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Capital de giro

Apresentação
Para muitas organizações, as discussões sobre capital de giro são fundamentais. Mas, o que isso
vem a ser? Trata-se de recursos que visam a assegurar o funcionamento de um negócio,
viabilizando sua liquidez. O capital de giro pode ser constituído por dinheiro, crédito, estoques, etc.

Em geral, quando uma empresa inicia suas atividades, costuma receber investimentos que vão
poder ser alocados da seguinte maneira: 1) ativo fixo, empregado na compra de máquinas,
equipamentos, móveis, etc.; e 2) capital de giro, uma reserva de recursos a ser empregada para
sanar possíveis necessidades do negócio.

Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer as contas contábeis que constituem o capital
de giro e identificar como diferenciar tipos de capital de giro. Por fim, vai descobrir de que forma se
calcula a necessidade de capital de giro (NCG) de um empreendimento.

Bons estudos.

Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:

• Identificar as contas contábeis que compõem o capital de giro.


• Diferenciar necessidade de capital de giro ocasional de necessidade de capital de giro
constante.
• Resolver cálculos da necessidade de capital de giro (NCG).
Desafio
É sabido que capital de giro diz respeito aos recursos que dão suporte às operações diárias das
empresas. Isso é válido para todo tipo de negócio, incluindo desde a padaria da esquina até a maior
multinacional do planeta, bem como governos. No caso das corporações, tais recursos podem ser
dos próprios sócios ou ter sido obtidos por meio de empréstimos (financeiros ou não).

Embora "capital de giro" seja o termo mais utilizado, na prática as empresas se preocupam mesmo é
com a necessidade de capital de giro (NCG), ou seja, a necessidade permanente de recursos
decorrente do fato de que as saídas de caixa (pagamentos) ocorrem antes das entradas
(recebimentos). Considerando-se ativo cíclico ou operacional a soma das contas cíclicas do ativo
circulante, e passivo cíclico ou operacional a soma das contas cíclicas do passivo circulante, a
necessidade de capital de giro pode ser assim definida: NCG = ativo cíclico – passivo cíclico.
O ativo cíclico diz respeito a duplicatas a receber + estoques (e outras contas a receber de natureza
operacional). Já o passivo cíclico se refere a fornecedores + impostos + salários a pagar (e outras
contas a pagar de natureza operacional).

Definidos os conceitos, acompanhe a situação a seguir.

Na empresa WX observou-se a existência de uma NCG negativa, o que indica que a empresa
precisa de recursos para financiar seu ciclo operacional. Na condição de gestor do
empreendimento, você designou o gestor financeiro para apresentar uma alternativa em uma
semana. No prazo estabelecido, ele sugeriu que a companhia buscasse crédito junto a um de seus
parceiros “naturais”, nesse caso os empréstimos bancários. Nessas situações, é importante frisar
que o risco de insolvência tende a aumentar, mas há exceções, como no caso de empresas cujos
ciclos são tão longos que acabam preferindo recorrer a empréstimos bancários para não
sobrecarregar seus parceiros comerciais.

Diante da situação exposta, você precisa tomar decisões. Assim, responda:

Como conciliar a necessidade de capital de giro da empresa WX com o risco maior de solvência por
conta dos empréstimos bancários?
Infográfico
É fundamental conhecer os elementos que fundamentam a necessidade de capital de giro (NCG),
pois assim o gestor vai perceber sua relevância para o negócio e vê-lo como uma das prioridades.

Neste Infográfico, você vai identificar as principais contas contábeis que, em geral, compõem o
capital de giro.
Conteúdo do livro
Para o estabelecimento do capital de giro, é fundamental que cálculos sejam estabelecidos a fim de
que os gestores do negócio tenham a oportunidade de fazer escolhas mais assertivas, levando a
organização a se destacar em um mercado cada vez mais competitivo.

É importante frisar que o interesse pela avaliação da necessidade de capital de giro (NCG) decorre
da intenção de um negócio em identificar, em sua estrutura patrimonial, os grupos classificados
como permanente, circulante financeiro e circulante operacional e, a partir deles, definir o volume
de recursos requeridos para atender à sua NCG.

No capítulo Capital de giro, base teórica desta Unidade de Aprendizagem, você vai identificar os
vários elementos do capital de giro e verificar como podem colaborar para os negócios. Além disso,
vai aprender como calcular a NCG.

Boa leitura.
ADMINISTRAÇÃO
FINANCEIRA
Capital de giro
Johny Henrique Magalhães Casado e Henrique Martins Rocha

OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM

>> Identificar as contas contábeis que compõem o capital de giro.


>> Diferenciar necessidade de capital de giro ocasional de necessidade de
capital de giro constante.
>> Resolver cálculos da necessidade de capital de giro (NCG).

Introdução
A grande concorrência no mundo dos negócios faz com que as empresas busquem
atender às expectativas de seus acionistas, clientes e demais stakeholders. Es-
sas exigências requerem das organizações mais recursos para implementarem
projetos e desenvolverem suas operações no mundo dos negócios. A intensa
concorrência tem obrigado as empresas a buscar diferenciais competitivos e, por
isso, os gestores estão a todo momento procurando criar produtos e serviços e
adequar aqueles já ofertados, bem como buscam tornar os seus negócios mais
atrativos para os clientes, o que só é possível com o auxílio da gestão financeira.
Quando uma organização dispõe de uma gestão financeira eficiente, ela tem a
oportunidade de criar um ambiente de negócios mais favorável aos seus objetivos
e expectativas, assim como é possibilitado, também, que se criem estratégias de
negócios que estejam mais alinhadas às possibilidades e, principalmente, dispo-
nibilidades financeiras existentes dentro da organização. Portanto, os gestores
devem fazer uso das principais ferramentas de gestão financeira e aplicar em seu
dia a dia à frente dos negócios, pois, assim, será possível gerir recursos cada vez
mais escassos e, mesmo assim, gerar ótimas oportunidade operacionais.
Neste capítulo, apresentaremos as principais contas contábeis que compõem
o capital de giro das organizações. Também será possível, ao longo do capítulo,
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diferenciar a necessidade de capital de giro ocasional do negócio da necessidade de


capital de giro constante. Por fim, serão apresentados alguns cálculos da
necessidade de capital de giro em um negócio como forma de consolidar esse
aprendizado.

Análise das contas contábeis que compõem


o capital de giro
O capital de giro é um dos principais elementos que influenciam os processos
de tomada de decisão no ambiente organizacional. Por isso, gestores, aca-
dêmicos e profissionais buscam conhecer a aplicabilidade do capital de giro
em variados cenários, como uma das formas de se buscar contribuir para a
geração de informações no ambiente das empresas. A sofisticação das aná-
lises financeiras é uma das demandas que a modernização dos negócios tem
imposto a todas as organizações e, por isso, é recomendável que os gestores
financeiros compreendam o papel do capital de giro no ambiente de negócios
e façam o correto uso dessa importante ferramenta de gestão financeira.
As empresas devem buscar criar indicadores em todos os seus proces-
sos, pois só assim será possível acompanhar a evolução e compará-la com
resultados passados. Somente quando se utiliza indicadores no ambiente
empresarial é que se torna possível gerir os recursos disponíveis no ambiente
de negócios de forma eficiente e segura. A gestão e o acompanhamento do
capital de giro nos negócios devem ocorrer de maneira permanente, pois os
números financeiros das empresas estão se transformando constantemente,
de tal forma que será possível aos gestores acompanharem quaisquer tipos
de alteração no status patrimonial do negócio.
Segundo Brom e Bailian (2007, p. 12), os valores de capital de giro “[...]
representam o montante de recursos que a empresa dispõe para continuar
operando antes de receber pela venda de seus produtos ou serviços [...]”,
portanto, ele demonstra o recurso disponível que a empresa possui. Os
gestores devem buscar compreender sempre como o seu capital de giro se
comporta, pois assim será possível identificar o volume financeiro necessário
para a manutenção do seu negócio no médio e longo prazo.
Em gestão financeira, temos que o cálculo do capital de giro deve ocorrer
considerando as contas do balanço patrimonial da organização, por isso, é
recomendável que os gestores tenham acesso a essas informações.
Capital de giro 3

O capital de giro ou capital circulante é representado pelo ativo circulante, isto


é, pelas aplicações correntes, identificadas geralmente pelas disponibilidades,
valores a receber e estoques. Num sentido mais amplo, o capital de giro represen-
ta os recursos demandados por uma empresa para financiar suas necessidades
operacionais identificadas desde a aquisição de matérias-primas (ou mercadorias)
até́ o recebimento pela venda do produto acabado (ASSAF NETO; SILVA, 2011, p. 3).

O cálculo do capital de giro líquido pode ser obtido por meio da fórmula
apresentada a seguir:

Capital de giro líquido = ativo circulante – passivo circulante

Ao observar a fórmula do capital de giro líquido, devemos considerar que


as informações para o seu cálculo são todas retiradas do balanço patrimonial
da organização, por isso, é fundamental essa demonstração para o cálculo.

Observe que o cálculo do capital de giro líquido (CGL) é o mesmo do


capital circulante líquido (CCL), conceituado por Guimarães e Ozório
(2018) como a diferença entre os ativos e os passivos circulantes. De acordo
com os autores, quando os volumes investidos nos ativos circulantes superam
os financiamentos dos passivos circulantes, a empresa possui CCL positivo, ao
passo que, se inferiores, há o CCL negativo.

No Quadro 1 está representado um balanço patrimonial e as divisões


das contas.

Quadro 1. Balanço patrimonial e capital de giro

Balanço patrimonial

Ativo circulante (AC) Passivo circulante (PC)


„„ Disponibilidades „„ Fornecedores
„„ Valores a receber „„ Salários e Encargos Sociais
„„ Estoques „„ Empréstimos e Financiamentos

Ativo não circulante Passivo não circulante


„„ Investimentos „„ Patrimônio líquido (PL)
„„ Imobilizado „„ Capital social
„„ Reservas de lucros
„„ Ajustes de avaliação patrimonial

Fonte: Adaptado de Assaf Neto e Silva (2011).


4 Capital de giro

As contas contábeis que são utilizadas para cálculo do capital de giro


líquido são identificadas no ativo circulante e no passivo circulante do balanço
patrimonial, portanto, ambas estão no curto prazo.

O uso das ferramentas financeiras no ambiente empresarial é muito


importante para todos os tipos e tamanhos de negócios, por isso, é
altamente recomendável que os gestores e empreendedores busquem reconhecer
as especificidades do seu negócio também no cálculo do capital de giro. Acesse
ao artigo “Capital de giro: aprenda o que é e como funciona o da sua empresa”
(SEBRAE, 2013), no site do Sebrae, e observe os benefícios do cálculo do capital
de giro para as pequenas empresas.

Como forma de melhorar o entendimento sobre o cálculo do capital de


giro líquido em uma organização, considere o exemplo a seguir.

O grupo empresarial Bonés e Cia. é uma empresa que comercializa


bonés promocionais para todo o Brasil e vem crescendo a cada dia
mais em seus negócios; por isso, decidiu contratar um profissional para que
ele pudesse ajudar na melhoria da sua gestão financeira. A primeira tarefa
do profissional foi elaborar o balanço patrimonial da organização, conforme
apresentado a seguir.

Balanço patrimonial

Ativo circulante (AC) Passivo circulante (PC)


Disponibilidades „„ 5.000 Fornecedores „„ 10.000
Valores a receber „„ 6.000 Salários e encargos „„ 2.000
Estoques „„ 12.000 sociais
Empréstimos „„ 1.000
Financiamentos „„ 1.000

Ativo não circulante Passivo não circulante


Investimentos „„ 5.000
Imobilizado „„ 5.000 Patrimônio líquido (PL) „„ 19.000
Capital social

33.000 33.000
Capital de giro 5

Após calcular o balanço patrimonial da empresa, o novo gestor financeiro


fez o cálculo sobre o capital de giro do negócio e, para isso, ele obteve os
seguintes valores:

„„ Valor total do ativo circulante: R$ 5.000 + R$ 6.000 + 12.000 = R$ 23.000


„„ Valor total do passivo circulante: R$ 10.000 + 2.000 + 1.000 + 1.000 = R$ 14.000
Fórmula para cálculo do capital de giro líquido:

Capital de giro = ativo circulante – passivo circulante

Cálculo do capital de giro do grupo empresarial Bonés e Cia.:

„„ Capital de giro líquido = 23.000 – 14.000


„„ Capital de giro líquido = R$ 9.000

O gestor financeiro do grupo empresarial Bonés e Cia. obteve o valor de R$


9.000 de capital de giro líquido para o negócio.

Ao calcularem o seu capital de giro, as empresas podem se deparar com


valores positivos e negativos. Na Figura 1 são apresentados os significados
desses dois tipos de resultados.

Figura 1. Diferença entre capital de giro positivo e capital de giro negativo.

Os gestores financeiros de qualquer negócio devem sempre buscar o


equilíbrio entre as entradas e saídas de recursos no negócio e, para isso,
podem tomar diversas decisões que lhes propiciem maior equilíbrio finan-
ceiro. Mesmo em empresas com bom fluxo financeiro, pode ser possível a
ocorrência de um capital de giro negativo: isso “[...] denota que os recursos
de longo prazo da empresa não são suficientes para cobrir suas aplicações
de longo prazo, devendo utilizar recursos do passivo circulante para tal fim
[...]” (ASSAF NETO; SILVA, 2011, p. 6).
6 Capital de giro

As decisões sobre o capital de giro das empresas também têm relação


com a previsibilidade de caixa dos seus negócios. Por exemplo, em empresas
com fluxos de caixa mais previsíveis é permitido que elas operem com CCL
baixo; já em empresas sem previsibilidade, essa não é uma realidade possível.

Diferenças entre os tipos de necessidade de


capital de giro
A necessidade de capital de giro (NCG) é um elemento muito sensível às mu-
danças do ambiente econômico em que a organização está inserida, e, por isso,
é altamente recomendável que os gestores financeiros busquem reconhecer
quais são as necessidades de capital do seu negócio. Outro ponto importante
está relacionado ao nível de atividade do negócio, pois há empresas que
trabalham por anos e anos sem ter afetada a sua capacidade operacional,
apresentando então maior constância em relação aos valores de entradas
e saídas de recursos financeiros; outras empresas têm maior sazonalidade
de recursos em um determinado período do ano, o que acaba impondo um
item a mais na complexa gestão financeiro da organização.
As empresas necessitam calcular a sua NCG para que possam tomar boas
decisões financeiras em seus negócios.

Um erro comum é confundir capital de giro (ou mesmo capital de


giro líquido) com NCG.
O capital de giro é quanto dispomos ou quanto foi alocado como capital de
giro na empresa, enquanto a NCG é quanto precisamos alocar.
Assim, calcularmos que o capital de giro líquido é de, por exemplo
R$1.000.000,00, tem pouco significado em termos de gestão e tomada de de-
cisão na empresa, se não soubermos qual a real necessidade. Se, por um lado,
termos o capital de giro abaixo do necessário é sinal de problemas, um excesso
de capital de giro, isto é, um valor muito acima do necessário, pode significar
que a gestão financeira não é muito eficiente, pois há “dinheiro sobrando”
(dinheiro que poderia ser investido de outra forma ou distribuído na forma de
dividendos aos acionistas).
A diferença entre o CCL e a NCG indica o saldo em tesouraria, e, se tal saldo
permanece negativo, há o risco de insolvência da empresa (GUIMARÃES; OZÓRIO,
2018).

A NCG, quando não suprida pelas atividades operacionais da própria em-


presa, deve ser provida de outras formas, como o uso de recursos dos sócios
quando estes fazem uma nova injeção de capital na empresa, ou, ainda, pelo
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uso dos recursos de terceiros quando ela busca recursos como empréstimos
e financiamentos para suprir essa sua necessidade de capital. A NCG pode
ser segmentada em dois tipos.

„„ NCG permanente (também chamada de constante, fixa ou permanente):


refere-se “[...] ao volume mínimo de ativo circulante necessário para
manter a empresa em condições normais de funcionamento [...]” (ASSAF
NETO; SILVA, 2011, p. 4). Nesse caso, os ativos permanentes e a parte
permanente dos ativos circulantes não sofrem mudança ao longo do
tempo.
„„ NCG variável (também chamada de ocasional ou sazonal): é definida
pelas necessidades “[...] adicionais e temporais de recursos verificadas
em determinados períodos e motivadas, principalmente, por compras
antecipadas de estoques, maior morosidade no recebimento de clien-
tes, recursos do disponível em trânsito [...]” (ASSAF NETO; SILVA, 2011,
p. 4). Podem ter por origem aspectos como, por exemplo, compras
antecipadas de estoques, atrasos das contas a receber, variação nas
vendas em certos meses, etc. Em geral é mantida com financiamentos
de médio e longo prazo.

No caso da necessidade de financiamento permanente, por se


caracterizar quando as vendas de uma empresa são constantes,
torna-se obrigatório que os investimentos em ativos operacionais também sejam
constantes. Já quando temos as necessidades de financiamento sazonal, neste
caso, as vendas são cíclicas e, portanto, os investimentos em ativos operacionais
deverão variar conforme o tempo (GITMAN, 2009).

Quando a organização possui em suas operações uma acentuada sazo-


nalidade, é altamente recomendável que ela mensure o seu capital de giro
quando estiver com um volume mínimo de operação, bem como que faça
essa mensuração também quando estiver funcionando em sua capacidade
máxima. De posse das duas mensurações, será possível ao gestor financeiro
observar como o comportamento dos estoques e dos valores a receber pode
influenciar a tomada de decisão. Por isso, ele deverá sempre considerar qual
o momento em que se estão calculando as informações do capital de giro e
o que de fato está influenciando nesse resultado.
Não é por outra razão que Guimarães e Ozório (2018) relacionam o capital
de giro líquido (ou o CCL) com os riscos de insolvência das empresas, como
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mostrado na Figura 2. Um capital de giro líquido positivo reduz o risco de


insolvência, dada a disponibilidade de recursos da empresa para cumprir
com suas obrigações.

Figura 2. Capital circulante líquido e risco de insolvência.


Fonte: Adaptada de Guimarães e Ozório (2018).

Sobre a apresentação de um valor de CCL positivo, Gitman (2009, p. 547)


expõe que:

Quanto mais previsíveis as entradas de caixa, menor o capital de giro líquido


necessário. Como a maioria das empresas é incapaz de conciliar com certeza as
entradas e as saídas de caixa, costumam manter um ativo circulante mais do que
suficiente para cobrir as saídas associadas ao passivo circulante.

No exemplo a seguir, temos um cálculo do capital de giro líquido em uma


empresa.

As Organizações JHMC, após passarem por um processo de expansão


das suas atividades, estão buscando conhecer a sua realidade finan-
ceira para que possam realizar algumas melhorias em sua gestão. A empresa
obteve uma receita líquida de R$ 5.500.000,00 no ano 1 e de R$ 4.560.000 no
ano 2 e apresentou o seguinte balanço patrimonial.
Capital de giro 9

Ativo Ano 1 Ano 2

Ativo circulante 1.690.000 1.545.000

Disponível 260.000 1.110.000

Caixa 100.000 850.000

Aplicações 160.000 260.000

Realizável de curto prazo 1.430.000 435.000

Recebíveis 1.130.000 1.120.000

Estoques 250.000 280.000

Outras contas a receber 50.000 25.000

Ativo não circulante 3.800.000 2.000.000

Investimentos 3.000.000 1.200.000

Imobilizado 800.000 800.000

Total do ativo 5.490.000 4.545.000

Passivo Ano 1 Ano 2

Passivo circulante 1.445.000 1.585.000

Salários 350.000 300.000

Empréstimos 450.000 450.000

Fornecedores 590.000 790.000

Outras contas 55.000 45.000

Passivo não circulante 450.850 600.000

Empréstimos e financiamentos 450.850 600.000

Patrimônio líquido 3.594.150 2.360.000

Capital social 2.594.150 1.360.000

Reservas 1.000.000 1.000.000

Total do passivo 5.490.000 4.545.000


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Após a empresa apresentar o valor do seu balanço patrimonial, ela calculou


o valor do seu CGL conforme apresentado a seguir.

ANO 1: CGL = realizável de curto prazo – exigível de curto prazo

Sendo:

„„ Realizável de curto prazo = recebíveis + estoques + outras contas a receber


„„ Realizável de curto prazo = 1.130.000 + 250.000 + 50.000
„„ Realizável de curto prazo = 1.430.000

„„ Exigível de curto prazo = Salários + Fornecedores + Outras contas a pagar


„„ Exigível de curto prazo = 350.000 + 590.000 + 55.000
„„ Exigível de curto prazo = 995.000

CGL = 1.430.00 – 995.000 = 435.000

ANO 2: CGL = realizável de curto prazo – exigível de curto prazo

Sendo:

„„ Realizável de curto prazo = recebíveis + estoques + outras contas a receber


„„ Realizável de curto prazo = 1.120.000 + 280.000 + 25.000
„„ Realizável de curto prazo = 1.425.000

„„ Exigível de curto prazo = salários + fornecedores + outras contas a pagar


„„ Exigível de curto prazo = 300.000 + 790.000 + 45.000
„„ Exigível de curto prazo = 1.135.000

CGL = 1.425.000 - 1.135.000 = 290.000

Sabendo que a receita líquida no ano 1 foi de R$ 5.500.000,00 e receita


líquida do ano 2, R$ 4.560.000, temos que uma relação capital de giro líquido/
receita líquida de:

„„ CGL/receita líquida ANO 1: 435.000/5.500.000 = 7,91%


„„ CGL/receita líquida ANO 2: 290.000/4.560.000 = 6,34%

Desta forma, como você pode perceber, o gerenciamento do capital de giro


é um elemento de elevada importância para garantir a saúde financeira e a
continuidade de negócios das empresas. O mau dimensionamento das NCGs,
seja para os níveis de atividade rotineiras e constantes, seja por necessidades
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adicionais, motivado por aumento no nível de atividades ou investimentos


específicos, pode levar as empresas a situações de risco.
A NCG em um negócio pode ser calculada então de acordo com o perfil da
organização, por isso, é muito importante considerar todas as especificidades
da operação para que seja possível observar as particularidades existentes.
Na próxima seção, observaremos como se dá esse cálculo.

Calculando a necessidade de capital de giro


Para podermos calcular a NCG, é necessário conhecer dois importantes indi-
cadores da administração financeira: o ciclo operacional e o ciclo financeiro.
O ciclo operacional pode ser entendido como o “[...] período de tempo que
vai do começo do processo de produção até o recebimento de caixa resultante
da venda do produto acabado. O ciclo operacional abrange duas principais
categorias de ativo de curto prazo: estoque e contas a receber [...]” (GITMAN,
2009, p. 549). O ciclo operacional é calculado a partir da somatória do prazo
médio de estoques (ou idade média do estoque [IME]) e do prazo médio de
recebimento (PMR), também conhecido como prazo médio de recebimento
pelas vendas (PMRV). O ciclo operacional pode ser calculado a partir da
equação abaixo representada.

Ciclo operacional = prazo médio do estoque (PME) +


prazo médio de recebimento (PMR)

Com forma de demonstrar a aplicabilidade do conceito de ciclo operacional,


vamos ao nosso exemplo.

As Organizações JHMC necessitam calcular o seu ciclo operacional


e, para isso, realizaram um levantamento de dados junto ao seu
departamento de contabilidade. A empresa possui alta rotatividade em seus
estoques; as empresas do setor têm, em média, estoque de 105 dias. Entretanto,
a média de estoque das Organizações JHMC é de 85 dias.
Em relação ao prazo de recebimento, a empresa tem uma política de trabalho
exclusivo com seus clientes; devido a essa exclusividade, ela recebe suas vendas
com o prazo médio de 43 dias.
A partir dos dados mencionados, a empresa obteve o seguinte ciclo
operacional.
Ciclo operacional = 85 + 43
Ciclo operacional = 128 dias
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Segundo Ross et al. (2014, p. 935):

O ciclo operacional descreve a forma como um produto se movimenta entre as


contas dos ativos circulantes. O produto começa a vida como estoque, depois é
convertido em contas a receber quando vendido e, finalmente, é convertido em
caixa quando recebemos o pagamento das vendas. Observe que, a cada etapa, o
ativo se move para mais perto do caixa.

Com o cálculo do ciclo operacional, será possível fazer o cálculo do ciclo


financeiro (CF), também conhecido como ciclo de caixa, o qual considera, ainda,
o prazo médio de pagamento (PMP), que é o tempo em dias que a empresa
demora para pagar os seus fornecedores.
O ciclo financeiro é o cálculo efetuado pela administração financeira e
que demonstra o período em dias entre o recebimento do valor pela venda
efetuada até o momento em que se pagou pelos estoques (ROSS et al., 2014).
É importante frisar que, para calcular o ciclo financeiro de uma empresa,
se faz necessário calcular anteriormente o ciclo operacional, pois é a partir
dele que se pode efetivamente calcular o ciclo financeiro de uma empresa.
O ciclo financeiro pode ser calculado a partir da equação a seguir:

Ciclo financeiro = ciclo operacional (CO) - prazo médio de pagamento (PMP)

Como forma de demonstrar a aplicabilidade do conceito de ciclo finan-


ceiro, vamos dar continuidade ao nosso exemplo já apresentado, partindo
do mesmo contexto das Organizações JHMC.

As Organizações JHMC obtiveram, ainda, de seu departamento con-


tábil o prazo médio de pagamento de suas operações em 28 dias. É
importante ressaltar que a empresa tem atuado junto aos seus fornecedores
para aumentar esse prazo ainda mais. Com essa nova informação, a empresa
obteve o seguinte valor de ciclo financeiro:
Ciclo financeiro = 128 - 28
Ciclo financeiro = 100

Considerando os dados do nosso exemplo, podemos constatar que o


fluxo das Organizações JHMC demora 100 dias entre o pagamento com caixa
de seus estoques e o recebimento em caixa deles, como pode ser observado
na Figura 3.
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Figura 3. Ciclo operacional da empresa.


Fonte: Priority Partners (2019, documento on-line).

Mas como você pode calcular a necessidade de capital de giro a partir


de tais conceitos?
Bem, primeiro vamos calcular os diversos prazos médios, necessários ao
cálculo do ciclo financeiro. Um indicador importante para as organizações está
relacionado ao prazo médio de estoque (PME), que, por sua vez, é calculado
pela seguinte fórmula:

PME = (estoque médio/custo da mercadoria vendida) x 360

Os gestores financeiros das empresas devem estar sempre atentos ao


tipo de informação necessária, bem como ao tipo de negócios. Há empresas
que necessariamente lidam com maior sazonalidade do que outras, por isso,
nesses casos, essa variável deve ser considerada no cálculo do capital de giro.
Prazo médio de recebimento (PMR) é o tempo entre a data em que foi
realizada a venda para o cliente e o tempo em que efetivamente a empresa
recebeu essa venda. Como exemplo, podemos citar que se a empresa realiza
uma venda parcelada em 4 vezes, ela receberá essas vendas da seguinte
forma: 25% em 30 dias, 25% em 60 dias, 25% em 90 dias e os 25% restantes
em 120 dias.
A fórmula para o cálculo do PMR é a seguinte:

PMR = (contas a receber/receita líquida) x 360

E, finalmente, o prazo médio de pagamento (PMP) é o tempo entre a data


que foi realizada a compra e o efetivo pagamento ao fornecedor. Por exemplo,
uma organização que comprou matérias-primas para o seu negócio e efetua
14 Capital de giro

o pagamento em uma entrada e o restante em 60 dias, tem o prazo médio


de pagamentos de 50% a vista e 50% a prazo. A fórmula para o cálculo do
PMP é a seguinte:

PMP = (fornecedores/compras) x 360

Em negócios nos quais a empresa possui um prazo médio de pagamento


com seus fornecedores superior ao prazo médio de recebimento que ela
concede aos seus clientes, será possível ela ter uma NCG pequena, já que ela
será financiada pelos seus clientes. Entretanto, caso a empresa tenha um
prazo médio de recebimento inferior ao seu prazo médio de pagamento, ela
estará em uma situação em que os seus fornecedores recebem antes de ela
ter recebido dos seus clientes, por isso, ela necessitará de um maior volume
de capital de giro.
A defasagem identificada entre o momento das entradas e o momento
das saídas de caixa impõe aos gestores financeiros a obrigação de planejar
esse fluxo no curto prazo.
Após calcular o valor do PME, do PMR e do PMP da empresa, é possível
calcular o seu CO e o seu CF. Vamos construir um exemplo a partir das informa-
ções sobre as organizações JHMC, em especial, as informações sobre o Ano 1.

As Organizações JHMC apresentaram o seguinte balanço patrimonial.

Ativo Ano 1 Passivo Ano 1

Ativo circulante 1.890.000 Passivo 1.445.000


circulante

Disponível 260.000 Salários 350.000

Caixa 100.000 Empréstimos 450.000

Aplicações 160.000 Fornecedores 590.000

Realizável de 1.430.000 Outras contas 55.000


curto prazo

Recebíveis 1.130.000 Passivo não 450.850


circulante

Estoques 250.000 Empréstimos e 450.850


financiamentos
Capital de giro 15

Ativo Ano 1 Passivo Ano 1

Outras contas a 50.000


receber

Ativo não 3.800.000 Patrimônio 3.594.150


circulante líquido

Investimentos 3.000.000 Capital social 2.594.150

mobilizado 800.000 Reservas 1.000.000

Total do ativo 5.490.000 Total do passivo 5.490.000

Também foi informado que a empresa obteve uma receita líquida de R$


5.500.000,00 no ano 1. Vamos ver o restante dos resultados no DRE.

Receita líquida 5.500.000

Custo de mercadorias vendidas –3.240.000

Lucro bruto 2.260.000

Despesas diversas –1.050.000

Lucro antes do IR 1.210.000

IR –363.000

Lucro líquido 847.000

Vamos, então, efetuar os cálculos. Os valores serão arredondados, o que


não implica qualquer problema em termos de gestão, visto que as diferenças
por arredondamento não são significativas no resultado final.
Inicialmente, vamos calcular o PME:

Em seguida, calculamos o PMR:


16 Capital de giro

Com isso, já podemos calcular o ciclo operacional:

Precisamos, agora, calcular o PMP:

Temos, agora a possibilidade de calcular o ciclo financeiro:

Ou seja, a organização precisa se autofinanciar pelo equivalente a um pe-


ríodo de 36,19 dias. Mas quanto isso representa em dinheiro? Afinal, é isso que
desejamos saber: qual o investimento necessário em capital de giro, ou seja,
qual a NCG?
Bem, para sabermos a NCG, podemos analisar da seguinte forma: o capital de
giro é o dinheiro que precisa permanecer disponível para a empresa poder ter
capacidade de pagar por seus compromissos, seus gastos. Assim, se somarmos
os custos e as despesas encontrados no DRE, temos o total de compromissos.
Podemos, então, calcular o valor médio diário de gastos, os quais precisam ser
saldados com o capital de giro. Temos, assim:

Vamos interpretar esse valor: em média, a empresa precisa dispor de $12.925


por dia, para poder saldar seus compromissos. Como ela precisa se autofinanciar
por 36,19 dias, basta multiplicar a necessidade diária pela quantidade de dias
a se financiar, para termos o valor esperado da NCG. Ou seja:

Observe que as organizações podem melhorar seu ciclo financeiro ao


negociarem condições mais favoráveis com seus fornecedores, ou, ainda, ao
serem menos permissivas na concessão de prazo para pagamento de seus
clientes. Esse tipo de política deve ser elaborado em conjunto pela adminis-
tração financeira e pelo departamento de marketing e vendas da empresa.
Capital de giro 17

Pode parecer estranho falar-se de “investimento” em capital de giro,


afinal, coloca-se o montante na empresa, e não há um “ganho”: o
dinheiro simplesmente permanece lá. Sim, é verdade. Mas a lógica é a de que
o capital de giro é necessário enquanto a empresa estiver operando, isto é,
comprando, vendendo, pagando e recebendo. Se em determinado momento a
empresa deixar de funcionar, esse capital de giro fica “sobrando” e pode ser
resgatado. Ou seja, é, de fato, um investimento, pois aplicamos o dinheiro e
resgatamos (ainda que sem qualquer ganho real: resgatamos o que foi investido).

Os gestores financeiros devem fazer uso de todas as ferramentas finan-


ceiras que lhe propiciem a tomada de decisão e a apresentação de dados
passíveis de serem analisados, por isso, é extremamente interessante que o
estudo sobre a gestão financeira seja algo frequente em todas as organizações.
Portanto, a administração financeira desempenha o papel de equilibrar as
necessidades da organização em termos de capital de giro e de fluxo de caixa
com essas expectativas externas para atendê-las da melhor maneira possível.

Referências
ASSAF NETO, A.; SILVA, C. A. T. Administração do capital de giro. 4. ed. São Paulo: Atlas,
2011.
BROM, L. G.; BALIAN, J. E. A. Análise de investimento e capital de giro: conceitos e
aplicações. São Paulo: Saraiva, 2007.
GITMAN, L. J. Princípios de administração financeira. 12. ed. São Paulo: Pearson, 2009.
GUIMARÃES, J. O.; OZÓRIO, D. Gestão do capital de giro. Rio de Janeiro: FGV, 2018.
PRIORITY PARTINERS. Capital de giro. [2019]. Disponível em: http://p1p.com.br/capital-
-de-giro/. Acesso em: 27 maio 2021.
ROSS, S. A. et al. Administração financeira: versão brasileira de corporate finance. 10.
ed. Porto Alegre: AMGH, 2014.

Leituras recomendadas
CASADO, J. H. M. et al. Administração do capital de giro. Porto Alegre: Sagah, 2020.
SEBRAE. Capital de giro: aprenda o que é e como funciona o da sua empresa. 2013. Dis-
ponível em: https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/artigosFinancas/o-
-que-e-e-como-funciona-o-capital-de-giro,a4c8e8da69133410VgnVCM1000003b74010
aRCRD. Acesso em: 27 maio 2021.
18 Capital de giro

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integralidade das informações referidas em tais links.
Dica do professor
A necessidade de capital de giro (NCG) trata do valor mínimo que um empreendimento requer para
ter recursos em seu caixa que assegurem que a atividade de compra, produção ou comercialização
de um produto ou serviço não vai ser interrompida pela ausência deles. Portanto, identificar o tipo
de NCG mais adequado para o empreendimento é fundamental.

Nesta Dica do Professor, você vai aprender como diferenciar a necessidade de capital de giro
ocasional da necessidade de capital de giro constante.

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Exercícios

1) Cada vez mais, gestores estão percebendo de maneira racional a importância do capital de
giro para o êxito de um negócio. Assim, imagine a seguinte situação: você foi convidado a
realizar um treinamento para os novos funcionários da empresa em que trabalha. O tema da
apresentação vai ser capital de giro.

Dentre os muitos detalhes que você vai comentar, assinale a alternativa que apresenta a
linha principal do seu discurso.

A) Capital de giro é, necessariamente, um recurso aportado pelos sócios.

B) Capital de giro é, necessariamente, um recurso de terceiros.

C) Quando o capital de giro conta com recursos de terceiros, isso indica grande fragilidade
financeira da empresa.

D) O melhor para a empresa é que o capital de giro seja composto por recursos próprios.

E) Em determinados casos, é melhor para a empresa que o capital de giro seja composto por
recursos próprios; em outros, por capital de terceiros; ou, ainda, que estes se mesclem.

2) Desenvolver a capacidade de calcular a necessidade de capital de giro líquido (CGL) é


essencial ao gestor no sentido de reduzir as possibilidades de riscos e de ausência de
recursos para pagamento de fornecedores e colaboradores. Mas, como estabelecer esses
valores?

Diante do exposto, imagine a seguinte situação: você foi contratado por uma empresa para
identificar o valor da CGL em cada período e o valor da variação entre o ano passado e o
atual. Os dirigentes forneceram as seguintes informações (valores em reais):

Ano passado:
• Duplicatas a receber: 100.000,00
• Estoques: 250.000,00
• Fornecedores: 180.000,00
• Impostos (passivo): 85.000,00
• Salários a pagar: 60.000,00

Ano atual:
• Duplicatas a receber: 105.000,00
• Estoques: 250.000,00
• Fornecedores: 175.000,00
• Impostos (passivo): 85.000,00
• Salários a pagar: 60.000,00

Com base nos dados apresentados, assinale a alternativa que indica corretamente o valor da
variação do CGL e o saldo do CGL no passado e no ano atual.

A) Como as contas de estoques, impostos e salários a pagar não tiveram variação, o CGL é o
mesmo nos dois anos, portanto não houve variação.

B) A variação do CGL vinculada à variação das duplicatas a receber (R$ 5.000,00), o CGL no ano
passado foi de R$ 25.000,00 e a do ano atual de R$ 30.000,00.

C) A variação do CGL foi de R$ 10.000,00, sendo que o CGL no atual foi de R$ 35.000,00 e no
ano passado de R$ 25.000,00.

D) A variação da NCG foi de R$ 10.000,00, sendo que o CGL no atual foi de R$ 25.000,00 e no
ano passado de R$ 15.000,00.

E) A variação da NCG foi de R$ 15.000,00, sendo que o CGL no atual foi de R$ 40.000,00 e no
ano passado de R$ 25.000,00.

3) Na avaliação da necessidade de capital de giro (NCG), é preciso levar em conta a existência


de variações, e estas devem ser avaliadas, pois uma interpretação equivocada pode conduzir
um negócio à falência.

A fim de refletir sobre essa particularidade, analise a seguinte situação: sua empresa produz
cadeiras para escritório e atende a empresas particulares e públicas em todo o Brasil.
Recentemente, ela venceu uma concorrência para fornecer grande quantidade desse
equipamento a um importante órgão público; por essa razão, seu estoque deve ter um
aumento de 35%.

Os números atuais da empresa são (valores em reais):

• Duplicatas a receber: 80.000,00


• Estoques: 100.000,00
• Fornecedores: 60.000,00
• Impostos (passivo): 50.000,00
• Salários a pagar: 55.000,00

Indique qual conta será impactada por este aumento na NCG, e o seu novo valor respectivo.
A) A variação da conta Estoques será de R$ 35.000,00.

B) A variação da conta Estoques será de R$ 15.000,00 para R$ 50.000,00.

C) A variação da conta Estoques vai variar 35%; como atualmente é R$ 15.000,00, passará para
R$ 20.250,00.

D) Apenas com esses dados não é possível calcular a nova NCG.

E) A variação da conta Estoques vai variar de R$ 25.000,00 para R$ 50.000,00.

4) Capital de giro corresponde aos recursos que a empresa precisa dispor com vistas a financiar
suas atividades, como aquisição de materiais para manutenção de suas vendas quando estas
permanecem constantes.

Em se tratando do capital de giro composto, ou seja, aquele que é em parte ou totalmente


constituído por capital de terceiros, é correto afirmar que:

A) seu custo vai ser sempre mais elevado do que se fosse totalmente composto por capital
próprio.

B) o capital de terceiros (que compõe o capital de giro) é sempre financeiro, e juros sempre vão
ser devidos.

C) o capital de terceiros (que compõe o capital de giro) pode também ser composto por matéria-
prima.

D) o capital de giro só pode ser composto por capital de terceiros.

E) os dois únicos tipos de capital de terceiros que podem compor o capital de giro são
fornecedores e bancos (recursos de empréstimos financeiros).

5) Devido à complexidade da economia brasileira (impostos, tributos e legislações), à expansão


do mercado financeiro e ao elevado custo do crédito, é fundamental aprender a calcular o
capital de giro de um negócio.

Diante do exposto, imagine a seguinte situação: um aumento de R$ 20.000,00 na NCG de


uma empresa pode ser suportado pelas seguintes contas, com seus respectivos custos e
limites máximos:

• Fornecedores – custo de 0,5% ao mês e limite de R$ 15.000,00.


• Empréstimos bancários – custo de 5% ao mês e limite de R$ 50.000,00.
• Capital dos sócios – custo de 1,5% ao mês e limite de R$ 20.000,00.

Com base nessas informações, assinale a alternativa que traz a melhor opção para a empresa
e sua respectiva justificativa.

A) Nenhuma das opções é viável, pois todas têm algum custo mensal.

B) Suportar toda a variação com capital dos sócios, pois os fornecedores não têm limite
suficiente, e os juros dos empréstimos bancários são maiores.

C) Suportar R$ 15.000,00 da variação com recursos dos fornecedores, e R$ 5.000,00 com


capital dos sócios, optando-se sempre pelos menores juros em seus respectivos limites.

D) Suportar toda a variação com empréstimos bancários, pois seu limite é maior.

E) Dividir, em qualquer proporção, os R$ 20.000,00 entre fornecedores e capital dos sócios, pois
o mais importante é evitar empréstimos bancários.
Na prática
Calcular e administrar o capital de giro do negócio é o desafio de muitos empreendimentos. Além
de definir o montante necessário, é preciso identificar custos desnecessários que podem ser
evitados, não utilizar o capital de giro para cobrir despesas pessoais, desenvolver a habilidade de
negociação com fornecedores e credores, etc.

Neste Na Prática, você vai acompanhar o caso da empresa VIPs, que desenvolveu uma estratégia
de antecipação de caixa a fim de obter novos recursos.
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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja a seguir as sugestões do professor:

O capital de giro na decisão de financiamento das empresas:


uma revisão
Este artigo aborda a necessidade de capital de giro (NCG) em uma organização, elencando os
principais fatores que fazem com que as empresas a identifiquem.

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Determinantes da necessidade de capital de giro e do ciclo


financeiro das empresas brasileiras listadas na B3
Este artigo faz uma análise de fatores determinantes da necessidade de capital de giro e do ciclo
financeiro, considerando seu impacto na liquidez e na rentabilidade dos negócios, a partir da
experiência de empresas situadas na B3.

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Capital de giro da sua empresa: o que é e como gerenciar?


O vídeo institucional produzido pelo Sebrae apresenta conceitos e situações em que um gesto
pode indicar a necessidade de capital de giro e como calculá-lo.
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