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CASE: “Desordens no sistema estomatognático e seus impactos nas

estruturas dentais e periodontais”1

Genesio Brito2
Alessandra Macedo3
1.DESCRIÇÃO DO CASO

Durante uma consulta, uma jovem paciente com apenas 8 anos,


acompanhada por um neurologista devido à uma hiperatividade e retardo intelectual,
apresentava em seu exame físico, peso (19.kg); altura (107.cm); IMC (16,6 kg/m²),
sendo dados como esse compatível com uma criança entre 5 a 6 anos.
Dentre as características físicas identificadas, estão: hipodesenvolvimento,
pele ressecada, tireoide tópica, baixa estatura com aparência quadrada, tórax em
escudo, hipertelorismo alado, cubitus valgo, cabeça ulnar proeminente com aparente
subluxação do punho.
Além disso, foi observado um atraso psicomotor através do relato da história
do paciente, andou com 1 ano e 6 meses, porém falou na idade mais frequente entre
as crianças. Aos 6 anos começou a estudar, mas aos 8 anos ainda estava no pré-
maternal. Ademais, queixou-se da perde de apetite.
No decorrer do acompanhamento levantou-se a hipótese de doença genética,
então solicitou-se, exame de cariótipo, meses depois recebeu o exame do cariótipo
com banda G: com número de células analisadas= 30; resolução= 400-450 bandas;
cariótipo= 45,X, i (X) (q10). No qual, foi visualizado em todas as células um
isocromossomo do braço longo do cromossomo X.

2. IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DO CASO


2.1 DESCRIÇÃO DAS DECISÕES POSSÍVEIS
Diante do caso apresentado, tem-se a Síndrome de Turner como diagnóstico
principal, visto que o paciente possui a mutação genética, onde ocorre a falta de um
segundo cromossomo sexual. No qual, os indivíduos afetados usualmente
apresentam 45 cromossomos, com os 22 pares de autossomos e mais um
1
Case apresentado à disciplina de Processos Biológicos da Universidade de Ensino Superior Dom
Bosco- UNDB
2
Aluno do 1° período de odontologia da UNDB
3
Mestre em Biomedicina
cromossomo X isolado no vigésimo terceiro par de cromossomos existentes
habitualmente, sendo eles cromossomos sexuais.
As alterações cromossômicas em humanos estão organizadas em diversos
tipos, na qual, podem ser separadas em: Alterações Cromossômicas Numéricas ou
Alterações Cromossômicas Estruturais as quais estão subdivididas. As Numéricas
são as aneuploidias subdivida em monossomia e trissomia caracterizadas por
resultar em um número de cromossomos diferente de 46, que podem comprometer
tanto os cromossomos autossômicos como os sexuais e euploidias que ocorrem
quando há alteração no conjunto completo de cromossomos das células, ou seja,
em vez de dois conjuntos de 23 cromossomos, há apenas um conjunto.
Somado a isso, as Estruturais são divididas em: deleção quando ocorre a
quebra e a perda de um trecho do cromossomo; duplicação quando uma porção do
cromossomo está duplicada; inversão quando uma parte do cromossomo se
fragmenta e, depois, se liga ao mesmo cromossomo, porém de forma invertida e
translocação quando um cromossomo se quebra e o fragmento se une a um
cromossomo não homólogo ao original, ou seja, a um cromossomo que apresenta
genes diferentes.
As alterações cromossômicas são síndromes genéticas as quais suas
principais causas são as alterações estruturais, ocasionadas pela perda ou
inversões nucleotídicas caracterizadas pelas perdas de partes do material genético
ou mudanças na sequência dos genes afetando a morfologia do cromossomo ou
também alterações numéricas, em consequência à falta ou excesso de
cromossomos nas células caracterizadas por afetar o número de cromossomos do
indivíduo.
Os mecanismos envolvidos nos problemas do cariótipo ou alterações
cromossômicas podem acontecer durante a formação dos gametas, na meiose
(divisão celular que reduz pela metade o número cromossômico, contida em células
haplóides, com posterior restituição na fecundação, formando células diplóides),
motivada por eventos de permutações, separação de cromossomos homólogos e
separação de cromátides irmãs. Nos humanos, por exemplo, têm-se normalmente
46 cromossomos (22 pares autossômicos e um par alossômico sexual: XX mulher e
XY homem) as mutações podem originar distúrbios fisiológicos quando relacionados
ao par sexual ou também orgânicos, não ligados ao par sexual.
As principais síndromes são as de alterações cromossômicas numéricas:
Trissomia de 21 (síndrome de Down); Trissomia do 18 (síndrome de Edwards);
Trissomia do 13 (síndrome de Patau); Monossomia do X (Síndrome de Turner); XXY
(Síndrome de Klinefelter); Trissomia do X (síndrome do triplo X) e as alterações
cromossômicas estruturais: Deleção 5p (Síndrome de Cri du Chat) mais conhecida
como miado de gato; Deleção 4p (Síndrome de Wolf-Hirschhorn).

2.2 ARGUMENTOS CAPAZES DE FUNDAMENTAR CADA DECISÃO


O bruxismo é classificado em bruxismo do sono e bruxismo em vigília. A
parafunção noturna é caracterizada pela atividade muscular repetidas vezes,
podendo ser um movimento rítmico ou não rítmico. Já o bruxismo em vigília é
denominado dessa forma por ser uma atividade retida dos músculos mastigatórios
que acontece quando o paciente está acordado e realiza o contato repetitivo ou
prologado dos elementos dentários. Essa desordem pode estar diretamente
relacionada ao desgaste dentário de forma mecânica, como abrasão, abfração e
atrição (Nota et al., 2022).
Para o diagnóstico de bruxismo, é necessário entender se o paciente possui o
habito parafuncional de apertar ou ranger os dentes, além disso, através do exame
clínico deve-se observar se há a presença de danos aos elementos dentários, como
dentes fraturados, fissuras, lesões de abfração, problemas nas restaurações, facetas
desgastadas e por último, se há a ausência de dentes. Além disso, deve-se avaliar a
presença de expansão do ligamento periodontal, recessão gengival, mobilidade
dentaria (Goldstein; Clark, 2017).
Para realizar um plano de tratamento, inicialmente é necessário que o
cirurgião dentista entenda a causa dessa parafunção. Para o bruxismo noturno
pode-se utilizar protetor oclusal, visando prevenir os possíveis danos. Outrossim, o
bruxismo acordado apresenta maior desafio de solução, a adesão das placas
protetoras representa um desafio, por isso é necessário outras abordagens. A
abordagem psicossocial é uma alternativa, visando auxiliar na redução do estresse,
mudança de estilo de vida, hipnoterapia, dentre outras (Goldstein; Clark, 2017).
A oclusão pode ser definida de maneira geral como o contato entre as
superfícies opostas dos dentes superiores e inferiores, e também como o processo
de fechar ou abrir a boca, estabelecendo a relação estática entre as superfícies
incisivas ou mastigatórias dos dentes superiores e inferiores ou seus análogos. Uma
oclusão estável e confortável é fundamental para a manutenção da saúde bucal a
longo prazo, bem como para o sucesso de tratamentos estéticos, restauradores,
periodontais e protéticos de longa duração (Lesage, 2019).
Ao reabilitar um paciente para corrigir os efeitos do desgaste dentário, atrito
e/ou erosão, cáries, danos estruturais, problemas de alinhamento e/ou distúrbios da
articulação temporomandibular (ATM), a determinação da posição ideal da relação
cêntrica (RC) e da dimensão vertical de oclusão (VDO) desempenha um papel
crítico. Esses fatores são essenciais para estabelecer uma oclusão funcional e
saudável, proporções adequadas para restaurações e design de sorriso, bem como
para o planejamento de tratamentos de restaurações estéticas e protéticas com
durabilidade a longo prazo (Lesage, 2019).
Ademais, apesar da existência de várias estratégias de manejo propostas
para tratar Lesões Cervicais Não Cariosas (LCNCs), ainda há uma grande variação
nas práticas odontológicas. Deve realizar intervenções preventivas, como
aconselhamento de mudanças de hábitos, como dieta, técnica de escovação, uso de
dispositivos noturnos para redução do apertamento ou bruxismo. Além disso, outras
opções de tratamento incluem monitoramento da progressão da lesão, ajustes
oclusais, uso de placas oclusais, técnicas para alívio da hipersensibilidade,
colocação de restaurações e procedimentos cirúrgicos de cobertura radicular
combinados com restaurações (Nascimento et al., 2016).
Os mecanismos subjacentes às alterações nos tecidos causadas pelo trauma
oclusal não podem ser comparados de forma adequada ao movimento ortodôntico,
devido a intensidade, duração, direção e distribuição. Pode-se argumentar que o
trauma oclusal leva a lesões patológicas nos tecidos na tentativa de adaptação a
demandas funcionais excessivas e anormais (Consolaro, 2012).

2.3 CRITÉRIOS DE VALORES


- Realizou-se uma análise sobre os tipos de alterações cromossômicas
- Analisou-se
-Estudou-se
REFERÊNCIAS

CONSOLARO; Alberto. Trauma oclusal não pode ser comparado ao movimento


ortodôntico ou Trauma oclusal na prática ortodôntica e recessão em forma de V.
Revista Visão Ortodôntica, 2012. Disponível em:
https://doi.org/10.1590/S2176-94512012000600003. Acesso em: 20 set. 2023
DE SOUSA, Lindoaldo Xavier et al. Abfração dentária: um enfoque sobre a etiologia
e o tratamento restaurador. Archives of Health Investigation, v. 7, n. 2, 2018.
Disponível em:
https://www.researchgate.net/profile/Eduardo-Dias-Ribeiro/publication/
323863589_Abfracao_dentaria_um_enfoque_sobre_a_etiologia_e_o_tratamento_re
staurador/links/5ac227e40f7e9bfc045e4eb2/Abfracao-dentaria-um-enfoque-sobre-a-
etiologia-e-o-tratamento-restaurador.pdf. Acesso em: 19 set. 2023

GOLDSTEIN, Ronald; CLARK, Wendy Auclair. The clinical management of awake


bruxism. The Journal of The American Dental Association, v.148, n.6, p.387-391,
2017. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28550845/. Acesso em: 20 set.
2023

LESAGE, Brian. CAD/CAM: Applications for transitional bonding to restore occlusal


vertical dimension. Journal of Esthetic and Restorative Dentistry, v.32, n.2, p.132-
140, 2020. Disponível em: https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/31823502/. Acesso em:
19 set. 2023

NASCIMENTO; Marcelle; et al., Lesões de abfração: etiologia, diagnóstico e opções


de tratamento. Revista Odontologia Clínica, Cosmética e Investigacional, v.8.
2016. Disponível em: https://www.dovepress.com. Acesso em: 20 set. 2023

NOTA, Alessandro et al. Correlation between Bruxism and Gastroesophageal Reflux


Disorder and Their Effects on Tooth Wear. A Systematic Review. Journal of Clinical
Medicine, v.11, n.4, 2022. Disponível em:
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/35207380/. Acesso: 19 set. 2022

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