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Tema 3
NCRF 11 – Propriedades de Investimento
Âmbito:
Aplica-se no reconhecimento, mensuração e divulgação de propriedades de
investimento.
Aplica-se à mensuração nas DFs:
– De um locatário de propriedades de investimento detidos numa
locação financeira; e
– De um locador de propriedades de investimento disponibilizadas a um
locatário numa locação operacional.
Âmbito:
Contudo, esta norma não trata de matérias cobertas pela NCRF 9 – Locações,
nomeadamente:
– Classificação de locações como financeiras ou operacionais;
– Reconhecimento de rendimentos de locações resultantes de propriedades
de investimento (ver NCRF 20 – Rédito);
– Mensuração nas DFs de um locatário de interesses em propriedades de
investimento segundo uma locação contabilizada como operacional;
– Mensuração nas DFs de um locador, do seu investimento líquido numa
locação;
– Contabilização de transações de venda seguida de locação;
– Divulgação acerca de locações financeiras e locações operacionais.
Propriedade de Investimento:
É a propriedade (terreno ou edifício – ou parte de um edifício – ou ambos)
detida (pelo dono ou pelo locatário numa locação financeira) para obter
rendas ou para valorização do capital ou para ambas as finalidades, e não
para:
− Uso na produção ou fornecimento de bens ou serviços ou para
finalidades administrativas; ou
− Venda no curso ordinário do negócio.
Propriedade ocupada pelo dono:
É a propriedade detida (pelo dono ou pelo locatário numa locação
financeira) para uso na produção ou fornecimento de bens ou serviços ou
para finalidades administrativas (ver NCRF 7 – Ativos Fixos Tangíveis).
Propriedades mistas:
Quando uma propriedade compreende uma parte que é detida para obter
rendas ou para valorização e outra parte que é detida para uso na produção ou
fornecimento de bens ou serviços ou para finalidades administrativas:
– Se as partes puderem ser vendidas separadamente:
a entidade contabiliza-as separadamente;
– Se as partes não puderem ser vendidas separadamente:
a propriedade só é considerada propriedade de investimento se uma
parte não significativa for detida para uso na produção ou fornecimento de
bens e serviços ou para finalidades administrativas.
Propriedades mistas:
Há casos em que uma entidade proporciona serviços de apoio aos ocupantes de
uma propriedade que ela detenha:
Se os serviços forem insignificantes em relação ao acordo como um todo:
– tal propriedade é tratada como propriedade de investimento
– Exemplo: quando o dono do edifício proporciona serviços de
segurança e de manutenção aos locatários que ocupam o edifício.
Se os serviços forem significativos:
– tal propriedade deve ser tratada como uma propriedade detida pelo
dono
– Exemplos: uma entidade que possui e gere um hotel e os serviços
proporcionados aos hóspedes são significativos para um acordo como
um todo; cedência de consultórios com serviços de apoio numa
clínica médica.
Modelo do custo:
Após o reconhecimento inicial, uma entidade que escolha o modelo do custo
deve mensurar todas as suas propriedades de investimento de acordo com
os requisitos da NCRF 7 – Ativos Fixos Tangíveis, exceto:
– Aquelas que satisfaçam os critérios de classificação como detidos para venda
de acordo com a NCRF 8 – Ativos Não Correntes Detidos para Venda e Unidades
Operacionais Descontinuadas (para estes vale o menor dos valores entre
quantia escriturada e JV menos os custos de vender).
Modelo do custo da NCRF 7 – Ativos Fixos Tangíveis (ver § 30):
– Custo deduzido de:
Qualquer depreciação acumulada, e
De quaisquer perdas por imparidade acumuladas
Exemplo:
A sociedade IMOB, SA, adquiriu a crédito, em Abril/N, um edifício de escritórios
por € 8.000.000, cujos espaços estavam totalmente arrendados a uma empresa
de telecomunicações, tendo suportado custos com honorários de advogados e
impostos de € 1.000.000.
Estima-se uma vida útil de 40 anos.
No final de N, o justo valor do prédio era de € 9.500.000.
Exemplo - Resolução:
Aplicação do Modelo do Custo:
Débito Crédito
Conta Valor Conta Valor
Abr/N – Aquisição Edifício 422 9.000.000 2711 8.000.000
12 1.000.000
Depreciação N (9/12 x 9.000.000÷40) 641 168.750 428 168.750
Aplicação Modelo do Justo Valor:
Transferências:
As transferências para, ou de, propriedades de investimento devem ser feitas
quando, e apenas quando, houver uma alteração de uso, evidenciada pelo
seguinte:
a) Começo de ocupação pelo dono.
b) Começo de desenvolvimento com vista à venda.
c) Fim de ocupação pelo dono.
d) Começo de uma locação operacional.
e) Fim de construção ou desenvolvimento.
Débito Crédito
Conta Valor Conta Valor
Transferência pela quantia escriturada 432 250.000 422 400.000
Anulação depreciações acumuladas 428 120.000
Anulação perdas por imparidade acumuladas 429 30.000
Débito Crédito
Conta Valor Conta Valor
Transferência pelo JV à data da transferência 432 290.000 422 250.000
Ganho por aumento do justo valor 773 40.000
Débito Crédito
Conta Valor Conta Valor
Transferência pela quantia escriturada 321 250.000 422 400.000
Anulação depreciações acumuladas 428 120.000
Anulação perdas por imparidade acumuladas 429 30.000
Débito Crédito
Conta Valor Conta Valor
Transferência pelo justo valor 321 235.000 422 250.000
Perda por redução do justo valor 663 15.000
Débito Crédito
Conta Valor Conta Valor
Transferência justo valor 422 200.000 432 400.000
Anulação depreciações acumuladas 438x 150.000
Reversão do excedente de revalorização 589 40.000
Reconhecimento perda por imparidade 655 10.000
Débito Crédito
Conta Valor Conta Valor
Transferência justo valor 422 250.000
Anulação depreciações acumuladas 438 195.000
Anulação perdas por imparidade acumuladas 439 30.000
Anulação quantia bruta do AFT 432 400.000
Reversão perda por imparidade 7625 25.000
Revalorização 589 50.000
Débito Crédito
Conta Valor Conta Valor
Transferência pela quantia escriturada 422 400.000 321 400.000
Débito Crédito
Conta Valor Conta Valor
Transferência pelo justo valor (tratamento 422 450.000 71 450.000
consistente com a venda de inventários) 61 400.000 321 400.000
Alienações:
Uma propriedade de investimento deve ser desreconhecida (eliminada do
balanço):
Na alienação; ou
Quando for permanentemente retirada do uso e nenhuns benefícios económicos
forem esperados da sua alienação (Abate).
A alienação pode ser alcançada:
Pela venda
aplicam-se os critérios da NCRF 20 – Rédito, para reconhecimento do rédito da
venda de bens.
Pela celebração de uma locação financeira
aplica-se a NCRF 9 – Locações, para a celebração de uma locação financeira e a
uma venda seguida de locação.
Alienações:
Os ganhos ou perdas provenientes da retirada ou alienação de propriedades
de investimento:
São determinados pela diferença entre os proventos líquidos da alienação e a
quantia escriturada do ativo e devem ser reconhecidos nos resultados do período
da retirada ou alienação, exceto se:
A NCRF 9 – Locações exija outra maneira (no caso de uma venda seguida de
locação).
Se o pagamento de uma propriedade de investimento for diferido:
A retribuição recebida é reconhecida inicialmente pelo equivalente ao preço a
dinheiro.
A diferença entre a quantia nominal e o equivalente ao preço a dinheiro é
reconhecida como rédito de juros de acordo com a NCRF 20 – Rédito, usando o
método do juro efetivo.