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Técnicas e Rotinas

Financeiras

Prof.ª Esp. Elisangela Ameichoeiro Barros


E-mail: elisangela.barros@enova.educacao.ba.gov.br

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APRESENTAÇÃO

O módulo de Técnicas e Rotinas Financeiras foi criado com o objetivo de fornecer um material
didático sobre técnicas e rotinas administrativas na área de Finanças. Procurou-se contemplar os
principais tópicos, tais como: principais rotinas realizadas no departamento financeiro, controles
financeiros, elaboração de orçamentos etc., para contribuir com o aprendizado dos alunos.

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FUNDAMENTOS DE ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA

Objetivo econômico e financeiro de uma empresa é a maximização de seu valor de mercado, por
meio de geração contínua de lucro e caixa no longo prazo, executando as atividades inerentes ao
seu objetivo social, pois, com o aumento do valor da empresa, o proprietário aumenta sua própria
riqueza.

Caracterizando à Administração Financeira


Podemos caracterizar a administração financeira como uma técnica ou ferramenta utilizada para
controlar, de forma eficiente, as finanças da empresa. Para isso, a Administração
Financeira deve englobar variáveis como a concessão de crédito para clientes, o planejamento
empresarial, a analise de investimentos ou meios viáveis para a obtenção de recursos, entre outros.
Tais medidas devem ser adotadas no sentido de otimizar o desempenho e o desenvolvimento da
empresa, evitando gastos desnecessários, desperdícios, observando os melhores “caminhos” para a
condução financeira dos negócios.

Existe um antigo ditado popular que diz: "tempo é dinheiro".

Atividades Empresariais

Sob o aspecto financeiro, as atividades normalmente executadas em uma empresa podem ser
agrupadas segundo o aspecto gerencial e ser classificadas em:

a) operações;

b) investimentos; e

c) financiamentos.

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a) As atividades de operações são decorrentes do objetivo social da empresa, ou seja, da
finalidade para a qual ela foi criada e existe. Por exemplo, a atividade operacional de uma empresa
comercial poderia ser a venda de automóveis e tratores, venda de materiais esportivos, venda de
produtos farmacêuticos, supermercado, restaurante etc.

b) As atividades de investimento são executadas para dar suporte às atividades operacionais.


Têm caráter permanente e de longo prazo.

Por exemplo: os gastos com compra de máquinas para produção de bens, prédios para
funcionamento da loja, veículos para distribuição de mercadorias etc.

c) As atividades de financiamento são executadas para suprir a empresa de recursos consumidos


nas atividades operacionais e de investimento. Uma parte dos recursos pode ser paga com o caixa
gerado pelas operações.

Funções do gestor financeiro

As funções típicas do gestor financeiro de uma empresa são (HOJI, 2004, p. 25):

a) análise, planejamento e controle financeiro;

b) tomadas de decisões de investimentos; e

c) tomadas de decisões de financiamentos.

 As funções de análise, planejamento e controle financeiro consistem em coordenar,


monitorar e avaliar todas as atividades da empresa (operação, investimento e financiamento),
bem como participar ativamente das decisões estratégicas, planejando as atividades da
empresa no longo prazo, mensurando os riscos em relação ao retorno esperado.

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CONTROLES FINANCEIROS

Uma boa gestão financeira garante a saúde de sua empresa e, porque não dizer também, a sua
tranquilidade. Mantendo a liquidez, os compromissos assumidos com terceiros são honrados em dia,
além de ampliar seus lucros sobre investimentos. A manutenção de uma liquidez confortável e seus
resultados satisfatórios são frutos de uma série de decisões e atitudes tomadas diariamente. A
saúde vai bem graças às várias operações na empresa.

Para cuidar da gestão financeira, o empresário precisa lidar com números e informações o tempo
todo. Se a empresa tem números confiáveis, ele consegue informações para tomar decisões. As
informações financeiras que o empresário precisa para tomar decisões são obtidas por meio dos
controles financeiros. Então, podemos dizer que a finalidade dos controles financeiros é gerar
informações úteis e confiáveis para o empresário tomar decisões.

NOÇÕES SOBRE AS FUNÇÕES DO DEPARTAMENTO FINANCEIRO

Financeiro

Analista
Financeiro

Contas a Contas a
Tesouraria
Receber Pagar

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Departamento Financeiro

Tesouraria: Área responsável pela gestão do caixa e das contas bancárias, pela guarda dos
valores e documentos financeiros, pois, malmente os talões de cheques, as duplicatas a receber e a
pagar, os contratos financeiros, ficam sob responsabilidade dessa área. Realiza o fechamento diário
do caixa e municia de informações necessárias para a confecção do Fluxo de Caixa, que nada mais
é do que a projeção das movimentações financeiras para um determinado período, em tese, o
movimento de caixa diário para uma semana, quinzena ou mês. Promove a captação dos recursos
faltantes ou aplicação no mercado financeiro, dos recursos excedentes.

Contas a Receber: Realiza efetivamente o recebimento, a cobrança das contas que serão
recebidas. Planeja e executa as ações de cobrança sob a política determinada pelo gestor
financeiro. Obtém informações sobre os recebimentos e os atrasos das contas recebidas.

Contas a Pagar: Realiza efetivamente o pagamento, a negociação das contas que serão pagas.
Planeja e executa as ações de negociações das contas em atraso ou a possibilidade de atrasar tais
pagamentos, sem maiores implicações à empresa. Obtém informações sobre os pagamentos em
atrasos e negociações das contas pagas ou a pagar.

Planejamento Financeiro: Área responsável pela captação, tratamento e distribuição das


informações financeiras. Responsável pela confecção do orçamento financeiro, do fluxo de caixa e
pelas análises de investimentos e captação dos recursos financeiros. Recebe informações da
tesouraria, contas a receber e da área de contas a pagar para colaborar com as políticas de
compras, de vendas, de crédito e da gestão dos recursos financeiros.

Tem por meta a otimização dos recursos financeiros, fazendo uso sempre que possível, de
propostas para redução no prazo dos recebimentos, dilatação dos prazos dos pagamentos e
desembolsos.

O Gestor Financeiro e o Público Externo

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ROTINAS FINANCEIRAS

Fluxo de caixa

Fluxo de caixa é um instrumento de gestão financeira, que projeta para períodos futuros todas as
entradas e as saídas de recursos financeiros da empresa, indicando como será o saldo de caixa
para o período projetado.

Sua grande utilidade é permitir a visualização de sobras ou faltas de caixa antes mesmo que
ocorram, possibilitando ao empresário planejar melhor suas ações. Na verdade, toda ação realizada
por uma empresa resume-se a entrada ou saída de dinheiro! É nesse jogo de entra-e-sai que o
Fluxo de Caixa mostra sua importância, pois nos ajuda a perceber bem antes quando vai faltar ou
sobrar recurso.

É um instrumento de controle que tem por objetivo auxiliar o empresário a tomar decisões sobre a
situação financeira da empresa. Consiste em um relatório gerencial que informa toda a
movimentação de dinheiro (entradas e saídas), sempre considerando um período determinado, que
pode ser uma semana, um mês, etc.

Controle Diário de Caixa

a) Registra todas as entradas e saídas de dinheiro. Além de apurar o saldo existente no caixa;

b) A principal finalidade é verificar se não existem erros de registros ou desvios de dinheiro;

c) Informações importantes para:

 Controlar valores depositados em bancos;

 Fazer pagamentos em dinheiro;

 Controlar e analisar as despesas pagas;

d) Fornece dados para o Fluxo de Caixa.

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Fluxo de caixa

CONTROLE DÁRIO DE CAIXA MÊS: Janeiro/2017


DIA HISTÓRICO ENTRADAS SAÍDAS SALDO
02 Saldo Anterior (mês anterior) 890,00
02 Vendas à vista Notas: 352/353/355/359 650,00 1.540,00
02 Recebimentos de vendas a prazo em cheq. 1.250,00 2.790,00
02 Pagamento Papelaria Delta NF 1356 45,00 2.745,00
02 Pagamento serv. de manutenção elétrica 70,00 2.675,00
02 Pagamento serv. de contabilidade NF 764 400,00 2.275,00
02 Pagamento Fiação Estrela duplicata 232/2 600,00 1.675,00
02 Pagamento Ind. Embalagens Beta dupl. 380,00 1.295,00
1280
02 Depósito em cheques no Banco XYZ 1.250,00 45,00
SALDO A TRANSPORTAR 45,00

Controle Bancário

É o registro diário de toda a movimentação bancária e do controle existente, ou seja, os depósitos na


conta corrente, bem como todos os pagamentos feitos por meios bancários e demais valores
debitados em conta (tarifas, juros, conta de energia);

Serve para:

Confrontar os registros da empresa e os lançamentos gerados pelo banco;

Gerar informações sobre os saldos bancários existentes, inclusive se são suficientes para pagar os
compromissos do dia.

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CONTROLE DE MOVIMENTO BANCÁRIO MÊS: Janeiro/2017

CONTA: 1235-1 BANCO POLICARPO AG 3212


DIA HISTÓRICO CRÉDITO DÉBITO SALDO
06 Saldo Anterior 3.360,00
06 Recebimento de clientes - boletos: 103/104 1.850,00 5.210,00
06 Depósito em cheques 1.250,00 6.460,00
06 Débito em conta: fatura CEMIG 600,00 5.860,00
06 Pagamento. Fornece. - cheq. 3021 1.980,00 3.880,00
06 Débito em conta: Imposto 19,00 3.861,00
06 Pagamento INSS e FGTS ref. 2.040,00 1.821,00
Dezembro/2009
06 Débito em conta: parcela empréstimo 1.200,00 621,00
SALDO A TRANSPORTAR 621,00

Controle de Contas a receber

Tem como finalidade controlar os valores a receber, provenientes das vendas a prazo.

Deve ser organizado para:

 Fornecer informações sobre o total dos valores a receber de clientes;

 Estimar os valores a receber que entrarão no caixa da empresa, por períodos de vencimento,
por exemplo, 3, 5, 7, 15, 30, 45 e 60 dias;

 Conhecer o montante das contas já vencidas e os respectivos períodos de atraso, bem como
tomar providências para a cobrança e o recebimento dos valores em atrasos;

 Fornecer informações sobre os clientes que pagam em dia;

 Fornecer informações para a elaboração do fluxo de caixa.

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EMPRESA: MALHARIA JEQUIÉ

CONTROLE DE CONTAS A RECEBER

Controle por data de vencimento Mês/Ano:

Data Fornecedor Descrição Valor R$ Recebimento


Vencimento
Data Valor R$

5 Maria Souza Cheque 386-A. B. Brasil 370,00 5 370,00

7 João Alves Cheque 4720 B . Banco do 320,00 7 320,00


Nordeste

Administração das Contas a Receber

Realizar uma gestão eficaz das contas a receber é de fundamental importância para o caixa da
empresa. Na gestão de contas a receber, três fatores devem ser considerados:

1- Condições de crédito: Estão relacionados à concessão de prazos e aos descontos que


podem ser oferecidos para as vendas à vista. É de fundamental importância conhecer os
prazos médios de recebimentos para determinar o montante de recursos investidos em
contas a receber de clientes (duplicatas, cheques pré-datados, cartões de crédito, etc.)
2- Padrões e limites de crédito: Estabelecem as exigências para a concessão de crédito, o
perfil da clientela e definem os limites de crédito para cada cliente, visando minimizar os
riscos financeiros.
3- Controle de contas a receber: Constitui a base de dados que gera diversas informações
para a tomada de decisões no que se refere a políticas de vendas e concessão de créditos.

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Controle de Contas a pagar

O que é Contas à Pagar ? Para que serve o Controle de contas à Pagar ?

 Seja em seu domicílio ou na sua empresa, todos os meses recebemos inúmeras contas,
despesas que foram contraídas junto a fornecedores referente a compra de mercadorias,
prestação de serviços, e ainda aquelas despesas fixas que são necessárias a manter o
funcionamento da empresa como aluguel, conta de luz, telefone, salários, etc.

 O Contas a Pagar é um processo que tem por objetivo controlar de forma a antecipar, gerar
uma previsão, das obrigações que temos durante o mês ou período.

O Contas a Pagar tende a evitar:

Prejuízos em decorrências de atrasos no pagamento (juros), em caso de "aperto financeiro", verificar


quais obrigações ( contas) que podem ser negociadas.

Controle de Contas a Pagar

Chegou a hora de honrar os compromissos financeiros. Organize os totais a pagar, obedecendo


seus períodos de vencimento: dia, semana, quinzena, 30, 45, 60 dias, etc.

Mantendo as contas em dia você evita o estresse e ainda adquire uma série de vantagens:

 Controla o montante dos compromissos já vencidos e não pagos, em casos de dificuldades;

 Estabelece prioridades de pagamento em caso de dificuldades financeiras;

 Fornece informações para elaboração de fluxo de caixa.

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EMPRESA: MALHARIA JEQUIÉ

CONTROLE DO CONTAS A PAGAR

Controle por data de vencimento Mês/ano: 01/2017

DATA DE FORNECEDOR DESCRIÇÃO VALOR R$ PAGAMENTO


VENCIMENTO DATA VALOR R$

02/01 Contabilidade Honorários 400,00 02/01 400,00


Silva Contábeis
02/01 COELBA ENERGIA 600,00 02/01 600,00
02/01 IND. EMB DUPLICATA 380,00 02/01 380,00
MARIA 300
02/01 ALUGUEL RECIBO 2.100,00 02/01 2.100,00

Controle de Despesas

Serve para registrar o valor de cada despesa, acompanhando sua evolução. Algumas delas
necessitam de um controle mais rigoroso, ou até, a tomada de providências urgentes, como cortar
gastos que podem e devem ser eliminados.

Empresa: Malharia Alfa LTDA.

CONTROLE MENSAL DE DESPESAS Mês/ano: 01/2017

DIA Salários Encargos Aluguel Energia Material Serviços Gastos Manutenção Total
Sociais e Água de Contábeis Veículos e
Escritório Conservação
05/01 2.040 2.100 600 45 400 300 70 5.555
30/01 10.980 80 11.060
Soma 10.980 2.040 2.100 680 45 400 300 70 16.615

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ORÇAMENTO

As empresas bem organizadas sabem da importância e das vantagens de um bom planejamento de


suas atividades em busca de seus objetivos. As constantes mudanças que estão ocorrendo no
ambiente de negócios, muitas delas produzidas pela globalização dos mercados, estão exigindo das
empresas cada vez mais o aprimoramento de seus processos de planejamento, avaliação e
controle, tendo em vista a necessidade de tomada de decisões rápidas e de melhor qualidade que
lhe assegurem o atendimento de seus objetivos de continuidade, expansão e lucratividade.

O orçamento é um valioso instrumento de planejamento e controle das operações da empresa,


qualquer que seja seu ramo de atividade, natureza ou porte. Estabelece, da forma mais precisa
possível, como se espera que transcorram os negócios da empresa, geralmente num prazo mínimo
de um ano, proporcionando uma visão bem aproximada da situação futura. É através do orçamento
que se estabelece metas com a equipe, dando, assim, uma visão clara de onde a empresa quer
chegar.

Um verdadeiro orçamento envolve todos os funcionários da empresa, principalmente gerentes e


supervisores, pois são estes que irão fazer acontecer.

O orçamento consiste em uma série de previsões, que serão feitas com base no que se espera
acontecer em cada setor e no mercado em geral, sempre levando em consideração os dados
históricos, fatos ocorridos no passado, que permitam o mínimo de previsibilidade.

Feito o orçamento, todos passam a conhecer as metas e os objetivos da empresa, no mínimo para
um ano. É necessário que a equipe, mensalmente, faça o acompanhamento, isto é, comparar o
previsto com o realizado, corrigindo e redirecionando as ações afim de assegurar o cumprimento
mais fiel possível do projetado.

Tipos de orçamentos:

• Orçamento de vendas;
• Orçamento de produção;
• Orçamento de matérias-primas;
• Orçamento de custos totais;
• Orçamento de despesas gerais;
• Orçamento de investimento;
• Orçamento de caixa;
• Orçamento de resultado.

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Orçamento de Vendas

 O orçamento de vendas é formado pelas previsões de vendas de um período predeterminado.

 Estima as quantidades de cada produto ou serviço.

 Define o preço a ser praticado.

 Define receitas e impostos.

 Estima a quantidade de clientes atendidos.

 Condições de vendas (à vista ou à prazo).

Fatores Internos: limitadores ou restrições

 Capacidade produtiva.

 Vendas e Mkt (localização e números de PV, sistema de distribuição, preços e promoções,


imagem, marcas e patentes...)

 P&D e Engenharia (recursos humanos, desenvolvimento de novos produtos...)

 Gestão e Finanças (estrutura administrativa, competências e habilidades, cultura e valores,


custos e disponibilidade de capital, sistema de planejamento e controle, liderança...)

Fatores Externos: limitadores ou restrições: os fatores externos também devem ser


minuciosamente analisados:

 Mercado (potencialidades, diferenciação do produto, sazonalidade, mercados cativos,


lucratividade do setor, nível de renda dos clientes...)

 Concorrência (intensidade, barreiras para entrar e sair, fatia de mercado, substitutos


disponíveis...)

 Econômicos e Governamentais (inflação, mudanças externas, nível salarial, disponibilidade


de material e mão de obra, legislação e impostos...)

 Tecnológicos (inovação, maturidade e volatilidade, necessidade de P&D de produtos e


processos)

 Sociais e Culturais (impactos ambientais, código de defesa do consumidor, mudanças


demográficas, qualidade e mercados internacionais, entre outros)

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O orçamento de vendas é elaborado multiplicando a quantidade de unidades estimadas de venda
para cada produto pelo preço de venda estimado. Por exemplo, a Empresa X estima um volume de
vendas de 3000 unidades no primeiro mês, mas um histórico de incremento de 500 unidades a cada
mês. A empresa projeta um preço de venda de R$ 80,00 por unidade e impostos estimados de 20%
conforme Tabela1.

Tabela1: Orçamento de Vendas


Janeiro Fevereiro Março
previsão de vendas (unidades) 3000 3500 4000
preço unitário - R$ 80 80 80
Receita Bruta 240.000 280.000 320.000
Impostos (20%) 48.000 56.000 64.000
Previsão de produção (unidades) 192.000 224.000 256.000

Orçamento de Produção ou Fabricação

 Completado o orçamento de vendas, a próxima fase entra em ação, o orçamento de


produção.

 Seu objetivo é assegurar um nível de produção suficiente para atender à demanda prevista de
vendas.

 O plano de produção envolve a programação de uso da capacidade instalada, política de


estoques, identificação da necessidade de investimentos, projeção de custos variáveis e fixos.

 Deve levar em consideração limitações como: espaço de armazenamento; capacidade dos


equipamentos; disponibilidade de mão de obra; prazo de entrega de materiais; capacidade
dos equipamentos, entre outros.

A empresa deverá planejar e levar em consideração alguns elementos:

VENDAS PRODUÇÃO ESTOQUES COMPRAS


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• Uma estimativa realística para determinar a necessidade de estoque é essencial na
elaboração do orçamento de produção.

• Excessos de estoque podem levar a redução da produção e demissão no período seguinte.


Por outro lado, estoques inadequados podem resultar no aumento dos custos com
pagamentos de horas extras ou perdas de pedido de clientes.

Exemplo (sob a ótica dos estoques): nesse exemplo, a empresa acredita que pode
satisfazer às exigências de vendas futuras mantendo um estoque final de 10% do volume de
vendas orçado para o próximo mês. Por exemplo, o estoque final do mês de janeiro é 350
unidades, que representa 10% do budget do próximo mês.

Tabela 2: Política de estoque e planejamento de produção:

Janeiro Fevereiro Março Abril

previsão de vendas (unidades) 3000 3500 4000 4500

(+) estoque final 350 400 450 500

Total Previsão Necessária 3.350 3.900 4.450 5.000

(-) estoque inicial (10% das vendas) 300 350 400 450

Previsão de produção (unidades) 3.050 3.550 4.050 4.550

O orçamento de produção está subdivido em: matéria-prima, mão-de-obra direta e custos


indiretos de fabricação.

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Orçamento de Produção: Matéria-prima

 A área de produção elabora as necessidades de materiais e o setor de compras providencia a


aquisição das quantidades estimadas. O objetivo é comprar estes materiais no momento certo
e ao preço planejado.

 Nesse caso, o estoque final de matéria-prima desejado é novamente um componente


fundamental no processo orçamentário.

 Estoques inadequados podem resultar em paralisações temporárias de produção.

Exemplo: A Empresa X estima necessidade de um estoque final de MP de 10% da produção do


próximo mês. Cada unidade produzida requer 2kg de MP, e o custo estimado por kg é de R$ 5,00.
Orce.

Tabela 3: Orçamento da quantidade de MP e seus custos

Janeiro Fevereiro Março

Previsão de produção (unidades) 3050 3550 4050

matéria-prima por unidade (kg) 2 2 2

Total de MP necessária (kg) 6100 7100 8100

(+) estoque MP final (kg) 710 810 910

Total previsão MP necessária (kg) 6810 7910 9010

(-) estoque MP inicial (kg) 610 710 810

previsão de MP (kg 6200 7200 8200

previsão preço - R$ 5 5 5

Total custo MP - R$ 31.000 36.000 41.000

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Orçamento de Produção: Mão-de-obra direta

No orçamento de mão de obra direta é estimada as quantidades de mão de obra direta


necessárias para atender à fabricação estimada. Se existirem diferentes níveis de
complexidade de MOD, devem ser especificados em separado no momento da elaboração do
orçamento.

• Objetivo: estimar a necessidade de recursos humanos, recrutamento, treinamento, avaliação


e especificação de tarefas, avaliação de desempenho, negociação com sindicatos e
administração salarial

• Determinar a quantidade e horas necessárias para produzir cada produto, taxas médias de
remuneração, centros de custos ou operação.

• Estimar relações entre o custo de MOD e alguma medida de volume.

• Estabelecer critérios para determinação do pessoal necessário em função das horas


estimadas, transformadas em número de empregados.

No nosso exemplo, a Empresa X são necessárias 2 (duas) horas de trabalho direto para
produzir cada unidade do produto. O valor da hora trabalhada, incluídos os encargos, é de R$
10,00. Orce.

Tabela 4: Orçamento dos custos de mão de obra direta (MOD)

Janeiro Fevereiro Março

Previsão de produção (unidades) 3050 3550 4050

MOD por unidade (horas) 2 2 2

Total de MOD necessária (horas) 6100 7100 8100

previsão Valor Hora MOD - R$ 10 10 10

Custo Total da MOD 61.000 71.000 81.100

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Orçamento das despesas de vendas e administrativas

Incluem todos os gastos necessários para a gestão da empresa e também os itens relativos
a pessoal, viagens, seguros, taxas, energia elétrica, fax, material de escritório, depreciação
dos bens de escritório. São despesas relativas à administração da empresa, pessoal
burocrático, gastos de expedientes, incluindo custos comerciais, marketing, financeiros e
tributários.

Na prática, essa peça orçamentária é preparada por diferentes gerentes. O gerente de


vendas, gerente administrativos, gerente financeiro e de pessoal.

As despesas previstas nessa peça orçamentárias podem ser classificadas como fixas ou
variáveis.

No exemplo na Empresa X, para determinar a despesa variável, a empresa estabelece sua


política de comissões de vendas em R$ 3,00 por unidade vendida e R$ 1,00 por unidade de
frete.

Tabela6: Orçamento das despesas de vendas e administrativas


Janeiro Fevereiro Março
Despesas Variáveis
- comissão 9000 10500 12000
- frete 3000 3500 4000
Total Variável 12000 14000 16000
Despesas Fixas
- propaganda 5000 5000 5000
- salários vendas 3000 3000 3000
- salário administração 12500 12500 12500
- depreciação 1500 1500 1500
- taxas e seguros 1000 1000 1000
Total Fixo 23000 23000 23000
Total de Despesas 35000 37000 39000

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REFERÊNCIAS

BRAGA, Roberto. Fundamentos e técnicas de administração financeira. São Paulo: Atlas. 1994-
95.

BRAGA, Roberto. Fundamentos e técnicas de administração financeira: livro de exercícios. 2ª


ed. São Paulo: Atlas, 1992.

BRIGHAM, Eugene F.; HOUSTON, Joel F. Fundamentos da moderna administração financeira.


Rio de Janeiro: Campus, 1999.

GITMAN, J.L. Princípios de administração financeira - Essencial. 2ª ed. São Paulo, Bookman,
2002.

LEMES JÚNIOR, Antônio Barbosa; RIGO, Cláudio Miessa; CHEROBIM, Ana Paula Mussi Szabo.
Administração Financeira: Princípios, Fundamentos e Práticas Brasileiras. 2ª ed. – Rio de Janeiro.
Elsevier, 2005.

PADOVEZE, Clóvis Luís. Introdução à administração financeira: texto e exercícios. São Paulo:
Pioneira Thomson Learning, 2005.

ROSS, Stephen A; WESTERFIELD, Randolph W.; JAFFE, Jeffrey F. Administração Financeira. 2ª


ed. São Paulo: Atlas, 2002.

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