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Genética Microbiana

14 de abril degtfo
2019 18:34

Diferença entre DNA e RNA


DNA RNA
Ribose radical H no C2 radical OH no C2
Cadeia Dupla Única
Base Pirimídica Timina Uracilo

Replicação do DNA Bacteriano: Semi-conservativa


○ A dupla cadeia original abre-se e cada filamento atua como molde para a replicação do DNA
○ Após síntese completa a molécula filha contém um filamento original e um filamento homólogo recém-sintetizado

Expressão de genes
Transcrição: Síntese de uma cadeia complementar de Tradução: Síntese de proteínas através da informação contida nos
RNA a partir de um molde de DNA, através de um RNA codões do RNAm
mensageiro

Funções:
• A sequência de nucleótidos de um gene determina a sequência de AA de uma proteína
• As sequências de nucleótidos do RNAm são lidas em grupos de 3

Alterações permanentes no DNA


• VARIAÇÃO FENOTÍPICA HEREDITÁRIA
○ Modificação do mecanismo de tradução da informação
○ Modificação do texto genético - mutações (génicas e cromossómicas)
Mutação: Variação rara e descontínua de um caracter, que é imediatamente hereditária; Alteração na sequência de
DNA por substituição de bases, por deleção, por inserção e rearranjo
Génica: alteram a sequência de nucleótidos do DNA, por substituição, adição ou remoção de bases.
Podem conduzir à modificação da molécula de RNAm que é transcrita a partir do DNA e,
consequentemente, à alteração da proteína produzida, o que tem, geralmente, efeitos no fenótipo.

Cromossómica: traduz-se numa alteração da estrutura (mutação cromossómica estrutural) ou do número


(mutação cromossómica numérica) de cromossomas. Podem afetar uma determinada região de um
cromossoma, um cromossoma inteiro ou todo o complemento cromossómico de um indivíduo
Somática
Nas células germinativas
Espontâneas
Ocorrem devido:
ao facto de que as quatro bases nucleotídicas podem existir sob duas formas diferentes, uma
usual e outra muito rara. Quando uma base adquire, temporariamente, a sua forma rara, pode
emparelhar-se com uma base diferente
a erros na replicação do DNA motivados pela DNA polimerase. Quase sempre estes erros são
reparados durante o processo de replicação do DNA, contudo, alguns persistem.
a erros na meiose ou mitose (formação de células com excesso ou falta de cromossomas)
Ocorrem em qualquer gene e em qualquer local do gene, no entanto:
são mais frequentes em regiões com sequências de DNA repetitivas ou simétricas, os chamados

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são mais frequentes em regiões com sequências de DNA repetitivas ou simétricas, os chamados
pontos quentes. Nestes locais, aumenta o risco de uma cadeia de DNA emparelhar consigo
própria durante a replicação
são mais frequentes em genes de maior tamanho, que, assim, têm uma maior probabilidade de
sofrer alterações na sua sequência de bases
são mais frequentes em genes do genoma mitocondrial que não tem mecanismos de reparação
do DNA
Formas Tautoméricas: As quatro bases nucleotídicas podem existir sob duas formas diferentes, uma usual e outra muito
rara. Quando uma base adquire, temporariamente, a sua forma rara, pode emparelhar-se com uma base diferente.

Induzidas
Agentes mutagénicos (substancias químicas ou radiações que aumentam a probabilidade de
ocorrência de mutações):
fontes naturais de radiação como raios cósmicos, luz solar e minerais radioativos da crosta
terrestre. Certos minerais da crosta (urânio, rádio, carbono 14...) emitem radiações ionizantes, os
raios α, β e γ. Estas radiações, especialmente os raios γ, têm energia suficiente para remover
eletrões dos átomos e quebrar o esqueleto de açucares e fosfato do DNA
substâncias químicas, como agentes aquilantes, acridinas, drogas usadas em quimioterapia,
nitrosaminas e nitrito de sódio
Formas de atuação dos agentes mutagénicos:
○ alteração das bases nucleotídicas por agentes químicos. No caso do ácido nítrico e dos seus derivados, podem
transformar a citosina presente no DNA, na sua forma rara; para tal, ocorre a conversão de NH2 em =NH. Tem por
consequência a alteração do emparelhamento das bases
○ adição de grupos químicos às bases por agentes químicos, como, por exemplo, o benzopireno, um dos
componentes do fumo do tabaco, que adiciona um grupo químico à guanina, tornando-a indisponível para o
emparelhamento das bases
○ danificação do material genético por radiações. As radiações ionizantes (raios X) produzem radicais livres,
altamente reativos, e que podem alterar as bases do DNA para formas não reconhecíveis, ou causar
anormalidades cromossómicas. As radiações ultravioletas do Sol são absorvidas pela timina do DNA, promovendo
o estabelecimento de ligações covalentes entre bases adjacentes, o que causa grandes problemas durante a
replicação do DNA.

Aplicações das mutações: MAPAS GENÉTICOS


Mutações e o cancro: testes mutagénicos = TESTE DE AMES
○ Mede a indução de mutações reversas. Estirpes (His-) para o aminoácido histidina mas que necessitam do aa para
crescer. Revertem a (His+)
Teste in vitro de “screening” para identificar substâncias capazes de induzir mutações génica
Maior parte dos mamíferos: processamento de produtos químicos ocorre no fígado. Em alguns casos, a ação
de enzimas do fígado podem criar um composto tóxico ou mutagénico de uma substância que não era
originalmente perigosa
□ Ames incorporou enzimas do fígado de mamífero (rato) no sistema de teste de bactérias
A FREQUÊNCIA DE MUTAÇÃO REVERSA é medida pela contagem do número de colónias que
crescem em meio mínimo após exposição de uma população a um agente mutagénico

Experiência de Frederick Griffith


TRANSFORMAÇÃO (Streptococcus pneumoniae) -> Bactéria adquire material genético do exterior:

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TRANSFORMAÇÃO (Streptococcus pneumoniae) -> Bactéria adquire material genético do exterior:

Transferência da informação genética entre bactérias


• Vertical
• Horizontal
TRANSFORMAÇÃO (envolve a incorporação de fragmentos livres de DNA)
Células Transformantes Competentes: GRAM- e GRAM+
TRANSFORMAÇÃO ARTIFICIAL:
Transformação é muito usada em Engenharia Genética para introduzir DNA recombinado em células
hospedeiras (construção de microrganismos geneticamente modificados).
Existe uma variedade de técnicas para tornar as células temporariamente competentes, mesmo que não o
sejam naturalmente
□ P.ex., tratamento das células com cloreto de cálcio e/ou outros iões, seguido de choque térmico -> A
célula fica mais permeável à entrada de DNA
□ Outro método: Electroporação ou electrotransformação = EXPOSIÇÃO DA SUSPENSÃO DE CÉLULAS A
CAMPO ELÉTRICO COM INTENSIDADE ADEQUADA, DE MODO A PERMEABILIZAR AS CÉLULAS (MANTENDO-
AS VIÁVEIS), NA PRESENÇA DO DNA A TRANSFERIR
CONJUGAÇÃO: transferência direta (por contacto íntimo) da informação genética de uma bactéria dadora para
outra recetora
Células Transconjugantes
Gene tra
GRAM- (pilus) e GRAM+ (feromonas)
CONJUGAÇÃO E PLASMÍDEOS CONJUGADOS (com gene para transferir de uma bactéria à outra)
Plasmídeos: Moléculas extracromossómicas de DNA, com replicação independente mas sincronizada
com o cromossoma bacteriano. Conferem virulência e resistência
Tipo P.R, ou Fatores de resistência, os quais conferem resistência a antibióticos ( e alguns são
conjugativos!)
Plasmídeos de Virulência, que codificam fatores de virulência (como por exemplo toxinas).
Plasmídeos Metabólicos, que permitem às bactérias degradar outros compostos, tais como
compostos aromáticos (ex.: tolueno), pesticidas ou açúcares, entre outros…
□ Tipos de conjugação:
Plasmídeos conjuntivos: contém um gene chamado tra-gene, que pode iniciar a conjugação,
isto é, a troca sexual de plasmídeos com outra bactéria (conjugação é como é conhecida a
reprodução sexuada das bactérias).
◊ Replicação restrita (poucas cópias, autotransferíveis por conjugação)
Plasmídeos não-conjuntivos: são incapazes de iniciar a conjugação e, por esse motivo, não há
movimento independente para outra bactéria, mas podem ser transferidos com plasmídeos
conjuntivos durante a conjugação
◊ Replicação relaxada ( várias cópias, Não autotranferíveis)
◊ Os plasmídeos não conjugativos podem ser mobilizados, isto é, podem ser transferidos para
outras bactérias, em conjunto com plasmídeos conjugativos
INCOMPATIBILIDADE – Replicação restrita – Homologia > 75%
COMPATIBILIDADE – Homologia < 15%
Plasmídeos muito semelhantes normalmente não se mantem juntos dentro de uma mesma linhagem. Estes compartilham
mecanismos de início de replicação e de partição para as células filhas. Desta forma não conseguem manter -se,
ambos, de forma estável numa linhagem.

Transposões:
Transposões são elementos genéticos (de DNA) que conseguem mover-se e integrar-se em diferentes locais no mesmo
cromossoma, ou em cromossomas diferentes. Tal movimento é chamado de transposição, e tem um papel importante na
geração de novas combinações genéticas, isto é, contribuem para a variabilidade genética (cél para cél)
Os transposões são pedaços de DNA que conseguem mover-se e serem integrados em diferentes locais do mesmo

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Os transposões são pedaços de DNA que conseguem mover-se e serem integrados em diferentes locais do mesmo
cromossoma, ou entre cromossomas diferentes.
3 Tipos:
Sequências de Inserção: são compostas por Repetições invertidas que delimitam os genes da transposase.
Transposões Compostos: pensa-se que sejam formados pela associação entre duas IS’s e um segmento
central contendo um gene que confere certas características como resistência a antibióticos
Transposões Replicativos: são compostos pelos mesmos constituintes que uma IS, ou que um transposão
composto, mas têm também um gene que codifica para uma resolvase.
Transferência Horizontal de genes: TRANSDUÇÃO
um fragmento do cromossoma bacteriano é transmitido de uma para outra bactéria, por intermédio de um
veículo - BACTERIÓFAGO

Restrita ou Específica – ciclo lisogénico


Generalizada ou Não Específica: O fago penetra na célula bacteriana recetora mas não é integrado no
cromossoma bacteriano e, não tendo duplicação autônoma, também não se duplica dentro dela
É a transferência de genes bacterianos entre células diferentes mediada por vírus que infetam
bactérias (designados por bacteriófagos ou fagos)
Ocorre aleatoriamente; qualquer parte de um genoma bacteriano pode ser transferido para
uma bactéria recetora
Resulta do facto de fragmentos do DNA da bactéria hospedeira entrarem, por engano, na
cabeça do bacteriófago aquando da sua replicação e maturação – pode ocorrer, por exemplo,
durante o Ciclo Lítico de replicação de vírus em bactérias infetadas
□ Completa
□ Abortiva

Genética do Vírus
O genoma de um vírus pode colonizar permanentemente o seu hospedeiro, adicionando genes virais ao
organismo invadido e até tornar-se parte fundamental do seu material genético
A enorme população dos vírus, combinada com suas taxas elevadas de replicação e de mutação, faz deles a
maior fonte potencial de inovação genética
Os genes de origem viral podem “viajar”, invadir outros organismos e contribuir para a diversidade evolutiva!

Descobertas que colocaram os vírus como participantes da evolução:


O gene da DNApolimerase do bacteriófago T4 tem parentesco estreito com outros genes de DNApolimerases nos eucariotas e
nos vírus que os infetam. Estudos demonstraram que as enzimas responsáveis pela replicação do DNA em eucariotas tem
provavelmente origem viral:

"VIVOS OU NÃO, É TEMPO DE RECONHECER OS VÍRUS E ENCARÁ-LOS EM SEU CONTEXTO NATURAL NÃO SÓ COMO CAUSADORES
DE DOENÇAS, MAS TAMBÉM COMO COMPONENTES LEGÍTIMOS DA VIDA!"

Mutantes
• "Hot-mutants": Crescem melhor em altas temperaturas do que os tipos selvagens (não mutantes) e são menos
suscetíveis à hipertermia do hospedeiro
• Mutantes Atenuados: Sintomas mais leves ou assintomáticos = Desenvolvimento de vacinas
• Mutantes frequentes: Escapam da resposta imunitária do hospedeiro

Variação Antigénica
• É o processo pelo qual duas estirpes diferentes de vírus, se combinam para formar um novo subtipo, tendo uma mistura
de antigénios de superfície das duas estirpes originais. O termo alteração antigénica é específica do vírus da influenza

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de antigénios de superfície das duas estirpes originais. O termo alteração antigénica é específica do vírus da influenza
(VI)
- A alteração antigénica ocorre apenas em VI A, afeta não só o homem mas também outras espécies. Espécies
afetadas incluem outros mamíferos e aves, dando a VI A a oportunidade de uma reorganização maior dos
antigénios de superfície
• Movimento antigénico: É a mutação normal, no tempo, de estirpes conhecidas de influenza para se evadirem ao
sistema imunitário. Movimento antigénico ocorre em todos os tipos de VI incluindo A, B y C

Antigenic Drift: Antigenic Shift


As mutações pontuais nos genes que codificam os Chega a produzir-se uma troca genética entre diferentes
antigénios ocasionam alterações nas proteínas virais, que estirpes de virus da influenza, com reordenamento do genoma
permitem evadir a resposta imunitária e conduzem ao e geração de um novo subtipo viral, fenómeno conhecido
aparecimento da doença, não existindo anticorpos prévios. como alteração antigénica maior
Esta situação denomina-se alteração antigénica menor

Complementação:
• A complementação pode ocorrer durante uma infeção mista em que um dos vírus é deficiente em um dos seus
produtos génicos. Sem essa proteína, o vírus seria incapaz de ser transmitido e replicar. Numa infeção mista, se o
segundo vírus envolvido sintetiza o produto (complementa o defeito), a partícula defetiva é capaz de completar o
processo de transmissão e replicação
- Na natureza, a complementação ocorre com o virusóide humano da HEPATITE D. O virusóide é defetivo num
antígeno de superfície que é provido pelo vírus da HEPATITE B em infeções mistas

Vírus Defetivos (Virusóides)


Os vírus defetivos ou incompletos são aqueles cujo genoma não possui um ou mais genes específicos, devido a
mutação ou deleção. Por isso, são incapazes de completar o ciclo replicativo na célula
- Se a célula for co-infectada com outro vírus – denominado VÍRUS “HELPER”, o produto do gene ausente no vírus
defetivo é complementado pelo vírus auxiliar e aquele pode replicar.
Mistura fenotípica: é um exemplo de interação não genética entre 2 virus. Como resultado de uma infeção
mista, a progénie individual possui proteínas estruturais (envelope e capside) de um ou ambos os parentais.
□ SEM ALTERAÇÕES NO GENOMA (Possibilidade alterar gama de hospedeiros + Possibilidade de resistir aos
anticorpos neutralizantes)

Genética Microbiana e Biotecnologia


• As enzimas de restrição cortam o DNA -> fragmentos específicos
• Podem construir-se, clonar e expressar novos genes
• Depois de fragmentado o genoma podem-se clonar genes determinados
• A partir do RNAm pode preparar-se DNAc e expressá-lo em células hospedeiras
• A tecnologia do DNA recombinante abre NOVOS HORIZONTES

Biotecnologia: Utiliza organismos para obter produtos úteis e material biológico para fins industriais.
Primeiros produtos biotecnológicos: Pão, cerveja, vinho

Biologia celular: Isolamento e manipulação de genes (DNA) e Fusão e multiplicação de células


Revolução genética – novas técnicas de manipulação genética / tecnologia do DNA recombinante

Biotecnologia Tradicional:
• Seleção de organismos – caracteres desejáveis/cruzamento
• Mais tempo – transferências de genes NÃO desejáveis

Biotecnologia moderna: manipulação do material genético e reprogramação de microrganismos = fábricas para produção
de vários bens úteis
• Transferência APENAS de genes desejáveis
• Doador – espécie diferente
• > precisão, + rápido e > eficácia

Engenharia genética
Envolve técnicas que permitem transplante de genes de uma espécie para a outra -> forma-se DNA RECOMBINANTE ->
Associação de 2 ou mais moléculas de DNA de duas espécies diferentes que não são encontradas na natureza

• Aplicações da engenharia genética:


- Medicina forense
- Localização de genes associados a doenças de origem genética
- Deteção de genes associados ao cancro
- Terapia génica
- Produção de vacinas, medicamentos, hormonas
- Obtenção de produtos transgénicos

Como manipular a informação genética para a transmitir de uma célula para outra?
ENZIMAS DE RESTRIÇÃO -> DNA RECOMBINANTE

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ENZIMAS DE RESTRIÇÃO -> DNA RECOMBINANTE
- Enzimas de restrição: Produzidos por bactérias como defesa contra fagos que reconhecem palindromas de 4 a 6
pares de bases
- EcoRI Reconhece e Corta a Sequência GAATTC (entre G e A)
A bactéria também é alvo das enzimas que produz?
Não, na bactéria as sequências reconhecidas estão protegidas por metilação

Isolamento e purificação de fragmentos de DNA contendo a mensagem parra a síntese de proteinas -> clonagem
(replicação da informação genética em grande escala)
DNA híbrido= fragmento de DNA+Vetor

Clonagem Molecular
2 partes:
1. Construção do DNA recombinante (rDNA)
1. Hidrólise (assimétrica ou simétrica) por enzimas de restrição criando topos complementares
□ Assimétrica: Extremidades protuberantes (“Topos coesivos")
□ Simétrica: Extremidades rombas ("cegas")
2. Ligação ao vetor: É a DNAligase que promove a ligação covalente entre os grupos e OH- 3’ P 5’ de
diferentes moléculas de DNA
3. Transformação de células bacterianas para amplificação
2. Introdução do rDNA na célula hospedeira para amplificação

Estratégia de engenharia genética:


1. Extração do plasmídeo
2. Extração do gene (Epítopo)
3. Digestão pela Enzima de Restrição
4. Hibridação pela DNA ligase -> Plasmídeo Quimérico (hibrido)
5. Introdução noutra bactéria -> replicação e expressão do gene

Vetores
O que são?
São moléculas de DNA capazes de amplificar, em centenas de cópias, a informação genética que neles foi inserida.
Existem diferentes tipos de vetores possuindo cada um particularidades que lhe são próprias
Tipos de vetores:
○ Plasmídeos
○ Fagos
○ Cosmídeos (junção de características de plasmídeo e fago)
○ Fagemídeos (junção de características de plasmídeo e fago com muito informação genética)
Características:
○ Com um local de origem de replicação (capacidade de autorreplicação)
○ Locais únicos de restrição para um grande número de enzimas de restrição
○ Capacidade de conferir características fenotípicas diferentes às células transformadas

Plasmídeos em clonagem:
→ Pequenas moléculas de DNA de cadeia dupla, que contêm os elementos necessários à sua replicação e um gene que
confere resistência a um antibiótico.
Características:
○ Replicação independente dos cromossomas. Ter uma origem de replicação, que consiste numa sequência de
DNA que permite a replicação do vetor na célula hospedeira
○ Grande número de cópias
○ Vários locais de reconhecimento por enzimas de restrição (local de clonagem múltipla)
○ Conter um gene que codifique uma substância que possa distinguir uma célula transformada de uma não
transformada. Muitas vezes, são utilizados genes que conferem resistência a um antibiótico, destacandose, devido
à sua grande utilização, o gene que confere resistência à ampicilina.

Plasmídeo Quimérico:
→ Resulta de uma construção com enzimas de restrição e consolidação pela ligase. É perpetuado pela sua replicação
dentro de bactérias que adquiriram resistência a antibióticos. Transferem-se de qualquer sistema biológico para outro.
→ A molécula híbrida resultante é inserida numa célula hospedeira, muitas vezes bactérias, por transformação. O vetor
pode assim sofrer replicações e proceder à consequente amplificação do número de cópias.
○ Ex: Genes de origem humana para células bacterianas

Vantagens:
○ O DNA inserido é empacotado in vitro. A eficiência do empacotamento é somente de 10% aproximadamente, no
entanto, uma vez empacotado, a eficiência de inserção na célula E. coli hospedeira é de 100%
○ uma vez injetado no interior da célula hospedeira, vai replicar como um plasmídeo normal, sem exprimir qualquer
função do fago, sendo igualmente reconhecido com base na resistência adquirida a um antibiótico específico

Fagemídeos:

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Fagemídeos:
→ Junta as vantagens do fago e do plasmídeo. São particularmente úteis na clonagem de cDNA e apresentam algumas
características principais:
○ Apresentam uma zona versátil de múltiplos locais de clonagem o que permite a clonagem de genes grandes, sem
muita dificuldade
○ Possuem uma combinação estratégica de sítios de restrição que permitem a obtenção progressiva e controlada
de fragmentos, os quais após recircularização se tornam apropriados para o sequenciamento, facilitando-o

Marcadores seletivos e processos de seleção


◊ Vetores têm genes que conferem certas características mensuráveis
◊ Podem ser inseridos em hospedeiros conferindo-lhes essas propriedades
◊ Alterando o gene responsável pela característica, esta modifica-se ->
O fenótipo das células hospedeiras permite a identificação de células competentes

E Coli = produção de insulina humana


Pbr322 = Genes de resistência a antibióticos
Uso da informação genómica no desenvolvimento da produção de vacinas:

Produtos da tecnologia recombinantes do DNA:


Farmacologia Bactérias Especializadas Setor Produtivo Agropecuário
• Produção de insulina • combinação de vários genes para • Resistência a pestes em plantas para
• Hormona de crescimento metabolizar petróleo em um único reduzir a dependência de pesticidas
humano plasmídeo e introduzi-lo em bactéria químicos
• Fatores de coagulação (para marinha, tornando este organismo • Vegetais geneticamente modificados
hemofílicos) capaz de limpar mancha de • Desenvolvimento de resistência das
• Ativador de plaminogénio petróleo nos oceanos. plantas aos herbicidas.
(usado para dissolver coágulos • produção de etanol a partir de • Melhoramento genético de animais para
sanguíneos em pacientes com material vegetal que produzam mais leite, para que
ataques cardíacos) • lixívia de minérios desenvolvam maior massa corporal para
• Atualmente testadas drogas • tratamento de esgotos e detritos produção de carne, ou mesmo para
oligonucleotídicas para o produção de carne com menos colesterol.
tratamento de AIDS e cancro
Terapia Gênica Mapeamento Génico Fingerprinting de DNA
• tratar doenças genéticas • Capacidade de se determinar a • Uso de DNA para identificar uma pessoa,
• Cancro presença de genes responsáveis por sendo um poderoso instrumento para
• Doença cardíaca vários distúrbios humanos, habilidade testes de paternidade, investigações
• Doenças infeciosas tais como a essa conhecida como mapeamento criminais e outras aplicações forenses.
AIDS génico
• Um grupo de marcadores usado em
mapeamento génico são os
polimorfismos de comprimento de
fragmentos de restrição (RFLP)

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Infeções Nosocomiais
10 de maio degood
2019 18:42

Infeções nosocomiais/ Infeções associadas a hospitalização (HAI): Infeções adquiridas durante a


hospitalização (que não estavam presentes ou em incubação à admissão, ≥48h)
• Infeções possivelmente relacionadas com o contacto com cuidados de saúde

Medicina Humana: Não se sabe sobre a Medicina Veterinária


• 5% dos doentes internados Animais ficam menos tempo (por causa do limite de orçamento do
• Milhares mortes dono)
• Custos elevados • Menor Proporção de tratamentos invasivos
• Menos Imunodeprimidos
Menor Proporção: Maiores desafios:
• Internamentos • Higiene do paciente: cão sempre a lamber-se, deita-se sobre urina, …)
prolongados • Compliance (obediência) do paciente
• Imunodeprimidos • Controlo de infeção
• Procedimentos invasivos

Estudo:

Notas:
• 82% disseram que ocorreu
já 1 surto
• 10% achavam que estavam
no TOP em relação ao vigor
de infeção = Perceção
Distorcida x Vigilância

HAI (Infeções relacionadas com o hospital):

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Nota: MDRO= infeções por microrganismos multirresistentes)
Outcome= resultado por onda

• Atividades de risco: hospitalização tem mais risco que todos os desportos de alto risco.

• 70% dos HAI são preveníveis <-> CONTROLO DA INFEÇÃO


→ Programas de controlo de infeção:
Líder/ responsável (tem que ser motivado)
Protocolo escrito
Formação dos profissionais
Vigilância epidemiológica
Auditoria (é para melhorar e ver se está tudo bem -> é da auditoria que nasce a qualidade)

Epidemiologia
Locais de Infeção:
80% HAI: + MV
• Infeção Urinária (mais frequente) Diarreia Infecciosa
* Diferente Bacteriúria subclínica (10-32% dos cães hospitalizados)
• Pneumonia
• Infeção do local cirúrgico
• Infeção da corrente sanguínea

Infeção Urinária:

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Pneumonia:
MV é diferente de MH (ventilação invasiva)

Infeção da Corrente Sanguínea:


Maioria associada a catéteres IV
• Tempo de permanência do cateter -> Principal fator de risco

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Microrganimos
Características dos microrganismos HAI:
• Comensais em animais de companhia e/ou humanos
• Estáveis no ambiente
• MDRO: Incidência crescente, Opções limitadas de tx, Consequências Saúde Pública
→ Potencial Zoonótico

CDC ("Serious Antibiotic resistance threats"):


> Acinetobacter spp.
> Enterobacteriales produtoras ESBL
> Pseudomonas aeruginosa
> Salmonella spp.
> Staphylococcus aureus resistente a meticilina (MRSA)
Em MEDVET:
> Staphylococcus aureus
> Staphylococcus pseudintermedius
> Enterococci
> Salmonella spp.
> Acinetobacter spp.
> Escherichia coli
> Outras Enterobacteriales
> Pseudomonas spp

Staphylococci Escherichia coli e outras Enterobacteriales


S. Pseudointermedius: infeção da corrente sanguínea ITU
S. Aureus: medicina humana Alerta para: ESBL, CRE (Enterobacterias resistentes a
Resistentes à meticilina e outros ATB carboterenos), Panresistência (resistentes a todos os ATP)
Fatores de risco MRSA cães: Fatores associados E. Coli MDR em cães:
• Internamento prévio • Duração do internamento (>3dias)
• Uso prévio de ATB (FQ, cefalosporinas) • Uso ATB pouco antes ou durante o
• Tutores profissionais de saúde internamento (cefalosp, metronidazol)
• Hospitalização prolongada (> 3 dias) Atenção aos catéteres Urinários
Fatores de risco infeções MRSP
• Hospitalização prévia
• Uso prévio de ATB B-lactâmicos
Enterococci Salmonella spp.
• Comensais do trato digestivo Infeções Subclínicas -> Contaminação Ambiental ->
• Peutonites Transmissão Nosocomial
• Só afetam se houver outra infeção Fatores ↑ risco disseminação Salmonella:
• Foco: Infeções Urinárias • Consumo de carne crua
• VRE: enterobacterias resistentes a vancomicina • Exposição a animais produção

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• VRE: enterobacterias resistentes a vancomicina • Exposição a animais produção
(gram +) • Uso de probióticos nos últimos 30 dias
• Enterococcus faecalis (resistências Intrínsecas) Alerta: ESBL
• Enterococcus faecium (resistências adquiridas) Disseminação entre animais saudáveis, estabilidade
• Alerta: ambiental: Transmissão ZOONÓTICA
> Resistências aos antimicrobianos
> Capacidade para colonizar por longos
períodos
> Persistência no ambiente
• Tratamento: papel na doença e infeções
polimicrobianas
Acinetobacter spp. Pseudomonas spp.
• Infeção cateteres iv / bacteremia • Infeções pele
• ITU associadas cateteres urinários • ITU
• Infeção local cirúrgico • Otites
• Infeção pele e tecidos moles • Infeções de dispositivos invasivos
• Pneumonia • Resistente
Alerta: MDR Alerta: MDR, Biofilme (muito adaptado)
• Papel na doença: infeções em pacientes muito Surtos: identificar a fonte ambiental de contaminação
debilitados

Desafios:
> Qualquer paciente é potencial fonte de disseminação de micro-organismos
> Qualquer procedimento com o paciente constitui risco
> O risco é variável
Prevenção:
Reduzir HAI
→ Higiene das mãos

→ Limpeza e desinfeção ambientais

→ Maneio dos pacientes


Avaliar risco à admissão
Alocar segundo risco
Incentivar cumprimentos de precauções básicas
Rever diariamente indicação para dispositivos invasivos
Criação de cohort
→ Vigilância epidemiológica
Programa de vigilância adaptado à realidade do local

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Programa de vigilância adaptado à realidade do local
Diagnóstico microbiológico por rotina (conhecer a baseline)
→ Antimicrobial stewardship
Ensinar médicos a prevenir melhor
→ Formação contínua
Urgente: Formar profissionais -> Programas de Controlo de Infeção -> Auditorias -> Bons
programas de controlo de infeção

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Tota
10 de maio de 2019 21:38
One Heath
Perspetiva das resistências aos antimicrobianos
Conceito: expressão recente, conceito antigo
→ Estratégia mundial para expandir a colaboração e a comunicação interdisciplinares em todos os aspetos da
saúde humana, animal e ambiental

Fundamentação: consistência coletiva da ligação entre doenças animais e saúde pública


Doenças Partilhadas Alimentação Doenças que afetam
animais
• 60% doenças infeciosas humanas • Uso de proteínas nobres é essencial na • Quebras de produção
conhecidas nutrição humana de alimento humano
• 75% doenças humanas emergentes • A sua falta constitui um problema de saúde
• 80% microrganismos que podem ser pública
usados em bioterrorismo
Fluxo de pessoas e bens Alterações Climáticas
• Potencial de disseminação global de • Novas oportunidades de propagação (pe:
microrganismos alargamento dos habitats de vetores)

Muitas vezes, o controlo da doença nos animais obtém, por si só, o controlo da doença no ser humano.

Iniciativa: resposta coordenada e harmonizada a nível global, nacional e local.


→ Alocação de fundos aproximadamente igual em saúde humana e animal
○ 45% para a saúde animal
○ 41% para a saúde humana
○ 14% para planeamento e comunicação
→ Alocação no sector da saúde animal: 50 a 70% prevenção e 30 a 50% controlo
→ Alocação no sector da saúde humana: 70% controlo e 30% prevenção

Requisitos: soluções de sucesso exigem cooperação e transparência


→ Transparência de todos os países do mundo quanto à sua situação sanitária
→ Desenvolvimento de mecanismos para deteção e controlo precoce de ocorrências

Resistência aos antimicrobianos

Tratadores suínos e aves domésticas:


→ > 80% portadores nasais MRSA
→ 6 - 33% portadores E. coli ESBL

Plano de ação global:


1. Melhorar a sensibilização e a compreensão para as resistências aos antimicrobianos
○ Programas de sensibilização: saúde pública, animal, humana, produtos agrícola e consumidores
Educação: proffisionais de saúde humana, veterinária e produção agrícola

Microbiologia Médica II Teórica - Deborah Página 14


○ Educação: proffisionais de saúde humana, veterinária e produção agrícola
2. Reforçar a vigilância e a investigação: gerar conhecimento e aplicá-lo
○ Sistema d vigilância epidemiológica:
Orientar o tratamento
Implementar medidas locais, regionais e nacionais
Monitorizar a eficácia das intervenções
○ Compreensão dos sistemas de disseminação das resistências
○ Deteção precoce de mecanismos de resistência emergentes
○ Programas de antimicrobial stewardship na saúde humana, animal e agricultura
○ Investigação clínica em prevenção e tratamento de infecções
○ Investigação básica (novos fármacos, vacinas, meios de diagnóstico)
○ Estratégias alternativas ao uso de antimicrobianos como promotores de crescimento
○ Avaliação do impacto económico das resistências e da sustentabilidade dos planos de acção
3. Reduzir a incidência de infeção
○ Melhoria das condições de vida
○ Adesão a medidas de higiene
○ Alimentação segura e água potável
○ Redução das infeções de transmissão sexual
○ VACINAÇÃO: prevenção de doenças que seriam tratadas com ATB, infeções víricas e existência de novas
vacinas contra doenças associadas a bactérias multirresistentes
○ Produção animal: uso de antimicrobianos para prevenir infeções, disseminação de doenças dentro do
rebanho e estimulantes do crescimento (alimento e água) -> Práticas de maneio sustentável

4. Otimizar o uso dos antimicrobianos


Reconhecer que existe um problema e investir em políticas de uso racional de antimicrobianos

○ Onde temos acesso a antibióticos?


Saúde Humana: farmácias
Saúde Animal: farmácias, agentes autorizados de comercialização, grossistas, retalhistas,
revendedores, empresas de ração animal, cooperativas agrícolas, prescrição médico-veterinária,
venda médico-veterinária, Web,…

5. Assegurar investimento sustentável na luta contra as resistências aos antimicrobianos


○ Intervenções baseadas em evidência em saúde animal e humana: Antimicrobianos, ferramentas de
diagnóstico e vacinas -> Eficácia + Longevidade
○ Treino de atuação em ambientes de baixos recursos

Microbiologia Médica II Teórica - Deborah Página 15


Bioterrorismo e Biossegurança
19 de abrilpage
de 2019 10:11

Bioterrorismo
Ameaça ou utilização deliberada de microrganismos ou de tóxicos destinados a causar morte ou doença em
pessoas, animais ou plantas, pânico e instabilidade social, com o fim de atingir objetivos políticos, ideológicos e/ou
económicos.

Características de um bom agente biológico:


• Ser barato e de fácil produção
• Pode ser aerossolizado em partículas pequenas
• Ser estável no meio ambiente
• Causar doenças letais ou muito incapacitantes
• Transmissível de pessoa para pessoa
• Ter baixa dose infeciosa
• Não deve existir tratamento nem profilaxia ou estes não devem estar disponíveis.

Algumas biotoxinas que podem ser usadas:


• Toxina do Clostridium botulinum
Toxina Botulínica Botulismo
• 3 Tipos: Alimentar, Infantil e Contaminação de • Agente etiológico: Clostridium botulinum
feridas • Bacilo, anaeróbio, Gram-positivo
• Mantém-se ativo pouco tempo após libertação • Produz esporos altamente resistentes ao calor e à dessecação
• Difícil de produzir e converter em armas • Os serotipos A, B, E e F produzem infeções em humanos,
• Sintomas: fraqueza, tonturas, boca seca, visão enquanto que C e D afetam quase exclusivamente animais
enevoada, náuseas, vómito, dificuldade em • Período de incubação:
falar e engolir, pálpebras caídas, paralisia - botulismo de origem alimentar: 12-36 horas após a
progressiva e eventual asfixia ingestão
• Patogenia: - botulismo pulmonar: 24-72 horas
Toxinas -> trato intestinal ou feridas ->
circulação -> junções neuromusculares
(ligam-se a recetores de Ach, nas
terminações nervosas) -> paralisia ->
Morte (asfixia)
• Transmissão: Gotículas respiratórias, alimentos
ou contaminação de feridas

Microbiologia Médica II Teórica - Deborah Página 16


ou contaminação de feridas
• Diagnóstico: Cultivo de sangue, fezes ou
secreção gástrica, ELISA-Ag;
• Tratamento: Antitoxinas equinas trivalentes;

• Bacillus anthracis – produz toxina tripartida


Bacillus Características que distinguem B. antharacis de outras espécies
de bacillus:
• 60 espécies; Gram-positivo ou bacilos variáveis
• Compridos
• Maioria são contaminantes saprófitas ou
comensais
• Bacillus anthracis -> MAIS IMPORTANTE
• Produzem endósporos
• Aeróbios ou anaeróbios
• Catálase positiva (maioria)
- Rápida/ distingue de Clostridium
- Bacillus spp. são ubiquitários
- Termofílicos (< 75°C) e psicrofílicos (>5-8°C)
- Resiste acidez e alcalinidade (pH 2 a 10)
• Agar sangue
- Colónias grandes, difusas cinzentas
esbranquiçadas, com margens irregulares
- Muitos beta-hemolíticos
- Esporos -> vários dias de incubação, mas
não em amostras frescas

Bacillus anthracis
• Gram+ • Epidemiologia:
• Anaeróbio facultativo - Atinge todas as espécies de mamíferos, sendo os herbívoros
• Grande e o homem mais suscetíveis, enquanto que os pássaros,
• Tiamina -> crescimento carnívoros e répteis são mais resistentes
• Cápsula Glutamilpolipéptido - Via de infecção mais comum: via oral/digestiva, solo ou
- Glicocálice: Viscosa, gelatinosa polímero água contaminada por esporos ou formas vegetativas
externo à P.C. - Os suínos, caninos, felinos e animais selvagens adquirem a
- Plasmídeo pX02 infecção pelo consumo de carne contaminada
- Composta de ácido D-glutâmico - A putrefação da carcaça destrói a bactéria e, desde que
- Apenas B. anthracis encapsuladas são ela não tenha sido aberta e não tenha havido corrimento,
virulentas não ocorrerá a contaminação do solo
- Mais importante papel durante o - Surtos originários de um solo contaminado sempre ocorrem
estabelecimento da doença: Protege contra após uma grande alteração climática, como por exemplo,
a fagocitose e lise no estado vegetativo chuva forte após uma seca prolongada, e sempre em
• Sem mobilidade tempo de calor, quando a temperatura ambiente está
• Não hemolítico acima dos 15ºC
• Endósporo oval, central, não deformante • Patogenia:
- Requer O2 para esporulação Esporos germinam -> Bacilo -> +Cápsula -> Ác. Glutâmico
- Um esporo por célula; Muito resistente ao ○ Escapa à fagocitose
calor, frio, desinfetantes, dessecação, • No homem: 3 FORMAS
radiações, produtos químicos e enzimas - Cutânea anthrax
• Toxinas: ○ Mais comum
- Plasmídeo pX01 ○ Pele
- Antigénio protetor (PA), Fator edema (EF), ○ Esporos penetram na pele -> microlesões
Fator letal (LF)(Constituem > 50% das
proteínas do organismo)
- Individual/ não tóxicas
PA+LF -> Atividade letal
EF+PA -> Edema
EF+LF -> Inativa
PA+LF+EF -> Edema e necrose
• Genoma
- 1 cromossoma
- 2 plasmídeos (PX01 e PX02) - Inalação anthrax: Esporos são inalados
• Resistência: Forma bacilar (vegetativa) - 60°C/30’ - Gastrintestinal (GI) anthrax:
- carcaças não abertas- 1-2 semanas ○ Ingestão de esporos
Forma esporulada: ○ Oral-faríngea e abdominal
- Calor húmido - 121°C/15’(autoclave)
- Calor seco - 150°C/60’
Resistentes aos fenóis, álcoois e compostos
quaternário de amónia

Microbiologia Médica II Teórica - Deborah Página 17


quaternário de amónia
• Sensibilidade:
- A desinfectantes clorados, aldeídos,
oxidantes, beta-propiolactona e óxido
etileno

• Salmonella sp. (S.typhi)


• Enterotoxina B de Staphylococcus spp.
• Toxina epsilon do Clostridium perfringens
• Toxina do rícino - Extraído de sementes de Ricinus communis

PESTE - Considerações gerais


•Agente etiológico: Yersinia pestis
•É um Cocobacilo Gram-negativo;
•Pertence à família Enterobacteriaceae
•Bactéria não esporulada, anaeróbia facultativa, oxidase negativa e catalase positiva
•Hospedeiros naturais: roedores, mas também pode infetar seres humanos através de picada pela pulga Xenopsylla
cheopis
• Período de incubação: 2 a 8 dias
• SINTOMAS: Febre elevada, tosse, hemoptise, vómito e cefaleia. Falha respiratória
• TRANSMISSÃO: Vetores (pulgas, roedores, gotículas respiratórias)
• DIAGNÓSTICO: Esfregaço de sangue ou expetoração com coloração de Wright ou Giemsa. ELISA em urina, serologia
IgM, IgG, IF
• TRATAMENTO: Estreptomicina ou Gentamicina
VARÍOLA - Considerações Gerais
• Agente etiológico: Varíola major
• É altamente infetante em aerossol
• Elevada eficácia de disseminação e produz uma taxa de mortalidade de 30%
• Período de incubação: 7-17 dias
• SINTOMAS: Febre, mialgias, cefaleia, lesões características
• TRANSMISSÃO: Gotículas respiratórias, contacto direto com secreções
• DIAGNÓSTICO: Secreções de lesões para ME, ELISA, PCR
• TRATAMENTO: Cidofovir ou Ribavirina
TULARÉMIA - considerações gerais
• Agente etiológico: Francisella tularensis;
• Cocobacilo Gram-negativo, que requer condições aeróbias
• Francisella tularensis tularensis: altamente virulenta em humanos
• Francisella tularensis paleartica: relativamente avirulenta em humanos
• Período de incubação: 1-25 dias
• SINTOMAS: Febre, adenomegalias, lesões ulceradas na pele
• TRANSMISSÃO: Inoculação de secreções contaminadas, contacto com animais contaminados, picadas de
artrópodes
• DIAGNÓSTICO: Cultivo de sangue ou expetoração, PCR, electroforese de campos pulsados
• TRATAMENTO: Estreptomicina ou Gentamicina
FEBRES HEMORRÁGICAS - considerações gerais

• SINTOMAS: Febre, hipotensão, permeabilidade vascular aumentada


• TRANSMISSÃO: Difere para cada agente viral. Contacto com vetores artrópodes, contacto com secreções
contaminadas
• DIAGNÓSTICO: Culturas, sangue, ELISA-Ag, RT-PCR, ELISA

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• DIAGNÓSTICO: Culturas, sangue, ELISA-Ag, RT-PCR, ELISA
• TRATAMENTO: Ribavirina
• Meios de disseminação: via oral, dérmica, pericutânea, inalatória.

Características epidemiológicas:

Salmonella spp.
• Doença causada por Salmonella sp. • Patogenia:
- Coco Gram – Ingestão -> INTESTINO -> liga-se ás
- não forma esporos paredes -> 1 ou 2
• Dose infetante: 15-20 cél., dependendo da idade e saúde do 1- Atravessa barreira intestinal ->
hospedeiro e da estirpe do agente SEPTICEMIA
• Estirpes de S. entérica -> 3 serovars 2- Penetra no enterócito
S. typhimurium: fatal em pessoas imunosuprimidas (multiplica-se e destrói célula) ->
S. enteritidis: principal causa de infecção alimentar ENTERITE -> DIARREIA
S. typhi: febre tifóide

Bioterrorismo vs Surto Natural


Os agentes infeciosos utilizados em atos terroristas, também são responsáveis por surtos naturais de doença.
Investigação Epidemiológica:
○ Aumento brusco do número de casos num curto espaço de tempo (mesmo estádio de evolução)
○ Doença mais severa do que o esperado para um dado agente
○ Epidemias múltiplas e simultâneas de diferentes doenças
○ Isolamento de variantes de microrganismos diferentes dos comuns para dada zona geográfica
Impacto de ataque bioterrorista
○ Agente específico ou toxina utilizada
○ Método e eficácia de dispersão
○ População exposta
○ Nível de imunidade da população
○ Eficácia pós-exposição e/ou regime terapêutico
○ Capacidade de transmissão secundária
Planos de prevenção
○ Organizações: APIC, TDH, FDA, CDC
Planos de Contingência Português
Medidas do plano: “Deteção rápida de potenciais agentes biológicos e/ou casos de doença resultantes
da sua libertação de liberada, bem como a instituição de medidas de tratamento e profilaxia
adequados”
Em caso de ataque:
○ Medidas a serem asseguradas pelas autoridades:
fornecer informação aos responsáveis da saúde e ao público
medidas profilácticas: vacinas e antibióticos
vigilância do ataque e possíveis contágios
manutenção da qualidade: ar, água e comida
○ Bom sistema de telecomunicações
Papel do médico Veterinário:
○ estar alerta
○ comunicar ocorrências suspeitas
○ informar/educar agentes económicos
○ obrigação de zelar e cumprir as regras de boa prática sanitária:
1. deslocações às explorações
2. Necrópsias

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2. Necrópsias
3. inspeção sanitária em matadouros
4. recolha e envio de material suspeito

Biossegurança
• Conjunto de condutas que visam reduzir ao mínimo os riscos e consequentemente os acidentes
• Contenção:
○ Inclui os métodos de segurança usados na manipulação de materiais infeciosos no laboratório.
Esta pode-se dividir em: CONTENÇÃO PRIMÁRIA E SECUNDÁRIA
• Tipos de riscos (Probabilidade de ocorrência de um perigo e das suas consequências)

○ Químicos: Inalação de gases nocivos (desinfectantes)


○ Físicos: Vibrações e ruído, Radiação eletromagnética
○ Ergonómicos: Má postura, Levantamento de um peso excessivo
○ Psicossociais: Situações stressantes no trabalho
○ Acidentais: Mau planeamento, Pipetar com a boca
○ Biológicos: Bactérias, fungos, vírus
Agentes biológicos - características:
□ Patogenicidade/virulência
□ Modo de transmissão
□ Estabilidade
□ Medidas de prevenção
□ Tratamento
• Classes de Risco:
1. nenhum ou baixo risco individual ou coletivo.
Ex: Lactobacillus sp.
Ensino Básico, pesquisa
2. risco individual moderado e risco coletivo baixo.
Ex: Candida albicans
Serviços básicos de saúde, de diagnóstico ou pesquisa
3. alto risco individual e baixo risco coletivo.
Ex: Micobacterium bovis
Serviços especiais de diagnóstico ou pesquisa
4. alto risco individual e coletivo.
Ex: vírus Ébola
Instalações isoladas, Acesso restrito, Banho obrigatório
Serviço de manipulação de agentes patogénicos perigosos
5. Classe especial: alto risco individual, coletivo e ambiental.
Ex: vírus da peste aviária
• Avaliação de Riscos:
○ Classe de risco do agente;
○ Presença do hospedeiro apropriado;
○ Origem, concentração e volume;
○ Tipo de procedimento;
○ Outros fatores
• Consequências: Contaminação -> Disseminação -> Morte
• Normas de Biossegurança:
○ Proteção individual: uso de luvas, máscara e proteção ocular, bata, cabelos presos, sapatos fechados e
lavagem de mãos.
○ Usar pipetadoras. Nunca pipetar com a boca
○ Não se alimentar ou armazenar alimentos/água no laboratório
○ Não cheirar nem provar qualquer produto químico
○ Não levar a mão à boca ou aos olhos quando se estiver a manusear produtos químicos
○ Evitar brincadeiras de qualquer tipo dentro do laboratório.
○ Não manipular substâncias inflamáveis próximo de chamas ou fontes de calor.
○ Realizar o descarte de material sólido e líquido nos lugares apropriados.
○ Familiarizar-se com a localização da caixa dos primeiros-socorros.
• Mapas de Risco:

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