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Olá cursista!

Nesta próxima etapa estudaremos um pouco de


noções de gestão financeira, o controle de caixa e
seus respectivos modelos, este por sua vez é uma
tarefa de grande importância para o crescimento,
saúde e principalmente a sobrevivência financeira
da empresa. Veremos também o que é fluxo de
caixa e o seu objetivo para continuar a fortalecer o
controle financeiro, assim você estudante poderá
identificar a diferença entre controle de caixa e fluxo
de caixa para melhor desenvolvimento de suas
tarefas.

Conheceremos o conceito é a importância do capital


de giro - dinheiro que a empresa precisa cuidar para
que seus compromissos sejam honrados sem
atrasos.

Bons estudos!

ASSISTENTE DE FATURAMENTO
MÓDULO 3
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CONTROLE DE CAIXA

Fonte: Freepik

Vamos falar um pouco de noções de gestão financeira, que em


diversas empresas é de responsabilidade do assistente de
faturamento. Ter um controle do caixa é uma tarefa essencial para
preservar a saúde financeira da empresa. É justamente fazendo esse
controle de caixa que o empreendedor terá noção, diariamente, de
quanto dinheiro a empresa realmente dispõe para investir e para
saldar os custos com funcionários, fornecedores e parceiros (MENDES,
2015).

Essa gestão ajuda o dono do negócio a monitorar as entradas e as saídas


de dinheiro da empresa e a controlar os períodos em que esse fluxo
acontece no caixa. Isso evita acontecer aquele caso clássico de o
empresário só perceber que a empresa está sem dinheiro no caixa
na hora de fazer algum pagamento no fim do mês.

Uma boa gestão financeira garante a saúde da empresa e, por que


não dizer também, a sua tranquilidade. Mantendo a liquidez, os
compromissos assumidos com terceiros honrados em dia, além de
ampliar seus lucros sobre investimentos.
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A manutenção de uma liquidez confortável e seus resultados
satisfatórios são frutos de uma série de decisões e atitudes tomadas
diariamente. A saúde vai bem graças às várias operações na
empresa. Observe como algumas atitudes e decisões podem afetar, de
maneira positiva ou negativa, a liquidez e os resultados operacionais
da empresa.

Impactos positivos:

• Redução de estoque de materiais ou mercadorias;


• Redução dos prazos de recebimentos à vista;
• Aumento de prazos para pagamentos aos fornecedores;
• Aumentos dos lucros.

Impactos negativos:

• Aumento de estoques, devido às compras excessivas;


• Aumento da inadimplência (clientes em atraso no pagamento);
• Retirada de recursos para outras atividades;
• Excesso de retirada pelos sócios;
• Redução dos lucros mensais.

Analisando os tópicos citados, verificamos que, para cuidar da


gestão financeira da empresa, é preciso lidar com números e
informações. Caso a empresa possua números confiáveis, ela
consegue dados precisos para tomar decisões assertivas. Tais
dados são obtidos mediante controle financeiro.

Em suma, de acordo com Mendes (2015), se a empresa não possuir um


controle de caixa rigoroso, não será possível saber quais são as
contas a pagar ou receber, a data das movimentações, projeções de
curto e longo prazo, por isso a importância do fluxo de caixa e de
controles financeiros básicos.
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CONTROLES FINANCEIROS BÁSICOS

Fonte: Freepik

2.1 Controle Diário de Caixa

O controle diário de caixa, como o próprio nome sugere, registra todas as


entradas e saídas de dinheiro diárias, além de apurar o saldo existente
no caixa. A principal finalidade do controle de caixa é verificar se não
existem erros de registros ou desvios de recursos. O caixa é
conferido diariamente, e as diferenças porventura existentes
precisam ser apuradas no mesmo dia. Quando a diferença ocorrer
por erros de registros, corrigem-se os erros, e a diferença está
zerada.

Fonte: Arquivo QualificarES


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O também fornece informações para os seguintes propósitos:

• Controlar os valores depositados em bancos;


• Realizar pagamentos em dinheiro, controlar e analisar as
despesas;
• Fornecer dados para elaboração do fluxo de caixa.

2.2 Controle Bancário:

Segundo Lins (2015), o controle bancário é o registro diário de toda a


movimentação bancária e do controle de saldos existentes, ou seja,
os depósitos e créditos na conta da empresa, bem como todos os
pagamentos feitos por meios bancários e demais valores debitados
em conta (tarifas bancárias, juros sobre saldo devedor, contas de
energia, água e telefone, entre as principais).

Para Lins (2015), o controle bancário tem duas finalidades: a primeira consiste
em confrontar os registros da empresa e os lançamentos gerados
pelo banco, além de apurar as diferenças nos registros se isso
ocorrer; a segunda é gerar informações sobre os saldos bancários
existentes, inclusive se são suficientes para pagar os compromissos
do dia.

A tabela a seguir demonstra uma planilha de preenchimento simples


para o controle bancário:

Fonte: Arquivo QualificarES


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2.3 Controle Diário de Vendas

A principal finalidade do controle diário de vendas é acompanhar as


vendas diárias e o total das vendas acumuladas durante o mês,
possibilitando ao empreendedor tomar providências diárias para que
as metas de vendas sejam alcançadas.

Pode ser organizado para fornecer as seguintes informações:

• Controlar as vendas diárias e seus respectivos prazos de


recebimento;
• Obter o total das vendas mensais de acordo com seus prazos
de recebimento;
• Fornecer dados para conferência de caixa (para certificar se os
valores das vendas à vista foram registrados no caixa);
• Controlar os registros dos valores das vendas a prazo no
controle de contas a receber;
• Dar informações para compras e fluxo de caixa.

A planilha a seguir facilita este controle:

Fonte: Arquivo QualificarES


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2.4 Controle de Contas a Receber

Tem como finalidade controlar os valores a receber, provenientes


das vendas a prazo, e deve ser organizado para:

• Disponibilizar informações a respeito do total dos valores a receber;


• Estimar os valores a receber que entrarão no caixa da empresa;
• Conhecer o montante das contas já vencidas e os respectivos
períodos de atraso, bem como tomar providências para a cobrança
e o recebimento dos valores em atrasos;
• Fornecer informações sobre os clientes que pagam em dia;
• Fornecer informações para a elaboração do fluxo de caixa.

Fonte: Arquivo QualificarES

2.5 Controle de Contas a Pagar

Para Lins (2015), esta é a hora de honrar os compromissos financeiros


e organizar os totais a pagar, obedecendo seus períodos de
vencimento: dia, semana, quinzena, 30, 45, 60 dias, etc. Mantendo as
contas em dia evita-se o estresse e ainda adquire uma série de
vantagens, tais como:

• Estabelecer prioridades de pagamento em caso de


dificuldades financeiras;
• Controlar o montante dos compromissos já vencidos e não
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pagos, em casos de dificuldades financeiras;
• Fornecer informações para elaboração do fluxo de caixa.

A planilha a seguir auxilia nesta tarefa:

Fonte: Arquivo QualificarES

2.6 Controle de Estoques

O controle do estoque também pode ser uma tarefa atribuída ao


assistente de faturamento. A partir deste controle, é possível evitar
desvios, fornecer informações para reposição dos produtos
vendidos, e ainda, facilitar a tomada de providências para redução
dos produtos parados no estoque. O controle de estoque deve ser
organizado para fornecer as seguintes informações:

• As quantidades em cada item de estoque;


• A quantidade e custo das mercadorias vendidas;
• Os estoques sem movimentação;
• A necessidade compras/reposição de estoques e fluxo de caixa.
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Fonte: Arquivo QualificarES

2.7 FLUXO DE CAIXA

O fluxo de caixa tem por objetivo o controle de todas as movimentações


financeiras do negócio, tanto de entrada quanto de saída de capital.
Essa gestão pode ser semanal, quinzenal ou mensal. Varia de acordo
com o interesse e organização da empresa.

Para um bom controle de fluxo de caixa, é necessário garantir registros


detalhados de ganhos e gastos, com disciplina e sem erros. Para
tornar o processo mais eficiente, todas as receitas e despesas, por
menores que sejam, precisam ser registradas. É comum, em
pequenas empresas, que essa organização seja feita em planilhas,
como as apresentadas anteriormente. É preciso separar saldo inicial
do caixa e contas-correntes e das aplicações de curto prazo.

Trata-se de uma ferramenta que permite o controle preciso da


movimentação financeira real (que aconteceu de fato) que uma
empresa apresenta em determinado período. É por essas e outras,
que o fluxo de caixa não vai ter nada a ver com vendas e sim com
entradas reais de caixa na empresa (MENDES, 2015).
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Vamos tratar alguns passos para a elaboração e controle eficiente de
um fluxo de caixa:

Primeiro passo: Organizar as contas. Saber onde estão os recursos da


empresa. Essa empresa tem mais de uma conta-corrente? Ela
possui caixinha?

Segundo passo: Identificar o valor inicial disponível em cada conta e


determinar uma data fixa para conferência desses valores. Os valores
serão comparados com a planilha, ajudando a identificar falhas e
corrigi-las.

Terceiro passo: Agora é preciso categorizar despesas e receitas, pois


números isolados não dizem nada, correto? Pois se fosse assim, era
só manter a conta no banco e não fazer mais nada.

Vamos a um exemplo prático de um modelo de fluxo de caixa.

Fonte: Arquivo QualificarES


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No fluxo de caixa exemplificado na figura foi adotado como modelo o
período semanal, apenas como demonstração, sendo usual e
recomendado o período diário.

Vamos agora compreender alguns itens presentes no modelo


exibido.

Saldo Inicial: É o valor constante no caixa no início do período


considerado para a elaboração do fluxo.

Entradas de Caixa: São as vendas realizadas à vista, duplicatas, cheques


pré-datados e faturas de cartão de crédito.

Saídas de Caixa: Corresponde a pagamentos de fornecedores, pró-labore


(retiradas dos sócios), aluguéis, impostos, folha de pagamento, água,
luz, telefone e outros, entre eles alguns descritos em nosso modelo.

Saldo Operacional: Representa o valor obtido de entradas menos as


saídas de caixa na respectiva data.

Saldo Final de Caixa: Representa o valor obtido da soma do Saldo Inicial com
o Saldo Operacional. Permite constatar a real sobra ou falta de dinheiro
em seu negócio no período considerado e passa a ser o Saldo Inicial do
próximo período.

Como posso interpretar esse relatório?

Suponhamos que no primeiro dia de trabalho do mês tenhamos


como entradas recebimentos no valor de R$ 1.000,00 em dinheiro,
R$ 500,00 em cheques pré-datados com vencimentos para o dia 2,
mais R$ 500,00 em cartão de crédito também para o dia 2. Nessa
situação temos como total de entradas no dia considerado apenas
R$ 1.000,00 referentes ao valor de dinheiro registrado pelas vendas.
As outras quantias devem ser colocadas como entradas nas datas
em que se transformam em dinheiro, ou seja, na data de compensação
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dos cheques pré-datados e de disponibilização da operadora de
cartão de crédito.

Agora, suponha-se que as saídas desse mesmo dia perfaçam um


total de R$ 500,00 e que nosso saldo disponível inicial seja de R$ -
500,00 na conta-corrente de uma agência bancária.

Nosso saldo operacional é de R$ 1000,00 referentes a entradas,


menos R$ 500,00 referentes a pagamentos ou saídas, totalizando R$
500,00, isto é, recebemos mais do que pagamos! Entretanto o nosso
saldo total (disponível em caixa) é de R$ -500,00 (rombo na conta
bancária) mais R$ 500,00 referentes ao saldo operacional, o que
totalizaria R$ 0,00, isto é, começaremos o próximo dia de trabalho
sem saldo inicial nenhum, passando a depender exclusivamente do
movimento de vendas em dinheiro nesse dia para quitar as saídas
com fornecedores que irão ocorrer.

Você já percebe que a última linha desse relatório, numa empresa


bem administrada financeiramente, deve sempre apresentar
resultados positivos, indicando que há disponibilidade de caixa. O
fluxo de caixa nesse dia ficaria assim:
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Fonte: Arquivo QualificarES


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Por que há colunas de previsto e realizado?

Um dos fatores mais importantes para o sucesso na gestão de uma


empresa é o adequado PLANEJAMENTO. Portanto, a gestão financeira deve ser
cuidadosamente planejada, executada, acompanhada e avaliada.

Se passarmos a projetar recebimentos e pagamentos com base em


nossos conhecimentos anteriores e expectativas futuras quanto ao
que esperamos do mercado, poderemos nos preparar para enfrentar
dificuldades antes que elas ocorram.

Assim, trabalhar com valores previstos e compará-los com o


realizado (acontecido na data), além de mostrar futuras faltas ou
sobras de caixa, permite tomar decisões antecipadas sobre aumento
de compras e até mesmo sobre a possibilidade de retirar mais
pró-labore sem “sangrar” a empresa.

CAPITAL DE GIRO

Fonte: Freepik

O capital de giro é mais um conceito importantíssimo para preservar a


saúde financeira da empresa. É uma das principais causas da
mortalidade das micro e pequenas empresas, por isso é importante
estar atento ao capital de giro.
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Quando uma empresa começa o seu negócio, ela faz dois tipos de
investimentos:

• Investimento Fixo
• Capital de Giro

O investimento fixo serve para a aquisição de máquinas, móveis,


imóveis, veículos, ou seja, o que chamamos de ativo imobilizado.
Enquanto isso o capital de giro é uma parte do investimento que serve
de reserva e que será utilizado para suprir uma necessidade a longo
prazo. Resumindo, capital de giro é o dinheiro que a empresa precisa
para que seus compromissos sejam honrados sem atrasos.

Para entender melhor, vamos dar uma olhada no exemplo a seguir:

Suponhamos que você possui uma loja que vende roupas e compra
do seu fornecedor de São Paulo uma remessa de roupas, realizando
o pagamento à vista. O produto chega na sua empresa e vai para o
estoque e para a prateleira. Em seguida, chega um cliente à sua loja
e realiza uma compra a prazo pagando em vários meses. E essa foi a
nossa única venda naquele mês. Nesse meio tempo, com que
dinheiro vamos pagar o salário dos funcionários, a conta de energia,
internet, etc?

É para isso que serve o capital de giro! É uma reserva para permitir que
mesmo em um mês ruim ou em um mês só com vendas a prazo, a
empresa consiga honrar seus compromissos.

Quanto mais prazo for dado para os clientes, mais recursos e capital
de giro você deve ter, porque é um dinheiro que existe para honrar
seus compromissos a qualquer tempo. Importância do capital de
giro:

• Permitir oferta de compras a prazo;


• Permitir manutenção de estoque;
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• Assegurar pagamento aos fornecedores, impostos, salários e
demais custos.

No módulo 3, você pôde aprofundar ainda mais sobre o conceito e a


temática sobre faturamento, com o foco principal em controle e fluxo
de caixa e capital de giro, podendo balancear seu conhecimento para
ter uma base mais segura em relação às características da
profissão, conceitos gerais, técnicas e ferramentas dessa área.

Você estudante pode aprender o conceito e a funcionalidade do


controle e fluxo de caixa, suas especificações e tipos, possibilitando
assim desenvolver o correto trabalho e controle financeiro das
empresas.

Compreendeu a importância do capital de giro e a sua correta


utilização para a sobrevivência empresarial frente a suas obrigações
a terceiros; assim, com os conhecimentos adquiridos, você poderá
controlar o caixa empresarial de forma correta e desempenhar as
atividades diárias para o crescimento da receita, faturamento e lucro
exigido na função. Poderá apoiar o gestor que administra o capital de
giro empresarial frente a sobrevivência, desenvolvimento e
crescimento da empresa.

Queremos despertar através desse estudo e conhecimento


oferecido o interesse para que todos busquem continuamente
desenvolver o trabalho de faturamento visando o crescimento/lucro
empresarial de forma correta e eficaz que será a base de seu
compromisso com essa profissão diariamente.

Esperamos que você, caro estudante, tenha lido todo o material e


que depois acesse seu ambiente virtual e realize as atividades,
lembre-se também de consultar o material complementar, assim
poderemos caminhar na compreensão e no desenvolvimento do
módulo 4.
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glossário

Fluxo de Caixa: Em Finanças, o fluxo de caixa refere-se ao fluxo do


dinheiro no caixa da empresa, ou seja, ao montante de caixa
recolhido e gasto por uma empresa durante um período de tempo
definido, algumas vezes ligado a um projeto específico.

Liquidez: Em contabilidade, corresponde à velocidade e facilidade com


a qual um ativo pode ser convertido em caixa.

Controle Diário de Caixa: Como o próprio nome sugere, registra todas as


entradas e saídas de dinheiro diárias, além de apurar o saldo
existente no caixa.

Fornecedor: É aquele que fornece mercadorias ou serviços ao


consumidor. Na contabilidade, um fornecedor é um credor enquanto
um cliente é um devedor.

Estoques: São materiais ou produtos que ficam fisicamente disponíveis


pela empresa, até o momento de ingressarem no processo produtivo
ou seguirem para a comercialização direta ao consumidor final.
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REFERÊNCIAS

CHIAVENATO, Idalberto. Administração nos novos tempos. 2. ed. Rio de


INTRODUÇÃO
Janeiro: Elsevier, 2005

CREPALDI, Silvio Aparecido. Contabilidade Gerencial, Teoria e Prática. São


Paulo: Atlas, 1998.

FREEPIK . Imagens: www.Freepik.com acessado em 06 nov. 2020

LINS, Luiz. Gestão Empresarial com Ênfase em Custos: Uma abordagem Prática. São
Paulo: Thomson, 2005.

MENDES, S. Administração Financeira e Orçamentária. São Paulo: Método,


2015.

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