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Estudando: Administração de Finanças

Fluxo de Caixa
A administração da liquidez e da solvência é uma das atividades mais importantes do administrador
financeiro. Paradesempenhar esta função, o profissional de finanças utiliza um dos principais instrumentos de
análise e controle financeiro: o FLUXO DE CAIXA.

“O caixa é importante porque representa poder de compra que pode ser transferido facilmente, em uma economia
de troca, a qualquer indivíduo ou organização para satisfação de suas necessidades específicas por bens e
serviços desejados e disponíveis na economia. Informações sobre fluxo de caixa são relevantes, à medida que
permitem a investidores e credores projetar a capacidade que a empresa terá de distribuir dividendos, pagar juros
e amortizar dívidas. Além desses pontos, a informação sobre o fluxo de caixa destaca-se, também, por auxiliar na
determinação da liquidez e solvência empresarial (HENDRIKSEN E BREDA, 1999, p.177).”

Para Hendriksen e Breda (1999, p.177) “liquidez é a capacidade relativa de conversão de ativos em caixa e
solvência é a capacidade de pagamento das obrigações de uma empresa no momento de seus vencimentos.
O conceito de solvência é mais amplo que o de liquidez”. A capacidade de solvência da empresa é importante,
pois indica a possibilidade de continuidade.

Inicialmente destaca-se que a compreensão do termo caixa deve abranger não somente a conta contábil
caixa, e sim todos os recursos disponíveis da empresa dos quais se possa fazer uso como se dinheiro fosse.
Correspondem ao caixa, desta forma, as disponibilidades imediatas da empresa, ou seja, caixa, propriamente
dito, depósitos bancários à vista, numerários em transito e aplicações de liquidez imediata.

Denomina-se fluxo de caixa o conjunto de entradas e saídas de dinheiro ao longo do tempo, podendo ser
calculado mediante a construção de um mapa de fluxos de tesouraria. É um instrumento de controle que tem
por objetivo auxiliar o empresário a tomar decisões sobre a situação financeira da empresa.

Pelo fato de proporcionar uma medida da capacidade da empresa em liberar meios monetários, o cash-flow
torna-se um excelente indicador da capacidade de autofinanciamento da empresa, isto é, da sua capacidade
para efetuar novos investimentos sem necessidade de recorrer a fontes de financiamento externas.

1. Fluxo de Caixa

1.1. Conceitos e Convenções Básicas



A representação do fluxo de caixa é feita por meio de tabelas e quadros, ou esquematicamente, conforme
abaixo:
• A escala horizontal representa o tempo, divididos em períodos descontínuos. O ponto zero representa a data
inicial, o ponto 1 indica o final do 1º período e assim por diante;

• Os intervalos de tempo de todos os períodos são iguais.

• Saídas de caixa correspondem aos pagamentos, tem sinais negativos e são representadas por setas
apontadas para baixo.

• Entradas de caixa correspondem aos recebimentos, tem sinais positivos e são representados por setas
apontadas para cima. Então para que servem os relatórios de fluxo de caixa?

• Planejar e controlar as entradas e saídas de caixa num período de tempo determinado.

• Auxiliar o empresário a tomar decisões antecipadas sobre a falta ou sobra de dinheiro na empresa.

• Verificar se a empresa está trabalhando com aperto ou folga financeira no período avaliado.

• Verificar se os recursos financeiros são suficientes para tocar o negócio em determinado período ou se há
necessidade de obtenção de capital de giro.

• Planejar melhores políticas de prazos de pagamentos e recebimentos.

• Avaliar a capacidade de pagamentos antes de assumir compromissos.

• Conhecer previamente (planejamento estratégico) os grandes números do negócio e sua real importância no
período considerado.

• Avaliar se o recebimento das vendas é suficiente para cobrir os gastos assumidos e previstos no período
considerado.

• Avaliar o melhor momento para efetuar as reposições de estoque em função dos prazos de pagamento e da
disponibilidade de caixa.

• Avaliar o momento mais favorável para realizar promoções de vendas visando melhorar o caixa do negócio.

Fatores que afetam o Fluxo de Caixa:

O fluxo de caixa de uma empresa é impactado por uma série de fatores, tanto internos como externos. O
Administrador financeiro deve estar preparado através das indicações observadas no fluxo de caixa para
tomar as medidas corretivas em tempo hábil, de forma a minimizar o impacto nas empresas.

Fatores Internos:

• Expansão descontrolada das vendas, implicando em um volume maior de compras e custos operacionais;

• Aumento concedido no prazo de vendas como forma de aumentar o grau de competitividade da empresa e
aumentar a sua participação no mercado;

• Capitalização inadequada com a consequente utilização de capital de terceiros de forma excessiva,


aumentando o seu nível de endividamento;
• Compra em volume incompatível com as projeções de vendas;

• Diferenças acentuadas entre giro de contas a pagar e a receber em decorrência dos prazos médios de
recebimento e pagamento;

• Ciclo de produção extremamente longo e incompatível com o prazo médio concedido pelos fornecedores;

• Giro do estoque muito lento, significando o carregamento de produtos obsoletos ou de difícil venda,
imobilizando recursos da empresa neste item;

• Baixa ocupação do ativo fixo;

• Distribuição de lucros incompatíveis com a capacidade de geração de caixa;

• Custos financeiros elevados em decorrência de um nível de endividamento incompatível com a estrutura de


capital da empresa;

• Política salarial totalmente incompatível com o nível de receitas e demais despesas operacionais.

Fatores Externos:

• Redução das vendas causadas por uma retração do mercado;

• Aumento da concorrência em decorrência da entrada de novos concorrentes no mercado;

• Alteração nas alíquotas de impostos, sejam tributos sobre a venda interna como sobre a importação de
produtos concorrentes;

• Aumento geral do nível de inadimplência causada por fatores como, por exemplo, o aumento da taxa de
juros.

Desequilíbrio Financeiro:

A análise do fluxo de caixa permite determinar com precisão, uma empresa que se apresente em uma
situação de desequilíbrio financeiro.

Sintomas:

• Insuficiência crônica de caixa;

• Captação sistemática de recursos através de empréstimos.

Causas Básicas:

• Excesso de investimento em estoque;

• Prazo médio de recebimento maior do que o prazo médio de pagamentos;

• Excesso de investimento em ativos fixos (imobilização);

• Alto giro de estoque e ciclo de produção elevado.


• Inflação;

• Recessão;

Consequências:

• Maior grau de vulnerabilidade ante as flutuações nas condições do mercado em que a empresa atua;

• Atrasos nos pagamentos, aumentando as perspectivas de concordata e falência.

Medidas de Saneamento:

• Aumento do capital próprio através de aporte de novos recursos dos proprietários atuais ou através de novos
sócios, ou emissão de papeis (SAs);

• Redução ou adequação do nível das atividades aos volumes de recursos disponíveis para o financiamento
das operações;

• Controle rígido de custos e despesas operacionais;

• Desmobilização de ativos ociosos;

• Redução do ritmo das atividades operacionais;

• Adequação do nível de operações ao nível de recursos disponíveis.

MODELO FLUXO DE CAIXA – PREVISTO E REALIZADO

No relatório a seguir foi adotado como modelo o período semanal, apenas como demonstração, sendo usual e
recomendado o período diário.

Saldo Inicial: é o valor constante no caixa no início do período considerado para a elaboração do Fluxo. É
composto pelo dinheiro na “gaveta” mais os saldos bancários disponíveis para saque.

Entradas de Caixa: correspondem às vendas realizadas à vista, bem como a outros recebimentos, tais como
duplicatas, cheques pré-datados, faturas de cartão de crédito etc., disponíveis como “dinheiro” na respectiva
data.

Saídas de Caixa: correspondem a pagamentos de fornecedores, pró labore (retiradas dos sócios), aluguéis,
impostos, folha de pagamento, água, luz, telefone e outros, entre eles alguns descritos em nosso modelo.

Saldo Operacional:representam o valor obtido de entradas menos as saídas de caixa na respectiva data.
Possibilita avaliar como se comportam seus recebimentos e gastos periodicamente, sem a influência dos
saldos de caixa anteriores.

Saldo Final de Caixa: representa o valor obtido da soma do Saldo Inicial com o Saldo Operacional. Permite
constatar a real sobra ou falta de dinheiro em seu negócio no período considerado e passa a ser o Saldo Inicial
do próximo período.

Um dos fatores mais importantes para o sucesso na gestão de uma empresa é o adequado PLANEJAMENTO.
Portanto, a gestão financeira deve ser cuidadosamente planejada, executada, acompanhada e avaliada.

Isso só é possível se estabelecermos metas (objetivos, previsões) que nos orientem a fim de evitar “surpresas
inesperadas”.

Se passarmos a projetar recebimentos e pagamentos com base em nossos conhecimentos anteriores e


expectativas futuras quanto ao que esperamos do mercado, poderemos nos preparar para enfrentar
dificuldades antes que elas ocorram.

Assim, trabalhar com valores previstos e compará-los com o realizado (acontecido na data), além de mostrar
futuras faltas ou sobras de caixa, permite tomar decisões antecipadas sobre aumento de compras,
liquidações, racionalizações de custos, hora certa para fazer investimentos e até mesmo sobre a possibilidade
de retirar mais pró-labore sem “sangrar” a empresa.

MODELO DE RELATÓRIO PARA FLUXO DE CAIXA

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