para frente e relaxada, coloca-se
a fita ao redor do punho nos processos estilóides radial e ulnar.
Recomendações: todas as medidas são realizadas na posição perpendicular ao
eixo principal do segmento medido.

2.8 PROTOCOLOS PARA O CÁLCULO DO %G ATRAVÉS DAS DOBRAS


CUTÂNEAS
Obs: Para todos os protocolos de dobras cutâneas deve-se usar a formula de SIRI,
1969, exceção feita ao protocolo de FAULKNER:
%G = [(4.95/Dens) – 4.50] x 100
Protocolo de FAULKNER – (1968)
Fórmula: % G = ΣDc x 0,153 + 5.783

Onde: ΣDc = (tríceps + subescapular + supraíliaca + abdomnial)

Densidade Corporal – Mcardle - (1992)


− HOMENS
(18 -34 anos) DC = 1,1610 - 0,0632 log (BI+ TR+ SB +SI)
(18 -27 anos) DC = 1,0913 - 0,00116 (TR+ SB)
− MULHERES
(18 -48 anos) DC = 1,06234 - 0,00068 (SB) - 0,00039 (TR) - 0,00025 (CX)
Protocolo de GUEDES
Fórmula
HOMENS: Densidade = 1,17136 - 0,06706 log (TR + SI+AB)
MULHERES: Densidade = 1,16650- 0,07063 log (CX + SI+ SB)
O protocolo de GUEDES permite a predição do %G com o uso da tabela, para isso
basta realizar a somatória das dobras preconizadas para homens (TABELA 5) e mulheres

27
AVALIAÇÃO FÍSICA

(TABELA 6) e localizar este valor na coluna referente, caso este valor não tenha sido exato
localize a fração referente nas colunas posteriores.

2.9 PROTOCOLO DE POLLOCK & JACKSON


3 dodras cutâneas
Fórmula: Dens homens = 1.1093800 – 0.0008267(X1)
+ 0.0000016(X1)² - 0.0002574(X3)
Dens mulheres = 1.0994921 – 0.0009929(X2) +
0.0000023(X2)² - 0.0001392(X3)
Onde: X1 = ΣDc (peitoral + abdominal + coxa) X2 = ΣDc (trícesp + supraíliaca +
coxa) X3 = idade em anos
7 dobras cutâneas
Somatório: Subescapular, axilar média, tríceps; coxa; supra-ilíaca; abdome e
peitoral (ST= soma de todas)
DC Homens Adultos = 1,11200000 - [0,00043499 (ST) + 0,00000055 (ST)²] -
[0,0002882 (idade)]
DC Mulheres Adultas = 1,0970 - [0,00046971 (ST) + 0,00000056 (ST)²] - [0,00012828
(idade)]
Assim como GUEDES, o protocolo de POLLOCK & JACKSON também permite o
uso de uma tabela para a predição do %G, basta realizar a somatória das dobras cutâneas
preconizadas para homens (TABELA 7) e mulheres (TABELA 8) e relacionar com a coluna
da idade referente ao indivíduo avaliado.
Tabela 2: valores da somatória das dobras cutâneas do protocolo de GUEDES que
preconizam o percentual de gordura para mulheres.

mm 0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9
30 16.03 16.07 16.12 16.16 16.21 16.25 16.29 16.34 16.38 16.42
31 16.47 16.51 16.56 16.60 16.64 16.68 16.73 16.77 16.81 16.85
32 16.90 16.94 16.98 17.02 17.06 17.11 17.15 17.19 17.23 17.27
33 17.31 17.35 17.39 17.44 17.48 17.52 17.56 17.60 17.64 17.68
34 17.72 17.76 17.80 17.84 17.88 17.92 17.95 17.99 18.03 18.07
35 18.11 18.15 18.19 18.23 18.26 18.30 18.34 18.38 18.42 18.46
36 18.49 18.53 18.57 18.61 18.64 18.68 18.72 18.76 18.79 18.83
37 18.87 18.90 18.94 18.98 19.01 19.05 19.09 19.12 19.16 19.19
38 19.23 19.27 19.30 19.34 19.37 19.41 19.44 19.48 19.51 19.55
39 19.58 19.62 19.75 19.69 19.72 19.76 19.79 19.83 19.86 19.90
40 19.93 19.97 20.00 20.03 20.07 20.10 20.13 20.17 20.21 20.24
41 20.27 20.30 20.34 20.37 20.40 20.44 20.47 20.50 20.53 20.57
42 20.60 20.63 20.66 20.70 20.73 20.76 20.79 20.83 20.86 20.89
43 20.92 20.95 20.99 21.02 21.05 21.08 21.11 21.14 21.18 21.21
44 21.34 21.27 21.30 21.33 21.36 21.39 21.43 21.46 21.49 21.52
45 21.55 21.58 21.61 21.64 21.67 21.70 21.73 21.76 21.79 21.82
46 21.85 21.88 21.91 21.94 21.97 22.00 22.03 22.06 22.09 22.12
47 22.15 22.18 22.21 22.24 22.27 22.29 22.32 22.35 22.38 22.41
48 22.44 22.47 22.50 22.53 22.55 22.58 22.61 22.64 22.67 22.70
49 22.72 22.75 22.78 22.81 22.84 22.87 22.89 22.92 22.95 22.98

28
AVALIAÇÃO FÍSICA

50 23.00 23.03 23.06 23.09 23.11 23.14 23.17 23.20 23.22 23.25
51 23.28 23.31 23.33 23.36 23.39 23.41 23.44 23.47 23.50 23.52
52 23.55 23.58 23.60 23.63 23.66 23.68 23.71 23.73 23.76 23.79
53 23.81 23.84 23.87 23.89 23.92 23.94 23.97 24.00 24.02 24.05
54 24.07 24.10 24.13 24.15 24.18 24.20 24.23 24.25 24.28 24.30
55 24.33 24.35 24.38 24.41 24.43 24.46 24.48 24.51 24.53 24.56
56 24.58 24.61 24.63 24.66 24.68 24.71 24.73 24.75 24.78 24.80
57 24.83 24.85 24.88 24.90 24.93 24.95 24.97 25.00 25.02 25.05
58 25.07 25.10 25.12 25.14 25.17 25.19 25.22 25.24 25.26 25.29
59 25.31 25.33 25.36 25.38 25.41 25.43 25.45 25.48 25.50 25.52
60 25.55 25.57 25.59 25.62 25.64 25.66 25.69 25.71 25.73 25.75
61 25.78 25.80 25.82 25.85 25.87 25.89 25.91 25.94 25.96 25.98
62 26.01 26.03 26.05 26.07 26.10 26.12 26.14 26.16 26.19 26.21
63 26.23 26.25 26.28 26.30 26.32 26.34 26.36 26.39 26.41 26.43
64 26.45 26.47 26.50 26.52 26.54 26.56 26.58 26.61 26.63 26.65
65 26.67 26.69 26.71 26.74 26.76 26.78 26.80 26.82 26.84 26.86
66 26.89 26.91 26.93 26.95 26.97 26.99 27.01 27.03 27.06 27.08
67 27.10 27.12 27.14 27.16 27.18 27.20 27.22 27.24 27.26 27.29
68 27.31 27.33 27.35 27.37 27.39 27.41 27.43 27.45 27.47 27.49
69 27.51 27.53 27.55 27.57 27.59 27.61 27.63 27.66 27.68 27.70
70 27.72 27.74 27.76 27.78 27.80 27.82 27.84 27.86 27.88 27.90
71 27.92 27.94 27.96 27.98 28.00 28.02 28.04 28.06 28.08 28.09
72 28.11 28.13 28.15 28.17 28.19 28.21 28.23 28.25 28.27 28.29
73 28.31 28.33 28.35 28.37 28.39 28.41 28.43 28.45 28.46 28.48
74 28.50 28.52 28.54 28.56 28.58 28.60 28.62 28.64 28.66 28.67
75 28.69 28.71 28.73 28.75 28.77 28.79 28.81 28.83 28.84 28.86
76 28.88 28.90 28.92 28.94 28.96 28.97 28.99 29.01 29.03 29.05
77 29.07 29.09 29.10 29.12 29.14 29.16 29.18 29.20 29.21 29.23
78 29.25 29.27 29.29 29.31 29.32 29.34 29.36 29.38 29.40 29.41
79 29.43 29.45 29.47 29.49 29.50 29.52 29.54 29.56 29.58 29.59
80 29.61 29.63 29.65 29.67 29.68 29.70 29.72 29.74 29.75 29.77
81 29.79 29.81 29.82 29.84 29.86 29.88 29.89 29.91 29.93 29.95
82 29.96 29.98 30.00 30.02 30.03 30.05 30.07 30.09 30.10 30.12
83 30.14 30.15 30.17 30.19 30.21 30.22 30.24 30.26 30.27 30.29
84 30.31 30.33 30.34 30.36 30.38 30.39 30.41 30.43 30.44 30.46
85 30.48 30.49 30.51 30.53 30.54 30.56 30.58 30.59 30.61 30.63

Tabela 3: valores da somatória das dobras cutâneas do protocolo de GUEDES que


preconizam o percentual de gordura para homens.

mm 0.0 0.1 0.2 0.3 0.4 0.5 0.6 0.7 0.8 0.9
20 6.59 6.66 6.72 6.7 6.84 6.90 6.9 7.02 7.08 7.14
21 7.19 7.25 7.31 7.3
8 7.43 7.48 7.5
6 7.60 7.65 7.71
22 7.77 7.82 7.88 7
7.9 7.99 8.04 4
8.1 8.15 8.21 8.26
23 8.32 8.37 8.42 3
8.4 8.53 8.58 0
8.6 8.69 8.74 8.79
24 8.84 8.89 8.94 8
9.0 9.05 9.10 3
9.1 9.20 9.25 9.30
25 9.35 9.40 9.45 0
9.5 9.55 9.59 5
9.6 9.69 9.74 9.79
26 9.84 9.88 9.93 0
9.9 10.03 10.07 4
10.1 10.17 10.21 10.26
27 10.31 10.35 8
10.40 10.4 10.49 10.53 2
10.5 10.62 11.67 10.71
28 10.76 10.80 4
10.85 10.8 10.94 10.98 8
11.0 11.07 11.11 11.15
29 11.20 11.24 9
11.28 11.3 11.37 11.41 2
11.4 11.50 11.54 11.58
30 11.62 11.66 3
11.71 11.7 11.79 11.83 5
11.8 11.91 11.95 11.99
31 12.03 12.07 5
12.11 12.1 12.20 12.24 7
12.2 12.31 12.35 12.39
32 12.43 12.47 6
12.51 12.5 12.59 12.63 8
12.6 12.71 12.74 12.78
33 12.82 12.86 5
12.90 12.9 12.97 13.01 7
13.0 13.09 13.12 13.16
34 13.20 13.23 3
13.27 13.3 13.35 13.38 5
13.4 13.45 13.49 13.53
35 13.56 13.60 1
13.64 13.6 13.71 13.74 2
13.7 13.81 13.85 13.88
36 13.92 13.96 7
13.99 14.0 14.06 14.09 8
14.1 14.16 14.20 14.23
37 14.27 14.30 3
14.34 14.3 14.40 14.44 3
14.4 14.50 14.54 14.57
38 14.61 14.64 7
14.67 14.7 14.74 14.77 7
14.8 14.84 14.87 14.90
39 14.94 14.97 1
15.00 15.0 15.07 15.10 0
15.1 15.16 15.19 15.23
40 15.26 15.29 3
15.32 15.3 15.38 15.42 3
15.4 15.48 15.51 15.54
41 15.57 15.60 5
15.63 15.6 15.70 15.73 5
15.7 15.79 15.82 15.85
42 15.88 15.91 7
15.94 15.9 16.00 16.03 6
16.0 16.09 16.12 16.15
43 16.18 16.21 7
16.24 16.2 16.30 16.33 6
16.3 16.39 16.42 16.45
44 16.48 16.50 7
16.53 16.5 16.59 16.62 6
16.6 16.68 16.71 16.73
45 16.76 16.79 6
16.82 16.8 16.88 16.90 5
16.9 16.96 16.99 17.02
5 3
29
AVALIAÇÃO FÍSICA

46 17.04 17.07 17.10 17.1 17.16 17.18 17.2 17.24 17.27 17.29
47 17.32 17.35 17.38 3
17.4 17.43 17.46 1
17.4 17.51 17.54 17.56
48 17.59 17.62 17.65 0
17.6 17.70 17.73 8
17.7 17.78 17.80 17.83
49 17.86 17.88 17.91 7
17.9 17.96 17.99 5
18.0 18.04 18.07 17.09
50 18.12 18.14 18.17 4
18.1 18.22 18.25 1
18.2 18.30 18.32 18.35
51 18.37 18.40 18.42 9
18.4 18.47 18.50 7
18.5 18.55 18.57 18.60
52 18.62 18.65 18.67 5
18.7 18.72 18.75 2
18.7 18.80 18.82 18.85
53 18.87 18.89 18.92 0
18.9 18.97 18.99 7
19.0 19.04 19.06 19.09
54 19.11 19.14 19.16 4
19.1 19.21 19.23 2
19.2 19.28 19.30 19.33
55 19.35 19.37 19.40 8
19.4 19.44 19.47 5
19.4 19.51 19.54 19.56
56 19.58 19.61 19.63 2
19.6 19.68 19.70 9
19.7 19.74 19.77 19.78
57 19.81 19.84 19.86 5
19.8 19.90 19.93 2
19.9 19.97 19.99 20.02
58 20.04 20.06 20.08 8
20.1 20.13 20.15 5
20.1 20.19 20.22 20.24
59 20.26 20.28 20.31 1
20.3 20.35 20.37 7
20.3 20.41 20.44 20.46
60 20.48 20.50 20.52 3
20.5 20.57 20.59 9
20.6 20.63 20.65 20.67
61 20.70 20.72 20.74 4
20.7 20.78 20.80 1
20.8 20.84 20.87 20.89
62 20.91 20.93 20.95 6
20.9 20.99 21.01 2
21.0 21.05 21.07 21.10
63 21.12 21.14 21.16 7
21.1 21.20 21.22 3
21.2 21.26 21.28 21.30
64 21.32 21.34 21.36 8
21.3 21.40 21.42 4
21.4 21.46 21.48 21.50
65 21.52 21.54 21.56 8
21.5 21.60 21.62 4
21.6 21.66 21.68 21.70
66 21.72 21.74 21.76 8
21.7 21.80 21.82 4
21.8 21.86 21.88 21.90
67 21.92 21.94 21.96 8
21.9 22.00 22.02 4
22.0 22.06 22.08 22.10
68 22.12 22.13 22.15 8
22.1 22.19 22.21 4
22.2 22.25 22.27 22.29
69 22.31 22.33 22.35 7
22.3 22.38 22.40 3
22.4 22.44 22.46 22.48
70 22.50 22.51 22.53 6
22.5 22.57 22.59 2
22.6 22.63 22.65 22.66
71 22.68 22.70 22.72 5
22.7 22.76 22.77 1
22.7 22.81 22.83 22.85
72 22.87 22.88 22.90 4
22.9 22.94 22.96 9
22.9 22.99 23.01 23.03
73 23.05 23.07 23.08 2
23.1 23.12 23.14 8
23.1 23.17 23.19 23.21
74 23.23 23.24 23.26 0
23.2 23.30 23.32 6
23.3 23.35 23.37 23.39
75 23.40 23.42 23.44 8
23.4 23.47 23.49 3
23.5 23.53 23.54 23.56
6 1

Tabela 4: valores da somatória das dobras cutâneas do protocolo de POLLOCK &


JACKSON que preconizam o percentual de gordura para mulheres

Soma Idades
das meno de De 28 de de de de de mai
s de 23 a 32 33 38 43 48 53 s de
Dobra a 27 a 37 a 42 a 47 a 52 a 57
s(
23-25 22
9.7 9.9 10.2 10.4 10.7 10.9 11.2 11.4 58
11.7
26-28
mm) 11.0 11.2 11.5 11.7 12.0 12.3 12.5 12.7 13.0
29-31 12.3 12.5 12.8 13.0 13.3 13.5 13.8 14.0 14.3
32-34 13.6 13.8 14.0 14.3 14.5 14.8 15.0 15.3 15.5
35-37 14.8 15.0 15.0 15.5 15.8 16.0 16.3 16.5 16.8
38-40 16.0 16.3 16.5 16.7 17.0 17.2 17.5 17.7 18.0
41-43 17.2 17.4 17.7 17.9 18.2 18.4 18.7 18.9 19.2
44-46 18.3 18.6 18.8 19.1 19.3 19.6 19.8 20.1 20.3
47-49 19.5 19.7 20.0 20.2 20.5 20.7 21.0 21.2 21.5
50-52 20.6 20.8 21.1 21.3 21.6 21.8 22.1 22.3 22.6
53-55 21.7 21.9 22.1 22.4 22.6 22.9 23.1 23.4 23.6
56-58 22.7 23.0 23.2 23.4 23.7 23.9 24.2 24.4 24.7
59-61 23.7 24.0 24.2 24.5 24.7 25.0 25.2 25.5 25.7
62-64 24.7 25.0 25.2 25.5 25.7 26.0 26.7 26.4 26.7
65-67 25.7 25.9 26.2 26.4 26.7 26.9 27.2 27.4 27.7
68-70 26.6 26.9 27.1 27.4 27.6 27.9 28.1 28.4 28.6
71-73 27.5 27.8 28.0 28.3 28.5 28.8 29.0 29.3 29.5
74-76 28.4 28.7 28.9 29.2 29.4 29.7 29.9 30.2 30.4
77-79 29.3 29.5 29.8 30.0 30.3 30.5 30.8 31.0 31.3
80-82 30.1 30.4 30.6 30.9 31.1 31.4 31.6 31.9 32.1
83-85 30.9 31.2 31.4 31.7 31.9 32.2 32.4 32.7 32.9
86-88 31.7 32.0 32.2 32.5 32.7 32.9 33.2 33.4 33.7

30
AVALIAÇÃO FÍSICA

89-91 32.5 32.7 33.0 33.2 33.5 33.7 33.9 34.2 34.4
92-94 33.2 33.4 33.7 33.9 34.2 34.4 34.7 34.9 35.2
95-97 33.9 34.1 34.4 34.6 34.9 35.1 35.4 35.6 35.9
98-100 34.6 34.8 35.1 35.3 35.5 35.8 36.0 36.3 36.5
101- 35.3 35.4 35.7 35.9 36.2 36.4 36.7 36.9 37.2
103
104- 35.8 36.1 36.3 36.6 36.8 37.1 37.3 37.5 37.8
106
107- 36.4 36.7 36.9 37.1 37.4 37.6 37.9 38.1 38.4
109
110- 37.0 37.2 37.5 37.7 38.0 38.2 38.5 38.7 38.9
112
113- 37.5 37.8 38.0 38.2 38.5 38.7 39.0 39.2 39.5
115
116- 38.0 38.3 38.5 38.8 39.0 39.3 39.5 39.7 40.0
118
119- 38.5 38.7 39.0 39.2 39.5 39.7 40.0 40.2 40.5
121
122- 39.0 39.2 39.4 39.7 39.9 40.2 40.4 40.7 40.9
124
125- 39.4 39.6 39.9 40.1 40.4 40.6 40.9 41.1 41.4
127
128- 39.8 40.0 40.3 40.5 40.8 41.0 41.3 41.5 41.8
130

Tabela 5: valores da somatória das dobras cutâneas do protocolo de POLLOCK &


JACKSON que preconizam o percentual de gordura para homens

Soma Idades
das meno de 23 de 28 de 33 de 38 de 43 de 48 de 53 mais
s de a 27 a 32 a 37 a 42 a 47 a 52 a 57 de
Dobra
s(
8-10 221.3 1.8 2.3 2.9 3.4 3.9 4.5 5.0 585.5
11-13
mm) 2.2 2.8 3.3 3.9 4.4 4.9 5.5 6.0 6.5
14-16 3.2 3.8 4.3 4.8 5.4 5.9 6.4 7.0 7.5
17-19 4.2 4.7 5.3 5.8 6.3 6.9 7.4 8.0 8.5
20-22 5.1 5.7 6.2 6.8 7.3 7.9 8.4 8.9 9.5
23-25 6.1 6.6 7.2 7.7 8.3 8.8 9.4 9.9 10.
26-28 7.0 7.6 8.1 8.7 9.2 9.8 10.3 10.9 5
11.
29-31 8.0 8.5 9.1 9.6 10.2 10.7 11.3 11.8 4
12.
32-34 8.9 9.4 10.0 10.5 11.1 11.6 12.2 12.8 4
13.
35-37 9.8 10.4 10.9 11.5 12.0 12.6 13.1 13.7 3
14.
38-40 10.7 11.3 11.8 12.4 12.9 13.5 14.1 14.6 3
15.
41-43 11.6 12.2 12.7 13.3 13.8 14.4 15.0 15.5 2
16.
44-46 12.5 13.1 13.6 14.2 14.7 15.3 15.9 16.4 1
17.
47-49 13.4 13.9 14.5 15.1 15.6 16.2 16.8 17.3 0
17.
50-52 14.3 14.8 15.4 15.9 16.5 17.1 17.6 18.2 9
18.
53-55 15.1 15.7 16.2 16.8 17.4 17.9 18.5 19.1 8
19.
56-58 16.0 16.5 17.1 17.7 18.2 18.8 19.4 20.0 7
20.
59-61 16.9 17.4 17.9 18.5 19.1 19.7 20.2 20.8 5
21.
62-64 17.6 18.2 18.8 19.4 19.9 20.5 21.1 21.7 4
22.
65-67 18.5 19.0 19.6 20.2 20.8 21.3 21.9 22.5 2
23.
68-70 19.3 19.9 20.4 21.0 21.6 22.2 22.7 23.3 1
23.
71-73 20.1 20.7 21.2 21.8 22.4 23.0 23.6 24.1 9
24.
74-76 20.9 21.5 22.0 22.6 23.2 23.8 24.4 25.0 7
25.
77-79 21.7 22.2 22.8 23.4 24.0 24.6 25.2 25.8 5
26.
80-82 22.4 23.0 23.6 24.2 24.8 25.4 25.9 26.5 3
27.
83-85 23.2 23.8 24.4 25.0 25.5 26.1 26.7 27.3 1
27.
86-88 24.0 24.5 25.1 25.7 26.3 26.9 27.5 28.1 9
28.
89-91 24.7 25.3 25.9 26.5 27.1 27.6 28.2 28.8 7
29.
92-94 25.4 26.0 26.6 27.2 27.8 28.4 29.0 29.6 4
30.
95-97 26.1 26.7 27.3 27.9 28.5 29.1 29.7 30.3 2
30.
98-100 26.9 27.4 28.0 28.6 29.2 29.8 30.4 31.0 9
31.
101- 27.5 28.1 28.7 29.3 29.9 30.5 31.1 31.7 6
32.
103
104- 28.2 28.8 29.4 30.0 30.6 31.2 31.8 32.4 3
33.
106
107- 28.9 29.5 30.1 30.7 31.3 31.9 32.5 33.1 0
33.
109
110- 29.6 30.2 30.8 31.4 32.9 32.6 33.2 33.8 7
34.
112 4
31
AVALIAÇÃO FÍSICA

113- 30.2 30.8 31.4 32.0 32.6 33.2 33.8 34.5 35.
115
116- 30.9 31.5 32.1 32.7 33.3 33.9 34.5 35.1 1
35.
118
119- 31.5 32.1 32.7 33.3 33.9 34.5 35.1 35.7 7
36.
121
122- 32.1 32.7 33.3 33.9 34.5 35.1 35.8 36.4 4
37.
124
125- 32.7 33.3 33.9 34.5 35.1 35.8 36.4 37.0 0
37.
127 6

Após o cálculo, os resultados precisam ser avaliados, esta avaliação pode ser feita
com a obtenção de um próximo resultado (comparação entre resultados do mesmo
indivíduo) ou com a utilização de uma tabela que estima conforme a faixa etária uma faixa
de percentual ideal. Esta normalmente apresenta valores para homens (TABELA 6) e
mulheres (TABELA 7) segundo POLLOCK (1985) e MCARDLE (1992), (TABELA 8).

Tabela 6: Estimativa do percentual de gordura em relação a idade para homens.

18 – 25 26 – 35 36 – 45 46 – 55 56 – 65
Nível \ Idade
anos anos anos anos anos
Excelente 4a6% 8 a 11 10 a 14 % 12 a 16 13 a 18
Bom 8 a 10 12 %a 15 16 a 18 % 18 %
a 20 20 %
a 21
Abaixo da Média 12 %a 13 16 %
a 18 19 a 21 % 21 %
a 23 22 %
a 23
Média 14 %
a 16 18 %
a 20 21 a 23 % 24 %
a 25 24 %
a 25
Acima da Média %
17 a 20 22 %
a 24 24 a 25 % 26 %
a 27 26 %
a 27
Ruim 20 %
a 24 24 %
a 27 27 a 29 % 28 %
a 30 28 %
a 30
Muito Ruim %
26 a 36 28 %
a 36 30 a 39 % 32 %
a 38 32 %
a 38
% % % %

Tabela 7: Estimativa do percentual de gordura em relação a idade para mulheres.

18 – 25 26 – 35 36 – 45 46 – 55 56 – 65
Nível \ Idade
anos anos anos anos anos
Excelente 13 a 16 % 14 a 16 % 16 a 19 % 17 a 21 % 18 a 22 %
Bom 17 a 19 % 18 a 20 % 20 a 23 % 23 a 25 % 24 a 26 %
Abaixo da Média 20 a 22 % 21 a 23 % 24 a 26 % 26 a 28 % 27 a 29 %
Média 23 a 25 % 24 a 25 % 27 a 29 % 29 a 31 % 30 a 32 %
Acima da Média 26 a 28 % 27 a 29 % 30 a 32 % 32 a 34 % 33 a 35 %
Ruim 29 a 31 % 31 a 33 % 33 a 36 % 35 a 38 % 36 a 38 %
Muito Ruim 33 a 43 % 36 a 49 % 38 a 48 % 39 a 50 % 39 a 49 %

Tabela 8: Estimativa do percentual de gordura em relação a idade para homens e


mulheres, acima de 18 anos ADAPTADO de MCARDLE, 1992).

Limite Moderadamente Excessivamente Gordura Gordura


Normal Obeso Obeso Ideal Essencial

32
AVALIAÇÃO FÍSICA

15%- 10%-
Homens 20%-25% 25%-30% 3%
20% 14%
25%- 14%-
Mulheres 30%-35% 35%-40% 12%
30% 18%

2.10 SOMATOTIPO
Segundo Astrand (1980), somatotipo refere-se à classificação física do corpo
humano, relacionando a estrutura corporal com o desempenho nas diversas
modalidades esportivas.
Sheldon e o Somatotipo
No prefácio de seu primeiro livro: “The Varieties of Human Physique- na
introduction to constitutional psychology”, em que apresenta as primeiras conclusões
sobre o somatotipo, Sheldon narra que, na busca de uma solução para o desafio que se
lhe apresentava, realizou seus estudos preliminares envolvendo a descrição morfológica
de 4000 estudantes, recrutados em cinco estabelecimentos de ensino, em observações
clínicas e anatômicas, e criando uma câmara fotográfica especial, que lhe possibilitaria
ter três visões de um mesmo indivíduo: frontal, perfil D e dorsal, em uma única fotografia,
além de estudos antropométricos e de estatística.
Alicerçado nos dados das necrópsias e na análise fotográfica, chega ao conceito
de somatotipo, que ele fundamenta sobre os três folhetos embrionários: do endoderma
deriva o endomorfismo, caracterizado basicamente pelos órgãos da digestão; do
mesoderma o mesomorfismo, manifestado pelos músculos, ossos e tecidos conjuntivos,
com predominância de ossos e músculos e do ectoderma o ectomorfismo, que Sheldon
diz ser uma predominância relativa do linear e da fragilidade relacionada à superfície
corpórea ampla, em relação à massa, sobretudo nos mais importantes aspectos: cérebro
e sistema nervoso central. A estes componentes: endo, meso e ectomorfia ele os
denomina fundamentais do somatotipo e é aos três que se refere quando diz: “o
grupamento típico dos componentes morfológicos, expresso pelas 3 cifras, nós
chamamos somatotipo do indivíduo.
SHELDON (1940) atribui ao maior valor do endomorfismo as seguintes
características, que se acentuam nos graus extremos: corpo arredondado e flácido;
tendência a igualar diâmetros antero-posteriores e transversos na cabeça, tronco e
membros; concentração de massa no centro do corpo; domínio do abdomen sobre o
tórax e destes sobre os membros; "forma apresuntada” dos membros: maior
concentração de massa nas extremidades proximais; pescoço curto e volumoso, com
cintura escapular de contornos globosos; cabeça quase esférica; ausência de relevos
musculares e projeções ósseas pouco nítidas, à palpação; pés e mãos relativamente
pequenos.
Ao domínio do mesomorfismo atribui musculatura saliente, com músculos
definidos, maciços e com fortes relevos musculares; ossos longos, salientes e fortes,
com maiores diâmetros transversos; tronco grande e fortemente musculoso; membros

33
AVALIAÇÃO FÍSICA

musculosos, em toda a sua extensão; volume torácico dominando o abdominal, com


tórax mais largo no ápice do que na base; pélvis forte, quadris largos; forma cefálica
variável com ossos salientes; musculatura abdominal bem definida a nível de vizinhança
com as cristas ilíacas e faz ligar-se ao ectomorfismo as seguintes características: ossos
pequenos e delicados; domínio da linearidade e aspecto de fragilidade; tórax longo em
relação ao abdômen e tendência a um achatamento do tronco; músculos fracos,
delicados e finos; ângulos costo-vertebrais agudos; costelas proeminentes; membros
superiores e inferiores longos e finos, o oposto do endomorfo; cabeça globalmente
longa, com face relativamente pequena, se comparada ao crânio; lábios delicados e
finos; pele e cabelo finos.Sheldon classificou o corpo humano como sendo: endomorfo,
mesomorfo, ectomorfo e percentuais de quantificação de cada um.
Astrand (1980) também cita, ascaracterísticas dos componentes corporais,
que são:
1-ENDOMORFIA - que tem como principal característica o arredondamento das
linhas corporais. Não apresenta relevo muscular. O endomorfo caracteriza-se pela
obesidade plena, os diâmetros ântero-posteriores e os diâmetros laterais tendem a se
igualar na cabeça, no pescoço, no tronco e nos ombros. Percentual de gordura localizada
na região abdominal é grande e também na cintura escapular. Um arredondamento na
cintura pélvica também é notado e raramente existe uma quantidade de pelos no tórax.

2-MESOMORFIA - tem como característica um corpo anguloso dotado de um


grande desenvolvimento muscular com um grande tônus muscular. Os ossos são largos.
As características marcantes deste tipo são: a espessura do antebraço e o diâmetro do
pulso, da mão e dos dedos. O tórax é bem desenvolvido e a cintura é delgada. Os ombros
são largos e o tronco é geralmente ereto, tendo o trapézio e os deltóides bem
desenvolvidos. Os músculos abdominais são geralmente espessos. Uma concavidade
nos glúteos, lateralmente, é notada. O aspecto da pele é espesso.

34
AVALIAÇÃO FÍSICA

3-ECTOMORFIA: A linearidade, a fragilidade e a delicadeza corporal são uma de


suas características. Os ossos são pequenos e muito delgados. Os ombros caídos são
frequentemente dos ectomórficos. Os membros são relativamente longos em relação ao
tronco, não significando necessariamente um indivíduo de estatura elevada. O abdome
e a coluna são achatados, muitas vezes uma cifose torácica é acentuada. Os ombros são,
na maioria das vezes, estreitos e lhes faltam relevo muscular. Não há relevo muscular em
qualquer parte do físico. A cintura escapular se ressente de suporte muscular e de
inclinação, e a escapula tende a desviar-se para fora e para trás (escapula alada).

Um ponto vem sendo confirmado, na teoria de Sheldon: a imutabilidade da relação


entre os três componentes. O mesomorfo gordo não vira endomorfo, como o endomorfo
magro não vira mesomorfo. Estudos de Carter junto com Parizkova indicam que o nível
da cifra de cada um dos componentes pode variar com a idade, com a atividade, mas a
imutabilidade da ordem entre eles mantém-se. Pode-se, com o treinamento, ficar um
pouco mais mesomorfo ou com o sedentarismo um pouco mais endomorfo mas não se
alteram as posições de domínio entre os três fatores, posição esta que é determinada
geneticamente.
Assim, se as características básicas são decorrentes da carga genética, isto é: a
forma da distribuição dos três fatores primários está geneticamente determinada, a
expressão final, em um determinado momento da vida, pode fazer variar o nível de cada
um deles, conforme as interferências externas. O somatotipo pois, em sua base, um
elemento genotípico, mas que tem sua expressão final em decorrência do fenotipo,
conforme mostrou (PARNELL,1958).

35
AVALIAÇÃO FÍSICA

2.11 SOMATOTIPO DE HEATH-CARTER


A avaliação do somatotipo de Heath-Carter aplica-se tanto para homens quanto à
mulheres. Heath-Carter utiliza para obter a avaliação somatotipológica medidas
antropométricas; uma somatocarta figura 18 para coleta dos dados.

Com isso, permite que seja determinado o tipo físico do indivíduo possibilitando a
comparação com os padrões específicos à cada modalidade desportiva; permiti um
constante controle, em diferentes faixas etárias, se há estabilidade somatotípica ou se
há uma tendência de alteração para um somatotipo característico ao longo das diversas
etapas de treino na “preparação de muitos anos”; possibilita, também a investigação
sobre os indicadores de proporcionalidade corporal; que seja controlado o
desenvolvimento e crescimento do indivíduo, que, embora seja determinado
geneticamente são influenciados diretamente por fatores exógenos tais como a
metodologia de treino aplicada, carga (volume e intensidade), entre outros.
O estudo do somatotipo favorece a correção de desequilíbrios morfológicos
característicos a cada componente da classificação somatotípica, prevenindo, assim,
lesões por overused, lesões crônicas e pontos dolorosos a medida que se intensifica as
cargas de treino em nível de volume e intensidade.

36
AVALIAÇÃO FÍSICA

UNIDADE III

37
AVALIAÇÃO FÍSICA

AVALIAÇÃO DA FORÇA MUSCULAR


Teste Isotônico -Equipamento, facilmente disponível, relativamente baratos,
específico para o treinamento tipicamente executado. Tem sido geralmente relatado
como confiável.
Procedimentos Isotônicos - Atividade leve envolvendo os músculos a serem
testados, aquecimento de 3 a 5 minutos, aquecimento de 8 repetições a 50% da 1RM
estimada – 3 repetições a 70% e intervalo menor que um minuto nem maior que 5
minutos, com 3 as 5 tentativas.

3.1 FORÇA RELATIVA


Cálculo de Força Relativa
Exemplo: Indivíduo de 22 anos, com 85 kg, teste de 1RM no supino com 100 kg.
FR = 1RM no supino/peso do indivíduo = 100/ 85 = 1,18
Classificação nas tabelas abaixo:

38
AVALIAÇÃO FÍSICA

3.2 AVALIAÇÃO DA FLEXIBILIDADE


Capacidade de desenvolver gradativamente a amplitude articular, com o
propósito de aumentar o desempenho físico, melhorar e buscar eficiência nos
movimentos. Podemos considerar a flexibilidade uma qualidade, uma capacidade motriz
ou da aptidão física, mas de forma alguma desconsiderar sua essencial importância no
desempenho físico de um atleta, independente da atividade ou modalidade em vai atuar.
No entanto, alguns autores definem, como:
É a qualidade física expressada pela maior amplitude possível do movimento
voluntário de uma articulação ou combinação de articulações num determinado sentido,
dentro de limites morfológicos e sem provocar lesões (DANTAS, 1995). É uma qualidade
física do homem que condiciona a capacidade funcional das articulações de
movimentar-se dentro dos limites ideais de determinadas ações (TUBINO, 1990). Temos
várias formas de verificar a flexibilidade, partindo da análise de posições como no
Flexiteste até o uso de um aparelho como na Goniometria, mas o mais utilizado hoje pelas
academias até pela sua praticidade e baixo tempo de aplicação, seria o teste do Sentar
e Alcançar descrito abaixo.

39
AVALIAÇÃO FÍSICA

3.3 TESTE - SENTAR E ALCANÇAR


Finalidade: medir o grau de flexibilidade do indivíduo.
População-alvo: seis anos até a idade universitária.
Porção corporal envolvida: membros inferiores.
Material necessário: o instrumento de medida é constituído de um aparelho em
formato de caixa na dimensão 30,5x30,5x53,5cm (figura; na parte superior há uma escala
graduada de 1 em 1cm; na parte central, perpendicular, existe uma madeira que serve de
apoio aos pés. Estando o sujeito sentado no chão, a partir de uma linha central, 23
centímetros (coincide com a linha onde o avaliado coloca os pés) na direção do avaliado,
começa o zero (0) da escala do instrumento (direção da cabeça).
Protocolo: o avaliado deverá estar descalço e assumir uma posição sentada de
frente para o aparelho com os pés embaixo da caixa, joelhos completamente estendidos
e com os pés encostados contra a caixa. O avaliador deverá apoiar os joelhos do avaliado
na tentativa de assegurar que os mesmos permaneçam estendidos durante o
movimento. Os braços deverão estar estendidos sobre a superfície da caixa com as mãos
colocadas uma sobre a outra. Para a realização do teste, o avaliado, com as mãos
voltadas para baixo e em contato com a caixa, deverá estender-se a frente ao longo da
escala de medida procurando alcançar a maior distância possível, realizando o
movimento de modo lento e sem solavancos. Devem ser realizadas três tentativas sendo
que para cada uma delas a distância deverá ser mantida pôr aproximadamente um
segundo, sendo considerado melhor valor alcançado.

3.3.1 Teste de Flexibilidade Adaptado (SENTAR-E-ALCANÇAR)


Material: Trena e fita adesiva.
Orientação: Os alunos devem estar descalços. Estenda uma fita métrica no chão.
Na marca de 38,1 cm desta fita coloque um pedaço de fita adesiva de "45,0" cm
atravessada na fita métrica. A fita adesiva deve segurar a fita métrica no chão. A pessoa
senta-se com a extremidade "0" da fita métrica entre as pernas. Os calcanhares devem
quase tocar a fita adesiva na marca dos 38,1 cm e estarem separados cerca de 30,0 cm

40
AVALIAÇÃO FÍSICA

(FIGURA ABAIXO). Com os joelhos estendidos, a pessoa inclina-se lentamente e estende


as mãos o mais distante possível. A pessoa deve se manter nesta posição o tempo
suficiente para a distância ser marcada.
Anotação: O resultado é medido em centímetros a partir da posição mais
longínqua que o aluno pode alcançar na escala com as pontas dos dedos. Registra-se o
melhor resultado entre as duas execuções com anotação em uma casa decimal.

Medidas para o teste sentar


e alcançar modificado (Adaptado do
protocolo CENESP, 2005).

3.3.2 Flexiteste
Finalidade: Avalia a flexibilidade através de movimentos específicos. (Fernandes,
1985).
Porção corporal envolvida: todo corpo.
Material necessário: flexíndice.
Protocolo: o avaliador deve movimentar o segmento avaliado até o seu limite,
comparando-a seguidamente o grau de amplitude de movimento ao gabarito de
avaliação, dando o conceito relativo ao movimento que mais se aproxima do gabarito.
Constam de 20 movimentos no lado direito do corpo, nas articulações do tornozelo,
joelho, quadril, tronco, punho, cúbito e ombro. Segundo Monteiro (1985), 8 movimentos
podem ser utilizados, pois fazem parte dos segmentos mais utilizados. Com o somatório
dos oito movimentos isolados, obtém-se o índice geral de flexibilidade, que será avaliado
do seguinte modo:

<8 : Muito pequena;


9 -12: Pequena;
13 -16: Média (-);
17-20: Média (+)
21-24: Grande
> 25: Muito grande
Resultado: 0 - Muito pequena; 1 - Pequena; 2 - Média; 3 - Grande; 4 – Muito grande.

41
AVALIAÇÃO FÍSICA

Validade: não reportada.

3.4 TESTES PARA AVALIAR A FORÇA E POTÊNCIA

3.5 FORÇA E RESISTÊNCIA ABDOMINAL

Teste de 1 Repetição Voluntária Máxima (RVM)


▪ Finalidade: medir a quantidade de força dinâmica máxima executando um
movimento completo abrangendo todo o arco articular.
▪ População-alvo: deve ser aplicado em pessoas acostumadas com o
trabalho de força.
▪ Porção corporal envolvida: sistema locomotor.
▪ Material necessário: Aparelho para musculação com pesos fracionados ou
barra e anilhas.
▪ Procedimento: o avaliado deve realizar um movimento contínuo, em todo
arco articular, contra a maior resistência possível. Poderão ser realizadas
três tentativas no máximo por grupamento muscular; um intervalo de
cinco minutos deve ser dado entre cada tentativa para permitir que todo o
ATP + CP depletados possa ser restaurado, visto que, segundo Mathews
(1979) em baseados em dados HULTMAN et all, mostra que após três
minutos de repouso 100% do ATP + CP depletados são repostos. E, ainda,
o desgaste em nível neuromuscular seja atenuado. Será registrado o peso
máximo conseguido pelo indivíduo em uma das tentativas por grupamento
muscular.
▪ Resultado: ao adicionar um peso gradativamente, verificar-se-á que o
testando não conseguirá realizar mais nenhum movimento, neste ponto
será descoberta a carga máxima individual.
▪ Validade: não reportada
▪ Fidedignidade: não reportada
▪ Observações:
▪ Precauções – Número máximo de tentativas não deverá exceder a três.

Flexão de Braço
▪ Finalidade: medir a resistência muscular localizada nos membros
inferiores.

42
AVALIAÇÃO FÍSICA

▪ População-alvo: preferencialmente membros do sexo masculino.


▪ Porção corporal envolvida: membros superiores, especificamente a
cintura escapular e braços.
▪ Protocolo: O indivíduo deve iniciar a flexão de braços em decúbito ventral
com os cúbitos em extensão, as mãos voltadas para frente, na linha dos
ombros e o olhar direcionado para o espaço entre elas. A flexão do cotovelo
será feita até que o tórax toque o chão, mantendo os cúbitos abduzidos e
o tronco paralelo ao solo. Retornar a posição inicial e repetir o movimento
continuamente.
▪ Resultado: registra-se o número de repetições corretamente executadas.
E compara o número de repetições com os padrões apresentados nos
quadros abaixo.
▪ Validade: não reportada
▪ Fidedignidade: não reportada

3.6 FORÇA ESTÁTICA

Dinamometria de Mão (Grip)


▪ Finalidade: mensurar quanta força “estática” externa foi aplicada ao
dinamômetro de mão.
▪ População-alvo: ambos os sexos de qualquer idade.
▪ Porção corporal envolvida: mãos.
▪ Material necessário: Grip dinamômetro.
▪ Procedimento: com o aparelho calibrado e zerado, o braço do indivíduo
relaxado ao longo do corpo, faz-se com que ele pegue a barra de tração do
aparelho com as 4 últimas falanges distais e com a porção distal do
metacarpo na barra de apoio pede-se que o avaliado realize a tração. Deve
ser realizado duas tentativas com intervalo de 1 minuto entre ambas, sendo
registrado o maior valor obtido.
▪ Equipamento necessário: dinamômetro manual ajustado (Fernandes,
1998).
▪ Protocolo: O avaliado deve estar em pé; 2) a cabeça do avaliado deve estar
na horizontal; 3) o tamanho da pegada deve ser ajustada de tal forma que a
falange mediana do dedo médio esteja em ângulo reto; 4) o antebraço deve
estar posicionado em qualquer ângulo entre 90o e 180o graus em relação
ao braço; o braço está numa posição vertical; 5) o pulso e o antebraço

43
AVALIAÇÃO FÍSICA

devem estar em leve pronação; 6) o avaliado deve exercer uma força


máxima e breve; 7) o avaliado deve realizar duas ou três tentativas
alternadas com cada mão, com intervalos de 30 seg.; 8) somar o melhor
resultado de cada mão (direita-esquerda) e compara nas tabelas
(FERNANDES, p. 55).
▪ Resultado: é a máxima preensão que o testando conseguir exercer, sendo
computado o melhor das duas tentativas.

Dinamometria de Membros Inferiores e Região Dorsal

▪ Finalidade: mensurar a força dos membros inferiores.


▪ População-alvo: direcionado para ambos os sexos.
▪ Porção corporal envolvida: região dorsal e membros inferiores.
▪ Equipamento necessário: dinamômetro para teste de tração membros
inferiores e lombar.
▪ Protocolo: com o aparelho calibrado e zerado, pede-se que o avaliado se
posicione na base do aparelho com os joelhos fletidos a aproximadamente
120 graus e tronco ereto. Coloca-se a barra de tração em uma posição em
que essa fique à altura da prega inguinal. Faz-se a extensão dos joelhos
sem flexionar o tronco. O registro da medida é feito do mesmo modo que
na dinamometria de mão.
▪ Resultado: é a máxima prensão exercida pelo testando, computando o
melhor resultado de duas tentativas.
▪ Validade: não reportada.

44
AVALIAÇÃO FÍSICA

UNIDADE IV

45
AVALIAÇÃO FÍSICA

AVALIAÇÃO POSTURAL
A análise realizada para a avaliação da postura é chamada de posturografia. A
posturografia dinâmica é um método de avaliação que analisa a postura com o uso de
perturbações externas. Já a posturografia estática é o método de avaliação que se
refere ao estudo da postura sem a aplicação de perturbações externas, na postura ereta
e parada. (MOCHIZUKI & AMADIO, 2003). Tem como propósito conhecer a expressão
postural do indivíduo. Esta avaliação permite a aquisição de dados para definir um
diagnóstico cinesiológico e consequentemente, a escolha da conduta a seguir,
auxiliando na determinação dos objetivos e na escolha de métodos de tratamento
visando à reabilitação (PEREIRA, 2003) e (GUENNO et al., 2001).
A análise fotográfica tem sido um recurso amplamente utilizado, constituindo um
método de avaliação que também permite a comparação dos resultados do tratamento
das alterações posturais. As imagens bidimensionais realizadas na avaliação inicial,
durante e no final da intervenção terapêutica são feitas com o propósito de observar as
alterações iniciais e/ou às transformações físicas mensuráveis. (BRENZIKOFER et
al.,1999) ; (PEREIRA, 2003); (ROLIM et al.,2001); (SALVE et al.,1999). Esta análise, quando
associada aos programas de computadores permitem a visualização do indivíduo nos
mesmos planos de observação visual e possibilita a quantificação de alguns dados como
ângulos articulares e distâncias dos segmentos observados.
Os métodos utilizados para se verificar as possíveis assimetrias corporais têm
como base a observação de pontos anatômicos (estático e dinâmico), esta observação
pode ser realizada como câmeras digitais de forma dinâmica ou com câmeras
fotográficas digitais de forma estática, outra forma mais comum é a utilização do
Simetografo, aparelho que permite ao avaliado melhor visualização dos pontos de
referência durante a avaliação.

4.1 PONTOS A SEREM OBSERVADOS


Antes de observamos os pontos, deve-se ter padrões para o posicionamento do
equipamento, quando da utilização de câmeras digitais, esta deve estar posicionada e
um tripé, em uma altura de 80 cm e com uma distância horizontal de 3 metros e relação
aos indivíduos. Sendo que, quando da análise de forma mais fidedigna, deve-se colocar
marcadores constituídos por bolas de isopor na forma esférica com média de 2,5 cm de
diâmetro, fixos no corpo com uma fita (dupla-face).

46
AVALIAÇÃO FÍSICA

Pontos anatômicos para fixação dos pontos de referência


durante a avaliação das posições frontal, lateral e dorsal (Adaptado
de MERCADANTE et al., 2005)
Uma forma mais comum é o uso do simetógrafo, onde pode-
se usar os mesmos pontos anatômicos anteriormente citados,
porém sem a utilização dos marcadores.

4.1.1 Alinhamentos e Desvios de Postura

As assimetrias muitas das vezes não terão correções significativas com o


fortalecimento muscular ou alongamento da cadeia musculares que envolvem a
articulação. Esse tipo de atividade muitas das vezes irá ocasionar uma compensação de
possíveis dores musculares seja durante a prática de algum desporto específico ou
durante as atividades diárias realizadas.
▪ Pé Abduzido - é a projeção do pé para fora da linha medial do corpo.
▪ Pé Aduzido – é a projeção do pé para dentro da linha medial do corpo.
▪ Pé Calcâneo – quando o antepé não encosta no chão no momento da
posição ortoestática.

47
AVALIAÇÃO FÍSICA

▪ Pé Equino - quando o calcanhar não encosta no chão no momento da


posição ortoestática.
▪ Pé Supinado – projeção do tendão de Aquiles para dentro da linha média
corpo.
▪ Pé Pronado – projeção do tendão de Aquiles para fora da linha média do
corpo.
▪ Joelho Genu Varo – é a projeção dos joelhos para fora da linha média do
corpo.
▪ Joelho Genu Valgo – é a projeção dos joelhos para dentro da linha média do
corpo.
▪ Joelho Genu Recurvado - é a projeção dos joelhos para trás da linha
gravidade do corpo.
▪ Joelho Genu Flexo - é a projeção dos joelhos para frente da linha média do
corpo.
▪ Antero versão do Quadril – é a projeção da cristaíliaca para frente da linha
de gravidade.
▪ Retroversão de Quadril – é a projeção da cristaíliaca para trás da linha de
gravidade.
▪ Observar as linhas do Quadril para saber do seu alinhamento (parte superior
e anterior da crisaíliaca) para observar desvios laterais.
▪ HiperLordose – projeção da coluna Lombar para frente da linha de
gravidade.
▪ HiperCifose – é a projeção da coluna Torácica para trás da linha de
gravidade.
▪ Escoliose – projeção lateral da coluna e pode ser classificada como: total,
simples, dupla e tripla.

4.2 INTRODUÇÃO AO FMS (FUNCTIONAL MOVIMENT SCREEN)


O Functional Movement Screen (FMS) foi criado em 1997 e, desde então, tem sido
foco de pesquisas científicas (BURTON, 2011). O FMS é uma ferramenta de avaliação que
tem por objetivo avaliar padrões de movimento individual, e propicia um modelo de
avaliação em condições dinâmicas e funcionais (COOK, BURTON et al. 2006). Três
aspectos são inerentes ao FMS: (1) é uma ferramenta de rápida e fácil aplicação em quase
qualquer ambiente; (2) pode ser utilizado para identificar indivíduos que estão em risco
de lesão, dentro de certos grupos da população; (3) a pontuação da FMS pode melhorar
por meio de intervenções (BURTON 2011).

48
AVALIAÇÃO FÍSICA

Entende-se que a avaliação dos movimentos funcionais é uma forma de


identificar deficiências de mobilidade e estabilidade, por vezes negligenciados em
avaliações clássicas e tradicionais, até mesmo na população assintomática. O FMS pode
ser incluído em uma pré-participação do exame físico, ou pode ser utilizado como uma
técnica de avaliação independente para determinar os déficits que podem estar ocultos
em avaliações de rotina ou tradicionais (COOK, BURTON et al. 2006).
O FMS dispõe de sete (7) posturas (Figura 1): Deep Squat (agachamento profundo
que avalia bilateralmente e simetricamente, a funcionalidade dos quadris, joelhos e
tornozelos), Hurdle Step (um passo através de um obstáculo, examinando a mecânica da
passada), Inline Lunge (mobilidade do quadril e tronco, estabilidade de tornozelo e joelho,
e flexibilidade dos isquiotibiais), Shoulder Mobility (mobilidade do ombro bilateralmente),
Active Straight-Leg Raise (levantar a perna ativamente em extensão de joelho,
determinando a atividade do tendão e flexibilidade gastrocnêmio-sóleo, mantendo ao
mesmo tempo uma pélvis estável), Trunk Stability Pushup (estabilidade do tronco,
enquanto a simetria de membros superiores é executada), Rotary Stability (teste da
estabilidade de rotação, que avalia a estabilidade do tronco enquanto os membros
superiores e inferiores estão em movimento combinado).
A pontuação de cada teste varia de 0 a 3 de acordo com a qualidade do
movimento; as pontuações são combinadas para um escore final que se considera para
prever lesões. De acordo com estudos, a classificação igual ou inferior a 14 pontos
representa uma maior probabilidade de lesão sem contato em populações fisicamente
ativas (KIESEL, PLISKY et al. 2007; CHORBA, CHORBA et al. 2010; O'CONNOR, DEUSTER
et al. 2011; KAZMAN, GALECKI et al. 2013; GARRISON, WESTRICK et al. 2015).

4.3 FMS NO CONTEXTO DA PREVISÃO DE LESÕES


MUSCULOESQUELÉTICAS
Usualmente, programas que são prescritos para ganhos de força e
condicionamento físico têm a capacidade de oferecer ganhos na mobilidade, velocidade
e força, sem considerar a perfeição ou eficiência do movimento/técnica do exercício.
Um exemplo pode ser uma pessoa que tem uma média superior no número de
abdominais durante um teste, mas é executado de modo ineficientemente com

49
AVALIAÇÃO FÍSICA

compensações e movimento da parte superior do tronco e coluna cervical. Por outro


lado, outros indivíduos também podem apresentar uma média superior no número de
abdominais, mas executam perfeitamente a técnica, sem a utilização de compensações
corporais. Esses dois indivíduos podem ser considerados "acima da média" quando não
consideradas as ineficiências corporais. No entanto, uma importante questão se refere
às presenças de deficiências no movimento e se as mesmas são notadas em seus
movimentos funcionais. Além disso, questiona-se se o desempenho desses indivíduos
devem ser considerados como iguais.
Nos últimos anos, profissionais que atuam com reabilitação têm buscado
alternativas à avaliação tradicional, para uma abordagem de avaliação funcional, que
integra princípios da facilitação neuromuscular proprioceptiva (FNP), sinergia muscular
e aprendizado motor (COOK, BURTON et al. 2006). Criado em 1997 por Cook, Burton e
Hoogenboom, o FMS surgiu como opção de análise da “qualidade” do movimento. Desse
modo, o FMS pode ser caracterizado como uma análise do movimento sob o ponto de
vista funcional, tendo como base os desequilíbrios musculares e compensações que
podem ocasionar lesões musculoesqueléticas.
Como diferencial das intervenções que tem por objetivo diminuir as lesões,
aumentar o desempenho e melhorar a qualidade de vida, o FMS fornece uma análise
diferenciada dos movimentos. Tal aspecto é reforçado pela característica do processo
de avaliação do FMS, que ocorre de forma dinâmica e contempla uma avaliação global do
corpo humano. Esse fator propicia aos profissionais que atuam na área da cinesiologia
uma nova maneira de abordar o paciente, deixando de se avaliar e desenvolver
prioritariamente o movimento específico de certa atividade, para se dar ênfase
primeiramente ao movimento tido como funcional e mais global (COOK, BURTON et al.
2006).
Devido à possibilidade aventada pelos criadores do FMS em prever lesões,
esportes e atividades nos quais há grandes investimentos financeiros, principalmente
nos Estados Unidos, começaram a utilizar o método com o intuito de reduzir os gastos e
impactos das lesões no desempenho dos atletas. Entre os exemplos estão o hockey,
futebol americano, basquete, baseball e militares (SORENSON 2009; LISMAN, O'CONNOR
et al. 2013; PARENTEAU-G, GAUDREAULT et al. 2014).
Vale salientar que o FMS não é aplicável a todo tipo de atleta ou esporte. Em
estudo de 2014, durante a pré-temporada de jogadores de hockey da categoria júnior, foi
realizada uma triagem dos atletas na tentativa de prever lesões para o decorrer da
temporada. Concluiu-se que o FMS não obteve resultados significantes como método
preditor de lesão para esta população.

4.4 FMS E FUNCIONALIDADE


No contexto da função, uma importante aplicação do FMS está relacionada ao
acompanhamento de treinamentos físico-funcionais. Cowe (2010) avaliou os benefícios
da yoga em bombeiros fisicamente ativos e não praticantes. Para isso, realizou dez

50
AVALIAÇÃO FÍSICA

sessões tradicionais de yoga que incluíam respiração, postura e relaxamento, obtendo


resultados significantes na melhora do estresse, flexibilidade de tronco e na pontuação
total do FMS, quando analisada a média dos 77 bombeiros que completaram o estudo.
O FMS também já foi aplicado em crianças. Um exemplo é o estudo produzido por
Duncan e Stanley (2012), os quais demonstraram que o peso e no nível de atividade física
foram bons preditores da qualidade do movimento funcional nessa população. Mitchell,
Johnson e Adamson (2015) realizaram estudo com crianças de 9 a 11 anos, e encontraram
uma correlação do escore total do FMS com a força abdominal, mostrando que o teste
pode ser usado como uma ferramenta para treinamento de crianças.

4.5 PROTOCOLO DE APLICAÇÃO FMS


FMS é composto por sete posturas: Deep Squat (agachamento profundo que
avalia bilateralmente e simetricamente, a funcionalidade dos quadris, joelhos e
tornozelos), Hurdle Step (um passo através de um obstáculo, examinando a mecânica da
passada), In line Lunge (mobilidade do quadril e tronco, estabilidade de tornozelo e
joelho, e flexibilidade dos isquiotibiais), Shoulder Mobility (mobilidade do ombro
bilateralmente), Active Straight-Leg Raise (levantar a perna ativamente em extensão de
joelho, determinando a atividade do tendão e flexibilidade do gastrocnêmio-sóleo,
mantendo ao mesmo tempo uma pélvis estável), Trunk Stability Push-up (estabilidade do
tronco, enquanto a simetria de membros superiores é executada), Rotary Stability (teste
da estabilidade de rotação, que avalia a estabilidade do tronco enquanto os membros
superiores e inferiores estão em movimento combinado) (COOK, BURTON et al. 2006;
KIESEL, PLISKY et al. 2007).
A pontuação de cada postura varia de 1 a 3, sendo a pontuação baseada na
qualidade do movimento, presença de assimetrias e dificuldades em completar o teste,
de modo que um escore “3” indica um movimento ideal e o escore “1” um movimento que
apresenta déficits de acordo com o esperado para cada postura, baseando-se nas
recomendações do método (COOK, BURTON et al. 2006).
Após a classificação de cada postura, realiza-se um somatório dos escores
individuais. O valor máximo do escore final do FMS é “21”, e de acordo com estudos
prévios Cook, Burton et al. (2006) e Kiesel, Plisky et al. (2007), escores iguais ou menores
que 14 foram associados a um maior risco de lesão, comparados aos que apresentam
escores mais elevados (>14), indicando que o ponto de corte “14” é sensível à detecção e
predição de lesões musculoesqueléticas e determinação do nível de funcionalidade e
qualidade de movimento pelo FMS.

4.6 AVALIAÇÃO CARDIORESPIRATÓRIA


Segundo Dantas (1995), é a qualidade física que permite ao corpo suportar um
esforço de determinada intensidade durante um certo tempo. A resistência aeróbica

51
AVALIAÇÃO FÍSICA

apresenta-se quando a intensidade do exercício é submáxima e o volume é grande, o


tempo de atividade é prolongado podendo levar até horas. Tem atuação primordial na
capacidade funcional do organismo. É a qualidade física que permite manter um esforço
por um determinado período, em que as necessidades de consumo de oxigênio são
superiores à absorção do mesmo, fazendo com que seja encontrado um débito de
oxigênio o qual será recompensado no repouso (TUBINO 1990).
O componente CARDIORRESPIRATÓRIO está diretamente associado aos níveis de
saúde de um indivíduo, isto porque baixos níveis deste componente têm sido
correlacionados as várias causas, especificamente ligadas as doenças
cardiovasculares. Atualmente a eficiência do sistema cardiorrespiratório pode ser
avaliada medindo-se a capacidade aeróbica máxima (VO2 max.) em um só parâmetro,
que permite uma avaliação global deste sistema ao invés de se examinar cada um de seus
componentes (função pulmonar, função cardíaca, diferença artério-venosa, sangue,
etc).

4.7 IMPORTÂNCIA DE MEDIR O VO2 MAX.:


▪ É aceito internacionalmente como o melhor parâmetro fisiológico para
avaliar, em conjunto, a capacidade funcional do sistema
cardiorrespiratório.
▪ É um parâmetro fisiológico e metabólico para avaliar a capacidade
metabólica oxidativa (aeróbica) durante trabalhos musculares acima do
metabolismo basal.
▪ É um parâmetro ergométrico utilizado para avaliação da capacidade de
trabalho do homem, em diferentes atividades ocupacionais (Medicina do
Trabalho).
▪ É um parâmetro fisiológico para prescrever atividades físicas sob forma de
condicionamento físico normal (sedentários, obesos e idosos) ou especial
(cardiopatas, pneumopatas, diabéticos, etc.), sob forma de treinamento
físico (preparação física de atletas) ou ainda, para prescrever atividades
ocupacionais no ambiente de trabalho.
▪ É usado em estudos epidemiológicos para comparação de capacidade
física entre os povos e atletas.
▪ Os testes ergométricos para que sejam aplicados em atletas ou indivíduos
comuns devem apresentar algumas características:
▪ Mensuráveis: em unidades físicas a qualquer momento da realização da
prova.

52
AVALIAÇÃO FÍSICA

▪ Reproduzíveis: com a mesma fidedignidade apresentada na vez anterior,


para esclarecer qualquer dúvida e também para comparações futuras com
o desenvolvimento do treinamento.
▪ Escalonados: para que se possa adaptar a cada atleta, de acordo com a
individualidade biológica identificada.
▪ Controláveis: com uso simultâneo de eletrocardiógrafo para que
apresentem segurança aos atletas.
O VO 2 max. pode ser medido, direto ou indiretamente, através de ergômetros ou
em teste de pista em protocolos máximos ou submáximos. É um parâmetro quantificável
e, em geral, é expresso em l.min –1.
Nos testes ergométricos diretos, a medição é feita, diretamente através do gás
exalado pelo atleta durante o esforço, podendo utilizar ergômetros de circuito fechado
como o ergoespirometro (medida direta computadorizada do consumo máximo de
oxigênio). Nos testes indiretos, o controle da FC permite a entrada em normogramas,
para chegar-se ao resultado do teste. Os testes Cardiorespiratórios podem ser divididos
em: submáximos, esforços de 75 a 90 % e máximos, esforços acima de 90 %, ambos da
Freqüência Cardíaca Máxima. A capacidade aeróbia pode ser verificada além da pista de
atletismo (testes de campo), por meio vários ergômetros (instrumentos que medem
esforço).

4.8 MÉTODOS DIRETO E INDIRETO


Cálculo do Vo2Max previsto (sem teste)
VO2Max.= 57,5 – 0,318 (X1) – 0,37(X2)
Onde:
X1= idade em anos
X2= % de gordura corporal
Bonen et al.2 Masculino (1979/EUA)
r = 0,87; SEE = 0,162L.min-1
VO2Max = – 1,543 + 0,051 (idade) + 0,014 (estatura) + 0,023 (peso)
Verma et al. (1986/Índia) Masculino
r = 0,81 SEE = 0,218L.min-1
VO2Max = 0,109 + 0,03833 (peso corporal) 0,81
Wang Wu (2002/Taiwan)
r=0.75, SEE = 0,432L.min-1

53
AVALIAÇÃO FÍSICA

VO2Max = 3,127 + (0,980 sexo 0 -1)x(0,115) + 0,084 IMC)


Onde: 0 – feminino e 1 – masculino
Cálculo do FAI (Déficit Aeróbico Funcional )
O FAI atua como indicador em termos percentuais quando o avaliado está acima,
ou baixo, de seu VO 2 máx. esperado. Com este resultado, fica mais simples demonstrar
ao avaliado o grau de sua condição física.

Para a realização do teste, os seguintes itens devem ser realizados:


▪ Trazer um ECG, de repouso;
▪ Estabelecer um intervalo de no mínimo 2h da última refeição;
▪ Ter uma noite de repouso de 6 a 8 horas;
▪ Pressão Arterial estável; (120 mmHg x 80 mmHg)
▪ Evitar o uso de sedativos;
▪ Evitar o fumo pelo menos 4 h antes do teste
▪ Evitar qualquer tipo de atividade física antes do teste;
▪ Comunicar qualquer tipo de alteração no estado de saúde ocorrido nas
últimas 24h.

4.9 TIPOS DE ERGÔMETROS


Teste do Banco

1.Vantagens

▪ Não depende de luz elétrica;


▪ Baixo custo;
▪ Facilidade de transporte;
▪ É indicado para estudos de grandes populações;
2. Desvantagens

▪ Devido à dinâmica corporal, torna-se difícil o monitoramento da pressão


arterial;

54
AVALIAÇÃO FÍSICA

▪ Para indivíduo obesos, dependendo da altura do banco, pode ser contra


indicado devido a ação dos micro-traumatismo;
▪ Em alguns protocolos, principalmente para o público feminino, a altura do
banco poderá induzir a um fator antropométrico limitante.
▪ Recomendações:
▪ Caso não se disponha de um metrônomo, é importante que o avaliado
tenha uma boa noção espaço-temporal, para coordenar o ritmo da passada
preconizada pelo teste.
▪ Um dos erros mais comuns, durante a execução, relaciona-se ao apoio
inadequado dos pés. A técnica correta impõe a necessidade de um apoio
completo dos pés sobre ergômetro, e não apenas a ponta dos pés.
▪ O metrônomo é um acessório importante, durante realização de teste
utilizando o banco, para assegurar o ritmo ideal de execução do movimento
por parte do avaliado. O ritmo de trabalho poderá ser de quatro a seis
tempos, conforme a estrutura do banco, de um ou dois degraus,
respectivamente.

Disposição das posições adotadas durante a realização do teste do Banco, Adaptado de


(Wieczorek et al, 1996).

4.10 PROTOCOLO PARA APLICAÇÃO DO TESTE DE BANCO


(SUBMÁXIMO)
Protocolo de Cirillo, 1997

▪ Finalidade: estimação sub-máxima da capacidade aeróbia.


▪ População-alvo: pode ser aplicado em crianças a partir de 9 anos de idade.
▪ Porção corporal envolvida: membros inferiores.
▪ Material necessário: metrônomo, cronômetro.
▪ Protocolo: a duração do teste é de 3 minutos; a frequência da passada
deverá corresponder ao ritmo de 24 e 22 passadas por minuto para homens

55
AVALIAÇÃO FÍSICA

e para mulheres respectivamente; aconselha-se o uso do metrônomo onde


seriam 96 e 88 bpm respectivamente; no final do teste, o avaliado
permanece de pé, enquanto é aferida a F.C., começando 5 segundos após
a interrupção do teste.
▪ A altura do banco varia conforme a estatura do indivíduo:
Valores da altura do banco relacionado com a estatura do avaliado para o
protocolo de Cirilo

O resultado da frequência cardíaca será aplicado nas seguintes fórmulas:

Observações: A altura do banco não é diferenciada segundo sexo, mas, sim,


segundo a estatura dos avaliados.

4.11 PROTOCOLO DE KACTH E MCARDLE


▪ Finalidade: verificar a capacidade aeróbia do indivíduo.
▪ População-alvo: homens e mulheres.
▪ Porção corporal envolvida: membros inferiores.
▪ Material necessário: banco e cronômetro.
▪ Protocolo: Tempo de duração do teste 3 minutos; frequência da passada
deverá corresponder ao ritmo de 24 e 22 passou por minuto para homens
e mulheres respectivamente ou a 96 e 88 batimentos no metrônomo
respectivamente. Ao final do terceiro minuto do teste; o avaliado
permanece em pé, enquanto o pulso e aferido num intervalo de 15
segundos, começando após 5 segundos a interrupção do teste. O valor
encontrado deverá ser multiplicado por 4 e transportado para a fórmula a
seguir.
▪ Resultado: o resultado final dará o VO2máx em ml*(kg. min)-1

56
AVALIAÇÃO FÍSICA

▪ Validade: não reportada.


▪ Fidedignidade: não reportada.
▪ Observações:
▪ Precauções – este protocolo é constituído de carga única com banco na
altura de 40,6cm.

4.12 PROTOCOLO PARA APLICAÇÃO DO TESTE BICICLETA


ERGOMÉTRICA:
1.VANTAGENS

▪ Permitir pequenos aumentos de cargas;


▪ Fácil de prescrever exercícios;
▪ Maior facilidade de registro do ECG;
▪ Facilidade de medir a PA durante o exercício;
▪ Técnica simples de manuseio;
2. DESVANTAGENS

▪ Envolve menor massa muscular durante o exercício físico que a esteira


rolante obrigando, em geral, o avaliado ao terminar o teste sem atingir um
VO2 max mais elevado, comumente observado nos testes máximo em
esteiras rolante.
▪ Fadiga precoce do quadríceps femural, antes que o nível adequado de
exercício tenha sido atingido.
▪ Requer que o avaliado saiba pedalar.
▪ Para um mesmo VO2 max. o debito cardíaco é igual, ou menor, e o volume
sistólico é menor que o no observado na esteira rolante.

4.13 PROTOCOLO PARA CICLOERGOMETRIA (SUBMÁXIMO)


Protocolo de Astrand

A Técnica de Astrand, entre as técnicas de teste submáximo, tem a maior


preferência dos pesquisadores.
▪ Finalidade: medir a condição aeróbia sub-máxima.

57
AVALIAÇÃO FÍSICA

▪ População-alvo: homens e mulheres sedentários, ou com pouca atividade


física.
▪ Porção corporal envolvida: membros inferiores.
▪ Material necessário: ciclo-ergômetro.
▪ Protocolo: a metodologia empregada inclui a escolha de uma carga inicial
de trabalho que varia de acordo com o sexo. Para indivíduos do sexo
masculino a carga deve variar entre 100 a 150 Watts e para mulheres entre
50 a 100 Watts. Com a seleção da carga o avaliado deverá pedalar durante
5 minutos; registrasse a FC do quarto e quinto minutos, e se ontem o valor
médio. A FC de carga deverá estar entre 120 e 170 e, preferencialmente,
acima de 140 para os jovens (ARAÚJO, 1984).
▪ Resultado:

▪ Observações:

Precauções -Obs: caso duas cargas sejam utilizadas, deve-se calcular o VO2 para
as duas, obtendo-se a média entre os resultados, sendo, então, considerado o resultado
encontrado como o VO2max; caso o indivíduo tenha uma idade superior a 35 anos, é
necessário a aplicação de um fator de correção de modo a se obter uma melhor
estimativa, desenvolvendo em seguida a seguinte equação:

▪ Fórmulas para aplicação do protocolo:

Procedimento Prático do Protocolo Astrand para Cicloergometria:


O protocolo de Astrand prediz o consumo máximo de oxigênio, baseado no
Steady-State da frequência cardíaca de avaliado quando este se encontra exercitando
em um nível de potência submáxima por 6 min.
Estabelecimento da carga do teste:
Carga inicial:

58
AVALIAÇÃO FÍSICA

Procedimentos para execução do teste:

▪ O avaliado deverá estar em condições metabólicas padronizadas (relaxado,


sem usar medicamentos ou drogas; sem fome ou ter feito uma refeição
nas últimas 2 horas).
▪ Regular a altura do selim até que um dos joelhos esteja totalmente
estendido e o pé apoiado sobre o pedal.
▪ O avaliado deverá manter uma velocidade de 50 rpm ou 18 km/h (11,2 mph).
Para certificar-se da precisão da velocidade, use um metrônomo ajustado
em 100 BPM.
▪ Ajuste a carga para 25 à 50 watts (0.5 à 1.0 kp na bicicleta Monark) para
mulheres sedentárias ou mal condicionadas e de 50 à 75 watts (1.0 à 1.5 kp
na bicicleta Monark) para homens sedentários ou mal condicionados.
▪ Oriente o avaliado para começar (de 1 à 2 min.) a pedalar e tentar encontrar
a velocidade indicada. Ao encontrá-la, aumente a carga até o nível indicado
para as necessidades do avaliado, e dispare o cronômetro.
▪ Se medir manualmente a frequência cardíaca, conte os batimentos
durante 15 seg. a partir de 0:45 seg. de iniciado o teste, e multiplique por 4.
Repita esta operação a cada minuto até o último(sexto) do teste. O ideal é
utilizar para coleta de freqüência cardíaca, um monitor de freqüência da
marca Polar.
1. Antes (5 seg.) finais de cada minuto, até o final do teste.
2. A F.C. ideal para a prescrição do V02máx deverá estar entre 120 e 170 bpm.
3. Ao monitorar a frequência cardíaca no 4:45 e no 5:45min, não deverá
existir uma diferença de 5 batimentos entre as duas medidas, caso isto
aconteça, o teste deve continuar por mais 1 minuto, até não produzir esta
diferença nas duas últimas medidas.
4. Durante o teste, observar se a carga não sofre alteração. Se ocorrer,
regule-a imediatamente. Meça a pressão arterial no terceiro minuto e
interrompa o teste se a diastólica estiver acima de 100 mm Hg ou mais de
15 mm Hg acima do repouso.

59
AVALIAÇÃO FÍSICA

4.14 PROTOCOLO DE ESTEIRA ROLANTE


1.VANTAGENS

▪ Caminhar ou correr
▪ Utiliza uma massa muscular maior
▪ Impõe para o mesmo VO2 max
▪ Menor stress ao sistema cardiovascular, menores níveis de duplo produto,
PA e FC.
2. DESVANTAGENS

▪ Custo alto na aquisição e manutenção


▪ Maior dificuldade de registro do ECG e PA
▪ Transporte inviabilizado
▪ Nível de ruído elevado
▪ Peso corporal interfere no trabalho físico realizado.
Observação:

▪ As variáveis de sobrecarga da esteira rolante incluem velocidade e ângulo


de inclinação. Em geral as esteiras oferecem uma faixa de trabalho angular
de 0 a 25%. Deve se tomar um cuidado muito especial com inclinações
superiores a 20%, pois poderão induzir a uma lombalgia intensa e fadiga
muscular localizada. A angulação ideal de trabalho gira em torno de 5%.
▪ Uma boa esteira rolante deve apresentar características em sua
composição: permitir amplas variações de velocidade e inclinação;
possuir suporte de apoio na frente e nos lados; possuir controle de parada
instantânea independentes para o avaliado e o avaliador; possuir uma faixa
útil de pelo menos 2 metros, sendo necessário faixas maiores para atletas
de alto nível.
▪ Erros mais comuns: deslocamento com os joelhos fletidos; inclinação do
tronco à frente; correr olhando para o solo; correr não mantendo um
equilíbrio nas duas pernas; passadas curtas; não apoiar as mãos no
suporte lateral ou frontal.

4.15 PROTOCOLO DE BRUCE


▪ Finalidade: mensurar a capacidade Aeróbia do indivíduo.
▪ Material necessário: esteira rolante, cronômetro.

60
AVALIAÇÃO FÍSICA

▪ Protocolo: O tempo de duração do estágio é 3 minutos; velocidade de


trabalho variando entre 1,7 a 6,0 mph (milha por hora) e aumentos de
inclinação de 2% a cada estágio.
▪ Resultado: As fórmulas para cálculo do VO2máx. em ml/(kg. min.)-1:

▪ Validade: não reportada.


▪ Fidedignidade: não reportada.
▪ Observações: é o protocolo mais utilizado no meio médico, segundo
Fernades (1999).
Teste de Esteira Rolante Modificado para Crianças

▪ Finalidade: verificar a condição cárdio-vascular da criança.


▪ População-alvo: crianças, porém Mathews, não menciona a partir de que
idade é recomendável a aplicação do referido teste.
▪ Porção corporal envolvida: membros inferiores.
▪ Material necessário: esteira rolante.
▪ Protocolo: Quatro eletrodos são segurados por uma tira de borracha em
volta do tórax e colocados em um nível logo abaixo dos músculos peitorais.
Os dois eletrólitos no tórax são colocados abaixo de cada mamilo, e os dois
eletrólitos colocados nas costas deverá estar fixado logo abaixo do ângulo
inferior da escápula.
▪ Resultado: No final de cada minuto a esteira é elevada em 1% até o máximo
de 14% da inclinação a ser alcançada. A velocidade da esteira permanece
constante durante o teste. Os indivíduos a 4% e 5% caminham a uma
frequência de 2,8 milhas por hora (4,5 km/h), enquanto aqueles em 11% e
12% caminham numa frequência de 3,5 milhas por hora (5,6 km/h). O teste
termina quando um dos três padrões é obtido: (1) o indivíduo deseja
voluntariamente parar quando se sente cansado para continuar; (2) a
frequência cardíaca aumenta a 200 batimentos por minuto, ou (3) o
indivíduo caminha o máximo de 25 minutos. A inclinação da esteira
progride de 0 (zero) a 14% a 1% de aumento por minuto. Assim, dos 14 aos
25 minutos a inclinação permanece a 14%. O escore do teste é dado pelo
número de minutos que o indivíduo caminha.
▪ Validade: não reportada.

61
AVALIAÇÃO FÍSICA

▪ Fidedignidade: Segundo Mathews (1980), Alderman estudou a


confiabilidade de respostas individuais ao exercício graduado na bicicleta
ergométrica. Os dados indicaram um aumento de confiabilidade quando o
critério de frequência cardíaca aumentava progressivamente de 100 a 160
batimentos por minuto. Aumentando o critério além de 150 ou 160
batimentos por minuto não mostrou aumento da confiabilidade do escore
do teste; a confiabilidade é menor a 180 batimentos por minuto do que a
160 batimentos por minuto. O quadro 5 contém coeficientes de
confiabilidade para frequências cardíacas e exercício e recuperação na
qual os escores usados foram: (1) tempo de exercício para atingir a
frequência cardíaca necessária, e (2) tempo necessário para a frequência
do indivíduo retornar a 100 batimentos por minuto.
▪ Observações: Precauções - As frequências cardíacas são registradas
durante 15 segundos finais de cada minuto de exercício.

4.16 TESTE DE CAMPO


Teste de Cooper (12 minutos)

▪ Finalidade: identificar o nível de capacidade aeróbia.


▪ População-alvo: faixa etária entre 13 e 60 anos de idade, para ambos os
sexos.
▪ Porção corporal envolvida: membros inferiores.
▪ Material necessário: pista de atletismo, cronômetro e material de
anotação.
▪ Protocolo: O teste consiste em percorrer a maior distância possível em 12
minutos de corrida (preferencialmente) e/ou caminhada. O resultado é a
distância percorrida anotada; a partir dela é realizada a estimativa do
consumo de oxigênio.
▪ Resultado: o resultado será expresso em ml/kg.min, sendo descoberto por
meio da utilização da fórmula abaixo descrita.
▪ Validade: não reportada
▪ Fidedignidade: não reportada
▪ Observações:
▪ Precauções - Normalmente os indivíduos que se submetem a este teste
devem estar familiarizados com a prática da atividade física de uma forma
regular. Em relação a população de atletas, é perfeitamente adequada,
principalmente para modalidades de jogos com bola.

62
AVALIAÇÃO FÍSICA

▪ Segundo Fernandes (1998), é possível obter o escore final em uma unidade


metabólica, pode-se encontrar o resultado pela fórmula proposta pelo
American College Sport Medicine.

onde:

D = DISTÂNCIA PERCORRIDA

Teste de corrida de 1.000 metros

▪ Finalidade: medir a potência aeróbia máxima de crianças.


▪ População-alvo: crianças na faixa etária de 8 a13 anos de ambos os sexos.
▪ Porção corporal envolvida: membros inferiores.
▪ Material necessário: cronômetro e folha de anotação.
▪ Protocolo: os avaliados deverão percorrer, no menor tempo possível,
através de um ritmo contínuo, a distância de 1000 metros, não sendo
permitido caminhar não sendo permitido caminhar durante o teste. O local
da avaliação deverá ser preferencialmente em uma pista de atletismo.
▪ Resultado: Com o registro do resultado, utiliza-se a seguinte fórmula:
(MATSUDO,1983)

onde:

y = tempo de corrida em segundos


Exemplificando
Idade: 10 anos – Tempo do teste: 5:30= 330 segundos
Desenvolvendo a fórmula:
VO2max. ml (kg,.min)-¹= 652,17 – 330 /6,762
VO2max. ml (kg,.min) -¹ = 47,64
▪ Validade: não reportada
▪ Fidedignidade: não reportada

63
AVALIAÇÃO FÍSICA

4.17 CRITÉRIOS PARA A INTERRUPÇÃO DO TESTE


▪ Avaliado pede para interromper o teste;
▪ Limitações físicas (exaustão);
▪ Freqüência cardíaca preconizada atingida (85% da FcMax);
▪ Tonteira;
▪ Pressão Arterial Sistólica > 200 mmHg;
▪ Pressão Arterial Diastólica > 110 mmHg
▪ Duplo Produto acima de 32000 mmHg/min, para indivíduos normotensos
▪ Duplo Produto acima de 28000 mmHg/min, para indivíduos hipertensos.
Parâmetros a serem controlados durante um teste de esforço

Para segurança do avaliado:

▪ Constante mensuração e análise do IPE (Índice de Percepção do Esforço),


Frequência Cardíaca e Pressão Arterial.
▪ O IPE representa uma escala de valores com os quais o avaliado informa a
sensação de intensidade de trabalho que lhes está sendo imposta durante
a realização de um teste ergométrico. Desta forma, o avaliador tem
condições de obter informações sobre a influência do exercício no que o
avaliado está • O IPE e a FC estão linearmente relacionados entre si e com
intensidade de trabalho;
▪ A escala do IPE tem demostrado ser um indicador confiável do nível de
esforço físico;
▪ O IPE fornece ao avaliador um dado objetivo através do qual pode comparar
o grau relativo de fadiga de um teste para outro;
▪ Obtém-se o valor da escala interrogando o avaliado a cada minuto;
▪ IPE apresenta grande relação com fatores indicativos de fadiga muscular;
▪ A escala não é perfeita, e deve ser interpretada no conjunto com bom
senso, além de outros parâmetros clínicos, fisiológicos e psicológico
envolvidos na avaliação.sentindo e que, consequentemente, pode servir
como elemento para interrupção do teste.
Observação: Baseada na freqüência cardíaca 60 a 200 bpm, sendo que o valor 12
corresponde a 55% e 16 a 85% da FCMax.
Parâmetros a serem controlados após um teste de esforço:

64
AVALIAÇÃO FÍSICA

▪ O risco de um acidente cardíaco não ocorre somente durante a execução


do teste, mas sim após o seu fim. O procedimento incluirá o seguinte:
▪ Acompanhar o comportamento da PA e FC até o 8o minuto após o fim do
teste.
▪ Observar o estado clínico geral entre 6 e 12 minutos após o teste.
▪ Manter o acompanhamento do ECG durante todo período de recuperação.
▪ Após 3 a 4 minutos de interrupção do teste, o avaliado deve ser colocado
sentado ou deitado de forma confortável.
Observação: O exame terminará quando o avaliado apresentar-se próximo das
condições normais de repouso.

4.18 INTERPRETAÇÃO CLÍNICA DA PRESSÃO ARTERIAL (PA)


A PA, durante o esforço, é um dos parâmetros clínicos mais importantes para a
interpretação do teste de esforço. Pode ser determinada, tal como a FC em todos os
minutos do teste, e na impossibilidade, a cada mudança de estágio. O comportamento
normal da PA em um esforço do tipo dinâmico é representado por um aumento
progressivo da pressão sistólica máxima corresponde à intensidade do esforço e por
uma redução ou manutenção da pressão diastólica mínima, resultando em maior pressão
média e por conseguinte maior perfusão tecidual.
A PA de repouso elevada pode significar uma contraindicação relativa para o teste
de esforço. Níveis de repouso de 200/100 mmHg, ou maiores, aumentam o risco do teste
e são, em geral, suficientes para contraindicá-lo. A PA elevada no exercício pode servir
como um sinal para a interrupção precoce do teste. Embora os níveis considerados
elevados variem muito na literatura e dependam do nível de repouso, valores além de
250/120 mmHg são considerados como suficientes para o término do exercício.
Um menor nível de pressão sistólica máxima relaciona-se com o investimento de
dois ou três ramos coronários e com diminuição da fração de ejeção ventricular
esquerda. Relação mortalidade por ano/pressão sistólica verificada: se a pressão
sistólica máxima era menor do que 140 mmHg, havia um risco de 9,8%; se entre 140 e 199
mmHg, caía para 2,5%; e se maior que 200 mmHg, existia apenas um risco de 0,66%. Isto
torna a pressão sistólica um melhor preditor da mortalidade do que a depressão do
segmento ST e ocorrência de arritmias, tornando por tanto obrigatória a sua mensuração
durante o teste de esforço.

4.19 MEDIDA INDIRETA DA PRESSÃO ARTERIAL


O esfigmomanômetro de coluna de mercúrio é o ideal para essas medidas. Os
aparelhos do tipo aneroide, quando usados, devem ser periodicamente testados e

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AVALIAÇÃO FÍSICA

devidamente calibrados. A medida da pressão arterial deve ser realizada na posição


sentada, de acordo com o procedimento descrito a seguir segundo recomendações da
Sociedade Brasileira de Cardiologia:
1) Explicar o procedimento ao paciente/cliente/aluno.
2) Certificar-se de que o paciente:
— não está com a bexiga cheia;
— não praticou exercícios físicos;
— não ingeriu bebidas alcoólicas, café, alimentos, ou fumou até 30 minutos antes
da medida.
3) Deixar o paciente descansar por 5 a 10 minutos em ambiente calmo, com
temperatura agradável.
4) Localizar a artéria braquial por palpação.
5) Colocar o manguito firmemente cerca de 2 cm a 3 cm acima da fossa
antecubital, centralizando a bolsa de borracha sobre a artéria braquial. A largura da bolsa
de borracha do manguito deve corresponder a 40% da circunferência do braço e seu
comprimento, envolver pelo menos 80% do braço. Assim, a largura do manguito a ser
utilizado estará na dependência da circunferência do braço do paciente.
6) Manter o braço do paciente na altura do coração.
7) Posicionar os olhos no mesmo nível da coluna de mercúrio ou do mostrador do
manômetro aneróide.
8) Palpar o pulso radial e inflar o manguito até seu desaparecimento, para a
estimativa do nível da pressão sistólica, desinflar rapidamente e aguardar de 15 a 30
segundos antes de inflar novamente.
9) Colocar o estetoscópio nos ouvidos, com a curvatura voltada para a frente.
10) Posicionar a campânula do estetoscópio suavemente sobre a artéria braquial,
na fossa antecubital, evitando compressão excessiva.
11) Solicitar ao paciente que não fale durante o procedimento de medição.
12) Inflar rapidamente, de 10 mmHg em 10 mmHg, até o nível estimado da pressão
arterial.
13) Proceder à deflação, com velocidade constante inicial de 2 mmHg a 4 mmHg
por segundo, evitando congestão venosa e desconforto para o paciente.
14) Determinar a pressão sistólica no momento do aparecimento do primeiro som
(fase I de Korotkoff), que se intensifica com o aumento da velocidade de deflação.
15) Determinar a pressão diastólica no desaparecimento do som (fase V de
Korotkoff), exceto em condições especiais. Auscultar cerca de 20 mmHg a 30 mmHg

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AVALIAÇÃO FÍSICA

abaixo do último som para confirmar seu desaparecimento e depois proceder à deflação
rápida e completa. Quando os batimentos persistirem até o nível zero, determinar a
pressão diastólica no abafamento dos sons (fase IV de Korotkoff).
16) Registrar os valores das pressões sistólica e diastólica, complementando com
a posição do paciente, o tamanho do manguito e o braço em que foi feita a mensuração.
Deverá ser registrado sempre o valor da pressão obtido na escala do manômetro, que
varia de 2 mmHg em 2 mmHg, evitando-se arredondamentos e valores de pressão
terminados em "5".
17) Esperar 1 a 2 minutos antes de realizar novas medidas.
18) O paciente deve ser informado sobre os valores da pressão arterial e a possível
necessidade de acompanhamento.

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AVALIAÇÃO FÍSICA

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