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Contabilidade Financeira II – GE D+PL

Tema 1
NCRF 7 – Ativos Fixos Tangíveis

Autor: Manuel Andrino


Adaptado pela equipa docente em 2022/2023

Contabilidade Financeira II Ano letivo 2022/23 1


Âmbito

Âmbito:
 Aplica-se na contabilização de AFT, exceto quando outra norma exija ou
permita um tratamento contabilístico diferente.
 Assim, esta norma não se aplica a:
1. AFT classificados como detidos para venda de acordo com a NCRF 8.
2. Ativos biológicos relacionados com a atividade agrícola (NCRF 17).
3. Ativos relacionados com a exploração e avaliação de recursos naturais
(NCRF16)
4. Direitos minerais e reservas minerais tais como petróleo, gás natural e
recursos regenerativos semelhantes.
 Contudo, aplica-se aos AFT usados para desenvolver ou manter os
ativos descritos nos pontos 2 a 4.

Contabilidade Financeira II Ano letivo 2022/23 2


Definições

Ativos Fixos Tangíveis


São itens tangíveis:
 Detidos para uso na produção ou fornecimento de bens ou serviços, para
arrendamento a outros, ou para fins administrativos;
e
 Que se espera que sejam usados durante mais do que um período.

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Definições

Conta 43 – Ativos fixos tangíveis:


431 – Terrenos e recursos naturais
432 – Edifícios e outras construções
433 – Equipamento básico
434 – Equipamento de transporte Débito

435 – Equipamento administrativo


436 – Equipamentos biológicos
437 – Outros ativos fixos tangíveis
438 – Depreciações acumuladas
Crédito
439 – Perdas por imparidade acumuladas

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Reconhecimento

Reconhecimento:
 O custo de um item de AFT deve ser reconhecido como ativo se, e apenas
se:
− For provável que futuros benefícios económicos associados ao item
fluam para a entidade; e
− O custo do item puder ser mensurado fiavelmente.
 Sobressalentes e equipamentos de serviços:
− São geralmente escriturados como inventários e reconhecidos nos
resultados quando consumidos.
− Contudo, são classificados como AFT se a entidade espera usá-los
durante mais do que um período ou puderem ser utilizados em ligação
com um item do AFT.

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Reconhecimento

Custos iniciais:
 A aquisição de itens do AFT por razões de segurança ou ambientais não
aumentam diretamente futuros benefícios económicos.
 Contudo, podem ser necessários para que a entidade obtenha futuros
benefícios económicos dos seus outros ativos.
 Devem ser reconhecidos como AFT porque permitem a uma entidade obter
benefícios económicos dos ativos relacionados, para além dos que teria
obtido se não tivesse adquirido esses itens.

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Reconhecimento

Custos subsequentes:
Custos de assistência diária ao item:
– Incluem fundamentalmente custos de mão de obra, de consumíveis e de
pequenas peças.
– São reconhecidos nos resultados quando incorridos.

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Reconhecimento

Custos subsequentes:
 Itens que representem partes e componentes de substituição a intervalos
regulares (recorrente e não frequente):
− Reconhecidos como AFT quando o custo for incorrido e se os critérios
de reconhecimento forem cumpridos.
− A quantia escriturada das peças substituídas deve ser desreconhecida.
Exemplos:
− Tijolos refratários nos fornos após uma determinada quantidade de
horas de uso;
− Interiores dos aviões como assentos e cozinhas de bordo.

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Reconhecimento

Custos subsequentes:
Inspeções importantes em busca de falhas:
– O seu custo deve ser reconhecido como AFT como substituição se os
critérios de reconhecimento forem cumpridos.
– Qualquer quantia escriturada remanescente do custo da inspeção anterior
(distinta das peças físicas) é desreconhecida.

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Reconhecimento

Reconhecimento individual ou agregado ?


A norma não prescreve uma unidade de medida, é um juízo de valor a fazer caso
a caso face às circunstâncias.
Podem ser critérios a ter em conta:
 Valor envolvido
 Vida útil semelhante
 Tipo de utilização

Exemplo:
 Conjunto de cadeiras duma sala de aula; mobília de quarto de hotel …

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Reconhecimento

Reconhecimento individual ou agregado ?


Podem ser reconhecidos como uma só quantidade e quantia fixa, itens que
satisfaçam todas as 3 seguintes condições:
 Sejam renovados com frequência;
 Os bens individualmente tenham valor imaterial;
 A vida útil não seja superior a 3 anos.
Exemplos:
 Lençóis num hotel
 Talheres num restaurante
 Pequenos utensílios cirúrgicos num hospital

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Mensuração no reconhecimento

Mensuração inicial (no reconhecimento):


 Mensurado pelo custo.
Elementos do custo:
AFT adquiridos:
 O seu preço de compra, incluindo direitos de importação e os impostos não
reembolsáveis, após a dedução dos descontos e abatimentos.
 Quaisquer custos diretamente atribuíveis para colocar o ativo na localização
e condições necessárias funcionar (ver diapositivo 14):
 A estimativa inicial dos custos de desmantelamento e remoção do item e de
restauração do local no qual esteja localizado, cuja obrigação incorra no
momento da aquisição do item.

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Mensuração no reconhecimento

Elementos do custo:
AFT construídos pela própria entidade:
 O custo determina-se usando os mesmos princípios quanto a um ativo
adquirido.
 Aplicam-se as mesmas regras da NCRF 18 na produção de inventários para
venda.
 Podem ainda incluir-se custos de empréstimos obtidos, de acordo com as
regras da NCRF 10. A sua capitalização deve começar quando:
− Os dispêndios com o ativo estejam a ser incorridos;
− Os custos com os empréstimos obtidos estejam a ser incorridos; e
− As atividades que sejam necessárias para preparar o ativo para o seu uso
pretendido estejam em curso.

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Mensuração no reconhecimento

Elementos do custo:
Exemplos de custos diretamente atribuíveis:
 Custos de benefícios dos empregados (ver NCRF 28) decorrentes da
construção ou aquisição de um item do AFT;
 Custos de preparação do local;
 Custos iniciais de entrega e de manuseamento;
 Custos de instalação e montagem;
 Custos de testar se o ativo funciona corretamente, após a dedução dos
proventos líquidos da venda de qualquer item produzido durante a fase de
teste.
 Honorários.

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Mensuração no reconhecimento

Mensuração do custo:
 Nos casos de troca de ativos, estes são mensurados ao justo valor, (de
preferência utiliza-se o JV do ativo cedido para mensurar o recebido) a não
ser que:
– a transação da troca careça de substância comercial; ou
– nem o justo valor do ativo recebido nem o justo valor do ativo cedido sejam
fiavelmente mensuráveis.
 No caso do item adquirido não poder ser mensurado ao justo valor, o seu
custo é mensurado pela quantia escriturada do ativo cedido.
 Casos específicos de mensuração:
− O custo de uma AFT detido por um locatário segundo uma locação financeira é
determinado de acordo com a NCRF 9 – Locações (JV do ativo ou VP dos
pagamentos mínimos da locação, se menor);

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Mensuração após reconhecimento

Mensuração subsequente (após reconhecimento):


 Uma entidade deve escolher entre:
– O modelo do custo;
ou
– O modelo de revalorização
Notas importantes:
 O modelo de revalorização só pode ser utilizado se o justo valor puder ser
determinado com fiabilidade;
 Deve adotar o modelo escolhido como política contabilística e aplicá-la a
uma classe inteira de AFT

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Mensuração após reconhecimento

Modelo do Custo:
 Após o reconhecimento como um ativo, um item do AFT deve ser
escriturado:
– Pelo seu custo
(–) qualquer depreciação acumulada
(–) quaisquer perdas por imparidade

 Depreciação:
– Imputação sistemática da quantia depreciável de um ativo durante a
sua vida útil (conta 642 – Gastos de depreciação e de amortização e
438 – Depreciações acumuladas)

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Mensuração após reconhecimento

Modelo do Custo:
 Quantia depreciável:
– Custo do ativo, ou outra quantia substituta do custo, menos o seu valor
residual.
 Valor residual:
– É a quantia estimada que uma entidade obteria correntemente pela alienação
de um ativo, após dedução dos custos estimados de alienação, se o ativo já
tivesse a idade e as condições esperadas no final da sua vida útil.
 Vida útil:
– O período durante o qual uma entidade espera que um ativo esteja disponível
para uso; ou
– O número de unidades de produção ou similares que uma entidade espera
obter do ativo.

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Mensuração após reconhecimento

Modelo do Custo:
 Perda por imparidade:
– É o excedente da quantia escriturada de um ativo, ou de uma unidade
geradora de caixa, em relação à sua quantia recuperável.
 Quantia escriturada:
– É a quantia pela qual um ativo é reconhecido no balanço, após a
dedução de qualquer depreciação/amortização acumulada e de perdas
por imparidade acumuladas inerentes:
 Q. ESCRITURADA = Q. BRUTA – DEP. ACUM. – PERDAS IMP. ACUM.
 Quantia recuperável:
– É a quantia mais alta entre o justo valor de um ativo menos os custos
de alienação e o seu valor de uso.

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Mensuração após reconhecimento

Modelo do Custo:
 Valor de uso (ou específico):
– É o valor presente dos fluxos de caixa que uma entidade espera que
resultem do uso continuado de um ativo e da sua alienação no final da
sua vida útil ou em que espera incorrer ao liquidar um passivo.

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Mensuração após reconhecimento

Depreciação:
 Cada parte de um item de um AFT com um custo que seja significativo em relação ao
custo total do item e tenha vida útil diferente deve ser depreciada separadamente;
 O gasto de depreciação em cada período deve ser reconhecido nos resultados (conta
642 – Gastos de depreciação e amortização).
Quantia depreciável e período de depreciação:
 Deve ser imputada numa base sistemática durante a sua vida útil;
 O valor residual e a vida útil devem ser revistos pelo menos no fim de cada ano
financeiro;
 Se as expectativas (do VR e da VU) diferirem das anteriores, as alterações devem ser
contabilizadas como uma alteração numa estimativa contabilística de acordo com a
NCRF 4;
 A depreciação é reconhecida mesmo se o justo valor exceder a quantia escriturada,
desde que esta seja superior ao valor residual.

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Mensuração após reconhecimento

Quantia depreciável e período de depreciação:


 Início da depreciação:
– quando o ativo está disponível para uso (por duodécimos);
 A depreciação cessa na data que ocorrer mais cedo, entre:
− A data em que o ativo for classificado como detido para venda, de acordo com
a NCRF 8; e
− A data em que o ativo for desreconhecido.
 A depreciação não cessa quando o ativo se tornar ocioso ou for retirado do
uso, a não ser que esteja totalmente depreciado.
 Segundo os métodos de depreciação pelo uso, o gasto de depreciação pode
ser zero enquanto não houver produção.

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Mensuração após reconhecimento

Quantia depreciável e período de depreciação:


 O período de depreciação, ou a sua vida útil, deve ser considerado tendo
por base os seguintes fatores:
- Uso esperado do ativo (avaliado por referência à capacidade ou produção física
esperadas do ativo);
- Desgaste normal esperado (depende do nº de turnos, programa de reparação);
- Obsolescência técnica e comercial proveniente de alterações ou
melhoramentos na produção;
- Limites legais ou semelhantes no uso do ativo (datas de extinção de locações
com ele relacionadas).
 A vida útil do ativo pode ser mais curta do que a sua vida económica.

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Mensuração após reconhecimento

Quantia depreciável e período de depreciação:


Particularidades dos terrenos e edifícios:
 São ativos separáveis e são contabilizados separadamente, mesmo quando sejam
adquiridos em conjunto;
 Os terrenos têm uma vida útil ilimitada pelo que não são depreciáveis, com exceção
dos que sejam usados para a extração de recursos naturais (pedreiras, areias, argilas
..) e locais usados como aterro;
 Os edifícios têm uma vida útil limitada e por isso são ativos depreciáveis;
 Um aumento no valor do terreno no qual o edifício esteja construído não afeta a
determinação da quantia depreciável do edifício;
 Se o custo do terreno incluir os custos de desmantelamento, remoção e restauração
do local, essa porção do custo do terreno é depreciável durante o período de
benefícios obtidos correlacionados com esses custos.

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Mensuração após reconhecimento

Método de depreciação:
 Deve refletir o modelo por que se espera que os futuros benefícios
económicos do ativo sejam consumidos pela entidade;
 Deve ser revisto, pelo menos, no final de cada ano financeiro. Caso haja
alteração deve ser contabilizada como alteração numa estimativa
contabilística de acordo com a NCRF 4;

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Mensuração após reconhecimento

Métodos de depreciação a aplicar:


 Método da linha reta (quotas constantes):
resulta num débito constante durante a vida útil do ativo, se o seu valor
residual não se alterar;
 Método do saldo decrescente (quotas degressivas):
resulta num débito decrescente durante a vida útil;
 Método das unidades de produção (desgaste funcional):
resulta num débito baseado no uso ou produção esperados.

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Mensuração após reconhecimento

Métodos de depreciação a aplicar:


 A entidade deve utilizar o método que reflita mais aproximadamente o
modelo esperado de consumo dos futuros benefícios económicos
incorporados no ativo.
 Esse método deve ser aplicado consistentemente de período para período a
menos que ocorra uma alteração no modelo esperado.

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Mensuração após reconhecimento
Exemplos – métodos de depreciação

Método da linha reta – MLR (quotas constantes):


Custo de Aquisição: 10.500
Valor Residual: 500
Quantia Depreciável: 10.000
Vida útil 5 anos (taxa de depreciação anual: 20%)

Depreciação Quantia
Ano
Anual (Quantia Depreciável x taxa) Acumulada Escriturada
1º ano 10.000 x 20% = 2.000 2.000 8.500
2º ano 10.000 x 20% = 2.000 4.000 6.500
3º ano 10.000 x 20% = 2.000 6.000 4.500
4º ano 10.000 x 20% = 2.000 8.000 2.500
5º ano 10.000 x 20% = 2.000 10.000 500

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Mensuração após reconhecimento
Exemplos – métodos de depreciação

Método do saldo decrescente – MSD (quotas degressivas):


a) Método dos dígitos:
– Soma dos dígitos: 5 + 4 + 3 + 2 + 1 = 15

Depreciação Quantia
Ano
Coeficiente Anual (Dígito x Q. depreciável) Acumulada Escriturada

1º Ano 5/15 5/15 x 10.000 = 3.333 3.333 7.167

2º Ano 4/15 4/15 x 10.000 = 2.667 6.000 4.500

3º Ano 3/15 3/15 x 10.000 = 2.000 8.000 2.500

4º Ano 2/15 2/15 x 10.000 = 1.333 9.333 1.167


5º Ano 1/15 1/15 x 10.000 = 667 10.000 500

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Mensuração após reconhecimento
Exemplos – métodos de depreciação

Método do saldo decrescente – MSD (quotas degressivas):


b) Taxa linear multiplicada por um coeficiente
 Corresponde à utilização de uma taxa linear ponderada por um
coeficiente (geralmente 2, mas pode ser outro).
 Aplica-se sempre a mesma taxa de depreciação (a que corresponde à
sua vida útil e a utilizada no método da linha reta) multiplicada por um
coeficiente (2 ou outro) à quantia resultante da diferença entre a
quantia depreciável e as depreciações acumuladas no início do ano.

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Mensuração após reconhecimento
Exemplos – métodos de depreciação

Método do saldo decrescente – MSD (quotas degressivas):


b) Taxa linear multiplicada por um coeficiente
– O coeficiente a aplicar é 2

Taxa x Coef. x Quantia Depreciação Depreciação Quantia


Anos QE Início
Depreciável anual acumulada Escriturada

1º Ano 10.500 20% x 2 x 10.000 4.000 4.000 6.500

2º Ano 6.500 20% x 2 x 6.000 2.400 6.400 4.100

3º Ano 4.100 20% x 2 x 3.600 1.440 7.840 2.660

4º Ano 2.660 20% x 2 x 2.160 864 8.704 1.796

5º Ano 1.796 20% x 2 x 1.296 518 9.222 1.278

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Mensuração após reconhecimento
Exemplos – métodos de depreciação

Método do saldo decrescente – MSD (quotas degressivas):


b) Taxa linear multiplicada por um coeficiente (fiscal)
 Idem anterior
 Quando a depreciação anual calculada de acordo com o MSD for
inferior, num dado período, à que resulta da divisão da quantia
pendente de depreciação pelo número de anos de vida útil que restam
ao item a contar do início desse período, poderá ser aceite como
depreciação anual até ao termo da vida útil do item uma depreciação
de valor correspondente ao quociente daquela divisão.
 Coeficientes a utilizar:
- Vida útil <= 4 anos: 1,5
- Vida útil = 5 ou 6 anos: 2
- Vida útil > 6 anos: 2,5

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Mensuração após reconhecimento
Exemplos – métodos de depreciação

Método do saldo decrescente – MSD (quotas degressivas):


b) Taxa linear multiplicada por um coeficiente (Fiscal)

Taxa x Coef x Quantia Depreciação Quantia Depreciável Depreciação


Anos QE Início
Depreciável Anual MSD Início ÷ V.U. estimada Anual

1º Ano 10.500 20% x 2 x 10.000 4.000 10.000 ÷ 5 = 2.000 4.000

2º Ano 6.500 20% x 2 x 6.000 2.400 6.000 ÷ 4 = 1.500 2.400

3º Ano 4.100 20% x 2 x 3.600 1.440 3.600 ÷ 3 = 1.200 1.440

4º Ano 2.660 20% x 2 x 2.160 864 2.160 ÷ 2 = 1.080 1.080


5º Ano 1.080 1.080

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Mensuração após reconhecimento
Exemplos – métodos de depreciação

Método das unidades de produção – MUP (Desgaste funcional):


Se a atividade esperada do ativo fosse de 12.500 horas, teríamos uma taxa de
depreciação horária de € 10.000/12.500 horas = € 0,80
Neste caso a atividade real coincidiu com a atividade estimada.

Depreciação Quantia
Ano
Nº de horas Anual (Nº Horas x taxa horária) Acumulada Escriturada

1º Ano 2.000 2.000 x 0,80 = 1.600 1.600 8.900

2º Ano 3.100 3.100 x 0,80 = 2.480 4.080 6.420

3º Ano 2.100 2.100 x 0,80 = 1.680 5.760 4.740

4º Ano 3.500 3.500 x 0,80 = 2.800 8.560 1.940


5º Ano 1.800 1.800 x 0,80 = 1.440 10.000 500

Contabilidade Financeira II Ano letivo 2022/23 34


Mensuração após reconhecimento

Modelo de revalorização:
 Após o reconhecimento como um ativo, um item do AFT, cujo justo valor
possa ser mensurado fiavelmente, deve ser escriturado:
– Por uma quantia revalorizada, que é o justo valor à data da revalorização
(–) qualquer depreciação acumulada subsequente
(–) quaisquer perdas por imparidade subsequentes
 As revalorizações devem ser feitas com suficiente regularidade:
– Para assegurar que a quantia escriturada não difira materialmente daquela que
seria determinada pelo uso do justo valor à data do balanço;
– Há AFT que, pela sua volatilidade, necessitam de revalorização anual;
– Outros AFT poderão ser revalorizados a períodos mais longos (por exemplo a
cada 3 ou 5 anos).

Contabilidade Financeira II Ano letivo 2022/23 35


Mensuração após reconhecimento

Modelo de revalorização:
 Justo valor:
É a quantia pela qual um ativo pode ser trocado ou um passivo liquidado,
entre partes conhecedoras e dispostas a isso, numa transação em que não
exista relacionamento entre elas.

Contabilidade Financeira II Ano letivo 2022/23 36


Mensuração após reconhecimento

Modelo de revalorização:
Determinação do justo valor:
 Para terrenos e edifícios:
a partir de provas com base no mercado por avaliação que é normalmente
realizada por avaliadores profissionalmente qualificados.
 Para itens de instalações e equipamentos:
valor de mercado determinado por avaliação.
 Se não houver provas de JV com base no mercado ou o item for raramente
vendido:
o modelo de revalorização não pode ser utilizado.

Contabilidade Financeira II Ano letivo 2022/23 37


Mensuração após reconhecimento

Modelo de revalorização:
 Se um item do AFT for revalorizado, toda a classe do AFT à qual pertença
esse ativo deve ser revalorizada
 Exemplos de classes separadas (conjunto de ativos com natureza e uso
semelhantes):
– Terrenos; Terrenos e Edifícios; Maquinaria; Navios; Aviões; Veículos a motor;
Mobiliário e suportes fixos; Equipamento de escritório
 Efeitos dos impostos sobre o rendimento:
– Reconhecidos e divulgados de acordo com a NCRF 25 – Impostos sobre o
rendimento (ver § 20 da NCRF 25)

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Mensuração após reconhecimento

Modelo de revalorização:
Na revalorização de um item do AFT, as depreciações acumuladas, à data da
revalorização, são tratadas de uma das seguintes formas:
 Custo de reposição depreciado:
As depreciações acumuladas são reexpressas proporcionalmente com a
alteração na quantia escriturada bruta do ativo a fim de que a quantia
escriturada do ativo após a revalorização iguale a quantia revalorizada.
Este método é muitas vezes usado quando um ativo for revalorizado por
meio da aplicação de um índice ao seu custo de reposição depreciado.

Contabilidade Financeira II Ano letivo 2022/23 39


Mensuração após reconhecimento

Modelo de revalorização:
Na revalorização de um item do AFT, as depreciações acumuladas, à data da
revalorização, são tratadas de uma das seguintes formas:
 Valor de mercado:
As depreciações são eliminadas contra a quantia escriturada bruta do
ativo, sendo a quantia líquida reexpressa para a quantia revalorizada do
ativo.
Este método é muitas vezes usado para edifícios.

Contabilidade Financeira II Ano letivo 2022/23 40


Mensuração após reconhecimento

Modelo de revalorização:
Caso a revalorização seja para mais, essa quantia pode representar:
 Um aumento:
esse valor deve ser creditado diretamente em capital próprio (conta 58 –
Excedentes de revalorização).
 Um aumento após uma anterior diminuição:
esse aumento deve ser reconhecido nos resultados (conta 7625 – Reversões
de perdas por imparidade em AFT e 439 – Perdas por imparidade
acumuladas) até ao ponto em que reverta um decréscimo de revalorização
previamente reconhecido nos resultados.

Contabilidade Financeira II Ano letivo 2022/23 41


Mensuração após reconhecimento

Modelo de revalorização:
Caso a revalorização seja para menos, essa quantia pode representar:
 Uma diminuição:
esse valor deve ser reconhecido em resultados (conta 655 - Perdas por
imparidade em AFT e 439 – Perdas por imparidade acumuladas)
 Numa diminuição após um anterior aumento:
essa diminuição deve ser debitada diretamente no capital próprio (conta 58
– Excedentes de revalorização) até ao ponto de qualquer saldo de crédito
existente com respeito a esse ativo.

Contabilidade Financeira II Ano letivo 2022/23 42


Mensuração após reconhecimento

Modelo de revalorização:
Tratamento do excedente de revalorização
 Realização do excedente de revalorização – Transferência do excedente de
revalorização para resultados retidos (conta 56 – Resultados transitados):
− Quando o ativo for desreconhecido (retirado ou alienado):
pela totalidade do excedente.
− Pelo uso do ativo:
pela quantia correspondente à diferença entre a depreciação baseada
na quantia escriturada revalorizada do ativo e a depreciação baseada
no custo original do ativo.

Contabilidade Financeira II Ano letivo 2022/23 43


Mensuração após reconhecimento
Exemplos – modelo de revalorização

Justo valor – Método do custo de reposição depreciado:


Justo Valor: 90.000
Quantia escriturada em 31/12/N:
– Custo de aquisição (quantia bruta) 100.000
– Depreciações acumuladas (10% ao ano) 60.000 40.000
Excedente de Revalorização (90.000 – 40.000) 50.000
Coeficiente (90.000 ÷ 40.000): 2,25
Acréscimo de revalorização pelo custo de reposição depreciado:
Quantia a Revalorizar Coef. Quantia Revalorizada Excedente

Quantia bruta 100.000 2,25 225.000 125.000

Dep. Acumuladas 60.000 2,25 135.000 75.000


Quantia líquida 40.000 2,25 90.000 50.000

Contabilidade Financeira II Ano letivo 2022/23 44


Mensuração após reconhecimento
Exemplos – modelo de revalorização

Justo valor – Método do custo de reposição depreciado:


Registos contabilísticos referentes à revalorização:

Débito Crédito
Conta Valor Conta Valor
Aumento quantia bruta 432 125.000 5891 125.000
Aumento depreciações acumuladas 5891 75.000 438x 75.000

Realização do excedente de revalorização:


Depreciação com base na quantia revalorizada: 225.000 x 10% = 22.500
Depreciação com base no custo original: 100.000 x 10% = 10.000
Excedente realizado em N+1: 12.500
OU, Excedente bruto de revalorização x Taxa depreciação: 125.000 x 10% = 12.500
OU, Excedente de revalorização ÷ Vida útil remanescente: 50.000 ÷ 4 anos = 12.500

Contabilidade Financeira II Ano letivo 2022/23 45


Mensuração após reconhecimento
Exemplos – modelo de revalorização

Justo valor – Método do valor de mercado:


Justo Valor: 90.000
Quantia escriturada em 31/12/N:
– Custo de aquisição (quantia bruta) 100.000
– Depreciações acumuladas 60.000 40.000
Excedente de Revalorização (90.000 – 40.000) 50.000
Registo contabilístico:

Débito Crédito
Conta Valor Conta Valor
Excedente de revalorização 432 50.000 5891 50.000
Anulação depreciações acumuladas 438x 60.000 432 60.000

Contabilidade Financeira II Ano letivo 2022/23 46


Mensuração após reconhecimento
Exemplos – modelo de revalorização

Justo valor – Método do valor de mercado:


Realização do excedente de revalorização:
Depreciação com base na quantia revalorizada: 90.000 x 25% = 22.500
(NOTA: Se o ativo manteve a vida útil inicial, a vida útil remanescente é
de 4 anos, correspondendo a uma taxa de depreciação anual de 25%)
Depreciação com base no custo original: 100.000 x 10% = 10.000
Excedente realizado em N+1: 12.500
OU
Excedente de revalorização ÷ Vida útil remanescente 50.000 ÷ 4 anos = 12.500

Contabilidade Financeira II Ano letivo 2022/23 47


Mensuração após reconhecimento
Exemplos – modelo de revalorização

Aumento da revalorização após uma diminuição anterior:


Justo valor em 31/12/N: 30.000
Quantia escriturada:
– Custo de aquisição (quantia bruta) 100.000
– Depreciações acumuladas (10% ao ano) 60.000 40.000
Perda por imparidade 10.000

Registo contabilístico:
Débito Crédito
Conta Valor Conta Valor
Perda por imparidade 655 10.000 439x 10.000

Contabilidade Financeira II Ano letivo 2022/23 48


Mensuração após reconhecimento
Exemplos – modelo de revalorização

Aumento da revalorização após uma diminuição anterior:


Justo valor em 31/12/N+2: 30.000
Quantia escriturada:
– Quantia bruta 100.000
– Depreciações acumuladas [60.000 + (30.000 ÷ 4 anos x 2)] (*) 75.000
– Perdas por imparidade acumuladas 10.000 15.000
Aumento do ativo
– Reversão da perda por imparidade 10.000
– Excedente de revalorização 5.000 15.000
Coeficiente a aplicar na revalorização: [30.000 ÷ (100.000 – 75.000)] = 1,2
(*) Nota importante:
Após o reconhecimento de uma perda por imparidade, o encargo com a depreciação do
ativo, deve ser ajustado nos anos futuros para imputar a quantia escriturada revista do
ativo durante a sua vida útil remanescente (§ 27 da NCRF 12)

Contabilidade Financeira II Ano letivo 2022/23 49


Mensuração após reconhecimento
Exemplos – modelo de revalorização

Aumento da revalorização após uma diminuição anterior:


Quantia a Revalorizar Coef. Quantia Revalorizada Excedente

Quantia bruta 100.000 1,20 120.000 20.000

Dep. Acumuladas 75.000 1,20 90.000 15.000

Quantia líquida 25.000 1,20 30.000 5.000

Registo contabilístico:
Débito Crédito
Conta Valor Conta Valor
Reversão da perda por imparidade 439x 10.000 7625 10.000
Aumento da quantia bruta 432 20.000 5891 20.000
Aumento depreciações acumuladas 5891 15.000 438x 15.000

Contabilidade Financeira II Ano letivo 2022/23 50


Mensuração após reconhecimento
Exemplos – modelo de revalorização

Diminuição da revalorização após um aumento anterior:


Justo valor em 31/12/N: 60.000
Quantia escriturada:
– Quantia bruta 100.000
– Depreciações acumuladas (10% ao ano) 60.000 40.000
Coeficiente a aplicar na revalorização: (60.000 ÷ 40.000) = 1,50
Revalorização 20.000
– Aumento quantia bruta [(100.000 x 1,5) – 100.000] 50.000
– Aumento dep. acumuladas [(60.000 x 1,5) – 60.000] 30.000 20.000
Débito Crédito
Conta Valor Conta Valor
Aumento da quantia bruta 432 50.000 5891 50.000
Aumento das depreciações acumuladas 5891 30.000 438x 30.000

Contabilidade Financeira II Ano letivo 2022/23 51


Mensuração após reconhecimento

Diminuição da revalorização após um aumento anterior:


Justo valor em 31/12/N+1: 20.000
Quantia escriturada:
– Quantia bruta 150.000
– Depreciações acumuladas (90.000 + 60.000 / 4 anos) 105.000 45.000
Redução do ativo: 25.000
– Redução excedente de revalorização [não realizado] 15.000
– Perda por imparidade 10.000 25.000
Decréscimo de revalorização pelo custo de reposição depreciado:
Decréscimo Quantia a revalorizar Coef. Quantia revalorizada Excedente (redução)
Quantia bruta 150.000,00 0,66(6) 100.000,00 -50.000,00
Dep. acumuladas 105.000,00 0,66(6) 70.000,00 -35.000,00
Quantia líquida 45.000,00 0,66(6) 30.000,00 -15.000,00

Contabilidade Financeira II Ano letivo 2022/23 52


Mensuração após reconhecimento

Diminuição da revalorização após um aumento anterior:


Justo valor em 31/12/N+1: 20.000
Quantia escriturada:
– Quantia bruta 150.000
– Depreciações acumuladas (90.000 + 60.000 / 4 anos) 105.000 45.000
Redução do ativo: 25.000
– Redução excedente de revalorização [não realizado] 15.000
– Perda por imparidade 10.000 25.000
Débito Crédito
Conta Valor Conta Valor
Redução da quantia bruta 5891 50.000 432 50.000
Redução depreciações acumuladas 438x 35.000 5891 35.000
Perda por imparidade 655 10.000 439x 10.000

Contabilidade Financeira II Ano letivo 2022/23 53


Mensuração após reconhecimento

Imparidade:
 Para determinar se um item do AFT está ou não em imparidade, a entidade
aplica a NCRF 12 – Imparidade de Ativos.
 Perda por imparidade:
– é o excedente da quantia escriturada de um ativo, ou de uma unidade
geradora de caixa, em relação à sua quantia recuperável.
 Se, e apenas se, a quantia recuperável de um ativo for menor do que a sua
quantia escriturada, a quantia escriturada do ativo deve ser reduzida para a
sua quantia recuperável.
 Uma perda por imparidade deve ser imediatamente reconhecida nos
resultados, a não ser que o ativo seja escriturado pela quantia revalorizada.
Qualquer perda por imparidade de um ativo revalorizado deve ser tratada
como decréscimo de revalorização.

Contabilidade Financeira II Ano letivo 2022/23 54


Mensuração após reconhecimento

Imparidade:
 Após o reconhecimento de uma perda por imparidade, o encargo com a
depreciação (amortização) do ativo deve ser ajustado nos períodos futuros
para imputar a quantia escriturada revista do ativo, menos o seu valor
residual (se o houver) numa base sistemática, durante a sua vida útil
remanescente.
 Um aumento da quantia escriturada de um ativo, atribuível a uma reversão
de uma perda por imparidade não deve exceder a quantia escriturada que
teria sido determinada (líquida de amortização ou depreciação) se nenhuma
perda por imparidade tivesse sido reconhecida no ativo em anos anteriores
(isto é, quantia escriturada a custo histórico).

Contabilidade Financeira II Ano letivo 2022/23 55


Mensuração após reconhecimento

Imparidade:
 Uma reversão de uma perda por imparidade de um ativo, deve ser
reconhecida imediatamente nos resultados, a não ser que o ativo esteja
escriturado pela quantia revalorizada. Qualquer reversão de uma perda por
imparidade de um ativo revalorizado deve ser tratada como um acréscimo
de revalorização.
 Após ser reconhecida uma reversão de uma perda por imparidade, o débito
da depreciação (amortização) do ativo deve ser ajustado em períodos
futuros para imputar a quantia escriturada revista do ativo, menos o seu
valor residual (se o houver), numa base sistemática durante a sua vida útil
remanescente.

Contabilidade Financeira II Ano letivo 2022/23 56


Desreconhecimento

Desreconhecimento:
 A quantia escriturada do AFT deve ser desreconhecida:
- No momento da alienação; ou
- Quando não se espera futuros benefícios económicos do seu uso ou alienação.
 O ganho ou perda decorrente deve ser incluído nos resultados quando o
item for desreconhecido (a menos que se trate duma venda seguida de
locação – leaseback – em que os ganhos são diferidos – NCRF 9). Os
ganhos não devem ser classificados como rédito:
− Se ganho: 7871 – Rendimentos e ganhos em investimentos não financeiros –
Alienações
− Se perda: 6871 (3) – Gastos e perdas em investimentos não financeiros –
Alienações (Abates)

Contabilidade Financeira II Ano letivo 2022/23 57


Desreconhecimento

Desreconhecimento:
 O ganho ou perda deve ser determinado:
 Diferença entre os proventos líquidos da alienação (Valor de Venda),
se os houver, e a quantia escriturada do bem;
 A retribuição a receber pela alienação de um item do AFT é reconhecida
inicialmente pelo seu justo valor;
 Se o pagamento for diferido a retribuição recebida é reconhecida
inicialmente pelo equivalente ao preço do dinheiro. A diferença entre a
quantia nominal da retribuição e o equivalente ao preço do dinheiro é
reconhecida como rédito de juros de acordo com a NCRF 20.

Contabilidade Financeira II Ano letivo 2022/23 58


Desreconhecimento
Exemplo

Desreconhecimento (Alienação):
Valor de venda do AFT 20.000
Quantia escriturada:
– Quantia bruta 100.000
– Depreciações acumuladas - 79.000
– Perdas por imparidade acumuladas - 7.500 13.500
Ganho 6.500
Excedente de revalorização 3.200
Nota importante:
Não podem existir, em simultâneo, “perdas por imparidade acumuladas” e
“excedentes de revalorização”, para o mesmo item. Neste caso, trata-se de um
exemplo teórico, apenas para exemplificação dos registos contabilísticos

Contabilidade Financeira II Ano letivo 2022/23 59


Desreconhecimento
Exemplo

Desreconhecimento (Alienação):
Registo contabilístico:

Débito Crédito
Conta Valor Conta Valor
Valor de venda 278 20.000 7871 20.000
Anulação quantia bruta 7871 100.000 432 100.000
Anulação depreciações acumuladas 438x 79.000 7871 79.000
Anulação perdas por imparidade 439x 7.500 7871 7.500
acumuladas
Realização excedente de revalorização 5891 3.200 56 3.200

Contabilidade Financeira II Ano letivo 2022/23 60


Desreconhecimento
Exemplo

Desreconhecimento (Abate):
Quantia escriturada:
– Quantia bruta 100.000
– Depreciações acumuladas - 79.000
– Perdas por imparidade acumuladas - 7.500 13.500
Perda -13.500
Excedente de revalorização 3.200
Registo contabilístico
Débito Crédito
Conta Valor Conta Valor
Anulação quantia bruta 6873 100.000 432 100.000
Anulação depreciações acumuladas 438x 79.000 6873 79.000
Anulação perdas por imparidade 439x 7.500 6873 7.500
acumuladas
Realização excedente de revalorização 5891 3.200 56 3.200

Contabilidade Financeira II Ano letivo 2022/23 61


Subsídios das Entidades Públicas

Subsídios das entidades públicas (NCRF 22):


 São auxílios das entidades públicas na forma de transferência de recursos para uma
entidade em troca do cumprimento passado ou futuro de certas condições
relacionadas com as atividades operacionais da entidade.
 Excluem-se as formas de apoio das entidades públicas às quais:
– não possa razoavelmente ser-lhes dado um valor;
– e transações com as entidades públicas que não se possa distinguir das
transações comerciais normais da entidade.

Contabilidade Financeira II Ano letivo 2022/23 62


Subsídios das Entidades Públicas

Tipos de Subsídios das Entidades Públicas (NCRF 22):

Subsídios relacionados Subsídios relacionados


com ativos ou ao com rendimentos ou à
investimento exploração

Em ativos depreciáveis Relativos a gastos já


ou amortizáveis incorridos

Em ativos não Relativos a gastos a


depreciáveis incorrer

Contabilidade Financeira II Ano letivo 2022/23 63


Subsídios das Entidades Públicas

Subsídios relacionados com ativos:


 São subsídios das entidades públicas cuja condição primordial é a de que a entidade
que a eles se propõe deve comprar, construir ou por qualquer forma adquirir ativos
a longo prazo (ativos não correntes).
 Podem também estar ligadas condições subsidiárias restringindo o tipo ou a
localização dos ativos ou dos períodos durante os quais devem ser adquiridos ou
detidos.

Subsídios relacionados com rendimentos:


 São subsídios das entidades públicas que não sejam os que estão relacionados com
ativos.

Contabilidade Financeira II Ano letivo 2022/23 64


Subsídios das Entidades Públicas

Reconhecimento dos subsídios:


• Após existir segurança de que:
– A entidade cumpra as condições a eles associadas; e
– Sejam recebidos
• Método contabilístico adotado é indiferente quer seja um subsídio em dinheiro ou
como redução do passivo
• Reconhecidos como rendimentos durante os períodos necessários para balanceá-los
com os custos relacionados
• Os subsídios relacionados com ativos depreciáveis são geralmente reconhecidos
como rendimento durante os períodos em que os gastos com depreciações desses
ativos são reconhecidos.

Contabilidade Financeira II Ano letivo 2022/23 65


Subsídios das Entidades Públicas

Subsídios das Entidades Públicas não reembolsáveis:


Relacionados com ativos fixos tangíveis e ativos intangíveis:
 Inicialmente reconhecidos nos capitais próprios;
 Subsequentemente:
− Quando respeitem a ativos fixos tangíveis depreciáveis e ativos intangíveis
amortizáveis:
 Imputados numa base sistemática como rendimentos durante os
períodos necessários para balanceá-los com os gastos que se pretendem
que eles compensem
− Quando respeitem a ativos fixos tangíveis não depreciáveis:
 mantidos nos capitais próprios, exceto se a sua quantia for necessária
para compensar qualquer perda por imparidade.

Contabilidade Financeira II Ano letivo 2022/23 66


Subsídios das Entidades Públicas

Subsídios das Entidades Públicas reembolsáveis:


 Contabilizados como passivos;
 No caso de adquirirem a condição de não reembolsáveis, deverão passar a ter o
tratamento dos subsídios não reembolsáveis.

Subsídios das Entidades Públicas:


Relacionados com rendimentos:
 Os que não estão relacionados com ativos;
 Se o subsídio for para compensar gastos ou perdas de períodos anteriores, deve ser
reconhecido como rendimento do período em que a entidade adquira o direito a
recebê-lo.

Contabilidade Financeira II Ano letivo 2022/23 67


Subsídios das Entidades Públicas

Apresentação de subsídios relacionados com ativos fixos tangíveis e


intangíveis:
 Devem ser apresentados no balanço como componente do capital próprio (conta
593);
 Reconhecidos como rendimento numa base sistemática e racional durante a vida útil
do ativo (conta 7883).
 Quer a compra dos ativos quer o recebimento dos subsídios com eles relacionados
devem ser divulgados separadamente na Demonstração dos Fluxos de Caixa.

Apresentação de subsídios relacionados com rendimentos:


 Apresentados separadamente na DR (conta 75 – Subsídios à exploração).

Contabilidade Financeira II Ano letivo 2022/23 68


Subsídios das Entidades Públicas

Reembolso de subsídios:
 Deve ser contabilizado como uma alteração de uma estimativa contabilística
(tratamento prospetivo);

 O reembolso deve ser aplicado:


– Em 1º lugar:
em contrapartida das componentes onde se encontrem refletidas as
importâncias ainda não imputadas como rendimentos; e
– Em 2º lugar:
em gastos, se o reembolso exceder o crédito diferido ou quando não exista
crédito diferido.

Contabilidade Financeira II Ano letivo 2022/23 69


Subsídios das Entidades Públicas

Contabilização:
27.8 – O. devedores e credores 59.3 - Subsídios

(3) (1)
(1) (2)

12.1 – Depósitos à ordem 78.8.3 – Imp subs p/investimentos

(2) (3)

(1) Pelo reconhecimento da atribuição do subsídio

(2) Pelo recebimento


(3) Pelo reconhecimento do rendimento do ano em função dos gastos de depreciação e amortização

Contabilidade Financeira II Ano letivo 2022/23 70


Subsídios das Entidades Públicas

Exemplo:
O Estado atribuiu a 01/julho/N um subsídio à empresa “Subdependente, Lda.”, referente
a 30% do investimento em equipamentos adquiridos em janeiro/N, cujo custo de
aquisição foi de 100.000 euros. Estes equipamentos têm uma vida útil de 5 anos e são
depreciados pelo método do saldo decrescente (dígitos). Em 30/09/N, o Estado procedeu
ao adiantamento de 20% do subsídio. Os restantes 80% serão pagos apenas em
abril/N+1.
Como contabilizar?
Débito Crédito
Data Descrição
Conta Valor Conta Valor
01/07/N Pela atribuição do subsídio 27.8 30.000 59.3 30.000

30/09/N Pelo recebimento 12.1 6.000 27.8 6.000

Pelo reconhecimento do rendimento


31/12/N 59.3 10.000 78.8.3 10.000
do ano N (30.000 x 5/15)

Contabilidade Financeira II Ano letivo 2022/23 71

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