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É impossível você investir seu dinheiro em uma empresa cuja condição financeira
você não entende.
A saúde financeira de uma empresa deve ser analisada através de três principais
demonstrativos financeiros:
Balanço Patrimonial
Suponha que você tenha R$ 10 para comprar a casa, seu pai vai aportar mais R$ 10
para você fazer a aquisição e o restante (R$ 80) e você financia com um banco.
Patrimônio Líquido
O patrimônio líquido também pode ser visto como quanto dos ativos da empresa
são financiados por recursos próprios (capital dos sócios).
• Dívida
• Passivo fiscal diferido (imposto que vai ser pago no futuro)
• Provisões de longo prazo (benefícios a colaboradores, estimativa de perdas
com crédito duvidoso etc.)
Por outro lado, empréstimos de longo prazo costumam ser mais saudáveis do que
empréstimos de curto prazo.
Passivo Circulante
Passivo Circulante são passivos cujo pagamento tem prazo menor que um ano.
• Contas a pagar (ex: valores que uma empresa deve a seus fornecedores)
• Adiantamentos de clientes
• Vendas a performar
• Provisões de curto prazo (benefícios para colaboradores, dividendos
provisionados etc.)
• Empréstimos de curto prazo.
Ativos não circulantes são ativos de baixa liquidez ou com expectativa de virar
caixa com prazo acima de um ano. Estes itens incluem:
Esses são ativos os quais espera-se que sejam convertidos em caixa dentro de um
ano.
• Estoques
• Contas a receber de clientes
• Caixa e equivalentes de caixa (dinheiro mais investimentos de curto prazo de
alta liquidez e baixo risco)
• Adiantamentos de curto prazo (para fornecedores, por exemplo).
É crucial ter esse entendimento, principalmente quando você for buscar estimar a
capacidade de geração de caixa de um negócio.
• Quanto mais prazo uma empresa consegue para pagar um fornecedor, menor
a pressão de caixa no seu negócio
• Quanto mais demorado é seu processo produtivo, maior a pressão de caixa
do negócio
• Quanto mais demorado é o recebimento do pagamento do seu cliente, maior
a pressão de caixa do negócio
E é exatamente esse prazo que precisa ser financiado de alguma forma (via capital
próprio ou capital de terceiros).
Nesse exemplo, fica claro com é possível realizar a mesma análise utilizando
apenas os dados nominais do balanço (ao invés de dias).
Para termos uma visão completa, precisamos ver “um filme” das receitas e
despesas dessa empresa.
Um ponto importante nessa análise é sempre comparar cada item do DRE com a
receita líquida, de forma que você tenha um percentual que indique qual a
proporção da conta.
Você obtém esse percentual simplesmente dividindo o valor da conta pela receita
líquida.
Faz mais sentido fazer comparações para fazer análises sob uma ótica relativa do
que sob uma ótica absoluta.
Depreciação e Amortização
Lucro Bruto
Inclui despesas que não estão diretamente ligadas ao processo de venda do produto
ou serviço da empresa.
Itens não-caixa como variação cambial transitam por essa conta também.
Representa o quanto das vendas sobrou para a empresa antes de ela pagar o
imposto de renda ao governo.
Imposto de Renda
O lucro líquido é o resultado do que sobra da receita líquida para os acionistas após
todos custos e despesas.
Quer entender de uma vez por todas por que geração de lucro ou EBITDA não
equivale a geração de caixa?
A empresa teve um custo que representa 80% das vendas (70% custos caixa e mais
10% de custos não caixa), logo o EBITDA é de R$ 300 mil.
No ano de 2021, não entrou um centavo de caixa para a empresa, mas a empresa
gerou um EBITDA de R$ 300 mil.
Por que houve uma pressão na NCG (via conta clientes): um dreno de R$ 1 MM,
exatamente o valor do recebível para o ano de 2022.
O demonstrativo de fluxo de caixa vai mostrar onde a empresa gerou caixa (fontes
de caixa) e onde houve drenos (usos do caixa) durante um determinado período
(assim como no DRE).
Importante destacar que estamos falando da variação das contas de NCG, e não do
valor nominal da conta em si... diferença importante.
Quando somamos estes três itens com o Fluxo de Caixa Operacional, chegamos no
Fluxo de Caixa Pré Itens Discricionários, ou seja, o que sobrou do caixa gerado no
exercício antes dos próximos itens.
• Capex de expansão
• Mútuos
• Venda/Compra de ativos não-operacionais
• Parcelamentos fiscais
Mas mais crucial do que isso, é entender como essa variação impacta os outros
demonstrativos financeiros.
Como quase tudo em finanças, você não pode analisar as coisas isoladamente.
Para empresas que exigem investimento relevante em giro, o crescimento pode ser
custoso... pressiona a geração de caixa.
Se algum analista mais desavisado olhasse somente esse item, poderia ter a
seguinte conclusão equivocada:
Por esse motivo eu reforço: cada caso é um caso, não existe fórmula pronta, você
tem que analisar todos os fatores em conjunto para tomar qualquer tipo de decisão.