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Cromossomopatias
 Para avaliar o potencial do efeito deletério é
ÍNDICE: necessário analisar onde a alteração aconteceu,
 Alterações Cromossômicas qual o cromossomo acometido, avaliar a clínica
 Síndrome de Down do paciente.
 Suspeita Clínica para Aneuploidias
em Pré-Natal
 Métodos não invasivos CONCEITO DE CROMOSSOMO
 Métodos invasivos Os cromossomos são corpúsculos
compactos que carregam a informação
genética. Cada cromossomo é constituído
por uma longa e linear molécula de DNA
associada a proteínas.

Alterações Cromossômicas

 Existem tipos diferentes de alterações  As mutações podem ser:
cromossômicas que podem ocasionar a Síndrome  ESPONTÂNEAS = por meio de eventos
de Down. celulares, mecanismos de multiplicação
do DNA ou células, no processo de mitose
MUTAÇÕES ou separação dos cromossomos.
 MUTAÇÕES são alterações no material genético,  INDUZIDAS = através de agentes externos.
que ocorrem comprometendo a sequência de  Existem alguns tipos de agentes
bases nitrogenadas, estrutura ou quantidade de mutagênicos (agentes externos)
cromossomos presentes na célula. que induzem mutações:
 Existem tipos diferentes de alterações  Agentes químicos
cromossômicas que podem ocasionar a Síndrome  Agentes físicos
de Down.  Agentes biológicos
 O que acontece com os pacientes com Síndrome  Radiação e vírus induzem
de Down são mutações/alterações genéticas. mutações quando infectam
 As alterações nos materiais genéticos podem determinadas células.
ocorrer em dois níveis:  Substâncias químicas podem
 MOLECULAR = comprometem alterar o material genético e induzir
nucleotídeos (bases nitrogenadas); essas processos mutagênicos.
alterações acontecem numa escala
menor, porque os nucleotídeos são as MUTAÇÕES DELETÉRIAS
menores partes do polímero, que é o As mutações deletérias, ou
DNA. seja, mutações por adição ou subtração
de bases, ocasiona uma alteração no
 CROMOSSÔMICO = alterações que
código genético, trazendo mudanças e
acontecem em larga escala e criando uma nova sequência de bases
comprometem grandes quantidades de que pode ser responsável por alterações
DNA. no tipo de aminoácido que está incluso na
 Isso pode provocar alterações que cadeia proteica.
modificam o número ou a estrutura
dos cromossomos no genótipo,
alterando assim grande  As mutações podem ainda ser letais, ou acarretar
quantidade de DNA. doenças ou anomalias.
 Cromossomos são DNA compactado. Então, se
alterar um pequeno pedacinho ou a quantidade  As mutações são importantes para a evolução e
de cromossomos, está alterando bastante variabilidade genética, proporcionam adaptação
conteúdo. ao meio.
 Com isso, a tendência dos eventos serem mais
deletérios do que em apenas uma alteração  A frequência de mutações em vírus e outras
gênica ou uma alteração pontual. espécies é maior porque se multiplicam mais.

GENÉTICA – AULA 02 | CROMOSSOMOPATIAS | TEÓRICA


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TIPOS DE MUTAÇÕES TRI SSOM I A (2N+ 1)


 Um cromossomo a mais no cariótipo.

 GÊNICAS ou PONTUAIS = quando comprometem


uma leitura correta das trincas de bases do
código genético.
 Acontecem em pequena escala
acometendo um nucleotídeo ou trincas
de nucleotídeos (códon), com isso pode
alterar a estrutura de uma proteína.
 GENÔMICAS CROMOSSÔMICAS = representadas
por alterações na estrutura cromossômica ou pelo
CAUSAS DAS CROMOSSOM OPATIAS
número total de cromossomos.
 GENÔMICA = conjunto de genes.  CROMOSSOMOPATIAS são patologias provocadas
 Quando há uma deleção (perda) por alterações cromossômicas.
cromossômica está retirando uma grande  CAUSAS: aumento ou diminuição do número de
quantidade de material genético e a cromossomos.
perda para o indivíduo será grande.
 Pode haver um aumento no número de
cromossomos ou uma TRANSLOCAÇÃO
entre dois cromossomos não homólogos
(o indivíduo tem o número normal de  As cromossomopatias ocorrem devido a
cromossomos no cariótipo, mas tem um problemas relacionados a DIVISÃO CELULAR.
cromossomo que trocou pedaço com  Na mitose e, especificadamente, na meiose (para
outro cromossomo de outro par). formação dos gametas) existe o processo de
segregação de cromossomos e cromátides. Pode
haver perda nesses eventos (eventos de não
O ser humano possui 23 pares disjunção/separação).
de cromossomos, com o total de 46.

MUTAÇÕES CROMOSSÔMIC AS
CLASIFICAÇÕES NUMÉRI CAS

NULI SSOM I A (2N-2)


 Perda de um par inteiro de cromossomos.
 Na espécie humana é letal. MEIOSE
 A origem das cromossomopatias vem da MEIOSE.
 A meiose é o processo exclusivo da separação
dos gametas.
 A meiose é um processo realizado em duas fases:
 MEIOSE I = reducional
 Vai haver redução no número de
cromossomos por célula.
 A meiose reduz o número de
cromossomos nas células formadas,
M ONOSSOM I A (2N -1) pois no final do processo essas
 Um cromossomo a menos no cariótipo. células irão se encontrar e
participarão da fecundação.
 Na fecundação há a mistura de 23
cromossomos do ovócito + 23
cromossomos do espermatozoide.
 MEIOSE II = equacional

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 MOSAICO = presente em algumas células.


 Em 3 a 5% dos indivíduos, ao
analisar células de diferentes tipos
pode encontrar cada célula com
um número de cromossomos.
 Nesse caso, apenas algumas
linhagens celulares específicas
serão alteradas.
 Normalmente as alterações cromossômicas de
caráter UNIVERSAL provocam mais prejuízos ao
indivíduo. A condição deletéria e o prejuízo
funcional são maiores.
 Porém, isso vai depender também da síndrome ou
alteração cromossômica em questão. Isso porque
se nas alterações cromossômicas de caráter
MOSAICO houver o comprometimento de uma
linhagem celular de extrema importância, afetará
de forma mais intensa o indivíduo.
 No primeiro exemplo não houve essa separação,
 Assim, é necessário avaliar caso a caso para
por conta de algum problema no fuso mitótico.
dimensionar o efeito deletério da mutação.
 O FUSO MITÓTICO é formado por MICROTÚBULOS
 Nas alterações cromossômicas de caráter
que são filamentos de citoesqueleto que puxam
MOSAICO, as alterações ocorrem durante a
os cromossomos para os polos opostos das células
meiose de ALGUMAS células (linhagens
durante o processo de divisão.
específicas). Não ocorreu a mutação em outras
 Pode acontecer dos microtúbulos terem
células porque ocorreram outras mutações
problemas na despolimerização (encurtamento).
durante o processo mitótico que corrigiram
 Sendo assim, ele acaba não levando os
aquele defeito. Ou depois que o indivíduo foi
cromossomos para os polos ou leva todos os
formado, naquele tecido específico, pode ter
cromossomos para um polo e não leva para o
ocorrido a não-disjunção (já durante a mitose), o
outro.
que é mais raro.
 Esse fenômeno ocorre na ANÁFASE (divisão),
quando os cromossomos são arrastados para os
polos opostos das células. É nesse momento que MUTAÇÕES CROMOSSÔMIC AS
os erros podem ocorrer, quando vai haver o  CARIÓTIPOS: organização dos cromossomos aos
encurtamento dos microtúbulos e transporte dos pares.
cromossomos para os polos.  Os cromossomos são organizados aos pares
 Por isso, as causas das cromossomopatias podem porque eles possuem características comuns (um
ser descritas como NÃO-DISJUNÇÃO e PERDA gene paterno e um materno).
ANAFÁSICA.  Os cromossomos podem ser AUTOSSOMOS e
 Com isso, serão formadas célula gaméticas com SEXUAIS.
números anormais no final do processo (células MUTAÇÕES NUMÉRICAS
monossômicas, trissomicas). E se essas células
participarem do processo de fecundação haverá
problemas. ANEUPLOI DI AS
 São as mais conhecidas.
 Exemplo: TRISSOMIA DO CROMOSSOMO 21 –
ALTERAÇÕES CROMOSSÔM ICAS
SÍNDROME DE DOWN
 As cromossomopatias podem ser identificadas
através do CARIÓTIPO.
 Em algumas situações é necessário técnicas
moleculares e celulares mais requintadas.
 O cariótipo identifica as alterações numéricas.
 As cromossomopatias podem ser do tipo:
 UNIVERSAL = presente em todas as
células.
 Em 95% dos casos de
cromossomopatias, tem alterações
em todas as células.

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 Alteração no par de nº 21 (presença de 3 nosso genoma) acaba sendo pouco expresso


cromossomos), com isso o indivíduo tem 47 (DOWN-REGULADO).
cromossomos.

SÍNDROM DE DOWN DOWN-REGULADO = regulado negativamente.


 Conhecida como trissomia do cromossomo 21,
mas também pode ser causada por outras  A DEFICIÊNCIA MENTAL ocorre por conta da
alterações cromossômicas. deficiência mitocondrial, acaba gerando defeitos
 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS: a nível do sistema nervoso central.
 Estatura baixa  O cérebro é muito dependente do T3 ativo e,
 Orelha de implantação baixa (abaixo da sobretudo, durante o desenvolvimento fetal.
linha do nariz).  Na 3ª semana de gestação já precisa de T3 ativo,
 Presença de linha simiesca (90%) porque tem o desenvolvimento do sistema
nervoso central (tubo neural).
 Com a baixa disponibilidade dos hormônios,
desde o princípio há uma má formação cerebral.
 A deficiência mental nas pessoas com Síndrome
de Down também apresenta variações, níveis
diferentes, pois está relacionado, também, a
estímulos, condições sociais e econômicas.

M ALFORM AÇÕES CARDÍAC AS


 Os problemas cardíacos nesses indivíduos já
 Deficiência mental
começam durante o processo de
 Nariz e boca curtos
Embriogênese do coração
 Língua saliente (a língua fica muito para
EMBRIOGÊNESE DO CORAÇÃO
fora porque a boca não comporta).
 No final da 3ª semana, tem-se a formação do
 Malformações cardíacas
tubo neural e do sistema circulatório que é bem
primitivo, começando com a angionênese, e
 A BAIXA ESTATURA está associada problemas
formando os pequenos vasos
hormonais.
 Na 5ª semana já tem o batimento cardíaco
 O metabolismo é prejudicado por problemas nas
 Na 3ª semana, ocorre um processo chamado de
principais glândulas.
Gastrulação, que é a formação dos três folhetos
HORMÔNIO T3
embrionários (mesoderma, endoderma,
 Possuem um importante problema de tireoide,
ectoderma).
relacionado a T3. Quando os níveis de T3
 O mesoderma está relacionado com a
intracelulares estão baixos – hipotireoidismo –
formação do coração
além do gene não expresso, ele pode ser
 O mesoderma é dividido em:
completamente inibido.
intermediário, paraxial (forma a costela),
 O T3 tem receptores nas mitocôndrias (que geram
lateral (forma o coração)
energia para as células na forma de ATP); sem o
T3 ativo nas mitocôndrias, elas não funcionam >
por conta disso os indivíduos podem apresentam
baixo tônus muscular, baixa de ferro, inflamação,
estresse oxidativo aumentado.
 O T3 também tem efeito sobre o gene que
codifica para o hormônio do crescimento, por isso
os indivíduos tem baixa estatura, problemas ósseos
(dificuldade na regulação da osteocalcina),
baixo tônus muscular (inativação do gene da
miosina-alfa).
 Então o problema, nesse caso, está relacionado
com os receptores de T3 (pouca produção ou
inativação).
HORMÔNIO GH
 O gene que codifica pro hormônio GH (que é um  Os indivíduos com síndrome de Down
hormônio proteico, hidrofílico – como é uma apresentam um problema no mesoderma que
proteína, cada proteína tem uma informação do dificulta o processo de Septação, que é outro
evento que ocorre durante a embriogênese.

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 A septação é importante para separar as  No passado, esses indivíduos tinham uma


câmaras cardíacas. Fisiologicamente, expectativa de vida muito baixa, pois esses
precisamos de septos entre um átrio e problemas não eram conhecidos e
outro, entre um ventrículo e outro, e entre diagnosticados. Hoje, esses indivíduos tem uma
os átrios e os ventrículos. expectativa de vida maior (cerca de 60 anos), pois
esses problemas são solucionados ainda na
primeira infância.

INCIDÊNCIA DA SÍNDRO ME DE DOWN


 Quanto maior a idade materna, maior será o
risco para a síndrome de Down

 Os indivíduos com síndrome de Down


possuem, frequentemente, um defeito
Septoventricular

DEFEITO SEPTOVENTRICULAR
 Esse defeito ocorre no septo átrio ventricular M AS..... PORQUE? EXISTE
 Um defeito no septo ventricular é uma DIFERENÇA ENTRE A OVOGÊNESE E
abertura no septo ventricular, ou uma parede A ESPERM ATOGÊNESE?
divisória entre as duas câmaras inferiores do
 Sim, existe!
coração conhecida como os ventrículos
Na espermatogênese temos
direito e esquerdo
uma célula que irá se dividir em duas,
 Por conta desse defeito, tem-se uma abertura
posteriormente terá outra divisão e cada
que permite a mistura do sangue nas câmaras
célula formará 2 células (dando um total de 4
cardíacas, que é um problema grave.
células , que são as espermátides), e essas 4
 Sabemos que essa mistura sanguínea não
espermátides formadas amadurecem,
deveria acontecer, pois são sangues
formando, cada uma, 1 espermatozoide.
‘’diferentes’’ com diferentes
Tendo, portanto, no final um total de 4 células.
características
 Na Ovogênese, a divisão do citoplasma é
 Ao serem misturados, acarreta em quadros
desigual e, por conta disso, no final de todo o
de fadiga, sudorese, respiração rápida e
processo, apenas 1 célula é viável.
pesada, entre outros sintomas
 Por conta dessa falha na septação, esses
indivíduos precisarão de uma intervenção
cirúrgica para ter uma qualidade de vida
melhor e uma expectativa de vida maior.

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 Essa imagem é um mosaico, pois apresenta


 Quando essa célula se torna viável para a algumas células com alteração e outras
fecundação, ela ainda não completou a células sem alterações genéticas
divisão meiótica. Essa é a grande diferença da  Esse fato é mais raro, mais difícil de
ovogênese para a espermatogênese. acontecer
 A mulher nasce com todos os seus ovócitos,
MUTAÇÕES ESTRUTURAIS
mas eles não são maduros, não completaram
a meiose II (estão estagnados entre a prófase
 Na síndrome de Down, temos 3% equivalentes
e a metáfase). Eles só irão completar a
à mutações cromossômicas estruturais.
meiose II na fecundação.
 Translocação: 3% dos casos dessa síndrome
 Só após a fecundação o ovócito se tornará
são causados pela translocação entre os
maduro
cromossomos 14 e 21 (cromossomos
 Diferente do Ovocito, o Espermatozoide não
Robertsonianos), gerando um cromossomo
precisa da fecundação para se tornar
híbrido, o resultado será um gameta com a
maduro, pois antes mesmo desse processo ele
presença (equivalente) de 3 cromossomos..
já passou pela meiose II.
 Translocação = troca de pedaços
 EX: Se um homem de 90 anos produzir um
entre cromossomos que não são
espermatozoide nesse exato momento, o
homólogos.
mesmo já terá concluído a meiose.
 EX: cromossomo 14 e 21 não fazem
parte do mesmo par, logo essa troca
 As células do homem são produzidas
de pedaços = Translocação.
constantemente e concluem a meiose no
 Se esses cromossomos fizessem parte
momento em que são formadas. Já as células
do mesmo par e trocassem pedaços,
femininas, só irão concluir a meiose após a
não seria Translocação, e sim Crossing
fecundação
Over.
 Em uma mulher de 45 anos, o seu ovócito
 Ocorre nos cinco pares de cromossomos
também tem 45 anos. Entretanto, essa célula
acrocêntricos: 13,14,15,21 e 22 (Translocação
está estagnada na meiose II e ainda irá
Robertsoniana)
precisar passar pela anafase II da meiose. Ou
 Os cromossomos Robertsonianos também são
seja, é um ‘’ovócito velho’’ e que ainda
chamados de cromossomos acrocêntricos
precisará concluir a meiose após a
 Essa denominação diz respeito a
fecundação para se tornar maduro.
posição do centrômero. Esse
 Por isso que a incidência de síndrome
centrômero pode estar no meio
de Down está diretamente
(metacêntrico), pode ser mais
relacionada com a idade materna.
deslocado um pouco para as
MOSAICO extremidades (submetacêntrico) ou
deslocado totalmente para a
Cariótipo da mucosa Cariótipo normal de extremidade (acrocêntrico).
oral linfócito

 Exemplo de translocação robertsoniana:


cromossomo 13 trocando pedaço com o
 XX = Mulher 15, 21 trocando com o 22, 14 trocando
 Ao fazer a raspagem da mucosa oral da com o 13.
paciente, nota-se no cariótipo 47, XX, +21.
Logo, é uma mulher com um cromossomo a
mais no par 21. Ou seja, portadora da
síndrome de Down.

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EXPLICAÇÃO DA IM AGEM :

Suspeita Clínica para


Aneuploidias em Pré Natal

PROCEDIMENTOS PARA O BTENÇÃO DE


ALTERAÇÕES FETAIS
MÉTODOS NÃO INVASIVO S
 Ultra-sonografia: pode ser feito quando o
indivíduo está sendo gestado, os outros
métodos de diagnóstico por imagem acabam
sendo nocivos por trabalharem com radiação,
geralmente radiação ionizante que tem
potenciação mutagênico.
 O cromossomo do par 14 pegou um
 Ecocardiograma
pedaço do cromossomo do par 21. Como  Dopplerfluxometria: para visualização de
esses dois cromossomos fazem parte de batimentos cardíacos, artérias umbiliciais, se
pares diferentes, logo isso é uma estão funcionando e se está havendo troca
translocação. materno fetal.
 Esse indivíduo ilustrado no cariótipo não  Marcadores bioquímicos: avaliados no sangue
tem um cromossomo a mais, como o materno. Método invasivo para a mãe mas não
para o feto.
indivíduo clássico da síndrome de Down.
 O indivíduo ilustrado a cima tem 46 MÉTODOS INVASIVOS
cromossomos. Logo, o problema não  Amniocentese: coleta de líquido amniótico.
foi de alteração numérica e sim  CAVC: coleta de vilosidades coriônicas.
 Cordocentese: coleta do cordão umbilical.
estrutural, pois mexeu na estrutura dos
cromossomos (um doou pedaço para
o outro). CONFIRMAÇÃO DE CROMOSSOMOPATIA
 NÃO é mais uma Trissomia, pois não Quando encontra-se alteração ou indícios
tem um cromossomo a mais. de alterações nos métodos não invasivos,
Entretanto, gera a síndrome de Down utiliza-se dos métodos invasivos para
em 3% dos casos. confirmar ou descartar a suspeita de
alteração fetal.
Para confirmar cromossopatia é necessário
M AI S GR AVE OU M ENOS GR AVE Q UE A o cariótipo, que só é encontrado dentro
SÍ NDROM E DE DOWN CLÁSSI C A? das células. Em um indivíduo que está
sendo formado, coleta-se nos anexos
embrionários (placenta, cordão umbilical,
 Normalmente a sintomatologia desses
líquido amniótico, vilosidade coriônicas...).
pacientes com síndrome de Down por uma
mutação estrutural é mais branda/leve
 Por exemplo, o desenvolvimento ULTRA-SONOGRAFIA OBSTÉTRICA
neuropsicomotor é menos afetado
 Solicitado durante o pré-natal, não é prejudicial
para o feto.
 Entretanto, o estimulo e a condição  Capaz de detectar ocorrência de
socioeconômica do paciente também malformação fetal (translucência nucal e
são fatores importantes a serem ultrassonografia morfológica)
analisados  Estimar a idade do feto
 Detecção de anomalias anatômicas
 A mutação numérica é mais danosa pois 1
 4 marcações principais para o diagnóstico de
cromossomo a mais já altera todo o conjunto cromossomopatias:
gênico. Já quando troca pedaços, que é o  (CCN): comprimento cabeça nádega
caso da mutação estrutural, altera uma  (DBP): diâmetro biparietal
quantidade menor de genes.  (CC): circunferência cefálica
 (CF): comprimento do fêmur

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 A ultrassonografia obstétrica realizada entre a 11ª a


14ª semanas de gestação, também conhecida
como exame morfológico de primeiro trimestre,
tem importância indiscutível no rastreamento de
anormalidades cromossômicas.
 Os principais marcadores ultrassonográficos das
cromossomopatias são:
 Translucência nucal (A): imagem
translucida gerada na região da nuca,
onde geralmente no período fetal há um
acúmulo de líquido. Há um parâmetro de
tamanho e a partir das medidas sabe-se se
é normal ou patológico.
 Osso nasal (B): muitas cromossomopatias,
inclusive a síndrome de down, apresentam
problemas por conta de uma ossificação Translucência nucal circulado em vermelho.
deficitária.
 Doppler do ducto venoso (C): observa-se a
troca materno fetal.

TRANSLUCÊNCIA NUCAL
 Marcador ultrassonográfico
 Translucência subcutânea entre a pele e o
tecido mole que recobre a coluna cervical
 Observado entre a 10ª e a 14ª semana
 Quanto maior a translucência nucal, maior o MARCADORES BIOQUÍMIC OS
acúmulo de líquido e maior o risco de
cromossomopatia.  Triagem tripla no soro materno:
 Essa metodologia sugere a cromossomopatia,  Alfa-fetoproteina (AFP): proteína fetal
não confirma. (saco vitelínico e fígado); pode ser
produzida em algumas situações
 2,5mm: diferencia mulheres com risco
maior tumorais também, produzida por
 1,5 – 3,9mm:  3 vezes células hepáticas imaturas do feto.
 4,0 – 4,9mm:  18 vezes  Beta-gonadotrofina criônica (B-hCG):
 Acima de 5,0mm: 13% aborto produzido pelos trofoblastos, que serve
 S. Down, S. Noomam, higroma cístico e para nutrição fetal.
cardiopatias isoladas.  Estriol (uE3): produzido pelo feto
(glândula adrenal e metabolizado pela
placenta)

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 Servem também para o diagnóstico de outras


doenças.
 Os valores de referência variam da semana de
gestação.
 Triagem tripla associada com idade materna
avançada.
 Os resultados dos métodos não invasivos tendo
resultados alterados, encaminhama-se o
paciente para aconselhamento genético e
apresenta a proposta dos métodos invasivos
para diagnóstico.

AMNIOCENTESE

 Cateter acoplado a seringa com meio de


cultura para a célula não sentir tanto o estresse
 Exame de coleta de líquido amniótico que tem
de ser retirada do seu tecido original.
quer guiado por ultrassom para não provocar
 Aspiração de ~50mg de vilo corial
nenhuma lesão ao feto.
 Cultura de curta duração (24h)
 O líquido amniótico tem poucas células e elas
 Resultado em 1-3 dias
que serão utilizadas para fazer cariotipagem.
 As células serão coletadas, levadas ao
laboratório, serão cultivadas, parando seu CORDOCENTESE
crescimento na metáfase, quando os  Amostra de sangue fetal do cordão umbilical
cromossomos estão mais condensados. (linfócitos pois possuem núcleo)
 Resultado pronto entre 2 a 3 semanas.  A partir da 16ª semana
 Riscos:  Aplicações:
 0,2 – 0,5% de induzir aborto  Presença de alguma anormalidade
 0,1% deformidade de membros fetal detectada pela ultra-sonografia
 Complicações:  Falha nas culturas de amniocentese e
 Aspiração de sangue materno vilo corial
 Imunização por Rh da mãe (Rh-); pode  Cultra de células de linfócitos – curta
acontecer por conta do duração (2-3) dias
extravasamento de sangue materno  Extração de DNA
ou fetal e acabar gerando uma  Hemoglobinopatias e doenças
eritroblastose fetal. hematológicas
 Acidentes de punção
 Infecção materna
 Perda de líquido (raro)
 Diagnóstico mais tardio

COLETA DE AMOSTRA DE VILOSIDADE


CORIÔNICA (CAVC)
 Aspiração do tecido do trofoblasto fetal por
via transcervical ou transabdominal.
 Mais células aspiradas do que pelo método da
amniocentese.
 Realizado em torno d 9ª a 12ª semana.
 Risco de 1% de abortamento.
 Também é necessária ser guiada por  Consegue-se avaliar também:
ultrassom.  Hemogasometria
 Diagnóstico de síndrome de TORCH
 Terapia para doença hematológica
 Hemoglobinopatias e hemofilias

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 Citogenética
 Colheita de 1 – 6 ml de sangue pela veia
umbilical
 Risco: 0,5 – 1 %
 Complicação: hemorragia no sítio de punção

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