Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Rio de Janeiro
2023
1. Introdução
2. Desenvolvimento
Rio de Janeiro
2023
compostos, resultando na transição de estruturas esféricas amplas para barras
estreitas (SNUSTAD et al., 2017).
Segundo SNUSTAD et al. (2017, p.106), na década de 1930, C. B. Bridges
examinou cromossomos X portadores da mutação Bar e constatou que a região
16A, presumivelmente abrigando um gene responsável pelo formato do olho, tinha
passado por uma duplicação sequencial. Adicionalmente, foram identificadas
triplicação consecutivas de 16A, levando à manifestação do fenótipo de olho
composto extremamente diminuto, denominado como "barra dupla".
Portanto, a intensidade do fenótipo mutante do olho está associada ao número
de cópias da região 16A, ressaltando a importância da dosagem gênica na
determinação do fenótipo. Em Drosophila, várias outras duplicações consecutivas
foram observadas, sendo a análise de cromossomos politênicos uma ferramenta
que facilita essa detecção. Atualmente, as técnicas moleculares possibilitam a
identificação de duplicações consecutivas muito pequenas em uma ampla variedade
de organismos. Por exemplo, nos mamíferos, genes que codificam as proteínas da
hemoglobina sofreram duplicação consecutiva. Essas duplicações gênicas parecem
ser relativamente comuns e desempenham um papel significativo na criação da
variabilidade necessária para a evolução (SNUSTAD et al., 2017).
Um exemplo de duplicação é a região cromossômica 15q11-13 abriga um
conjunto de genes cruciais para o desenvolvimento normal do sistema nervoso,
sendo que modificações nessa região resultam em diversas síndromes. Entre as
alterações mais comuns, destacam-se deleções e duplicações cromossômicas. As
duplicações da região cromossômica 15q11q13 manifestam-se na forma de um
cromossomo 15 supernumerário e podem ocorrer como duplicações intersticiais
(GARCIA, T., R., et al, 2022)
As translocações recíprocas são consideradas simples, nelas, dois
cromossomos não homólogos trocam fragmentos acêntricos criados por duas
quebras cromossômicas simultâneas. Isso acontece durante a meiose, quando
ocorre a formação de células reprodutivas, e pode acarretar em implicações
genéticas de significância variável. Dependendo dos genes presentes nos
segmentos cromossômicos envolvidos, os efeitos da translocação recíproca podem
variar desde a ausência de manifestações perceptíveis até o desenvolvimento de
distúrbios genéticos ou anomalias cromossômicas. Em casos mais extremos, a
Rio de Janeiro
2023
translocação recíproca pode contribuir para a ocorrência de infertilidade ou abortos
espontâneos (GRIFFITHS J., F. et al., 2013, p. 571).
Ademais, as translocações recíprocas podem ser herdadas ou surgir
espontaneamente durante a formação dos gametas. Quando uma translocação
recíproca está presente em um indivíduo que procria, existe a possibilidade de que
tal condição genética seja transmitida à descendência. Métodos de análise genética,
como a cariotipagem, são frequentemente empregados para a identificação de
translocações recíprocas e para uma compreensão mais aprofundada de suas
implicações clínicas (GRIFFITHS J., F. et al., 2013, p. 571).
A translocação Robertsoniana é um tipo importante de rearranjo
cromossômico que ocorre nos seres humanos. Esta alteração envolve a fusão
cêntrica de dois cromossomos acro- ou telocêntricos para formar um único
cromossomo metacêntrico. Tal fusão pode ter consequências significativas,
incluindo a mudança no número cromossômico (disploidia), afetando o pareamento
meiótico e a recombinação. Tais eventos são cruciais na evolução cariotípica de
grupos de espécies e podem levar ao isolamento reprodutivo de populações
(SOUZA, 2012).
Existem três mecanismos básicos para a ocorrência de translocações
Robertsonianas. O primeiro envolve o encurtamento gradativo dos telômeros do
braço curto de dois cromossomos acrocêntricos, resultando em uma fusão cêntrica.
O segundo mecanismo começa com uma quebra cromossômica na região
centromérica de dois cromossomos acro- ou telocêntricos, seguida pela fusão
cêntrica dos braços longos, formando um cromossomo metacêntrico e um pequeno
fragmento dos braços curtos. O terceiro tipo é uma simples fusão cêntrica de dois
cromossomos acro- ou telocêntricos, resultando em um cromossomo metacêntrico
dicêntrico com DNA telomérico intercalar entre os dois centrômeros (SOUZA, 2012).
Em relação a condições clínicas, cerca de 20% dos casos de Síndrome de
Patau são decorrentes de translocações, na maioria das vezes Robertsonianas,
resultantes da fusão de dois cromossomos acrocêntricos, especialmente entre os
cromossomos 13 e 14. Nesses casos, o estudo dos cromossomos dos pais é
indicado para avaliar o risco aumentado para a prole (ZEN, P. et al., 2008).
Além disso, um estudo apresentou 7 novos casos de translocação 13;14,
sendo 3 de novo e 4 de origem familiar, discutindo a possível relação dessas
translocações Robertsonianas com a ocorrência de anomalias fenotípicas em seus
Rio de Janeiro
2023
portadores, assim como sua implicação no aconselhamento genético e no
diagnóstico prenatal desses pacientes (VARGAS, T. et al., 1991).
Essas informações destacam a complexidade das translocações
Robertsonianas e a importância do aconselhamento genético e diagnóstico preciso,
especialmente em casos associados a síndromes genéticas como a Síndrome de
Patau.
3. Conclusão
Rio de Janeiro
2023
Referências
RIBEIRO, Guilherme S.; CUMMINGS, Fábio R.; Oliveira, Adriana A.; Conceitos de
Genética. Artmed: Grupo A, 2010. E-book. ISBN 9788536322148. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536322148/. Acesso em: 15 nov.
2023.
Rio de Janeiro
2023
Rio de Janeiro
2023