Você está na página 1de 6

A CONTA

Noção, partes constitutiva e representação gráfica

O património de uma empresa como já se viu é constituído por um grande e complexo


número de elementos de natureza diferente. Contudo, esses elementos podem ser
mensuráveis, ou seja traduzidos numa unidade de valor comum isto é transformam-se as
matérias ou os objectos em valores, possibilitando a sua comensurabilidade, que é o
mesmo que a comparação entre si. Um livro e um televisor apresenta-se com
características diferentes mas graças a sua quantificação (tradução na mesma unidade)
podem ser facilmente ser comparáveis.

É graças a essa quantificação que o trabalho contabilístico se pode levar a cabo nas
unidades económicas. Sem aquela, ele seria não só de difícil exercício, como também
perderia o seu significado, na medida em que se referiria a um conjunto de elementos
entre os quais não seria possível estabelecer qualquer relação.

Dai que, consoante a sua natureza ou função que desempenham na empresa, os valores
patrimoniais possam ser agrupados em classes com características comuns. Chegamos
assim a noção de CONTA que podemos definir como um conjunto de elementos
patrimoniais expresso em unidade de valor.

CONTA é um conjunto de elementos patrimoniais com determinadas


características comuns e específicas.

A conta representa uma classe de valores ou elementos patrimoniais, mas a sua


disposição e tal que permite registar todas as variações sofridas por esses elementos.

Partes constitutivas

Numa conta há a considerar:

- O título (denominação própria)

- Valor (extensão)

O TÍTULO consiste na palavra ou expressão por que se designa a conta ou classe de


valores. Deve ser tal que revele imediatamente a natureza dos elementos que a compõe
isto é nos dê a conhecer o seu conteúdo.

Tem como finalidade, identificar a conta e distingui-la de todas as outras pelo que será
fixo e imutável. Deve ser claro no que diz respeito a característica comum dos
elementos a que diz respeito.

O VALOR. Representa a qualidade, expressa em unidades monetárias contidos na


conta no momento em que se analisa.
Se o título é fixo e imutável, a extensão já não o é pelo contrário constitui o elemento
variável da conta, na medida em que os elementos patrimoniais que englobam estão
sujeitos a variações provocadas pelas operações realizadas.

A conta constitui a base de toda a escrituração pois é a partir dela que se desenvolve
todo o trabalho contabilístico. Sendo assim, a conta deve obedecer a requisitos próprios,
a seguir indicados:

Homogeneidade, segundo o qual uma conta só deve conter elementos que obedeçam a
características comuns que ela define.

Integridade, segundo a qual a conta deve incluir todos os elementos que gozar da
característica comum por ela definida. Deste modo a conta Mercadorias devera incluir
todos os tipos de mercadorias transaccionadas pela empresa, assim como as suas
variações.

Em suma, a conta deve ser Homogéneas e Integral dado que só poderá admitir
movimentos ligados com a respectiva classe de valores, não excluindo qualquer deles

Representação gráfica da Conta

Para registar e seguir as variações operadas nas diversas contas ou classes de valores
usam-se quadros ou mapas apropriados – também chamados contas – que apresentam
mais ou menos normalizadas e com um maior ou menor numero de colunas.

Cada conta corresponde um gráfico ou quadro X, que constitui o dispositivo prático


para acompanhar as suas variações quantitativas.

Inscrevendo-se neste quadro a Extensão (valor) Inicial da conta e as variações seguintes,


consegue-se saber a qualquer momento o valor dos elementos patrimoniais que agrupa.

No aspecto gráfico a conta apresenta se normalmente na forma de um T. sobre o traço


horizontal indica se o Titulo da conta podendo ainda distinguir-se um lado esquerdo e
um lado direito.
Esquematicamente:

TÍTULO DA CONTA
             
LADO ESQUERDO   LADO DIREITO
 
 
 

O lado direito é designado de “ credito” ou “haver” e o lado esquerdo de “debito”


ou “deve”.

Os valores registados no débito denominam-se Débitos e os registados no crédito


denominam-se Créditos.

Debitar uma conta significa inscrever uma certa quantia no lado do Debito;

Creditar uma conta e efectuar o registo de um valor no lado do Credito.

A diferença entre o débito e o crédito duma conta no momento considerado, chama-se


SALDO dessa conta

Balancear uma conta, consiste em comparar o seu débito com o seu crédito e três
hipóteses podem ocorrer.

a) D>C O Saldo diz-se Devedor (Sd)


b) D=C O Saldo diz-se Nula (So)
c) D<C O Saldo diz-se Credor (Sc)

Saldar uma conta; consiste em lançar o saldo por forma a que o total do debito seja
igual ao total do credito da conta.

Uma vez determinado o saldo, este adiciona-se ao lado cuja soma for de menor valor
obtendo-se assim uma igualdade entre os dois lados da conta.

Atendendo as três hipóteses consideradas anteriormente teremos:

D>C Sd donde D = C+Sd

D=C So donde D = C

D<C Sc donde D+Sc = C

Uma conta sem saldo diz-se saldada


O saldo da conta corresponde a sua extensão ou valor, num determinado momento.

Fechar uma conta; corresponde a somar as colunas dos valores do débito e do Credito
depois de as saldar previamente, sublinhando com dois traços a cada soma, o que
designa-se por trancar a conta. Nestas condições as contas dizem-se trancadas.

Reabrir uma Conta; é inscrever o saldo na coluna dos débitos se na conta fechada o
mesmo era Devedor; ou inscrever o saldo na coluna dos créditos se na conta fechada o
mesmo era credor.
CONTABILIZAÇAO POR PARTIDAS DOBRADAS

A maioria das empresas que empregam grandes movimentos contabilísticos usa o


sistema de registo chamado de Contabilização por partidas dobradas. Esse sistema
regista tanto as transacções a vista como a prazo que ocorrem em épocas diferentes.

O nome partidas dobradas deriva do facto de que cada transacção é lançada duas vezes,
tendo em vista dois aspectos. Esses aspectos são referidos pelos contabilistas com
“débitos” e “créditos”.

As contas são abertas em uma folha - razão para cada item de despesa, Activo, Receitas
e Passivo.

Pense em uma conta cujo formato nos lembra a letra T, com o nome da conta em cima
da linha horizontal e quaisquer entradas dos dados a esquerda ou a direita da linha
vertical. Cada transacção financeira tem entrada em duas contas separadas.

Num sistema de partidas dobradas, uma entrada estará no lado do débito (esquerdo)
numa conta, enquanto a outra entrada sempre estará no lado do crédito (direito) da
segunda conta envolvida.

Geralmente aos débitos nas classificações apõe-se o sinal + e aos créditos por sinal –

Nas contas como é evidente teremos de registar o seu valor inicial e os posteriores
aumentos e diminuições. Acontece que só existem duas secções a do debito e do credito
pelo que teremos de contabilizar numa mesma secção o valor inicial e os aumentos e na
outra secção as diminuições, secções essas que variam com a natureza das conta

REGRA DE MOVIMENTAÇÃO DAS CONTAS

As contas do Activo são debitadas pelas extensões iniciais

As contas do passivo são creditadas pelas extensões iniciais

REGRA DE MOVIMENTAÇÃO DAS CONTAS DO ACTIVO

As contas do Activo são debitadas pela extensão inicial e pelos aumentos de extensão e
creditadas pelas diminuições de Extensão.

REGRA DE MOVIMENTAÇÃO DAS CONTAS DO PASSIVO


As contas do passivo são debitadas pelas diminuições de extensão e creditadas pela
extensão inicial e pelos aumentos de extensão

REGRA DE MOVIMENTÃÇÃO DAS CONTAS DE CUSTOS

As contas de custos são debitadas sempre que se suporta um custo

REGRA DE MOVIMENTAÇÃO DAS CONTAS DE PROVEITOS

As contas de Proveitos são creditadas sempre que se obtém um proveito

Você também pode gostar